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RESUMO PARA PROVA DE TUTORIA UNIDADE III – 2° P A interpretação de exames de sangue, como o eritrograma, leucograma e plaquetograma, é fundamental na prática clínica para diagnosticar e monitorar diversas condições patológicas. A seguir, apresento uma análise detalhada de cada um desses componentes, suas correlações clínicas e significados. 1. ERITROGRAMA O eritrograma avalia os componentes do sangue relacionados aos glóbulos vermelhos (hemácias). Os principais parâmetros incluem: - Hemoglobina (Hb): Reflete a capacidade de transporte de oxigênio. - Hematócrito (Ht): Proporção de volume ocupado pelas hemácias no sangue. - Contagem de hemácias: Número total de glóbulos vermelhos por microlitro de sangue. - Índices hematimétricos: Incluem VCM (Volume Corpuscular Médio), HCM (Hemoglobina Corpuscular Média) e CHCM (Concentração de Hemoglobina Corpuscular Média). #Condições Clínicas Associadas: - Policitemia: Aumento da contagem de hemácias, Hb ou Ht. Pode ser primária (como a policitemia vera) ou secundária (devido a hipoxia crônica, como em doenças pulmonares). - Oligocitemia: Diminuição da contagem de hemácias, Hb ou Ht. Comum em anemias ferroprivas, anemias megaloblásticas ou hemorragias agudas. 2. LEUCOGRAMA O leucograma analisa os glóbulos brancos (leucócitos) e suas subpopulações. Os principais tipos incluem neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos. #Condições Clínicas Associadas: - Leucocitose: Aumento do número total de leucócitos. Pode ocorrer em infecções, inflamações, estresse físico ou emocional, e neoplasias hematológicas. - Leucopenia: Diminuição do número total de leucócitos. Pode ser causada por infecções virais, doenças autoimunes, uso de medicamentos imunossupressores ou mielodisplasias. 3. PLAQUETOGRAMA O plaquetograma avalia as plaquetas, que são essenciais para a coagulação sanguínea. Os principais parâmetros incluem a contagem de plaquetas e o volume médio das plaquetas (VPM). #Condições Clínicas Associadas: - Trombocitose: Aumento da contagem de plaquetas. Pode ser reativa (devido a infecções, hemorragias ou inflamações) ou primária (como na trombocitemia essencial). - Trombocitopenia: Diminuição da contagem de plaquetas. Pode ser causada por distúrbios de produção (como leucemias), aumento da destruição (púrpura trombocitopênica idiopática) ou sequestro esplênico. Interpretação dos Resultados: A interpretação deve ser feita considerando o contexto clínico do paciente, histórico médico e sintomas apresentados. É importante realizar uma avaliação integrada dos resultados laboratoriais com outros exames complementares e dados clínicos. A análise do eritrograma, leucograma e plaquetograma fornece informações cruciais para o diagnóstico e manejo de diversas condições hematológicas. A compreensão dos valores obtidos e suas correlações clínicas permite ao profissional de saúde tomar decisões informadas sobre o tratamento e acompanhamento do paciente. Característica Hepatite A Hepatite B Hepatite C Hepatite D Hepatite E Causa Vírus da Hepatite A (HAV) Vírus da Hepatite B (HBV) Vírus da Hepatite C (HCV) Vírus da Hepatite D (HDV), necessita do HBV Vírus da Hepatite E (HEV) Transmissão Fecal-oral (água e alimentos contaminados) Contato com sangue, sêmen ou outros fluidos corporais Contato com sangue infectado Contato com sangue, frequentemente junto com HBV Fecal-oral (água contaminada) Período de Incubação 15-50 dias 30-180 dias 14-180 dias 30-60 dias 15-60 dias Sintomas Febre, fadiga, perda de apetite, náuseas, dor abdominal, icterícia Febre, fadiga, perda de apetite, náuseas, dor abdominal, icterícia, dor nas articulações Fadiga, perda de apetite, náuseas, icterícia, dor abdominal Semelhantes aos da Hepatite B, mas mais graves Febre, fadiga, náuseas, dor abdominal, icterícia Crônica Não Sim, em 5-10% dos casos adultos; em crianças, mais frequentemente Sim, frequentemente se torna crônica Sim, sempre associada a infecção crônica pelo HBV Não, geralmente autolimitada Prevenção Vacina disponível, boas práticas de higiene Vacina disponível, práticas seguras (uso de agulhas, sexo seguro) Não há vacina, evitar contato com sangue infectado Vacinação contra HBV, evitar uso de drogas intravenosas Boas práticas de higiene, evitar água contaminada Tratamento Sintomático, repouso, hidratação Antivirais, interferon, monitoramento clínico Antivirais de ação direta (DAAs) Tratamento da coinfecção com HBV, interferon Sintomático, repouso, hidratação Testes Laboratoriais ELISA, PCR HBsAg, anti- HBs, anti-HBc, PCR Anti-HCV, PCR Anti-HDV, HBsAg ELISA, PCR Vacina Sim Sim Não Não, mas vacinação contra HBV previne Não Fisiopatologia Infecção aguda do fígado, resposta imunológica, resolução espontânea Infecção crônica do fígado, resposta imunológica, risco de cirrose e câncer Infecção crônica do fígado, resposta imunológica, risco de cirrose Infecção crônica do fígado, resposta imunológica, risco de cirrose Infecção aguda do fígado, resposta imunológica, resolução espontânea Infecção Agente Etiológico Habitat Ciclo Biológico FISIOPATOLOGIA Quadro Clínico Leishmaniose Tegumentar Americana Leishmania braziliensis, Leishmania panamensis, entre outros Flebotomín eo (mosquito- palha) em regiões tropicais e subtropicai s Picada do mosquito infectado -> inoculação de promastigotas -> fagocitose por macrófagos -> transformação em amastigotas e multiplicação intracelular Destruição de tecidos cutâneos e mucosos devido à multiplicação dos amastigotas dentro dos macrófagos Lesões cutâneas ulcerativas, sintomáticas sistêmicas como febre, linfadenopatia e emagrecimento Doença de Chagas Trypanosoma cruzi Inseto triatomíneo (barbeiro) em áreas rurais da América Latina Picada do barbeiro - > defecação sobre a ferida -> invasão de células hospedeiras por tripomastigotas - > transformação em amastigotas e multiplicação Invasão de tecidos, especialmente cardíaco e gastrointestinal, levando a inflamação crônica e danos estruturais Fase aguda: febre, mal- estar, linfadenopatia, sinal de RomañaFase crônica: cardiomiopatia chagásica, megaesôfago, megacólon, complicações graves Giardíase Giardia lamblia (ou Giardia intestinalis) Água contaminad a, solo e alimentos Ingestão de cistos -> transformação em trofozoítas no intestino delgado -> adesão à mucosa intestinal Atrofia das vilosidades intestinais e má absorção de nutrientes devido à adesão dos trofozoítas à mucosa Diarreia aquosa, dor abdominal, distensão abdominal, flatulência, náuseas Amebíase Entamoeba histolytica Água e alimentos contaminad os Ingestão de cistos -> transformação em trofozoítas no intestino -> invasão da mucosa intestinal, causando ulcerações Necrose tecidual e ulceração da mucosa intestinal devido à ação dos trofozoítas, podendo levar à formação de abscessos hepáticos Diarreia disentérica (com muco e sangue), dor abdominal, febre, abscessos hepáticos em casos graves Malária Plasmodium falciparum, Plasmodium vivax, Plasmodium malariae, Plasmodium ovale Mosquitos do gênero Anopheles em regiões tropicais e subtropicai s Picada do mosquito infectado -> injeção de esporozoítas no sangue -> migração para o fígado -> multiplicação e retorno à corrente sanguínea como merozoítas -> invasão dos glóbulos vermelhos Destruição dos glóbulos vermelhos infectados, levando a anemia, febrecíclica e possível falência de órgãos em casos graves Febre cíclica, calafrios, sudorese, dor de cabeça, mialgia, anemia; em casos graves: síndrome respiratória aguda, choque hipovolêmico e morte HISTÓRIA NATURAL DA FEBRE AMARELA 1. **Fase de Exposição** - Picada por mosquito infectado (*Aedes*, *Haemagogus*) - Transmissão em áreas urbanas e rurais 2. **Fase de Incubação** - Duração: 3 a 6 dias (variável de 2 a 14 dias) - Multiplicação do vírus sem sintomas 3. **Sintomas Agudos** - Início súbito: febre alta, calafrios, dor de cabeça, dor muscular e articular, náuseas, vômitos - Fase de remissão após 3 a 4 dias (em alguns pacientes) - Fase Tóxica (15% dos casos): icterícia, hemorragias, insuficiência hepática e renal, alterações neurológicas 4. **Convalescença** - Duração de semanas - Possível recuperação completa ou sequelas hepáticas/renais 5. **Possíveis Complicações** - Insuficiência hepática aguda - Hemorragias severas - Choque hipovolêmico - Morte (especialmente em não vacinados) **Diagnóstico Laboratorial da Febre Amarela** 1. **Sorologia** - Detecção de anticorpos IgM e IgG - IgM positivo: infecção recente - IgG positivo: infecção passada ou vacinação 2. **RT-PCR** - Detecta RNA viral no sangue - Positivo: infecção ativa 3. **Teste de Neutralização Viral** - Avalia capacidade de neutralização de anticorpos - Usado para confirmação 4. **Hemograma Completo** - Leucopenia, trombocitopenia, elevação das transaminases hepáticas 5. **Função Hepática** - Aumento das enzimas hepáticas (AST, ALT) e bilirrubinas **Conclusão** - História natural bem definida - Diagnóstico laboratorial crucial: sorologia, RT-PCR, hemograma, testes de função hepática - Manejo adequado essencial para reduzir complicações CHIKUNGUNYA E DENGUE 1. **Características Clínicas**: - **Dengue**: Início abrupto com febre alta, dor retro-orbital intensa, mialgia, artralgia menos intensa, exantema em alguns casos, e hemorragias. Duração de 3 a 10 dias. - **Chikungunya**: Início abrupto, com febre alta e artralgia intensa e debilitante, mais comum o exantema, e artralgia que pode persistir por semanas ou meses. Duração da febre de 2 a 7 dias. 2. **Exames Laboratoriais**: - **Dengue**: Leucopenia, trombocitopenia, hemoconcentração, detecção de anticorpos IgM e IgG, teste de NS1 e PCR. - **Chikungunya**: Leucopenia e trombocitopenia menos frequentes, detecção de anticorpos IgM e IgG específicos e PCR. 3. **Epidemiologia**: - **Dengue**: Comum em áreas urbanas tropicais e subtropicais com surtos sazonais e possui quatro sorotipos. - **Chikungunya**: Também em áreas tropicais e subtropicais, espalhando-se rapidamente, sem sorotipos, e a infecção confere imunidade duradoura. 4. **Complicações**: - **Dengue**: Pode levar a dengue hemorrágica e síndrome do choque da dengue, podendo ser fatais. - **Chikungunya**: Complicações raras, mas a artralgia pode ser crônica e incapacitante. **Conclusão**: O diagnóstico diferencial deve considerar a história clínica, os sintomas, exames laboratoriais e o contexto epidemiológico para um manejo adequado e evitar complicações.