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Tudo o que o enfermeiro precisa saber sobre: Acidente Vascular Cerebral O AVC é uma redução repentina da circulação sanguínea no cérebro, sendo assim é interrompido ou diminuído o suprimento de oxigênio no cérebro, levando a lesão ou necrose de tecidos cerebrais. Por isso é essencial que a circulação volte ao normal o mais rápido possível. Geralmente quem sofre um AVC tem lesões e incapacidades permanentes e pode ter uma recidiva. Apesar de acometer idosos com maior freqüência, o AVC pode ocorrer em qualquer idade, principalmente em homens. Aproximadamente 80% dos acidentes vasculares cerebrais (AVC) são causados por um baixo fluxo sangüíneo cerebral (isquemia) e outros 20% por hemorragias tanto intraparenquimatosas como subaracnóideas (Neto 2002). Fatores de Riscos Hipertensão arterial sistêmica (HAS); Diabetes; Dislipidemia e obesidade; Tabagismo; Álcool; Anticoncepcional oral; Doenças associadas que acarretem aumento no estado de coagulabilidade do indivíduo. Causas As principais causas do AVC são trombose, embolia e hemorragias cerebrais, respectivamente. Na trombose ocorre obstrução de um vaso sanguíneo, geralmente extracerebrais, sendo mais comum na meia-idade e em idosos. A embolia não apresenta Sinai premonitórios, o êmbolo se forma num tempo de 10 a 20 segundos, geralmente na artéria cerebral média, pode ocorrer em qualquer idade, com especial atenção aos pacientes cardiopatas, com endocardites e arritmias. Nas hemorragias cerebrais ocorre ruptura súbita de uma artéria cerebral provocada por aneurismas ou hipertensão crônica, e pode ocorrer repentinamente em qualquer idade. Avaliação A história do cliente pode apresentar perda de consciência, tontura, distúrbios mentais, convulsões, hemiparesia ou hemiplegia. O cliente pode estar inconsciente ou com alterações de consciência; quando consciente, pode apresentar ansiedade e distúrbios de mobilidade. Ao conversar com o cliente pode ser verificada dificuldade de comunicação como afasia ou disfasia, disartria e/ou apraxia. A inspeção pode verificar incontinência urinária. Os testes de visão detectam hemianopsia do lado afetado; e problemas visuoespaciais quando ocorre hemiplegia do lado esquerdo. Testes da função sensorial podem detectar perdas sensoriais, dificuldade de interpretar estímulos visuais, táteis e auditivos. Testes de função motora e força muscular detectam perda do controle muscular voluntário e hemiparesia/hemiplegia em um dos lados. Atenção! Quando o AVC ocorre no hemisfério esquerdo sinais e sintomas aparecem no lado direito e quando ocorrem no lado direito eles aparecem no lado direito! E se o AVC causar lesão nos nervos cranianos a disfunção do nervo ocorrerá do mesmo lado da lesão! Complicações Pode acometer o paciente uma instabilidade da pressão arterial, devido a perda do controle vasomotor; distúrbios do equilíbrio hidreletrolítico; desnutrição; défivit sensorial; infeccçõs como encefalite, abscesso cerebral e pneumonia; alteraçõe do nível do consciência; broncoaspiração; contraturas; e embolia pulmonar. Tratamento Em geral, o tratamento inclui reabilitação física, dieta e fármacos para reduzir os fatores de risco, e em alguns casos, cirurgia e cuidados que ajudem ao cliente a adaptar-se a déficits específicos. Os fármacos utilizados são: Anticonvulsivantes como fenobarbital ou fenitoína; Emolientes fecais, para evita esforço ao defecar; Corticóides para diminuir o edema cerebral; Analgésicos em caso de cefaléia por AVC hemorrágico; Anticoagulantes como heparina, warfarina, e ácido acetilsalicílico em AVC relacionado a tombo ou êmbolo; Dipiridamol que reduz a agressão plaquetária. Diagnósticos de enfermagem Manutenção do lar alterada, relacionada com déficits neurológicos irreversíveis secundários ao AVC, caracterizado por (dificuldade de locomoção, baixo auto-estima, visão debilitada). Comunicação verbal prejudicada, relacionada com lesão neurológica do centro cerebral da fala secundária ao AVC, caracterizada por (afasia ou disfasia, disartria, apraxia). Risco de baixo auto-estima relacionado a alteração súbita da função corporal. Intervenção de Enfermagem Na fase aguda deve-se afrouxar as roupas apertadas e manter a oxigenação adequada; caso o cliente esteja inconsciente ele deve ser deitada em posição de segurança, se necessário, aspirar as secreções; auxiliar na introdução de uma via respiratória artificial e administrar oxigênio suplementar, se for necessário. O equilíbrio hidreletrolítico deve ser mantido, administrar líquido IV de acordo com a prescrição, vagarosamente; oferecer ingestão de líquido dentro das restrições. Oferecer a cada 2 horas o urinol ou a comadre, em caso de incontinência urinária, oferecer a cada hora, caso seja de extrema necessidade, utilizar cateter urinário, utilizar-se de cuidados para evitar infecção. Assegurar-se de que o cliente está tendo uma nutrição adequada e de acordo com a prescrição da nutricionista, o cliente deve visualizar a bandeja de alimento e sentar-se ereto com a cabeça inclinada ligeiramente para frente; se necessário utilizar sonda nasogástrica. Evite que o cliente faça esforço para defeca, modifique a dieta do cliente , utilize emolientes fecais e , se necessário, laxantes; se o cliente vomitar deve-se mantê-lo em posição de segurança. A higiene oral deve ser completa e cuidadosamente feita, se o cliente utilizar próteses dentárias elas devem ser bem limpas. A higiene ocular também deve ser feita cuidadosamente, utilize colírios de acordo com a prescrição e aplique tampão se o cliente não Fo capaz de fechar a pálpebra. Administrar os fármacos de acordo com a prescrição médica. Deve ser feitas atividades de mobilização ativa e passiva tanto com o lado normal quanto com o lado afetado. A comunicação com o cliente deve ser mantida, mesmo se ele estiver afásico. E lembre-se sempre de que mesmo que ele não posa falar ele pode ouvir! Estabelecer com o cliente metas realistas, fazer com que a família participe sempre que possível, deixar que o cliente participe como puder para diminuir o sentimento de dependência, oferecer apoio psicológico e compreender as mudanças de humor. Proteja o cliente contra acidentes. Preparar o cliente para cirurgia, se houve indicação (Sônia Regina de Souza 2004). Prescrição de Enfermagem “1- Realizar exercícios passivos nos membros afetados. Fazer os exercícios lentamente, para permitir que os músculos tenham tempo de relaxar e apoiar extremidades acima e abaixo da articulação para prevenir lesões nas articulações e nos tecidos; 2- Durante os exercícios, os braços e as pernas do cliente devem ser movimentados delicadamente no limite de sua intolerância à dor e realizar o exercício lentamente, permitindo o relaxamento muscular; 3- Ensinar o cliente a realizar exercícios ativos nos membros não afetados, no mínimo quatro vezes por semana; 4- Apoiar as extremidades com travesseiros, para evitar ou reduzir o edema; 5- Posicionar em alinhamento para prevenir complicações. •Usar apoio para os pés; • Evitar períodos prolongados sentado ou deitado na mesma posição; •Mudar a posição das articulações do ombro a cada 24 horas; •Apoiar a mão e o punho em alinhamento natural; •Usar talas de mão e pulso. 6- Proporcionar mobilização progressiva; • Auxiliar lentamente para a posição sentada; • Permitir que as pernas fiquem suspensa sobre a lateral da cama por alguns minutos antes de ficar em pé; • Limitar em 15’, três vezes por dia as primeiras saídas da cama; • Aumentar o tempo fora da cama em 15’ conforme o tolerado; • Evoluir para a deambulação com ou sem auxílio; • Encorajar a deambulação por períodos curtos e freqüentes; • Aumentar progressivamente as caminhadas a cada dia. 7- Implementar as precauções de segurança; • Proteger as áreas com sensibilidade diminuída dos extremos defrio e calor; • Orientar quanto às complicações da imobilidade: -Flebite; -Escara de decúbito; -Comprometimento neurovascular. 8- Auxiliar nos cuidados diários como higiene geral, vestir-se, alimentar se. 9 – Administrar medicações conforme prescrição medica; 10 – Aferir sinais vitais.” (Hoverney Quaresma Soares, 2008)
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