Buscar

RESUMO-RURAL-COMO-CATEGORIA-DE-PENSAMENTO

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Norte – IFRN Campus Ipanguaçu
Tecnólogo 5 M
RESUMO “RURAL” COMO CATEGORIA DE PENSAMENTO
Docente: Robson Campanerut Discentes: Antonia Erlangia
Francisco Eudes
Francisca Mariana
Kadja Dantas
Nielisson Douglas
Ozilene Maria
Vanessa Beltrão
Ipanguaçu/ RN
Dezembro/ 2015
RESUMO “RURAL” COMO CATEGORIA DE PENSAMENTO
MARIA JOSÉ CARNEIRO
	
	As mudanças em curso nas dinâmicas sociais, econômicas e culturais do meio rural exigem uma reflexão sobre as categorias em uso por considerá-las insuficientes contemplar a diversidade e a complexidade atuais. Sugere-se então, o uso do termo “localidade” para universos empiricamente referenciados, já que essa noção não define a natureza rural ou urbana de um grupo ou de suas práticas.
	A formação do chamado “Brasil urbano” se deu a partir do desenvolvimento das relações sociais e econômicas” no chamado “Brasil rural”. O urbano, sinônimo de progresso e desenvolvimento da civilização, suplantou o rural, visto como mantenedor das relações arcaicas e tradicionais.
	Segundo Martins (2000) a definição do rural pela ótica da escassez, da falta e do atraso, constituiu-se uma sociologia baseada muito mais na imagem criada pelos sociólogos sobre como o rural deveria ser, do que na análise do modo de ser e de fazer das populações tidas como rurais.
	A autora resume aos principais correntes da sociologia rural em três. Onde a primeira corrente, seria aquela em que o urbano sobrepôs o rural e este perdeu seu principal ator social: o camponês; a segunda corrente sugere que há um “renascimento rural”, em que as novas formas sociais renovadas tem como principal ator o agricultor (familiar); e a terceira corrente sustenta o fim da dicotomia rural–urbano e agricultura-industrial para qualificar realidades sociais distintas nas sociedades contemporâneas.
	Segundo a autora “há, no Brasil, o nascimento de uma nova ruralidade, ou mais que isso, uma ressignificação do que é rural, criando rupturas com o conceito tradicional.”
	Tem-se observado que as velhas dicotomias rural/ urbano e agrário/industrial não correspondem a uma categoria que consiga abarcar todas as complexidades existentes na realidade atual. Tal dicotomia, como espaços homogêneos e contraditórios, evidenciam que o modus operandi da Sociologia e da Antropologia em valorizar ora o urbano, ora o rural, acaba não dando conta das realidades existentes na análise destes espaços.
	A autora diz que, “é a questão ambiental que reorienta o olhar para o meio rural, estimulando novas formas de ocupação do espaço e engendrando uma nova imagem do rural identificada com a ruptura entre a terra produtora e a terra como paisagem e reserva patrimonial, ” reconfigurando um novo imaginário sobre o meio rural. O rural deixa de ser apenas um espaço de produção material, tornando-se um espaço de produção de valores, signos e práticas significativas.
	Colocar a realidade atual de complexas trocas e dinâmicas entre o campo e a cidade, entre o chamado mundo urbano e mundo rural, entre outros pares complementares, é reduzir a análise da atualidade. Para tal, é necessário ressignificar os sentidos dos conceitos, e como defende a autora, usar o conceito de localidade para darmos conta da realidade observada sem generalizá-la ou simplifica-la. Para a autora, não é necessário dispensar as categorias “urbano” e “rural”. Devemos, no entanto, “a de identificar o lugar e o significado que essas categorias preenchem nas relações sociais em um espaço determinado. ”
	Portanto, é o olhar sobre o espaço, identifica-lo dentro das relações sociais, na construção de identidades e de ações coletivas faz com que, ao olhar como o espaço é observado pelos atores sociais envolvidos, vemos o rural como “categoria realizada”. Ou seja, o rural é “uma categoria de pensamento (político-ideológica e relacional) do mundo social” que define identidades e sustenta reivindicações coincidentes.
	É nesta heterogeneidade de ações, de atores, de práticas e também de representações que é necessário observar atualmente o que é rural. A localidade tida como rural, antes de categorizá-la anteriormente, é necessário observar as relações dos moradores com o local, deste com os “de fora”, as representações identitárias que os de “dentro” tem, entre outros aspectos.
	A autora ressalta que: “Como vemos, torna-se cada vez mais difícil pensar na noção de rural para qualificar um espaço ou a dinâmica das relações sociais num espaço. No entanto, essa dificuldade não nos parece estar presente na noção de localidade, já que esta não denota unicamente uma experiência espacial como definidora de um universo de relações sociais específicas. Em outros termos, a noção de localidade não define a natureza rural ou urbana de um grupo ou de suas práticas. ”
	É importante entender que dentro de um mesmo território, podemos observar várias localidades e consequentemente, várias sociabilidades. Como diz a autora, “reapropriação dos elementos da cultura local a partir de uma releitura possibilitada pela emergência de novos códigos e, de outro, a apropriação pela cultura urbana de bens culturais e naturais do mundo rural, produzindo, assim, uma situação que pode contribuir para alimentar a sociabilidade e reforçar os laços com a localidade(...) Isso quer dizer que o objetivo e a motivação do grupo são, muitas vezes, tão importantes quanto a sociabilidade que ele promove.

Continue navegando