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Mães Atípicas, Sobrecarga e Falta de Apoio As chamadas mães atípicas são aquelas que cuidam de filhos com deficiências, transtornos do desenvolvimento — como o Transtorno do Espectro Autista (TEA) — ou condições crônicas que exigem atenção constante. Esse papel, embora marcado por amor e dedicação, é também permeado por sobrecarga emocional, física e social. Grande parte dessas mães enfrenta jornadas exaustivas: além dos cuidados básicos, precisam lidar com terapias, consultas médicas, processos burocráticos e barreiras de acessibilidade. Muitas vezes, a rotina faz com que abandonem a carreira profissional, gerando impactos financeiros significativos. Outro aspecto crítico é a falta de apoio familiar. Em alguns contextos, a responsabilidade pelo cuidado recai quase exclusivamente sobre a mãe, enquanto outros membros da família se ausentam ou contribuem de forma limitada. Isso intensifica sentimentos de solidão e exaustão. No campo social e governamental, a situação também é desafiadora. Apesar de avanços em políticas públicas, muitas mães relatam dificuldade de acesso a terapias no SUS, filas de espera extensas, falta de escolas inclusivas devidamente preparadas e insuficiência de benefícios sociais para suprir as necessidades da criança. Essa realidade coloca as mães atípicas em risco de adoecimento emocional, incluindo depressão e ansiedade, decorrentes da sobrecarga e da carência de redes de apoio. Diante desse cenário, torna-se fundamental reconhecer que cuidar de uma criança com deficiência é uma tarefa coletiva e não apenas materna. É necessário ampliar políticas públicas de inclusão, fortalecer redes de apoio familiar e comunitário e garantir que essas mulheres tenham acesso a cuidados de saúde, lazer e oportunidades profissionais. O reconhecimento e o suporte são passos essenciais para uma sociedade mais justa e inclusiva. EXERCÍCIO DE FIXAÇÃO 1. Quem são consideradas mães atípicas? a) Mulheres que criam seus filhos sozinhas. b) Mães de múltiplos (gêmeos, trigêmeos etc.). c) Mães de filhos com deficiência, transtornos do desenvolvimento ou condições crônicas. d) Mulheres que trabalham fora de casa. Gabarito: c 2. Um dos principais desafios enfrentados pelas mães atípicas é: a) Excesso de tempo livre. b) Sobrecarga física, emocional e social. c) Ausência de vínculo afetivo com os filhos. d) Baixo envolvimento com a escola. Gabarito: b 3. A sobrecarga das mães atípicas é intensificada, muitas vezes, pela: a) Ampla rede de apoio familiar. b) Falta de apoio familiar. c) Presença de políticas públicas eficientes. d) Participação igualitária de todos os membros da família. Gabarito: b 4. Cite uma consequência emocional comum enfrentada por mães atípicas devido à sobrecarga. Gabarito: Depressão, ansiedade ou exaustão. 5. O abandono da carreira profissional por mães atípicas está relacionado a: a) Excesso de oportunidades de emprego. b) Dedicação integral às demandas de cuidado. c) Preferência pessoal por não trabalhar. d) Legislação trabalhista restritiva. Gabarito: b 6. Entre as dificuldades encontradas no acesso às políticas públicas, pode-se citar: a) Terapias rápidas e de fácil acesso. b) Filas de espera longas e insuficiência de serviços. c) Alta remuneração para cuidadores. d) Ampliação imediata de escolas inclusivas. Gabarito: b 7. O que a falta de apoio governamental e social pode causar às mães atípicas? a) Maior tempo para lazer. b) Aumento da rede de amigos. c) Adoecimento emocional. d) Melhor desempenho profissional. Gabarito: c 8. Para uma sociedade mais inclusiva, é necessário: a) Centralizar o cuidado exclusivamente na mãe. b) Reconhecer que o cuidado deve ser coletivo. c) Reduzir investimentos em inclusão escolar. d) Diminuir políticas de apoio social. Gabarito: b 9. Qual alternativa NÃO representa uma dificuldade comum para mães atípicas? a) Falta de escolas inclusivas preparadas. b) Sobrecarga de terapias e consultas. c) Benefícios sociais suficientes e eficazes. d) Impactos financeiros. Gabarito: c 10. O fortalecimento de redes de apoio às mães atípicas deve incluir: a) Saúde, lazer e oportunidades profissionais. b) Exclusivamente o aumento de benefícios financeiros. c) Apenas atendimento hospitalar emergencial. d) Somente cursos de capacitação materna. Gabarito: a BIBLIOGRAFIA BRASIL. Ministério da Saúde. Linha de Cuidado para Atenção às Pessoas com Transtornos do Espectro Autista e suas Famílias. Brasília: MS, 2015. CAVALCANTE, F. G.; MINAYO, M. C. S. O cuidado de crianças com deficiência e o impacto sobre as famílias. Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 9, 2015. OMS – Organização Mundial da Saúde. Relatório Mundial sobre Deficiência. São Paulo: Secretaria dos Direitos da Pessoa com Deficiência, 2012. ZANON, R. B.; BOSA, C. A. Mães de crianças com transtornos do espectro autista: sobrecarga e apoio social. Revista Psicologia em Estudo, v. 19, n. 4, 2014.