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26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102479/ 1/6 ESTUDANDO: ENEM - QUÍMICA 29. RADIOATIVIDADE Recentemente o Japão sofreu um terremoto seguido de um tsunami. As conseqüências foram muito pesadas e poderiam ser piores se este país não tivesse recursos tecnológicos para conter, pelo menos em parte, a série de catástrofes que se seguiram. O que mais preocupou a população japonesa e o mundo, no entanto, foi a chamada “crise nuclear”, relacionada com os danos causados à usina de Fukushima. Esta não foi a primeira e provavelmente não será a última crise nuclear que a humanidade vai enfrentar, mas, em relação a acidentes como os de Three Miles Island no EUA, e de Chernobyl na antiga URSS e aos ataques atômicos de Hiroshima e Nagasaki no final da 2ª Guerra Mundial, a atual crise nuclear japonesa tem sido administrada com os menores danos possíveis. O fato é que a energia nuclear está mais presente no nosso dia a dia do que imaginamos. Só para se ter idéia, a luz e o calor do sol, tão importantes para o desenvolvimento da vida no planeta Terra é proveniente de uma série de reações nucleares que ocorrem no núcleo desta estrela. Atualmente discutese também o uso de energia nuclear como alternativa aos combustíveis fósseis, muito embora esta discussão precise ser mais amadurecida, principalmente no que diz respeito aos rejeitos nucleares. Neste capítulo veremos brevemente o que é energia nuclear, sua relação com a química e as consequências de sua utilização para a sociedade. Histórico e Conceitos Fundamentais Em 1896 Antoine Henri Becquerel preparouse para fazer um experimento que tentaria comprovar a relação entre os raios X, descobertos por Roentgen no ano anterior, e a fosforescência emitida por sais de Urânio. Para tanto, ele colocou um filme fotográfico dentro de um envelope de papel preto e espesso, para que a luz não chegasse à película e posicionou sobre o envelope alguns cristais de um composto de urânio. A idéia era deixar este conjunto ao sol (para um compostoemitir fosforescência é necessária uma fonte externa de luz), mas como o tempo estava nublado ele guardou tudo numa gaveta, protegida da luz por alguns dias. Para surpresa de Becquerel quando ele revelou o filme, mesmo na ausência de luz, o urânio foi capaz de “queimar” o filme fotográfico e concluiu que o urânio podia emitir espontaneamente “raios” capazes de atravessar o papel preto do envelope e marcar a chapa fotográfica. Dois anos mais tarde Marie Curie nomeou este fenômeno de Radioatividade. O que hoje entendemos como radioatividade é o fenômeno físico no qual um átomo emite partículas ou radiações (fótons) a partir de seu núcleo. É importante não confundir radioatividade com radiatividade. Qualquer emissão de ondas eletromagnéticas, como a luz visível, o infravermelho, etc. é classificada como emissão radiativa (emissão de radiação eletromagnética). Estas emissões são provenientes das transições eletrônicas entre os níveis energéticos da eletrosfera dos átomos. Atualmente é comum observar bastões que brilham no escuro em festas e eventos esportivos. A luz emitida por estes bastões é uma emissão radiativa chamada de quimiluminescência, e não oferece qualquer risco para a sua saúde. bastões fluorescentes A radioatividade, ao contrário dos eventos radiativos, é caracterizada por emissão de partículas e fótons (ondas 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102479/ 2/6 eletromagnéticas) provenientes diretamente do núcleo dos átomos. Existem três tipos de emissões nucleares. As partículas α (alfa) e β (beta) foram descobertas em 1899 por Rutherford (o mesmo do modelo atômico nuclear – módulo I) enquanto que a radiação γ (gama) foi descoberta pelo físico francês Paul Villard em 1900. As partículas α são muito pesadas e apresentam carga positiva, são constituídas de dois prótons e dois nêutrons e, portanto, equivale ao núcleo do hélio. Quando um núcleo emite partículas α o seu número atômico diminui em duas unidades e ele se transforma em outro elemento. Este processo se chama transmutação. Quando um átomo de 94Pu239 emite uma partícula α, ele se transforma em 92U235. Percebese que: 239 = 4 + 235 94 = 2 + 92 A perda de uma partícula α resulta na perda de 4 unidades no número de massa (A) e de 2 unidades no número atômico (Z) As partículas β são idênticas aos elétrons, isto quer dizer que são muito leves e negativamente carregadas. Elas são geradas quando um nêutron se desintegra gerando um próton, uma partícula β e uma outra partícula subatômica chamada antineutrino. A exemplo do que acontece com a emissão de partículas α o elemento que emite radiação β também sofre transmutação. A diferença é que o seu número atômico ao invés de diminuir, aumenta e ele se transforma no elemento que está à sua frente na tabela periódica. Quando um átomo de 6C14 emite uma partícula β, ele se transforma em 7N14. A perda de uma partícula β não altera o número de massa (A), mas aumenta em 1 unidade o número atômico (Z) Os raios γ são fótons (radiação eletromagnética), muito semelhantes aos raios X, porém mais energéticos. Não possuem carga elétrica e sua massa é desprezível, estes raios emanam do núcleo normalmente acompanhados de partículas alfa e beta. A radiação gama não altera o número de massa (A) nem o número atômico (Z) dos elementos. A perda de um raio γ não provoca alterações nem no número de massa (A) nem no número atômico (Z) DECAIMENTO RADIOATIVO E SÉRIES DE DESINTEGRAÇÃO RADIOATIVA: A CINÉTICA DAS REAÇÕES NUCLEARES A radioatividade é emitida por núcleos que apresentam baixa estabilidade. Isto pode estar associado à relação nêutron/próton no núcleo dos átomos, acreditase que quando esta proporção aumenta ou diminui demais (os átomos mais estáveis apresentam uma proporção de aproximadamente 1:1), partículas alfa ou beta, acompanhadas de radiação gama, são emitidas para se obter uma proporção que deixe o núcleo mais estável. A emissão sucessiva de diferentes tipos de radiação (principalmente a alfa) leva à formação de núcleos mais leves, esta transmutação é chamada de decaimento radioativo. Em geral, os isótopos radioativos com Z maior que o chumbo, emitem radiações sucessivas de α, β e γ em seqüências bem definidas que são normalmente descritas por três séries de decaimento ou desintegração radioativa. Em todas elas o elemento de partida é o urânio e terminam sempre com o chumbo. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102479/ 3/6 Série de decaimento do urânio Em geral este decaimento ocorre em tempos bem definidos e característicos para cada espécie radioativa. Para comparar os diferentes tipos de decaimento tomouse como referência a chamada meiavida, isto é, o tempo necessário para que uma dada quantidade de átomos radioativos caia pela metade. Série de decaimento do urânio Em geral este decaimento ocorre em tempos bem definidos e característicos para cada espécie radioativa. Para comparar os diferentes tipos de decaimento tomouse como referência a chamada meiavida, isto é, o tempo necessário para que uma dada quantidade de átomos radioativos caia pela metade. FISSÃO 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102479/ 4/6 A figura acima mostra o que acontece quando um nêutron “colide” com o núcleo de um átomo de Urânio em altíssimavelocidade. A conseqüência é a fragmentação deste núcleo em pedaços menores liberando uma grande quantidade de energia. A primeira evidência deste fenômeno foi obtida pelos alemães Otto Hahn e F. Strassmann em 1939, quando, após bombardear o urânio com nêutrons, eles detectaram isótopos de elementos com número de massas (A) menores, como bário, criptônio e lantânio. Desde então este tem sido o mecanismo básico de produção de energia nuclear e da construção de artefatos militares como a bomba atômica. Um outro detalhe importante mostrado na figura é que um dos produtos da reação são nêutrons iguais aos utilizados para iniciar o processo. Isto significa que estas partículas podem se chocar com novos núcleos de urânio provocando o que chamamos de reação em cadeia. Se o grau de pureza do urânio usado como combustível do reator for relativamente baixo a reação em cadeia pode ser controlada e a energia proveniente desta pode ser usada para fins pacíficos em usinas de energia nuclear. Todavia o uso de combustível nuclear com alto grau de pureza pode levar a processos impossíveis de serem controlados, o que certamente provocará uma imensa liberação de energia em um espaço muito curto de tempo. Por estas razões a ONU controla a comercialização de minério de urânio enriquecido, com vistas a impedir que este mineral seja usado na construção de artefatos militares. FUSÃO Este é o processo que ocorre no interior das estrelas. Basicamente dois núcleos de elementos leves se fundem após uma colisão formando um elemento mais pesado. As estrelas, como o sol, usam hidrogênio como combustível nuclear e tem como produto átomos de hélio. A origem dos diversos elementos químicos presentes no universo pode ser atribuído a este tipo de reação nuclear. Além do hélio, que normalmente é o produto das reações nucleares e mantém a estrela “viva”, outros elementos de número de massa intermediários, como oxigênio e carbono, podem ser formados no nascimento de uma estrela, isto é, na explosão de uma “supernova”. Fusão nuclear 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102479/ 5/6 Energia Nuclear e Sociedade Atualmente, além das usinas de produção de energia, um sem número de aplicações da energia nuclear pode ser enumerado. Equipamentos médicos de bioimagem, terapias para tratamento de tumores e máquinas que são capazes de determinar a idade de um objeto arqueológico são apenas alguns exemplos. Nas próximas linhas veremos algumas aplicações dos fenômenos radioativos e os perigos de seu uso indiscriminado. Radioatividade: seus efeitos e aplicações A arqueologia utiliza a radioatividade artificial ⇒ Na medicina, os isótopos radioativos e os radiofármacos, podem ser usados para diagnóstico e tratamento de diversas doenças. ⇒ Na agricultura, os radioisótopos são utilizados em estudos sobre a absorção de nutrientes pelas plantas e no combate de bactérias, fungos e insetos que prejudicam a agricultura. ⇒ Na indústria, os radioisótopos são utilizados no controle de qualidade da produção, em radiografias de tubulações metálicas, na conservação de alimentos, entre outras aplicações. ⇒ Na previsão do tempo, ajuda a identificar a origem de massas de ar. ⇒ Certos radioisótopos são utilizados para determinar a idade de fósseis, rochas, vegetais, animais, pinturas etc. Lixo atômico ⇒ O lixo nuclear deve ser tratado de modo a se tornar o menos tóxico e radioativo possível. No caso das usinas nucleares, os resíduos são tratados e reprocessados. Os refugos são colocados em recipientes de contenção e depositados em locais específicos. O restante dos materiais é armazenado até que alcancem o nível de radiação desejado para poderem ser descartado como material não radioativo. Bombas nucleares ⇒ As bombas nucleares são armas com grande poder de destruição, devido à energia liberada, além da contaminação por radiação. 26/11/2015 Estudando: ENEM Química Cursos Online Grátis | Prime Cursos https://www.primecursos.com.br/openlesson/10077/102479/ 6/6 Bomba Nucelar Acidente radioativo de Goiânia ⇒ Em 1987, na cidade de Goiânia (GO), ocorreu o vazamento de material radioativo, césio137 de um aparelho de radioterapia. Esse acidente teve grande repercussão no Brasil e no mundo e serviu de alerta para o risco da manipulação inadequada de materiais radioativos
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