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ESTRUTURAS DE CONCRETO II AULA 4 Profª Monalisa Coelho Martins 2 CONVERSA INICIAL Neste estudo, concluiremos o exercício de dimensionamento das armaduras. Em seguida, procederemos ao cálculo das reações de apoio das lajes para as vigas, finalizando, assim, o tema relacionado às lajes. Posteriormente, iniciaremos o tópico de dimensionamento de pilares, que abrange a análise das cargas que os pilares devem suportar, incluindo forças axiais, momentos fletores e os efeitos de flambagem. É crucial considerar as características do material utilizado, as condições de apoio e as normas técnicas pertinentes. Um dimensionamento adequado garante que os pilares resistam a solicitações externas, como vento e sismos, reduzindo o risco de falhas estruturais. TEMA 1 – LAJES – DIMENSIONAMENTO DE ARMADURAS 1.1 Continuação do exercício da Aula 3 • Para Laje 3 1º Passo – Momento de cálculo com coeficiente de segurança Momento negativo 𝑀𝑀𝑑𝑑2,3 = γ𝑓𝑓 . 𝑀𝑀𝑘𝑘2,3 𝑀𝑀𝑑𝑑2,3 = 1,4 . 8,33 𝑀𝑀𝑑𝑑2,3 = 11,66 kNm/m 𝑀𝑀𝑑𝑑2,3 = 1166 kNm/cm Momento positivo 𝑀𝑀𝑑𝑑3 = γ𝑓𝑓 . 𝑀𝑀𝑘𝑘3 𝑀𝑀𝑑𝑑3 = 1,4 . 4,0 𝑀𝑀𝑑𝑑3 = 5,60 kNm/m 𝑀𝑀𝑑𝑑3 = 560 kNm/cm Momento positivo 𝑀𝑀𝑑𝑑3,4 = γ𝑓𝑓 . 𝑀𝑀𝑘𝑘3,4 𝑀𝑀𝑑𝑑3,4 = 1,4 . 7,83 𝑀𝑀𝑑𝑑3,4 = 10,96 kNm/m 𝑀𝑀𝑑𝑑3,4 = 1096 kNm/cm 3 2º Passo – Cálculo do coeficiente do concreto Momento negativo kc2,3 = bw . d2 Md kc2,3 = 100 . 72 1166 kc2,3 = 4,20 cm2/kN tabela 1 Momento positivo kc3 = bw . d2 Md kc3 = 100 . 72 560 kc3 = 8,75 cm2/kN tabela 1 Momento positivo kc3,4 = bw . d2 Md kc3,4 = 100 . 72 1096 kc3,4 = 4,47 cm2/kN tabela 1 3º Passo – Determinação do Ks Tabela 1 Momento negativo Ks2,3 = 0,026 Momento positivo Ks3 = 0,024 Momento positivo Ks3,4 = 0,026 4º Passo – Cálculo de área de aço Momento negativo 𝐴𝐴𝑠𝑠2,3 = 𝑀𝑀𝑑𝑑 . 𝑘𝑘𝑠𝑠 𝑑𝑑 𝐴𝐴𝑠𝑠2,3 = 1166. 0,026 7 𝐴𝐴𝑠𝑠2,3 = 4,33 cm²/m Momento positivo 𝐴𝐴𝑠𝑠3 = 𝑀𝑀𝑑𝑑 . 𝑘𝑘𝑠𝑠 𝑑𝑑 𝐴𝐴𝑠𝑠3 = 560. 0,024 7 𝐴𝐴𝑠𝑠3 = 1,92 cm²/m Momento positivo 𝐴𝐴𝑠𝑠3,4 = 𝑀𝑀𝑑𝑑 . 𝑘𝑘𝑠𝑠 𝑑𝑑 𝐴𝐴𝑠𝑠3,4 = 1096. 0,026 7 𝐴𝐴𝑠𝑠3,4 = 4,07 cm²/m 5º Passo – Verificação da taxa de armadura mínima - Tabela 2 Para concreto FCK 20 MPa 𝐴𝐴𝑠𝑠,𝑚𝑚í𝑛𝑛 = ρ𝑠𝑠,𝑚𝑚í𝑛𝑛 bw. h ρ𝑠𝑠,𝑚𝑚í𝑛𝑛 = 0,15% então, 𝐴𝐴𝑠𝑠,𝑚𝑚í𝑛𝑛 = 0,15 100 . 100.12 = 1,80 cm²/m área de aço mínima da NBR 6118 4 6º Passo – Espaçamento Momento negativo AÇO ADOTADO φ 8,0 mm 𝑠𝑠2,3 = 𝐴𝐴φ 𝐴𝐴𝑠𝑠 então, 𝑠𝑠2,3 = 0,50 4,33 = 0,12 m Adotar número inteiro 𝑠𝑠 = 12 cm (arredondar para baixo) Momento positivo AÇO ADOTADO φ 6,3 mm 𝑠𝑠3 = 𝐴𝐴φ 𝐴𝐴𝑠𝑠 então, 𝑠𝑠3 = 0,32 1,92 = 0,16 m Adotar número inteiro 𝑠𝑠 = 16 cm (arredondar para baixo) Momento positivo AÇO ADOTADO φ 8,0 mm 𝑠𝑠3,4 = 𝐴𝐴φ 𝐴𝐴𝑠𝑠 então, 𝑠𝑠3,4 = 0,50 4,07 = 0,12 m Adotar número inteiro 𝑠𝑠 = 12 cm (arredondar para baixo) Agora, vamos analisar se está dentro do espaçamento permitido por norma: Armadura principal 7 cm ≤ s ≤ min �𝟐𝟐𝟐𝟐 𝐜𝐜𝐜𝐜 𝟐𝟐𝟐𝟐 � → 𝒉𝒉 = 𝟏𝟏𝟐𝟐 𝒄𝒄𝒄𝒄 Momento negativo Armadura principal 7 cm ≤ s ≤ min �20 cm 24 cm� calculado 12 cm ok! Momento positivo Armadura principal 7 cm ≤ s ≤ min �20 cm 24 cm� calculado 16 cm ok! Momento positivo Armadura principal 7 cm ≤ s ≤ min �20 cm 24 cm� calculado 12 cm ok! Créditos: Mr.Creative/Shutterstock. 7º Passo – Quantidade de barras Momento negativo Armadura principal 𝑄𝑄2,3 = 𝑙𝑙 𝑠𝑠 + 1 então, 𝑄𝑄2,3 = 400 12 + 1 = 34,3 barras Adotado 35 barras Momento positivo Armadura principal 𝑄𝑄3 = 𝑙𝑙 𝑠𝑠 + 1 então, 𝑄𝑄3 = 500 16 + 1 = 32,25 barras Adotado 33 barras Momento positivo Armadura principal 𝑄𝑄3,4 = 𝑙𝑙 𝑠𝑠 + 1 então, 𝑄𝑄3,4 = 400 12 + 1 = 34,3 barras Adotado 35 barras 5 Saiba mais Reflita: foi calculado com diâmetros diferentes para que os espaçamentos fiquem no mesmo padrão de distância, pensando na execução da obra. Sugestão: refaçam o cálculo do espaçamento utilizando aço de 6,3 mm e avaliem se os espaçamentos continuam dentro na NBR 6118 (ABNT, 2023). 8º Passo – Resumo Laje 3 Armadura principal negativa: 35 φ 8,0 mm com 12 cm Armadura principal positiva: 33 φ 6,3 mm com 16 cm Armadura principal positiva: 35 φ 8,0 mm com 12 cm • Para Laje 4 1º Passo – Momento de cálculo com coeficiente de segurança Momento negativo 𝑀𝑀𝑑𝑑4 = γ𝑓𝑓 . 𝑀𝑀𝑘𝑘 𝑀𝑀𝑑𝑑4 = 1,4 . 6,05 𝑀𝑀𝑑𝑑4 = 8,47 kNm/m 𝑀𝑀𝑑𝑑4 = 847 kNm/cm 2º Passo – Cálculo do coeficiente do concreto Momento negativo 𝑘𝑘𝑐𝑐4 = 𝑏𝑏𝑏𝑏 . 𝑑𝑑2 𝑀𝑀𝑑𝑑 𝑘𝑘𝑐𝑐4 = 100 .72 847 𝑘𝑘𝑐𝑐4 = 5,79 𝑐𝑐𝑚𝑚2/𝑘𝑘𝑘𝑘 tabela 1 3º Passo – Determinação do KS Tabela 1 Momento negativo Ks4 = 0,025 6 4º Passo – Cálculo de área de aço Momento negativo 𝐴𝐴𝑠𝑠,4 = 𝑀𝑀𝑑𝑑 . 𝑘𝑘𝑠𝑠 𝑑𝑑 𝐴𝐴𝑠𝑠,4 = 847. 0,025 7 𝐴𝐴𝑠𝑠,4 = 3,03 cm²/m 5º Passo – Verificação da taxa de armadura mínima Tabela 2 Para concreto fck 20 MPa. 𝐴𝐴𝑠𝑠,𝑚𝑚í𝑛𝑛 = ρ𝑠𝑠,𝑚𝑚í𝑛𝑛 bw. h e ρ𝑠𝑠,𝑚𝑚í𝑛𝑛 = 0,15% então, 𝐴𝐴𝑠𝑠,𝑚𝑚í𝑛𝑛 = 0,15 100 . 100.12 = 1,80 cm²/m área de aço mínima da NBR 6118 6º Passo – Espaçamento Momento negativo AÇO ADOTADO φ 8,0 mm 𝑠𝑠4 = 𝐴𝐴φ 𝐴𝐴𝑠𝑠 então, 𝑠𝑠4 = 0,50 3,03 = 0,17 m 17 cm Adotar número inteiro 𝑠𝑠 = 17 cm Momento positivo AÇO ADOTADO φ 6,3 mm 𝑠𝑠4 = 𝐴𝐴φ 𝐴𝐴𝑠𝑠 então, 𝑠𝑠4 = 0,32 1,80 = 0,18 m 18 cm Adotar número inteiro 𝑠𝑠 = 18 cm Agora, vamos analisar se o espaçamento está dentro da norma: Armadura principal 7 cm ≤ s ≤ min �20 cm 2h � → ℎ = 12 𝑐𝑐𝑚𝑚 Momento negativo Armadura principal 7 cm ≤ s ≤ min �20 cm 24 cm� calculado 17 cm ok! Momento positivo Armadura secundária 10 cm ≤ s ≤ 33 cm calculado 18 cm ok! 7 Créditos: Mr.Creative/Shutterstock. 7º Passo – Quantidade de barras Saiba mais Importante: foi calculado com diâmetros diferentes para que os espaçamentos fiquem no mesmo padrão. Sugestão: refaçam o cálculo do espaçamento utilizando aço de 6,3 mm e avaliem se os espaçamentos continuam dentro na norma. Momento negativo Armadura principal 𝑄𝑄 = 𝑙𝑙 𝑠𝑠 + 1 então, 𝑄𝑄 = 980 17 + 1 = 70 barras Adotado 70 barras 8º Passo – Resumo Laje 4 Momento positivo Armadura secundária 𝑄𝑄 = 𝑙𝑙 𝑠𝑠 + 1 então, 𝑄𝑄 = 120 18 + 1 = 6,6 barras Adotado 7 barras Armadura principal: 70 φ 8,0 mm com 17 cm Armadura Secundária: 7 φ 6,3 mm com 18 cm • Armadura positiva calculada • Armadura negativa calculada 33 φ 6,3 mm c/ 16 cm 35 φ 8,0 mm c/ 12 cm 70 φ 8,0 mm c/ 17 cm 8 TEMA 2 – REAÇÕES DE APOIO Conforme vimos anteriormente, a distribuição das cargas sobre as vigas que sustentam uma laje armada é calculada pelo método das áreas descrito na NBR 6118. As reações obtidas são tratadas como uniformemente distribuídas nas vigas de suporte, o que permite uma simplificação no processo de cálculo. O cálculo das reações pode ser realizado utilizando tabelas, assim como estamos utilizando para os cálculos dos momentos fletores máximos, positivos e negativos. Essas tabelas são baseadas no método das áreas e fornecem coeficientes adimensionais (υ1, υ2, υ3 e υ4) que dependem das condições de apoio e da razão entre os comprimentosα = 𝑙𝑙𝑦𝑦 𝑙𝑙𝑥𝑥 . Com esses coeficientes, é possível determinar as reações de suporte. O fator de multiplicação depende de lx e é o mesmo para todos os casos. Agora, vamos continuar com o nosso exemplo de painel de laje que já realizamos os cálculos e uniformização dos momentos fletores e das armaduras e agora serão determinadas as reações de apoio nas vigas das lajes L1, L2, L3 e L4. 2.1 Exemplo 1 – Determinar as reações de apoio (método da tabela) Determinar as reações de apoios nas vigas V1, V2, V3, V4, V5 e V6 do painel a seguir representado, considerando os dados estruturais listados. • Painel de laje maciça de concreto armado 30 N5 φ 6,3 mm c/ 17 cm 35 φ 8,0 mm c/ 12 cm 70 φ 8,0 mm c/ 17 cm 9 Dados: Estado limite último, combinações últimas normais (γg = 1,4 e γq = 1,4) • fck = 20 Mpa. • Ecs = 21.000 MPa = 21.000.000 N/cm². • Carga permanente uniformemente distribuída (gk): 4 kN/m². • Carga acidental uniformemente distribuída (qk): 2 kN/m². • Altura útil: 7 cm. • Espessura da laje: 12 cm. • Peso próprio das vigas (20 cm x 50 cm): 2,5 kN/m. • Laje L1 Passo 1 – Carregamento Distribuído Para as lajes armadas em uma só direção, a solução é simples. A carga total da laje é transferida para as vigas colocadas paralelas à direção do comprimento menor. Sendo assim, toda a carga da laje é transferida, em igualdade, para as vigas V3 e V4 da laje 1. • Carga permanente uniformemente distribuída (gk): 4 kN/m². • Carga acidental uniformemente distribuída (qk): 2 kN/m². Passo 2 – Curvatura da laje α = 𝑙𝑙𝑦𝑦1 𝑙𝑙𝑥𝑥1 α = 4,0 1,8 = 2,22 α > 2 armada em uma direção - (menor vão) L1 1,8 m 4, 0 m L2 3,0 m L4 1, 2 m L3 5,0 m P1 P2 P3 P4 V1A V2A V3 V4 V5 V6 V1B V2B V1C V2C 10 Passo 3 – Cálculo da carga permanente e acidental nas vigas Área: AL1 = lx . ly AL1 = 1,8 m . 4,0 m = 7,2 m² Carga permanente total: PL1 = AL1. gk PL1 = 7,2 m². 4,0 kN/m² = 28,8 kN Espessura da Laje 1: ℎ𝑚𝑚𝑚𝑚𝑛𝑛 = 𝑙𝑙𝑥𝑥 40 300 40 = 7,5 cm ℎ𝑚𝑚𝑚𝑚𝑛𝑛 = 8 cm adotado (conforme critérios da NBR 6118 visto anteriormente) Peso próprio da Laje 1: PP L1 = lx . ly . ℎ𝑚𝑚𝑚𝑚𝑛𝑛 . γ𝑐𝑐𝑐𝑐𝑛𝑛𝑐𝑐.𝑎𝑎𝑎𝑎𝑚𝑚 γ𝑐𝑐𝑐𝑐𝑛𝑛𝑐𝑐.𝑎𝑎𝑎𝑎𝑚𝑚 = 25 kN/m³ PP L1 = 1,8 m . 4,0 m . 0,08 m . 25,00 kN/m³ = 14,4 kN Agora, soma-se a carga permanente total e o peso próprio da laje para encontrar carga uniformemente distribuída (q): q = PL1 + + PP L1 q = 28,8 k/N + 14,4 KN q = 43,2 kN Esse peso será transferido para as duas vigas, cada uma com 4 metros. A carga permanente por metro transmitida será: q = 𝑞𝑞 (𝑐𝑐𝑎𝑎𝑎𝑎𝑐𝑐𝑎𝑎 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑎𝑎𝑚𝑚𝑎𝑎𝑛𝑛𝑝𝑝𝑛𝑛𝑝𝑝𝑝𝑝 [𝑘𝑘𝑘𝑘]) 𝑉𝑉(𝑞𝑞𝑞𝑞𝑎𝑎𝑛𝑛𝑝𝑝𝑚𝑚𝑑𝑑𝑎𝑎𝑑𝑑𝑝𝑝 𝑑𝑑𝑝𝑝 𝑣𝑣𝑚𝑚𝑐𝑐𝑎𝑎𝑠𝑠) 𝑥𝑥 (𝑐𝑐𝑐𝑐𝑚𝑚𝑝𝑝𝑎𝑎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑝𝑝𝑛𝑛𝑝𝑝𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑣𝑣𝑚𝑚𝑐𝑐𝑎𝑎 [𝑚𝑚]) q = 43,2 2 𝑥𝑥 4 = 5,4 kN/m Peso acidental total: PL1 = AL1. qk PL1 = 7,2 m². 2,0 kN/m² = 14,4 kN O peso da carga acidental também será transferido para as duas vigas, cada uma com 4 metros. A carga acidental por metro transmitida será: 11 q' = 𝑞𝑞 (𝑐𝑐𝑎𝑎𝑎𝑎𝑐𝑐𝑎𝑎 𝑎𝑎𝑐𝑐𝑚𝑚𝑑𝑑𝑝𝑝𝑛𝑛𝑝𝑝𝑎𝑎𝑙𝑙 [𝑘𝑘𝑘𝑘]) 𝑉𝑉(𝑞𝑞𝑞𝑞𝑎𝑎𝑛𝑛𝑝𝑝𝑚𝑚𝑑𝑑𝑎𝑎𝑑𝑑𝑝𝑝 𝑑𝑑𝑝𝑝 𝑣𝑣𝑚𝑚𝑐𝑐𝑎𝑎𝑠𝑠) 𝑥𝑥 (𝑐𝑐𝑐𝑐𝑚𝑚𝑝𝑝𝑎𝑎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑝𝑝𝑛𝑛𝑝𝑝𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑣𝑣𝑚𝑚𝑐𝑐𝑎𝑎 [𝑚𝑚]) q' = 14,4 2 𝑥𝑥 4 = 1,8 kN/m Passo 4 – Distribuição das cargas distribuídas para as vigas A distribuição das cargas nas vigas é ilustrada na figura a seguir. Reações de apoio devido à carga permanente de 4,0 kN/m² Reações de apoio devido à carga acidental de 2,0 kN/m² • Laje L2 Passo 1 – Carregamento distribuído Para as lajes armadas em duas direções o processo de cálculo muda um pouco. Vamos continuar empregando as tabelas de Barës-Czerny, contudo, utilizando os coeficientes para cálculo de cargas nas vigas (υ). Carga permanente uniformemente distribuída (gk): 4 kN/m² Carga acidental uniformemente distribuída (qk): 2 kN/m² Passo 2 – Curvatura da laje α = ly2 lx2 α = 4,0 3,0 = 1,33 α = 1,33 se α 2 armada em uma direção (menor vão) Passo 3 – Cálculo da carga permanente eacidental nas vigas Área: AL4 = lx . ly AL4 = 1,2 m . 9,8 m = 11,76 m² Carga permanente total: PL4 = AL4. gk PL4 = 11,76 m². 4,0 kN/m² = 47,04 kN Espessura da Laje 1: ℎ𝑚𝑚𝑚𝑚𝑛𝑛 = 𝑙𝑙𝑥𝑥 40 120 40 = 3 cm ℎ𝑚𝑚𝑚𝑚𝑛𝑛 = 8 cm adotado (conforme critérios da NBR 6118 visto anteriormente) Peso próprio da Laje 1: PP L4 = lx . ly . ℎ𝑚𝑚𝑚𝑚𝑛𝑛 . γ𝑐𝑐𝑐𝑐𝑛𝑛𝑐𝑐.𝑎𝑎𝑎𝑎𝑚𝑚 γ𝑐𝑐𝑐𝑐𝑛𝑛𝑐𝑐.𝑎𝑎𝑎𝑎𝑚𝑚 = 25 kN/m³ PP L4 = 1,2 m . 9,8 m . 0,08 m . 25,00 kN/m³ = 23,52 kN Agora, soma-se a carga permanente total e o peso próprio da laje para encontrar carga uniformemente distribuída (q): q = PL4 + + PP L4 q = 47,04 k/N + 23,52 KN q = 70,56 kN 15 Esse peso será transferido para a viga, com 9,8 metros. A carga permanente por metro transmitida será: q = 𝑞𝑞 (𝑐𝑐𝑎𝑎𝑎𝑎𝑐𝑐𝑎𝑎 𝑝𝑝𝑝𝑝𝑎𝑎𝑚𝑚𝑎𝑎𝑛𝑛𝑝𝑝𝑛𝑛𝑝𝑝𝑝𝑝 [𝑘𝑘𝑘𝑘]) 𝑉𝑉(𝑞𝑞𝑞𝑞𝑎𝑎𝑛𝑛𝑝𝑝𝑚𝑚𝑑𝑑𝑎𝑎𝑑𝑑𝑝𝑝 𝑑𝑑𝑝𝑝 𝑣𝑣𝑚𝑚𝑐𝑐𝑎𝑎𝑠𝑠) 𝑥𝑥 (𝑐𝑐𝑐𝑐𝑚𝑚𝑝𝑝𝑎𝑎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑝𝑝𝑛𝑛𝑝𝑝𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑣𝑣𝑚𝑚𝑐𝑐𝑎𝑎 [𝑚𝑚]) q = 70,56 9,8 = 7,2 kN/m Peso acidental total: PL4 = AL4. qk PL4 = 11,76 m². 2,0 kN/m² = 23,52 kN O peso da carga acidental também será transferido para as duas vigas, cada uma com 4 metros. A carga acidental por metro transmitida será: q' = 𝑞𝑞 (𝑐𝑐𝑎𝑎𝑎𝑎𝑐𝑐𝑎𝑎 𝑎𝑎𝑐𝑐𝑚𝑚𝑑𝑑𝑝𝑝𝑛𝑛𝑝𝑝𝑎𝑎𝑙𝑙 [𝑘𝑘𝑘𝑘]) 𝑉𝑉(𝑞𝑞𝑞𝑞𝑎𝑎𝑛𝑛𝑝𝑝𝑚𝑚𝑑𝑑𝑎𝑎𝑑𝑑𝑝𝑝 𝑑𝑑𝑝𝑝 𝑣𝑣𝑚𝑚𝑐𝑐𝑎𝑎𝑠𝑠) 𝑥𝑥 (𝑐𝑐𝑐𝑐𝑚𝑚𝑝𝑝𝑎𝑎𝑚𝑚𝑚𝑚𝑝𝑝𝑛𝑛𝑝𝑝𝑐𝑐 𝑑𝑑𝑎𝑎 𝑣𝑣𝑚𝑚𝑐𝑐𝑎𝑎 [𝑚𝑚]) q' = 23,52 9,8 = 2,4kN/m Passo 4 – Distribuição das cargas distribuídas para as vigas A distribuição das cargas nas vigas é ilustrada na figura a seguir. Reações de apoio devido a carga permanente de 4,0 kN/m² Reações de apoio devido a carga acidental de 2,0 kN/m² L4 9,8 m 1, 2 m R1 = 3,488 kN/m V2 L4 9,8 m 1, 2 m R1 = 3,488 kN/m V2 R1 = 1,744 kN/m V2 16 TEMA 3 – ESTUDO DOS PILARES DE UMA EDIFICAÇÃO 3.1 Classificação de pilar, tirante, pilar-parede e viga inclinada Antes de iniciarmos o dimensionamento dos pilares, é fundamental entender a natureza do elemento estrutural em questão. Frequentemente, há confusões entre pilares, tirantes, pilares-parede e vigas inclinadas, sendo tratados como elementos equivalentes. A Figura 1 apresenta os quatros elementos estruturais citados anteriormente. Figura 1 – Elementos estruturais Fonte: Martins, com base em Neto, 2024. O dimensionamento de cada um apresenta diferenças significativas. Assim, a correta identificação do elemento em análise é essencial antes de avançar para os cálculos estruturais. Segundo as diretrizes da NBR 6118 (ABNT, 2023), pilares são “elementos lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical, em que as forças normais de compressão são preponderantes”. Os tirantes são elementos estruturais que atuam predominantemente sob tensão, ou seja, é projetado para suportar forças que tendem a alongá-lo. Geralmente, os tirantes são utilizados para estabilizar estruturas, transferindo cargas de compressão ou tensão entre diferentes partes de uma edificação, como em sistemas de treliça ou estruturas de suporte. Eles são frequentemente feitos de aço ou outros materiais resistentes à tração, proporcionando eficiência e segurança nas construções. Um pilar-parede é um elemento estrutural que combina as funções de pilar e parede. Ele é projetado para suportar cargas verticais, como os pilares, 17 enquanto também atua como uma barreira ou divisão, similar a uma parede. Esses elementos são frequentemente utilizados em construções de concreto, onde podem proporcionar tanto resistência estrutural quanto funcionalidade, como isolamento acústico e térmico. Os pilares-parede são essenciais em projetos de edificações para otimizar o espaço e melhorar a eficiência estrutural. Uma viga inclinada é um elemento estrutural que se apresenta em uma posição não horizontal, geralmente com um ângulo em relação ao plano horizontal. Esse tipo de estrutura irá apresentar esforços significativos de cisalhamento e flexão. É utilizada em construções para transferir cargas de uma parte da estrutura para outra, podendo ser aplicada em telhados, lajes inclinadas ou como parte de sistemas de suporte. 3.2 Pilares Como vimos, os pilares são lineares de eixo reto, usualmente dispostos na vertical e juntamente com as vigas, os pilares compõem os pórticos, que, na maioria das construções, são responsáveis por suportar as ações verticais e horizontais, assegurando a estabilidade global da estrutura. As ações verticais são transmitidas aos pórticos por meio das estruturas dos andares, enquanto as ações horizontais resultantes da ação do vento são conduzidas aos pórticos pelas paredes externas. Os pilares de concreto armado irão sofrer força de compressão axial, devido as cargas da estrutura. O módulo de elasticidade do aço desempenha um papel fundamental no projeto e na análise de estruturas de aço. Ele afeta diretamente a capacidade de carga, a rigidez e a deformação das estruturas. Um módulo de elasticidade alto indica um aço mais rígido, capaz de suportar grandes cargas sem deformações excessivas. Nesse contexto, o módulo de elasticidade do aço é Es = 210 GPa e, para comparação, ao módulo de elasticidade do concreto o valor é Ec = 21 GPa. Portanto, ao utilizar ambos os materiais em um pilar, a força de compressão aplicada à estrutura será predominantemente suportada pelo aço, que absorverá uma carga maior em comparação ao concreto. Isso ocorre devido ao aço ter maior módulo de elasticidade (oferece maior dificuldade de ser comprimido) do que o concreto (Botelho; Marchetti, 2019). 18 Saiba mais Importante: não é correto falar do módulo do concreto (Ec) como um número fixo, já que esse valor varia com p fck. O valor numérico indicado no texto é apenas um exemplo comparativo. De qualquer forma, a variação do módulo de elasticidade do concreto (Ec) não é significativa quando se compara com o módulo de elasticidade do aço é (Es), visto que sempre é um valor muito maior (Botelho; Marchetti, 2019). Em resumo, os elementos estruturais verticais lineares com eixo reto, que apresentam predominância de forças de compressão ao longo de seu eixo longitudinal e pequenas excentricidades em relação ao centroide da seção transversal, são caracterizados como pilares (Argenta, 2021). TEMA 4 – CARGAS NOS PILARES 4.1 Conceito Nas estruturas convencionais, formadas por lajes, vigas e pilares, o fluxo de cargas se inicia nas lajes, que transferem as cargas para as vigas, as quais, por sua vez, encaminham as forças para os pilares, que as conduzem até a fundação, conforme ilustra a Figura 2. Figura 2 – Caminho das cargas na estrutura Fonte: Martins, com base em Botelho e Marchetti, 2019. As lajes recebem tanto as cargas permanentes (peso próprio, revestimentos etc.) quanto as variáveis (ocupação, equipamentos etc.), transmitindo-as para as vigas de suporte. As vigas, além de suportar seu próprio Pilar Pilar Carga distribuída Viga Ação do vento 19 peso e as cargas transferidas pelas lajes, também suportam cargas adicionais provenientes de paredes e cargas concentradas de outras vigas, levando todas essas forças para os pilares aos quais estão conectadas. Os pilares desempenham a função de receber as cargas provenientes dos andares superiores, acumulando as reações das vigas em cada nível e transmitindo esses esforços para as fundações. Em edifícios de múltiplos andares, para cada pilar e em cada nível de andar, calcula-se o subtotal de carga atuante, abrangendo desde a cobertura até os andares inferiores. Essas cargas, no nível de cada andar, são utilizadas para o dimensionamento dos elementos do pilar, enquanto a carga total é empregada no projeto da fundação (Pinheiro, 2007). Em estruturascompostas por lajes sem vigas, as cargas são transmitidas diretamente das lajes para os pilares. Nesses casos, é imprescindível uma atenção especial à verificação de punção nas lajes. 4.2 Dimensões mínimas A NBR 6118 (ABNT, 2023) estabelece que a seção transversal dos pilares, independentemente de sua forma, não deve ter dimensões inferiores a 19 cm. Em situações excepcionais, admite-se a consideração de dimensões variando entre 19 cm e 14 cm, desde que no dimensionamento as ações sejam multiplicadas por um coeficiente adicional γn, conforme indicado na Tabela 1 e fundamentado na Equação 1: γn = 1,95 – 0,05 . b Equação 1 Em que: b é a menor dimensão da seção transversal do pilar (em cm). Tabela 1 – Valores do coeficiente adicional γn em função de b b (cm) ≥ 19 18 17 16 15 14 γn 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 Fonte: ABNT, 2023. Assim, o coeficiente γn deve ser aplicado para aumentar os esforços solicitantes finais de cálculo nos pilares durante o processo de dimensionamento. 20 Saiba mais Importante: independentemente das dimensões laterais, a ABNT NBR 6118 estabelece que a área da seção transversal dos pilares não deve ser inferior a 360 cm². 4.3 Comprimento equivalente O comprimento equivalente e do elemento comprimido (pilar), suposto vinculado em ambas as extremidades, é dado pela Equação 2 e é ilustrado na Figura 3. 𝑙𝑙𝑝𝑝 = 𝑙𝑙0 + h ≤ 𝑙𝑙 Equação 2 Em que: 𝑙𝑙0 é a distância entre as faces internas dos elementos estruturais, supostos horizontais, que vinculam o pilar. h é a altura da seção transversal do pilar, medida no plano da estrutura em estudo. 𝑙𝑙 é a distância entre os eixos dos elementos estruturais aos quais o pilar está vinculado. Figura 3 – Elemento isolado de estrutura Fonte: Martins, com base em Argenta, 2021. Viga Pilar Eixo da viga 21 Os pilares serão tratados como tendo seção e armadura constantes ao longo de seu eixo, sujeitos a flexo-compressão. Eles suportam as cargas provenientes das vigas, que estão se deformando, como ilustrado na Figura 4. Nessas circunstâncias, além da carga uniformemente distribuída, um momento fletor adicional é gerado no pilar. Importante destacar que os estribos irão combater a flambagem das armaduras longitudinais. Figura 4 – Elemento isolado de estrutura Fonte: Botelho e Marchetti, 2019. Para exemplificar essa teoria, vamos considerar um pilar que está recebendo uma carga vertical P (não obrigatoriamente centrada). A tensão de compressão do pilar, não considerando o peso próprio do pilar, seria σ = 𝑃𝑃 𝐴𝐴 , se a excentricidade fosse nula, M=0. Contudo, quando consideramos a excentricidade (Figura 5) e, associada à força P, cria momento fletor M = (P.e) que sobrecarrega a face C e descarrega a face B do pilar, conforme descrito nas Estuações 3 e 4: σ𝐵𝐵= 𝑃𝑃 𝐴𝐴 − 𝑀𝑀 𝑊𝑊 Equação 3 σ𝐶𝐶= 𝑃𝑃 𝐴𝐴 + 𝑀𝑀 𝑊𝑊 Equação 4 Em que: A é a área da seção. W é o módulo de resistência da seção. M = (P . e) é o momento fletor causado pela excentricidade e e pela carga P. 22 Figura 5 – Detalhe do pilar recebendo uma carga excêntrica Fonte: Botelho e Marchetti, 2019. Podemos verificar que, à medida que a excentricidade é reduzida, o acréscimo de tensões em C e em B pode ser considerado desprezível. Do contrário, considerando a excentricidade, a face C seria muito comprimida e, na face B, a tensão passaria a ser de tração (se 𝑀𝑀 𝑊𝑊 > 𝑃𝑃 𝐴𝐴 ). Um exemplo é a construção de chaminés de alvenaria (Figura 6). A alvenaria resiste razoavelmente bem à compressão e trabalha muito mal à tração. Se durante a construção o eixo da chaminé se deslocar, o peso próprio que atua sairá do eixo, criando momentos fletores e, com ele, trações na alvenaria, que, não resistindo, poderá levar ao colapso. Figura 6 – Construção de chaminé de alvenaria, com e sem excentricidade Fonte: Botelho e Marchetti, 2019. 1º caso: construção geometricamente perfeita, sem excentricidade da carga (e=0) e a tensão de compressão na base da chaminé será: σ = 𝑃𝑃 𝐴𝐴 . 2º caso: construção com excentricidade (e1), com isso ocorre um momento fletor, que sobrecarrega a face 2 e descarrega a face 1, sendo: σ1 = 𝑃𝑃 𝐴𝐴 - 𝑀𝑀1 𝑊𝑊 e σ2 = 𝑃𝑃 𝐴𝐴 + 𝑀𝑀1 𝑊𝑊 , ou seja, M1 = (P. e1). 23 3º caso: construção com mais excentricidade (e1) para (e2), ocorre um momento fletor maior em relação ao M1, que sobrecarrega a face 2 e descarrega a face 1, sendo: σ2 = 𝑃𝑃 𝐴𝐴 - 𝑀𝑀2 𝑊𝑊 e σ2 = 𝑃𝑃 𝐴𝐴 + 𝑀𝑀2 𝑊𝑊 , ou seja, M2 = (P. e2). 4.4 Considerações sobre flambagem O índice de esbeltez de um pilar é uma medida que relaciona a altura do pilar (ou comprimento efetivo) à sua largura (ou dimensão característica). É utilizado para avaliar a suscetibilidade de um pilar à flambagem. Quanto maior o índice de esbeltez, maior é o risco de flambagem sob compressão axial. Considerando dois pilares (Figura 7), de seção iguais submetidos à mesma força P, contudo com alturas diferentes. Nos dois casos, temos a ação da carga e a reação dos apoios. Entre os dois modelos, qual parece ser mais estável e mais resistente? Pela nossa experiência, sabemos que o aumento da altura do pilar proporciona a redução da resistência e, esse fenômeno é explicado pelo fenômeno da flambagem. Podemos garantir que, se os pilares fossem construídos de forma geométrica perfeita, se a força fosse centrada no eixo ou tivesse uma distribuição uniforme, não ocorreria a perda da resistência quando eles têm aumento da altura, ou seja, não ocorreria a flambagem. Contudo, na prática, nenhum pilar tem sua construção geométrica perfeita, a carga não é colocada geometricamente no meio nem é distribuída corretamente. O que ocorre na realidade são excentricidades entre a carga e o eixo do pilar, causando um momento adicional, conforme discutimos nas Equações 3 e 4. Figura 7 – Efeito da flambagem em pilares Fonte: Botelho; Marchetti, 2019. 24 O fenômeno de flambagem pode se dar em qualquer posição. Não adianta ter um pilar resistente em um lado e fraco do outro. Para resolver esse problema, devemos nos preocupar com a seção de menor módulo de resistência (W), pois é para ele que teremos o maior coeficiente 𝑀𝑀 𝑊𝑊 . A Figura 8 ilustra como a forma dos pilares está intimamente ligada à resistência do elemento e à flambagem. Diferentes formatos em planta que produzem, segundo algum eixo, momentos de inércia reduzidos, farão com que aumente a possibilidade de flambagem, ou seja, dados dois pilares, com a mesma altura, a mesma taxa de armadura e tendo a mesma área de concreto, o pilar A resiste menos que o pilar B. Figura 8 – Resistência à flambagem Fonte: Botelho e Marchetti, 2019. Conforme a Figura 8, é possível verificar que o pilar A tem boa condição de não flambar em relação ao eixo yy e possui elevada condição de flambar em relação ao eixo xx. Já o pilar B tem chances iguais de flambar em relação ao eixo xx. TEMA 5 – CLASSIFICAÇÃO DOS PILARES A classificação de pilares permite entender as diferentes funções e comportamentos desses elementos em uma edificação. Os pilares podem ser categorizados de várias formas, incluindo sua geometria, modo de carregamento, material utilizado e condições de apoio. Essa classificação é essencial para a escolha adequada de técnicas de dimensionamento e análise estrutural, além de influenciar diretamente a segurança e a eficiência da estrutura como um todo. Os pilares podem ser considerados esbeltos ou robustos, dependendo do índice de esbeltez, e podem ser classificados em pilares de seção retangular, circular, entre outros. Compreender essas categorias é crucial para garantirque os pilares atendam às exigências de resistência e estabilidade. 25 5.2 Classificação conforme a posição no projeto arquitetônico Os pilares podem ser classificados com base em sua localização, como pilares centrais, que suportam cargas diretamente do teto ou laje, e pilares periféricos, que ajudam a definir as bordas da edificação. Além disso, podem ser agrupados conforme sua interação com a geometria do espaço, conforme ilustra a Figura 10. Figura 10 – Tipos de pilares Pilar central Suportam predominantemente cargas verticais e não estão sujeitos a momentos significativos. Pilar lateral Apoia trecho intermediário de viga contínua em um sentido. Suporta a outra extremidade da viga de forma diferente. Está sujeito à flexocompressão normal. Frequentemente localizado nas bordas do edifício. Pilar de canto Apoia extremidades de vigas nos dois sentidos. Está sendo solicitado à flexocompressão oblíqua. Geralmente se localiza nos cantos do edifício. Fonte: Martins, com base em Neto, 2024. 26 5.2 Índice de esbeltez (λ) No que se refere à flambagem, é importante determinar dois parâmetros: o raio de giração e o índice de esbeltez. Teoricamente, o raio de giração de uma secção representa o quanto a área equivalente dessa secção, considerada toda concentrada, está distante do seu centro de giro, mantendo a mesma inércia da secção original (Figura 11). Figura 11 – Configuração das dimensões do pilar Fonte: Bomjardim; Fernandes; Gualberto, 2024. Matematicamente, o raio de giração é expresso pela relação: 𝑖𝑖𝑦𝑦 = �𝑙𝑙𝑦𝑦 𝐴𝐴 ou 𝑖𝑖𝑥𝑥 = �𝑙𝑙𝑥𝑥 𝐴𝐴 Equação 5 Em que: I é o momento de inércia da seção transversal em x ou y. A é a área de seção transversal do pilar. Para o caso em que a seção transversal é retangular, resulta (Equação 6): Equação 6 27 Matematicamente, o índice de esbeltez λ é definido conforme Equação 7: λ𝑥𝑥 = 𝑙𝑙𝑒𝑒,𝑥𝑥 𝑚𝑚𝑦𝑦 ou λ𝑦𝑦 = 𝑙𝑙𝑒𝑒,𝑦𝑦 𝑚𝑚𝑥𝑥 Equação 7 Para seções transversais retangulares, tem-se (Equação 8): λ = 𝑙𝑙𝑒𝑒 𝑚𝑚 = 𝑙𝑙𝑒𝑒 ℎ √12 → λ = 𝑙𝑙𝑒𝑒 √12 ℎ λ = 3,46 𝑙𝑙𝑓𝑓𝑙𝑙 𝑏𝑏𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚𝑚 Equação 8 Em que: 𝑙𝑙𝑝𝑝 é o comprimento efetivo do pilar. lfl é o comprimento de flambagem. h considera-se o menor lado do pilar, podendo ser representado por bmin. i é seu raio de giração. Para outras seções, tem-se (Equação 9): λ = 𝑙𝑙𝑓𝑓𝑙𝑙 𝑚𝑚 Equação 9 Sendo: 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 = 𝐿𝐿 para pilares travados. 𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙𝑙 = 2𝐿𝐿 para pilares não travados. O comprimento de flambagem para barras isoladas segue de acordo com as convolações das extremidades do pilar (Figura 12). Figura 12 – Comprimento de flambagem para barras isoladas Fonte: Bomjardim; Fernandes; Gualberto, 2024. 28 Segundo a NBR 6118, a classificação dos pilares quanto à esbeltez pode ser definida como: • Pilares curtos λ ≤ 35. • Pilares médios 35