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CENTRO UNIVERSITÁRIO DA REGIÃO DA CAMPANHA 
CURSO DE ENFERMAGEM 
 
 
 
EMILY MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
O OLHAR DA GESTANTE FRENTE AO PAPEL DO ENFERMEIRO NA 
IDENTIFICAÇÃO E MONITORAMENTO DO DIABETES GESTACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BAGÉ 
2025 
 
 
 
EMILY MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O OLHAR DA GESTANTE FRENTE AO PAPEL DO ENFERMEIRO NA 
IDENTIFICAÇÃO E MONITORAMENTO DO DIABETES GESTACIONAL 
 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à 
banca examinadora do Curso de Enfermagem do 
Centro Universitário da Região da Campanha, 
Campus Bagé – RS, como requisito parcial para a 
obtenção da titulação de Bacharel em Enfermagem. 
 
Orientadora: Prof.ª Enf.ª Júlia Cunha Dutra 
 
 
 
 
 
 
BAGÉ 
2025 
 
 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA REGIÃO DA CAMPANHA 
CURSO DE ENFERMAGEM 
 
 
A COMISSÃO AVALIADORA, ABAIXO ASSINADA, APROVA O TRABALHO DE 
CONCLUSÃO DE CURSO: 
 
O OLHAR DA GESTANTE FRENTE AO PAPEL DO ENFERMEIRO NA 
IDENTIFICAÇÃO E MONITORAMENTO DO DIABETES GESTACIONAL 
 
ELABORADO POR: 
EMILY BORGES MARTINS 
 
ORIENTADO POR: 
PROF. ª ENF. ª JÚLIA CUNHA DUTRA 
 
COMO REQUISITO PARCIAL PARA OBTENÇÃO DO GRAU DE BACHAREL EM 
ENFERMAGEM. 
 
BANCA EXAMINADORA: 
 
 
 
_____________________________________ 
Enf. ª Débora Machado De Souza 
 
 
 
_____________________________________ 
Enf. ª. Me. Isadora Roman da Silva 
 
 
JULHO DE 2025 
BAGÉ – RS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho ao homem que me 
criou, me ensinou muitas coisas 
importantes e me inspirou a fazer este 
curso, meu avô, Luis Jorge Borges, in 
memoriam, que mesmo não estando mais 
aqui, sua presença continua viva em mim 
e nas minhas conquistas. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço, primeiramente, ao meu avô, Luis Jorge Borges (in memoriam), cuja 
luta corajosa contra o câncer foi a maior inspiração para que eu escolhesse a 
Enfermagem como caminho de vida. Por mais que eu sinta, no fundo do meu coração 
que não pude salvá-lo, carrego comigo o desejo e a missão de através da minha 
profissão, poder salvar muitas outras vidas. Ele será sempre a minha motivação mais 
profunda. 
A minha família, em especial, a minha avó que sempre esteve ao meu lado, me 
apoiando e ao meu pai, que, mesmo diante das desavenças, sempre acreditou em 
mim e nunca hesitou em dizer "sim" para cada uma das minhas ideias. Seu apoio, 
mesmo silencioso às vezes, foi essencial para que eu chegasse até aqui. 
Aos meus professores, minha mais profunda gratidão, não tenho palavras 
suficientes para expressar o quanto foram importantes nesse trajeto. Foram muito 
mais que educadores, foram inspiração, apoio e exemplo. Espero, um dia, ser ao 
menos um terço dos profissionais que vocês são. 
 Em especial, agradeço à minha orientadora Júlia, por sua paciência, dedicação 
e por acreditar no meu potencial mesmo quando eu duvidava de mim. Sua orientação 
foi essencial para a realização deste trabalho. 
Aos meus colegas e amigos, que caminharam ao meu lado, oferecendo força, 
escuta e incentivo nos momentos mais difíceis. Obrigada por não me deixarem desistir 
e por celebrarem comigo cada pequena conquista. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
‘’Em cada gesto de cuidado com a gestante, 
a enfermagem escreve silenciosamente a 
história de uma nova vida’’. 
(Autor desconhecido) 
 
 
 
RESUMO 
O diabetes gestacional é a condição metabólica mais comum durante a gravidez, 
impactando diretamente tanto a saúde da mãe quanto a do bebê. Aproximadamente 
12% das gestantes desenvolvem diabetes gestacional ao longo da gravidez, e cerca 
de 87% dos casos de diabetes diagnosticados são tratados em unidades 
especializadas no acompanhamento de gestantes. A equipe de enfermagem 
desempenha uma função vital ao assegurar um acompanhamento adequado e ao 
incentivar o autocuidado da gestante, esse acompanhamento é fundamental para 
prevenir complicações e promover a saúde durante o pré-natal quanto e pós-parto. 
Esta pesquisa teve como principal objetivo analisar a percepção das gestantes em 
relação ao papel da enfermagem na identificação precoce e no monitoramento eficaz 
do diabetes gestacional. A seguinte pesquisa foi conduzida através de um estudo de 
campo de caráter qualitativo e descritivo, por meio de um questionário que foi aplicado 
as gestantes maiores de idade e que se disponibilizaram a participar, tendo garantidos 
todos os preceitos éticos que envolvem as pesquisas com seres humanos. A análise 
adotada, foi a metodologia sugerida por Bardin. Esta pesquisa foi desenvolvida em 
um centro de referência em saúde de um Município da Região da Campanha do RS. 
O estudo evidencia a importância da enfermagem na identificação precoce e no 
monitoramento contínuo do diabetes gestacional. A atuação qualificada, com foco em 
educação, acolhimento e vigilância, é essencial para a saúde materno-fetal. O 
enfermeiro, especialmente na Atenção Primária, é figura central na promoção do 
autocuidado e adesão ao tratamento. Contudo, foram identificadas falhas nas ações 
educativas coletivas e limitações estruturais nos serviços. A pesquisa aponta a 
necessidade de reforçar a educação em saúde com linguagem acessível e materiais 
adequados. Considera-se que é fundamental valorizar o papel da enfermagem com 
uma abordagem humanizada, educativa e individualizada, sendo necessário apoio de 
políticas públicas para fortalecer esse cuidado no pré-natal. A partir da análise dos 
dados obtidos, foram identificadas falhas na implementação de estratégias coletivas 
de educação em saúde, além de limitações na estrutura dos serviços. Também se 
observou a necessidade de reforçar ações educativas com linguagem acessível, 
materiais de apoio e espaços específicos para o esclarecimento de dúvidas. Os 
resultados apontam que fortalecer a atuação da enfermagem vai além da assistência 
clínica, sendo essencial para garantir um cuidado humanizado, acessível e centrado 
nas necessidades de cada gestante. 
 
Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Diagnostico; Cuidados; Gestante; Enfermeiro. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Gestational diabetes is the most common metabolic condition during pregnancy, 
directly impacting both maternal and fetal health. Approximately 12% of pregnant 
women develop gestational diabetes during pregnancy, and around 87% of diagnosed 
diabetes cases are treated in specialized units dedicated to maternal care. The nursing 
team plays a vital role in ensuring proper follow-up and encouraging self-care among 
pregnant women, which is essential for preventing complications and promoting health 
during both the prenatal and postpartum periods.This research aimed to analyze the 
perception of pregnant women regarding the role of nursing in the early identification 
and effective monitoring of gestational diabetes. The study was conducted through a 
qualitative and descriptive field research, using a questionnaire applied to adult 
pregnant women who voluntarily agreed to participate, with all ethical guidelines 
concerning human research strictly followed. The analysis was carried out using the 
methodology proposed by Bardin. The research was developed in a reference health 
center in a municipality in the Campanha Region of Rio Grande do Sul (RS), Brazil. 
The study highlights the importance of nursing in the early identification and continuous 
monitoring of gestational diabetes. Qualified nursing practice—focused on education, 
support, and constant surveillance—is essential for maternal and fetal health. Nurses, 
particularly in Primary Health Care, play a central role in promoting self-care and 
treatment adherence. However, shortcomings were identified in collective educational 
activities and structural limitations within healthcare services. The research points to 
the need to strengthen health education usingMinistério da Saúde. Caderno de atenção básica: atenção ao pré-natal 
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42 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
 
APÊNDICE A - PROJETO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA REGIÃO DA CAMPANHA 
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE 
GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
 
 
 EMILY MARTINS 
 
 
 
 
 
 
A ENFERMAGEM NA IDETIFICAÇÃO E NO MONITORAMENTO DA 
DIABETES GESTACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BAGÉ 
2024
 
 
 
EMILY MARTINS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A ENFERMAGEM NA IDENTIFICAÇÃO E MONITORAMENTO DO DIABETES 
GESTACIONAL 
 
 
Projeto que tem por finalidade a qualificação da 
pesquisa para o desenvolvimento do Trabalho de 
Conclusão de Curso – TCC, apresentado à banca 
examinadora do Curso de Enfermagem do Centro 
Universitário da Região da Campanha, campus 
Bagé – RS, como requisito parcial para a obtenção 
da titulação de Bacharel em Enfermagem. 
 
Orientadora: Prof.ª Enf.ª Júlia Cunha Dutra 
 
 
 
 
 
 
 
BAGÉ 
2024 
 
 
 
RESUMO 
 
O diabetes gestacional é a condição metabólica mais comum durante a gravidez, 
impactando diretamente tanto a saúde da mãe quanto a do bebê. Aproximadamente 
12% das gestantes desenvolvem diabetes gestacional ao longo da gravidez, e cerca 
de 87% dos casos de diabetes diagnosticados são tratados em unidades 
especializadas no acompanhamento de gestantes. A equipe de enfermagem 
desempenha uma função vital ao assegurar um acompanhamento adequado e ao 
incentivar o autocuidado da gestante, esse acompanhamento é fundamental para 
prevenir complicações e promover a saúde durante o pré-natal quanto e pós-parto. 
Este projeto tem como principal objetivo analisar a percepção das gestantes em 
relação ao papel da enfermagem na identificação precoce e no monitoramento eficaz 
do diabetes gestacional. O seguinte projeto conduzido através de um estudo de 
campo de caráter qualitativo e descritivo, por meio de um questionário que será 
aplicado as gestantes maiores de idade e que se disponham a participar, tendo 
garantidos todos os preceitos éticos que envolvem as pesquisas com seres humanos. 
A análise adotada será a metodologia sugerida por Bardin. Esta pesquisa será 
desenvolvida no Centro de Atenção Materno Infantil Camilo Gomes, na cidade de 
Bagé/RS. 
 
Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Diagnostico; Cuidados; Gestante; Enfermeiro. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Gestational diabetes is the most common metabolic condition during pregnancy, 
directly impacting the health of both the mother and the baby. Approximately 12% of 
pregnant women develop gestational diabetes throughout pregnancy, and 
approximately 87% of diagnosed diabetes cases are treated in units specialized in 
monitoring pregnant women. The nurse plays a vital role in ensuring adequate 
monitoring and encouraging self-care for pregnant women. This monitoring is essential 
to prevent complications and promote health during prenatal care and postpartum. 
This project's main objective is to analyze the perception of pregnant women regarding 
the role of nursing in the early identification and effective monitoring of gestational 
diabetes. The following project is conducted through a field study of a qualitative and 
descriptive nature, using a questionnaire that will be applied to pregnant women of 
legal age and who are willing to participate, ensuring all ethical precepts involving 
research with human beings. The analysis adopted will be the methodology suggested 
by Bardin. This research will be carried out at the Camilo Gomes Maternal and Child 
Care Center, in the city of Bagé/RS. 
Keywords: Diabetes Mellitus; Diagnosis; Care; Pregnant woman; Nurse 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
APSAtenção Primária à Saúde 
CNS Conselho Nacional de Saúde 
DG Diabetes gestacional 
DM2 Diabetes tipo 2 
DMG Diabetes Mellitus Gestacional 
ESF Equipe de Saúde da Família 
MS Ministério da Saúde 
NASF - AB Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica 
NPH Neutral Protamine Hagedorn 
PHPN Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento 
RN Recém nascido 
SBD Sociedade Brasileira de Diabetes 
SEPA Serviço Escola de Psicologia Aplicada 
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
TOTG Teste Oral de Tolerância à Glicose 
UBS Unidade Básica de Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
TABELA 1 – Orçamento..................................................................................26 
TABELA 2 – Cronograma................................................................................27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 8 
1.1 JUSTIFICATIVA .................................................................................................... 9 
1.2 TEMA .................................................................................................................. 10 
1.3 PROBLEMA ........................................................................................................ 10 
1.4 HIPÓTESES ........................................................................................................ 10 
1.5 OBJETIVOS ........................................................................................................ 10 
1.5.1 Objetivo geral ................................................................................................. 10 
1.5.2 Objetivos específicos ..................................................................................... 10 
2 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 11 
2.1 GESTAÇÃO E PRÉ-NATAL..................................................................................11 
2.1.1 Alterações Fisiológicas e Emocionais...........................................................13 
2.1.2 Equipe Multiprofissional.................................................................................14 
2.2 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL...............................................................15 
2.3 EDUCAÇÃO EM SAÚDE......................................................................................18 
3 METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................... 22 
3.1 CARACTERÍSTICA DA PESQUISA .................................................................... 22 
3.2 LOCAL E PERÍODO DO ESTUDO ..................................................................... 22 
3.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO .......................................................................... 22 
3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ........................................................ 23 
3.5 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 23 
3.6 ANÁLISE DE DADOS.......................................................................................... 24 
3.7 RISCOS E BENEFÍCIOS ..................................................................................... 24 
3.8 ASPECTOS ÉTICOS........................................................................................... 25 
4 ORÇAMENTO ........................................................................................................ 26 
5 CRONOGRAMA .................................................................................................... 27 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 28 
APÊNDICES ............................................................................................................. 33 
APÊNDICE A - SOLICITAÇÃO PARA REALIZAÇÃO DA PESQUISA ................... 34 
 
 
 
APÊNDICE B – ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA ..................... 35 
APÊNDICE C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO ........... 37 
APÊNDICE D – SERVIÇO ESCOLA DE PSICOLOGIA APLICADA – SEPA .......... 39 
 
 
 
 
 
8 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O diabetes gestacional (DG) é a condição metabólica mais comum durante a 
gravidez, impactando diretamente tanto a saúde da mãe quanto a do bebê. 
Aproximadamente 12% das gestantes desenvolvem DG ao longo da gravidez, e cerca 
de 87% dos casos de diabetes diagnosticados são tratados em unidades 
especializadas no acompanhamento de gestantes (American Diabetes Association, 
2021). 
O diagnóstico precoce do diabetes gestacional (DG) é crucial, por isso é 
essencial realizar os exames ainda no primeiro trimestre, quando se inicia o pré-natal. 
Identificar alterações nos níveis de glicose permite orientar a gestante sobre os 
cuidados necessários durante a gravidez, ajudando a reduzir os efeitos adversos das 
alterações metabólicas na saúde de ambos. Além disso, o diagnóstico precoce pode 
ajudar a identificar mulheres com maior risco de desenvolver diabetes no futuro 
(Rosset, 2020). 
O desenvolvimento do DG está relacionado ao aumento dos hormônios que 
antagonizam a insulina e que diminui a capacidade do corpo de metabolizar insulina, 
aumentando os níveis de açúcar no sangue. Resultado principalmente do estresse 
provocado pelas mudanças corporais durante a gravidez, além de fatores genéticos e 
ambientais (Sociedade Brasileira de Diabetes, 2019). 
Portanto, é fundamental a realização regular e adequada de um 
acompanhamento tanto do enfermeiro quanto do médico durante todo o pré-natal. 
Essa assistência visa permitir um diagnóstico precoce e o início imediato do 
tratamento para o diabetes gestacional (DG) ou outros distúrbios, ajudando a 
minimizar as complicações para a saúde da mãe e do feto (Barreto et al., 2020). 
O diabetes tipo 2 (DM2) tem se tornado cada vez mais comum, principalmente 
devido aos hábitos de vida da sociedade moderna, que incluem sedentarismo e dietas 
industrializadas. Isso resultou em um aumento no número de mulheres com diabetes 
mellitus, seja pré-existente ou diagnosticado durante a gravidez (Moraes et al., 2020). 
 Embora os métodos para diagnóstico e tratamento estejam bem estabelecidos, 
muitas vezes esses procedimentos não são realizados de maneira precoce ou 
adequada. Isso pode causar atrasos no início do tratamento, prolongando o período 
em que a mãe e o feto ficam expostos à hiperglicemia (Muzy et al., 2021). 
O enfermeiro desempenha uma função vital ao assegurar um 
acompanhamento adequado e ao incentivar o autocuidado da gestante. Esse 
9 
 
 
acompanhamento é fundamental para prevenir complicações e promover a saúde da 
mãe do RN, tanto durante o pré-natal quanto no pós-parto (Pitta, 2019). 
O enfermeiro é responsável por desenvolver um plano de cuidado que identifica 
as necessidades da gestante, solicita exames trimestrais, prescreve medicações 
apropriadas para a gestação, avalia os resultados dos exames e ajusta o atendimento 
conforme as particularidades de cada caso. Oferecendo um atendimento abrangente 
e humanizado (Gomes et al., 2019). 
Além disso, a educação em saúde desempenha um papel crucial em todas as 
consultas, especialmente no contexto do diabetes gestacional. As gestantes 
frequentemente enfrentam situações delicadas que exigem ajustes rápidos e 
rigorosos em sua alimentação e estilo de vida. Assim, é essencial que o enfermeiro 
possua um conhecimento sólido para fornecer informações que facilitem esse 
processo complexo (Jerke et al., 2019). 
Portanto,buscar orientações e capacitações específicas sobre a temática é 
fundamental para garantir um atendimento completo e humanizado, preparando o 
profissional para oferecer o melhor suporte possível nessa fase de acompanhamento 
à gestante, para que não haja complicações como hipertensão gestacional, parto 
prematuro e aumento do risco de diabetes tipo 2 no futuro. Além disso, é fundamental 
trabalhar em conjunto com outros profissionais de saúde para assegurar um 
atendimento coeso e eficiente (Cortez et al., 2023). 
 
1.1 JUSTIFICATIVA 
 A intervenção da equipe de enfermagem desempenha um papel muito importante 
no acompanhamento correto durante a gestação e o pré-natal. É também necessária 
na assistência à mulher gestante com diabetes gestacional, especialmente quando 
essas medidas são adotadas no primeiro ou segundo trimestre da gestação. É de 
extrema importância para o feto e futuramente recém-nascido (RN) que haja o 
diagnóstico precoce, nas primeiras semanas da gestação, diminuindo assim os riscos 
de DMG (Mariano et al., 2021). 
 As gestantes devem estar cientes do processo de DG, do seu diagnóstico e das 
suas complicações. Ressalta-se também a importância não só do acompanhamento 
do enfermeiro quanto o comparecimento da gestante nas consultas de enfermagem 
para que com isso os enfermeiros possam criar e realizar um pré-natal adequado, 
facilitando a identificação dos agravos que podem surgir durante a DG. 
10 
 
 
 
1.2 TEMA 
A Enfermagem na Identificação e Monitoramento do Diabetes Gestacional 
 
1.3 PROBLEMA 
Qual a percepção das gestantes em relação ao papel do enfermeiro na 
identificação e monitoramento precoce da diabetes gestacional? 
 
1.4 HIPÓTESES 
Gestantes que apresentam comorbidades como obesidade e hipertensão, estão 
mais propensas ao desenvolvimento de DMG. 
A frequência das medições de glicemia pela equipe de enfermagem resulta em 
controle mais eficaz dos níveis de glicose, diminuindo as complicações; 
Pacientes que participam de atividades de educação em saúde, apresentam 
melhor adesão e resposta as orientações; 
O medo da perda gestacional impacta positivamente na adesão das pacientes aos 
exames de diagnóstico e controle. 
 
1.5 OBJETIVOS 
 
1.5.1 Objetivo geral 
 Analisar a percepção das gestantes em relação ao papel da enfermagem na 
identificação precoce e no monitoramento eficaz do diabetes gestacional. 
 
1.5.2 Objetivos específicos 
Caracterizar os participantes da pesquisa; 
Analisar a percepção das gestantes quanto ao monitoramento da glicemia e o 
controle da diabetes no pré-natal; 
Investigar a educação e o apoio fornecidos pela equipe de enfermagem às 
gestantes com diabetes gestacional; 
Averiguar as percepções das pacientes quanto os riscos e complicações do 
diabetes gestacional. 
 
 
11 
 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
2.1 GESTAÇÃO E PRÉ-NATAL 
A gestação provoca mudanças significativas no organismo da mãe, é um 
período marcado por transformações fisiológicas, físicas e psicológicas na vida da 
mulher. Essas mudanças, no início, são causadas pelos hormônios produzidos pelo 
corpo lúteo e pela placenta, e a partir do segundo trimestre também estão 
relacionadas ao crescimento do útero. As alterações mais importantes na fisiologia da 
gestante envolvem os sistemas cardiovascular, respiratório e gastrointestinal, além de 
afetarem o metabolismo e o sistema hematológico (Alves, 2020). 
A gestação é dividida em três trimestres. No primeiro trimestre, ocorre a 
fecundação e o estabelecimento do embrião no útero, iniciando o desenvolvimento 
das primeiras camadas dos órgãos. Ao final desse período, o embrião começa a tomar 
forma. No segundo trimestre, o feto já desenvolveu completamente todos os seus 
órgãos. No terceiro, o feto ganha peso e altura, enquanto a mãe se prepara para o 
parto. Durante toda a gestação, é essencial que a mulher mantenha hábitos saudáveis 
para garantir o bom desenvolvimento do feto (Montenegro; Rezende, 2019) 
A gravidez provoca alterações no corpo da mãe que podem chegar ao limite do 
patológico, impondo uma carga significativa tanto física quanto psicológica. Se a 
gestante não receber o acompanhamento adequado, pode haver a sobreposição de 
condições patológicas preexistentes, transformando o processo reprodutivo em uma 
situação de risco para a mãe e o feto (Fonseca et al., 2021). 
No ano de 2000, o Ministério da Saúde (MS) fundou o Programa de 
Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN). Este programa tem como objetivo 
reduzir a mortalidade materna e perinatal, proporcionando uma assistência de 
qualidade e humanizada desde o parto até o puerpério (Lima et al., 2019). 
De acordo com o Programa de Humanização no pré-natal e nascimento, 
recomenda-se que a gestante realize pelo menos 6 (seis) consultas pré-natais, 
distribuídas da seguinte forma: uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre 
e três no terceiro trimestre. Também é importante lembrar da consulta puerperal, que 
deve ocorrer até quarenta e dois dias após o parto. Durante as consultas, são 
realizados exames, vacinas, tratamentos para eventuais alterações, além de ações 
de prevenção e diagnóstico de câncer de mama e de colo do útero, bem como 
encaminhamentos necessários (Brasil, 2013). 
12 
 
 
O pré-natal tem como objetivo atender, acolher e garantir as necessidades da 
mulher desde o início até o final da gestação. Ele assegura o acompanhamento 
contínuo, o desenvolvimento e a avaliação de todos os aspectos da gravidez, visando 
um parto seguro e um recém-nascido saudável, sem comprometer a saúde da mãe. 
Além disso, promove o bem-estar físico, mental e a saúde durante toda a gravidez 
(Lima et al., 2019). 
O acompanhamento pré-natal é crucial durante a gestação para identificar 
possíveis patologias maternas e fetais, prevenir o surgimento de novas condições e 
tratar aquelas já existentes. Quando realizado de maneira adequada, o pré-natal pode 
diminuir a morbidade e mortalidade materno-infantil, pois a detecção precoce dos 
riscos gestacionais possibilita orientações e encaminhamentos apropriados em cada 
fase da gravidez (Marques et al., 2020). 
É dever do enfermeiro orientar as mulheres sobre a importância do pré-natal, 
da amamentação e da alimentação adequada. O enfermeiro é responsável por realizar 
consultas de pré-natal, solicitar exames conforme os protocolos, realizar exames 
físicos, como o teste das mamas e a coleta de citologia cervical, quando necessário. 
Além disso, é essencial que haja a identificação de gestantes com sinais de alerta ou 
de alto risco e encaminhá-las rapidamente para o pré-natal de alto risco (Carpes et 
al., 2019). 
No âmbito desse programa, cada gestante tem o direito a um atendimento 
humanizado, seguro e de qualidade durante a gestação, o parto e o puerpério, 
conforme as diretrizes estabelecidas pela prática médica. Além disso, cada recém-
nascido tem direito a uma assistência neonatal igualmente humanizada e segura. Para 
garantir isso, é necessário realizar consultas regulares de pré-natal e pediátricas, além 
de exames laboratoriais, de imagem, vacinação, avaliação de risco gestacional e 
atividades educativas para as gestantes (Cardoso et al., 2019). 
As seis consultas de acompanhamento no pré-natal são oferecidas 
gratuitamente pelo MS, porém nem todas as gestantes frequentam as consultas 
marcadas, seja pela incompreensão da real importância desse acompanhamento ou 
pela falta de comprometimento (Carvalho; Cerqueira, 2020). 
É importante que o profissional forneça durante o pré-natal orientações 
detalhadas sobre o trabalho de parto. Essas informações são essenciais para evitar 
comportamentos que possam aumentar a ansiedade, o medo e a insegurança durante 
o parto. Além disso, essas orientações ajudam a gestante a tomar decisões de forma 
13 
 
 
autônoma, sem ser influenciada em relação ao que diz respeito ao seu próprio corpo. 
Encontros regularessão fundamentais para esclarecer dúvidas e garantir que 
possíveis conflitos não impactem negativamente esse momento especial do 
nascimento do bebê (Carvalho; Cerqueira, 2020). 
Segundo o MS, é permitido que o enfermeiro realize o acompanhamento 
completo do pré-natal de risco habitual. O enfermeiro é um profissional qualificado o 
suficiente para implementar estratégias de promoção da saúde, prevenção de 
doenças e cuidados humanizados. Para isso, ele desenvolve um plano de assistência 
durante as consultas de pré-natal, com base nas necessidades identificadas e 
priorizadas, definindo as intervenções necessárias, fornecendo orientações e 
encaminhando a gestante para outros serviços quando necessário (Sehnem et al., 
2020). 
 
2.1.1 Alterações Fisiológicas e Emocionais 
Durante o período da gestação existem muitas modificações no organismo 
materno que tem como finalidade adaptar-se às necessidades orgânicas materno-fetal 
e do parto. Essas modificações acontecem a partir no segundo trimestre são 
resultantes de ações hormonais, resultante do corpo lúteo e da placenta (De Oliveira 
et al., 2020). 
Emoções estão presentes em qualquer processo humano comum, e durante a 
gestação, devido à responsabilidade da mãe com o ciclo gestacional, surge uma carga 
emocional significativa. Isso faz com que os sentimentos se tornem mais intensos, 
levando as gestantes a manifestarem essas emoções de forma mais acentuada. 
Essas emoções, sejam positivas ou negativas, podem ou não se tornar patológicas, 
dependendo da intensidade com que são vivenciadas (Gomes et al., 2020). 
A gestação, dura aproximadamente 41 semanas até o parto, é um período de 
formação de um novo ser. Esse período é caracterizado por modificações no estilo de 
vida da mulher, impactando também a vida pessoal, a relação do casal, podendo lhes 
causar um certo desequilíbrio no relacionamento. Este desequilíbrio parte das 
modificações fisiológicas e psicológicas que acometem a mulher neste período, logo 
há mudanças hormonais e físicas que interferem diretamente na autoestima e libido 
da mulher (Ferreira et al., 2021). 
O estresse se manifesta no dia a dia, sendo visível nas interações cotidianas. 
Ele está relacionado às mudanças que ocorrem durante a gestação e aos diversos 
14 
 
 
desafios que surgem em função dos papéis sociais, especialmente com o aumento da 
carga e da responsabilidade da mãe durante esse período (Gomes et al., 2020). 
Em algumas mulheres, a ansiedade pode se manifestar de maneira intensa, 
revelando-se em preocupações excessivas e/ou em um estado de tensão, 
insatisfação, insegurança, incerteza e medo em relação à maternidade (Chemello et 
al., 2021). 
 A ansiedade materna é identificada como uma emoção comum e um dos 
impactos mais recorrentes nas gestantes. Isso a torna um fator que prejudica a 
comunicação entre mãe e bebê, além de afetar a capacidade da mãe de atender às 
necessidades da criança. O estresse pode resultar em complicações como baixo peso 
ao nascer, aborto espontâneo e maior risco de prematuridade, além de provocar 
alterações neurológicas, imunológicas e outras condições patológicas, afetando tanto 
a mãe quanto o bebê durante a gestação (Gomes et al., 2020). 
 
2.1.2 Equipe Multidisciplinar 
O trabalho em equipe multiprofissional foi definido como uma forma de 
colaboração coletiva, na qual profissionais de diversas áreas do conhecimento 
interagem reciprocamente através de suas intervenções técnicas. Esse tipo de 
trabalho é baseado na comunicação e na cooperação entre os membros da equipe. 
Portanto, é essencial discutir a importância dessa colaboração entre diferentes áreas 
profissionais e como essa interação impacta a qualidade do atendimento oferecido 
aos pacientes que utilizam esses sistemas (Ávila; Da Costa, 2020). 
O atendimento às gestantes deve ir além dos consultórios, envolvendo não 
apenas a Equipe da Saúde da Família (ESF), mas também todo o grupo, incluindo o 
Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB), (Rocha et al., 
2021). 
O NASF-AB é constituído por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar que 
complementa as equipes que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS). Dessa 
forma, os profissionais do Nasf-AB colaboram com as equipes de Saúde da Família 
(ESF) na atenção integral durante o pré-natal, participando de discussões de casos, 
visitas domiciliares e atividades de educação permanente (Franco et al.,2020). 
A estratégia multiprofissional durante o pré-natal promove a humanização e a 
integralidade do atendimento, melhorando a qualidade de vida da gestante. Ao final 
da gravidez, inicia-se o trabalho de parto. Após essa experiência, a mulher entra no 
15 
 
 
puerpério, um período em que seu corpo passa por adaptações para retornar ao 
estado anterior à gestação. O puerpério é uma fase única, marcada por 
transformações anatômicas, fisiológicas e psicossociais, tornando essencial a 
continuidade do cuidado multidisciplinar e o acompanhamento integral da mulher e do 
recém-nascido (Bortolato-Major, 2021). 
Durante a gestação e o parto, ocorrem mudanças que exigem uma adaptação 
à chegada de um novo membro na família. Por isso, é fundamental desenvolver ações 
preventivas e de promoção da saúde, principalmente na Atenção Básica. Além disso, 
a participação e o comprometimento de uma equipe integrada, juntamente com os 
serviços de atenção secundária e terciária, são essenciais (Marques, 2020). 
No final da gravidez, inicia-se o trabalho de parto, caracterizado por contrações 
uterinas eficazes e rítmicas que promovem a dilatação e o afinamento do colo do 
útero. Após o parto, a mulher entra no período do puerpério, quando seu corpo passa 
por um processo de retorno ao estado pré-gestacional. O puerpério é um período 
único, com mudanças anatômicas e fisiológicas significativas, além de questões 
psicossociais. Por isso, é essencial continuar o cuidado multidisciplinar e o 
acompanhamento integral tanto da mulher quanto do recém-nascido (Bortolato-Major, 
2021). 
 
2.2 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL 
A diabetes mellitus (DM) é um distúrbio endócrino caracterizado por níveis 
elevados de glicose no sangue, conhecidos como hiperglicemia, que são superiores 
a 100 mg/dL em jejum. Essa condição pode ser causada pela deficiência de insulina 
(Araújo et al., 2020). 
A DM pode resultar da deficiência na produção e/ou liberação de insulina pelo 
pâncreas ou da resistência das células a esse hormônio, sendo classificada em tipo 1 
ou tipo 2. A DM tipo 1 geralmente afeta crianças e adolescentes e é considerada um 
dos tipos mais graves. Por outro lado, a DM tipo 2 é uma doença multifatorial que 
compromete a qualidade de vida dos indivíduos afetados, caracterizando-se 
fisiologicamente pela resistência das células à insulina, associada a uma falha na 
secreção deste hormônio pelo pâncreas (Rodrigues et al., 2019). 
O rastreamento do diabetes mellitus gestacional (DMG) deve ser realizado a 
partir da 24ª semana de gestação, através da medição dos níveis de glicose no 
sangue em jejum. O diagnóstico pode ser confirmado por meio do Teste Oral de 
16 
 
 
Tolerância à Glicose (TOTG), que avalia a resposta do organismo à sobrecarga de 
glicose. Esse teste inclui a coleta de amostras de glicose no plasma após um jejum 
de pelo menos 8 horas, geralmente no segundo trimestre da gravidez. Além disso, 
gestantes com alto risco de desenvolver DMG podem passar por uma triagem precoce 
já na primeira consulta do pré-natal (Fernandes CN et al., 2020). 
O diagnóstico relevante que deve ser diferenciado do DMG é o de Diabetes 
Mellitus diagnosticado durante a gestação. Nesse caso, a mulher já apresentava 
diabetes, embora sem diagnóstico prévio, e durante a gravidez desenvolve 
hiperglicemia com níveis de glicose que atingem os critérios para diabetes fora do 
contexto da gestação, conforme os parâmetros da Organização Mundial da Saúde 
(Silvaet al., 2021) 
Apesar de que o Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) normalmente se resolva 
após o parto, ele pode ter efeitos duradouros sobre a saúde materna. Durante a 
gestação, mulheres com DMG apresentam maior risco de desenvolver hipertensão 
gestacional, pré-eclâmpsia e de necessitar de cesariana. A longo prazo, evidências 
consistentes mostram uma forte relação entre o DMG e o desenvolvimento posterior 
de diabetes tipo 2, hipertensão, dislipidemia, disfunção vascular, aterosclerose e 
outros fatores de risco cardiovascular na mãe (Alesi et al., 2021). 
Os fatores de risco para o desenvolvimento da DMG são: idade materna 
avançada, obesidade, sobrepeso ou ganho excessivo de peso na gestação atual, 
deposição central excessiva de gordura corporal, história familiar de diabetes em 
parentes de primeiro grau, crescimento fetal excessivo, polidramnia, hipertensão ou 
pré-eclâmpsia na gestação atual, antecedentes obstétricos de abortamentos de 
repetição, malformações, morte fetal ou neonatal, macrossomia, síndrome de ovários 
policísticos, baixa estatura (menos de 1,5 m) (Zajdenverg, 2023). 
 A primeira opção para o tratamento de diabetes deve ser a dieta individualizada 
e atividades físicas. Recomenda-se exercícios aeróbicos seguros e de baixo impacto, 
como caminhadas e natação, realizados com intensidade leve a moderada, por 30 a 
45 minutos, três vezes por semana, para que haja uma prática adequada de atividade 
física. A dieta deve ser planejada com o objetivo de manter um bom controle 
metabólico, garantindo uma nutrição adequada tanto para a mãe quanto para o feto 
(Bozatski, 2019). 
É extremamente importante que o tratamento seja iniciado quanto antes após 
o diagnostico, pois assim diminuem as chances de complicações para o feto. A 
17 
 
 
diabetes mellitus mal controlada na gestação causa muitas complicações como: 
aborto espontâneo, malformações fetais, pré-eclâmpsia, natimortalidade, 
macrossomia, hipoglicemia e hiper bilirrubinemia neonatais (Zajdenverg,2023). 
Quando o controle da glicemia através da dieta e da prática de exercícios físicos 
não são suficientes é indicado a insulinoterapia. Na atualidade, existem diferentes 
tipos de insulina, que variam em relação ao tempo de ação no organismo. No entanto, 
no caso de gestantes, ainda não há um consenso sobre um protocolo padrão para o 
uso de insulina. A escolha do esquema terapêutico é personalizada, considerando 
fatores como características individuais, taxa de obesidade e grau de hiperglicemia, 
sendo o tratamento medicamentoso sempre sujeito à avaliação médica (Martins; Brati, 
2021). 
 O tratamento farmacológico é iniciado quando a gestante não atinge o controle 
glicêmico em duas semanas. A recomendação da Sociedade Brasileira de Diabetes é 
o uso da insulinoterapia subcutânea, com as insulinas Neutral Protamine Hagedorn 
(NPH) e sendo as mais comuns. No entanto, o uso da insulina pode ser complicado e 
menos aceito pelas pacientes. Embora alguns especialistas às recomendem a 
suspensão dos antidiabéticos orais, outros os veem como uma alternativa viável, 
destacando principalmente a glibenclamida e a metformina. Recentemente, ambas 
demonstraram eficácia comparável à insulina (Rodrigues et al., 2019). 
A insulina é um hormônio essencial para controlar os níveis de glicose no 
sangue. O corpo depende desse hormônio para utilizar a glicose dos alimentos como 
fonte de energia, transportando-a para dentro das células. Produzida pelo pâncreas, 
a insulina previne o excesso de glicose no sangue. Quando ela está ausente ou 
insuficiente, a glicose não consegue ser absorvida pelas células, o que causa seu 
acúmulo na corrente sanguínea e pode levar ao desenvolvimento de diabetes mellitus 
(Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD). Diretrizes da Sociedade Brasileira de 
Diabetes, 2020). 
Assim como ocorre no rastreamento e diagnóstico, os valores considerados 
adequados para o controle glicêmico podem variar ligeiramente conforme a fonte 
consultada. As referências incluem: glicemia de jejum entre 60 mg/dL e 90 mg/dL, 65 
mg/dL e 95 mg/dL, ou até entre 80 mg/dL e 110 mg/dL; glicemia pós-prandial (1h após 
a refeição) entre 100 mg/dL e 120 mg/dL, ou até 140 mg/dL; e 2h após a refeição, até 
120 mg/dL ou 155 mg/dL. Vale destacar que, em mulheres com risco aumentado de 
18 
 
 
hipoglicemia, esses alvos devem ser ajustados para glicemia de jejum até 99 mg/dL e 
ao deitar entre 80 mg/dL e 120 mg/dL (Organização Pan Americana de Saúde,2019). 
 O rastreamento para a percepção da doença é obrigatório, sendo assim o 
cuidado à gestante com Diabetes Mellitus Gestacional (DMG) deve ser iniciado desde 
a primeira consulta de pré-natal. Avaliações constantes e rigorosas realizadas pelo 
profissional de saúde, com o objetivo de identificar qualquer alteração, devem ser 
mantidas ao longo de toda a gestação e finalizadas seis semanas após o parto (Dias, 
2019). 
A enfermagem orienta as gestantes sobre o tratamento proposto, oferecendo 
suporte emocional e incentivando a continuidade do tratamento, desempenhando um 
papel fundamental nas ações de promoção durante o pré-natal. Assim, as ações 
realizadas pelos enfermeiros têm como objetivo reduzir a mortalidade materna e fetal 
diante das complicações que podem surgir durante a gestação e no pós-parto em 
decorrência do Diabetes Mellitus Gestacional (De Deus et al., 2022). 
Nessa perspectiva, a assistência à mulher durante o período gestacional deve 
ser realizada com a sensibilização das equipes de saúde, a fim de incentivar as 
gestantes a se manterem ativas no pré-natal, utilizando estratégias que promovam 
sua participação e atenção ao autocuidado. Nos casos que exigem um 
acompanhamento mais frequente, consultas adicionais devem ser realizadas, 
considerando a saúde materno-fetal (Brasil, 2022). 
 
2.3 EDUCAÇÃO EM SAÚDE 
A educação em saúde é um aspecto fundamental nas atividades das equipes 
de saúde. Sua abordagem evoluiu ao longo do tempo, influenciada por contextos 
históricos e políticos. Na segunda metade do século 19, surgiu como uma estratégia 
autoritária e regulatória, utilizando práticas coercitivas e atribuindo a origem das 
doenças à falta de observância das normas de higiene pela população. Depois, em 
meados do século 20, passou a ter uma perspectiva positivista, baseada no modelo 
biológico, focando em informar a população sobre normas para o bem-estar físico, 
mental e social, incentivando-a a assumir a responsabilidade por sua própria saúde 
(Brasil, 2017). 
 A partir das décadas de 1960 e 1970, com o movimento pela reforma sanitária 
no Brasil, a educação em saúde começou a incluir a discussão sobre os determinantes 
sociais da saúde e os princípios da educação popular de Paulo Freire, propondo 
19 
 
 
soluções através da problematização para transformar a realidade. A Educação em 
Saúde é uma abordagem que fortalece o cuidado de enfermagem ao integrar 
atividades educativas na atenção ao paciente, utilizando os recursos disponíveis nos 
serviços de saúde, tanto públicos quanto privados. Essas ações são essenciais para 
promover a qualidade de vida e auxiliar no desempenho das atividades diárias das 
pessoas (Fittipaldi et al., 2021). 
 A promoção da saúde é eficaz para promover a saúde e incentivar o autocuidado 
em indivíduos e comunidades. Ela altera o modelo tradicional de ensino, que antes 
era mais centrado na transmissão de conhecimento, e passa a seguir o princípio de 
que as ações educativas promovem a autonomia das pessoas em relação aos 
cuidados com a saúde, mesmo quando não estão sob supervisão de profissionais. A 
enfermagem assume um papel crucial nas práticas educativas voltadas à saúde da 
população, fundamentando suas ações nas demandas sociais da comunidade 
(Moreira et al., 2019). 
 Ao definir educação em saúde, é essencial destacar suas diferentes 
abordagens. Tradicionalmente, ela évista como parte da saúde pública, voltada para 
a promoção da saúde e a prevenção de doenças. Também é considerada como um 
processo de transmissão de conhecimento, que Paulo Freire descreveu como 
educação bancária, onde o aluno atua como um mero espectador, recebendo 
informações sem contextualização ou reflexão crítica. Além disso, deve ser entendida 
pela população como um apoio na compreensão das causas das doenças, assim 
como na sua prevenção e superação (Carvalho et al., 2019). 
 Ao integrar na sua rotina profissional práticas pedagógicas, o enfermeiro busca 
transmitir ou ensinar cuidados de saúde com base no relato de problemas, 
experiências e comportamentos vividos diariamente pelo paciente e/ou seus 
familiares. Dessa forma, o compartilhamento de conhecimento com o enfermeiro 
fortalece o vínculo com o paciente e/ou familiares, além de incentivar mudanças nas 
práticas diárias, promovendo a saúde (Da Costa, 2020). 
 As gestantes se sentem mais seguras quando acompanhadas por enfermeiros 
obstetras. As ações desenvolvidas por esses profissionais ao longo da gestação, 
como oferecer conselhos, responder dúvidas e fornecer esclarecimentos, são 
fundamentais para uma assistência adequada nesse período. Isso reforça a 
importância de manter uma relação estreita com a comunidade para garantir uma 
orientação em saúde de qualidade. As ações educativas na área da saúde também 
20 
 
 
envolvem os acompanhantes, ampliando as ações para atingir mais pessoas e 
transformá-las em multiplicadores do conhecimento adquirido, sempre sob a liderança 
do enfermeiro que coordena a equipe multidisciplinar (Pereira et al., 2020). 
A orientação em saúde por meio de reuniões permite a utilização de técnicas e 
ações adaptadas para aprimorar a qualidade de vida do público-alvo, 
complementando a assistência prestada. Esse formato de ação educativa é 
importante para esclarecer dúvidas e contribuir para o aumento do conhecimento 
sobre diversos aspectos relacionados ao cuidado com a saúde. A liderança do 
enfermeiro na equipe de saúde coloca esse profissional em posição de destaque no 
planejamento das ações, mas é fundamental ressaltar a importância da organização 
do trabalho em equipe, respeitando a autonomia e independência de cada categoria 
profissional (Pinto, 2019). 
 A importância do planejamento e da execução de ações contínuas de promoção, 
prevenção e educação em saúde no ambiente escolar é fundamental. Essas ações 
devem ser fundamentadas na atuação multiprofissional, na qual o enfermeiro 
desempenha um papel ativo, realizando um trabalho colaborativo e transformador. A 
implementação do processo de educação em saúde deve ser vista como uma 
estratégia preventiva e social, com o objetivo de provocar mudanças nos 
comportamentos e atitudes dos adolescentes em relação às realidades e temáticas 
abordadas (Da Costa, 2020). 
 Para isso, é essencial oferecer informações de maneira acessível, utilizando 
uma linguagem próxima ao público, além de promover rodas de conversa para a troca 
de experiências e outras alternativas eficazes que contribuam para a promoção da 
saúde e a qualidade de vida dessa população, fazendo assim de maneira eficaz e 
correta a disseminação de uma educação em saúde de qualidade (Ribeiro, 2019). 
 Planejar é fundamental para o sucesso das ações de educação em saúde, pois 
há fatores que tanto favorecem quanto dificultam esse processo. Entre os facilitadores 
estão a eficiência da gestão municipal e da unidade de saúde, o empenho da equipe 
multidisciplinar, o interesse dos usuários pelas ações educativas e a satisfação dos 
profissionais com seu trabalho. Já os obstáculos incluem problemas na gestão 
municipal, equipes multiprofissionais reduzidas, infraestrutura inadequada, falta de 
recursos materiais e o desinteresse dos usuários. Esses fatores podem atuar como 
oportunidades ou desafios para a educação e a promoção da saúde (Pinto, 2019). 
21 
 
 
3 METODOLOGIA DE PESQUISA 
 
 
3.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 
 A pesquisa atual será conduzida através de um estudo de campo de caráter 
qualitativo e descritivo. O principal objetivo é analisar a percepção das gestantes em 
relação ao papel da enfermagem na identificação precoce e no monitoramento eficaz 
do diabetes gestacional. 
 A pesquisa qualitativa no ambiente acadêmico busca entender as razões que 
explicam eventos, fatos, fenômenos, comportamentos ou tendências. Normalmente, 
trabalha com uma amostra reduzida e utiliza diferentes técnicas de coleta de dados, 
como grupos focais, entrevistas, análise documental, observações sistemáticas e 
relatos escritos ou orais. Esses métodos auxiliam na formulação de hipóteses sobre 
um problema de pesquisa, oferecendo uma compreensão mais profunda e 
interpretativa dos dados obtidos (Cusati et al., 2024). 
 A pesquisa descritiva é utilizada para observar, registrar e examinar resultados 
de forma detalhada. Esse tipo de estudo adota métodos padronizados para a coleta 
de dados e para a observação sistemática, assegurando uma análise estruturada e 
consistente das informações coletadas (Gil, 2021). 
 
3.2 LOCAL E PERÍODO DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA 
 A pesquisa será desenvolvida no Centro de Atenção Materno Infantil Camilo 
Gomes, na cidade de Bagé, RS, localizado na Rua Fabrício Pilar, 1201, Bairro Centro. 
Será desenvolvida nos meses abril e maio, mediante solicitação de realização da 
pesquisa à Secretaria Municipal de Saúde e Atenção à Pessoa com Deficiência 
(APÊNDICE A), e somente após autorização, se realizará a coleta de dados. 
 
3.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO 
 As participantes do estudo serão as gestantes do Centro de Atenção Materno 
Infantil Camilo Gomes que aceitarem participar do estudo, que concordem em ser 
gravadas, que sejam maiores de idade e consideradas legalmente capazes. As 
participantes da pesquisa serão identificadas como "E", seguidos de um número 
sequencial correspondente à entrevista. Para estabelecer o total de entrevistadas, 
será utilizada a técnica de saturação teórica. 
22 
 
 
 A saturação teórica é alcançada quando novas entrevistas não trazem 
informações adicionais relevantes, ou quando os dados obtidos já preencheram as 
lacunas existentes no conhecimento, permitindo a interpretação do fenômeno e a 
ligação entre as categorias analíticas (Gallo et al., 2024). 
 
3.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 
 
3.4.1 Inclusão 
 Será incluída na pesquisa, toda gestante que esteja em acompanhamento de 
pré-natal na Unidade, que tenha sido diagnosticada com Diabetes Mellitus 
Gestacional na gestação atual, desde que demonstre interesse em participar da 
pesquisa, sejam maiores de idade e legalmente capazes, e que concordem com a 
gravação da entrevista e com os termos do consentimento livre e esclarecido. 
 
3.4.2 Exclusão 
 Não serão incluídas na pesquisa as gestantes que não aceitarem realizar e/ou 
não aceitarem os termos apresentados, as menores de idade, as pacientes com 
dificuldade de estabelecer comunicação verbal e gestantes que não apresentam 
diabetes gestacional, bem como aquelas que ao longo da entrevista demonstrem 
interesse, a qualquer tempo, pela autoexclusão. 
 
3.5 COLETA DE DADOS 
 As participantes receberão orientações claras sobre a natureza da pesquisa, o 
tema a ser explorado e seus objetivos. Será destacado o compromisso com a 
confidencialidade e a proteção da privacidade das entrevistas e das informações 
fornecidas. Os participantes serão corretamente informados sobre a necessidade de 
assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (Apêndice B), a participação 
deles na pesquisa será completamente voluntária, sem qualquer tipo de pressão ou 
influência exercida pelo pesquisador. 
 Como instrumento da pesquisa será utilizada uma entrevista, a qual é uma 
ferramenta utilizada para a coleta de dados empesquisas qualitativas, sendo 
amplamente aplicada em estudos de campo para compreender diversos fenômenos. 
Ela se destaca como uma técnica de interação social dinâmica, flexível e criativa, 
23 
 
 
permitindo que o participante e o pesquisador colaborem na construção conjunta de 
uma interpretação do fenômeno investigado (OLIVEIRA et al., 2023). 
 
3.6 ANÁLISE DOS DADOS 
 A análise adota a metodologia sugerida por Bardin. Nesse trabalho, Bardin 
detalha como a análise de conteúdo pode ser aplicada a diversas fontes de 
informações, propondo três etapas principais: a pré-análise, a exploração do material, 
e o tratamento dos resultados, inferência e interpretação. A fase inicial de 
organização, embora intuitiva, tem como objetivo tornar as ideias iniciais operacionais 
e sistematizadas, resultando em um plano claro para as próximas etapas. Essa fase 
geralmente envolve três tarefas principais: selecionar os documentos a serem 
analisados, definir as hipóteses e objetivos, e criar indicadores que sustentem a 
interpretação final (Bardin, 2016). 
 Na segunda etapa, realiza-se a análise do material, na qual o pesquisador 
identifica categorias e examina os elementos que constituem um grupo específico. 
Além disso, ele realiza reagrupamentos por analogia, empregando métodos 
previamente definidos para auxiliar na formulação das conclusões (Bardin, 2016). 
 Por fim, a terceira etapa consiste no tratamento e interpretação dos dados 
brutos. Nessa fase, os dados são organizados de maneira a se tornarem relevantes e 
apropriados para a análise, possibilitando ao pesquisador apresentar os resultados 
sob diferentes perspectivas (Bardin, 2016). 
 
3.7 RISCOS E BENEFÍCIOS 
 
3.7.1 Riscos 
O atual estudo não acarretará riscos físicos, pois não envolve procedimentos 
dolorosos, manipulação de materiais biológicos ou experimentos com seres humanos. 
 As participantes poderão responder às perguntas de forma total ou parcial, 
sem que isso lhes cause qualquer prejuízo. Caso alguma participante, eventualmente, 
apresente algum tipo de desconforto ou dano psicológico, este será encaminhado ao 
Serviço Escola de Psicologia Aplicada (SEPA) (APÊNDICE D) para receber o devido 
atendimento, caso ocorra o desenvolvimento de possíveis transtornos psicológicos. 
 
24 
 
 
3.7.2 Benefícios 
 Esta pesquisa contribuirá para a busca de estratégias que enfrentem os desafios 
enfrentados pelas mulheres na realização dos exames de rastreamento do diabetes 
gestacional. Ao enfatizar a importância da enfermagem no acolhimento, 
esclarecimento de dúvidas e orientação sobre tratamentos, o projeto poderá ajudar a 
melhorar o acesso e a adesão aos exames. Como benefícios esperados, espera-se 
uma redução na morbidade e mortalidade relacionadas à doença, além de uma 
melhoria na qualidade de vida das mulheres que recebem um diagnóstico precoce. 
 
3.8 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA 
 A Resolução CNS n. 466/12 estabelece que “o respeito à dignidade humana 
exige que toda pesquisa seja conduzida com o consentimento livre e esclarecido dos 
participantes, sejam eles indivíduos ou grupos, que devem manifestar sua 
concordância por meio de si mesmos e/ou de seus representantes legais para 
participar da pesquisa.” (Brasil,2012). 
 Conforme a resolução. a pesquisa que envolve seres humanos é definida como 
aquela que "individual ou coletivamente, tenha como participante o ser humano, em 
sua totalidade ou partes dele, e o envolva de forma direta ou indireta, incluindo o 
manejo de seus dados, informações ou materiais biológicos". Assim, fica claro que 
todas as pesquisas que envolvem seres humanos, devem ser acompanhadas pelo 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Brasil,2012). 
 Ao considerar que a ética na pesquisa demanda respeito à integridade do 
indivíduo e a proteção dos participantes, a Resolução Nº 510/2016 estabelece que o 
consentimento e assentimento livre e informado devem ser baseados na confiança 
mútua entre pesquisador e participante, mantendo um diálogo aberto para perguntas 
e esclarecimentos. Esse consentimento pode ser concedido ou registrado em 
qualquer fase da pesquisa e pode ser retirado a qualquer momento, sem prejuízo ao 
participante (Brasil, 2016). 
 
 
 
 
25 
 
 
4 ORÇAMENTO 
 
Os custos orçamentários relacionados aos gastos para o desenvolvimento 
desta pesquisa estão apresentados na (Tabela 1). O orçamento será financiado pela 
pesquisadora responsável por este estudo. 
 
Tabela 1 - Orçamento do Projeto e do Trabalho de Conclusão de Curso. 
Recursos 
materiais 
Valor unitário Quantidade Total 
Internet R$ 85,00 10 R$ 850,00 
Impressão R$ 0,50 100 R$ 50,00 
Encadernação R$ 5,00 2 R$ 10,00 
Deslocamento R$ 230,00 10 R$ 2300,00 
Total R$ 3.210,00 
Fonte: Autora desta pesquisa. 
 
 
 
 
26 
 
 
5 CRONOGRAMA 
 
Abaixo, no (Quadro 1) apresento o cronograma, que delineia a execução do 
Projeto e do Trabalho de Conclusão de Curso, permitindo o acompanhamento do 
progresso das ações de pesquisa. Além disso, tem como finalidade verificar se o 
desempenho está alinhado e se o estudo se mantém dentro dos prazos estipulados 
para sua realização. 
 
Quadro 1 - Cronograma do Projeto e do Trabalho de Conclusão de Curso. 
ETAPAS Ago Set Out Nov Dez Mar Abr Mai Jun Jul 
Elaboração 
teórica do 
projeto 
X X X X 
Revisão de 
literatura 
X X X X X 
Qualificação 
do projeto à 
banca 
examinadora 
 X 
Coleta de 
dados 
 X X 
 Análise de 
dados 
 X X 
Defesa do 
TCC 
à banca 
examinadora 
 X 
Fonte: Autora desta pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
27 
 
 
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com diabetes gestacional. 2019. 54 f. Trabalho de Conclusão de Curso 
(Graduação em Enfermagem) – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia, 
Santo Antônio de Jesus, 2019. 
 
31 
 
 
RIBEIRO, Bárbara Caroline Oliveira et al. A importância da educação continuada e 
educação permanente em unidade de terapia intensiva–revisão de 
literatura. Revista de iniciação científica e extensão, v. 2, n. 3, p. 167-175, 2019. 
 
ROCHA, A. C. S. et al. O papel do enfermeiro frente à gestante na atenção básica: 
uma revisão integrativa. Revista Eletrônica Acervo Saúde, [S. l.], v. 13, n. 1, p. 
e7693, 2021. Disponível em:https://acervosaude.com.br/index.php/saude/article/view/7693. 
 
RODRIGUES, B. S. S. L. et al. Diabetes mellitus gestacional: uma revisão 
sistemática sobre o tema. Braz. J. Surg. Clin. Res., v. 28, n. 2, p. 20-24, 2019. 
 
ROSSETT, T et al. Prevalência do diabetes mellitus gestacional em um 
ambulatório de alto risco do oeste do estado do Paraná. Fag Journal of Health 
(FJH), v. 2, n. 2, p. 195-204, 2020. Disponível em: 
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SEHNEM, Graciela Dutra et al. Consulta de pré-natal na atenção primária à 
saúde: fragilidades e potencialidades da intervenção de enfermeiros 
brasileiros. Revista de Enfermagem Referência, n. 1, p. e19050-e190050, 2020. 
 
SILVA, Mariana Pereira Barbosa et al. O pré-natal e a assistência de enfermagem 
à gestante de alto risco. Research, Society and Development, v. 10, n. 9, p. 
e9410917173, 2021. 
 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES (SBD). Diretrizes da Sociedade 
Brasileira de Diabetes 2019-2020. 2019. Disponível em: 
https://www.diabetes.org.br/images/2019/diretrizes-2019-2020.pdf. 
 
ZAJDENVERG, L. et al. Rastreamento e diagnóstico da hiperglicemia na 
gestação. Diretriz Oficial da Sociedade Brasileira de Diabetes, 2023. Disponível em: 
https://diretriz.diabetes.org.br/rastreamento-e-diagnostico-da-hiperglicemia-na-
gestacao/?pdf=4878. Acesso em: 12 nov. 2024. 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
APÊNDICES 
 
 
 
33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
 
APÊNDICE B – ROTEIRO DA ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA REGIÃO DA CAMPANHA CURSO DE 
ENFERMAGEM 
ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMIESTRUTURADA 
 
Entrevista nº _____ 
DADOS DA PACIENTE: 
Nome: 
Idade: 
Número de filhos: 
Número de partos: 
Trimestre que iniciou o Pré- Natal: 
Histórico de DMG: 
Histórico de outras alterações em gestações anteriores: 
Peso: 
Altura: 
 
Questionário: 
1- Durante o PN você recebeu orientações sobre diabetes gestacional e quais exames 
necessários para o diagnóstico? 
 
2- Considera que a realização de exames laboratoriais seja importante para detectar 
doenças no PN? Poderia nos citar quais? 
 
3- Durante os atendimentos, após o diagnóstico, recebeu orientações para controle 
de DMG? Saberia relacionar quais? 
 
4- O diagnóstico de DMG resultou em alguma mudança nos seus hábitos de vida 
diária? Poderia exemplificar? 
35 
 
 
5- Durante o pré-natal, foi convidado a participar de alguma atividade educativa como 
grupos ou rodas de conversas? Considera estas atividades importantes? 
 
6- Quantos aos hábitos alimentares, foram realizadas orientações durante o PN na 
UBS? Saberia identificar quais? 
 
7- Em sua UBS existe orientação e acesso para realização de exames de 
acompanhamento? Você foi orientado sobre como fazer e qual a importância destes? 
 
8- Durante os atendimentos, recebeu orientações sobre os riscos e complicações do 
DMG? Saberia elencar algumas situações que podem ocorrer? 
 
9- Durante seu pré-natal, considera que as informações sobre controle da doença 
foram importantes para o sucesso da gestação? Saberia citar qual profissional teve 
papel principal e porquê? 
 
10- Em algum momento da gestação, o diagnóstico de DMG lhe deixou com medo ou 
frustração? Poderia identificar quando e porquê? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
36 
 
 
APÊNDICE C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA REGIÃO DA CAMPANHA 
CURSO DE ENFERMAGEM 
 
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 
Venho, com o devido respeito, por meio deste, solicitar sua colaboração para a 
participação no projeto intitulado O OLHAR DA GESTANTE FRENTE AO PAPEL DO 
ENFERMEIRO NA IDENTIFICAÇÃO E MONITORAMENTO DO DIABETES 
GESTACIONAL. 
PROCEDIMENTOS: Serão executadas entrevistas gravadas em formato de áudio 
com as gestantes diagnosticadas com Diabetes Mellitus do Centro de Atenção 
Materno Infantil Camilo Gomes. Os resultados serão usados apenas para fins de uso 
exclusivo da acadêmica e orientadora para o projeto de TCC. As entrevistadas terão 
sua privacidade e anonimato assegurados, podendo responder às perguntas de 
maneira total ou parcial, sem que isso cause qualquer dano a elas. 
RISCOS: A atual pesquisa não desencadeará riscos físicos, pois não será realizado 
nenhum procedimento doloroso, coleta de material biológico, ou experimento com 
seres humanos. As indagações poderão ser respondidas em sua totalidade ou 
parcialidade, sem que ocorra prejuízo para o participante. Se por acaso ocorra algum 
desconforto psicológico à equipe multidisciplinar participante da investigação a 
mesma será encaminhada ao Serviço Integrado de Psicologia Aplicada SEPA 
(APÊNDICE D), para ampará-los em caso de desenvolvimento de possíveis 
transtornos psicológicos. 
BENEFICIOS: Está pesquisa irá permitir uma visão mais ampla sobre a temática, além 
da importância para a pesquisa em curso. Quanto as questões profissionais, que 
discorrem esta investigação os benefícios vão além da concretização do projeto de 
trabalho de conclusão de curso na graduação em enfermagem que requerem 
dedicação, estudo sobre o tema pesquisado e inserção no campo investigado. 
37 
 
 
PARTICIPAÇÃO VOLUNTÁRIA: Como já me foi comunicado, a minha colaboração 
nesta pesquisa será voluntária e poderei finalizá-la a qualquer instante, se eu desse 
modo desejar, sem que isso me traga qualquer dano. 
CONFIDENCIALIDADE: Tenho conhecimento de que minha identidade continuará 
sigilosa ao longo de todas as etapas da pesquisa. Os resultados desta pesquisa serão 
todos transcritos em sua totalidade e verificados com integridade e seriedade, e 
usados unicamente para fins de trabalhos acadêmicos. 
CONSENTIMENTO: Através do presente consentimento informado, afirmo que fui 
comunicado, de maneira descomplicada e especificada, livre de qualquer aspecto de 
imposição, do tema, objetivos, justificativa e benefícios do presente estudo. A 
pesquisadora responderá todas as minhas dúvidas até meu contentamento. Desta 
forma, estou de acordo em participar da pesquisa. Este formulário de Termo de 
Consentimento Livre e Esclarecido será assinado por mim em duas vias ficando uma 
em meu poder e a outra com a pesquisadora responsável pela pesquisa. 
 
 
____________________________________________ 
ASSINATURA DO PARTICIPANTE 
 
 
____________________________________________ 
Emily Borges Martins 
Acadêmica do curso de enfermagem, 
módulo VII do Centro Universitário da 
Região da Campanha - URCAMP, 
campus Bagé - RS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
 
APÊNDICE D – SERVIÇO ESCOLA DE PSICOLOGIA APLICADA – SEPA 
 
CENTRO UNIVERSITÁRIO DA REGIÃO DA CAMPANHA 
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENFERMAGEM 
 
 
APOIO DO SERVIÇO ESCOLA DE PSICOLOGIA APLICADA – SEPA 
 
O Serviço Escola de Psicologia Aplicada (SEPA) tem como objetivo aplicar e 
desenvolver técnicas para a promoção de saúde mental, proporcionando assistência 
profilática e terapêutica mediante a aplicação dos conhecimentos da psicologia. 
Respondendo a solicitação da acadêmica Emily Martins, o serviço se 
compromete a dar suporte psicológico aos participantes do estudo nomeado: A 
ENFERMAGEM NA IDENTIFICAÇÃO E MONITORAMENTO DO DIABETES 
GESTACIONAL. 
 
 
 
R. T. do Serviço Escola de Psicologia Aplicada 
 
 
 
 
 Bagé, 17 de fevereiro de 2025. 
 
83 
 
¹Acadêmica do curso de enfermagem - Centro Universitário da Região da Campanha – URCAMP. E-
mail: emilymartins194727@sou.urcamp.edu.br 
²Docente do curso de Enfermagem – Centro Universitário da Região da Campanha - URCAMP. E-mail: 
juliadutra@urcamp.edu.br 
APÊNDICE B – ARTIGO CIENTÍFICO 
O OLHAR DA GESTANTE FRENTE AO PAPEL DO ENFERMEIRO NA 
IDENTIFICAÇÃO E MONITORAMENTO DO DIABETES GESTACIONAL 
Emilyaccessible language and appropriate 
support materials.It is considered essential to value the role of nursing through a 
humanized, educational, and individualized approach, with support from public policies 
to enhance prenatal care. From the analysis of the collected data, failures in the 
implementation of collective health education strategies were identified, as well as 
limitations in service structure. Additionally, the need to reinforce educational actions 
with accessible language, support materials, and specific spaces for addressing 
doubts was observed. The results indicate that strengthening nursing practice goes 
beyond clinical care and is crucial to ensuring a humanized, accessible, and needs-
centered approach for each pregnant woman. 
 
Keywords: Diabetes Mellitus; Diagnosis; Care; Pregnant woman; Nurse 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
APS - Atenção Primária à Saúde 
CNS - Conselho Nacional de Saúde 
DG - Diabetes gestacional 
DM - Diabetes Mellitus 
DM2 - Diabetes tipo 2 
DMG - Diabetes Mellitus Gestacional 
ESF - Equipe de Saúde da Família 
MS - Ministério da Saúde 
NASF-AB - Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica 
NPH - Neutral Protamine Hagedorn 
PHPN - Programa de Humanização no Pré-Natal e Nascimento 
RN - Recém nascido 
SBD - Sociedade Brasileira de Diabetes 
SEPA - Serviço Escola de Psicologia Aplicada 
TCLE - Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
TOTG - Teste Oral de Tolerância à Glicose 
UBS - Unidade Básica de Saúde 
OMS - Organização Mundial da Saúde 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11 
2 OBJETIVOS ........................................................................................................... 13 
2.1 Objetivo geral .................................................................................................... 13 
2.2 Objetivos específicos........................................................................................ 13 
3 REVISÃO DE LITERATURA ................................................................................. 14 
3.1 GESTAÇÃO E PRÉ-NATAL..................................................................................14 
3.1.1 Alterações Fisiológicas e Emocionais...........................................................16 
3.1.2 Equipe Multiprofissional.................................................................................17 
3.2 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL...............................................................18 
3.3 EDUCAÇÃO EM SAÚDE......................................................................................21 
4 METODOLOGIA DE PESQUISA ........................................................................... 25 
4.1 CARACTERÍSTICA DA PESQUISA .................................................................... 25 
4.2 LOCAL E PERÍODO DO ESTUDO ..................................................................... 25 
4.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO .......................................................................... 25 
4.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ........................................................ 26 
4.5 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 26 
4.6 ANÁLISE DE DADOS.......................................................................................... 27 
4.7 RISCOS E BENEFÍCIOS ..................................................................................... 27 
4.7.1 Riscos .............................................................................................................. 27 
4.7.2 Benefícios ....................................................................................................... 27 
4.8 ASPECTOS ÉTICOS........................................................................................... 28 
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES ........................................................................... 29 
5.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA .................................................................. 29 
5.2 A PERCEPÇÃO QUANTO AO CONTROLE E MONITORAMENTO DA GLICEMIA 
DAS GESTANTES .................................................................................................... 29 
5.3 O APOIO E A EDUCAÇÃO DISPONIBILIZADOS PELA EQUIPE DE 
ENFERMAGEM ......................................................................................................... 31 
5.4 PERCEPÇÕES DAS PACIENTES COM RELAÇÃO AS COMPLICAÇÕES E 
 
 
 
RISCOS DA DIABETES GESTACIONAL ................................................................ 33 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 36 
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 37 
APÊNDICES ............................................................................................................. 43 
APÊNDICE A – PROJETO DO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO .......... 44 
APÊNDICE B – ARTIGO CIENTÍFICO ..................................................................... 83 
APÊNDICE C – TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃO.......................96 
 
 
 
 
 
11 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
O diabetes gestacional (DG) é a condição metabólica mais comum durante a 
gravidez, impactando diretamente tanto a saúde da mãe quanto a do bebê. 
Aproximadamente 12% das gestantes desenvolvem DG ao longo da gravidez, e cerca 
de 87% dos casos de diabetes diagnosticados são tratados em unidades 
especializadas no acompanhamento de gestantes (American Diabetes Association, 
2021). 
O diagnóstico precoce do DG é crucial, por isso é essencial realizar os exames 
ainda no primeiro trimestre, quando se inicia o pré-natal. Identificar alterações nos 
níveis de glicose permite orientar a gestante sobre os cuidados necessários durante 
a gravidez, ajudando a reduzir os efeitos adversos das alterações metabólicas na 
saúde de ambos. Além disso, o diagnóstico precoce pode ajudar a identificar mulheres 
com maior risco de desenvolver diabetes no futuro (Rosset et al, 2020). 
O desenvolvimento do DG está relacionado ao aumento dos hormônios que 
antagonizam a insulina e que diminui a capacidade do corpo de metabolizar insulina, 
aumentando os níveis de açúcar no sangue. Resultado principalmente do estresse 
provocado pelas mudanças corporais durante a gravidez, além de fatores genéticos e 
ambientais (Sociedade Brasileira de Diabetes, 2019). 
Portanto, é fundamental a realização regular e adequada de um 
acompanhamento tanto do enfermeiro quanto do médico durante todo o pré-natal. 
Essa assistência visa permitir um diagnóstico precoce e o início imediato do 
tratamento para o DG ou outros distúrbios, ajudando a minimizar as complicações 
para a saúde da mãe e do feto (Barreto Andrade et al., 2020). 
O diabetes tipo 2 (DM2) tem se tornado cada vez mais comum, principalmente 
devido aos hábitos de vida da sociedade moderna, que incluem sedentarismo e dietas 
industrializadas. Isso resultou em um aumento no número de mulheres com diabetes 
mellitus (DM), seja pré-existente ou diagnosticado durante a gravidez (Moraes et al., 
2020). 
O enfermeiro é responsável por desenvolver um plano de cuidado que identifica 
as necessidades da gestante, solicita exames trimestrais, prescreve medicações 
apropriadas para a gestação, avalia os resultados dos exames e ajusta o atendimento 
conforme as particularidades de cada caso. Oferecendo um atendimento abrangente 
e humanizado (Gomes et al., 2019). 
12 
 
 
Embora os métodos para diagnóstico e tratamento estejam bem estabelecidos, 
muitas vezes esses procedimentos não são realizados de maneira precoceMartins¹ 
Júlia Cunha Dutra ² 
 
RESUMO 
O diabetes gestacional é a condição metabólica mais comum durante a gravidez, impactando 
diretamente tanto a saúde da mãe quanto a do bebê. Aproximadamente 12% das gestantes 
desenvolvem diabetes gestacional ao longo da gravidez, e cerca de 87% dos casos de diabetes 
diagnosticados são tratados em unidades especializadas no acompanhamento de gestantes. A equipe 
de enfermagem desempenha uma função vital ao assegurar um acompanhamento adequado e ao 
incentivar o autocuidado da gestante, esse acompanhamento é fundamental para prevenir 
complicações e promover a saúde durante o pré-natal e pós-parto. Este projeto teve como principal 
objetivo analisar a percepção das gestantes em relação ao papel da enfermagem na identificação 
precoce e no monitoramento eficaz do diabetes gestacional. O seguinte projeto foi conduzido através 
de um estudo de campo de caráter qualitativo e descritivo, por meio de um questionário que foi aplicado 
as gestantes maiores de idade e que se disponibilizaram a participar, tendo garantidos todos os 
preceitos éticos que envolvem as pesquisas com seres humanos. A análise adotada, foi a metodologia 
sugerida por Bardin. Esta pesquisa foi desenvolvida no Centro de Atenção Materno Infantil Camilo 
Gomes, na cidade de Bagé/RS. 
O estudo evidencia a importância da enfermagem na identificação precoce e no monitoramento 
contínuo do diabetes gestacional. A atuação qualificada, com foco em educação, acolhimento e 
vigilância, é essencial para a saúde materno-fetal. O enfermeiro, especialmente na Atenção Primária, 
é figura central na promoção do autocuidado e adesão ao tratamento. Contudo, foram identificadas 
falhas nas ações educativas coletivas e limitações estruturais nos serviços. A pesquisa aponta a 
necessidade de reforçar a educação em saúde com linguagem acessível e materiais adequados. 
Considera-se que é fundamental valorizar o papel da enfermagem com uma abordagem humanizada, 
educativa e individualizada, sendo necessário apoio de políticas públicas para fortalecer esse cuidado 
no pré-natal. 
Palavras-chave: Diabetes Mellitus; Diagnóstico; Cuidados; Gestante; Enfermeiro. 
 
ABSTRACT 
Gestational diabetes is the most common metabolic condition during pregnancy, directly impacting the 
health of both mother and baby. Approximately 12% of pregnant women develop gestational diabetes 
during pregnancy, and approximately 87% of diagnosed diabetes cases are treated in specialized units 
for monitoring pregnant women. Nurses play a vital role in ensuring adequate monitoring and 
encouraging pregnant women to take care of themselves. This monitoring is essential to prevent 
complications and promote health during prenatal and postpartum care. The main objective of this 
project was to analyze pregnant women's perceptions of the role of nursing in the early identification 
and effective monitoring of gestational diabetes. The following project was conducted through a 
qualitative and descriptive field study, using a questionnaire that was administered to pregnant women 
of legal age who agreed to participate, ensuring all ethical precepts involving research involving human 
beings. The analysis adopted was the methodology suggested by Bardin. This research was developed 
in a health reference center in a municipality in the Campanha region of RS. The study highlights the 
importance of nursing in the early identification and continuous monitoring of gestational diabetes. 
Qualified work, with a focus on education, support and surveillance, is essential for maternal and fetal 
health. Nurses, especially in Primary Care, are central figures in promoting self-care and adherence to 
treatment. However, flaws in collective educational actions and structural limitations in services were 
identified. The research points to the need to reinforce health education with accessible language and 
appropriate materials. It is considered essential to value the role of nursing with a humanized, 
educational and individualized approach, and public policy support is necessary to strengthen this care 
in prenatal care. 
Keywords: Diabetes Mellitus; Diagnosis; Care; Pregnant Woman; Nurse. 
84 
 
 
INTRODUÇÃO 
O diabetes gestacional (DG) é a condição metabólica mais comum durante a 
gravidez, impactando diretamente tanto a saúde da mãe quanto a do bebê. 
Aproximadamente 12% das gestantes desenvolvem DG ao longo da gravidez, e cerca 
de 87% dos casos de diabetes diagnosticados são tratados em unidades 
especializadas no acompanhamento de gestantes (American Diabetes Association, 
2021). 
O diagnóstico precoce do diabetes gestacional (DG) é crucial, por isso é 
essencial realizar os exames ainda no primeiro trimestre, quando se inicia o pré-natal. 
Identificar alterações nos níveis de glicose permite orientar a gestante sobre os 
cuidados necessários durante a gravidez, ajudando a reduzir os efeitos adversos das 
alterações metabólicas na saúde de ambos. Além disso, o diagnóstico precoce pode 
ajudar a identificar mulheres com maior risco de desenvolver diabetes no futuro 
(Rosset, 2020). 
O desenvolvimento do DG está relacionado ao aumento dos hormônios que 
antagonizam a insulina e que diminui a capacidade do corpo de metabolizar insulina, 
aumentando os níveis de açúcar no sangue. Resultado principalmente do estresse 
provocado pelas mudanças corporais durante a gravidez, além de fatores genéticos e 
ambientais (Sociedade Brasileira de Diabetes, 2019). 
Embora os métodos para diagnóstico e tratamento estejam bem estabelecidos, 
muitas vezes esses procedimentos não são realizados de maneira precoce ou 
adequada. Isso pode causar atrasos no início do tratamento, prolongando o período 
em que a mãe e o feto ficam expostos à hiperglicemia (Muzy et al., 2021). 
O enfermeiro é responsável por desenvolver um plano de cuidado que identifica 
as necessidades da gestante, solicita exames trimestrais, prescreve medicações 
apropriadas para a gestação, avalia os resultados dos exames e ajusta o atendimento 
conforme as particularidades de cada caso. Oferecendo um atendimento abrangente 
e humanizado (Gomes et al., 2019). 
Além disso, a educação em saúde desempenha um papel crucial em todas as 
consultas, especialmente no contexto do diabetes gestacional. As gestantes 
frequentemente enfrentam situações delicadas que exigem ajustes rápidos e 
rigorosos em sua alimentação e estilo de vida. Assim, é essencial que o enfermeiro 
possua um conhecimento sólido para fornecer informações que facilitem esse 
processo complexo (Jerke et al., 2019). 
85 
 
 
Portanto, buscar orientações e capacitações específicas sobre a temática é 
fundamental para garantir um atendimento completo e humanizado, preparando o 
profissional para oferecer o melhor suporte possível nessa fase de acompanhamento 
à gestante, para que não haja complicações como hipertensão gestacional, parto 
prematuro e aumento do risco de diabetes tipo 2 no futuro. Além disso, é fundamental 
trabalhar em conjunto com outros profissionais de saúde para assegurar um 
atendimento coeso e eficiente (Cortez et al., 2023). 
Diante disso, justifica-se a importância da intervenção da equipe de 
enfermagem para um acompanhamento adequado durante a gestação e o pré-natal. 
É também necessária na assistência à mulher gestante com diabetes gestacional, 
especialmente quando essas medidas são adotadas no primeiro ou segundo trimestre 
da gestação. É de extrema importância para o feto e futuramente recém-nascido (RN) 
que haja o diagnóstico precoce, nas primeiras semanas da gestação, diminuindo 
assim os riscos de DMG (Mariano et al., 2021). 
 As gestantes devem estar cientes do processo de DG, do seu diagnóstico e das 
suas complicações. Ressalta-se também a importância não só do acompanhamento 
do enfermeiro quanto o comparecimento da gestante nas consultas de enfermagem 
para que com isso os enfermeiros possam criar e realizar um pré-natal adequado, 
facilitando a identificaçãodos agravos que podem surgir durante a DG. 
 
METODOLOGIA 
A pesquisa atual foi conduzida através de um estudo de campo de caráter 
qualitativo e descritivo. O principal objetivo foi analisar a percepção das gestantes em 
relação ao papel da enfermagem na identificação precoce e no monitoramento eficaz 
do diabetes gestacional. 
 A pesquisa qualitativa no ambiente acadêmico busca entender as razões que 
explicam eventos, fatos, fenômenos, comportamentos ou tendências. Normalmente, 
trabalha com uma amostra reduzida e utiliza diferentes técnicas de coleta de dados, 
como grupos focais, entrevistas, análise documental, observações sistemáticas e 
relatos escritos ou orais. Esses métodos auxiliam na formulação de hipóteses sobre 
um problema de pesquisa, oferecendo uma compreensão mais profunda e 
interpretativa dos dados obtidos (Cusati et al., 2024). 
 A pesquisa descritiva é utilizada para observar, registrar e examinar resultados 
de forma detalhada. Esse tipo de estudo adota métodos padronizados para a coleta 
86 
 
 
de dados e para a observação sistemática, assegurando uma análise estruturada e 
consistente das informações coletadas (Gil, 2021). 
 As participantes do estudo foram as gestantes de um Centro de Referência em 
Saúde do Município, que aceitaram participar do estudo, que concordaram em ser 
gravadas, maiores de idade e consideradas legalmente capazes. As participantes da 
pesquisa foram identificadas como "E", seguidos de um número sequencial 
correspondente à entrevista. Para estabelecer o total de entrevistadas, foi utilizada a 
técnica de saturação teórica. 
 A saturação teórica é alcançada quando novas entrevistas não trazem 
informações adicionais relevantes, ou quando os dados obtidos já preencheram as 
lacunas existentes no conhecimento, permitindo a interpretação do fenômeno e a 
ligação entre as categorias analíticas (Gallo et al., 2024). 
 
RESULTADOS E DISCUSSÕES 
CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO ESTUDO 
O estudo contou com a participação de 8 (oito) gestantes com diferentes perfis 
obstétricos, diagnosticadas com DG, com idades entre 22 a 39 anos. Algumas 
participantes já haviam passado por gestações anteriores, enquanto para quatro delas 
esta era a primeira gestação. A maioria iniciou o acompanhamento pré-natal ainda no 
primeiro semestre gestacional, com exceção de apenas uma gestante que iniciou 
após esse período. Três participantes relataram histórico prévio de DG em gestações 
anteriores. Nenhuma das gestantes informou ter antecedentes de outras alterações 
significativas durante a gestação. Em relação às características antropométricas, o 
peso das participantes variou entre 47 kg e 128 kg, enquanto a altura apresentou 
variação de 1,52 m a 1,76 m. 
Identificou -se que 1 participante se encontra com peso adequado, 4 estão 
acima do peso, 1 em obesidade grau I, 1 em obesidade grau II e 1 com obesidade 
grau III, obesidade mórbida. Durante a gestação, ocorrem alterações hormonais 
naturais que aumentam a resistência à insulina para garantir a oferta adequada de 
nutrientes ao feto, quando a gestante já apresenta obesidade, essa resistência é 
potencializada, dificultando ainda mais o controle glicêmico e aumentando o risco de 
DMG. 
 
87 
 
 
 A PERCEPÇÃO QUANTO AO CONTROLE E MONITORAMENTO DA GLICEMIA 
DAS GESTANTES 
Ao entrevistar as participantes do estudo foi possível perceber que a maioria 
das gestantes receberam orientações quanto ao controle e monitoramento da 
glicemia. Algumas até realizaram os exames, mas não souberam explicitar quais 
foram ou qual sua finalidade. Algumas gestantes relatam ter recebido orientações 
sobre dieta e hábitos de vida após o diagnóstico, mas muitas dessas orientações 
parecem genéricas ou pouco detalhadas. 
“Sim. Eu fiz o da glicose e o em jejum”. E3 
 
“Sim, tipo, eu tenho que fazer caminhada, fazer alguma atividade física e 
diminuir a minha alimentação”. (E5) 
 
“Sim, ela me deu, ela mandou fazer o exame de sangue pra ver se tinha 
diabetes ou não e me passou para o nutricionista [...] ela disse que era pra 
me evitar comer comida gorda assim, açúcar e pra dar uma controlada”. (E8) 
 
“Sim. Me passou a dieta, a enfermeira me passa as questões de como é que 
eu posso me exercitar, os tipos de exercícios que eu posso fazer durante a 
gestação e as outras informações que a gente vai buscando”. (E7) 
 
“Sim. E ter uma alimentação mais balanceada, para comer coisas saudáveis”. 
(E5) 
Percebe-se que a maioria não soube responder de uma forma mais clara quais 
exame seriam importantes para o diagnóstico de acordo com a pergunta. As respostas 
revelam uma heterogeneidade nas experiências das gestantes quanto às orientações 
recebidas durante o pré-natal e que muitas foram centradas apenas na restrição 
alimentar sem um aprofundamento sobre o monitoramento efetivo da glicemia, 
(frequência, metas, importância do controle). Isso evidencia que o acompanhamento 
poderia ser mais estruturado e personalizado. 
Algumas participantes demonstraram conhecimento sobre os exames 
laboratoriais realizados para o diagnóstico do DG, como a glicemia em jejum e o teste 
de tolerância à glicose. Uma das gestantes misturou orientações sobre mudanças de 
estilo de vida com exames diagnóstico, foi possível notar certa confusão entre 
orientações voltadas ao diagnóstico e aquelas relacionadas ao controle da doença, 
indicando a necessidade de uma comunicação mais clara e estruturada por parte da 
equipe de enfermagem. 
É possível destacar que a falta de clareza nas orientações prestadas durante o 
pré-natal compromete a autonomia das gestantes no cuidado com a própria saúde, 
especialmente em condições como o DG. 
88 
 
 
É responsabilidade do profissional de saúde, durante o pré-natal, fornecer 
informações, promover educação em saúde e comunicar adequadamente as 
condições da gestação a cada encontro com a gestante. No entanto, ainda são 
identificadas falhas nesse processo educativo, o que faz com que muitas mulheres 
cheguem ao final da gestação sem o conhecimento necessário para vivenciar 
adequadamente o parto, a amamentação e o puerpério (Secretária da Saúde, 2022). 
Para promover a educação em saúde, podem ser adotadas diferentes 
estratégias, tanto coletivas quanto individuais, como palestras, atividades educativas 
em salas de espera e grupos de gestantes. Dentre essas, os grupos de gestantes têm 
se destacado por apresentarem melhores resultados, já que permitem o 
compartilhamento de experiências e a reflexão conjunta entre as participantes 
(Carvalho et al., 2019). 
 
O APOIO E A EDUCAÇÃO DISPONIBILIZADOS PELA EQUIPE DE 
ENFERMAGEM. 
Ao questionar as participantes do estudo sobre o papel da equipe da 
enfermagem, os relatos revelam que, embora grande parte das gestantes reconheça 
o papel da equipe de enfermagem, especialmente das enfermeiras, como central na 
orientação e apoio durante o pré-natal, ainda há dificuldades no acesso a atividades 
educativas e oferta limitada e pouco estruturada de informações relacionadas ao 
controle da DG. 
“Eu fui, mas... Não sei o que, infantil, uma coisa assim, de gravidez. 
Eu não sei te explicar [...] ah, depende, quem tem tempo, né?”. (E1) 
 
“Não, não’ [...] ah, eu acho que sim”. (E5) 
 
“Não”. (E6) 
 
“Ainda não [...] muito porque é uma troca, né?”. (E7) 
 
“Não [..] pra mim não é fácil, eu não ia aprender”. (E8) 
 
Quanto à participação em atividades educativas, a maioria das gestantes não 
participou de grupos, rodas de conversa ou ações coletivas, apesar de reconhecerem, 
em parte, a importância dessas estratégias para a troca de experiências e 
aprendizado. Algumas justificaram a ausência pela falta de tempo ou dificuldade 
pessoal de assimilação, indicando a necessidade de diversificação nas formas de 
89 
 
 
educação em saúde, com abordagens mais acessíveis e adaptadas à realidade de 
cada gestante. 
Compreende-se que, ao se ampliar o nível deconhecimento das gestantes 
acerca da DMG, melhores tendem a ser os resultados em termos de prevenção, 
promoção e proteção contra agravos, especialmente quando há motivação por fatores 
pessoais e sociais (Veludo; Farinelli, 2022). 
As ações de educação em saúde na APS, como a implantação de programas 
de atividades em grupo para gestantes, constituem estratégias relevantes na 
prevenção da DMG. Tais iniciativas favorecem a troca de conhecimentos e 
experiências, permitindo às gestantes expressarem seus sentimentos e construírem 
redes de apoio mútuo (De Paula et al., 2021). 
A elaboração de estratégias voltadas à prevenção da DMG deve considerar 
uma abordagem integral, humanizada e com uma visão holística. Isso inclui a 
capacitação da equipe de saúde, com ênfase na atuação do enfermeiro, a fim de 
estimular o envolvimento ativo da gestante nas práticas de autocuidado. É essencial 
que as orientações sejam transmitidas de maneira acessível, permitindo que a 
gestante compreenda a importância do cuidado diário para a promoção e a 
manutenção de uma boa qualidade de vida (Oliveira, 2023). 
Já sobre o acesso e a orientação quanto à realização de exames de 
acompanhamento, as respostas indicam que, de modo geral, há encaminhamentos 
adequados e informações básicas são fornecidas. 
 
“Ah sim, eles me encaminham pra outro lugar”. (E1) 
 
“Agora nessa eu estou achando mais fácil, mais acesso também, porque nas 
primeiras gestações era bem mais difícil de conseguir um exame”. (E6) 
 
“Sim, sim [...] foi a enfermeira desde o começo, eu tive duas, né? A primeira 
que fez o primeiro atendimento e a enfermeira assistente, que é a pessoa que 
tá me atendendo, ela me orienta muito sim”. (E7) 
 
“Foram, sim, com certeza [...] eu acho que foi a enfermeira assistente”. (E3) 
 
“Sim, são importantes [...] aí, deixa eu lembrar o nome dela, é essa enfermeira 
que veio aqui agora, a enfermeira assistente”. (E8) 
 
 
Seguindo a importância das informações recebidas e o papel dos profissionais, 
destaca-se de forma consistente a figura da enfermeira assistente, citada muitas 
vezes, como a principal responsável pelas orientações e apoio emocional durante o 
90 
 
 
acompanhamento pré-natal. Isso reforça a centralidade da enfermagem na educação 
em saúde e no fortalecimento da autonomia da gestante, mesmo em contextos com 
limitações estruturais. 
As ações de prevenção do DMG destacam a informação como ferramenta 
central no processo de educação em saúde. Essa orientação, realizada durante as 
consultas de enfermagem na APS, deve ocorrer de forma individualizada, 
assegurando uma assistência qualificada. O objetivo é oferecer às gestantes com 
fatores de risco para a DMG programas educativos voltados ao diabetes, favorecendo 
a compreensão e a adesão às práticas de cuidado essenciais no contexto das 
Unidades de Saúde (Santos et al., 2022). 
A consulta de enfermagem adquire um caráter diferenciado quando conduzida 
de forma humanizada, favorecendo a construção de um vínculo de confiança entre o 
enfermeiro e a gestante. Esse relacionamento fortalece o diálogo e possibilita trocas 
significativas de informações ao longo do acompanhamento pré-natal (Trigueiro et al., 
2021). 
 
PERCEPÇÕES DAS PACIENTES COM RELAÇÃO AS COMPLICAÇÕES E RISCOS 
DO DIABETES GESTACIONAL. 
Diante do tema notou-se que a maioria das gestantes demonstra ter algum 
conhecimento sobre as possíveis complicações do DG, especialmente relacionadas 
ao bebê, como: Parto prematuro, hipoglicemia neonatal, possibilidade de perda fetal, 
crescimento fetal excessivo (macrossomia, risco de má-formação e problemas 
cardíacos no bebê, herança futura da diabetes pela mãe. 
 
“Sim. Perca do bebê, o que ele pode nascer um pouco antes da data prevista, 
essas coisas assim”. (E2) 
 
“Sim. O bebê nascer com hipoglicemia, aquela coisa toda”. (E4) 
 
“É que eu poderia passar pro bebê se tivesse muita alteração, entendeu? Aí 
já fiz uma ecografia, ecografia dupla, aquela, entendeu? Que dá pra ver se o 
bebê teria passado, ele teria passado alguma coisa, deu tudo normal”. (E5) 
 
“Ela disse pra eu cuidar por causa que pode acarretar em uma má formação, 
problemas com o bebê, cardio, assim”. (E6) 
 
“Das questões dos riscos, os riscos são o parto prematuro, né? O nenê não 
se desenvolver direito, né? Ou crescer demais. E as consequências ali é que 
eu posso ficar com essa diabetes de herança”. (E7) 
 
91 
 
 
Apesar das respostas demonstrarem uma certa consciência, percebe-se que, 
os riscos não são completamente compreendidos, indicam também falta de clareza e 
segurança nas informações recebidas. Nenhuma gestante menciona os riscos 
maternos, como desenvolvimento futuro de DM2, hipertensão gestacional ou pré-
eclâmpsia e complicações no parto para a mãe. 
O que se observa é que, embora algumas gestantes demonstrem ter escutado 
sobre complicações da DMG, há uma carência de entendimento claro e completo. Isso 
evidencia a necessidade de fortalecer a educação em saúde durante o pré-natal, com 
abordagens mais didáticas, linguagem simples, e ações reforçadas pela equipe de 
enfermagem. 
É importante enfatizar que as informações oferecidas às gestantes devem ser 
simples, compreensíveis e adaptadas à sua realidade. Para garantir uma educação 
em saúde eficaz, é recomendável empregar recursos educativos variados, como 
redes sociais, vídeos explicativos, atividades participativas e encontros em grupo, 
facilitando o entendimento e incentivando a participação ativa no cuidado com a saúde 
(Santos; Grechi. 2020). 
Torna-se imprescindível que os profissionais de saúde considerem o nível de 
escolaridade das gestantes durante o acompanhamento pré-natal, a fim de assegurar 
a compreensão adequada das informações transmitidas e oferecer suporte às que 
apresentem dificuldades em assimilá-las (Lungu et al., 2023). 
Ao abordar o sobre o impacto emocional do diagnóstico de DMG, foi possível 
observar aspectos importantes na vivência das gestantes. 
 
“Me deixou com bastante. Porque eu fiquei com medo de perder o bebê, como 
é a minha primeira gravidez, também, eu tô tirando a minha glicose todos os 
dias, até manhã, em jejum, depois do café e depois do almoço”. (E3) 
 
“É que eu acho que não é muito sobre o medo, tipo, a minha diabetes 
gestacional não é uma coisa, tipo, meu Deus, é muito diabetes. Não. É uma 
coisa balanceada que eu sei que se eu seguir, tipo, direitinho e diminuir 
somente o doce, é fácil de moderar ali, entendeu? Então é uma coisa que não 
me deu medo”. (E4) 
 
‘’Sim, fiquei com medo, quando em seguida que eu soube, eu fiquei com 
bastante medo, porque nunca tinha acontecido comigo, né?’’. Já é a minha 
quarta gestação, mas eu nunca tinha passado por isso antes, então eu já né. 
E pela minha idade, também, porque eu não sou mais nova, né? Então, 
quando eu era antes”. (E6) 
 
“Muito, nossa, muito medo. O começo, principalmente, até as minhas duas 
semanas, eu tinha bastante medo de aborto, muito medo, mas depois, com a 
diabetes controlada e com as taxas mais controladas, isso foi passando’’. (E7) 
92 
 
 
 
“Ah, medo a gente tem, né? Eu não esperava, eu tenho uma criança agora, 
mas, enfim, não é muito fácil’’. (E8) 
 
Algumas gestantes expressaram medo intenso, principalmente quanto à 
possibilidade de perder o bebê, especialmente em gestações de primeiro momento, 
ou em situações de risco devido à idade materna ou histórico obstétrico 
Algumas gestantes demonstraram que o medo diminuiu com o tempo, 
principalmente após compreenderem o tratamento e verem resultados positivos no 
controle da glicemia. Isso reforça o papel da educação em saúde e do 
acompanhamento contínuo na redução da ansiedade. 
Esses achados evidenciam que o diagnóstico de DMG representa um momento 
de vulnerabilidade emocional para as gestantes, o que ressalta a necessidade de 
estratégias educativas humanizadas, que incluam o acolhimento, o esclarecimento e 
o suporte psicológico desde o iníciodo pré-natal, visando minimizar o impacto 
negativo sobre a saúde mental e favorecer o engajamento no tratamento e 
autocuidado. 
Estudos destacam que o medo é uma emoção marcante entre gestantes com 
diabetes, manifestando-se como uma sensação de intensa inquietação diante da 
percepção – real ou imaginada – de uma ameaça. Esse sentimento é frequentemente 
alimentado pela apreensão de que a condição possa ocasionar consequências sérias 
para o bebê, gerando temor, angústia e até pavor em relação ao desfecho da gestação 
(Fernandes; Ferreira, 2020). 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante da análise realizada, evidencia-se a importância fundamental da 
atuação da enfermagem na identificação precoce e no monitoramento contínuo do 
diabetes gestacional. O estudo permitiu compreender que a qualificação do 
atendimento, pautada em ações educativas, acolhimento e vigilância constante, é 
essencial para promover a saúde materno-fetal e prevenir complicações associadas 
à condição. Ao longo da gestação, o enfermeiro se destaca como profissional-chave 
na condução de práticas que fortalecem o autocuidado e a adesão ao tratamento, 
especialmente em contextos da Atenção Primária à Saúde. 
A equipe de enfermagem, com destaque para as enfermeiras, desempenha um 
papel essencial na condução do pré-natal, sendo frequentemente identificada pelas 
93 
 
 
gestantes como a principal fonte de orientação sobre o controle do diabetes 
gestacional. No entanto, há falhas na implementação de estratégias coletivas de 
educação em saúde, como grupos de gestantes e rodas de conversa, que poderiam 
complementar o processo educativo de forma mais abrangente e participativa. 
Embora o acesso aos exames e orientações básicas esteja presente em boa parte 
dos relatos, limitações quanto à estrutura dos serviços e à efetividade das ações 
educativas ainda são percebidas pelas usuárias. 
Ao decorrer da pesquisa, analisando as falas foi possível perceber que há 
necessidade de reforçar as ações educativas sobre os riscos e complicações do DMG 
durante o pré-natal, com linguagem acessível, materiais de apoio, e momentos 
específicos para sanar dúvidas. A atuação da enfermagem, nesse sentido, é 
fundamental para promover um entendimento mais completo sobre a condição e 
estimular o autocuidado de forma consciente. 
Dessa forma, considera-se que fortalecer a atuação da enfermagem no 
contexto do diabetes gestacional vai além da assistência clínica, trata-se de garantir 
cuidado humanizado, educativo e acessível, que considere as particularidades de 
cada gestante. Investir em estratégias que ampliem o diálogo, a escuta ativa e a 
construção conjunta do conhecimento é essencial para qualificar o acompanhamento 
pré-natal e, consequentemente, promover melhores desfechos para mãe e bebê. 
Portanto, é imprescindível que políticas públicas e gestores da saúde reconheçam e 
valorizem o papel estratégico da enfermagem na linha de frente do cuidado à saúde 
materna. 
 
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https://periodicos.fclar.unesp.br/tes/article/view/1681596 
 
 
APÊNDICE C – TERMO DE AUTORIZAÇÃO PARA PUBLICAÇÃOou 
adequada. Isso pode causar atrasos no início do tratamento, prolongando o período 
em que a mãe e o feto ficam expostos à hiperglicemia (Muzy et al., 2021). 
O enfermeiro desempenha uma função vital ao assegurar um 
acompanhamento adequado e ao incentivar o autocuidado da gestante. Esse 
acompanhamento é fundamental para prevenir complicações e promover a saúde da 
mãe do RN, tanto durante o pré-natal quanto no pós-parto (Pitta, 2019). 
Além disso, a educação em saúde desempenha um papel crucial em todas as 
consultas, especialmente no contexto do DG. As gestantes frequentemente enfrentam 
situações delicadas que exigem ajustes rápidos e rigorosos em sua alimentação e 
estilo de vida. Assim, é essencial que o enfermeiro possua um conhecimento sólido 
para fornecer informações que facilitem esse processo complexo (Jerke et al., 2019). 
Portanto, buscar orientações e capacitações específicas sobre a temática é 
fundamental para garantir um atendimento completo e humanizado, preparando o 
profissional para oferecer o melhor suporte possível nessa fase de acompanhamento 
à gestante, para que não haja complicações como hipertensão gestacional, parto 
prematuro e aumento do risco de DM2 no futuro. Além disso, é fundamental trabalhar 
em conjunto com outros profissionais de saúde para assegurar um atendimento coeso 
e eficiente (Cortez et al., 2023). 
Diante disso, justifica-se a importância da intervenção da equipe de 
enfermagem para um acompanhamento adequado durante a gestação e o pré-natal. 
É também necessária na assistência à mulher gestante com DG, especialmente 
quando essas medidas são adotadas no primeiro ou segundo trimestre da gestação. 
É de extrema importância para o feto e futuramente recém-nascido (RN) que haja o 
diagnóstico precoce, nas primeiras semanas da gestação, diminuindo assim os riscos 
de DMG (Mariano et al., 2021). 
 As gestantes devem estar cientes do processo de DG, do seu diagnóstico e 
das suas complicações. Ressalta-se também a importância não só do 
acompanhamento do enfermeiro quanto o comparecimento da gestante nas consultas 
de enfermagem para que com isso os enfermeiros possam criar e realizar um pré-
natal adequado, facilitando a identificação dos agravos que podem surgir durante a 
DG. 
 
12 
 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1 OBJETIVO GERAL 
 Analisar a percepção das gestantes em relação ao papel da enfermagem na 
identificação precoce e no monitoramento eficaz do diabetes gestacional. 
 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS 
Caracterizar os participantes da pesquisa; 
Analisar a percepção das gestantes quanto ao monitoramento da glicemia e 
ocontrole da diabetes no pré-natal; 
Investigar a orientação e o apoio fornecidos pela equipe de enfermagem às 
gestantes com diabetes gestacional; 
Averiguar as percepções das pacientes quanto os riscos e complicações do 
diabetes gestacional. 
 
13 
 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
3.1 GESTAÇÃO E PRÉ-NATAL 
A gestação provoca mudanças significativas no organismo da mãe, é um 
período marcado por transformações fisiológicas, físicas e psicológicas na vida da 
mulher. Essas mudanças, no início, são causadas pelos hormônios produzidos pelo 
corpo lúteo e pela placenta, e a partir do segundo trimestre também estão 
relacionadas ao crescimento do útero. As alterações mais importantes na fisiologia da 
gestante envolvem os sistemas cardiovascular, respiratório e gastrointestinal, além de 
afetarem o metabolismo e o sistema hematológico (Alves; Bezerra, 2020). 
A gestação é dividida em três trimestres. No primeiro trimestre, ocorre a 
fecundação e o estabelecimento do embrião no útero, iniciando o desenvolvimento 
das primeiras camadas dos órgãos. Ao final desse período, o embrião começa a tomar 
forma. No segundo trimestre, o feto já desenvolveu completamente todos os seus 
órgãos. No terceiro, o feto ganha peso e altura, enquanto a mãe se prepara para o 
parto. Durante toda a gestação, é essencial que a mulher mantenha hábitos saudáveis 
para garantir o bom desenvolvimento do feto (Montenegro; Rezende, 2019). 
A gravidez provoca alterações no corpo da mãe que podem chegar ao limite do 
patológico, impondo uma carga significativa tanto física quanto psicológica. Se a 
gestante não receber o acompanhamento adequado, pode haver a sobreposição de 
condições patológicas preexistentes, transformando o processo reprodutivo em uma 
situação de risco para a mãe e o feto (Fonseca et al., 2021). 
No ano de 2000, o Ministério da Saúde (MS) fundou o Programa de 
Humanização no Pré-Natal e Nascimento (PHPN). Este programa tem como objetivo 
reduzir a mortalidade materna e perinatal, proporcionando uma assistência de 
qualidade e humanizada desde o parto até o puerpério (Lima et al., 2019). 
De acordo com o Programa de Humanização no pré-natal e nascimento, 
recomenda-se que a gestante realize pelo menos 6 (seis) consultas pré-natais, 
distribuídas da seguinte forma: uma no primeiro trimestre, duas no segundo trimestre 
e três no terceiro trimestre. Também é importante lembrar da consulta puerperal, que 
deve ocorrer até quarenta e dois dias após o parto. Durante as consultas, são 
realizados exames, vacinas, tratamentos para eventuais alterações, além de ações 
de prevenção e diagnóstico de câncer de mama e de colo do útero, bem como 
encaminhamentos necessários (Brasil, 2013). 
14 
 
 
O pré-natal tem como objetivo atender, acolher e garantir as necessidades da 
mulher desde o início até o final da gestação. Ele assegura o acompanhamento 
contínuo, o desenvolvimento e a avaliação de todos os aspectos da gravidez, visando 
um parto seguro e um recém-nascido saudável, sem comprometer a saúde da mãe. 
Além disso, promove o bem-estar físico, mental e a saúde durante toda a gravidez 
(Lima et al., 2019). 
O acompanhamento pré-natal é crucial durante a gestação para identificar 
possíveis patologias maternas e fetais, prevenir o surgimento de novas condições e 
tratar aquelas já existentes. Quando realizado de maneira adequada, o pré-natal pode 
diminuir a morbidade e mortalidade materno-infantil, pois a detecção precoce dos 
riscos gestacionais possibilita orientações e encaminhamentos apropriados em cada 
fase da gravidez (Marques et al., 2020). 
É dever do enfermeiro orientar as mulheres sobre a importância do pré-natal, 
da amamentação e da alimentação adequada. O enfermeiro é responsável por realizar 
consultas de pré-natal, solicitar exames conforme os protocolos, realizar exames 
físicos, como o teste das mamas e a coleta de citologia cervical, quando necessário. 
Além disso, é essencial que haja a identificação de gestantes com sinais de alerta ou 
de alto risco e encaminhá-las rapidamente para o pré-natal de alto risco (Carpes et 
al., 2019). 
No âmbito desse programa, cada gestante tem o direito a um atendimento 
humanizado, seguro e de qualidade durante a gestação, o parto e o puerpério, 
conforme as diretrizes estabelecidas pela prática médica. Além disso, cada recém-
nascido tem direito a uma assistência neonatal igualmente humanizada e segura. Para 
garantir isso, é necessário realizar consultas regulares de pré-natal e pediátricas, além 
de exames laboratoriais, de imagem, vacinação, avaliação de risco gestacional e 
atividades educativas para as gestantes (Cardoso et al., 2019). 
As seis consultas de acompanhamento no pré-natal são oferecidas 
gratuitamente pelo Ministério da Saúde, porém nem todas as gestantes frequentam 
as consultas marcadas, seja pela incompreensão da real importância desse 
acompanhamento ou pela falta de comprometimento (Carvalho; Cerqueira, 2020). 
É importante que o profissional forneça durante o pré-natal orientações 
detalhadas sobre o trabalho de parto. Essas informações são essenciais para evitar 
comportamentos que possam aumentar a ansiedade, o medo e a insegurança durante 
o parto. Além disso, essas orientações ajudam a gestante a tomar decisões de forma 
15 
 
 
autônoma, sem ser influenciadaem relação ao que diz respeito ao seu próprio corpo. 
Encontros regulares são fundamentais para esclarecer dúvidas e garantir que 
possíveis conflitos não impactem negativamente esse momento especial do 
nascimento do bebê (Carvalho; Cerqueira, 2020). 
Segundo o Ministério da Saúde, é permitido que o enfermeiro realize o 
acompanhamento completo do pré-natal de risco habitual. O enfermeiro é um 
profissional qualificado o suficiente para implementar estratégias de promoção da 
saúde, prevenção de doenças e cuidados humanizados. Para isso, ele desenvolve um 
plano de assistência durante as consultas de pré-natal, com base nas necessidades 
identificadas e priorizadas, definindo as intervenções necessárias, fornecendo 
orientações e encaminhando a gestante para outros serviços quando necessário 
(Sehnem et al., 2020). 
 
3.1.1 Alterações Fisiológicas e Emocionais 
Durante o período da gestação existem muitas modificações no organismo 
materno que tem como finalidade adaptar-se às necessidades orgânicas materno-fetal 
e do parto. Essas modificações acontecem a partir no segundo trimestre são 
resultantes de ações hormonais, resultante do corpo lúteo e da placenta (De Oliveira 
et al., 2020). 
Emoções estão presentes em qualquer processo humano comum, e durante a 
gestação, devido à responsabilidade da mãe com o ciclo gestacional, surge uma carga 
emocional significativa. Isso faz com que os sentimentos se tornem mais intensos, 
levando as gestantes a manifestarem essas emoções de forma mais acentuada. 
Essas emoções, sejam positivas ou negativas, podem ou não se tornar patológicas, 
dependendo da intensidade com que são vivenciadas (Gomes et al., 2020). 
A gestação, dura aproximadamente 41 semanas até o parto, é um período de 
formação de um novo ser. Esse período é caracterizado por modificações no estilo de 
vida da mulher, impactando também a vida pessoal, a relação do casal, podendo lhes 
causar um certo desequilíbrio no relacionamento. Este desequilíbrio parte das 
modificações fisiológicas e psicológicas que acometem a mulher neste período, logo 
há mudanças hormonais e físicas que interferem diretamente na autoestima e libido 
da mulher (Ferreira et al., 2021). 
O estresse se manifesta no dia a dia, sendo visível nas interações cotidianas. 
Ele está relacionado às mudanças que ocorrem durante a gestação e aos diversos 
16 
 
 
desafios que surgem em função dos papéis sociais, especialmente com o aumento da 
carga e da responsabilidade da mãe durante esse período (Gomes et al., 2020). 
Em algumas mulheres, a ansiedade pode se manifestar de maneira intensa, 
revelando-se em preocupações excessivas e/ou em um estado de tensão, 
insatisfação, insegurança, incerteza e medo em relação à maternidade (Chemello et 
al., 2021). 
 A ansiedade materna é identificada como uma emoção comum e um dos 
impactos mais recorrentes nas gestantes. Isso a torna um fator que prejudica a 
comunicação entre mãe e bebê, além de afetar a capacidade da mãe de atender às 
necessidades da criança. O estresse pode resultar em complicações como baixo peso 
ao nascer, aborto espontâneo e maior risco de prematuridade, além de provocar 
alterações neurológicas, imunológicas e outras condições patológicas, afetando tanto 
a mãe quanto o bebê durante a gestação (Gomes et al., 2020). 
 
3.1.2 Equipe Multiprofissional 
O trabalho em equipe multiprofissional foi definido como uma forma de 
colaboração coletiva, na qual profissionais de diversas áreas do conhecimento 
interagem reciprocamente através de suas intervenções técnicas. Esse tipo de 
trabalho é baseado na comunicação e na cooperação entre os membros da equipe. 
Portanto, é essencial discutir a importância dessa colaboração entre diferentes áreas 
profissionais e como essa interação impacta a qualidade do atendimento oferecido 
aos pacientes que utilizam esses sistemas (Ávila; Da Costa, 2020). 
O atendimento às gestantes deve ir além dos consultórios, envolvendo não 
apenas a Equipe de Saúde da Família (ESF), mas também todo o grupo, incluindo o 
Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB), (Rocha et al., 
2021). 
O NASF-AB é constituído por uma equipe multiprofissional e interdisciplinar que 
complementa as equipes que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS). Dessa 
forma, os profissionais do NASF-AB colaboram com a ESF na atenção integral 
durante o pré-natal, participando de discussões de casos, visitas domiciliares e 
atividades de educação permanente (Franco et al.,2020). 
A estratégia multiprofissional durante o pré-natal promove a humanização e a 
integralidade do atendimento, melhorando a qualidade de vida da gestante. Ao final 
da gravidez, inicia-se o trabalho de parto. Após essa experiência, a mulher entra no 
17 
 
 
puerpério, um período em que seu corpo passa por adaptações para retornar ao 
estado anterior à gestação. O puerpério é uma fase única, marcada por 
transformações anatômicas, fisiológicas e psicossociais, tornando essencial a 
continuidade do cuidado multidisciplinar e o acompanhamento integral da mulher e do 
recém-nascido (Bortolato-Major, 2021). 
Durante a gestação e o parto, ocorrem mudanças que exigem uma adaptação 
à chegada de um novo membro na família. Por isso, é fundamental desenvolver ações 
preventivas e de promoção da saúde, principalmente na Atenção Básica. Além disso, 
a participação e o comprometimento de uma equipe integrada, juntamente com os 
serviços de atenção secundária e terciária, são essenciais (Marques et al., 2020). 
No final da gravidez, inicia-se o trabalho de parto, caracterizado por contrações 
uterinas eficazes e rítmicas que promovem a dilatação e o afinamento do colo do 
útero. Após o parto, a mulher entra no período do puerpério, quando seu corpo passa 
por um processo de retorno ao estado pré-gestacional. O puerpério é um período 
único, com mudanças anatômicas e fisiológicas significativas, além de questões 
psicossociais. Por isso, é essencial continuar o cuidado multidisciplinar e o 
acompanhamento integral tanto da mulher quanto do recém-nascido (Bortolato-Major, 
2021). 
 
3.2 DIABETES MELLITUS GESTACIONAL 
A diabetes mellitus (DM) é um distúrbio endócrino caracterizado por níveis 
elevados de glicose no sangue, conhecidos como hiperglicemia, que são superiores 
a 100 mg/dL em jejum. Essa condição pode ser causada pela deficiência de insulina 
(Araújo et al., 2020). 
A DM pode resultar da deficiência na produção e/ou liberação de insulina pelo 
pâncreas ou da resistência das células a esse hormônio, sendo classificada em tipo 1 
ou tipo 2. A DM tipo 1 geralmente afeta crianças e adolescentes e é considerada um 
dos tipos mais graves. Por outro lado, a DM tipo 2 é uma doença multifatorial que 
compromete a qualidade de vida dos indivíduos afetados, caracterizando-se 
fisiologicamente pela resistência das células à insulina, associada a uma falha na 
secreção deste hormônio pelo pâncreas (Rodrigues et al., 2019). 
O rastreamento do DMG deve ser realizado a partir da 24ª semana de 
gestação, através da medição dos níveis de glicose no sangue em jejum. O 
diagnóstico pode ser confirmado por meio do Teste Oral de Tolerância à Glicose 
18 
 
 
(TOTG), que avalia a resposta do organismo à sobrecarga de glicose. Esse teste inclui 
a coleta de amostras de glicose no plasma após um jejum de pelo menos 8 horas, 
geralmente no segundo trimestre da gravidez. Além disso, gestantes com alto risco 
de desenvolver DMG podem passar por uma triagem precoce já na primeira consulta 
do pré-natal (Fernandes et al., 2020). 
O diagnóstico relevante que deve ser diferenciado do DMG é o de DM 
diagnosticado durante a gestação. Nesse caso, a mulher já apresentava diabetes, 
embora sem diagnóstico prévio, e durante a gravidez desenvolve hiperglicemia com 
níveis de glicose que atingem os critérios para diabetes fora do contexto da gestação, 
conforme os parâmetros da Organização Mundialda Saúde (Silva et al., 2021) 
Apesar de o DMG normalmente se resolver após o parto, ele pode ter efeitos 
duradouros sobre a saúde materna. Durante a gestação, mulheres com DMG 
apresentam maior risco de desenvolver hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia e de 
necessitar de cesariana. A longo prazo, evidências consistentes mostram uma forte 
relação entre o DMG e o desenvolvimento posterior de DM2, hipertensão, dislipidemia, 
disfunção vascular, aterosclerose e outros fatores de risco cardiovascular na mãe 
(Alesi et al., 2021). 
Os fatores de risco para o desenvolvimento da DMG são: idade materna 
avançada, obesidade, sobrepeso ou ganho excessivo de peso na gestação atual, 
deposição central excessiva de gordura corporal, história familiar de diabetes em 
parentes de primeiro grau, crescimento fetal excessivo, polidramnia, hipertensão ou 
pré-eclâmpsia na gestação atual, antecedentes obstétricos de abortamentos de 
repetição, malformações, morte fetal ou neonatal, macrossomia, síndrome de ovários 
policísticos, baixa estatura (menos de 1,5 m) (Zajdenverg, 2023). 
 A primeira opção para o tratamento de diabetes deve ser a dieta individualizada 
e atividades físicas. Recomenda-se exercícios aeróbicos seguros e de baixo impacto, 
como caminhadas e natação, realizados com intensidade leve a moderada, por 30 a 
45 minutos, três vezes por semana, para que haja uma prática adequada de atividade 
física. A dieta deve ser planejada com o objetivo de manter um bom controle 
metabólico, garantindo uma nutrição adequada tanto para a mãe quanto para o feto 
(Bozatski, 2019). 
É extremamente importante que o tratamento seja iniciado quanto antes após 
o diagnostico, pois assim diminuem as chances de complicações para o feto. A DM 
mal controlada na gestação causa muitas complicações como: aborto espontâneo, 
19 
 
 
malformações fetais, pré-eclâmpsia, natimortalidade, macrossomia, hipoglicemia e 
hiper bilirrubinemia neonatais (Zajdenverg,2023). 
Quando o controle da glicemia através da dieta e da prática de exercícios físicos 
não são suficientes é indicado a insulinoterapia. Na atualidade, existem diferentes 
tipos de insulina, que variam em relação ao tempo de ação no organismo. No entanto, 
no caso de gestantes, ainda não há um consenso sobre um protocolo padrão para o 
uso de insulina. A escolha do esquema terapêutico é personalizada, considerando 
fatores como características individuais, taxa de obesidade e grau de hiperglicemia, 
sendo o tratamento medicamentoso sempre sujeito à avaliação médica (Martins; Brati, 
2021). 
 O tratamento farmacológico é iniciado quando a gestante não atinge o controle 
glicêmico em duas semanas. A recomendação da Sociedade Brasileira de Diabetes é 
o uso da insulinoterapia subcutânea, com as insulinas Neutral Protamine Hagedorn 
(NPH) e sendo as mais comuns. No entanto, o uso da insulina pode ser complicado e 
menos aceito pelas pacientes. Embora alguns especialistas às recomendem a 
suspensão dos antidiabéticos orais, outros os veem como uma alternativa viável, 
destacando principalmente a glibenclamida e a metformina. Recentemente, ambas 
demonstraram eficácia comparável à insulina (Rodrigues et al., 2019). 
A insulina é um hormônio essencial para controlar os níveis de glicose no 
sangue. O corpo depende desse hormônio para utilizar a glicose dos alimentos como 
fonte de energia, transportando-a para dentro das células. Produzida pelo pâncreas, 
a insulina previne o excesso de glicose no sangue. Quando ela está ausente ou 
insuficiente, a glicose não consegue ser absorvida pelas células, o que causa seu 
acúmulo na corrente sanguínea e pode levar ao desenvolvimento de DM (Sociedade 
Brasileira de Diabetes, 2020). 
Assim como ocorre no rastreamento e diagnóstico, os valores considerados 
adequados para o controle glicêmico podem variar ligeiramente conforme a fonte 
consultada. As referências incluem: glicemia de jejum entre 60 mg/dL e 90 mg/dL, 65 
mg/dL e 95 mg/dL, ou até entre 80 mg/dL e 110 mg/dL; glicemia pós-prandial (1h após 
a refeição) entre 100 mg/dL e 120 mg/dL, ou até 140 mg/dL; e 2h após a refeição, até 
120 mg/dL ou 155 mg/dL. Vale destacar que, em mulheres com risco aumentado de 
hipoglicemia, esses alvos devem ser ajustados para glicemia de jejum até 99 mg/dL e 
ao deitar entre 80 mg/dL e 120 mg/dL (Organização Pan Americana de Saúde, 2019). 
20 
 
 
 O rastreamento para a percepção da doença é obrigatório, sendo assim o 
cuidado à gestante com DMG deve ser iniciado desde a primeira consulta de pré-
natal. Avaliações constantes e rigorosas realizadas pelo profissional de saúde, com o 
objetivo de identificar qualquer alteração, devem ser mantidas ao longo de toda a 
gestação e finalizadas seis semanas após o parto (Dias et al., 2019). 
A enfermagem orienta as gestantes sobre o tratamento proposto, oferecendo 
suporte emocional e incentivando a continuidade do tratamento, desempenhando um 
papel fundamental nas ações de promoção durante o pré-natal. Assim, as ações 
realizadas pelos enfermeiros têm como objetivo reduzir a mortalidade materna e fetal 
diante das complicações que podem surgir durante a gestação e no pós-parto em 
decorrência do DMG (De Deus et al., 2022). 
Nessa perspectiva, a assistência à mulher durante o período gestacional deve 
ser realizada com a sensibilização das equipes de saúde, a fim de incentivar as 
gestantes a se manterem ativas no pré-natal, utilizando estratégias que promovam 
sua participação e atenção ao autocuidado. Nos casos que exigem um 
acompanhamento mais frequente, consultas adicionais devem ser realizadas, 
considerando a saúde materno-fetal (Brasil, 2022). 
 
3.3 EDUCAÇÃO EM SAÚDE 
A educação em saúde é um aspecto fundamental nas atividades das equipes 
de saúde. Sua abordagem evoluiu ao longo do tempo, influenciada por contextos 
históricos e políticos. Na segunda metade do século 19, surgiu como uma estratégia 
autoritária e regulatória, utilizando práticas coercitivas e atribuindo a origem das 
doenças à falta de observância das normas de higiene pela população. Depois, em 
meados do século 20, passou a ter uma perspectiva positivista, baseada no modelo 
biológico, focando em informar a população sobre normas para o bem-estar físico, 
mental e social, incentivando-a a assumir a responsabilidade por sua própria saúde 
(Brasil, 2017). 
 A partir das décadas de 1960 e 1970, com o movimento pela reforma sanitária 
no Brasil, a educação em saúde começou a incluir a discussão sobre os determinantes 
sociais da saúde e os princípios da educação popular de Paulo Freire, propondo 
soluções através da problematização para transformar a realidade. A Educação em 
Saúde é uma abordagem que fortalece o cuidado de enfermagem ao integrar 
atividades educativas na atenção ao paciente, utilizando os recursos disponíveis nos 
21 
 
 
serviços de saúde, tanto públicos quanto privados. Essas ações são essenciais para 
promover a qualidade de vida e auxiliar no desempenho das atividades diárias das 
pessoas (Fittipaldi et al., 2021). 
 A promoção da saúde é eficaz para promover a saúde e incentivar o autocuidado 
em indivíduos e comunidades. Ela altera o modelo tradicional de ensino, que antes 
era mais centrado na transmissão de conhecimento, e passa a seguir o princípio de 
que as ações educativas promovem a autonomia das pessoas em relação aos 
cuidados com a saúde, mesmo quando não estão sob supervisão de profissionais. A 
enfermagem assume um papel crucial nas práticas educativas voltadas à saúde da 
população, fundamentando suas ações nas demandas sociais da comunidade 
(Moreira et al., 2019). 
 Ao definir educação em saúde, é essencial destacar suas diferentes 
abordagens. Tradicionalmente, ela é vista como parte da saúde pública, voltada para 
a promoção da saúde e a prevenção de doenças. Também é considerada como um 
processo de transmissão de conhecimento, quePaulo Freire descreveu como 
educação bancária, onde o aluno atua como um mero espectador, recebendo 
informações sem contextualização ou reflexão crítica. Além disso, deve ser entendida 
pela população como um apoio na compreensão das causas das doenças, assim 
como na sua prevenção e superação (Carvalho et al., 2019). 
 No contexto da pesquisa, a educação em saúde exerce papel fundamental 
para a construção do conhecimento no que se refere à gravidez e a diabetes. Os 
esclarecimentos realizados no processo de educação em saúde ofertados pela equipe 
de saúde propiciam um empoderamento da mulher, devolvendo-lhe seu protagonismo 
e autonomia no momento da gestação e no processo de descoberta de doenças (Silva 
et al.,2019). 
 Ao integrar na sua rotina profissional práticas pedagógicas, o enfermeiro busca 
transmitir ou ensinar cuidados de saúde com base no relato de problemas, 
experiências e comportamentos vividos diariamente pelo paciente e/ou seus 
familiares. Dessa forma, o compartilhamento de conhecimento com o enfermeiro 
fortalece o vínculo com o paciente e/ou familiares, além de incentivar mudanças nas 
práticas diárias, promovendo a saúde (Da Costa et al., 2020). 
 As gestantes se sentem mais seguras quando acompanhadas por enfermeiros 
obstetras. As ações desenvolvidas por esses profissionais ao longo da gestação, 
como oferecer conselhos, responder dúvidas e fornecer esclarecimentos, são 
22 
 
 
fundamentais para uma assistência adequada nesse período. Isso reforça a 
importância de manter uma relação estreita com a comunidade para garantir uma 
orientação em saúde de qualidade. As ações educativas na área da saúde também 
envolvem os acompanhantes, ampliando as ações para atingir mais pessoas e 
transformá-las em multiplicadores do conhecimento adquirido, sempre sob a liderança 
do enfermeiro que coordena a equipe multidisciplinar (Pereira et al., 2020). 
 A orientação em saúde por meio de reuniões permite a utilização de técnicas e 
ações adaptadas para aprimorar a qualidade de vida do público-alvo, 
complementando a assistência prestada. Esse formato de ação educativa é 
importante para esclarecer dúvidas e contribuir para o aumento do conhecimento 
sobre diversos aspectos relacionados ao cuidado com a saúde. A liderança do 
enfermeiro na equipe de saúde coloca esse profissional em posição de destaque no 
planejamento das ações, mas é fundamental ressaltar a importância da organização 
do trabalho em equipe, respeitando a autonomia e independência de cada categoria 
profissional (Pinto et al., 2019). 
 A importância do planejamento e da execução de ações contínuas de promoção, 
prevenção e educação em saúde no ambiente escolar é fundamental. Essas ações 
devem ser fundamentadas na atuação multiprofissional, na qual o enfermeiro 
desempenha um papel ativo, realizando um trabalho colaborativo e transformador. A 
implementação do processo de educação em saúde deve ser vista como uma 
estratégia preventiva e social, com o objetivo de provocar mudanças nos 
comportamentos e atitudes dos adolescentes em relação às realidades e temáticas 
abordadas (Da Costa, 2020). 
 Para isso, é essencial oferecer informações de maneira acessível, utilizando 
uma linguagem próxima ao público, além de promover rodas de conversa para a troca 
de experiências e outras alternativas eficazes que contribuam para a promoção da 
saúde e a qualidade de vida dessa população, fazendo assim de maneira eficaz e 
correta a disseminação de uma educação em saúde de qualidade (Ribeiro et al., 
2019). 
 Planejar é fundamental para o sucesso das ações de educação em saúde, pois 
há fatores que tanto favorecem quanto dificultam esse processo. Entre os facilitadores 
estão a eficiência da gestão municipal e da unidade de saúde, o empenho da equipe 
multidisciplinar, o interesse dos usuários pelas ações educativas e a satisfação dos 
profissionais com seu trabalho. Já os obstáculos incluem problemas na gestão 
23 
 
 
municipal, equipes multiprofissionais reduzidas, infraestrutura inadequada, falta de 
recursos materiais e o desinteresse dos usuários. Esses fatores podem atuar como 
oportunidades ou desafios para a educação e a promoção da saúde (Pinto et al., 
2019). 
 
 
 
24 
 
 
4 METODOLOGIA DE PESQUISA 
 
4.1 CARACTERIZAÇÃO DA PESQUISA 
 A pesquisa foi conduzida através de um estudo de campo de caráter qualitativo 
e descritivo. O principal objetivo foi analisar a percepção das gestantes em relação ao 
papel da enfermagem na identificação precoce e no monitoramento eficaz do diabetes 
gestacional. 
 A pesquisa qualitativa no ambiente acadêmico busca entender as razões que 
explicam eventos, fatos, fenômenos, comportamentos ou tendências. Normalmente, 
trabalha com uma amostra reduzida e utiliza diferentes técnicas de coleta de dados, 
como grupos focais, entrevistas, análise documental, observações sistemáticas e 
relatos escritos ou orais. Esses métodos auxiliam na formulação de hipóteses sobre 
um problema de pesquisa, oferecendo uma compreensão mais profunda e 
interpretativa dos dados obtidos (Cusati et al., 2024). 
 A pesquisa descritiva é utilizada para observar, registrar e examinar resultados 
de forma detalhada. Esse tipo de estudo adota métodos padronizados para a coleta 
de dados e para a observação sistemática, assegurando uma análise estruturada e 
consistente das informações coletadas (Gil, 2021). 
 
4.2 LOCAL E PERÍODO DE REALIZAÇÃO DA PESQUISA 
 A pesquisa foi desenvolvida em um Centro de Referência em Saúde em um 
Município da Região da Campanha, no Estado do RS. Foi implementada nos meses 
abril e maio, após a solicitação de realização da pesquisa à Secretaria Municipal de 
Saúde e Atenção à Pessoa com Deficiência, sendo que, somente após autorização, 
foi iniciada a coleta de dados. 
 
4.3 PARTICIPANTES DO ESTUDO 
 As participantes do estudo foram as gestantes de um Centro de Referência em 
Saúde do Município, que aceitaram participar do estudo, que concordaram em ser 
gravadas, maiores de idade e consideradas legalmente capazes. As participantes da 
pesquisa foram identificadas como "E", seguidos de um número sequencial 
correspondente à entrevista. Para estabelecer o total de entrevistadas, foi utilizada a 
técnica de saturação teórica. 
25 
 
 
 A saturação teórica é alcançada quando novas entrevistas não trazem 
informações adicionais relevantes, ou quando os dados obtidos já preencheram as 
lacunas existentes no conhecimento, permitindo a interpretação do fenômeno e a 
ligação entre as categorias analíticas (Gallo et al., 2024). 
 
4.4 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 
 Foi incluída na pesquisa, toda gestante que esteva em acompanhamento de pré-
natal na Unidade, que foi diagnosticada com DMG na gestação atual, que demonstrou 
interesse em participar da pesquisa, desde que fossem maiores de idade e legalmente 
capazes, que concordaram com a gravação da entrevista e com os termos do 
consentimento livre e esclarecido. 
 Não foram incluídas na pesquisa as gestantes que não aceitaram realizar e não 
aceitaram os termos apresentados, as pacientes com dificuldade de estabelecer 
comunicação verbal e gestantes que não tivessem diagnóstico definido bem como 
aquelas que ao longo da entrevista demonstraram interesse, a qualquer tempo, pela 
autoexclusão. 
 
4.5 COLETA DE DADOS 
 As participantes receberam orientações claras sobre a natureza da pesquisa, o 
tema explorado e seus objetivos. Foi destacado o compromisso com a 
confidencialidade e a proteção da privacidade das entrevistas e das informações 
fornecidas. As participantes foram corretamente informadas sobre a necessidade de 
assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, a participação delas na 
pesquisa foi completamente voluntária, sem qualquer tipo de pressão ou influência 
exercida pelo pesquisador.Como instrumento da pesquisa foi utilizada uma entrevista, a qual é uma 
ferramenta utilizada para a coleta de dados em pesquisas qualitativas, sendo 
amplamente aplicada em estudos de campo para compreender diversos fenômenos. 
Ela se destaca como uma técnica de interação social dinâmica, flexível e criativa, 
permitindo que o participante e o pesquisador colaborem na construção conjunta de 
uma interpretação do fenômeno investigado (Oliveira et al., 2023). 
 
 
 
26 
 
 
4.6 ANÁLISE DOS DADOS 
 A análise adotou a metodologia sugerida por Bardin. Nesse trabalho, Bardin 
detalha como a análise de conteúdo pode ser aplicada a diversas fontes de 
informações, propondo três etapas principais: a pré-análise, a exploração do material, 
e o tratamento dos resultados, inferência e interpretação. A fase inicial de 
organização, embora intuitiva, teve como objetivo tornar as ideias iniciais operacionais 
e sistematizadas, resultando em um plano claro para as próximas etapas. Essa fase 
geralmente envolve três tarefas principais: selecionar os documentos a serem 
analisados, definir as hipóteses e objetivos, e criar indicadores que sustentem a 
interpretação final (Bardin, 2016). 
 Na segunda etapa, realiza-se a análise do material, na qual o pesquisador 
identifica categorias e examina os elementos que constituem um grupo específico. 
Além disso, ele realiza reagrupamentos por analogia, empregando métodos 
previamente definidos para auxiliar na formulação das conclusões (Bardin, 2016). 
 Por fim, a terceira etapa consiste no tratamento e interpretação dos dados 
brutos. Nessa fase, os dados são organizados de maneira a se tornarem relevantes e 
apropriados para a análise, possibilitando ao pesquisador apresentar os resultados 
sob diferentes perspectivas (Bardin, 2016). 
 
4.7 RISCOS E BENEFÍCIOS 
4.7.1 Riscos 
 O atual estudo não acarretou riscos físicos, pois não envolveu procedimentos 
dolorosos, manipulação de materiais biológicos ou experimentos com seres humanos. 
As participantes puderam responder às perguntas de forma total ou parcial, sem que 
isso lhes causasse qualquer prejuízo. Caso alguma participante, eventualmente, 
tivesse apresentado algum tipo de desconforto ou dano psicológico, ela seria 
encaminhada ao Serviço Escola de Psicologia Aplicada (SEPA) para receber o devido 
atendimento, caso tenha ocorrido o desenvolvimento de possíveis transtornos 
psicológicos. 
 
4.7.2 Benefícios 
 Esta pesquisa contribuiu para a busca de estratégias que superem os desafios 
enfrentados pelas mulheres na realização dos exames de rastreamento do DG. Ao 
27 
 
 
enfatizar a importância da enfermagem no acolhimento, esclarecendo dúvidas e 
orientando sobre tratamentos, o projeto ajudará a melhorar o acesso e a adesão aos 
exames. 
 
4.8 ASPECTOS ÉTICOS DA PESQUISA 
 A Resolução CNS n. 466/12 estabelece que “o respeito à dignidade humana 
exige que toda pesquisa seja conduzida com o consentimento livre e esclarecido dos 
participantes, sejam eles indivíduos ou grupos, que devem manifestar sua 
concordância por meio de si mesmos e/ou de seus representantes legais para 
participar da pesquisa” (Brasil, 2012). 
 Conforme a resolução. a pesquisa que envolve seres humanos é definida como 
aquela que "individual ou coletivamente, tenha como participante o ser humano, em 
sua totalidade ou partes dele, e o envolva de forma direta ou indireta, incluindo o 
manejo de seus dados, informações ou materiais biológicos". Assim, fica claro que 
todas as pesquisas que envolvem seres humanos, devem ser acompanhadas pelo 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Brasil, 2012). 
 Ao considerar que a ética na pesquisa demanda respeito à integridade do 
indivíduo e a proteção dos participantes, a Resolução Nº 510/2016 estabelece que o 
consentimento e assentimento livre e informado devem ser baseados na confiança 
mútua entre pesquisador e participante, mantendo um diálogo aberto para perguntas 
e esclarecimentos. Esse consentimento pode ser concedido ou registrado em 
qualquer fase da pesquisa e pode ser retirado a qualquer momento, sem prejuízo ao 
participante (Brasil, 2016). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
5.1 CARACTERIZAÇÃO DOS PARTICIPANTES DO ESTUDO 
O estudo contou com a participação de 8 (oito) mulheres gestantes com 
diferentes perfis obstétricos, diagnosticadas com DG, com idades entre 22 a 39 anos. 
Algumas participantes já haviam passado por gestações anteriores, enquanto para 
quatro delas esta era a primeira gestação. A maioria iniciou o acompanhamento pré-
natal ainda no primeiro semestre gestacional, com exceção de apenas uma gestante 
que iniciou após esse período. Três participantes relataram histórico prévio de DG em 
gestações anteriores. Nenhuma das gestantes informou ter antecedentes de outras 
alterações significativas durante a gestação. Em relação às características 
antropométricas, o peso das participantes variou entre 47 kg e 128 kg, enquanto a 
altura apresentou variação de 1,52 m a 1,76 m. 
Identificou -se que 1 participante se encontra com peso adequado, 4 estão 
acima do peso, 1 em obesidade grau I, 1 em obesidade grau II e 1 com obesidade 
grau III, obesidade mórbida. Durante a gestação, ocorrem alterações hormonais 
naturais que aumentam a resistência à insulina para garantir a oferta adequada de 
nutrientes ao feto, quando a gestante já apresenta obesidade, essa resistência é 
potencializada, dificultando ainda mais o controle glicêmico e aumentando o risco de 
DMG. 
5.2 A PERCEPÇÃO QUANTO AO CONTROLE E MONITORAMENTO DA GLICEMIA 
DAS GESTANTES 
Ao entrevistar as participantes do estudo foi possível perceber que a maioria 
das gestantes receberam orientações quanto ao controle e monitoramento da 
glicemia. Algumas até realizaram os exames, mas não souberam explicitar quais 
foram ou qual sua finalidade. Algumas gestantes relatam ter recebido orientações 
sobre dieta e hábitos de vida após o diagnóstico, mas muitas dessas orientações 
parecem genéricas ou pouco detalhadas. 
 
“Sim. Eu fiz o da glicose e o em jejum”. (E3) 
 
“Sim, tipo, eu tenho que fazer caminhada, fazer alguma atividade física e 
diminuir a minha alimentação”. (E5) 
 
“Sim, ela me deu, ela mandou fazer o exame de sangue pra ver se tinha 
diabetes ou não e me passou para o nutricionista [...] ela disse que era pra 
me evitar comer comida gorda assim, açúcar e pra dar uma controlada”. (E8) 
29 
 
 
 
“Sim. Me passou a dieta, a enfermeira me passa as questões de como é que 
eu posso me exercitar, os tipos de exercícios que eu posso fazer durante a 
gestação e as outras informações que a gente vai buscando”. (E7) 
 
“Sim. E ter uma alimentação mais balanceada, para comer coisas saudáveis”. 
(E5) 
 
Percebe-se que a maioria não soube responder de uma forma mais clara quais 
exame seriam importantes para o diagnóstico de acordo com a pergunta. As respostas 
revelam uma heterogeneidade nas experiências das gestantes quanto às orientações 
recebidas durante o pré-natal e que muitas foram centradas apenas na restrição 
alimentar sem um aprofundamento sobre o monitoramento efetivo da glicemia, 
(frequência, metas, importância do controle). Isso evidencia que o acompanhamento 
poderia ser mais estruturado e personalizado. 
Algumas participantes demonstraram conhecimento sobre os exames 
laboratoriais realizados para o diagnóstico do DG, como a glicemia em jejum e o teste 
de tolerância à glicose. Uma das gestantes misturou orientações sobre mudanças de 
estilo de vida com exames diagnóstico, foi possível notar certa confusão entre 
orientações voltadas ao diagnóstico e aquelas relacionadas ao controle da doença, 
indicando a necessidade de uma comunicação mais clara e estruturada por parte da 
equipe de enfermagem. 
É possível destacar que a falta de clareza nas orientações prestadas durante o 
pré-natal comprometea autonomia das gestantes no cuidado com a própria saúde, 
especialmente em condições como o DG. 
É responsabilidade do profissional de saúde, durante o pré-natal, fornecer 
informações, promover educação em saúde e comunicar adequadamente as 
condições da gestação a cada encontro com a gestante. No entanto, ainda são 
identificadas falhas nesse processo educativo, o que faz com que muitas mulheres 
cheguem ao final da gestação sem o conhecimento necessário para vivenciar 
adequadamente o parto, a amamentação e o puerpério (Secretária da Saúde, 2022). 
Para promover a educação em saúde, podem ser adotadas diferentes 
estratégias, tanto coletivas quanto individuais, como palestras, atividades educativas 
em salas de espera e grupos de gestantes. Dentre essas, os grupos de gestantes têm 
se destacado por apresentarem melhores resultados, já que permitem o 
compartilhamento de experiências e a reflexão conjunta entre as participantes 
(Carvalho et al., 2019). 
30 
 
 
5.3 O APOIO E A ORIENTAÇÃO DISPONIBILIZADOS PELA EQUIPE DE 
ENFERMAGEM. 
Ao questionar as participantes do estudo sobre o papel da equipe da 
enfermagem, os relatos revelam que, embora grande parte das gestantes reconheça 
o papel da equipe de enfermagem, especialmente das enfermeiras, como central na 
orientação e apoio durante o pré-natal, ainda há dificuldades no acesso a atividades 
educativas e oferta limitada e pouco estruturada de informações relacionadas ao 
controle da DG. 
 
“Eu fui, mas... Não sei o que, infantil, uma coisa assim, de gravidez. 
Eu não sei te explicar [...] ah, depende, quem tem tempo, né?”. (E1) 
 
“Não, não’ [...] ah, eu acho que sim”. (E5) 
 
“Não”. (E6) 
 
“Ainda não [...] muito porque é uma troca, né?”. (E7) 
 
“Não [..] pra mim não é fácil, eu não ia aprender”. (E8) 
 
Quanto à participação em atividades educativas, a maioria das gestantes não 
participou de grupos, rodas de conversa ou ações coletivas, apesar de reconhecerem, 
em parte, a importância dessas estratégias para a troca de experiências e 
aprendizado. Algumas justificaram a ausência pela falta de tempo ou dificuldade 
pessoal de assimilação, indicando a necessidade de diversificação nas formas de 
educação em saúde, com abordagens mais acessíveis e adaptadas à realidade de 
cada gestante. 
Compreende-se que, ao se ampliar o nível de conhecimento das gestantes 
acerca da DMG, melhores tendem a ser os resultados em termos de prevenção, 
promoção e proteção contra agravos, especialmente quando há motivação por fatores 
pessoais e sociais (Veludo; Farinelli, 2022). 
As ações de educação em saúde na APS, como a implantação de programas 
de atividades em grupo para gestantes, constituem estratégias relevantes na 
prevenção da DMG. Tais iniciativas favorecem a troca de conhecimentos e 
experiências, permitindo às gestantes expressarem seus sentimentos e construírem 
redes de apoio mútuo (De Paula et al., 2021). 
A elaboração de estratégias voltadas à prevenção da DMG deve considerar 
uma abordagem integral, humanizada e com uma visão holística. Isso inclui a 
31 
 
 
capacitação da equipe de saúde, com ênfase na atuação do enfermeiro, a fim de 
estimular o envolvimento ativo da gestante nas práticas de autocuidado. É essencial 
que as orientações sejam transmitidas de maneira acessível, permitindo que a 
gestante compreenda a importância do cuidado diário para a promoção e a 
manutenção de uma boa qualidade de vida (Oliveira, 2023). 
Já sobre o acesso e a orientação quanto à realização de exames de 
acompanhamento, as respostas indicam que, de modo geral, há encaminhamentos 
adequados e informações básicas são fornecidas. 
 
“Ah sim, eles me encaminham pra outro lugar”. (E1) 
 
“Agora nessa eu estou achando mais fácil, mais acesso também, porque nas 
primeiras gestações era bem mais difícil de conseguir um exame”. (E6) 
 
“Sim, sim [...] foi a enfermeira desde o começo, eu tive duas, né? A primeira 
que fez o primeiro atendimento e a enfermeira assistente, que é a pessoa que 
tá me atendendo, ela me orienta muito sim”. (E7) 
 
“Foram, sim, com certeza [...] eu acho que foi a enfermeira assistente”. (E3) 
 
“Sim, são importantes [...] aí, deixa eu lembrar o nome dela, é essa enfermeira 
que veio aqui agora, a enfermeira assistente”. (E8) 
 
 
Seguindo a importância das informações recebidas e o papel dos profissionais, 
destaca-se de forma consistente a figura da enfermeira assistente, citada muitas 
vezes, como a principal responsável pelas orientações e apoio emocional durante o 
acompanhamento pré-natal. Isso reforça a centralidade da enfermagem na educação 
em saúde e no fortalecimento da autonomia da gestante, mesmo em contextos com 
limitações estruturais. 
As ações de prevenção do DMG destacam a informação como ferramenta 
central no processo de educação em saúde. Essa orientação, realizada durante as 
consultas de enfermagem na APS, deve ocorrer de forma individualizada, 
assegurando uma assistência qualificada. O objetivo é oferecer às gestantes com 
fatores de risco para a DMG programas educativos voltados ao diabetes, favorecendo 
a compreensão e a adesão às práticas de cuidado essenciais no contexto das 
Unidades de Saúde (Santos et al., 2022). 
A consulta de enfermagem adquire um caráter diferenciado quando conduzida 
de forma humanizada, favorecendo a construção de um vínculo de confiança entre o 
enfermeiro e a gestante. Esse relacionamento fortalece o diálogo e possibilita trocas 
32 
 
 
significativas de informações ao longo do acompanhamento pré-natal (Trigueiro et al., 
2021). 
 
5.4 PERCEPÇÕES DAS PACIENTES COM RELAÇÃO AS COMPLICAÇÕES E 
RISCOS DO DIABETES GESTACIONAL. 
Diante do tema notou-se que a maioria das gestantes demonstra ter algum 
conhecimento sobre as possíveis complicações do DG, especialmente relacionadas 
ao bebê, como: Parto prematuro, hipoglicemia neonatal, possibilidade de perda fetal, 
crescimento fetal excessivo (macrossomia, risco de má-formação e problemas 
cardíacos no bebê, herança futura da diabetes pela mãe. 
 
“Sim. Perca do bebê, o que ele pode nascer um pouco antes da data prevista, 
essas coisas assim”. (E2) 
 
“Sim. O bebê nascer com hipoglicemia, aquela coisa toda”. (E4) 
 
“É que eu poderia passar pro bebê se tivesse muita alteração, entendeu? Aí 
já fiz uma ecografia, ecografia dupla, aquela, entendeu? Que dá pra ver se o 
bebê teria passado, ele teria passado alguma coisa, deu tudo normal”. (E5) 
 
“Ela disse pra eu cuidar por causa que pode acarretar em uma má formação, 
problemas com o bebê, cardio, assim”. (E6) 
 
“Das questões dos riscos, os riscos são o parto prematuro, né? O nenê não 
se desenvolver direito, né? Ou crescer demais. E as consequências ali é que 
eu posso ficar com essa diabetes de herança”. (E7) 
 
Apesar das respostas demonstrarem uma certa consciência, percebe-se que, 
os riscos não são completamente compreendidos, indicam também falta de clareza e 
segurança nas informações recebidas. Nenhuma gestante menciona os riscos 
maternos, como desenvolvimento futuro de DM2, hipertensão gestacional ou pré-
eclâmpsia e complicações no parto para a mãe. 
O que se observa é que, embora algumas gestantes demonstrem ter escutado 
sobre complicações da DMG, há uma carência de entendimento claro e completo. Isso 
evidencia a necessidade de fortalecer a educação em saúde durante o pré-natal, com 
abordagens mais didáticas, linguagem simples, e ações reforçadas pela equipe de 
enfermagem. 
É importante enfatizar que as informações oferecidas às gestantes devem ser 
simples, compreensíveis e adaptadas à sua realidade. Para garantir uma educação 
em saúde eficaz, é recomendável empregar recursos educativos variados, como 
redes sociais, vídeos explicativos, atividades participativas e encontros em grupo, 
33 
 
 
facilitando o entendimento e incentivando a participação ativa no cuidado com a saúde 
(Santos; Grechi. 2020). 
Torna-se imprescindível que os profissionais de saúdeconsiderem o nível de 
escolaridade das gestantes durante o acompanhamento pré-natal, a fim de assegurar 
a compreensão adequada das informações transmitidas e oferecer suporte às que 
apresentem dificuldades em assimilá-las (Lungu et al., 2023). 
Ao abordar o sobre o impacto emocional do diagnóstico de DMG, foi possível 
observar aspectos importantes na vivência das gestantes. 
 
“Me deixou com bastante. Porque eu fiquei com medo de perder o bebê, como 
é a minha primeira gravidez, também, eu tô tirando a minha glicose todos os 
dias, até manhã, em jejum, depois do café e depois do almoço”. (E3) 
 
“É que eu acho que não é muito sobre o medo, tipo, a minha diabetes 
gestacional não é uma coisa, tipo, meu Deus, é muito diabetes. Não. É uma 
coisa balanceada que eu sei que se eu seguir, tipo, direitinho e diminuir 
somente o doce, é fácil de moderar ali, entendeu? Então é uma coisa que não 
me deu medo”. (E4) 
 
‘’Sim, fiquei com medo, quando em seguida que eu soube, eu fiquei com 
bastante medo, porque nunca tinha acontecido comigo, né?’’. Já é a minha 
quarta gestação, mas eu nunca tinha passado por isso antes, então eu já né. 
E pela minha idade, também, porque eu não sou mais nova, né? Então, 
quando eu era antes”. (E6) 
 
“Muito, nossa, muito medo. O começo, principalmente, até as minhas duas 
semanas, eu tinha bastante medo de aborto, muito medo, mas depois, com a 
diabetes controlada e com as taxas mais controladas, isso foi passando’’. (E7) 
 
“Ah, medo a gente tem, né? Eu não esperava, eu tenho uma criança agora, 
mas, enfim, não é muito fácil’’. (E8) 
 
Algumas gestantes expressaram medo intenso, principalmente quanto à 
possibilidade de perder o bebê, especialmente em gestações de primeiro momento, 
ou em situações de risco devido à idade materna ou histórico obstétrico 
Algumas gestantes demonstraram que o medo diminuiu com o tempo, 
principalmente após compreenderem o tratamento e verem resultados positivos no 
controle da glicemia. Isso reforça o papel da educação em saúde e do 
acompanhamento contínuo na redução da ansiedade. 
Esses achados evidenciam que o diagnóstico de DMG representa um momento 
de vulnerabilidade emocional para as gestantes, o que ressalta a necessidade de 
estratégias educativas humanizadas, que incluam o acolhimento, o esclarecimento e 
o suporte psicológico desde o início do pré-natal, visando minimizar o impacto 
34 
 
 
negativo sobre a saúde mental e favorecer o engajamento no tratamento e 
autocuidado. 
Estudos destacam que o medo é uma emoção marcante entre gestantes com 
diabetes, manifestando-se como uma sensação de intensa inquietação diante da 
percepção – real ou imaginada – de uma ameaça. Esse sentimento é frequentemente 
alimentado pela apreensão de que a condição possa ocasionar consequências sérias 
para o bebê, gerando temor, angústia e até pavor em relação ao desfecho da gestação 
(Fernandes; Ferreira, 2020). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
35 
 
 
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante da análise realizada, evidencia-se a importância fundamental da 
atuação da enfermagem na identificação precoce e no monitoramento contínuo do 
DG. O estudo permitiu compreender que a qualificação do atendimento, pautada em 
ações educativas, acolhimento e vigilância constante, é essencial para promover a 
saúde materno-fetal e prevenir complicações associadas à condição. Ao longo da 
gestação, o enfermeiro se destaca como profissional-chave na condução de práticas 
que fortalecem o autocuidado e a adesão ao tratamento, especialmente em contextos 
da APS. 
A equipe de enfermagem, com destaque para as enfermeiras, desempenha um 
papel essencial na condução do pré-natal, sendo frequentemente identificada pelas 
gestantes como a principal fonte de orientação sobre o controle do DG. No entanto, 
há falhas na implementação de estratégias coletivas de educação em saúde, como 
grupos de gestantes e rodas de conversa, que poderiam complementar o processo 
educativo de forma mais abrangente e participativa. Embora o acesso aos exames e 
orientações básicas esteja presente em boa parte dos relatos, limitações quanto à 
estrutura dos serviços e à efetividade das ações educativas ainda são percebidas 
pelas usuárias. 
Ao decorrer da pesquisa, foi possível perceber que há necessidade de reforçar 
as ações educativas sobre os riscos e complicações do DMG durante o pré-natal, com 
linguagem acessível, materiais de apoio, e momentos específicos para sanar dúvidas. 
A atuação da enfermagem, nesse sentido, é fundamental para promover um 
entendimento mais completo sobre a condição e estimular o autocuidado de forma 
consciente. 
Dessa forma, considera-se que fortalecer a atuação da enfermagem no 
contexto do DG vai além da assistência clínica, trata-se de garantir cuidado 
humanizado, educativo e acessível, que considere as particularidades de cada 
gestante. Investir em estratégias que ampliem o diálogo, a escuta ativa e a construção 
conjunta do conhecimento é essencial para qualificar o acompanhamento pré-natal e, 
consequentemente, promover melhores desfechos para mãe e bebê. Portanto, é 
imprescindível que políticas públicas e gestores da saúde reconheçam e valorizem o 
papel estratégico da enfermagem na linha de frente do cuidado à saúde materna. 
 
36 
 
 
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