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2 A IDEAL POSTURA DO DOCENTE EM AULA Bianca da Silva Maciel Carmen Lúcia Machado Rodrigues Douglas de Souza Ferreira Elizângela Cristina da Silva Gabrielle Cristine Santos de Faria¹ Aline Benevides Soares Citó² RESUMO Este presente artigo tem por objetivo ressaltar o papel do professor na sala de aula, ensino/aprendizagem como mediador e gerenciador do conhecimento, as atividades ministradas em sala de aula devem ser contextualizadas, considerando-se a experiência de vida do aluno e seu conhecimento. O aluno deve fazer parte da sua prática educativa da escola, respeitando as diferenças e o limite de cada um, baseando-se na generosidade e afetividade. O professor deve atuar de forma que leve o educando a pensar, criticar e gerar dúvidas para a produção do conhecimento. A escola não é a que detém o saber, mas a que intervém no processo pedagógico ampliando o conhecimento com base no diálogo e nas transformações sociopolítico-culturais do mundo. A família e a escola devem trabalhar juntos visando à formação da identidade do educando como um cidadão no convívio social. Através da revisão de alguns autores, mostra-se como o professor deve exercer sua prática educativa e como ele deve acreditar e sentir prazer no que faz. Palavras-chave: Aprendizagem. Empatia. Docente. 1. INTRODUÇÃO Ao falarmos sobre o papel do professor em sala de aula, o público no geral imagina um profissional da educação escrevendo o conteúdo da sua matéria na lousa, através disso transmite conhecimento, avalia e faz correção das tarefas que foi dada aos alunos. Polêmico é o seu papel, pois seu trabalho vai muito além disso e da sala de aula, é muito mais importante do que é visto. Segundo Libâneo (1994), o professor tem o dever de planejar, dirigir, e controlar esse processo de ensino, bem como estimular as atividades e competências próprias do aluno para a sua aprendizagem. O professor é consciente de como é importante sua atuação na sala de aula, contudo o programa curricular preestabelecido pela escola tem o propósito de preparar o aluno para a realidade da vida. Essa realidade é comum na educação brasileira. Com tudo o professor não tem a liberdade ou o apoio para conduzir suas aulas, então o ensino volta-se para a transmissão de conteúdos e os alunos permanecem no papel de repetidores. Com isso, o ato de educar compete a todas as instituições sociais comprometidas com o desenvolvimento do país. Principalmente a família – uma das instituições mais antigas – deve ter sua coparticipação junto à escola, uma vez que é ela que compete a transmissão de valores morais. Essa parceria deve visar à formação do aluno, a fim de que este exerça sua autonomia e liberdade frente as suas atividades no contexto escolar e no seu convívio em sociedade. A presente pesquisa bibliográfica busca ressaltar a importância do professor na sala de aula e sua prática educativa com a escola e com o aluno; assim como o papel da escola e a relevância da família para que a aprendizagem seja concretizada. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Em 2011 o filme “Além da Sala de Aula”, dirigido pelo diretor Jeff Bleckner, baseado em fatos reais, retratou a história de uma professora chamada de Stancey Bess interpretada pela atriz Emily VanCamp, recém-formada em Pedagogia, e na busca de seu primeiro emprego é mandada para uma escola de abrigo temporário, onde a situação do lugar é precária, não havia recursos e nem materiais para o trabalho. Com isso a docente trabalha incansavelmente para reconstrução do lugar usando o próprio salário para a compra dos equipamentos necessários e promover um ambiente mais saudável, com isso desenvolve atividades educativas para todas as crianças, realiza reunião de pais, prezando a participação deles no desenvolvimento educacional dos seus filhos. Ao assistirmos o filme é possível perceber que o papel do docente vai muito além da sala de aula, “ensinar não é transferir conhecimento, mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção” (FREIRE, 1996). É evidente o carinho e o cuidado reciproco entre ela e os alunos. Para Piaget, o afeto é muito importante para o funcionamento cognitivo dos educandos, ele diz: “O afeto é fundamental para ocorrer o desenvolvimento do raciocínio e inteligência, a vida afetiva e a vida cognitiva são inseparáveis, embora distintas. E são inseparáveis porque todo intercâmbio com o meio pressupõe ao mesmo tempo estruturação e valorização” (PIAGET, 1976).” Também, são notórias as dificuldades que ela enfrenta com a infraestrutura e carência de materiais didáticos para o trabalho. É bastante comum essa problematização no meio educacional em nossas instituições. Segundo Garcia: “A infraestrutura escolar pode ser entendida como “as instalações, equipamentos e serviços necessários para garantir o funcionamento da escola e auxiliar na aprendizagem do aluno” (GARCIA, 2014.) Com isso, é importante ressaltar a capacitação da profissional ao se deparar com as dificuldades apresentadas. Ela desenvolve a melhora do ambiente escolar, metodologias de ensino-aprendizagem, técnicas e didáticas para cada aprendiz individualmente, levando em consideração a faixa etária divergente de cada um. FREIRE (1996) fala sobre essa capacitação e formação continuada do docente “[...] na formação permanente dos professores, o momento fundamental é o da reflexão crítica sobre a prática. É pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática” (FREIRE, 1996, p. 39). 3. MATERIAIS E MÉTODOS O trabalho em questão foi elaborado a partir de uma votação dos temas que achariam interessantes, cada um sugeriu e votou por uma enquete das opções propostas pelos participantes. Em seguida, foi marcado um encontro somente para exposição de ideias, pensamentos a primeira instância sobre o assunto e sua importância na sua visão, sobre o assunto decidido, enquanto um dos membros anotava o que falavam resumidamente para se organizarem no rumo de seu estudo. Teve destaque em sua maioria o papel do professor como fator fundamental do desempenho dos seus alunos, seja dentro ou fora de aula, então cada um foi pesquisar em seus aparelhos de navegação pela Internet, sobre a temática de interesse e postavam no grupo de comunicação entre eles os sites com reportagens, documentários e pesquisas para baseamento da sua pesquisa própria. Logo após esse período de envio de material, foram designados fragmentos desse artigo para os integrantes completarem com suas palavras acima daquilo no qual se pediam suas partes. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO No presente artigo começamos com definir o que cada membro do grupo destacava de problemáticas referentes a atuação de um docente em sala de aula. Foram muitas as considerações levantadas, como, por exemplo: a falta de estrutura física, a falta de atualização profissional, etc. Contudo chegamos ao consenso de que era mais interessante abordar o que chamamos de uma a ideal postura deste profissional em sala de aula. Na pesquisa bibliográfica destacamos a importância da formação continuada, como assegura Freire, a qual se torna indispensável para acompanhar as mudanças e diversidades que se encontra nas salas de aulas. A importância da estrutura e ambiente é bastante frisada nos escritos de Garcia e percebida no filme “Além da Sala de Aula”, com a atuação da Professora Stancey Bess, interpretada pela atriz Emily VanCamp, que decide melhorar o ambiente no qual os alunos tinham as aulas e sua busca por ter materiais didáticos adequados para o processo de construção do conhecimento. Para Piaget o afeto é fundamental para aqueles que são mediadores entre o aluno e o conhecimento. O professor precisa desenvolver em seus alunos as múltiplas inteligências, ser inspirador de vidas. Demonstrar sua paixão por acompanhar o desenvolvimento de cada aluno, celebrar suas conquistas, acolher suas diferenças, entender suas necessidades. Portanto refletir sobre a ideal postura do docente é ter presente, dentreoutras atitudes, um tripé que os torna inspiradores de vida: ser pessoas afetivas e acolhedoras, estar em constante formação e atualização, e ter um especial cuidado com o ambiente no qual a construção do conhecimento se dá, incluindo os recursos necessários. 5. CONCLUSÃO O papel que a professora desempenha no filme é um marco fundamental na história. A atriz principal, Emily VanCamp, é uma personagem inspiradora que acredita na importância da educação para todas as idades. Ela enfrenta desafios, preconceitos e resistência por parte de alguns membros da comunidade, mas permanece dedicada a ensinar. Ela é retratada como uma pessoa que valoriza a educação e acredita que todos têm o direito de aprender, independentemente da idade. Bem como muitos dos docentes em salas de aula, que por serem apaixonados pela Educação são capazes de transformar e inspirar corações e mentes. O papel da professora no filme retrata também, a importância dos educadores em apoiar o acesso à educação e na transformação das vidas das pessoas, mesmo daquelas que foram historicamente excluídas do sistema educacional. O filme enfatiza a ideia de que a educação é uma ferramenta poderosa para a transformação e o empoderamento das pessoas, independentemente de sua idade ou origem. Dessa forma, ao refletir o papel do professor no processo ensino-aprendizagem, explorado neste trabalho, cuja finalidade é mostrar como deve ser a prática docente: não como um transmissor de informações apenas, mas como um mediador do conhecimento e aprendizado, valorizando a experiência e o conhecimento de cada aluno na busca de sua formação como pessoa capaz de pensar, criar, vivenciar e prepará-lo para vida, assim como da formação de sua cidadania. Portanto, conclui-se que a postura ideal do docente em sala de aula passa pela capacitação, formação e constante atualização e ainda se faz necessário trabalhar de forma afetiva e acolhedora, sendo verdadeiro mediador entre o aluno e o conhecimento, inspirando cidadãos conscientes e críticos a serem transformadores na sociedade. REFERÊNCIAS CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. 12ª Ed. São Paulo: Gente, 2004. CHARLOT, Bernard. Fala mestre. In: NOVA ESCOLA, nº 196, p.15-18, outubro, 2006. FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia. Paz e Terra, 1996. Das relações entre a educadora e os educandos. São Paulo: Olho d’água, 1991. MARCELO, C. Formação de professores: para uma mudança educativa. Porto: Porto Editora, 2013. SENA, P. O financiamento da Educação de qualidade. Revista Educação e Políticas em Debate , Uberlândia, v. 3, n. 2, p. 268-290, ago./dez. 2014. TASSONI, Elvira Cristina Martins; LEITE, Sérgio Antônio da Silva. Afetividade no processo de ensino-aprendizagem: as contribuições da teoria walloniana. Educação, vol. 36, núm. 2, mayo-agosto, 2013, pp. 262-271. Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, Brasil. VYGOTSKY, L. S., Luria, A. R., Leontiev, A. N. (1988). Linguagem, desenvolvimento e aprendizagem. São Paulo: Ícone: Editora da Universidade de São Paulo. 1 Nome dos acadêmicos 2 Nome do Professor tutor externo Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI – Curso de licenciatura (FLC10181) – Prática do Módulo I – 05/11/23