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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS 
 
Curso: Licenciatura em Química 
 
 
Relatório do Laboratório de Química Orgânica 2 
PREPARAÇÃO DO BIODIESEL 
24/10/2024 
 
 
Anna Cláudia RA: 771563 
Emanuele Vitoria da Silva RA: 805808 
Giulia Lauren Bonin RA: 801226 
 
 
Prof. Dr. Aparecido Junior de Menezes 
 
 
Sorocaba 
2024 
 
1. INTRODUÇÃO 
Diante do significativo aumento da demanda por fontes de energia em nível global, 
impulsionado principalmente pelo desenvolvimento socioeconômico, surgem preocupações 
crescentes relacionadas às questões ambientais, especialmente após o uso extensivo de fontes 
não renováveis, como o petróleo, ao longo do século passado. Esse cenário tem levado a 
sociedade a buscar alternativas para mitigar tanto o esgotamento das reservas de combustíveis 
fósseis quanto a emissão massiva de gases de efeito estufa (LIMA, 2020). 
Entre as opções atualmente viáveis, destaca-se o biodiesel, produzido a partir de óleos 
vegetais, como uma alternativa promissora para a substituição do diesel derivado do petróleo. 
No Brasil, a Política Nacional de Biocombustíveis (RenovaBio), instituída pela Lei nº 13.576, 
de 26 de dezembro de 2017, estabelece a obrigatoriedade de adicionar uma fração de biodiesel 
ao diesel comercializado aos consumidores. 
O objetivo central dessa política é "promover a adequada expansão da produção e do 
uso de biocombustíveis na matriz energética nacional" (Lei nº 13.576/2017). Em 2023, a 
porcentagem de adição de biodiesel ao diesel foi fixada em 12%, com previsão de aumento 
progressivo de 1% ao ano, atingindo 15% em 2026. 
Diversas oleaginosas podem ser utilizadas como matéria-prima na produção de 
biodiesel, incluindo: algodão, girassol, babaçu, amendoim, canola, nabo forrageiro, palma, 
mamona e soja. Entre essas, a mamona tem se destacado como uma alternativa promissora, 
especialmente por seus benefícios indiretos para a agricultura familiar. No entanto, as 
propriedades do biodiesel produzido a partir da mamona, como sua alta viscosidade, 
apresentam limitações técnicas que restringem seu uso em comparação ao biodiesel derivado 
da soja, responsável por aproximadamente 90% da produção nacional (LIMA, 2020). 
O uso direto de óleos vegetais como combustível é considerado inadequado devido a 
diversos fatores que comprometem a eficiência da combustão. Entre esses fatores estão a alta 
viscosidade e a baixa volatilidade, que podem resultar na formação de depósitos nos bicos 
injetores dos motores, causando combustão incompleta (BELTRÃO; OLIVEIRA, 2008). 
Para a produção de biodiesel, duas principais rotas tecnológicas podem ser seguidas: 
craqueamento ou transesterificação (que pode ser etílica ou metílica). No processo de 
craqueamento, ocorre a quebra das moléculas de triglicerídeos presentes nos óleos, gerando 
hidrocarbonetos semelhantes aos do diesel derivado do petróleo. No entanto, além dos 
 
hidrocarbonetos saturados, também são formados hidrocarbonetos insaturados, que podem 
acidificar o biodiesel e, consequentemente, danificar os motores (GERIS, 2007). 
A transesterificação, por outro lado, é o método mais amplamente utilizado para a 
produção de biodiesel. Esse processo envolve a reação de um mol de triglicerídeo com três 
mols de álcool (geralmente metanol ou etanol), na presença de um catalisador que reduz a 
energia de ativação da reação. O resultado dessa reação é a produção de biodiesel e glicerina, 
com o óleo vegetal ou animal atuando como fonte de triglicerídeos, conforme na figura 1 
(GERIS, 2007). 
Figura 1 - Estequiometria da reação entre triglicerídeos com álcool. 
 
Fonte: GERIS (2007). 
Entre os álcoois de cadeia curta utilizados no processo de transesterificação, 
destacam-se o metanol e o etanol. O metanol é amplamente utilizado devido à sua maior 
reatividade, além de requerer menor temperatura e tempo de reação. Por outro lado, o etanol é 
preferido por apresentar menor toxicidade e ser uma fonte renovável. No Brasil, o etanol é 
amplamente utilizado, principalmente pela facilidade de obtenção da matéria-prima para sua 
produção (LIMA, 2020). 
Após a conclusão da reação de transesterificação, realiza-se a decantação, que, com 
base na diferença de densidade, separa as duas fases do processo: o biodiesel, que se acumula 
na parte superior, e o glicerol, localizado na parte inferior. O biodiesel extraído passa então 
por um processo adicional de purificação, no qual são removidos resíduos de metanol e 
hidróxido de potássio que ainda permanecem na mistura (LIMA, 2020). 
 
 
 
2. OBJETIVOS 
O presente experimento teve como objetivo principal a obtenção do biodiesel. Como 
objetivo secundário, houve a incentivação do interesse dos alunos pela aula prática através do 
preparo e montagem dos reagentes e esquemas utilizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. MATERIAIS E MÉTODOS 
Segue abaixo os materiais e métodos utilizados na realização do experimento. 
3.1 Materiais 
● 2 erlenmeyers de 125 mL 
● 2 béqueres 
● 1 balão de fundo chato de 500 mL 
● 1 funil de separação 
● 1 proveta de 100 mL 
● 1 proveta de 50 mL 
● 3 cadinhos de porcelana 
● 1 picnômetro de 25 mL 
● Espátula 
● Pipeta de Pasteur 
● 1 termômetro de 50 ºC 
● 1 suporte universal 
● 1 chapa de aquecimento com agitação 
● Algodão 
● Fósforo 
● KOH 
● MeOH 
● Óleo de soja 
● Metanol 
● Biodiesel 
● Fenolftaleína 
● Solução saturada de NaCl 
● Solução aquosa de HCl a 0,5% (v/v) 
3.2 Métodos 
Inicialmente, uma solução de metóxido de potássio foi preparada em um erlenmeyer 
de 125 mL, a partir da dissolução de 1,5 g de KOH em 35 mL de MeOH. A temperatura foi 
controlada, sendo mantida a 45º C até a dissolução total da base. 
 
Foram adicionados 100 mL de óleo de soja e 1 gota de fenolftaleína em um balão de 
fundo chato de 500 mL, que então foi submetido a uma chapa de aquecimento com agitação. 
O balão foi mantido sob agitação constante a uma temperatura de 45º C. 
Em seguida, a solução de metóxido de potássio previamente preparada foi adicionada 
ao balão de fundo chato, lentamente por 10 minutos, sob agitação constante e a 45º C. Ao 
final, a mistura foi transferida para um funil de separação e foram adicionados 50 mL de uma 
solução saturada de NaCl. Os resultados foram observados e anotados. 
Cuidadosamente, a fase inferior foi recolhida em um erlenmeyer. Ainda no balão de 
fundo chato, as fases intermediária e superior foram lavadas com 50 mL de uma solução 
aquosa de HCl a 0,5% (v/v) até neutralizar. As fases inferior e intermediária foram recolhidas, 
enquanto o biodiesel foi lavado com 50 mL de solução aquosa saturada de NaCl. Com isso, o 
biodiesel foi recolhido em um erlenmeyer de 125 mL. 
Por fim, três pedaços pequenos de algodão foram embebedados com óleo de soja, 
metanol e biodiesel, que então foram colocados em três cadinhos de porcelana. Com o auxílio 
de um fósforo, verificou-se quais são inflamáveis. Os resultados foram observados e 
anotados. 
 
 
 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
4.1 Síntese do Biodiesel 
A síntese de biodiesel foi realizada a partir de óleo vegetal, utilizando um método de 
transesterificação em meio básico. Foram observadas as condições ideais para a reação, bem 
como as características e propriedades dos produtos obtidos, com ênfase nas razões para as 
escolhas metodológicas e na análise dos testes de combustão. 
Inicialmente, após reagir óleo de soja com a solução de metóxido de potássio 
previamente preparada, com a presença de fenolftaleína, em um balão de fundo chato mantido 
sob agitação constante e a 45º C, observou-se a mudança de coloração da mistura de um 
amarelo para um rosa alaranjado, conforme visto nas figuras 2 e 3 respectivamente. 
Figuras 2 e 3 - Mistura de óleo de soja com solução de metóxido de potássio antes e depois do aquecimento sob 
agitação, respectivamente. 
 
Fonte: Autoria própria. 
A reação de transesterificaçãofoi realizada em meio básico, utilizando metóxido de 
potássio (CH3KO) como catalisador. A escolha de um meio básico se justifica pela maior 
eficiência e velocidade da reação de transesterificação em comparação com um meio ácido. O 
metóxido de potássio é altamente reativo e ataca os triglicerídeos do óleo vegetal, gerando 
ésteres de ácidos graxos e glicerol. A utilização de um catalisador básico permite que a reação 
ocorra de maneira mais rápida e eficiente, além de reduzir custos e energia necessária, 
tornando o processo mais viável para ser produzido em larga escala (BARRETO et al, 2010). 
 
Adicionou-se fenolftaleína como indicador de pH para monitorar a basicidade da 
solução, de modo que adquire coloração rosa em meio básico e é incolor em meio neutro ou 
ácido. Esse indicador foi essencial para garantir que a reação se mantivesse em condições 
adequadas para a transesterificação, ou seja, em meio suficientemente básico. Caso o pH 
caísse durante a reação, a mudança de cor indicaria a necessidade de ajustar a basicidade, 
assegurando a eficiência da síntese de biodiesel (LIMA, 2020). 
Após a mistura ser transferida para um funil de separação e adicionar solução saturada 
de NaCl observou-se a formação de três fases, sendo elas: a fase superior contendo o 
biodiesel, a fase intermediária contendo uma emulsão composta por biodiesel e glicerol, e a 
fase inferior contendo glicerol, sabões e excesso de KOH e MeOH. Elas podem ser 
observadas na figura 4 abaixo. 
Figura 4 - Trifase formada pela adição de solução saturada de NaCl à mistura. 
 
Fonte: Autoria própria. 
Em seguida, descartou-se as fases intermediária e inferior e adicionou-se uma solução 
aquosa de HCl a 0,5% (v/v). Pôde-se observar, novamente, a formação de uma fase superior 
contendo o biodiesel, uma fase intermediária contendo uma emulsão e uma fase inferior de 
caráter aquoso. A figura 5 abaixo ilustra o ocorrido. 
 
 
Figura 5 - Trifase formada pela adição de solução aquosa de HCl a 0,5% (v/v) ao biodiesel. 
 
Fonte: Autoria própria. 
As fases inferior e intermediária foram descartadas, enquanto o biodiesel foi lavado 
com solução aquosa saturada de NaCl, de modo que as três fases foram formadas novamente, 
podendo ser observadas na figura 6 a seguir. 
Figura 6 - Trifase formada pela adição de solução saturada de NaCl ao biodiesel. 
 
Fonte: Autoria própria. 
No processo de purificação do biodiesel, utilizou-se uma solução saturada de NaCl 
(água salina) em vez de água. Ela ajudou a aumentar a densidade e a polaridade da fase 
aquosa, facilitando a separação do biodiesel e da água. Além disso, o uso da solução salina 
 
minimizou a formação de emulsões, o que é um problema comum ao lavar o biodiesel apenas 
com água. Também ajudou a remover impurezas solúveis em água, como resíduos de glicerol, 
catalisadores e sabões, resultando em um biodiesel mais puro e com propriedades de 
combustão mais adequadas (GERIS, 2007). 
Ao final, o biodiesel presente na fase superior do funil de separação foi recolhido em 
um erlenmeyer, conforme visto na figura 7 abaixo. 
Figura 7 - Biodiesel obtido. 
 
Fonte: Autoria própria. 
Com o auxílio de um picnômetro e uma balança analítica, pôde-se obter a densidade 
do biodiesel obtido, como observado na tabela 1. 
Tabela 1 - Relação de valores obtidos no experimento. 
Mi 
(picnômetro) 
Mf 
(picnômetro 
+ biodiesel) 
Massa do 
biodiesel 
Volume do 
picnômetro 
Densidade do 
biodiesel 
(experimento) 
Densidade 
do biodiesel 
(literatura) 
Rendimento 
do processo 
24,2766 g 47,7085 g 23,4319 g 25 mL 0,94 g/mL 0,88 g/mL 106,82 % 
De acordo com a tabela 1, a densidade do biodiesel obtida na prática é muito próxima 
da densidade presente na literatura (APROBIO, 2017). Essa diferença pode ser explicada pela 
presença de água ou outro resíduos no biodiesel, ou seja, pela purificação incompleta do 
produto final. Assim, a massa do biodiesel foi maior, resultando em uma densidade 
proporcionalmente maior.. Além disso, obteve-se um rendimento de 106,82%, um valor 
esperado uma vez que a densidade calculada foi maior que a vista na literatura. 
 
4.2 Espectro de IV do Biodiesel 
Não foi possível obter as leituras do espectro de infravermelho para o biodiesel, porém 
foi pesquisado na internet o esperado e adicionado abaixo, na figura 8. 
Figura 8 - Gráfico dos dados FTIR esperados para o Limoneno. 
Fonte: RUSCHEL (2014). 
No espectro do biodiesel, observa-se uma banda entre 3200 e 3600 cm⁻¹. A ausência 
de bandas significativas nessa região indica a baixa presença de grupos hidroxila livres ou 
fortemente ligados, característica associada à glicerina. Dessa forma, é pouco provável que a 
amostra contenha quantidades significativas de glicerina (RUSCHEL, 2014). 
Picos entre 2800 e 3000 cm⁻¹, relacionados ao estiramento C-H, são comumente 
observados em alcanos e álcoois. Em específico, identificam-se bandas em torno de 2923 cm⁻¹ 
e 2853 cm⁻¹, correspondendo ao estiramento C-H. Na região de 1700 a 1750 cm⁻¹, a presença 
de um pico acentuado em aproximadamente 1741 cm⁻¹ indica o estiramento C=O, 
característico de ésteres, confirmando, assim, a presença de biodiesel na amostra (RUSCHEL, 
2014). 
Entre 1000 e 1300 cm⁻¹, observa-se absorção significativa, atribuída a estiramentos 
C-O, típicos de ésteres e álcoois, o que sugere a presença de grupos C-O em todas as 
amostras. Finalmente, na região de 900 a 1300 cm⁻¹, que representa a “impressão digital” do 
espectro, há diversas bandas acopladas. Destacam-se o pico em 1200 cm⁻¹, associado à 
deformação axial CC(=O)-O do éster, e outro em 1180 cm⁻¹, correspondente à deformação 
axial assimétrica da ligação O-C-C (RUSCHEL, 2014). 
 
 
4.3 Teste de Combustão 
Ao fim do experimento, realizou-se um teste de combustão com óleo de soja, metanol 
e o biodiesel obtido na prática. O resultado pode ser observado na figura 9 abaixo. 
Figura 9 - Teste de combustão com o metanol, biodiesel e óleo de soja (de cima para baixo). 
 
Fonte: Autoria própria. 
Comparando a combustão do metanol, biodiesel e óleo vegetal, as diferenças 
observadas no experimento podem ser explicadas pelas propriedades químicas e físicas de 
cada combustível. 
A combustão instantânea e a chama azul do metanol (CH₃OH) são características 
marcantes. Isso se deve à sua alta volatilidade, ou seja, ele evapora rapidamente à temperatura 
ambiente, formando uma mistura de vapor e ar que se inflama facilmente. Além disso, a 
combustão do metanol é completa, o que significa que ele reage completamente com o 
oxigênio, produzindo dióxido de carbono e água (GERIS, 2007). 
Essa reação exotérmica libera uma grande quantidade de energia, resultando em uma 
chama intensa e azul. A reação de combustão completa do metanol (CH₃OH) pode ser 
representada pela equação química abaixo. 
2CH₃OH + 3O₂ → 2CO₂ + 4H₂O 
 
O biodiesel, por sua vez, apresentou uma combustão mais lenta e uma chama amarela. 
A viscosidade ligeiramente maior do biodiesel em relação ao metanol dificulta a vaporização 
e a mistura com o ar, retardando a ignição. A chama amarela indica que a combustão pode 
não ser tão completa, com a presença de partículas de carbono incandescentes. A cor da 
chama também pode ser influenciada por aditivos ou impurezas presentes no biodiesel. 
A reação de combustão completa de um éster metílico simplificado (RCOOCH₃) pode 
ser representada pela equação abaixo, na qual R representa uma cadeia carbônica, e n é o 
número de átomos de carbono na cadeia R. 
RCOOCH₃ + (3n+1.5) O₂ → nCO₂ + (n+1.5) H₂O 
A dificuldade de ignição e a quase inexistência de chama no caso do óleo vegetal são 
explicadas por sua alta viscosidade. Essa propriedade dificulta a vaporização do óleo, 
tornando a formação de uma mistura inflamável com o ar muito mais lenta. Além disso, o 
óleo vegetal possui um ponto de fulgor mais elevado, ou seja, é necessária uma temperatura 
mais alta para que seus vapores se inflamem(GERIS, 2007). 
A composição complexa do óleo vegetal, com uma variedade de ácidos graxos, 
também pode influenciar sua capacidade de combustão. Os óleos vegetais são triglicerídeos, 
compostos por três moléculas de ácidos graxos ligadas a uma molécula de glicerol (GERIS, 
2007). A combustão completa de um triglicerídeo simplificado (C₃H₅(OOCR)₃) pode ser 
representada pela equação abaixo, na qual R representa uma cadeia carbônica e n é o número 
de átomos de carbono na cadeia R. 
C₃H₅(OOCR)₃ + (4n+1.5)O₂ → 3nCO₂ + (2n+1.5)H₂O 
A combustão incompleta do óleo vegetal, que é mais comum, pode gerar diversos 
produtos, como monóxido de carbono, fuligem (carbono elementar) e hidrocarbonetos não 
queimados, além de óxidos de nitrogênio e outros poluentes. 
4.4 Diferenças entre o Diesel e o Biodiesel 
O biodiesel é um combustível renovável produzido a partir de óleos vegetais ou 
gorduras animais, enquanto o diesel é um combustível fóssil derivado do petróleo. O biodiesel 
é menos poluente que o diesel, pois emite menos gases de efeito estufa e partículas sólidas. 
Além disso, o biodiesel é biodegradável e não tóxico, enquanto o diesel é tóxico e não 
biodegradável (PRADO et al., 2006). 
 
O biodiesel é produzido a partir de uma reação química chamada transesterificação, na 
qual os triglicerídeos presentes nos óleos vegetais ou gorduras animais são convertidos em 
ésteres metílicos ou etílicos. Os ésteres metílicos ou etílicos são os componentes principais do 
biodiesel (Prado et al., 2006). O diesel, por sua vez, é produzido a partir da destilação 
fracionada do petróleo. O diesel é uma mistura de hidrocarbonetos com uma faixa de pontos 
de ebulição entre 150°C e 350°C (PRADO et al., 2006). 
O biodiesel pode ser utilizado em qualquer motor a diesel sem a necessidade de 
modificações. No entanto, o biodiesel pode ser mais caro que o diesel, pois a produção de 
biodiesel é mais complexa e os óleos vegetais ou gorduras animais são mais caros que o 
petróleo (PRADO et al., 2006). 
O biodiesel é uma alternativa mais sustentável ao diesel, pois é renovável e menos 
poluente. No entanto, o biodiesel ainda enfrenta alguns desafios, como a falta de 
infraestrutura para a produção e distribuição, e o alto custo de produção (PRADO et al., 
2006). 
 
 
 
5. CONCLUSÃO 
Após a realização de testes laboratoriais, pode-se determinar que os objetivos originais 
foram alcançados. Foi realizada a síntese e purificação do biodiesel, de modo que os valores 
de densidade e rendimento obtidos foram maiores, mas muito próximos do esperado, 
portanto, satisfatórios. Com isso, esse presente experimento contribuiu para um significativo 
aprendizado, uma vez que pôde-se compreender todos os conceitos químicos envolvidos, 
além de se assimilar os processos realizados satisfatoriamente, o que auxiliou no aprendizado 
dos alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
BARRETO, M. L. G.; et al. OTIMIZAÇÃO DA REAÇÃO DE TRANSESTERIFICAÇÃO 
DO ÓLEO DE MAMONA. IV Congresso Brasileiro de Mamona e I Simpósio Internacional 
de Oleaginosas Energéticas, João Pessoa, PB – 2010. Disponível em: 
https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/18321/1/BID-36.pdf. Acesso em 29 de 
Outubro de 2024. 
BARROS, T. Biodiesel - Tecnologia. Embrapa, 2021. Disponível em: 
https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/tematicas/agroenergia/biodiesel/t
ecnologia. Acesso em 20 de Outubro de 2024. 
BELTRÃO, N.; OLIVEIRA, M. Oleaginosas e seus Óleos: Vantagens e Desvantagens para 
Produção de Biodiesel. Embrapa, 2008. Disponível em: 
https://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/276836/1/DOC201.pdf. Acesso em 20 
de Outubro de 2024. 
Biodiesel e suas propriedades. APROBIO, 2017. Disponível em: 
https://aprobio.com.br/noticia/biodiesel-e-suas-propriedades. Acesso em 28 de Outubro de 
2024. 
BRASIL. LEI No 13.576, DE 26 DE DEZEMBRO DE 2017. Política Nacional de 
Biocombustíveis (RenovaBio), 2017. Disponível em: 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13576.htm. Acesso em 20 
de Outubro de 2024. 
GERIS, R; et al. Biodiesel de soja: reação de transesterificação para aulas práticas de química 
orgânica. Química Nova 2007, 30, 1369-1373. Disponível em: 
https://www.scielo.br/j/qn/a/5RCVpxvN94V8bFnpv8sJSLJ/?format=pdf&lang=pt. Acesso em 
27 de Outubro de 2024. 
LIMA, B. F. B. Síntese de biodiesel a partir da reação de transesterificação de óleo de soja 
etílicocatalisado por hidróxidos duplos laminares. UFAL, Maceió - AL, 2020. Disponível em: 
https://www.repositorio.ufal.br/handle/riufal/7739. Acesso em 20 de Outubro de 2024. 
 
 
https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/tematicas/agroenergia/biodiesel/tecnologia
https://www.embrapa.br/agencia-de-informacao-tecnologica/tematicas/agroenergia/biodiesel/tecnologia
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13576.htm
PRADO, E. A.; ZAN, R. A.; GOLFETTO, D. C.; & Schwade, V. D. Biodiesel: Um tema para 
uma aprendizagem efetiva. Anais do XXXIV COBENGE. Universidade de Passo Fundo, 
Passo Fundo, 2006. Disponível em: 
https://www.abenge.org.br/cobenge/legado/arquivos/13/artigos/9_315_816.pdf. Acesso em 27 
de Outubro de 2024. 
RUSCHEL, C. F. C. et al. Análise exploratória aplicada a espectros de reflexão total atenuada 
no infravermelho com transformada de Fourier (ATR-FTIR) de blendas de biodiesel/diesel. 
Química Nova 2014, 37, 810-815. Disponível em: 
https://doi.org/10.5935/0100-4042.20140130. Acesso em 29 de Outubro de 2024. 
 
 
https://doi.org/10.5935/0100-4042.20140130
	Segue abaixo os materiais e métodos utilizados na realização do experimento. 
	3.1 Materiais 
	Cuidadosamente, a fase inferior foi recolhida em um erlenmeyer. Ainda no balão de fundo chato, as fases intermediária e superior foram lavadas com 50 mL de uma solução aquosa de HCl a 0,5% (v/v) até neutralizar. As fases inferior e intermediária foram recolhidas, enquanto o biodiesel foi lavado com 50 mL de solução aquosa saturada de NaCl. Com isso, o biodiesel foi recolhido em um erlenmeyer de 125 mL. 
	Por fim, três pedaços pequenos de algodão foram embebedados com óleo de soja, metanol e biodiesel, que então foram colocados em três cadinhos de porcelana. Com o auxílio de um fósforo, verificou-se quais são inflamáveis. Os resultados foram observados e anotados. 
	4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 
	4.1 Síntese do Biodiesel 
	Não foi possível obter as leituras do espectro de infravermelho para o biodiesel, porém foi pesquisado na internet o esperado e adicionado abaixo, na figura 8. 
	O biodiesel é uma alternativa mais sustentável ao diesel, pois é renovável e menos poluente. No entanto, o biodiesel ainda enfrenta alguns desafios, como a falta de infraestrutura para a produção e distribuição, e o alto custo de produção (PRADO et al., 2006). 
	 
	Após a realização de testes laboratoriais, pode-se determinar que os objetivos originais foram alcançados. Foi realizada a síntese e purificação do biodiesel, de modo que os valores de densidade e rendimento obtidos foram maiores, mas muito próximos do esperado, portanto, satisfatórios. Com isso, esse presente experimento contribuiu para um significativo aprendizado, uma vez que pôde-se compreender todos os conceitos químicos envolvidos, além de se assimilar os processos realizados satisfatoriamente, o que auxiliou no aprendizado dos alunos. 
	Biodiesel e suas propriedades. APROBIO, 2017. Disponível em: https://aprobio.com.br/noticia/biodiesel-e-suas-propriedades. Acesso em 28 de Outubro de 2024.

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