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Triagem Nutricional, Desnutrição e Sarcopenia
Da Teoria à Prática Clínica
Objetivos da Aula
Compreender a importância da triagem nutricional na detecção precoce de risco nutricional
Conhecer e aplicar as principais ferramentas de triagem nutricional
Identificar sinais clínicos de desnutrição e seu impacto nos sistemas orgânicos
Compreender os critérios diagnósticos da sarcopenia segundo diretrizes atuais
Desenvolver habilidades práticas para avaliação e intervenção nutricional
Aula de 3 horas com atividades práticas
Baseado em diretrizes brasileiras e internacionais
1
Triagem Nutricional: Conceitos Fundamentais
O que é Triagem Nutricional?
"Processo rápido e simples para identificar indivíduos que estão desnutridos ou em risco de desnutrição e que necessitam de uma avaliação nutricional detalhada."
- ESPEN Guidelines, 2002
Triagem vs. Avaliação Nutricional
Triagem
• Processo rápido
• Identifica risco
• Realizada na admissão
• Executada por diversos profissionais
Avaliação
• Processo detalhado
• Diagnóstico nutricional
• Após triagem positiva
• Realizada por nutricionista
Impacto da Triagem Precoce
Redução do tempo de internação
Diminuição de complicações clínicas
Intervenção nutricional mais efetiva
Redução de custos hospitalares
Processo de Cuidado Nutricional
Quando realizar a triagem?
Até 24h após admissão hospitalar
Na primeira consulta ambulatorial
Repetir a cada 7-10 dias (internação)
Após mudanças significativas no quadro clínico
Baseado nas diretrizes ESPEN, ASPEN e BRASPEN
2
Ferramentas de Triagem Nutricional
NRS-2002
Nutritional Risk Screening
População:
 Adultos hospitalizados
Parâmetros:
 IMC, perda de peso, ingestão 
alimentar, gravidade da doença
Ponto de corte:
 ≥ 3 pontos = risco nutricional
MUST
Malnutrition Universal Screening Tool
População:
 Adultos em geral
Parâmetros:
 IMC, perda de peso não intencional, 
efeito agudo da doença
Pontuação:
 0 = baixo risco, 1 = médio risco, ≥ 2 = 
alto risco
MNA
Mini Nutritional Assessment
População:
 Idosos (≥ 65 anos)
Parâmetros:
 Ingestão alimentar, perda de peso, 
mobilidade, estresse psicológico, IMC
Versão reduzida:
 MNA-SF (6 questões)
Comparação entre as Ferramentas
Ferramenta
Sensibilidade
Especificidade
Tempo de aplicação
Recomendação
NRS-2002
62-83%
82-93%
3-5 minutos
Ambiente hospitalar
MUST
61-96%
60-83%
3-5 minutos
Comunidade e hospitais
MNA-SF
81-98%
82-97%
4-6 minutos
Idosos (todos os ambientes)
SARC-F
25-56%
80-99%
2-3 minutos
Triagem de sarcopenia
Fonte: Adaptado de van Bokhorst-de van der Schueren et al. (2014) e Cruz-Jentoft et al. (2019)
A escolha da ferramenta deve considerar o contexto clínico e a população-alvo
3
Desnutrição: Definição e Classificação
 
Definição de Desnutrição
"Estado resultante da deficiência de nutrientes que leva a alterações na composição corporal e diminuição da função física e mental, com impacto em desfechos clínicos."
- GLIM Criteria, 2019
Classificação Etiológica
Relacionada à Doença
• Inflamação crônica
• Doenças agudas/trauma
• Câncer
Relacionada à Fome
• Contexto socioeconômico
• Psicológico (anorexia)
• Baixa disponibilidade alimentar
Classificação por Gravidade
Leve
• Perda de peso: 5-10%
• IMC: 18,5-20 kg/m²
• FFMI moderadamente reduzido (índice de massa livre de gordura)
Moderada
• Perda de peso: 10-20%
• IMC: 17-18,5 kg/m²
• FFMI reduzido
Grave
• Perda de peso: >20%
• IMC: 5% nos últimos 6 meses ou
 >10% em mais de 6 meses 
Baixo IMC (kg/m²)
 1 semana
 Qualquer redução por >2 semanas 
Inflamação
 Doença/injúria aguda
 Doença crônica relacionada 
Diagnóstico de Desnutrição
Requer pelo menos:
1 Critério Fenotípico + 1 Critério Etiológico
Fonte: Cederholm T, et al. GLIM criteria for the diagnosis of malnutrition. Clinical Nutrition, 2019.
FFMI: Índice de Massa Livre de Gordura | BIA: Bioimpedância | DXA: Absorciometria de Raio-X de Dupla Energia | TC: Tomografia Computadorizada
4
Manifestações Clínicas da Desnutrição
Impacto nos Sistemas Orgânicos
Sistema Imunológico
• Maior susceptibilidade a infecções
• Cicatrização prejudicada
Sistema Muscular
• Perda de massa e força muscular
• Fadiga e fraqueza
Sistema Gastrointestinal
• Atrofia da mucosa intestinal
• Má absorção de nutrientes
Sistema Cardiovascular
• Redução da massa cardíaca
• Diminuição do débito cardíaco
Kwashiorkor vs. Marasmo
Característica
Kwashiorkor
Marasmo
Deficiência principal
Proteica
Energético-proteica
Edema
Presente
Ausente
Gordura subcutânea
Preservada
Ausente
Massa muscular
Moderadamente reduzida
Severamente reduzida
Fonte: Adaptado de WHO Technical Report Series e ASPEN Clinical Guidelines
5
Sarcopenia: Definição e Epidemiologia
Definição
"Sarcopenia é uma doença muscular (insuficiência muscular) caracterizada por baixa força muscular, associada à redução da quantidade e/ou qualidade muscular e baixo desempenho físico."
- EWGSOP2, 2019
Classificação
Sarcopenia Primária
Relacionada ao envelhecimento, sem outra causa evidente além da idade.
Sarcopenia Secundária
Relacionada a doenças, inatividade física ou desnutrição.
Estágios da Sarcopenia
Provável sarcopenia:
 Baixa força muscular
Sarcopenia confirmada:
 Baixa força + baixa quantidade/qualidade 
muscular
Sarcopenia grave:
 Baixa força + baixa quantidade/qualidade muscular 
+ baixo desempenho físico
Impacto na Funcionalidade
• Aumento do risco de quedas e fraturas
• Redução da independência funcional
• Maior risco de hospitalização
• Aumento da mortalidade
Epidemiologia
Prevalência por Grupos
Por Idade
• 60-70 anos: 5-13%
• 80+ anos: 11-50%
Por Contexto
• Comunidade: 9-11%
• Institucionalizados: 31-51%
Dados Brasileiros
Estudo SABE (SP): 
15,4%
Estudo FIBRA (RJ): 
10,8%
30% dos médicos não especialistas não sabem diagnosticar sarcopenia
Baseado no Consenso Europeu sobre Sarcopenia (EWGSOP2) e Manual de Recomendações da SBGG
6
Diagnóstico da Sarcopenia
Critérios EWGSOP2 (European Working Group on Sarcopenia in Older People)
Critérios Diagnósticos
Definição Operacional:
Provável sarcopenia:
 Baixa força muscular
Sarcopenia confirmada:
 Baixa força + Baixa quantidade muscular
Sarcopenia grave:
 Baixa força + Baixa quantidade + Baixo desempenho
Força Muscular
• Preensão palmar
• Sentar e levantar
H:(força, equilíbrio)
Progressão gradual de carga
Suplementação
Whey protein: 20-30g/dia
HMB: 1,5-3g/dia
Creatina: 3-5g/dia
Abordagem Combinada
Exercício + nutrição: efeito sinérgico
Proteína pós-treino: 20-30g
Monitoramento da força e massa
Fonte: Diretrizes BRASPEN, ESPEN e EWGSOP2
8
Conclusão e Recomendações
Principais Pontos
Triagem Nutricional
Processo rápido e essencial para identificação precoce do risco nutricional
Escolha da ferramenta deve considerar o contexto clínico e população-alvo
Deve ser realizada em até 24h após admissão hospitalar
Desnutrição
Diagnóstico baseado em critérios GLIM: 1 critério fenotípico + 1 etiológico
Impacto sistêmico com comprometimento de múltiplos órgãos
Intervenção precoce melhora desfechos clínicos e reduz custos
Sarcopenia
Doença muscular caracterizada por baixa força e quantidade/qualidade muscular
Diagnóstico baseado em critérios EWGSOP2: força, massa e desempenho
Abordagem terapêutica combinada: nutrição + exercício físico
Abordagem Integrada
Desnutrição e sarcopenia frequentemente coexistem e se potencializam
Avaliação nutricional completa deve incluir aspectos funcionais
Equipe multidisciplinar é essencial para manejo adequado
Referências Bibliográficas
BRASPEN.
 Diretriz BRASPEN de terapia nutricional no paciente grave. BRASPEN 
Journal, v. 38, n. 2, Supl 2, 2023.
Cederholm T, et al.
 GLIM criteria for the diagnosis of malnutrition – A consensus 
report from the global clinical nutrition community. Clinical Nutrition, v. 38, n. 1, p. 1-
9, 2019.
Cruz-Jentoft AJ, et al.
 Sarcopenia: revised European consensus on definition and 
diagnosis. Age and Ageing, v. 48, n. 1, p. 16-31, 2019.
SBGG.
 Manual de Recomendações para Diagnóstico e Tratamento da Sarcopenia no 
Brasil. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia, 2023.
Kondrup J, et al.
 ESPEN Guidelines for Nutrition Screening 2002. Clinical Nutrition, v. 
22, n. 4, p. 415-421, 2003.
CFN.
 Resolução CFN nº 600/2018. Dispõe sobre a definição das áreas de atuação do 
nutricionista e suas atribuições. Conselho Federal de Nutricionistas, 2018.
Material Complementar
Formulários de triagem nutricional
Casos clínicos completos
Obrigado pela participação! | Contato: Juliana.lauar@ulife.com.br
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