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Prévia do material em texto

Gestão de Tecnologia 
e Inovação para 
Engenharia
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Dr. Paulo Renato Pakes
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Luciene Oliveira da Costa Granadeiro 
Fontes de Inovação na Empresa
• Introdução;
• Fontes de Conhecimento para a Inovação;
• Desenvolvimento Tecnológico Próprio;
• Inovação Aberta e Inovação pelo Usuário;
• Transferência de Tecnologia;
• Conhecimento Tácito e Conhecimento Codificado;
• Propriedade Intelectual;
• Fontes de Inovação na Indústria Brasileira.
• Apresentar conceitos sobre fontes de conhecimento para a inovação, desenvolvimen-
to tecnológico, inovação aberta, transferência de tecnologia, conhecimento tácito e 
codifi cado, propriedade intelectual e fontes de inovação da indústria brasileira.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Fontes de Inovação na Empresa
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos 
e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua 
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de 
aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
Introdução
A literatura sobre inovação mostra que a tecnologia não é apenas exógena e nem 
totalmente endógena à empresa. Ou seja, o conhecimento da organização é estru-
turado mediante diferentes fontes de tecnologia e de aprendizado, que podem ser 
de origem externa ou interna, e que são utilizadas pelas organizações para lançar 
novos produtos, melhorar processos, adotar novos métodos de gestão organizacional 
e aumentar a competitividade. Nesta unidade, iremos identificar as diversas fontes 
de tecnologia utilizadas pelas empresas, discutir suas características, oportunidades 
e limitações, bem como levantar seus impactos potenciais sobre a competitividade.
Fontes de Conhecimento para a Inovação
As fontes de inovação são geralmente classificadas segundo a origem da infor-
mação e do conhecimento utilizado. As fontes internas se referem às atividades rea-
lizadas dentro da organização que são explicitamente voltadas ao desenvolvimento 
de produtos e processos, inclusive aquelas voltadas à simples obtenção de melhorias 
incrementais por meio de programas de qualidade, treinamento de recursos huma-
nos e aprendizado organizacional (TIGRE, 2014). 
Já as fontes externas se referem às atividades empresariais que envolvem a busca 
e aquisição de conhecimentos técnicos por meio de (OCDE, 2005):
1. aquisição de informações codificadas, a exemplo de manuais, software, 
livros e revistas técnicas, vídeos etc.; 
2. contratação de consultorias especializadas; 
3. obtenção de licenças de fabricação de produtos e processos; e 
4. compra de tecnologias embutidas em máquinas e equipamentos.
A seleção de diferentes fontes de tecnologia está associada às características da 
tecnologia em si, às escalas produtivas, às capacitações existentes e às estratégias 
adotadas pelas empresas. O Quadro 1 sumariza as principais fontes de tecnologia 
utilizadas nas empresas.
Quadro 1
Fontes de Tecnologia Exemplos
Desenvolvimento tecnológico próprio P&D, engenharia reversa, participação em redes de pesquisa.
Contratos de transferência de tecnologia Licenças e patentes, contratos com universidades e centros de pesquisa.
Tecnologia incorporada Máquinas, equipamentos e software embutido.
Conhecimento codificado Livros, manuais, revistas técnicas, internet, feiras e exposições, software aplicativo, cursos e programas educacionais.
8
9
Fontes de Tecnologia Exemplos
Conhecimento tácito
Aprendizado cognitivo, contratação de RH experiente, 
consultores, informações de clientes e fornecedores, 
estágios e treinamento prático.
Aprendizado cumulativo Processo de aprender fazendo, usando, interagindo, etc. devidamente documentado e difundido na empresa.
Fonte: Tigre (2014)
Desenvolvimento Tecnológico Próprio
É possível dividir as atividades de P&D (Pesquisa e Desenvolvimento) em: pesquisa 
básica, em que o foco é o avanço científico; pesquisa aplicada, que visa à solução de 
problemas práticos; e desenvolvimento experimental, voltado à geração de produtos, 
serviços e processos. A pesquisa básica é geralmente de longo prazo e seus resulta-
dos são incertos, sendo assim evitada pela grande maioria das empresas. Entretan-
to, destaca-se que seus resultados podem proporcionar avanços tecnológicos para a 
sociedade em longo prazo, e por isso são geralmente assumidos por instituições de 
pesquisa sem fins lucrativos e financiadas pelo Estado (OCDE, 2005).
Ao centrar seus esforços nas etapas finais do processo de inovação, as empresas 
procuram reduzir as incertezas das atividades de P&D. A pesquisa empresarial visa 
principalmente ao desenvolvimento de novos produtos, ao aperfeiçoamento de pro-
dutos existentes, à melhoria de processos produtivos e à introdução de inovações 
organizacionais. Estima-se que, na fase de pesquisa aplicada, na qual um projeto 
básico é transformado em um produto comercial, os investimentos em tecnologia 
sejam até dez vezes maiores do que na fase de concepção básica. Isso ocorre por-
que a transformação de uma planta piloto ou protótipo em processos e produtos 
comercializáveis requer atividades complexas, como adequação da ideia às neces-
sidades do mercado, busca e seleção de fornecedores, definição de processos de 
fabricação, desenvolvimento da rede de serviços aos clientes, obtenção de licenças 
junto a órgãos governamentais, registro de marcas e patentes e outras medidas 
práticas essenciais para o sucesso do novo produto ao mercado (TIGRE, 2014).
Nos países desenvolvidos, ao contrário do que ocorre em países em desenvolvi-
mento, a maior parte das atividades de P&D é realizada por empresas. Ainda assim 
o Estado exerce um papel fundamental na expansão do conhecimento e da base 
científica necessária para que o setor produtivo desenvolva tecnologias aplicadas, 
principalmente por meio da montagem de infraestrutura, do financiamento e da 
concessão de incentivos fiscais para a inovação.
Os projetos de P&D nas empresas podem ter origem tanto na área de vendas, 
através da identificação de novas demandas do mercado (demand pull), quanto 
nas áreas técnicas que buscam oportunidades tecnológicas para inovar (technology 
push). As empresas mais orientadas para o mercado, nas quais a área comercial 
tem maior peso nas decisões estratégicas, costumam correr menos riscos. As áreas 
9
UNIDADE Fontes de Inovação na Empresade vendas costumam avaliar melhor as necessidades de seus clientes e o potencial 
do mercado nacional e internacional do que aquelas mais orientadas para tecnolo-
gia. Por outro lado, empresas que vendem para mercados mais sofisticados e inten-
sivos em tecnologia tendem a atribuir mais autonomia às áreas técnicas na definição 
de projetos de P&D e estão mais sujeitas às incertezas (FIGUEIREDO, 2011).
Importante!
O orçamento de P&D de uma empresa varia muito em função de sua estratégia tecno-
lógica e do setor de atividades em que atua. As empresas que desenvolvem atividades 
formais de P&D são geralmente de grande porte, embora também existam pequenas 
empresas inovadoras, principalmente em novos segmentos industriais. Os esforços de 
P&D são geralmente medidos pelo percentual desses gastos em relação ao faturamento 
da empresa. Os setores de aeronáutica, farmacêutico e de microeletrônica costumam 
gastar mais de 10% de seu faturamento em atividades de P&D, enquanto setores menos 
dinâmicos tecnologicamente investem em média menos de 1%.
Você Sabia?
Um tipo particular de atividade de P&D realizada nas empresas é a engenharia 
reversa, uma fonte de tecnologia amplamente utilizada tanto em países desenvolvi-
dos quanto nos países em desenvolvimento. Consiste na reprodução funcional de 
produtos e processos lançados originalmente por empresas inovadoras sem trans-
ferência formal de tecnologia. A engenharia reversa é mais do que uma cópia, pois 
determinados componentes ou etapas de produção podem estar protegidos por pa-
tentes ou segredo industrial. Para que a nova versão seja competitiva, é necessária 
capacitação tecnológica para compreender e modificar a tecnologia original, por 
meio do desenvolvimento de novas rotas, da substituição de componentes patente-
ados e da solução de problemas de forma independente. 
Por fim, cabe apresentar também a formação de consórcios e redes de P&D, 
que tem sido uma tendência mundial diante da maior complexidade científica, da 
convergência tecnológica e dos altos custos das atividades de pesquisa. À medida 
que diferentes tecnologias convergem, a exemplo do que vem ocorrendo no cha-
mado complexo eletrônico, nenhuma empresa consegue reunir internamente todas 
as competências necessárias para desenvolver novos produtos. Assim, precisam 
recorrer a alianças estratégicas para complementar suas competências e dividir os 
custos e riscos inerentes às inovações. A cooperação pode ocorrer tanto entre em-
presas em uma determinada cadeia produtiva para desenvolver tecnologias comuns 
aos seus negócios como também entre empresas concorrentes, principalmente em 
soluções tecnológicas básicas típicas de uma fase pré-competitiva.
Tradicionalmente, as empresas multinacionais concentram suas atividades de 
desenvolvimento tecnológico em suas matrizes e as subsidiárias mantêm pouca 
capacitação ou autonomia para inovar. Mais recentemente, entretanto, observa-se 
uma tendência das corporações globais de integrar subsidiárias em outros países 
no processo de geração de novas tecnologias. Isso se deve principalmente ao alto 
custo e à falta de disponibilidade de recursos humanos em grande escala, além da 
necessidade de adaptar produtos a mercados específicos (TIGRE, 2014).
10
11
Inovação Aberta e Inovação pelo Usuário
Os custos crescentes de P&D, associados a ciclos de vida do produto cada 
vez mais curtos, têm levado algumas empresas a lançar programas de inovação 
aberta (open innovation) e inovação pelo usuário. O termo Open Innovation, 
em português, Inovação Aberta (IA), surgiu com o autor Chesbrough (2003). Em 
seu livro “Open Innovation: The New Imperative for Creating and Profiting 
from Technology”, o autor aborda os obstáculos para as empresas manterem-se 
inovadoras utilizando apenas seus recursos internos. Assim, Chesbrough (2003) 
expõe observações sobre a experiência de algumas empresas em utilizarem novas 
formas de gerar inovação tecnológica, diante disso, propõe um novo modelo de 
geração de inovação – o modelo Open Innovation. Autores como Dosi (1988), 
Freeman (1999), dentre outros, já destacavam a interação entre partes externas 
e os membros internos da empresa como forma de prospectar possibilidade de 
desenvolvimento de novos conhecimentos e inovação.
O modelo IA, em definição mais recente de Chesbrough et al. (2014, p. 17), é 
caracterizado como “um processo de inovação distribuído com base em gestão de 
fluxos propositais de conhecimento através das fronteiras organizacionais, utilizan-
do mecanismos pecuniários e não pecuniários em conformidade com o modelo de 
negócio da organização”. Contrapõe-se, portanto, à inovação fechada, que trata o 
P&D internamente, e passa a explorar as transferências de conhecimento através 
dos limites físicos das organizações (HUIZINGH, 2011). 
A figura 1 retrata o conceito clássico de funil de inovação de Chesbrough (2003), 
o qual divide o processo IA em três etapas principais: (a) projetos de pesquisa; 
(b) desenvolvimento; e (c) comercialização.
Novos mercados
Mercado atual
Novos 
produtos/serviçosLimites da
empresa
Ciência e 
Tecnologia
Projetos de
pesquisas
Pesquisa Desenvolvimento Comercialização
Figura 1 – Funil de Inovação (Open Innovation)
Fonte: Adaptado de Chesbrough, 2003
Na fase de pesquisa, as empresas buscam ideias, conceitos, parcerias e proje-
tos de fontes tecnológicas e científicas. Esse modelo enfatiza o fato de que opor-
tunidades externas têm de ser bem exploradas, permitindo o desenvolvimento da 
inovação através da exploração de tecnologias e recursos (CHESBROUGH, 2007). 
11
UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
Por sua vez, na etapa de desenvolvimento, novas oportunidades, parcerias e projetos 
podem surgir. Esse estágio funciona como um filtro para os projetos, que pode ser 
endereçado a mercados atuais ou novos e pode resultar em acordos de licenciamen-
to, produtos e serviços projetos de desenvolvimento, iniciativas de transferência de 
tecnologia e de capital de risco. Por fim, na fase de comercialização, canais de negó-
cios externos são explorados para gerar valor para a organização (OLIVEIRA, 2017).
Sendo assim, compreende-se que a IA torna as fronteiras das empresas cada vez 
mais permeáveis aos ambientes que a circundam, favorecendo suas funções de ne-
gócios e de gestão, minimizando a inércia organizacional e adaptabilidade ao meio 
ambiente, possibilitando, com isso, a criação de valor e vantagem competitiva para 
o negócio (HUANG et al., 2013).
A Inovação Aberta parte dos seguintes pressupostos (TIGRE, 2014): 
1. Por maiores que sejam as organizações de P&D, a maioria dos bons pro-
fissionais da área está fora da empresa; 
2. Fontes externas de tecnologia podem agregar valor ao negócio, o que não 
desobriga a empresa de ter um P&D forte; 
3. Uma empresa não precisa ser inventora de uma tecnologia para comercializá-la; 
4. Ser o primeiro a inovar não garante sucesso no mercado, pois o mais im-
portante é ter um modelo de negócio; 
5. Pode ser mais lucrativo licenciar para terceiros uma tecnologia desenvol-
vida internamente, mas sem uso imediato, do que tentar explorá-la sem 
contar com uma estrutura comercial ou modelo de negócio apropriado.
Importante!
Redes de Inovação aberta incluem a prestação de serviços técnicos, a aquisição ou trans-
ferência de tecnologia e o estabelecimento de alianças estratégicas e consórcios de pes-
quisa. A pioneira nesse processo foi a Procter & Gamble, que mantém redes de coopera-
ção em áreas relacionadas com sua ampla linha de produtos abrangendo embalagens, 
design, distribuição, modelos de negócios, modelos de marketing, métodos de pesquisa 
de mercado, licenciamento de marcas e pesquisa tecnológica em diferentes áreas. Em 
seus sites de relacionamento, a empresa lista suas demandas por inovação e oferece tec-
nologias para terceiros.
Você Sabia?
Uma variante desse processo é a inovação pelo usuário, que parte da ideia de 
que muitos produtos e serviços são desenvolvidos ou aperfeiçoados por clientes 
duranteo processo de implementação e uso. Isso ocorre porque os produtos são 
originalmente desenvolvidos de forma genérica e, quando usuários individuais se 
defrontam com problemas particulares não compartilhados com outros usuários, 
eles precisam fazer modificações, ou mesmo desenvolver produtos inteiramente 
novos para atender suas necessidades. Frequentemente, usuários compartilham 
12
13
suas ideias com fabricantes, levando-os a incorporá-las em seus produtos. Isso in-
clui inovações na forma de usar um produto, na prestação de serviços associados, 
na configuração de tecnologias e no desenvolvimento de novas tecnologias propria-
mente ditas (TIGRE, 2014).
Transferência de Tecnologia
O processo de transferência de tecnologia envolve diferentes formas de transmis-
são de conhecimentos, incluindo contratos de assistência técnica, em que a empre-
sa obtém ajuda externa para iniciar o processo produtivo, solucionar problemas ou 
lançar novos produtos, obtenção de licenças de fabricação, utilização de patentes e 
marcas registradas e a aquisição de serviços técnicos de engenharia (TIGRE, 2014). 
A comercialização de tecnologia via licenciamento é uma atividade mais interna-
cional do que doméstica, já que as empresas procuram evitar o fomento de concor-
rentes diretos nos mercados em que atuam. As empresas que obtêm licenças sem 
a necessária capacitação tecnológica buscam compensar a falta de competitividade 
por meio da obtenção de vantagens competitivas locacionais, menores custos de 
aluguéis e mão de obra, logística eficiente, acesso privilegiado a determinados mer-
cados ou fontes exclusivas de matérias-primas e recursos minerais. Esses fatores 
podem compensar deficiências tecnológicas, garantindo a sobrevivência de peque-
nas indústrias regionais.
A compra de uma tecnologia mais avançada permite que a empresa inove em 
processos ou produtos. Porém, não havendo um esforço próprio para adaptar e 
aperfeiçoar a tecnologia adquirida, o ganho de eficiência é de “uma vez só”, sem 
produzir efeitos dinâmicos na produtividade. Uma tecnologia não permanece es-
tável ao longo do tempo e, por isso, o licenciamento precisa vir acompanhado de 
um esforço interno para absorvê-la e aperfeiçoá-la, visando garantir sua evolução. 
Na maioria dos casos, é necessário adaptar a tecnologia adquirida às condições 
locais em termos de disponibilidade e custos de fatores de produção, necessidades 
dos clientes, escala produtiva e cultura organizacional. A disponibilidade interna de 
recursos humanos qualificados para conduzir programas de qualidade, introduzir 
melhorias contínuas e adaptar seus produtos e processos às mutantes necessidades 
da demanda é fundamental para promover uma efetiva transferência de tecnologia.
Importante!
As universidades e os centros de pesquisa representam uma fonte de tecnologia na 
qual o conhecimento gerado não tem necessariamente o objetivo comercial. As relações 
universidade-empresa vêm crescendo, mas esbarram em diferentes práticas e vocações 
institucionais que dificultam a cooperação.
Você Sabia?
13
UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
Conhecimento Tácito 
e Conhecimento Codificado
A natureza do conhecimento utilizado em atividades econômicas é usualmente 
dividida em codificada e tácita. O conhecimento codificado é apresentado sob a 
forma de informação, por meio de manuais, livros, revistas técnicas, software, 
fórmulas matemáticas, documentos de patentes, bancos de dados etc. A codifi-
cação permite que o conhecimento seja transmitido, manipulado, armazenado e 
reproduzido. Já o conhecimento tácito envolve habilidades e experiências pesso-
ais ou de grupo, apresentando um caráter mais subjetivo. Tal conhecimento difi-
cilmente é passível de transmissão objetiva e, portanto, não pode ser facilmente 
transformado em informação. O conhecimento tácito permite a diferenciação da 
capacitação entre diferentes empresas, pois constitui uma vantagem competitiva 
única. A forma mais comum de se adquirir conhecimento tácito é através da ges-
tão do conhecimento, da acumulação de experiência e da contratação de consul-
tores e profissionais de outras empresas (FIGUEIREDO, 2011).
O conhecimento codificado é mais fácil de transferir, mas sua rápida evolução limita 
seus benefícios para quem não adquire a capacitação necessária para aprender a deco-
dificar o conhecimento. A codificação cria a possibilidade de transformar informação em 
mercadoria, mas seu valor será muito limitado para aqueles que não têm a capacitação 
necessária para compreender e utilizar produtivamente o conhecimento (TIGRE, 2014).
Propriedade Intelectual
O valor de uma determinada tecnologia geralmente depende das condições de 
apropriabilidade, ou seja, da possibilidade de o inventor ou inovador manter exclu-
sividade sobre a tecnologia por um determinado período de tempo. Tal controle é 
geralmente exercido através da propriedade intelectual sobre bens imateriais, por 
meio de patentes. Em alguns casos, a tecnologia não é patenteável, e a proteção é 
mantida por segredo industrial. Uma tecnologia facilmente imitável leva os rendi-
mentos monopolistas de uma inovação a quase zero (TIGRE, 2014).
A propriedade intelectual (PI) é essencialmente um direito outorgado pelo 
Estado por meio de leis específicas, por um prazo determinado, e que permite ao 
seu detentor excluir terceiros de sua comercialização. A PI abrange a propriedade 
industrial, copyrights e domínios conexos. A propriedade industrial é o regime de 
proteção conferido às invenções, modelos de utilidade, desenhos industriais, mar-
cas e denominações de origem (TIGRE, 2014). 
Uma patente de invenção é concedida no caso de o objeto possuir os requisitos 
de novidade, atividade inventiva e aplicação industrial, levando em consideração 
não apenas a ideia tal como foi expressa, mas sua aplicação prática.
14
15
O modelo de utilidade se refere mais a um detalhe de funcionamento, ou de uti-
lização, do que, propriamente, de estética ou configuração. Trata-se de um disposi-
tivo ou forma nova conferida a um objeto conhecido visando aumentar ou facilitar 
sua capacidade de utilização. Por exemplo, uma nova engrenagem em um isqueiro 
ou um novo dispositivo para abertura de uma lata constitui um modelo de utilidade 
passível de ser patenteado.
O desenho industrial (design) é um bem material que se exterioriza pela for-
ma ou pela disposição de linhas e cores de um objeto suscetível de utilização. 
A diferenciação do produto através de design exclusivo é muito importante para a 
competitividade de indústrias de bens de consumo e produtos embalados para o 
usuário final. Os produtos precisam ser constantemente redesenhados de forma a 
incorporar um visual mais atualizado, seguindo tendências culturais, novos padrões 
estéticos, mudanças de hábitos do consumidor, uso de novos materiais e compo-
nentes que ganham a preferência do mercado. O design original é passível de ser 
protegido pelas leis de propriedade industrial.
As marcas registradas conferem uma identidade ao produto, permitindo sua 
identificação pelo consumidor. Desenvolver uma marca forte requer grandes inves-
timentos em propaganda e marketing, mas pode ser uma boa alternativa para fugir 
da competição por preços, típica dos produtos sem uma identidade marcante.
Por fim, o direito autoral é o regime de proteção conferido especificamente a cria-
ções literárias, artísticas e científicas. O registro de direito de autor de uma obra 
original confere o direito exclusivo de utilizar, fruir e dispor da obra, ou seja, de 
impedir que terceiros copiem o que foi criado.
Importante!
A propriedade intelectual é regida por vários acordos internacionais, desenvolvidos 
a partir da Convenção da União de Paris e da Convenção de Berna, ambas de 1883. 
Atualmente, o acordo internacional mais importante é o Trade Related Aspextos of 
Intellectual Rights Including Trade in Counterfeit Goods (TRIPS), criado em 1994 pela 
Organização Mundial de Comércio.
Você Sabia?
Fontes de Inovação naIndústria Brasileira
O estudo do comportamento inovador da empresa brasileira nos ajuda a enten-
der o processo de desenvolvimento industrial do país. A literatura internacional 
está focada essencialmente na experiência dos países avançados nos quais as 
atividades de P&D constituem a principal fonte de aquisição de tecnologia. Já 
no Brasil, as tendências apontadas nas últimas versões da Pesquisa de Inovação 
Tecnológica do IBGE (PINTEC) indicam que a expensão das atividades inovativas 
tem se dado com base em outras fontes de tecnologia. No Brasil, a aquisição de 
15
UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
máquinas e equipamentos, a realização de treinamentos e de projetos industriais 
tem sido as atividades inovativas mais relevantes. Por outro lado, as atividades 
internas de P&D vêm perdendo importância. O Gráfico 1 apresenta o grau de 
importância atribuída para as atividades inovativas pelas empresas que responde-
ram à última PINTEC (IBGE, 2016).
Figura 2 – Importância relativa das atividades inovativas para a realização de inovações
Fonte: IBGE, 2016
Assim como no período anterior (de 2009 a 2011), verificou-se no intervalo 
2012-2014 um padrão baseado no acesso ao conhecimento tecnológico através da 
incorporação de máquinas e equipamentos, que figura como a atividade considera-
da de importância alta ou média para 72,5% das empresas inovadoras pertencentes 
ao âmbito da pesquisa, seguida da atividade, frequentemente complementar, de 
treinamento (62,3%) e da aquisição de software (33,8%). No período de referência 
anterior (2009-2011), essa participação foi de 73,5% para aquisição de máquinas e 
equipamentos, 59,5% para treinamento e 33,2% para aquisição de software. 
16
17
Apesar de atribuir menor importância relativa às atividades de P&D, o cruza-
mento com dados factuais da PINTEC revela que as empresas brasileiras estão 
inovando mais: no período 2012 a 2014, do universo de 132.529 empresas com 
10 ou mais pessoas ocupadas, 47.693 implementaram produtos ou processos no-
vos ou significativamente aprimorados, perfazendo uma taxa geral de inovação de 
36,0%. Houve uma diferença foi de 0,3 ponto percentual acima do verificado no 
triênio 2009-2011, quando então a taxa havia sido de 35,7%.
O principal objetivo dos esforços tecnológicos das empresas brasileiras é acom-
panhar a dinâmica competitiva, por meio do lançamento de novos produtos, assim 
como pela adaptação de produtos existentes às necessidades do mercado, aos pa-
drões mais rígidos de qualidade e maior aderência a normas técnicas internacionais. 
Já a demanda por tecnologias de processos e mudanças organizacionais reflete a 
necessidade de reduzir custos de produção, de buscar soluções para problemas am-
bientais, e promover o aumento da produtividade do trabalho.
Importante!
O registro de propriedade intelectual vem perdendo importância relativa no país, pois 
apenas 7,2% das empresas que inovaram depositaram pedidos de patentes em 2008. 
Tal tendência sugere que políticas de estímulo à disseminação das fontes abertas de 
conhecimento podem constituir alternativas mais promissoras para o desenvolvimento 
tecnológico do que restringir a circulação de inovações por meio da concessão de direitos 
de propriedade intelectual.
Você Sabia?
17
UNIDADE Fontes de Inovação na Empresa
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Livros
Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia e Inovação
PHILIPPI JUNIOR, A.; NETO, A. J. S. Interdisciplinaridade em Ciência, Tecnologia 
e Inovação. São Paulo: Manole, 2010. (e-book)
Gestão da inovação e do conhecimento
POSSOLI, G. E. Gestão da inovação e do conhecimento. InterSaberes: São Paulo, 
2012. 172 p. (e-book)
Inovação em produtos e serviços
PAIXÃO, M. V. Inovação em produtos e serviços. InterSaberes: São Paulo, 2014. 
184 p. (e-book)
 Leitura
Manual de Oslo
OCDE. Manual de Oslo.
https://bit.ly/2n8EOK6
18
19
Referências
CHESBROUGH, H. W.; BOGERS, M. Explicating open innovation: clarifying 
na emerging paradigm for understanding innovation. New Frontiers in Open 
Innovation. Oxford: Oxford University Press, Forthcoming, pp. 3-28, 2014.
CHESBROUGH, H. Open innovation: The new imperative for creating and 
profiting from technology. Harvard Business Press, 2003.
CHESBROUGH, H. Business model innovation: it’s not just about technology 
anymore. Strategy & leadership, v. 35, n. 6, p. 12-17, 2007.
DOSI, G. Sources, procedures, and microeconomic effects of innovation. Journal 
of economic literature, pp. 1120-1171, 1988.
FIGUEIREDO, P. N. Gestão da Inovação: Conceitos, métricas e experiências de 
empresas no Brasil. Rio de Janeiro: LTC, 2011.
HUIZINGH, E. K. Open innovation: State of the art and future perspectives. 
Technovation, v. 31, n. 1, p. 2-9, 2011.
INSTITUTO Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Pesquisa de Inovação 
Tecnológica – PINTEC. 2014. Disponível em: <https://biblioteca.ibge.gov.br/vi-
sualizacao/livros/liv99007.pdf>. Acesso em jun. 2019.
OLIVEIRA, L. S. et al. Analysis of determinants for Open Innovation 
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