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TUTORIAL 5 - MÓDULO 2.1 
1)Entender a resposta imune frente a 
infecção viral 
2)Estudar o mecanismo imunológico e a 
sorologia que diferencia a hepatite B 
 
Resposta imune x vírus 
A célula infectada 
Existem quatro principais efeitos de 
uma infecção viral em uma célula: (1) 
morte, (2) fusão das células para formar 
uma célula multinucleada, (3) 
transformação maligna, e (4) nenhuma 
mudança morfológica ou funcional 
aparente. 
A morte da célula provavelmente 
ocorre devido à inibição da síntese de 
macromoléculas. A inibição da síntese de 
proteínas celulares do hospedeiro 
frequentemente ocorre primeiro e é 
provavelmente o efeito mais importante. A 
inibição da síntese de DNA e RNA pode ser 
um efeito secundário. É importante 
observar que a síntese de proteínas 
celulares é inibida, mas a síntese de 
proteínas virais ainda ocorre. Por exemplo, 
os poliovírus inativam um fator de iniciação 
(IF, de initiation factor) necessário para que 
o mRNA celular seja traduzido em 
proteínas celulares, mas os mRNAs dos 
poliovírus possuem um local particular de 
ligação ao ribossomo que os permitem 
ignorar o IF e, ainda assim, sintetizar 
proteínas virais. 
Uma característica de infecções 
virais em uma célula é o efeito citopático 
(CPE, de cytopathic effect). Essa mudança 
na aparência da célula infectada 
normalmente começa com arredondamento 
e escurecimento da célula, culminando em 
lise (desintegração) ou formação de células 
gigantes. 
A infecção por certos vírus causa 
transformação maligna, que é caracterizada 
por crescimento descontrolado, 
sobrevivência prolongada e mudanças 
morfológicas, como áreas focais de células 
arredondadas e empilhadas. 
A infecção de células acompanhada 
de produção viral pode ocorrer sem 
mudanças morfológicas ou mudanças 
funcionais intensas. Essa observação 
destaca a grande variação na natureza da 
interação entre o vírus e a célula, variando 
da destruição rápida da célula até um 
relacionamento simbiótico no qual a célula 
sobrevive e multiplica-se, 
independentemente da replicação do vírus. 
Paciente infectado 
Os estágios de uma infecção viral 
típica são os mesmos descritos para uma 
infecção bacteriana no Capítulo 7, isto é, 
um período de incubação durante o qual o 
paciente é assintomático, um período 
prodrômico durante o qual ocorrem 
sintomas não específicos, um período 
específico da doença durante o qual 
ocorrem sintomas e sinais característicos, e 
um período de recuperação durante o qual a 
doença diminui e o paciente recupera sua 
saúde. Em alguns pacientes, a infecção 
persiste e um estado carreador crônico ou 
uma infecção latente ocorre 
Por exemplo, disseminação pessoa a 
pessoa ocorre pela transferência de 
secreções respiratórias, saliva, sangue ou 
sêmen e pela contaminação fecal de água e 
de alimentos. A transferência de sangue, 
tanto por transfusão quanto pelo 
compartilhamento de agulhas durante uso 
de drogas intravenosas, pode transmitir 
vários vírus (e bactérias). 
Os sinais e sintomas da maioria das 
doenças virais indubitavelmente são o 
resultado da morte de células pela inibição 
da síntese macromolecular induzida por 
vírus. A morte das células infectadas por 
vírus resulta em perda de função e nos 
sintomas da doença. Entretanto, existem 
algumas doenças que não são ocasionadas 
pelos danos ou pela destruição causados 
pelo vírus em células infectadas. Existem 
outras doenças nas quais a morte celular por 
ataque imune possui um papel importante 
na patogênese. Tanto células T citotóxicas 
quanto anticorpos possuem um papel 
considerável na imunopatogênese. A 
imunopatogênese é o processo pelo qual os 
sintomas de uma doença viral são causados 
pelo sistema imune, em vez da morte de 
células pelo vírus. 
As células T citotóxicas estão 
envolvidas na patogênese da hepatite 
causada pelos vírus das hepatites A, B e C. 
Esses vírus não causam CPE (Efeito 
citopático), e o dano aos hepatócitos é 
resultado do reconhecimento de antígenos 
virais na superfície dos hepatócitos pelas 
células T citotóxicas. (o dano hepático vem 
principalmente da resposta imune, em 
especial da ação das células T CD8⁺ 
citotóxicas, que reconhecem hepatócitos 
infectados e os destroem.) 
A patogênese imunomediada 
também ocorre quando complexos vírus-
anticorpo-complemento se formam e são 
depositados em vários tecidos. Isso ocorre 
nas infecções pelo vírus da hepatite B, nas 
quais imunocomplexos exercem um papel 
importante na produção da artrite 
característica dos estágios precoces da 
hepatite B. 
Resposta imune 
As defesas do hospedeiro contra 
vírus dividem-se em duas grandes 
categorias: (1) não específicas, das quais as 
mais importantes são as interferonas e as 
células natural killer; e (2) específicas, 
incluindo imunidade humoral e imunidade 
celular. As interferonas constituem uma 
precoce primeira linha de defesa, ao passo 
que a imunidade humoral e a imunidade 
celular são efetivas apenas posteriormente, 
pois são necessários vários dias para induzir 
os braços humoral e celular da resposta 
imune. 
As interferonas α e β constituem um grupo 
de proteínas produzidas pelas células 
humanas em resposta a uma infecção viral 
(ou após a exposição a substâncias 
indutoras). São citocinas antivirais — 
proteínas sinalizadoras produzidas por 
células infectadas ou imunes para avisar 
outras células da presença do vírus e montar 
uma resposta de defesa. Elas inibem a 
multiplicação dos vírus bloqueando a 
síntese de proteínas virais por dois 
mecanismos principais: um é uma 
ribonuclease que degrada o mRNA, e o 
outro é uma proteina-cinase que inibe a 
síntese de proteínas. 
Tipos de interferonas: 
IFN-α (alfa): produzida principalmente por 
leucócitos. 
IFN-β (beta): produzida principalmente por 
fibroblastos e células epiteliais. 
 Ambas são chamadas de interferonas tipo 
I e são induzidas diretamente por vírus. 
IFN-γ (gama): produzida por linfócitos T 
ativados (CD4⁺ Th1 e CD8⁺) e células NK. 
 É chamada de interferona tipo II e não é 
induzida só por vírus, mas por antígenos em 
geral. 
 Função principal: potencializar a 
imunidade celular → ativa macrófagos, 
aumenta a expressão de MHC I e II, 
ajudando na apresentação de antígenos. 
Os indutores mais fortes dessas 
interferonas são vírus e RNAs de fita dupla. 
A indução não é específica para um vírus 
em particular. Muitos vírus de DNA e RNA 
são indutores competentes, embora eles 
difiram em sua eficiência. A descoberta de 
que o RNA de fita dupla, mas não RNA de 
fita simples ou DNA, é um bom indutor 
levou à hipótese de que um RNA de fita 
dupla é sintetizado como parte do ciclo 
replicativo de todos os vírus indutores. 
Essa extensa lista de indutores 
evidencia que a indução dessas interferonas 
não é específica. Similarmente, sua ação 
inibidora não é específica para nenhum 
vírus em particular. Entretanto, eles são 
específicos quando se considera a espécie 
hospedeira em que funcionam (i.e., 
interferonas produzidas por células 
humanas são ativos em células humanas, 
mas são muito menos efetivos em células 
de outras espécies). 
A interferona induz um estado 
antiviral dentro da célula não infectada. Ela 
se liga à superfície da célula não infectada 
e induz a produção de três proteínas que 
permanecem inativas até que um vírus 
infecte aquela célula. Essas proteínas são a 
oligo A sintase, a ribonuclease e a proteína 
cinase. Quando um vírus infecta aquela 
célula, moléculas de RNA de fita dupla 
(dsRNA) são sintetizadas como parte do 
ciclo replicativo viral. O dsRNA ativa a 
oligo A sintase, que sintetiza oligo A, que, 
por sua vez, ativa a ribonuclease, a qual 
degrada mRNAs virais (e celulares). O 
dsRNA também ativa a proteína cinase que 
fosforila o fator de iniciação 2 (eIF-2). Esse 
fenômeno inibe a síntese de proteínas, tanto 
virais quanto celulares.A célula morre sem 
que haja produção de progênie viral, dessa 
forma limitando a dispersão da infecção. 
Células natural killer 
Células natural killer (NK) são uma 
parte importante das defesas inatas contra 
células infectadas por vírus. Elas são 
chamadas de células “natural” killer porque 
são ativas sem a necessidade de serem 
expostas ao vírus previamente e não são 
específicas para nenhum vírus. As células 
NK são um tipo de linfócito T, mas não 
possuem um receptor para antígenos. Elas 
reconhecem células infectadas por vírus por 
meio da ausência de proteínas do complexo 
de histocompatibilidade principal (MHC) 
de classe I na superfície das células 
infectadas. Elas matam células infectadas 
por vírus por meio da secreção de 
perforinas e granzimas, que causam 
apoptose da célula infectada. 
 
 
Imunidade ativa 
A imunidade ativa, na forma de 
anticorpos e células T citotóxicas, é muito 
importante para a prevenção de doenças 
virais. A primeira exposição ao vírus, 
causando tanto uma infecção não aparente 
quanto uma doença sintomática, estimula a 
produção de anticorpos e ativação de 
células T citotóxicas. O papel que os 
anticorpos e células T citotóxicas têm na 
recuperação dessa primeira infecção é 
incerto e pode variar de vírus para vírus, 
mas é evidente que eles possuem um papel 
essencial em proteger contra a doença 
quando expostos ao mesmo vírus em algum 
momento no futuro. 
Como um anticorpo inibe os 
vírus? Existem dois mecanismos 
principais. O primeiro é a neutralização da 
infectividade do vírus pela ligação do 
anticorpo a proteínas da superfície externa 
do vírus. Essa ligação tem dois efeitos: (1) 
ela pode impedir a interação do vírus com o 
receptor celular, e (2) ela pode ligar as 
proteínas virais e estabilizar o vírus para 
que o desnudamento não ocorra. Como 
resultado, o vírus não consegue se 
multiplicar. 
Além disso, um vírus coberto por 
anticorpos é mais rapidamente fagocitado 
do que um vírus normal, um processo 
similar ao efeito de opsonização dos 
anticorpos em bactérias. Os anticorpos não 
degradam a partícula viral; vírus inteiros 
infecciosos podem ser recuperados por 
meio da dissociação de complexos vírus-
anticorpos. Anticorpos incompletos, 
também chamados de “bloqueadores”, 
podem interferir na neutralização e formar 
imunocomplexos, que são importantes na 
patogênese de certas doenças. 
Resumindo de forma bem simples: 
• Anticorpos não destroem o vírus, 
apenas o neutralizam 
temporariamente. 
• Alguns anticorpos são incompletos 
e não conseguem neutralizar → 
podem até ajudar a formar 
imunocomplexos. 
• Imunocomplexos = defesa que sai 
do controle → podem causar 
doença. 
Anticorpos que interferem na 
aderência (adsorção e penetração) dos vírus 
à superfície celular são chamados de 
anticorpos neutralizantes. Observa-se que 
um anticorpo neutralizante é direcionado 
contra as proteínas de superfície do vírus, 
normalmente as proteínas envolvidas na 
interação do vírus com receptores da 
superfície da célula hospedeira. Anticorpos 
formados contra componentes internos do 
vírus (p. ex., o antígeno do cerne do vírus 
da hepatite B) não neutralizam a 
infectividade do vírus. 
O segundo mecanismo principal é a 
lise das células infectadas por vírus na 
presença de anticorpos e complemento. O 
anticorpo liga-se a novos antígenos vírus-
específicos na superfície da célula e então 
se liga ao complemento, que 
enzimaticamente degrada a membrana 
celular. Como a célula é morta antes que 
uma produção completa do vírus ocorra, a 
disseminação do vírus é significativamente 
reduzida. 
 
A lise de células infectadas por vírus 
também é causada por linfócitos T 
citotóxicos. Essas células T CD8 positivas 
reconhecem antígenos virais apenas quando 
eles são apresentados em associação com 
proteínas do MHC de classe I (ver Cap. 58). 
Eles matam células infectadas por vírus por 
três métodos: (1) pela liberação de 
perforinas, que formam cavidades na 
membrana celular de células infectadas; (2) 
pela liberação de enzimas proteolíticas, 
chamadas de granzimas, no interior da 
célula infectada, que degradam o conteúdo 
celular; e (3) pela ativação da proteína FAS, 
que causa morte celular programada 
(apoptose). 
Mecanismo imunológico e a 
sorologia que diferencia a hepatite B 
Muitos vírus causam hepatite. 
Destes, cinco vírus de relevãncia médica 
são comumente descritos como “vírus da 
hepatite”, uma vez que seu local principal 
de infecção é o fígado. Os cinco vírus são o 
vírus da hepatite A (HAV, hepatitis A 
virus), vírus da hepatite B (HBV, hepatitis 
B virus), vírus da hepatite C (HCV, 
hepatitis C virus), vírus da hepatite D 
(HDV, hepatitis D virus, deltavírus) e vírus 
da hepatite E (HEV, hepatitis E virus). 
Observe que esses vírus pertencem 
a diferentes famílias virais; alguns são vírus 
de DNA, enquanto outros são vírus de 
RNA, alguns são envelopados, enquanto 
outros são não envelopados. Eles são 
apresentados em conjunto devido à sua 
capacidade de infectar hepatócitos, uma vez 
que possuem proteínas em sua superfície 
que reagem com os receptores dessas 
células. 
 
Observe também que eles não são 
citotóxicos (ou seja, eles não matam os 
hepatócitos diretamente). A morte dos 
hepatócitos é mediada por células T 
citotóxicas sensibilizadas contra antígenos 
virais apresentados na superfície destas 
células em associação com proteínas do 
complexo de histocompatibilidade 
principal (MHC) de classe I. 
O HBV é um vírus pequeno da 
família Hepadnaviridae, com envelope, 
capsídeo em forma de icosaedro e um DNA 
circular incompleto. Ele precisa usar as 
enzimas da célula hospedeira (e uma 
transcriptase reversa própria) para 
completar e replicar esse DNA. 
O envelope contém uma proteína, 
chamada de antígeno de superfície 
(HBsAg), a qual é importante para o 
diagnóstico laboratorial e para a 
imunização. Além do HBsAg, há dois 
outros antígenos localizados no cerne do 
vírus: o antígeno do capsídeo (HBcAg) e o 
antígeno e (HBeAg).* O antígeno do 
capsídeo, como sugerido pelo nome, se 
localiza no nucleocapsídeo viral e forma o 
cerne do vírion, ao passo que o antígeno e é 
solúvel, sendo liberado de células 
infectadas na corrente sanguínea. O 
antígeno e é um importante indicador de 
transmissibilidade. 
Diagnóstico sorológico 
Em relação ao diagnóstico 
sorológico, quando o HBsAg, Anti-HBc 
total e Anti-HBs tem como resultado não 
reagente interpreta-se que o indivíduo não 
teve contato prévio com o HBV e por isso 
está susceptível a infecção pelo mesmo. 
Entretanto, quando o HBsAg tem como 
resultado não reagente e o Anti-HBc total e 
Anti-HBs reagente significa que houve i 
munização após infecção pelo HBV. Já o 
HBsAg e o Anti-HBc total não reagentes e 
o Anti-HBs reagente traduz-se que há 
imunização após vacinação contra o HBV. 
E por fim, para considerar o indivíduo 
infectado, os testes sorológicos devem 
possuir os seguintes resultados: HBsAG e 
Anti-HBc total reagentes e Anti-HBs não 
reagente 
HBsAg (Antígeno de Superfície da 
Hepatite B) 
Este é o primeiro marcador a se 
tornar detectável no sangue após a infecção 
pelo HBV, geralmente aparecendo de 1 a 10 
semanas após a exposição, muitas vezes 
antes mesmo do surgimento de sintomas. 
O que significa? Sua presença indica 
infecção ativa pelo HBV. Pode estar 
presente tanto na hepatite B aguda 
(infecção recente) quanto na hepatite B 
crônica (infecção persistente por mais de 6 
meses). É o principal marcador para o 
diagnóstico da infecção. 
Anti-HBc (Anticorpo contra o Antígeno 
do Core da Hepatite B) 
Este anticorpo é produzido em 
resposta ao HBcAg, o antígeno do core 
(núcleo) do vírus. É um marcador crucial 
que indica contato prévio ou atual com o 
vírus selvagem da hepatite B. Importante: 
ele não é produzido em resposta à 
vacinação. 
Existem doistipos principais de Anti-HBc: 
Anti-HBc IgM: É o primeiro anticorpo da 
classe IgM a surgir. Sua presença é um forte 
indicativo de infecção aguda ou recente 
pelo HBV. Em alguns casos, pode 
reaparecer durante reativações da hepatite 
B crônica. 
Anti-HBc IgG: Surge logo após o IgM e 
geralmente persiste por toda a vida. Indica 
contato passado com o vírus. Se o HBsAg 
estiver presente, sugere infecção crônica. 
Se o HBsAg for negativo e o Anti-HBs (ver 
abaixo) for positivo, indica cura da infecção 
(cicatriz sorológica). 
Anti-HBc Total: Detecta tanto o IgM 
quanto o IgG. Um resultado positivo para 
Anti-HBc total, na ausência de HBsAg e 
Anti-HBs, pode indicar uma infecção 
passada resolvida, infecção crônica com 
níveis de HBsAg indetectáveis (rara), ou 
um resultado falso-positivo, necessitando 
de investigação adicional. 
Esses anticorpos NUNCA aparecem após a 
vacinação, porque a vacina só contém o 
antígeno de superfície (HBsAg). 
 Portanto: 
• Anti-HBc total reagente (+): 
significa que a pessoa foi exposta 
naturalmente ao vírus (infecção 
passada ou atual). 
• Anti-HBc total não reagente (–): 
significa que nunca houve contato 
natural com o HBV (se houver anti-
HBs positivo, a imunidade é só 
vacinal). 
Importante: O Anti-HBc, seja IgM ou IgG, 
não confere imunidade protetora por si só. 
HBcAg (Antígeno do Core da Hepatite 
B) 
Embora o Anti-HBc seja um 
marcador fundamental, o HBcAg (antígeno 
do core) em si não é detectável no soro 
sanguíneo através dos exames laboratoriais 
de rotina. Ele está presente dentro das 
células do fígado (hepatócitos) infectadas, 
mas não circula livremente no sangue em 
quantidades detectáveis. 
HBeAg (Antígeno 'e' da Hepatite B) 
Este antígeno é uma proteína viral 
que, quando presente no sangue, 
geralmente indica que o vírus está se 
replicando ativamente. 
O que significa? Sua presença está 
associada a uma alta carga viral (grande 
quantidade de vírus no sangue) e, 
consequentemente, a uma maior 
infectividade (maior capacidade de 
transmitir o vírus a outras pessoas). É um 
marcador importante para avaliar a fase da 
infecção e a necessidade de tratamento em 
portadores crônicos. 
Anti-HBe (Anticorpo contra o Antígeno 
'e' da Hepatite B) 
Este anticorpo é produzido pelo 
sistema imunológico em resposta ao 
HBeAg. 
O que significa? O aparecimento do Anti-
HBe, geralmente acompanhado do 
desaparecimento do HBeAg (um processo 
chamado soroconversão HBeAg/Anti-
HBe), costuma indicar uma redução 
significativa na replicação viral e, portanto, 
menor infectividade. Em pacientes com 
hepatite B crônica, a soroconversão para 
Anti-HBe é frequentemente um sinal de 
melhor prognóstico, embora o vírus ainda 
possa estar presente. 
Anti-HBs (Anticorpo contra o Antígeno 
de Superfície da Hepatite B) 
Este é o anticorpo protetor contra o 
vírus da hepatite B. Ele é direcionado 
contra o HBsAg. 
O que significa? Sua presença indica 
imunidade à hepatite B. Essa imunidade 
pode ser adquirida de duas formas: 
Após a recuperação de uma infecção aguda 
pelo HBV: O Anti-HBs surge após o 
desaparecimento do HBsAg, sinalizando 
cura e proteção contra futuras infecções. 
Após a vacinação bem-sucedida contra a 
hepatite B: A vacina contém o HBsAg (ou 
partes dele), estimulando o corpo a produzir 
Anti-HBs e conferindo proteção sem que 
haja infecção. 
Um nível adequado de Anti-HBs no sangue 
(geralmente ≥10 mUI/mL) é considerado 
protetor. 
No caso do tutorial: 
Esse perfil é compatível com 
• Infecção ativa pelo HBV (porque o 
HBsAg está positivo). 
• Sem imunidade protetora ainda 
(anti-HBs negativo). 
• O anti-HBc positivo mostra que a 
exposição foi natural (não vacinal). 
Fisiopatologia da hepatite B 
 
O acesso do HBV aos hepatócitos é 
mediado pela ligação ao receptor 
polipeptídico cotransportador de 
taurocolato de sódio. Em vez de replicar o 
DNA diretamente a partir de um molde de 
DNA, os hepadnavírus dependem da 
transcrição reversa (efetuada pela DNA-
polimerase) do DNA de hélice negativa de 
um RNA “pré-genômico” intermediário. A 
seguir, o DNA de hélice positiva é 
transcrito a partir do molde do DNA de 
hélice negativa pela DNA-polimerase 
dependente de DNA e é convertido no 
núcleo do hepatócito a um DNA circular 
covalentemente fechado, que funciona 
como molde para o RNA mensageiro e o 
RNA pré-genômico. As proteínas virais são 
codificadas pelo RNA mensageiro, 
enquanto as proteínas e o genoma são 
acondicionados em vírions e secretados 
pelo hepatócito. 
Os hepadnavírus são os únicos vírus 
que produzem DNA genômico por 
transcrição reversa utilizando um RNA 
viral como molde. (Observa-se que esse 
tipo de síntese de DNA RNA-dependente é 
similar, no entanto apresenta diferenças em 
relação ao processo nos retrovírus, nos 
quais o RNA genômico é transcrito em um 
DNA intermediário.) 
 
Na infecção crônica pelo HBV se 
desenvolve um estado portador em que a 
progênie continua a ser produzida. Nesse 
estado portador, a maior parte do DNA 
circular do HBV é encontrada livre no 
núcleo na forma de epissoma. Uma 
pequena quantidade de DNA do HBV é 
integrada ao DNA da célula hospedeira. 
Ainda não é claro como o DNA epissomal 
do HBV é mantido no estado portador por 
muitos anos. 
 
Transmissão 
Os três principais modos de 
transmissão são pelo sangue, durante o 
intercurso sexual, e de forma perinatal, da 
mãe para o filho. A observação de que 
acidentes com agulhas podem transmitir o 
vírus indicam que somente pequenas 
quantidades de sangue são necessárias. A 
infecção pelo HBV é especialmente 
prevalente em usuários de drogas 
https://www.resumosmedicina.com.br/blog/anti-hbs-o-guia-definitivo-sobre-anticorpos-diagnostico-e-imunidade
https://www.resumosmedicina.com.br/blog/anti-hbs-o-guia-definitivo-sobre-anticorpos-diagnostico-e-imunidade
intravenosas. O rastreamento do sangue 
para a presença do HBsAg tem diminuído 
de maneira considerável o número de casos 
de hepatite B associados à transfusão. 
 
Entretanto, devido ao fato de a 
transfusão sanguínea ser um procedimento 
moderno, deve haver outra rota natural de 
transmissão. O HBV pode ser encontrado 
no sêmen e em fluidos vaginais, de forma 
que a transmissão sexual é provavelmente 
importante. A transmissão da mãe para o 
filho durante o parto é outra importante rota 
natural de infecção. A transmissão 
transplacentária, se ocorrer, é rara. Não há 
evidência de que a transmissão do HBV 
possa ocorrer durante a amamentação. 
 
Observa-se que os vírus 
envelopados, como o HBV, são mais 
sensíveis ao ambiente que os vírus não 
envelopados, e são transmitidos de maneira 
mais eficiente por contato íntimo (p. ex., 
contato sexual). Os vírus não envelopados, 
como o HAV, são muito estáveis e são bem 
transmitidos no ambiente (p. ex., 
transmissão fecal-oral). 
 
Patogênese e imunidade 
Após entrar no sangue, o vírus 
infecta os hepatócitos, e os antígenos virais 
são apresentados na superfície das células. 
Células T citotóxicas medeiam um ataque 
imune contra os antígenos virais, e ocorrem 
inflamação e necrose. O ataque imune 
contra antígenos virais em hepatócitos 
infectados é mediado por células T 
citotóxicas. A patogênese da hepatite B é 
provavelmente o resultado da lesão celular, 
uma vez que o HBV por si só não induz 
efeito citopático. Os complexos antígeno-
anticorpo causam a maioria dos sintomas 
precoces (p. ex., artralgias, artrite e 
urticária) e algumas das complicações em 
hepatites crônicas (p. ex., glomerulonefrite, 
crioglobulinemia e vasculite). 
Cerca de 5% dos pacientes adultos 
com HBV se tornam portadores crônicos do 
vírus. Por outro lado, 90% dos recém-
nascidos se tornam portadores crônicos 
quando infectados (ver a seguir). Um 
portador crônico é alguém que apresenta 
HBsAg persistente no sangue por 6 meses 
ou mais. O estado de portador crônico é 
atribuídoà infecção persistente dos 
hepatócitos, que resulta na presença 
prolongada de HBV e HBsAg no sangue. O 
principal fator a determinar se uma pessoa 
se cura da infecção ou se torna portador 
crônico é a adequação da resposta por 
células T citotóxicas. O DNA do HBV 
existe principalmente na forma de um 
epissoma no núcleo de células 
persistentemente infectadas; um pequeno 
número de cópias do DNA do HBV é 
integrado ao DNA da célula. Uma alta taxa 
de carcinoma hepatocelular (CHC) ocorre 
em portadores crônicos. 
Achados clínicos 
Muitas infecções pelo HBV são 
assintomáticas e são detectadas somente 
pela presença de anticorpos ao HBsAg. O 
período médio de incubação para a hepatite 
B é de 10 a 12 semanas, o qual é muito mais 
longo que o da hepatite A. A aparência 
clínica da hepatite B aguda é similar à da 
hepatite A. Entretanto, em relação à 
hepatite B, os sintomas tendem a ser mais 
graves, e hepatite com risco de vida pode 
ocorrer. A maioria dos portadores crônicos 
é assintomática, mas alguns apresentam 
hepatite crônica ativa, que pode levar à 
cirrose e à morte. 
Além de achados relacionados ao 
fígado, são observadas manifestações 
extra-hepáticas da infecção pelo HBV. Na 
infecção aguda, podem ocorrer sintomas 
semelhantes à doença do soro, como febre, 
erupção cutânea e artralgias. Na infecção 
crônica pelo HBV, podem ocorrer 
neuropatias, glomerulonefrite e poliarterite 
nodosa (uma vasculite de artérias pequenas 
e médias). Autoanticorpos, como 
crioglobulinas e fator reumatoide, podem 
ser detectados. 
Pacientes coinfectados com HBV e 
vírus da imunodeficiência humana (HIV) 
podem apresentar dano hepático aumentado 
se o HIV for tratado antes do HBV. Isso 
ocorre devido à “reconstituição imune”, 
que ocorre quando o HIV é tratado com 
sucesso, levando ao aumento do dano nos 
hepatócitos pela restauração das células T 
citotóxicas competentes. Por essa razão, 
sugere-se que o HBV seja tratado antes de 
tratar o HIV. 
Mecanismo do aumento de bilirrubina 
direta na hepatite B 
1. O HBV infecta hepatócitos, 
causando inflamação e lesão celular 
(principalmente mediada pelo 
sistema imune). 
2. A inflamação interfere no transporte 
da bilirrubina conjugada do interior 
do hepatócito para os canalículos 
biliares. 
3. Resultado: a bilirrubina conjugada 
se acumula no sangue, levando a 
hiperbilirrubinemia direta e 
icterícia. 
Observação: Diferente de doenças 
hemolíticas, onde a bilirrubina indireta 
predomina, na hepatite viral o aumento é 
predominantemente direto. 
 
Diagnóstico laboratorial 
Os dois testes sorológicos mais 
importantes para o diagnóstico precoce da 
hepatite B são os testes para HBsAg e para 
anticorpos do tipo IgM contra o antígeno do 
capsídeo. Ambos surgem precocemente no 
soro do paciente acometido. O HBsAg 
aparece durante o período de incubação e é 
detectado na maioria dos pacientes durante 
o pródromo e a doença aguda. Ele cai até 
níveis indetectáveis durante a 
convalescença na maioria dos casos; sua 
presença prolongada (pelo menos 6 meses) 
indica o estado de portador e o risco de 
hepatite crônica e carcinoma hepático. O 
anti-HBs não é detectável durante o estado 
de portador crônico. Observa-se que o anti-
HBs está, de fato, sendo produzido, mas 
não é detectável nos testes laboratoriais, 
uma vez que se liga à grande quantidade de 
HBsAg presente no sangue. O anti-HBs 
também é produzido durante o estado 
agudo da doença, mas não é detectável, 
uma vez que está ligado a complexos 
antígeno-anticorpo. 
 
	Tipos de interferonas:
	Mecanismo do aumento de bilirrubina direta na hepatite B

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