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ISSN 2176-1396 
 
A IMPORTÂNCIA DA FAMÍLIA NA ESCOLA PARA A CONSTRUÇÃO 
DO DESENVOLVIMENTO DO ALUNO 
 
Elaise Mara Ferreira Crepaldi1 - UNESPAR 
 
Eixo – Políticas Públicas e Gestão da educação 
Agência Financiadora: não contou com financiamento 
 
Resumo 
 
O presente artigo procede de pesquisas desenvolvidas no decorrer do trabalho de tese que 
aborda a formação docente e a identidade do(a) profissional pedagogo(a). Tem como objetivo 
a reflexão necessária sobre a participação da família na escola para a construção do 
desenvolvimento do(a) aluno(a). O que se observa é que escola e família apresentam dificuldade 
em caminhar juntas no intuito de ofertar um ensino-aprendizagem efetivo, acarretando sérios 
problemas na formação acadêmica do aluno(a) em sua plenitude. Poucas famílias procuram a 
escola para tratar de assuntos referentes à educação de seu(sua) filho(a). Por outro lado, a escola 
também apresenta sua falha quando não desenvolve maneiras de trazer a família à reflexão da 
sua importância no ensino-aprendizagem de seu(sua) filho(a). A escola e a família compõem 
um componente essencial na construção do desenvolvimento do aluno(a) e, compreendendo 
este fato, a escola necessita buscar os motivos que as levam a se distanciarem tanto. E, 
sobretudo, criar meios para que a família perceba a importância que ela representa na 
construção do desenvolvimento e que, sem ela, dificilmente a escola conseguirá contribuir 
totalmente na formação do(a) seu(sua) filho(a) considerando todas as áreas de sua vida. O 
encaminhamento de pesquisa está fundamentado na perspectiva dos Estudos Culturais. Trata-
se de pesquisa qualitativa do tipo bibliográfica. Elementos fundamentais para a compreensão 
do contexto escola/família são expostos, considerando a influência que estes partícipes 
estabelecem na vida acadêmica dos alunos(as). Enfocamos, na mesma proporção o papel da 
escola e a função da família em detrimento dos educandos(as). Os resultados das pesquisas nos 
apontaram que a participação é essencial, mas que ainda precisa ser trabalhada para ser 
efetivada. 
 
Palavras-chave: Família. Participação. Espaço Escolar. 
 
 
 
 
1Dra. em Educação pela Universidade Estadual de Maringá - UEM – Maringá/Pr. Mestre em Educação pela 
Universidade Estadual de Maringá - UEM – Maringá/Pr. Profª Adjunta efetiva do Ensino Superior em Regime de 
Trabalho de Tempo Integral de Dedicação - Exclusiva – TIDE, na Universidade Estadual do Paraná – 
Unespar/Campo Mourão – Pr/ Colegiado do Curso de Pedagogia. Disciplinas: Economia da Educação; Políticas 
Educacionais; Currículo, Programas e Avaliação do Ensino. Linhas de Pesquisa: Políticas Públicas; Currículo; 
Formação do Educador. E.mail: crepaldi_elaise@yahoo.com.br 
11733 
 
 
Introdução 
A família representa um dos primeiros ambientes no qual o indivíduo inicia sua vida em 
sociedade. Em parceria com outras instituições e, dentre elas, inclui-se a escola, a família tem 
condições de garantir ao (a) seu(sua) filho(a) melhores condições de desenvolvimento em todas 
as áreas de sua vida. Em meio à família, as crianças, adolescentes e jovens recebem instruções 
básicas de relacionamentos psicossociais, inspiram-se em exemplos e influências 
socioculturais. Desta forma, à família cabe a transmissão de normas, ética, valores, ideais, e 
crenças que marcam a sociedade. 
No campo da educação brasileira, temos observado a dificuldade encontrada pelos(as) 
gestores(as) de escolas estabelecerem parceria entre o espaço escolar e a família dos(as) 
alunos(as). Frequentemente, podemos observar que a maioria dos(as) educadores(as) reclamam 
da pouca ou nenhuma demonstração de interesse da família em participar do cotidiano escolar 
do(a) filhos(as). Torna-se, assim, um espaço profícuo de estudo, a fim de se verificar o porquê 
desta falta de participação tão importante na escola. 
Para a realização desse trabalho, fundamentado nas perspectivas dos Estudos Culturais, 
buscamos aporte teórico em alguns(as) autores(as) que apresentam discussão a respeito do tema 
“A importância da família na escola para a construção do desenvolvimento do aluno(a)”. Dentre 
os(as) quais destacamos: Cubero (1995); Grinspum (2003); Prado (1981); Paro (2000); 
Vasconcellos (1995); Freire (1996); Nóvoa (1995).; Santos (2014); Soares (2010); Tardif 
(2010); Szymanski (2001); Oliveira (1981). 
O trabalho de pesquisa foi dividido em 5 subitens. O primeiro trata da identidade do (a) 
educador (a), abordando o seu papel educativo; o segundo apresenta a difícil tarefa da escola 
contemporânea quanto à contribuição no desenvolvimento dos(as) alunos(as). O terceiro aborda 
a importante união da família e a escola na construção do desenvolvimento do(a) aluno(a). O 
quarto tece algumas considerações sobre o tema desta pesquisa e o quinto lista as referências 
utilizadas para compor este trabalho. 
A identidade do(a) educador(a) 
Em nossas vivências e experiências há inúmeras exigências imputadas ao trabalho do 
educador (a). As antigas certezas morais foram enfraquecidas, e as responsabilidades que antes 
eram da família e de outras instituições sociais passam a ser atribuídas aos(às) profissionais da 
educação. Os(As) envolvidos(as) com os espaços educativos são convocados(as) a responderem 
11734 
 
 
às demandas da sociedade em constante movimento. Tais demandas se referem à falta de 
afetividade de alunos(as); à violência da droga e à indisciplina; à necessidade de preparar os 
alunos(as) para as áreas do conhecimento das disciplinas de Matemática, Ciências e Tecnologia 
para que tenham condições de enfrentamento da competitividade; à retomada da importância 
dos conhecimentos e reflexão sobre a perda de credibilidade das certezas das ciências; ao 
atendimento às exigências da sociedade para que sejam geradores(as) de culturas e identidades 
que se perderam por consequência das desigualdades/diferenças culturais; o desenvolvimento 
com parcimônia do gerenciamento da escola e; que saiba trabalhar coletivamente com horários 
cada vez mais reduzidos no interior da escola (PIMENTA, LIMA, 2012). 
A efetivação do direito constitucional de promover a educação de qualidade para 
todos(as) exige um (re)pensar sobre a preparação do(a) profissional da educação. Requer 
pensar o curso de pedagogia e a Universidade como lócus de formação profissional em nível 
superior. Faz-se necessária a (re)estruturação de uma matriz curricular voltada para a 
construção da(s) identidade(s) do(a) educador(a), que seja capaz de atuar com competência 
técnica e compromisso político para a transformação dos sujeitos, sem perder o foco da práxis 
educativa, como condição para o enfrentamento destas exigências sociais da 
contemporaneidade. Complementam esta discussão as afirmações de Pimenta (2012, p. 14) 
quando aponta que 
É nesse contexto complexo que se faz necessário ressignificar a identidade do 
professor. O ensino, atividade característica dele, é uma prática social complexa, 
carregada de conflitos de valor e que exige posturas éticas e políticas. Ser professor 
requer saberes e conhecimentos científicos, pedagógicos, educacionais, sensibilidade, 
indagação teórica e criatividade para encarar as situações ambíguas, incertas, 
conflituosas e, por vezes, violentas, presentes nos contextos escolares e não escolares. 
É da natureza da atividade docente proceder à mediação reflexiva e crítica entre as 
transformações sociais concretas e a formação humana dos alunos, questionando os 
modos de pensar, sentir, agir e de produzir e distribuir conhecimentos. 
As inovações, em relação à atividade econômica e social, priorizam a necessidade de 
uma educação que acompanheos progressos midiáticos, que permita o desenvolvimento 
globalizado e que contribua para ampliação de competências dos sujeitos e os prepare para 
enfrentar as novas condições advindas da sociedade contemporânea em que estão inseridos, de 
forma a atender às necessidades educativas dos sujeitos. 
A escola contemporânea – a árdua tarefa de contribuir no desenvolvimento dos alunos(as) 
A educação é um fenômeno social inseparável da constituição dos sujeitos e da 
sociedade, integrante da vida social, econômica, política, cultural. Neste enfoque, trata-se, pois, 
de um processo global interligado à prática social, compreendendo processos formativos que 
11735 
 
 
ocorrem numa variedade de constituições e atividades, nas quais os sujeitos estão envolvidos 
de modo imprescindível e inevitável, pelo simples fato de existirem socialmente. 
A escola é compreendida como o espaço de comparação entre os conhecimentos 
sistematizados e os conhecimentos do cotidiano dos alunos(as). É um espaço, no qual se propõe 
a formação de indivíduos que compreendam criticamente o contexto social em que se inserem, 
que encontrem sentido no seu aprendizado, que tenham acesso ao conhecimento, e que, acima 
de tudo, sejam capazes de uma inserção transformadora na sociedade. 
Tardiff (2010, p. 149) explana que a complexidade de ser professor(a) não está somente 
em ser professor(a), mas sim em ser profissional-pessoa, e ter a sensibilidade de perceber que 
o ser humano está inserido no mundo complexo, onde a cultura, a razão, o afeto e a vida em 
sociedade podem conduzir os diversos caminhos da existência e, por meio dessa trajetória, 
estará se constituindo. O autor afirma que o(a) docente é aquele(a) que “deve habitar e construir 
seu próprio espaço pedagógico de trabalho, de acordo com limitações complexas que só ele 
pode assumir e resolver de maneira cotidiana, apoiando necessariamente em visão de mundo, 
de homem e de sociedade”. 
As instituições educacionais, em sua maioria, comportam profissionais e estruturas que 
não correspondem às demandas educativas da sociedade. Os(As) educandos(as) da 
contemporaneidade, os(as) quais possuem culturas e realidades diferentes, necessitam de 
ambiente favorável que proporcione aporte suficiente para ampliarem suas habilidades 
intelectuais e, sobretudo, de educadores(as) com formação adequada ao atendimento às 
diferenças, às desigualdades sociais e culturais existentes entre os indivíduos. Não há uma 
educação que atenda a todos igualmente, visto que cada indivíduo aprende em seu tempo e 
espaço e de forma diversa. 
O mundo globalizado, as informações chegando de modo acelerado, o avanço de novas 
e complexas tecnologias exige uma nova forma de pensar e agir que, muitas vezes, requer 
rompimento de padrões anteriormente formados. Padrões esses que, em se tratando do espaço 
educacional, generalizava os(as) docentes, não atendendo a individualidade de cada um(a). 
Modelos que tolhem do indivíduo a sua singularidade, tão essencial ao seu desenvolvimento e 
construção de sua história a partir de seu próprio eu e, após isso, ser capaz de oferecer sua 
contribuição na constituição do mundo ao redor. Assis (1994, p. 130) afirma ser papel da escola 
“promover o desenvolvimento do indivíduo, tornando-o capaz de enfrentar múltiplas 
situações”. E acrescenta, também, que a escola não deve limitar seu papel apenas em ensinar 
11736 
 
 
conteúdos, uma vez que “por si só, não desenvolve as habilidades mentais necessárias à 
formação de um raciocínio flexível e criativo” (ASSIS, 1994, p. 130). 
Entendemos, portanto, que o caráter de professor(a) está além das paredes da escola, das 
abordagens técnicas e metodológicas das práticas educativas, e exige saberes amplos que estão 
além do saber ensinar. Portanto, é indispensável que o(a) docente esteja atento(a) quanto as 
suas percepções no seu trabalho diário. Nóvoa (1995, p.14), enfatiza que a “maneira de ensinar 
evolui com o tempo e com as mudanças sociais”. 
Conhecer o(a) aluno(a) e ter consciência do que idealiza com sua ação é imprescindível 
na atividade docente. Freire (1996, p. 145) comenta que a educação não pode ser compreendida 
“como uma experiência fria, sem alma, em que os sentimentos e as emoções, os desejos, os 
sonhos devessem ser reprimidos”. Ao contrário, estes elementos tão essenciais, devem ser 
extravasados. 
A educação, por conseguinte, é um fenômeno social inseparável da constituição dos 
sujeitos e da sociedade, integrante da vida social, econômica, política, cultural. Neste enfoque, 
trata-se, pois, de um processo global interligado à prática social, compreendendo processos 
formativos que ocorrem numa variedade de constituições e atividades, nas quais os sujeitos 
estão envolvidos de modo imprescindível e inevitável, pelo simples fato de existirem 
socialmente. 
Perceber os(as) alunos(as) como indivíduos, independente de quais sejam os níveis e 
modalidades de ensino, de acordo com Tardif (2010) é muito pouco desenvolvido nos(as) 
docentes, que são, frequentemente, acusados(as) de não conhecerem satisfatoriamente 
seus(suas) alunos(as), de não saberem usar uma percepção mais eficaz para com eles(elas) e de 
projetarem neles(as) os mesmos interesses e motivações que caracterizaram suas próprias 
histórias escolares. Esses fatores exigem dos(as) professores(as) um investimento contínuo e 
disposição para avaliar e revisar suas experiências ao longo da profissão. O autor chama a 
atenção para que os(as) profissionais do ensino reflitam mais sobre suas práticas educativas. 
A escola precisa despertar o interesse dos(as) alunos(as), oferecer oportunidades de 
compreender e desenvolver sua criticidade diante da sua visão de mundo. Quanto a isso, 
Pimenta (1991, p. 128) ressalta que 
[...] a sociedade é, além do mais, um grande agrupamento social, que comporta 
inúmeros subgrupos (família, escola, etc). Aprender a conviver em grupos é uma 
forma de preparar-se para a vida social. a importância do grupo está também em 
propiciar a aprendizagem de papéis sociais diferentes e complementares na 
organização social como um todo. Assim, viver democraticamente na escola, 
expressar opiniões, aprender a ouvir respeitar a opinião alheia, identificar as 
11737 
 
 
verdadeiras lideranças, organizar-se em torno delas, são as virtudes democráticas que, 
aprendidas na escola, serão transportadas para a vida social. 
Percebemos, assim, que a escola deve mediar o cotidiano do(a) aluno(a) e sua prática 
social, para que a educação transformadora possa ocorrer. 
Família e escola – união importante na construção do desenvolvimento do(a) aluno(a) 
Existe, no meio educacional, uma grande preocupação quanto à falta de participação 
dos pais na escola. Muitos estudiosos da área de educação afirmam que o problema está na 
estrutura familiar que vive em meio a conflitos constantes. Prado (1981, p. 9) afirma que, 
embora em momentos difíceis “A família como toda instituição social, apesar dos conflitos é a 
única que engloba o indivíduo em toda a sua história de vida pessoal”. 
A família representa o alicerce para que o indivíduo construa uma boa estrutura social, 
pois é dentro do espaço familiar que a criança determina os primeiros relacionamentos, que 
depois abrangerá a escola e por fim a sociedade. Por isso, a participação da família na vida da 
criança é de suma importância, é ela que servirá de modelo de relacionamentos para que, mais 
tarde, ela se relacione com outras pessoas. 
Não cabe, portanto, à escola a tarefa básica de educar, mas sim à família, é ela que deve 
proporcionar as noções de limites e respeito, para que a criança possa desenvolver os valores 
morais e comportamentais básicos. A noção do certo/errado e a internalizaçãodestes códigos 
de valores desenvolverá o autocontrole para que a criança possa ter um bom convívio em 
sociedade. O ser humano sofre influência do meio no qual está inserido, e que está em constante 
interação, permitindo-lhe tornar-se um(a) adulto(a) consciente, capaz de ser um(a) cidadão(ã) 
exemplar. 
A participação dos pais na vida da criança é essencial, e quando se estende até a escola, 
torna-se o processo de aprendizagem uma extensão daquilo que se iniciou em seu convívio 
familiar. Com essa participação dos pais no processo de ensino aprendizagem, a criança fica 
mais confiante, uma vez que percebe que todos se interessam por ela, e também porque passam 
a conhecer quais são as dificuldades e quais os conhecimentos que ela tem. 
A integração da escola com a família e de toda a comunidade, por meio de diálogos, é 
fundamental, uma vez que a escola é compreendida como um elemento de mediação entre o(a) 
aluno(a) e a família. Alguns(as) professores(as) conhecem mais sobre o(a) aluno(a) que a 
própria família que, em muitos casos, surpreende-se ao ser chamada na escola para ouvir certos 
comentários em relação ao(à) filho(a). 
11738 
 
 
A escola, para Grinspun, é lugar de educação, de formação de atitudes. A autora 
considera importante que se definam critérios de conduta, pautados em seriedade, verdade, 
união, e respeito humano. Também faz parte dos princípios da escola estabelecer limites, 
formados com conhecimentos e valores requeridos pela convivência em sociedade e pelas 
relações e instituições sociais, entre elas, a escola. Grinspun (2003, p 124) salienta o papel da 
supervisão e orientação educacional na contribuição do resgate dos limites éticos. 
A supervisão e a orientação educacional podem, então, contribuir, através de 
incentivos e implementação de estudos e projetos, para a educação de limites, com 
especial atenção aos limites éticos. Essa educação pode (deve) se realizar, seja no 
ensino-aprendizagem dos alunos, seja em informações, seja em orientações e diálogo 
com os pais. 
De acordo com Ferreira (1998, p 74), “o diálogo só pode ser verdadeiro e frutífero a 
partir de um esforço de aproximação onde todos tentem perceber e conhecer o outro em seu 
próprio contexto e a partir da sua própria história constitutiva”. Ou seja, é necessário conhecer 
de modo mais intenso as histórias de vida dos(as) alunos(as), saber intervir quando eles(as) 
expressam em suas atitudes que algo não está bem. Os(As) alunos(as) que passam por 
problemas dificilmente conseguirão manter concentração nos estudos, ou vontade de assistir às 
aulas, uma vez que estão constantemente amedrontados(as), revoltados(as), nervosos(as) e 
inseguros(as). Quanto aos(às) professores(as), sentem-se desmotivados(as), perdem o estímulo 
para o trabalho, trazendo prejuízo para o desenvolvimento do ensino e aprendizagem dos(as) 
alunos(as). 
Dessa forma, percebemos o quanto a influência da escola e da família na vida da criança 
é enorme, e essa parceria deveria estar fortemente atrelada no intuito de contribuir na construção 
do desenvolvimento do(a) aluno(a). No entanto, pesquisas demonstram que muitas famílias 
estão desestruturadas e torna-se inviável a educação de seus(suas) filhos(as), e que os(as) 
deixam aos cuidados de parentes, centros de educação infantil e, certamente, para a escola a 
tarefa de educar e cuidar da formação seus(suas) filhos(as). Vasconcellos (1995, p. 22) concorda 
com o exposto, quando afirma 
Percebemos muitas famílias desestruturadas, desorientadas, com hierarquia de valores 
invertida em relação à escola, transferindo responsabilidades suas para a escola [...], 
a família não está cumprindo sua tarefa de fazer a iniciação civilizatória: estabelecer 
limites, desenvolver hábitos básicos. 
Existem crianças, adolescentes e jovens sendo criados(as) pelo “mundo”, ou seja, na 
falta da família para orientá-los(as), são influenciados(as) pelos(as) amigos(as), e programas 
acessados na internet que nem sempre são adequados à idade ou enfocam assuntos que nada 
contribuem para sua formação social, psicológica e acadêmica. Embora saibamos que, em 
muitos casos, os pais precisam trabalhar para garantir o sustento da família, e que o tempo se 
11739 
 
 
torna escasso para se dedicarem à educação de seus(suas) filhos(as), é preciso encontrar um 
momento em que possam dialogar com eles(as), provar interesse pela vida escolar e 
demonstração de afeto. Cubero (1995. p. 253) afirma que 
A escola é junto com a família, a instituição social que maiores repercussões têm para 
a criança. Tanto nos fins explícitos que persegue expressos no currículo acadêmico, 
como em outros não planejados, a escola será determinante para o desenvolvimento 
cognitivo e social da criança e, portanto, para o curso posterior da vida. 
Criança que advém de uma família que valoriza a escola e mantém com esta um 
relacionamento cujo interesse é o ensino-aprendizagem, apresenta melhor desenvolvimento 
sócio-cognitivo e aprende mais. Macedo (1994, p.199) aborda essa questão afirmando que com 
a participação da “família no processo de ensino aprendizagem, a criança ganha confiança 
vendo que todos se interessam por ela, e também porque você passa a conhecer quais são as 
dificuldades e quais os conhecimentos da criança.”. 
Ao entrar na escola, a criança já traz experiências que adquiriu em seu ambiente familiar, 
as quais a auxiliaram na formação do seu “eu” em relação ao meio. Esse processo é 
determinante para o seu desenvolvimento. Quando se descobre participante direta do espaço 
escolar, ela percebe que terá oportunidade de se relacionar com outras crianças que 
permanecerão com ela uma parte considerável de tempo. E que terão como educadores(as) 
outras pessoas adultas fora de seu convívio familiar. Se ela traz boas experiências, torna-se mais 
fácil continuar desse ponto. O que não ocorre quando a criança passa grande parte de sua vida 
em um lar desestruturado. Com esta criança, o trabalho se torna árduo, a fim de prepará-la 
previamente para receber o ensino dos conteúdos das disciplinas. Mais complicado, ainda, 
quando há histórico de agressão seja ela de qualquer forma. Ou quando os pais destituem-se de 
qualquer responsabilidade pela educação de seu filho, deixando totalmente como tarefa da 
escola, esquecendo-se que a função educacional também cabe a ela. 
Oliveira (1993, p. 92) afirma que “uma das principais funções da família é a função 
educacional e, que esta é a responsável por transmitir à criança os valores e padrões culturais 
do meio social em que está inserido”. Oposto a isso, as famílias, em geral, participam pouco, 
ou quase nada. Esta questão foge da intenção da Orientação Educacional que poderia trabalhar 
a participação dos pais na escola, pois, de acordo com Grinspun (2003, p 76) “Hoje, a 
Orientação Educacional [...] tem o papel de mediação na escola, isto é, ela se reveste de mais 
um campo na escola para auxiliar, discutir, refletir com e para todos que atuam na escola [...] 
com um olhar pedagógico”. 
Paro (2000, p 120) ressalta a importância da participação dos pais na escola, mas que 
fossem estabelecidos os motivos dessa participação 
11740 
 
 
Uma dimensão importante da participação dos pais na escola, seja integrando o 
conselho de escola ou a APM, seja tomando parte de outras atividades, como o grupo 
de formação de pais, é da atenção que se deveria ter para com os motivos dessa 
participação, procurando saber qual o ponto de vista dos usuários a respeito. 
Conhecendo os motivos, a família perceberia o quanto se faz importante participar da 
vida escolar dos filhos. Muitas famílias sentem receio quando são “convocadas” (e não 
convidadas) para as reuniões. Quando comparecem,parecem ter medo, não querem conversar 
sobre a questão de aprendizagem e muito menos acerca de comportamentos impróprios de 
seus(as) filhos(as). A escola enfrenta muitos problemas quando é preciso chamar algum pai 
para resolver assuntos sérios em relação ao(à) aluno(a). Às vezes, é preciso acionar o Conselho 
Tutelar, providência mais séria e imediata por conta da negligência da família em atender um 
chamado da escola. Há casos em que a família só conhece esse meio para se comunicar com a 
escola, ou seja, para tratar problemas apresentados pelos filhos(as) e, infelizmente, não 
estabelece união com a escola por não ser preparada para isso. Em suas pesquisas, Soares (2010, 
p. 9) observa que 
A família somente é lembrada pela escola quando há problemas ocasionados pelos(as) 
alunos(as) no ambiente escolar. Neste sentido, muitos pais acabam se afastando da 
escola, percebendo esta como um lugar negativo, já que poucas atividades recreativas 
e prazerosas são oferecidas a eles na escola. A escola deveria ser o ponto central de 
uma comunidade, um local onde todos pudessem participar e ter acesso. 
Dessa forma, a família se sente excluída do ambiente que está contribuindo com a 
construção do desenvolvimento de seu(sua) filho(a). Não internalizou que a família é parte 
fundamental no processo de ensino-aprendizagem. Infelizmente, às vezes, o próprio espaço 
escolar contribuiu para esse distanciamento entre família/escola. Faz-se necessário buscar esse 
interesse que está faltando. Paro (2000, p 119) reforça que é preciso atrair os pais à escola 
[...] a direção, a coordenação e vários professores acreditam na necessidade da 
participação e buscam atrair os pais para ela. O que se acredita é que a permanência 
desse clima e a concretização positiva da experiência com os pais e os servidores da 
escola criem uma cultura de participação que seja favorável a um processo escolar de 
maior qualidade e de proveito para os objetivos do ensino. 
 
Uma forma encontrada por algumas escolas para atrair a família é por meio de tardes 
festivas, aos sábados ou domingos (quando os pais têm mais tempo). No entanto, isso não é 
muito frequente porque o calendário escolar é muito extenso. E, mesmo assim, poucos 
comparecem, demonstrando total desinteresse pelas atividades escolares e, consequentemente, 
pelo(a) seu(sua) filho(a). Os pais não querem, em sua maioria, tomar parte na educação dos(as) 
filhos(as). Aquela educação que precisa vir do meio familiar não acontece. E os(as) 
professores(as) precisam se preparar para, além dos conteúdos do planejamento escolar, passar 
alguns conceitos de educação que deveriam, mas não fazem parte do cotidiano de seus 
alunos(as). Alguns(as) alunos(as) percebem o espaço escolar como uma extensão de suas 
11741 
 
 
próprias casas, e trazem comportamentos impróprios que precisam ser tratados, 
sobrecarregando o trabalho da escola. 
Embora ocorra essa sobrecarga, a escola precisa conhecer a realidade de seus(suas) 
alunos(as) a fim de intervir quando não há participação da família, quando ela não mantém 
parceria com a escola no intuito de compartilhar as responsabilidades. A escola exercerá 
múltiplas funções em prol do desenvolvimento social e intelectual do(a) aluno(a). Szymanski 
(2001, p. 53) explica que “Uma instituição não substitui uma família, mas com atendimento 
adequado, pode dar condições para a criança e o adolescente desenvolverem uma vida saudável 
no futuro”. 
Novamente, Vasconcellos (1995, p. 33) contribui nessa questão, afirmando que 
O trabalho da escola tem uma repercussão muito maior também: não se trata 
simplesmente de transmitir determinados conteúdos socialmente acumulados pela 
humanidade: trata-se, além disso, de inserir o sujeito no processo civilizatório, bem 
como na sua necessária transformação tendo em vista o bem comum. 
Os pais ainda não entenderam o real papel da escola na vida de seus(suas) filhos(as), e 
tentam passar a responsabilidade que seriam deles à escola. Ocorre, com muita frequência, uma 
inversão de papeis entre escola e família, ou seja, a família passa a se preocupar com os 
conteúdos vistos na escola e que precisam ser reforçados em casa, em forma de tarefas e 
trabalhos que, em muitos casos ocupam grande espaço de tempo que poderiam ser gastos com 
a educação básica de seus(suas) filhos(as), e as escolas envolvidas com comportamentos dos(as) 
alunos(as), ensinando regras de boa convivência social, sem tempo para aprofundar no 
desenvolvimento intelectual dos seus(suas) alunos(suas). Quanto a isso, Malavazi (2000, p. 
258) expressa sua opinião 
Algumas atribuições são específicas da família que tem o direito de reivindicá-las para 
si, enquanto outras cabem a escola que, pela sua natureza, poderá ocupar-se melhor 
delas. Essas transformações sociais ocorridas na família e na escola camuflaram as 
atribuições específicas de cada uma delas. 
A situação piora quando há descaso de alguns pais e/ou responsáveis em relação aos(às) 
filhos(as), até mesmo quando estão doentes ou apresentam “mau comportamento”: Quando 
surgem problemas, e são chamados, sempre apresentam desculpas: “não sei o que fazer”, eu 
não tenho tempo pra cuidar “disso”, “o que vou fazer com ele/ela?” É como se quisessem que 
toda a responsabilidade ficasse por conta da escola. O melhor seria que todos tivessem como 
meta o trabalho em parceria. O ensino-aprendizagem fluiria com mais intensidade, e isso só 
acontece se houver essa interação: escola/família/aluno. Nesse contexto, Santos (2014, p. 22) 
explana que 
Quando se pensa em educação, primeiramente são enfatizadas propostas educacionais 
voltadas para uma educação séria, responsável e com propósitos voltados à 
participação da família, pois sabe-se que por melhor que seja uma escola e por mais 
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preparados que sejam sua equipe pedagógica, haverão falhas. Devido a isso é 
necessário à participação efetiva e constante da família no processo de aprendizagem 
da criança. 
Participar é estar presente em todos os eventos realizados na escola; cobrar seus direitos; 
ter deveres para com a escola e a criança; participar até nas decisões do que é melhor para a 
escola. Santos (2014) que a presença da família na escola contribui muito no intuito de a escola 
conhecer melhor seus(suas) alunos(as) e com aqueles que lhes são próximos(as), e podem, desse 
modo, inteirar-se das suas necessidades. Assim, todos serão capazes de reconhecer e avaliar 
qual o melhor procedimento a ser tomado frente a problemas que envolvem os(as) alunos(as). 
 Ou seja, é preciso conhecer todos os pais, compreender a realidade de vida das pessoas 
que se relacionam diretamente com seus(suas) educandos(as). 
Considerações Finais 
A pesquisa enfocando a importância da família na escola para o desenvolvimento do(a) 
aluno(a) serviram como base para futuros trabalhos dentro da área da Educação. Trouxeram, 
também, uma compreensão do papel da união da família e escola no intuito de melhorar o 
ensino aprendizagem do(a) aluno (a), bem como contribuir na sua transformação. 
Junto à família, a criança vivencia experiências e inicia seu processo de aprendizagem 
e desenvolvimento, principalmente quanto à ética e à moral. A escola proporcionará uma 
ampliação desse conhecimento prévio, mesclando com a aquisição dos conteúdos das 
disciplinas dispostos, contribuindo para sua formação global, ao longo da sua permanência 
como aluno(a). No espaço escolar, a criança é atendida em suas necessidades socioculturais, 
assim como as psicológicas e cognitivas dentro dos parâmetros pedagógicos. A função 
educativa da escola abrange, ainda, a inserção dessa criança como cidadão(ã) construtor da sua 
história e participante de uma sociedade cada vez maisexigente e carente de bons(as) 
cidadãos(ãs). A função da escola é distinta do papel da família em relação ao desenvolvimento 
da criança, mas ambas representam parcelas significantes quando se trata de como esta criança 
se transformará ou em quem ela se transformará em consequência da união ou não união desses 
dois componentes educativos. 
O problema não se constitui apenas quando há inversão de funções de pais e escola, e 
sim, quando o(a) educando(a) não é atendido(a) em suas necessidades educativas. Portanto, 
compreendemos a enorme necessidade em assegurar a parceria entre escola e família em prol 
do desenvolvimento do(a) aluno(a). E reconhecemos as particularidades e semelhanças 
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existentes nesses dois ambientes no qual a criança se insere, principalmente em se tratando dos 
aspectos de desenvolvimento e aprendizagem. 
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