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RITOS, MITOS E SÍMBOLOS 
AULA 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Prof. Rodrigo Rangel 
 
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CONVERSA INICIAL 
É certo que não será possível ver todos os pormenores e todas as 
classificações e exemplificar todos os mitos, os ritos e os símbolos, entretanto 
nesta aula queremos verificar alguns exemplos para melhor fixar os conceitos já 
conhecidos. 
Vamos perceber que existe uma infinidade de mitos, ritos e de símbolos, 
mas a possibilidade de visualizarmos alguns aqui certamente ajudará nas 
identificações posteriores. 
TEMA 1 – EXEMPLOS DE MITOS TEOGÔNICOS E COSMOGÔNICOS 
1.1 Mitos teogônicos 
Silva (2014) nos ajuda a entender o mito de geração e ou a manifestação 
do divino, ao relatar: 
Um mito Yuhupdeh relata o surgimento de Dö’-Saa, o menino amargo, 
neto de herói mítico Saah-Säw. Este tinha duas filhas, e uma delas 
ficou grávida depois de manter relações com muitos animais da 
floresta. Certo dia, ela foi assassinada pelo povo onça, que a 
esquartejou e a devorou, deixamos suas entranhas jogadas no chão. 
Uma velha pegou aquelas vísceras e foi limpá-las no rio. De repente, 
ela percebeu que havia um bebê no útero, mas este escapou de suas 
mãos e caiu na água, mergulhando e fugindo. Era uma criança especial 
e, por isso, sobreviveu na água. Seu avô Saah-Säw resolveu capturá-
lo, mas não foi fácil. O menino crescia rapidamente e decrescia 
novamente, voltando a forma de bebê. Fazia as maiores estripulias eu 
não queria ficar com o avô. Quando finalmente o avô conseguiu domá-
lo, percebeu que o menino era amargo. As pessoas lambiam a pele 
dele e ficavam com gosto amargo na boca. O menino, então, 
desenvolveu-se e tornou-se um organizador do universo, como o seu 
avô. Criou pássaros e borboletas inaugurou várias práticas culturais. 
Vingou a morte da sua mãe exterminando o povo onça primordial. 
(Silva, 2014. p.109). 
Outras narrativas de mito teogônico nos ajudam a entendê-lo melhor: 
Como uma das maiores referências desse gênero mitológico, temos a 
Teogonia, do poeta Hesíodo, do século VIII a.C. Na mitologia grega, 
Zeus (nome proveniente de deus pater, “o pai do céu” – da cultura 
proto-indo-europeia, raiz de grande parte do que forma a cultura 
europeia atual) é apresentado como o “pai dos deuses e dos homens”; 
não que ele os tivesse criado, mas que era o senhor supremo destes. 
Zeus conquistara seu poder ao derrotar o próprio pai, Cronos. Este, por 
sua vez, tornara-se o senhor do universo do mesmo modo, tomando o 
lugar de seu pai Urano, filho e esposo de Gaia (a Terra, que com Urano 
gerou Cronos e os demais titãs da raça dos uranianos – os primeiros 
controladores das forças universais -, além de outros seres de grande 
poder). 
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Havia uma frequente tendência das mitologias europeias a representar 
a soberania dividida em três funções divinas: um “soberano-
sacerdote”, um “guerreiro” e um “cultivador-fecundador”. Na mitologia 
escandinava, Odin, Thor e Freyr representavam estes papéis, 
respectivamente. Odin, senhor do Valhala (a grandiosa morada dos 
bravos heróis mortos em combate), era o soberano do cosmos. Thor, 
semelhante ao Indra védico ou o Ukko finlandês, era o deus guerreiro 
e senhor do trovão. A ele cabia a proteção da lei e da ordem em 
Midgard (a “terra do meio”, morada dos homens). Freyr, por sua vez, 
era o deus que regia o Sol, a chuva, os frutos e a fertilidade humana 
(sendo retratado com um gigantesco falo). No hinduísmo, há também 
uma divisão do poder cósmico entre três divindades: os deuses 
Brahma (o criador), Vishnu (o conservador) e Shiva (o destruidor), 
formando a Trimurti. 
Apesar dessa divisão nominal, para a crença hindu, todos os deuses 
citados em seus mitos são meramente manifestações do poder único 
que rege o cosmos, geralmente personificado em Brahman (Brahma, 
Brahm, Atman ou “O Grande Espírito”, o Absoluto). Brahma, como 
apenas criador do universo, não possui uma grande atuação nas 
narrações míticas. Vishnu, responsável por manter a ordem da criação, 
freqüentemente interfere nos problemas da terra, através de seus 
avataras (encarnações), sendo o mais conhecido deles o de Krishna (o 
grande transmissor dos ensinamentos trazidos no clássico Bhagavad 
Gita). Shiva é o deus encarregado de (ao fim de tudo) destruir toda a 
existência e guiar as almas de todos os seres ao reencontro com o 
Grande Espírito, seu lugar de origem. (Brito, p.1) 
1.2 Mitos cosmogônicos 
Cada civilização e consequentemente cada religião tem sua maneira de 
explicar a origem do ser humano. Apresentamos aqui um resume de algumas 
para exemplificar esse tipo de mito. 
1.2.1 Mitologia tupi-guarani 
A figura primária na maioria das lendas guaranis da criação é Iamandu 
(ou Nhanderu ou Tupã), o deus Sol e realizador de toda a criação. Com 
a ajuda da deusa lua Araci, Tupã desceu à Terra num lugar descrito 
como um monte na região do Aregúa, Paraguai, e deste local criou tudo 
sobre a face da Terra, incluindo o oceano, florestas e animais. Também 
as estrelas foram colocadas no céu nesse momento. Tupã então criou 
a humanidade em uma cerimônia elaborada, formando estátuas de 
argila do homem e da mulher com uma mistura de vários elementos da 
natureza. Depois de soprar vida nas formas humanas, deixou-os com 
os espíritos do bem e do mal e partiu. (História Digital, 2012) 
1.2.2 Mitologia asteca 
Segundo um mito, no princípio, tudo era negro e morto. Os deuses se 
reuniram em Teotihuacán para discutir a quem caberia a missão de 
criar o mundo, tarefa que exigia que um deles teria que se jogar dentro 
de uma fogueira. O selecionado para esse sacrifício foi Tecuciztecatl. 
No momento fatídico, Tecuciztecatl retrocede ante o fogo; mas o 
segundo, um pequeno deus, humilde e pobre, Nanahuatzin, se lança 
sem vacilar à fogueira, convertendo-se no Sol. Ao ver isto, o primeiro 
deus, sentindo coragem, decide jogar-se transformando-se na 
Lua. Ainda assim, os dois astros continuam inertes e é indispensável 
alimentá-los para que se movam. (História Digital, 2012) 
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1.2.3 Mitologia navarro 
Os índios Navajo da América do Norte, acreditavam que Tsohanoai era 
o deus Sol. Ele assume forma humana e carrega o Sol às costas, todos 
os dias através do céu. À noite, o Sol descansa, pendurado numa pega 
na parede ocidental da casa de Tsohanoai. Os dois filhos de 
Tsohanoai, Nayenezgani (Matador de Inimigos) e Tobadzistsini 
(Criança de Água) viviam separados do pai, em casa da sua mãe, no 
extremo ocidente. Quando se tornaram adultos, os dois decidiram 
procurar o seu pai e pedir-lhe ajuda para combater os espíritos 
maléficos que aterrorizavam e atormentavam a humanidade. (História 
Digital, 2012) 
1.2.4 Mitologia iorubá 
Na mitologia iorubá o deus supremo é Olorum, chamado também de 
Olodumare. Não aceita oferendas, pois tudo o que existe e pode ser 
ofertado já lhe pertence, na qualidade de criador de tudo o que existe, 
em todos os nove espaços do Orun. Olorum criou o mundo, todas as 
águas e terras e todos os filhos das águas e do seio das terras. Criou 
plantas e animais de todas as cores e tamanhos. Até que ordenou que 
Oxalá criasse o homem. Oxalá criou o homem a partir do ferro e depois 
da madeira, mas ambos eram rígidos demais. Criou o homem de pedra 
– era muito frio. Tentou a água, mas o ser não tomava forma definida. 
Tentou o fogo, mas a criatura se consumiu no próprio fogo. (História 
Digital, 2012) 
1.2.5 Mitologia babilônica 
O universo surgiu quando Nammu, um abismo sem forma, enrolou-se 
em si mesmo num ato de auto-procriação, gerando An, deus do céu, e 
Antu (Ki), deusa da Terra. A união de An e Ki produziu Enlil, senhor 
dos ventos, que eventualmente tornou-se líder do panteão dos deuses. 
Após o banimento de Enlil de Dilmun(a morada dos deuses) por 
violentar Ninlil, a deusa teve um filho, Nanna, o deus da lua (mais tarde 
chamado de Sin (ou Sinnu). Da união posterior entre Sin e Ningal 
nasceram Inanna (deusa do amor e da guerra) e Utu (deus do sol, 
depois chamado de Shamash). (História Digital, 2012) 
1.2.6 Mitologia persa 
Ormuz é o mestre e criador do mundo. Ele é soberano, onisciente, deus 
da ordem. O Sol é seu olho, o céu suas vestes bordadas de estrelas. 
Atar, o relâmpago, é seu cílio. Apô, as águas, são suas esposas. Ahura 
Mazda é o criador de outras sete divindades supremas, os Amesha 
Spenta, que reinam, cada um, sobre uma parte da criação e que 
parecem ser desdobramentos de Ahura Mazda. Assim como Ahura 
Mazda estava cercado por seis Amesha Spenta e de outras divindades, 
Angra Mainyu (Ahriman) — o deus malfazejo que invade a criação para 
perturbar a ordem e que é concebido como uma serpente — é 
acompanhado de seis demônios procedentes das trevas cósmicas e 
de um grande número de outras divindades malignas. (História Digital, 
2012) 
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1.2.7 Mitologia nórdica 
Na mitologia nórdica, se acreditava que a terra era formada por um 
enorme disco liso. Asgard, onde os deuses viviam, se situava no centro 
do disco e poderia ser alcançado somente atravessando um enorme 
arco-íris (a ponte de Bifrost). Os gigantes viviam em um domicílio 
equivalente chamado Jotunheim (Casa dos Gigantes). Uma enorme 
ábade no subsolo escuro e frio formava o Niflheim, que era governada 
pela deusa Hel. Este era a moradia eventual da maioria dos mortos. 
Situado em algum lugar no sul ficava o reino impetuoso de 
Musphelhein, repouso dos gigantes do fogo. Outros reinos adicionais 
da mitologia nórdica incluem o Alfheim, repouso dos elfos luminosos 
(Ljósálfar), Svartalfheim, repouso dos elfos escuros, e Nidavellir, as 
minas dos anões. Entre Asgard e Niflheim estava Midgard, o mundo 
dos homens. (História Digital, 2012) 
1.2.8 Mitologia egípcia 
No princípio emergiu das águas uma ilha, e nela havia um ovo, do qual 
saiu Rá, iluminando todas as coisas. Todos os outros deuses seriam 
filhos de Rá (Nut, Chu e Geb). A deusa Nut se casou com Geb em 
segredo. Depois de algum tempo, Rá descobriu o que tinha acontecido, 
e ficou furioso com Nut. Como castigo tornou Nut estéril. Com isso Nut 
usou sua criatividade desafiando Thot, em um jogo de dados. Com sua 
vitória, consegui que Thot acrescentasse cinco novos dias ao 
calendário de 360 dias. Com os novos dias, que não eram vigiados por 
Rá, teve seus filhos: Osíris, Ísis, Set e Néftis. (História Digital, 2012) 
1.2.9 Mitologia grega 
Primeiro só havia o Caos (o Universo), depois do caos surgem Géia ou 
Gaia (a Terra, a grande mãe de peitos largos), depois o brumoso 
Tártaro (submundo,que fica debaixo da Terra) e Eros (o Amor, capaz 
de inspirar criação). De Caos também nasceram Hérebo (a trevas 
suprema,o que fica debaixo da Terra) e Nix (a Noite). Da Noite 
nasceram Hemera (o dia) e Éter (o ar puro ou ar superior onde vivem 
os deuses). A Terra deu à luz primeiro a seu consorte Urano ou Coelos 
(céu estrelado para cobri-la), também deu a luz Óreas (às montanhas) 
e às ninfas que nelas habitam e Ponto (o mar não colhido). (História 
Digital, 2012) 
1.2.10 Mitologia judaica 
No princípio criou Deus os céus e a terra. E a terra era sem forma e 
vazia; e havia trevas sobre a face do abismo; e o Espírito de Deus se 
movia sobre a face das águas. E disse Deus: Haja luz; e houve luz. E 
viu Deus que era boa a luz; e fez Deus separação entre a luz e as 
trevas. E Deus chamou à luz Dia; e às trevas chamou Noite. E foi a 
tarde e a manhã, o dia primeiro. E disse Deus: Haja uma expansão no 
meio das águas, e haja separação entre águas e águas. E fez Deus a 
expansão, e fez separação entre as águas que estavam debaixo da 
expansão e as águas que estavam sobre a expansão; e assim foi. E 
chamou Deus à expansão Céus, e foi a tarde e a manhã, o dia 
segundo. (História Digital, 2012) 
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TEMA 2 – EXEMPLOS DE MITOS PARADISÍACOS, DE TRANSFORMAÇÃO E 
ESCATOLÓGICOS 
2.1 Mito paradisíaco 
Ora, o Senhor Deus tinha plantado um jardim no Éden, para os lados 
do leste; e ali colocou o homem que formara. O Senhor Deus fez 
nascer então do solo todo tipo de árvores agradáveis aos olhos e 
boas para alimento. E no meio do jardim estavam a árvore da vida e 
a árvore do conhecimento do bem e do mal. No Éden nascia um rio 
que irrigava o jardim, e depois se dividia em quatro. O nome do 
primeiro é Pisom. Ele percorre toda a terra de Havilá, onde existe 
ouro. O ouro daquela terra é excelente; lá também existem o bdélio e 
a pedra de ônix. O segundo, que percorre toda a terra de Cuxe, é o 
Giom. O terceiro, que corre pelo lado leste da Assíria, é o Tigre. E o 
quarto rio é o Eufrates. O Senhor Deus colocou o homem no jardim 
do Éden para cuidar dele e cultivá-lo. E o Senhor Deus ordenou ao 
homem: "Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não 
coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em 
que dela comer, certamente você morrerá". (Bíblia, 2000, NVI, 
Gênesis 2). 
2.2 Mito de transformação 
Ora, a serpente era o mais astuto de todos os animais selvagens que 
o Senhor Deus tinha feito. E ela perguntou à mulher: "Foi isto mesmo 
que Deus disse: ‘Não comam de nenhum fruto das árvores do jardim’? 
"Respondeu a mulher à serpente: "Podemos comer do fruto das 
árvores do jardim, mas Deus disse: ‘Não comam do fruto da árvore 
que está no meio do jardim, nem toquem nele; do contrário vocês 
morrerão’ ". 
Disse a serpente à mulher: "Certamente não morrerão! Deus sabe 
que, no dia em que dele comerem, seus olhos se abrirão, e vocês 
serão como Deus, conhecedores do bem e do mal". Quando a mulher 
viu que a árvore parecia agradável ao paladar, era atraente aos olhos 
e, além disso, desejável para dela se obter discernimento, tomou do 
seu fruto, comeu-o e o deu a seu marido, que comeu também. 
Os olhos dos dois se abriram, e perceberam que estavam nus; então 
juntaram folhas de figueira para cobrir-se. Ouvindo o homem e sua 
mulher os passos do Senhor Deus que andava pelo jardim quando 
soprava a brisa do dia, esconderam-se da presença do Senhor Deus 
entre as árvores do jardim. 
 Mas o Senhor Deus chamou o homem, perguntando: "Onde está 
você? " E ele respondeu: "Ouvi teus passos no jardim e fiquei com 
medo, porque estava nu; por isso me escondi". E Deus perguntou: 
"Quem lhe disse que você estava nu? Você comeu do fruto da árvore 
da qual lhe proibi comer? "Disse o homem: "Foi a mulher que me 
deste por companheira que me deu do fruto da árvore, e eu comi". O 
Senhor Deus perguntou então à mulher: "Que foi que você fez? " 
Respondeu a mulher: "A serpente me enganou, e eu comi". Então o 
Senhor Deus declarou à serpente: "Já que você fez isso, maldita é 
você entre todos os rebanhos domésticos e entre todos os animais 
selvagens! Sobre o seu ventre você rastejará, e pó comerá todos os 
dias da sua vida. Porei inimizade entre você e a mulher, entre a sua 
descendência e o descendente dela; este lhe ferirá a cabeça, e você 
lhe ferirá o calcanhar". À mulher, ele declarou: "Multiplicarei 
grandemente o seu sofrimento na gravidez; com sofrimento você dará 
à luz filhos. Seu desejo será para o seu marido, e ele a dominará". E 
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ao homem declarou: "Visto que você deu ouvidos à sua mulher e 
comeu do fruto da árvore da qual eu lhe ordenara que não comesse, 
maldita é a terra por sua causa; com sofrimento você se alimentará 
dela todos os dias da sua vida. Ela lhe dará espinhos e ervas 
daninhas, e você terá que alimentar-se das plantas do campo. Com 
o suor do seu rosto você comerá o seu pão, até que volte à terra, visto 
que dela foi tirado; porque você é pó e ao pó voltará". Adão deuà sua 
mulher o nome de Eva, pois ela seria mãe de toda a humanidade. O 
Senhor Deus fez roupas de pele e com elas vestiu Adão e sua mulher. 
Então disse o Senhor Deus: "Agora o homem se tornou como um de 
nós, conhecendo o bem e o mal. Não se deve, pois, permitir que ele 
também tome do fruto da árvore da vida e o coma, e viva para 
sempre". Por isso o Senhor Deus o mandou embora do jardim do 
Éden para cultivar o solo do qual fora tirado. Depois de expulsar o 
homem, colocou a leste do jardim do Éden querubins e uma espada 
flamejante que se movia, guardando o caminho para a árvore da vida. 
(Bíblia, 2000, NVI, Gênesis 3) 
 
2.3 Mito escatológico 
Tendo Jesus se assentado no monte das Oliveiras, os discípulos 
dirigiram-se a ele em particular e disseram: "Dize-nos, quando 
acontecerão essas coisas? E qual será o sinal da tua vinda e do fim 
dos tempos? " 
Jesus respondeu: "Cuidado, que ninguém os engane. 
Pois muitos virão em meu nome, dizendo: ‘Eu sou o Cristo! ’ e 
enganarão a muitos. Vocês ouvirão falar de guerras e rumores de 
guerras, mas não tenham medo. É necessário que tais coisas 
aconteçam, mas ainda não é o fim. Nação se levantará contra nação, 
e reino contra reino. Haverá fomes e terremotos em vários lugares. 
Tudo isso será o início das dores. "Então eles os entregarão para 
serem perseguidos e condenados à morte, e vocês serão odiados por 
todas as nações por minha causa. Naquele tempo muitos ficarão 
escandalizados, trairão e odiarão uns aos outros, e numerosos falsos 
profetas surgirão e enganarão a muitos. Devido ao aumento da 
maldade, o amor de muitos esfriará, mas aquele que perseverar até 
o fim será salvo. E este evangelho do Reino será pregado em todo o 
mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim. 
"Assim, quando vocês virem ‘o sacrilégio terrível’, do qual falou o 
profeta Daniel, no lugar santo — quem lê, entenda. (Bíblia, 2000, NVI, 
Mateus 24.3-15). 
TEMA 3 – EXEMPLOS DE RITOS DE PASSAGEM 
3.1 Picados pelas formigas 
Ela é uma Paraponera clavata, que os indígenas da Amazônia chamam 
tocandira e os de língua inglesa bullet ant, ou formiga-projétil. É assim 
chamada porque a dor que provoca quando pica com suas potentes 
mandíbulas é comparável à de um tiro de revólver. Para entrar no 
mundo dos adultos, os adolescentes homens da tribo dos Sateré 
Mawé, que vivem na fronteira entre o Amazonas e o Pará, desafiam 
esse monstruoso inseto – uma das maiores formigas do mundo, 
chegando a 3 centímetros - enfiando as mãos no interior de um par de 
luvas recheadas com dezenas de tocandiras. Os garotos têm que 
dançar com as mãos dentro da luva durante dez minutos. A dor pode 
durar até 24 horas e é tão intensa que o corpo sofre com convulsões. 
O mais inacreditável é que os homens da tribo repetem este ritual 
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várias vezes durante a vida, para provar a sua masculinidade. E devem 
resistir sem gritar, sem chorar ou se lamentar durante pelo menos dez 
minutos! (Oásis, 2015) 
3.2 Saltar no vazio 
Para se tornar gente grande e demonstrar que não sentem medo, os 
adolescentes homens da tribo Sa, na Ilha de Pentecostes, no 
Arquipélago de Vanuatu, no Oceano Pacífico, devem se exibir no ritual 
do “naghol” (salto no vazio), um costume que inspirou o bungee 
jumping. Com os tornozelos atados a longos cipós, os garotos se 
atiram de torres de madeira com mais de 30 metros de altura. A prova 
é muito arriscada: se o cipó é demasiado curto eles podem bater contra 
as madeiras pontudas que sustentam a estrutura; se é demasiado 
longo batem no chão a uma velocidade superior a 50 quilômetros por 
hora. O ato é considerado uma prova de masculinidade para os 
rapazes, e o primeiro salto assinala a passagem deles à idade adulta. 
Este ritual serve como um rito de passagem e como um ritual de 
colheita dos habitantes de Vanuatu. Quando o “mergulho” é feito 
corretamente, o garoto deve encostar os ombros e a cabeça no chão. 
Entretanto, os cipós não são elásticos e um cálculo errado do 
comprimento da corda pode causar ferimentos sérios ou até mesmo a 
morte do garoto no ritual. (Oásis, 2015) 
3.3 Veneno sagrado 
A tribo indígena dos Matis, que vivem na floresta amazônica brasileira, 
realiza quatro testes com os garotos, para que eles mostrem que 
podem participar das caçadas com os outros homens. Primeiro, os 
garotos recebem veneno diretamente nos olhos, para supostamente 
melhorar a sua visão e aguçar os sentidos. Depois, eles são 
espancados e recebem chicotadas, para depois receber a inoculação 
do veneno de um sapo venenoso da região. A tribo acredita que o 
poderoso veneno do animal aumenta a força e a resistência, o que só 
acontece depois que o participante do ritual sofre com fortes enjoos, 
vômitos e diarreia. Quando os garotos passam por esta terrível 
sequência de testes, são considerados aptos a participar das caçadas 
da tribo. (Oásis, 2015) 
3.4 Iniciação para canibais 
Os Aghori, uma seita indiana cujos membros se concentram na cidade 
santa de Varanasi (a antiga Benares), costumam comer carne humana 
em certos momentos do seu caminho em direção à iluminação 
espiritual. Sua principal fonte de abastecimento são as piras funerárias 
que, diariamente, queimam cadáveres nas margens do Rio Ganges. 
Segundo os Aghori, essa prática, ligada à purificação da alma, contribui 
para manter o corpo sadio e evita as doenças. (Oásis, 2015) 
TEMA 4 – EXEMPLOS DE RITOS 
 Como já dito, existem inúmeras religiões e centenas de ritos que 
compõem a práxis dessas religiões. 
 O culto religioso não deixa de ser um rito, ou uma associação de ritos 
praticados a fim de agradar à divindade com a qual se relaciona. Ao analisar a 
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ordem de um culto cristão protestante, irá perceber que cada ato acaba por 
constituir um rito. O louvor, a oferta, a pregação etc. Dentro das religiões temos 
ritos que acabam sendo análogos. Por exemplo: a questão da entrega, da oferta, 
da oferenda, do sacrifício são ações comuns em várias religiões. 
Para exemplificar, podemos citar a Haka: 
Haka são danças típicas do povo Maori. Geralmente demonstram a 
paixão e intimidação. É usada tanto para dar boas-vindas a visitantes 
quanto a tribos inimigas. E com o nome de J.A em homenagem a uma 
incrível dançarina do local que viveu até 138 anos. 
Segundo o povo Maori, Tama-nui-to-ra, o Deus do Sol, tinha duas 
mulheres, sendo uma delas Hine-raumati, a virgem do verão (perdendo 
este estatuto!), da qual nasceu Tane-rore, creditado pela origem da 
dança. Tane-rore representa o vento nos dias quentes de verão, na 
dança coreografado com o tremor de mãos. 
Atualmente o Haka é conhecido mundialmente pela performance de 
intimidação no início dos jogos de rugby da seleção da Nova 
Zelândia (All Blacks), que costuma antes de seus jogos executar uma 
haka específica chamada Ka Mate. 
Antes da dança o chefe grita como um grito para iniciar, coisa que no 
caso dos All Blacks é feita pelo jogador de sangue maori mais velho, 
nāo sendo este necessariamente capitāo da equipe. As palavras são 
utilizadas nāo só para incitar quem está realizando a dança, mas 
também para recordar-se o seu comportamento correto. Muitas vezes 
o tom utilizado para gritar o refrāo é o mesmo utilizado no curso de toda 
a exibiçāo, ou seja, quanto mais agressivo, feroz e brutal, mais vai 
incentivar o grupo - e intimidar o adversário. (Wikipedia, 2019) 
É importante lembrar que o ritual faz parte do processo de relacionamento 
do adepto com ele mesmo, com o próximo e certamente com a divindade. 
TEMA 5 – EXEMPLOS DE SÍMBOLOS 
Figura 1 – Cruz 
 
Fonte: Azar Karimli/Shutterstock. 
 
 
 
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Figura 2 – Peixe 
 
Fonte: Ioria/Shutterstock. 
1. A cruz representa o local onde Jesus Cristo foi crucificado ao salvara 
humanidade e, por isso, simboliza a força, o poder, o sagrado. Foi fundamental 
para a difusão do cristianismo. 
2. A palavra peixe, do grego Ichthys, representa o acrônimo Iesous 
Christos, Theou Yios Soter, que significa “Jesus Cristo, Filho de Deus, Salvador”. 
Figura 3 – Símbolo do Islã 
 
Fonte: Martia Red/Shutterstock. 
Figura 4 – Hamsá 
 
 
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3. Símbolo do Islã, a lua crescente com a estrela foi símbolo do império 
otomano e mais tarde adotado pelo islamismo. Representa a renovação da vida 
e da natureza visto que os islâmicos seguiam um calendário lunar. 
4. O hamsá, palavra que significa cinco em árabe, representa igualmente 
os cinco pilares da fé islâmica. 
Figura 5 – Omkar 
 
Fonte: Lenin Graphics/Shutterstock. 
Figura 6 – Estrela de Davi 
 
Fonte: Laudiseno/Shutterstock. 
5. Conhecido como Omkar (Om ou Aum), esse símbolo sagrado 
representa em sânscrito o principal mantra da religião hindu. 
6. Símbolo do judaísmo, a Estrela de Davi (hexagrama) é representada 
por uma estrela de seis pontas com dois triângulos sobrepostos. 
 
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Figura 7 – Menorah 
 
Fonte: 1494/Shutterstock. 
Figura 8 – Dharma 
 
Fonte: Momo5287/Shutterstock 
7. A Menorah é um candelabro de sete pontas que foi construído por 
Moisés e se tornou símbolo religioso do Judaísmo. É um dos símbolos mais 
antigos da fé judaica. 
8. A Roda do Dharma (Dharmacakra) é o símbolo do budismo. Ela é 
representada por um círculo com oito raios que significam os ensinamentos de 
Buda. 
 
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Figura 9 – Flor de lótus 
 
Fonte: Rvector/Shutterstock. 
Figura 10 – Yin e Yang 
 
Fonte: Researcher97/Shutterstock. 
9. A flor de lótus, que representa o crescimento espiritual, é considerada 
o trono de Buda e é um dos oito símbolos auspiciosos do budismo. 
10. O Yin Yang (diagrama do Tai-chi ou Tei-Jié) é o símbolo cósmico do 
taoismo. Ele representa o universo mediado pela união das forças e energias 
opostas, a saber: o feminino e o masculino, o positivo e o negativo, o céu e a 
terra. 
NA PRÁTICA 
 Nesta aula, mais do que trazer maiores informações ou citações sobre 
mitos, ritos e símbolos, a intenção foi de ilustrar e exemplificar os conceitos já 
abordados anteriormente. 
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 Notoriamente o objetivo não é exaurir todo o assunto, o que o fator tempo 
não nos permitiria, mas trazer o mínimo necessário para que você possa 
visualizar e entender um pouco mais sobre a abrangência dos assuntos tratados. 
 Certamente após ler as definições e visualizar os exemplos, você estará 
está apto a identificar, observando uma religião, quais são os seus mitos, os seus 
ritos e os seus símbolos. 
FINALIZANDO 
Chegamos ao fim de mais uma aula e subimos mais um degrau em nosso 
conhecimento. Procuramos nesta aula reunir os conhecimentos já adquiridos 
nas aulas anteriores, ilustrando para uma melhor compreensão. 
Para o cientista religioso, é fundamental saber discernir os mitos, os ritos 
e os símbolos e suas diversas classificações, a fim de conhecer a religião que é 
objeto de estudo. 
 
 
 
 
 
 
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REFERÊNCIAS 
HISTÓRIA DIGITAL. 10 mitos de criação da vida humana. História Digital, 29 
ago., 2012. Disponível em: . Acesso em: 31 jan. 2020. 
OÁSIS. Ontem menino, hoje homem. Os ritos de passagem mais estranhos do 
mundo. Oásis, 3 set. 2015. Disponível em: 
. Acesso em: 31 jan. 2020. 
SILVA, C. Fenomenologia da religião: compreendendo as ideias religiosas a 
partir das suas manifestações. São Paulo: Vida Nova, 2014. 
WIKIPEDIA. Haka. Wikipedia, 25 nov. 2019. Disponível em: 
. Acesso em: 31 jan. 2020. 
 
 
 
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