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DOENÇAS DO FÍGADO Prof Juliana Mauri •Metabolismo de CHO, LIP e PTN → formação de Acetil-CoA ( Metabolização de ácidos graxos, síntese de lipoproteína , colesterol lipogenese ) • Conversão de amônia à ureia •Glicogênese, glicogenólise e neoglicogênese •Armazenamento: vitaminas lipossolúveis e minerais • Filtrar o sangue e eliminas toxinas Funções do Fígado Tipos: –Doença Hepática alcóolica - Doença Hepática não alcóolica - Cirrose Doença Hepática Crônica Diagnóstico Laboratorial das Doenças Hepáticas Exames mais importantes para avaliar o fígado Exame Nome completo Função Alteração mais comum TGO (AST) Transaminase glutâmico- oxalacética Enzima que mostra lesão no fígado ↑ nas doenças hepáticas. Mais aumenta na doença alcoólica. TGP (ALT) Transaminase glutâmico- pirúvica Enzima mais específica do fígado ↑ nas doenças hepáticas. Mais aumenta na doença não alcoólica. GGT Gama-glutamil transferase Enzima ligada ao metabolismo do álcool ↑ muito na doença hepática alcoólica. Fosfatase Alcalina (FA) Marcador de vias biliares ↑ cirrose avançada. Bilirrubina Pigmento da degradação do sangue ↑ quando o fígado não consegue processar toxinas. Albumina Proteína produzida pelo fígado ↓ na cirrose (perda da função hepática). INR Tempo de coagulação ↑ na cirrose → fígado perde a capacidade de produzir fatores de coagulação. Doença hepática alcoólica Objetivos do tratamento nutricional •Corrigir deficiências nutricionais •Prevenir perda de massa muscular •Tratar e prevenir encefalopatia hepática •Abstinência total de álcool DESNUTRIÇÃO AGRAVA QUADRO CLÍNICO AFETA SISTEMA IMUNOLÓGICO AUMENTA SUSCEPTIBILIDADE À INFECÇÕES •Substituição de alimentos por etanol PERDA DE PESO DEFICIENCIA DE MICRONUTRIENTES DESNUTRIÇÃO Doença hepática alcoólica Consequências do consumo excessivo de álcool: Alteração da motilidade intestinal diarreia e esteatorreia DEFICIÊNCIAS MICRONUTRIENTES Abstinência de etanol Tratar a síndrome de abstinência do álcool é extremamente importante e requer administração de fluidos, calorias, vitaminas e minerais Vitaminas (como folato, vitamina B6, vitamina B12, vitamina A e minerais (como selênio, zinco, cobre e magnésio) Proteina - 1,2 a 1,5 g / kg por dia de proteína Calorias - 30 a 35kcal / kg por dia de peso Doença hepática alcoólica –Tratamento Nutricional Doença hepática alcoólica Nutriente Recomendação % do VET Justificativa clínica Energia 30–35 kcal/kg/dia — Evitar desnutrição e catabolismo Proteínas 1,2–1,5 g/kg/dia 20–25% Mantém massa magra Carboidratos 3–5 g/kg/dia 45–55% Fonte primária de energia, poupa proteína muscular Lipídios 1–1,5 g/kg/dia 25–35% Priorizar MUFAs (azeite, abacate) e PUFAs (ômega-3); evitam inflamação Fibras 25–35 g/dia — Melhora microbiota intestinal Doença hepática alcoólica Micronutriente Importância clínica Por que ocorre a deficiência Recomendação Tiamina (B1) Previne encefalopatia de Wernicke (confusão mental, ataxia, nistagmo) Álcool reduz absorção Suplementar 100–300 mg/dia oral ou EV Ácido Fólico Previne anemia megaloblástica Baixa ingestão e metabolismo alterado Suplementar 1–5 mg/dia Zinco Essencial para o metabolismo da amônia; melhora encefalopatia Má absorção e aumento da excreção urinária Suplementar 20–40 mg/dia Magnésio Previne arritmias, câimbras e melhora metabolismo energético Excreção urinária aumentada pelo álcool Reposição oral ou EV Vitamina D Proteção óssea, imunidade e metabolismo Absorção reduzida + metabolismo alterado 1000–4000 UI/dia Selênio Potente antioxidante, reduz estresse oxidativo Redução de absorção intestinal e inflamação crônica Reposição individualizada Doença hepática alcoólica Refeição/Horário Preparações/Alimentos Utensílios/Medid as Usuais Quantidade (g ou mL) Café da manhã 7h30 pão francês com média quantidade de manteiga queijo meia cura mamão papaia 1 unidade 1 fatia ½ unidade pequena 50g Almoço 13h30 Salada ( alface e tomate ) Sobrecoxa a milanesa 2 folhas , 2 rodelas 1 unidade média 80 gramas Lanche da Tarde 17h00 Chocolate ao leite 1 barra g 90 gramas Jantar 20h00 Biscoito clube social Queijo minas 1 pacote 1 fatia 144 gramas 30 gramas Ceia 21h30 Bebida alcoolica 8 latinhas Exame Resultado Valor de referência Achado / Interpretação TGO (AST) 65 U/L Até 40 U/L Aumentado → compatível com lesão hepatocelular. TGP (ALT) 43 U/L Até 41 U/L Ligeiramente elevado. AST/TGP > 2? 65 / 43 ≈ 1,5 >2 sugere hepatite alcoólica grave Relação próxima, mas não típica de hepatite alcoólica ativa. GGT — (não informado) ↑ esperado É o marcador mais sensível para DHA — seria importante dosar. VLDL 102 mg/dL 60 mg/dL Baixo. LDL-c 171 mg/dL25–35 g/dia — Controlam glicemia, melhoram microbiota e reduzem risco cardiovascular ORIENTAÇÕES NUTRICIONAIS - DHGNA • Meta analises hipolipemiantes de alimentos : • *abacate = Sitosterol , dose efeito 3 colheres de sopa /dia • *Aveia : B glucana , 3 a 4 colheres de sopa /dia • *canela = Cumarinas , 1 colher de sopa dia. • *cacau = Flavonoides , 5 a 10 g dia • *azeite extra virgem DHGNA - Recomendações terapêuticas relacionadas a mudanças no estilo de vida. Redução de 5 a 10% no peso corporal inicial para pacientes com sobrepeso/obesos Redução de gordura visceral (circunferência abdominal Uma dieta com restrição calórica (redução diária de 500 a 1.000 kcal Evitar o consumo excessivo de álcool e fumar Exercício aeróbico de intensidade moderada (150–200min/semana de 3–5 x/semana ) Estimular a perda de gordura e o aumento da massa magra CIRROSE Objetivos do tratamento nutricional •Prevenir e tratar desnutrição e sarcopenia •Manter a função hepática e reduzir complicações •Corrigir deficiências nutricionais •Evitar jejum prolongado e melhorar oferta energética •Tratar e prevenir encefalopatia hepática (quando presente) A cirrose pode ser dividida clinicamente segundo classificação de Child-Pugh modificada, com um sistema de escore. Esse sistema atualmente é utilizado para avaliar o prognóstico da cirrose e orienta o critério padrão para inscrição no cadastro de transplante hepático CIRROSE INR é um exame que avalia a coagulação do sangue, sendo indicado para identificar problemas na coagulação ASCITE LEVE = acompanhamento clinico rigoroso, Evitar os excessos de sal na dieta ASCITE MODERADA E GRAVE = iniciada com restrição de sódio + MEDICAÇÃO para avaliar a resposta clinica, utilizam-se o peso, circunferência abdominal, balanço hídrico e diurese CIRROSE – COMPLICAÇÕES ASCITE RECOMENDAÇÕES NUTRICIONAIS CIRROSE Fatores Associados a Desnutrição Recomendações gerais de dietoterapia ✔ Inicialmente calcular as necessidades energéticas (NEE) do paciente. ✔ Pacientes com desnutrição recomenda-se ingestão diária de calorias de 35-40 kcal/kg/dia. ✔ Ou para pacientes com IMC 30-40 kg/m² = 25-35 kcal/kg/dia e ≥40 kg/m² = 20-25 kcal/kg/dia. Adaptado de Practice guidelines on nutrition in chronic liver disease. J Hepatol. 2019 CIRROSE – Recomendações Nutricionais Gordura 20 a 30% Carboidrato 50 a 60% • AACR – leucina, valina e isoleucina (AA essenciais) - preferir Estão envolvidos: • Regulação do balanço proteico muscular (síntese e degradação) • São metabolizados no músculo • Não sobrecarrega o fígado para ser metabolizado • Indicados nos pacientes graves – com função hepática comprometida • Ajuda na recuperação do Estado Nutricional – melhora massa magra/ reduz catabolismo Cirrose + encefalopatia hepática persistente Desnutrição grave e sarcopenia Insira o texto aqui AACR Alimentos ricos em aminoácidos ramificados: soja em grãos, óleos vegetais, azeite, tofu, leite e laticínios, bebida láctea à base de soja, limão, tomate, chuchu, cebola, legumes em geral, abacate, uva-passa, ameixa, farinha de trigo integral, farinha de tapioca, abobrinha, cenoura, vagem, espinafre, berinjela, maçã, mamão, banana, couve-flor, milho, lentilha, feijão, cúrcuma, gengibre, louro, coentro, alho e canela. Os alimentos contraindicados são: queijos amarelos, carne bovina, carne suína, frango e derivados e gema de ovo. CIRROSE –Suplementação AACR ✔ Quando houver deficiência confirmada ou clinicamente suspeita, administrar micronutrientes e vitaminas. CIRROSE –Suplementação de Micronutrientes O transplante de fígado é o tratamento necessário para pacientes em estágio final da doença hepática como cirrose, doença descompensada, insuficiência hepática e câncer hepatocelular Recomendações Nutricionais no Transplante hepático Componente Pré-transplante Pós-transplante Objetivo Corrigir desnutrição, preparar o paciente e manter massa muscular Recuperar, cicatrizar e prevenir complicações Calorias 30–35 kcal/kg/dia (eutrofico) 35–45 kcal/kg/dia (desnutrido) 25–35 kcal/kg/dia (eutrofico) 35–45 kcal/kg/dia (desnutrido) Proteínas 1,0 g/kg/dia (compensada) 1,5–2,0 g/kg/dia (descompensada) 1,5–2,0 g/kg/dia Carboidratos Sem restrição (controlar simples se diabetes) 45-60% Lipídios 20–40% das calorias totais 20–30% das calorias (reduzir se pancreatite) A Nutrição não é coadjuvante Ela faz parte do tratamento desde os estágios iniciais. Intervir cedo muda o desfecho clínico, melhora a qualidade de vida e protege o fígado. Slide 1 Slide 2 Slide 3: Doença Hepática Crônica Slide 4 Slide 5: Doença hepática alcoólica Slide 6: Doença hepática alcoólica Slide 7 Slide 8: Doença hepática alcoólica Slide 9: Doença hepática alcoólica Slide 10: Doença hepática alcoólica Slide 11 Slide 12 Slide 13 Slide 14 Slide 15 Slide 16 Slide 17 Slide 18: DHGNA :ESTEATOSE HEPÁTICA – avaliação histológica Slide 19 Slide 20 Slide 21 Slide 22 Slide 23 Slide 24 Slide 25: CIRROSE Slide 26 Slide 27 Slide 28 Slide 29 Slide 30 Slide 31 Slide 32 Slide 33 Slide 34 Slide 35 Slide 36