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Matriz Extracelular (MEC) 🧬 
A matriz extracelular (MEC), também conhecida como interstício, é uma rede complexa de macromoléculas 
e líquido tecidual que preenche os espaços intercelulares. Ela desempenha várias funções cruciais: 
● Preenche espaços intercelulares. 
● Define os limites dos tecidos. 
● Serve como substrato para migração e adesão celular. 
● É um sítio para fatores de crescimento e hormônios. 
● Contribui para a organização e estrutura dos órgãos. 
A MEC é composta por fibras e uma substância fundamental amorfa. 
 
Componentes da MEC 
A MEC é formada por três componentes principais: 
1. Proteínas Fibrosas: Incluem o colágeno e a elastina. 
○ Colágeno: É a proteína mais abundante do interstício, representando 25% das proteínas do 
organismo. É inelástica e confere resistência a forças de tração. 
■ Tipo I: Forma fibras e feixes, sendo o mais numeroso em tendões, pele e ossos. 
■ Tipo II: Presente em fibrilas nas cartilagens. 
■ Tipo III: Compõe as fibras reticulares, que são finas e encontradas em órgãos 
epiteliais (fígado, rins, glândulas endócrinas), órgãos hematopoéticos (baço, linfonodos, 
medula óssea) e músculo liso. 
■ Tipo IV: Forma a lâmina basal, responsável pela ancoragem. 
■ Síntese do Colágeno: A hidroxilação da lisina e prolina, etapas essenciais na síntese, 
requer oxigênio e vitamina C. O pró-colágeno é liberado no meio extracelular, onde 
enzimas (peptidases) o transformam em moléculas de colágeno, que se organizam em 
fibrilas e, por fim, em fibras colágenas. 
○ Elastina: Compõe as fibras elásticas. É secretada nos espaços intercelulares e forma 
filamentos e bainhas. Em repouso, as moléculas de elastina estão enoveladas, mas podem se 
distender (até 150%) quando esticadas. 
2. Proteínas de Adesão: Exemplos incluem laminina e fibronectina, que ajudam na adesão celular. 
3. Glicosaminoglicanos (GAGs) e Proteoglicanos: Formam a substância fundamental amorfa. 
○ Os glicosaminoglicanos são polissacarídeos. 
○ O ácido hialurônico é o principal componente dos proteoglicanos e confere maior fluidez à 
substância fundamental, favorecendo a migração celular. 
 
Alterações das Fibras Colágenas e Reticulares 🩹 
As alterações nas fibras colágenas e reticulares podem ser causadas por defeitos genéticos que 
comprometem sua estrutura, síntese ou degradação, ou por alterações adquiridas que interferem em sua 
síntese ou degradação. 
 
Defeitos Genéticos 
São mais raros e resultam em doenças complexas que se manifestam em diversos locais do corpo, como 
pele com elasticidade e resistência alteradas, aneurismas em vasos sanguíneos (devido a defeitos comuns às 
fibras elásticas), problemas intestinais, oculares e ósseos. 
● Osteogênese Imperfeita (OI): Uma mutação nas cadeias de colágeno (tipos I, II, IV) leva a ossos 
frágeis e quebadiços. 
● Síndrome de Ehlers-Danlos (SED): Envolve alterações na síntese de colágeno fibrilar, como 
deficiência de lisil-hidroxilase, glicosil-transferase ou pró-colágeno peptidase, ou mutações nas 
cadeias de colágeno (tipos III, VIII). Causa astenia cutânea, pele, ligamentos e articulações 
hiperextensíveis, e maior susceptibilidade a lesões. 
● Epidermólise Bolhosa Congênita: Envolve problemas nas fibrilas de ancoragem (colágeno tipo VII), 
lâmina lúcida e integrinas, resultando em formação de bolhas na pele. 
● Síndrome de Menkes: Associada à deficiência de lisil oxidase. 
 
Alterações Adquiridas 
● Carência de Vitamina C (Escorbuto): A deficiência de vitamina C leva a uma hidroxilação deficiente 
do colágeno. O colágeno produzido tem menor força de tensão, é mais solúvel e sujeito à degradação, 
afetando vasos sanguíneos, cicatrização e causando defeitos ósseos. 
● Deposição Anormal de Colágeno (Doenças Fibrosantes): Caracterizada pela deposição anormal 
de colágeno e outros componentes da matriz extracelular, levando à fibrose. 
Abre em uma nova janela 
 Cirrhosis of the liver. Fibrosis of the liver tissue caused by long-term 
 
Alterações das Fibras Elásticas 🕸 
As alterações nas fibras elásticas podem ser adquiridas ou congênitas. 
 
Adquiridas 
Resultam de defeitos na síntese ou de distúrbios ainda pouco conhecidos nas fibras já formadas. 
● Fragmentação ou Diminuição de Fibras Elásticas: Comum devido à exposição solar e senilidade, 
afetando a pele e os vasos sanguíneos. 
● Elastólise: Fragmentação ou diminuição das fibras elásticas, observada, por exemplo, no pulmão de 
pessoas idosas. 
 
Congênitas 
● Síndrome de Marfan: Um defeito congênito na composição das microfibrilas que formam as fibras 
elásticas. Como as microfibrilas são abundantes na aorta, ligamentos e cristalino, esses órgãos são os 
mais afetados. 
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Alterações de Membranas Basais 🛡 
A membrana basal é composta por colágeno tipo IV, laminina e proteoglicanos. Depósitos anormais de 
substâncias podem ocorrer nela: 
● Imunoglobulinas e Imunocomplexos: Podem se depositar na membrana basal glomerular dos 
glomérulos renais. 
● Amiloidose: Caracterizada pela deposição de substância amiloide. 
● Metais Pesados: Como mercúrio e bismuto, também podem se depositar. 
 
Alterações da Substância Fundamental 🌊 
 
Transformação Hialina ou Hialinose 
Caracteriza-se por depósitos acidófilos (que se coram em rosa/vermelho com eosina) no interstício, 
formados por proteínas do plasma que exsudam e se depositam na MEC. 
● É frequentemente encontrada na camada íntima de pequenas artérias e arteríolas em pacientes 
com hipertensão arterial ou diabetes melito. 
● Nos glomérulos renais, pode afetar o mesângio em pacientes diabéticos e em outras 
glomerulopatias. 
 
Transformação Mucóide 
Envolve um aumento da substância fundamental e a dissociação das fibras colágenas, que ficam 
dispersas. 
● Um exemplo clássico é o mixedema no hipotireoidismo, que afeta a derme. 
 
Transformação Fibrinóide 
Consiste na deposição de material acidófilo semelhante à fibrina. 
● Frequentemente associada a imunocomplexos e hipertensão arterial. 
 
Amiloidose 🪢 
A amiloidose é a "deposição no interstício de material proteico fibrilar, a substância amiloide, que apresenta 
características físico-químicas e tintoriais particulares". 
● O material amiloide é composto principalmente por proteína amiloide fibrilar (90%) e glicoproteína 
(10%). 
● Existem diferentes proteínas amiloides, com diferenças estruturais. 
● Características Morfológicas: 
○ Microscopia: Observa-se material amorfo e acidófilo depositado no interstício. As dimensões 
variam, podendo levar a alterações macro e microscópicas, como compressão e atrofia dos 
tecidos. Exemplos incluem depósitos no espaço de Disse do fígado, nos glomérulos e 
túbulos renais, nos folículos e regiões perisinusoidais do baço, e no subendocárdio do 
coração. 
○ Macroscopia: Órgãos afetados aumentam de volume, tornam-se mais consistentes e, ao 
corte, apresentam aspecto homogêneo e superfície untuosa. 
○ Coloração Especial: A distinção entre substância amiloide e depósitos de material hialino ou 
fibrina é feita por métodos especiais de coloração. O vermelho congo cora o amiloide em 
vermelho-alaranjado e, sob luz polarizada, confere birrefringência verde-maçã devido à 
estrutura fibrilar da proteína amiloide em folhas beta-pregueadas. 
 
Tipos de Amiloidose 
Os tipos de amiloidose são classificados pela proteína amiloide envolvida e sua origem. 
● Amiloidose Hereditária: 
 
○ De origem genética. 
○ Observada em cães Shar-Pei e gatos Abissínios. 
● Amiloide AA: 
 
○ Amiloide Associado: Sintetizado a partir da proteína precursora AAS (associada ao amiloide 
sérico). 
○ Secretado pelo fígado. 
● Amiloide AL: 
 
○ Derivado de imunoglobulinas de cadeias leves. 
○ Secretado pelos plasmócitos. 
○ Associado a distúrbios proliferativos de linfócitos B. 
● A$\beta$ Amiloide: 
 
○ Encontrado na doença de Alzheimer em seres humanos.○ Detectado no cérebro de cães idosos.

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