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4 graus de carcinoma na bexiga Na classificação do câncer, as designações Tx, Ta, T1, T2 e T4 são usadas para descrever a extensão de invasão do tumor, particularmente útil em cânceres como o de bexiga. Aqui está um resumo de onde cada um deles fica e o que atinge: 1. Tx: Refere-se a casos em que o tumor não pode ser avaliado. Isso pode ocorrer por falta de dados ou por limitações no exame. Não é possível determinar onde o tumor está ou o quanto ele invadiu o tecido. 2. Ta: Descreve um tumor localizado apenas na camada mais superficial do órgão. No caso da bexiga, Ta se refere a um tumor que está na camada de células uroteliais (a camada interna da parede da bexiga) sem invadir as camadas mais profundas ou a lâmina própria. Esse tipo de tumor é geralmente papilífero (em forma de pequenos dedos ou projeções) e não invasivo. 3. T1: Indica que o tumor começou a invadir a lâmina própria (camada subepitelial), que é uma camada logo abaixo do epitélio. No câncer de bexiga, T1 significa que o tumor já invadiu a lâmina própria, mas ainda não atingiu o músculo da parede da bexiga, chamado músculo detrusor. 4. T2: Refere-se a um tumor que já atingiu o músculo detrusor (a camada muscular da parede da bexiga), mas não se espalhou além dele. Esse estágio pode ser dividido em: ○ T2a: O tumor está na camada superficial do músculo detrusor. ○ T2b: O tumor invadiu profundamente o músculo detrusor. 5. T4: Indica um tumor que já invadiu estruturas adjacentes fora do órgão onde se originou. No caso do câncer de bexiga, T4 significa que o tumor se espalhou para além da bexiga e invadiu tecidos ou órgãos próximos, como a próstata, útero, vagina, parede pélvica ou parede abdominal. Esse estágio é avançado e geralmente implica invasão extensa e necessidade de tratamento mais agressivo. Essa classificação ajuda a definir o tratamento e o prognóstico, com Tx e Ta indicando casos iniciais e T4 mostrando doença avançada e invasiva. características do carcinoma ductal in situ O carcinoma ductal in situ (CDIS) é um tipo de câncer de mama não invasivo, que se caracteriza pela presença de células malignas dentro dos ductos mamários sem invadir o tecido circundante. Suas principais características são: 1. Confinamento aos ductos: As células cancerosas estão restritas ao interior dos ductos mamários e não ultrapassam a membrana basal para invadir o tecido mamário ao redor, o que caracteriza um estágio inicial do câncer. 2. Atipia celular: As células do CDIS apresentam características malignas, como pleomorfismo (variação no tamanho e forma celular), hipercromasia (núcleos mais escuros e densos) e alterações na organização celular. 3. Calcificações: Em muitos casos, o CDIS é identificado em mamografias devido à presença de pequenas calcificações nos ductos, que aparecem como pontos brancos na imagem. Essas calcificações são comuns, especialmente em padrões mais agressivos, como o comedônico. 4. Padrões histológicos variados: ○ Comedônico: Caracterizado por necrose central (área de morte celular) e calcificações grosseiras no interior dos ductos. ○ Cribriforme: As células formam estruturas semelhantes a crivos ou peneiras, com pequenos espaços entre as células. ○ Micropapilar: As células crescem em projeções finas, como papilas, no interior do ducto. ○ Sólido: O ducto é preenchido uniformemente por células cancerosas, sem espaços ou estruturas visíveis. 5. Classificação por grau: ○ Grau baixo: Células com menor grau de atipia e crescimento mais lento, com menor risco de progressão. ○ Grau intermediário: Alterações celulares mais pronunciadas que indicam uma atividade moderada. ○ Grau alto: Células altamente atípicas, associadas a um risco maior de evolução para carcinoma invasivo se não tratadas. 6. Risco de progressão: Embora seja um câncer não invasivo, o CDIS pode evoluir para um carcinoma invasivo se não tratado, especialmente nos casos de alto grau. O diagnóstico precoce do CDIS permite tratar o tumor antes que ele se torne invasivo, o que geralmente leva a um excelente prognóstico para o paciente. alterações celulares de carcinoma na bexiga No carcinoma de bexiga, especialmente no carcinoma urotelial (o tipo mais comum), são observadas várias alterações celulares que ajudam no diagnóstico e refletem o comportamento maligno do tumor. As principais alterações celulares encontradas são: 1. Pleomorfismo celular: As células apresentam variações no tamanho e na forma, o que indica perda de controle sobre o crescimento e a diferenciação celular, características típicas das células malignas. 2. Hipercromasia nuclear: Os núcleos das células cancerosas são mais escuros e densos devido ao aumento do conteúdo de DNA, uma alteração comum em células malignas. 3. Aumento do núcleo-citoplasma: As células apresentam núcleos grandes em relação ao citoplasma, evidenciando a desorganização estrutural e a rápida divisão celular. 4. Cromatina irregular: A cromatina nuclear é grosseira, irregular e densa, refletindo mutações e anormalidades genéticas nas células tumorais. 5. Nucléolos proeminentes: Nucléolos aumentados e bem visíveis indicam uma maior atividade celular, já que os nucléolos estão envolvidos na síntese de proteínas e no crescimento celular. 6. Alterações na arquitetura celular: As células do carcinoma urotelial tendem a perder a organização normal e a coesão entre as células, formando agregados irregulares ou desorganizados. 7. Presença de mitoses atípicas: Há um aumento nas divisões celulares, muitas vezes com mitoses anormais ou atípicas, indicando uma proliferação celular acelerada e descontrolada. 8. Necrose: Nos carcinomas de alto grau, pode-se observar áreas de necrose (morte celular) dentro do tumor, um achado especialmente frequente em padrões agressivos como o carcinoma urotelial comedônico. Essas alterações são observadas tanto em biópsias quanto em exames de citologia urinária e ajudam os patologistas a identificar o grau de malignidade e o estágio do câncer de bexiga, orientando assim o tratamento e o prognóstico. diferenças do câncer de pulmão de células pequenas e não pequenas O câncer de pulmão é geralmente dividido em duas categorias principais: câncer de pulmão de células pequenas (CPCP) e câncer de pulmão de células não pequenas (CPCNP). Esses dois tipos possuem diferenças significativas em termos de características celulares, progressão, tratamento e prognóstico. Abaixo estão as principais diferenças entre eles: 1. Câncer de Pulmão de Células Pequenas (CPCP) ● Características celulares: Composto por células pequenas, redondas ou em formato de “aveia” com núcleos grandes e citoplasma escasso. As células tendem a formar camadas densas. ● Agressividade e Progressão: Muito agressivo, cresce rapidamente e tem alta tendência à metástase precoce para o cérebro, fígado e ossos. ● Estadiamento: Geralmente estadiado em apenas dois níveis: ○ Doença limitada: Restrito a um lado do tórax e com linfonodos próximos. ○ Doença extensa: Já disseminado para outros órgãos ou para o outro lado do tórax. ● Tratamento: Responde inicialmente bem à quimioterapia e radioterapia, pois é sensível a esses tratamentos. No entanto, as recidivas são comuns e, na maioria dos casos, tornam-se mais resistentes ao tratamento. ● Associação com o Tabagismo: Muito associado ao tabagismo, raro em não fumantes. ● Prognóstico: Geralmente possui um prognóstico desfavorável devido à sua natureza agressiva e rápida disseminação. 2. Câncer de Pulmão de Células Não Pequenas (CPCNP) ● Características celulares: Composto por células maiores e de tipos variados. Os principais subtipos incluem: ○ Adenocarcinoma: Cresce em áreas periféricas do pulmão e é o mais comum, especialmente em não-fumantes. ○ Carcinoma de células escamosas: Geralmente localizado nas vias aéreas centrais. ○ Carcinoma de grandes células: Células grandes e de crescimento mais rápido, mas com menor incidência. ● Progressão: Cresce e se dissemina mais lentamente que o CPCP, com metástase geralmente ocorrendo em estágios mais avançados. ● EstadiamentoDetalhado: Estadiado de forma mais detalhada (I a IV), ajudando a orientar tratamentos mais específicos, como cirurgia e terapias-alvo, dependendo do estágio. ● Tratamento: As opções incluem cirurgia (nos estágios iniciais), radioterapia, quimioterapia, imunoterapia e terapias-alvo. A escolha depende do estágio e do subtipo, e algumas terapias-alvo são específicas para mutações presentes em certos casos. ● Associação com o Tabagismo e Outros Fatores: Fatores de risco incluem o tabagismo, mas subtipos como o adenocarcinoma são também comuns em não-fumantes. ● Prognóstico: Geralmente tem um prognóstico mais favorável que o CPCP, especialmente quando detectado precocemente e tratado com cirurgia e terapias personalizadas. Essas diferenças tornam os dois tipos de câncer de pulmão muito distintos em termos de abordagem de tratamento e expectativa de evolução, com o CPCP exigindo intervenções rápidas e intensivas, enquanto o CPCNP permite uma abordagem mais diversificada e, em alguns casos, menos agressiva. CITOPATOLOGIA DA MAMA • O câncer de mama representa o segundo tipo mais frequente no mundo e o mais comum entre as mulheres, constituindo 25% dos casos novos a cada ano. • Considerado a primeira causa de morte entre as mulheres no Brasil. • O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença. http://www.inca.gov.br/ • Altos índices de mortalidade se devem à detecção tardia, levando a tratamentos agressivos, onde na maioria das vezes a doença não responde bem ao mesmo. • Em casos onde a detecção é feita precocemente o índice de cura é alto e a qualidade de vida é garantida. http://www.inca.gov.br/ Estimativa de novos casos: 57.960 (2016 - INCA) Número de mortes: 14.388, sendo 181 homens e 14.206 mulheres (2013 - SIM) http://www.inca.gov.br/ • Raro antes dos 35 anos, acima desta faixa etária sua incidência cresce rápida e progressivamente. • Estatísticas indicam aumento de sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. • Fatores de risco - Fatores demográficos - Fatores Familiares (suscetibilidade genética) - Tabagismo - Fatores reprodutivos - Contraceptivos orais - Tratamento de Reposição Hormonal (polêmica) - Obesidade - Fatores genéticos (mutações em determinados genes transmitidos na família, especialmente BRCA1 e BRCA2) O câncer de mama ocorre tanto em mulheres, quanto em homens na proporção de 100/1, ou seja, em 100 casos de câncer de mama feminino há um caso de câncer de mama masculino. ANATOMIA DA MAMA Estrutura – epitélio glandular. – estroma e tecido de sustentação. – gordura. Estrutura anexa a pele, com peso médio 400 gramas. 15 a 20 lobos. Subdivididos em: 20 a 40 lóbulos. Função secretar leite para o recém nascidos. • Disposta simetricamente em cada lado do tórax, anteriormente aos músculos da região peitoral, e verticalmente da segunda à sexta costela e transversalmente da margem do esterno até à linha médio-axilar. A mamografia continua a ser a pedra angular da população com base em rastreamento do câncer de mama. DIAGNÓSTICO O rastreio sistemático da população feminina com base na mamografia oferece a perspectiva de salvar muitas vidas, reduzindo o lado negativo dos efeitos do tratamento através da detecção de cancro em fases anteriores. AUTO EXAME EXAME CLÍNICO Coleta e preparo de esfregaços Biópsia de fragmento (Core Biopsy). Esse tipo de biópsia não requer internação hospitalar e não deixa cicatrizes. Como permite a retirada de quantidades maiores de tecido mamário, possibilita o diagnóstico preciso da lesão na grande maioria dos casos. Obtenção da biópsia a partir de um procedimento cirúrgico Citologia Aspirativa Punção Biópsia Aspirativa (PBA) Procedimentos - A agulha é da mesma espessura de uma agulha de injeção. - Método rápido e indolor, realizado sob anestesia local, que visa obter algumas células com as quais são feitas lâminas para que após fixação podem ser coradas por H/E ou Papanicolaou. Mamografia - Ultrassom Agulha para a Biopsia Aspirativa Biópsia aspirativa de mama Punção Biópsia Aspirativa (PBA) com Agulha Fina. - Método simples, isento de complicações, de grande valor em mastologia. -1930 – Descrita Martin e Ellis. -Pouco difundida, pois acreditava-se na disseminação de células neoplásicas ao longo do trajeto da agulha. -Outro fator, falta de segurança dos patologistas em estabelecer hipóteses diagnósticas a partir do material obtido. -Década de 60 e 70 – reintrodução e disseminação da técnica a partir dos estudos publicados por Franzen e Zajicek. -Atualmente a PBA tem se tornado mais relevante com o passar dos anos. - A técnica permite reduzir o número de biópsias por patologias benignas sem prejuízo para o diagnóstico precoce do câncer da mama, assim como um planejamento mais adequado da cirurgia definitiva nos casos de neoplasias malignas. Punção Biópsia Aspirativa (PBA) com Agulha Fina no Diagnóstico Diferencial de Patologias da Mama. 341 pacientes, foram diagnosticados histologicamente 103 tumores malignos e 238 doenças benignas da mama. Objetivo – Avaliar a manipulação da técnica por ginecologistas, não citopatologista . Dados Retirados do Artigo: Punção Biópsia Aspirativa (PBA) com Agulha Fina no Diagnóstico Diferencial de Patologias da Mama Francisco José Candido dos Reis, Jurandyr Moreira de Andrade, Maria Angeles Sanches Llorach Velludo, Sérgio Alexandre de Oliveira, Ricardo Barbelli Feitosa, Heitor Ricardo Cosiski Marana, Sérgio Bighetti 7 de maio de 2008 A sensibilidade do método foi de 70,87%, Especificidade de 70,58%, o valor preditivo positivo de 92,40%, o valor preditivo negativo de 89,36% e a acurácia de 70,67%. Não houve diferenças estatisticamente significantes entre os valores calculados levando-se em conta as características clínicas das lesões mamarias Resultados: -Material insatisfatório: Escassez de células epiteliais. Quando procedimento realizado pelo citopatologista o número de amostras insuficientes pode ser reduzido de 18,9% a 3,8%. -Falsos negativos: Atribuído ao erro de punção (Quanto maior a experiência do ginecologista menor a fequência de erros). Outro, erro do material citopatológico. As desvantagens relativas de citologia aspirativa, em comparação com biópsia, incluem: • citologia aspirativa requer treinamento na preparação de esfregaços de qualidade. • Experiência considerável em citologia - necessário para interpretar a citologia aspirativa. • PAAF geralmente é inadequado para a avaliação do microcalcificações. • citologia aspirativa não permite a distinção entre CDIS e carcinoma invasivo. • diagnóstico definitivo de algumas lesões pode ser difícil fazer com base na citologia. • Incluindo a hiperplasia ductal atípica (ADH), CDIS de baixo grau, alguns carcinomas tubulares e lobulares e alguns carcinomas invasivos. Tecido estromal Células espumosas Componentes celulares benignos na secreção mamária - citoplasma abundante, finamente vacuolizado na periferia. - núcleo é pequeno, oval ou reniforme e localizado na periferia. A cromatina é finamente granulosa. - pequenas células histiocíticas . Ocorrência – qualquer esfregaço mamário. Células espumosas (macrófagos) em uma punção da mama, note a intensa vacuolização do citoplasma. Células epiteliais ductais benignas. - Citoplasma colunar baixo ou cúbico. - Núcleo oval, pequeno, de tamanhos iguais, aparentemente prensados em grupos compactos. Ocorrência – descamação resultante de proliferação benigna. Células epiteliais ductais benignas. Células apócrinas Células de formato pleomórfico com citoplasma abundante e granular podendo apresentar-se rosáceo ou vermelho pelo Papanicolaou, núcleo volumoso com nucléolo proeminente e eosinofílicos e estão dispostos em lençóis, raramente encontram- se isoladas, são células metaplásicas dos ductos mamáriosque se assemelham as células das glândulas sudoríparas do tecido conjuntivo Metaplasia apócrina de células epiteliais ductais Células que apresentam citoplasma abundante, eosinofílico, com finos grânulos e núcleos picnóticos. Ocorrência: Células metaplásicas apócrinas / células epiteliais ductais numa ramificação papilar é patológica e sugestiva de mastopatia (alteração no desenvolvimento e involução do tecido mamário). células epiteliais ductais células apócrinas Células mioepiteliais Localizam-se abaixo do epitélio ductal e se destacam pelo citoplasma ser mais claro. A função das células mioepiteliais é contrair-se, promovendo a extrusão do leite secretado. Fragmentos de tecido estromal A) Fragmento de estroma com numerosas células fusiformes, B) pequeno fragmento de tecido adiposo. Na doença fibrocística há hiperplasia tanto das células glandulares (internas) dos ácinos como das mioepiteliais externas e de citoplasma claro. Ocorrência, também de metaplasia apócrina. Doenças benignas da mama MAMA NORMAL DOENÇA FIBROCÍSTICA Doença Fibrocística - Ocorrência 20 e 40 anos, máxima sintomatologia antes da menopausa. - Excesso de estrógenos. - Comportamento benigno, contudo com acentuada proliferação do epitélio, maior o risco de transformar-se em carcinoma. Fatores de risco: hereditariedade e hábitos alimentares (excesso de gordura e cafeína). Presença de cistos pequenos ou volumosos derivados dos ácinos. - núcleo redondo ou oval, ocasionalmente achatado, localizado na periferia, com bordas delicadas e homogêneas e cromatina uniforme, evidenciando 1 ou 2 nucléolos nítidos. Câncer de mama file:///C:/Disciplina 2 semestre 2014/Citologia clínica/Figuras para prática/Mamografia Foto de Stock Royalty Free - Imagem 13017485_files/mamografia-13017485.jpg Papiloma intraductal- tumor menos frequente da mama. - localizado próximo ao mamilo. - Decorre de proliferação do epitélio dos ductos ou seios lactíferos, formando projeções papilíferas na luz que podem preencher o ducto e têm capacidade de secretar. - As secreções podem dilatar o ducto, formando um cisto contendo secreção sanguinolenta. - O tumor é benigno, não sendo considerado precursor de carcinoma. - Na secreção sanguinolenta acham-se colunas alongadas ou agrupamentos arredondados de células epiteliais com o núcleo ovóide, hipertrófico, misturadas com várias células espumosas (mioepiteliais). - A vacuolização do citoplasma é um dado a favor de papilomatose ductal. Fibroadenoma - tumor benigno mais comum. - ocorre durante a idade fértil. - Composto por estroma fibroso e glândulas. - O tumor forma um nódulo bem delimitado do tecido mamário adjacente, notando-se uma delicada cápsula fibrosa. • Forma túbulos ramificados e dilatados em meio ao estroma, não se organiza em lóbulos. • Presença de células epiteliais e mioepiteliais (caracterizam tumor benigno). Camadas planas de células epiteliais uniformes, dispostas ordenadamente (em colméia). O núcleo é redondo ou oval, de tamanho homogêneo e com uma delicada e lisa membrana nuclear. O arranjo da cromatina é delicado, com uma distribuição uniforme. Núcleos nus bipolares sugerem diagnóstico benigno para FBD (fibroadenoma) Fatores de risco câncer de mama ▪ sexo feminino ▪ menarca precoce (antes dos 11 anos) ▪ menopausa tardia (após os 55 anos) ▪ nuliparidade (ausência de gestação) ▪ primeira gestação a termo após 30 anos ▪ mãe ou irmã com história de câncer de mama ▪ dieta rica em gordura animal ▪ dieta pobre em fibras ▪ obesidade (principalmente após a menopausa) ▪ radiação ionizante Adenocarcinoma da mama O carcinoma da mama (predominantemente carcinomas) é o tumor maligno mais frequente no sexo feminino (30% de todos os cânceres) e afeta uma em cada nove mulheres ao longo da vida. A grande maioria corresponde ao tipo carcinoma ductal invasivo. - etiologia é desconhecida, mas muitos dos fatores de risco, implicam em prolongada exposição à estrógeno endógeno (ou estrógeno em excesso). Carcinoma ductal in situ As células neoplásicas preenchem os ductos mas não ultrapassam a membrana basal (contorno dos ductos mantém-se regular). Carcinoma Ductal in Situ Tumor pouco diferenciado. As células formam cordões sólidos que infiltram difusamente o tecido mamário. Carcinoma ductal invasivo Carcinoma Ductal Invasivo Carcinoma Ductal in Situ Carcinoma Ductal in Situ As células malignas de origem ductal na secreção mamária mostram as mesmas características citológicas, independentemente da infiltração além da membrana basal dos ductos. - hipercromatismo. - aumento nuclear com distribuição irregular da cromatina. - relação núcleo-citoplasmática aumentada. - macronucléolos. - multinucleação. - intensa celularidade (em grupos e células isoladas). - tridimensionalidade nos grupos celulares. - células desprendidas em seus bordos. - células de tamanhos variáveis ora amoldadas com citoplasmas mal definidos, as vezes vacuolizados (células em anel de sinete). - mitose. - ausência de células mioepiteliais - estroma adiposo aderido a grupos de células tumorais. • Nódulo » Indolor » Com limite impreciso » Superfície irregular » Aderido ao tecido vizinho » Com microcalcificações pleomórficas FERNANDA VALÉRIA PAULINO FRANCISCO G79DJD-0 BI4P28 Vacuolização ● O que é: Refere-se à formação de vacúolos (cavidades cheias de líquido) dentro da célula, principalmente no citoplasma. ● O que indica: A vacuolização ocorre quando há lesão ou estresse na célula, levando ao acúmulo de água ou outros líquidos. Isso é comum em situações de isquemia (falta de suprimento de sangue), inflamação crônica ou acúmulo de toxinas. ● Exemplo clínico: O fígado gorduroso (esteatose hepática) pode apresentar vacuolização, com vacúolos contendo gordura. 2. Metacromasia ● O que é: A metacromasia ocorre quando a coloração de certas células ou tecidos muda de forma inesperada ao utilizar um corante específico. Em vez de sua cor usual, a célula ou tecido adquire uma coloração diferente. ● O que indica: Isso acontece devido à presença de componentes celulares que alteram a forma como o corante é absorvido, como mucopolissacarídeos ácidos (glicosaminoglicanos). O tecido que normalmente seria de uma cor se torna de outra devido a essas interações químicas. ● Exemplo clínico: Tecidos ricos em cartilagem ou mastócitos (células do sistema imunológico) apresentam metacromasia. 3. Pseudoeosinofilia ● O que é: Refere-se à coloração anormal de estruturas que parecem eosinofílicas (avermelhadas) sob o microscópio, mas que na verdade não são. ● O que indica: Esta alteração geralmente aparece em células que estão passando por degeneração ou necrose. A interação anormal com os corantes ácidos, como a eosina, cria essa falsa aparência. ● Exemplo clínico: Células em necrose ou apoptose avançada podem exibir pseudoeosinofilia. 4. Disceratose ● O que é: É uma alteração no processo de queratinização, que é o processo de maturação e endurecimento das células epiteliais, principalmente na pele. ● O que indica: Sinal de uma maturação celular anormal, frequentemente visto em doenças da pele e em neoplasias. Isso significa que as células estão se queratizando de forma prematura ou errada. ● Exemplo clínico: Doenças como o líquen plano ou carcinomas espinocelulares mostram disceratose nas células epiteliais. 5. Hipercromasia ● O que é: O núcleo da célula fica intensamente corado, mais escuro que o normal, indicando uma alta concentração de DNA. ● O que indica: A hipercromasia é frequentemente associada a células malignas, pois o aumento da condensação de DNA reflete atividade replicativa aumentada ou desorganizada. ● Exemplo clínico: Células cancerígenas frequentemente apresentam hipercromasia devido à sua replicação descontrolada. 6. Cariomegalia ● O que é: Aumento anormal do tamanho do núcleo da célula. ● O que indica:Um sinal de distúrbios no ciclo celular, a cariomegalia pode ocorrer em infecções virais (como o citomegalovírus) ou em câncer, onde a divisão celular está desregulada. ● Exemplo clínico: O citomegalovírus pode causar cariomegalia, especialmente em células infectadas. 7. Cariopicnose ● O que é: Condensação extrema do núcleo, que se torna pequeno e muito denso. ● O que indica: Esta é uma característica de células em estágio terminal de morte celular, como na necrose, onde o núcleo já não está funcional e está se fragmentando. ● Exemplo clínico: Células em necrose apresentam cariopicnose antes de passar para estágios mais avançados de destruição nuclear. 8. Anisonucleose ● O que é: Variação significativa no tamanho dos núcleos entre células de uma mesma amostra. ● O que indica: Esta alteração é comum em neoplasias, onde as células cancerígenas perdem a uniformidade no tamanho do núcleo devido à desregulação do ciclo celular. Células normais tendem a ter núcleos de tamanhos similares. ● Exemplo clínico: Em biópsias de câncer, como o carcinoma de mama, a anisonucleose é frequentemente observada. 9. Irregularidades da membrana nuclear ● O que é: A membrana nuclear apresenta alterações na sua superfície, como invaginações, rugosidades ou deformidades. ● O que indica: Essas irregularidades são frequentemente observadas em células malignas, refletindo instabilidade no núcleo e uma replicação celular descontrolada. ● Exemplo clínico: Células cancerígenas mostram irregularidades na membrana nuclear, especialmente em tumores sólidos. 10. Cariorrexe ● O que é: Fragmentação do núcleo em vários pedaços. ● O que indica: Um dos estágios da morte celular, seja por necrose ou apoptose, onde o núcleo se quebra em pequenos fragmentos. Isso ocorre em resposta a lesões irreparáveis dentro da célula. ● Exemplo clínico: Observada em necrose coagulativa e apoptose, a cariorrexe é um sinal de destruição irreversível. 11. Cariólise ● O que é: Desintegração total do núcleo celular, com a perda do DNA e das proteínas nucleares. ● O que indica: Estágio final de necrose, em que o núcleo desaparece completamente, marcando o fim da viabilidade celular. ● Exemplo clínico: Em infartos, como os do miocárdio, a cariólise é vista em células mortas. Profa. MSc. Juliana Garcia UNIDADE III Citopatologia Oncótica O sistema respiratório consiste em vias respiratórias e pulmões, em que ocorre a troca de gases. Funcionalmente, as vias respiratórias do sistema respiratório podem ser divididas em duas partes: As vias aéreas superiores são formadas pelas: fossas nasais, faringe e laringe; As vias aéreas inferiores são formadas pela: traqueia, brônquios, bronquíolos e alvéolos. Os três últimos localizados nos pulmões. Os pulmões são as estruturas funcionais do sistema respiratório. Os pulmões têm irrigação sanguínea proveniente de duas fontes: a circulação pulmonar desempenha a função de troca gasosa dos pulmões, enquanto a circulação brônquica distribui sangue às vias aéreas de condução e às estruturas de sustentação do pulmão. Citopatologia e vias respiratórias: anatomia e histologia do sistema respiratório O sistema respiratório pode ser dividido em uma porção condutora, que conduz o ar para os locais onde se dão as trocas gasosas, e uma porção respiratória, onde ocorre a troca de gases entre o ar e o sangue. A porção condutora é formada por: cavidades nasais, faringe, laringe, traqueia, brônquios, bronquíolos e bronquíolos terminais. A porção respiratória consiste em: bronquíolos respiratórios, ductos alveolares, sacos alveolares e alvéolos. Citopatologia e vias respiratórias: anatomia e histologia do sistema respiratório Ilustração do sistema respiratório. Fonte: MONTANARI, T.; BORGES, E. O. Museu virtual do corpo humano. Porto Alegre: UFRGS, 2010. Disponível em: http://www.ufrgs.br/museuvirtual Os principais componentes do tecido pulmonar, vistos nos preparados citológicos, são as células do epitélio respiratório e os macrófagos: Células colunares ciliadas: São muito especializadas, estão presentes na traqueia e nos brônquios, possuem núcleos basais, cromatina fina e uma barra terminal marcada com cílios. Células mucossecretoras (globet cells): Estão presentes na mucosa respiratória da cavidade nasal, numa relação de uma para seis células ciliadas, também possuem núcleos basais e seu citoplasma é distendido pela presença de mucinas, que são secretadas para a luz das vias respiratórias, exercendo importante efeito citoprotetor; Células basais ou de reserva: Localizam-se junto à membrana basal, são pequenas e indiferenciadas, provavelmente as precursoras das células ciliadas e mucossecretoras. Citopatologia e vias respiratórias: anatomia e histologia do sistema respiratório Células neuroendócrinas (ou células de Kulchistsky): Estão presentes no epitélio brônquico, tanto de forma isolada como em agregados (corpos neuroepiteliais) e só são identificadas por meio de colorações especiais ou pela microscopia eletrônica. Estão estreitamente relacionadas com as terminações nervosas da mucosa respiratória e têm funções sensitiva e secretora. Quando transformadas por carcinógenos, originam o carcinoma de pequenas células, uma das neoplasias pulmonares mais agressivas. Células de clara (clara cells): São células colunares, não ciliadas, que revestem os bronquíolos terminais em que o fluxo aéreo é mais lento, propiciando maior interação com os componentes químicos inalados. Sua função mais importante é a metabolização de xenobióticos (pesticidas agrícolas, inseticidas, plásticos, produtos de limpeza e fármacos) e em algumas situações podem contribuir para a geração de intermediários carcinógenos. Citopatologia e vias respiratórias: anatomia e histologia do sistema respiratório Pneumócitos Tipo I: Revestem cerca de 95% da superfície interna alveolar, são mais numerosas que os pneumócitos II, são planas, pobres em organelas e com citoplasma extenso. São células que não se dividem. Pneumócitos Tipo II: Encontram-se na superfície interna alveolar, são células redondas com citoplasma vacuolado, difíceis de serem distinguidas dos macrófagos alveolares nos preparados citológicos. São responsáveis pela produção do surfactante, substância que controla a tensão superficial da interface ar – líquido pulmonar e que facilita a fagocitose de micro-organismos pelos macrófagos alveolares. Quando há lesão alveolar, funcionam como células de reserva para os pneumócitos tipo I. Citopatologia e vias respiratórias: anatomia e histologia do sistema respiratório Macrófagos alveolares: Originam-se dos próprios pulmões ou dos monócitos circulantes, sendo também conhecidos como pneumócitos tipo III. Cada alvéolo possui de dois a três macrófagos residentes livres, que representam a primeira linha de defesa alveolar. Células mesoteliais: São frequentemente vistas nas biópsias aspirativas, particularmente nas lesões da pleura. Células serosas: Juntamente com as células mucosas, são responsáveis pela maior parte dos componentes orgânicos do fluido que reveste internamente as vias respiratórias e pela secreção de componentes importantes para a defesa pulmonar. Citopatologia e vias respiratórias: anatomia e histologia do sistema respiratório As infecções respiratórias são as causas mais comuns de doença respiratória. Isso inclui resfriado comum, influenza, pneumonias, tuberculose e infecções fúngicas. A quantidade e qualidade do material citológico são fatores determinantes na precisão diagnóstica e estão diretamente relacionados ao uso de técnicas adequadas de amostragem e ao processamento apropriado dos espécimes. Obtidos por meio da punção aspirativa com agulha fina (Paaf) ou por capilaridade. Obtidos a partir da raspagem de uma lesão ou de células que descamam naturalmente; compreendem os escovados, lavados e também as análises de escarro.Coleta e confecção dos esfregaços Punção Punção aspirativa com agulha fina (Paaf): na obtenção de amostras de nódulos ou tumores de qualquer topografia, seja de órgãos superficiais, como mama, tireoide, linfonodos e glândulas salivares, principalmente, seja de órgãos profundos, como pulmão, fígado, pâncreas e retroperitônio. Punção por capilaridade Escovados Lavados: Lavado brônquico e Lavados broncoalveolares (LBA) Escarro Coleta e confecção dos esfregaços Com finalidades de estadiamento e tratamento, o câncer de pulmão é classificado como CPPC (Cânceres pulmonares de pequenas células) ou CPCNP (Cânceres pulmonares de células não pequenas). A razão principal para isso é que quase todos os CPPC já produziram metástases por ocasião do diagnóstico. As manifestações clínicas do câncer pulmonar podem ser atribuídas ao envolvimento do pulmão e das estruturas adjacentes, aos efeitos da disseminação local e das metástases e às síndromes paraneoplásicas que causam disfunção endócrina, neurológica e hematológica. Como ocorre com outros cânceres, o câncer de pulmão causa sinais e sintomas inespecíficos, como anorexia e emagrecimento. Análise da citologia normal do sistema respiratório e citopatologia neoplásica do sistema respiratório Os CPPC caracterizam-se por um tipo celular distintivo, isto é, células redondas ou ovais pequenas que têm dimensões semelhantes ao tamanho de um linfócito. As células proliferam em grupos, que não demonstram organização glandular ou escamosa. Esse tipo de célula está diretamente associado ao tabagismo e raramente é observado nos indivíduos que nunca fumaram. Os CPPC são altamente malignos, tendem a causar infiltrados difusos, disseminam em estágios precoces de sua evolução e raramente são operáveis. Esse tipo de câncer pulmonar está associado a várias síndromes paraneoplásicas, inclusive síndrome de secreção inadequada de hormônio antidiurético (SSIADH), síndrome de Cushing associada à secreção ectópica de hormônio adrenocorticotrófico e síndrome de Eaton-Lambert (um distúrbio neuromuscular). Cânceres pulmonares de pequenas células Carcinoma espinocelular. É diagnosticado mais comumente nos homens e está relacionado com a história de tabagismo. Esse tipo de carcinoma tende a originar-se dos brônquios centrais na forma de uma proliferação intraluminar e, deste modo, pode ser diagnosticado mais precocemente por exame citológico do escarro que os outros tipos de câncer do pulmão. Adenocarcinoma. A associação desse tipo de câncer ao tabagismo é menos evidente que a do carcinoma espinocelular. O adenocarcinoma de pulmão é mais comum nas mulheres e nos indivíduos que não fumam. Os adenocarcinomas podem originar-se dos tecidos bronquiolares ou alveolares do pulmão. Esses tumores tendem a se localizar mais perifericamente que os carcinomas espinocelulares e, em alguns casos, estão associados a áreas de retração fibrótica. Cânceres pulmonares de células não pequenas Carcinoma de células grandes. Caracteriza-se por células poligonais volumosas. Esses tumores constituem um grupo de neoplasias altamente anaplásicas e difíceis de classificar como carcinomas espinocelulares ou adenocarcinomas. Os carcinomas de células grandes tendem a ocorrer na periferia dos pulmões e invadir brônquios segmentares e vias respiratórias mais calibrosas. Os tumores desse tipo têm prognóstico desfavorável, em razão de sua tendência a produzir focos metastásticos distantes em estágios iniciais de sua evolução. Análise da citologia normal do sistema respiratório e citopatologia neoplásica do sistema respiratório Com finalidades de estadiamento e tratamento, como o câncer de pulmão é classificado? Interatividade Cânceres pulmonares de pequenas células ou Cânceres pulmonares de células não pequenas. Resposta O câncer de mama é uma das doenças mais incidentes em mulheres na faixa etária de 40 a 59 anos com múltiplos fatores de risco associados: fatores genéticos, ambientais e comportamentais, caracterizando-se pela proliferação desordenada e em constante crescimento das células deste órgão; O câncer de mama representa um grave problema de saúde pública no Brasil e no mundo, dada a sua alta incidência, morbidade/mortalidade, como também pelo alto custo no tratamento, seguimento e reabilitação. Estimativas apontam que, em 2020, serão cerca 15 milhões de novos casos, podendo atingir 12 milhões de mortes; Diante deste panorama desfavorável à saúde das mulheres brasileiras, as autoridades sanitárias do país, preocupadas em transformar esta triste estatística, utilizando como instrumento a lei Federal 11.664/2008-MS, estabeleceram como estratégia a garantia de acesso ao método de diagnóstico da mamografia a todas as mulheres a partir dos 40 anos de idade como prevenção secundária ao câncer de mama. Citopatologia da mama: anatomia e histologia da mama Apesar da mamografia ser o método de eleição para o rastreamento deste agravo, pois possibilita a detecção precoce de lesões menores ou iguais a um centímetro, representam melhor resposta terapêutica e capacidade de cura. Atualmente, a terapêutica do carcinoma mamário é realizada por uma equipe multidisciplinar visando ao tratamento integral da paciente. As condutas terapêuticas a serem instituídas são: cirurgias conservadoras e/ou radicais, radioterapia complementar, quimioterapia e/ou hormonioterapia, fundamentada de acordo com a análise da técnica da Imuno-histoquímica (IHQ). Assim, o custo para esta terapêutica está subordinado ao estádio da doença no momento do diagnóstico, estando em torno de R$ 23.275,00 (INSTITUTO DO CÂNCER, 2004, BARROS, 2001; GODINHO, KOCH, 2004). Citopatologia da mama: anatomia e histologia da mama A maioria deste tipo de câncer acomete as células dos ductos das mamas. Por isso, o tumor mais comum denomina-se Carcinoma Ductal. Este pode ser “in situ”, quando não passa das primeiras camadas de célula destes ductos; ou invasor, quando invade os tecidos adjacentes; e/ou metástase. Já os que acometem os lóbulos da mama são chamados de Carcinoma Lobular e são menos frequentes e, geralmente, afetam as duas mamas. O Carcinoma Inflamatório de mama é um câncer mais raro e normalmente se apresenta de forma agressiva, comprometendo toda a mama, deixando-a edemaciada e hiperemiada. A sintomatologia inicial é um pequeno nódulo no seio, geralmente indolor, e que pode crescer lenta ou rapidamente, dependendo de sua carcinogênese. Citopatologia da mama: anatomia e histologia da mama Os tumores malignos de mama são classificados conforme as características de suas células e relação com os tecidos ao seu redor. Nas fases iniciais, ainda sem a presença de nódulos, as alterações do tecido provocam um acúmulo de cálcio e podem ser identificadas pela mamografia como grupamentos de calcificações. As chamadas microcalcificações agrupadas podem indicar o câncer em fase muito precoce, com lesões menores ou iguais a um centímetro de diâmetro. Quando as células estão anormais e não existe ruptura das suas membranas basais, ou seja, não existe invasão de tecidos, o carcinoma é chamado de in situ. Se as células são provenientes dos ductos, o carcinoma é dito ductal e se oriundas em lóbulos mamários chama-se de carcinoma lobular, havendo quebra da barreira entre as células, acrescenta-se a denominação invasor. Classificação quanto ao tipo histológico e estadiamento tumoral O carcinoma ductal infiltrante ou invasor (CDI) é o mais prevalente nas mulheres, classificado de acordo com as variações morfológicas, que são inumeráveis, e o padrão de disseminação. Os CDI são tumores sólidos, firmes, pouco circunscritos, com bordos infiltrativos e de consistência arenosa. A superfície de corte é amarelada ou cinza amarelada, com trabéculas irradiando na gordura adjacente, conferindo ao tumor umaspecto estrelado ou 17 espiculado. Algumas vezes estes tumores podem ser delimitados, redondos, lobulados ou multinodulares. Classificação quanto ao tipo histológico e estadiamento tumoral Estrutura da Glândula Mamária. Classificação quanto ao tipo histológico e estadiamento tumoral Esquema de progressão tumoral em câncer de mama. Fonte: Adaptado de: SENISKI. Análise do perfil de metilação do promotor do gene adam33 e sua correlação clínica com câncer de mama. UFPR, 2008. p. 23. Ducto normal Carcinoma in situ Carcinoma invasivo Ductos Lóbulos Costelas Músculo Tecido adiposo Tecido conjuntivo Mamilo Abertura do ducto Células lumineis Células mioepiteliais Membrana basal O tamanho do tumor é considerado um dos fatores prognósticos mais importantes no câncer de mama, e quanto maior o tamanho do tumor, maior a probabilidade de comprometimento de linfonodo axilar, com redução no intervalo livre de doença e sobrevida. Vários estudos demonstraram relação inversa entre tamanho do tumor e sobrevida. Tumores menores que 10 mm e tumores com 17 a 22 mm têm sido associados com uma sobrevida de 5 anos, de 86% e 59%, respectivamente. Desta forma, uma classificação abrangendo as características clínicas e histopatológicas do carcinoma mamário, avaliando o tamanho do tumor, o comprometimento do linfonodo axilar e a evidência de metástases, foi desenvolvida pelo International Union Against Cancer (IUAC), originando o sistema Tumor-Nódulo-Metástase (TNM). Classificação histopatológica do carcinoma mamário segundo o sistema tumor-nódulo-metástase (TNM) A graduação histológica dos tumores de mama é importante fator prognóstico clínico e se baseia nas características arquiteturais do tumor (grau histológico), do núcleo (grau nuclear), e na proliferação das células neoplásicas (índice mitótico). Assim, de acordo com esses parâmetros, foi definido o sistema de Scarff-Bloom-Richardson (SBR), que define três graus de diferenciação histológica, obtidos pela soma de três variantes: Formação tubular, pleomorfismo nuclear (descreve a forma do núcleo) e índice mitótico (avalia o número de mitoses encontradas na amostra) graduados em escores 1, 2, 3, respectivamente. A soma dos pontos dos três componentes determina a graduação histológica em: I (bem diferenciado), II (moderadamente diferenciado) e III (fracamente diferenciado). Classificação da graduação histológica segundo o sistema de scarf-bloom- richardson (SBR) A presença ou não de comprometimento de linfonodo axilar, assim como o número, tamanho, localização e coalescência dos linfonodos, são importantes fatores prognósticos no câncer de mama. O comprometimento do linfonodo axilar pode ser consequente à agressividade do tumor primário, com tendência à metástase para outros órgãos. Vários estudos têm demonstrado pior prognósticos quando há comprometimento dos linfonodos axilares, comparados com axilas livres de tumor. O valor prognóstico de comprometimento axilar também é avaliado pelo nível em que se encontram os linfonodos metastáticos. A abordagem axilar pode variar desde dissecção total da axila, pequenas amostras ou, conforme descrito recentemente, pela identificação do linfonodo sentinela (LS). O LS é o primeiro linfonodo a drenar as micrometástases do tumor primário. Sua identificação é realizada através de injeção de corantes vitais ou radiofármacos, seguido de linfocintilografia e uso de detector portátil de radiação (probe). Avaliação do comprometimento de linfonodos axilares Principais características da lesão proliferativa benigna sem atipia: Agrupamentos de células ductais com pequena sobreposição nuclear; Cromatina fina e regularmente distribuída; Presença de núcleos desnudos bipolares (marcador de benignidade). Principais características da lesão proliferativa benigna com atipia (ADH): Grandes agrupamentos de células ductais com intensa sobreposição nuclear; Espaços celulares irregulares; Cromatina nuclear de aspecto grosseiro com presença de nucléolo proeminente; Presença de células atípicas isoladas. Aspectos citomorfológicos das principais alterações da mama Autoexame das mamas Mamografia Ultrassonografia Marcadores tumorais Imuno-histoquímica (IHQ) Biópsias: cirúrgicas ou punção realizada com uma agulha, conectada a uma pistola, a qual retira pequenos fragmentos do nódulo; este procedimento deve sempre ser acompanhado por algum exame de imagem – Punção aspirativa por agulha INA (PAFF). Métodos diagnósticos Quais seriam os métodos diagnósticos para a prevenção do câncer de mama? Interatividade Autoexame das mamas Mamografia Ultrassonografia Marcadores tumorais Imuno-histoquímica (IHQ) Biópsias: cirúrgicas ou punção realizada com uma agulha, conectada a uma pistola, a qual retira pequenos fragmentos do nódulo; este procedimento deve sempre ser acompanhado por algum exame de imagem – Punção Aspirativa por Agulha Ina (PAFF). Resposta A citologia urinária é um teste importante na investigação de pacientes que estão em risco e em vigilância de pacientes com carcinoma urotelial, um câncer relativamente comum em adultos e com mortalidade significativa. Vantagens da citologia urinária incluem o fato de ser pouco invasiva, a facilidade de realização, a alta sensibilidade e especificidade para lesões uroteliais de alto grau (que podem ser ocultas à cistoscopia), a possibilidade de pesquisa de todo o trato urotelial e o baixo custo. Há, no entanto, limitações, incluindo a baixa sensibilidade e o baixo valor preditivo negativo em pacientes com tumores uroteliais de baixo grau, problemas na forma de colheita e preservação da amostra, uma taxa significativa de resultados equívocos ou atípicos, e a falta de padronização da nomenclatura dos laudos citopatológicos. Citopatologia do trato urinário: anatomia e histologia do trato urinário O sistema urinário retira do organismo, através da urina, as substâncias em excesso e os produtos residuais do metabolismo, contribuindo para a manutenção da homeostase, ou seja, da composição química do meio interno. O trato urinário é composto pelos rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. A porção basal da bexiga urinária contém o trígono, uma área triangular com o vértice dirigido para a frente. A pelve renal, os ureteres, a bexiga e a uretra são revestidas por um epitélio altamente especializado e único, o “urotélio”, também conhecido como epitélio transicional. O urotélio é composto por uma camada basal de células cuboides descansando sobre a membrana basal, camadas intermediárias, e uma camada superficial de células referidas como células guarda-chuva, que são razoavelmente grandes e podem ter vários núcleos. Citopatologia do trato urinário: anatomia e histologia do trato urinário Uma das maiores causas de limitação e desapontamento em relação aos resultados da citologia urinária é a colheita inadequada. A maior parte dos laboratórios não fornece orientações adequadas, e a maior parte dos urologistas desconhece os fundamentos necessários. Tal fato é crítico, pois uma revisão sistemática da literatura demonstra claramente que a colheita de citologia oncótica urinária requer alguns cuidados especiais. Nunca deve ser usada a primeira urina matinal. O espécime deve ser colhido entre o café e o almoço, cerca de três horas após a primeira micção do dia e após a ingestão de 3-4 copos de água. Após a colheita, o material deve ser imediatamente colocado em refrigeração, sem adição de nenhuma substância, e enviado ao laboratório. Colheita da citologia urinária Outros métodos diagnósticos detectáveis na urina têm sido investigados, a exemplo dos marcadores tumorais. As técnicas baseadas em diferentes metodologias, como a detecção do mRNA do marcador Survivina pela técnica de PCR3, marcadores imunocitoquímicos, como p53/ki674, p16, citoqueratina20, têm sido propostas como ferramentas auxiliares na detecção de carcinomas uroteliais de alto grau, apresentando bons resultados. É importante frisar que a utilidade da citologia oncótica urinária vai muito além da identificação dos componentes do sedimento em rotinas de urina. A amostra biológica assume importância também como método de detecção das alterações malignas nas células esfoliadas, e pode ser de grande utilidade quando em associação com outros métodos diagnósticos. Outros métodos diagnósticos detectáveis na urina O câncer de bexiga atinge as células que cobrem o órgão e é classificado de acordo com a célula que sofreu alteração. Existem três tipos: Carcinoma de células de transição: representa a maioria dos casos e começa nas células do tecido mais interno da bexiga. Carcinoma de células escamosas: afeta as células delgadas e planas que podem surgir na bexiga depois de infecção ou irritação prolongadas. Adenocarcinoma: se inicia nas células glandulares (de secreção) que podem se formar na bexiga depois de um longo tempo de irritação ou inflamação. Citopatologia neoplásica do trato urinário Quando o câncer se limita ao tecido de revestimento da bexiga, é chamado de superficial. O câncer que começa nas células de transição pode se disseminar através do revestimento da bexiga, invadir a parede muscular e disseminar-se até os órgãos próximos ou gânglios linfáticos, transformando-se num câncer invasivo. Rins: Cerca de 3% das neoplasias que acometem a população são tumores renais, sendo o adenocarcinoma o representante de 85% dos casos. Geralmente, o Câncer de Rim manifesta-se mais em adultos do sexo masculino, possuindo, na fase inicial, sintomas de difícil identificação, mas que comumente são: dores nas costas, presença de sangue na urina (hematúria), aumento do abdome e perda de peso sem nenhuma origem específica. Ureter: Os tumores que afetam o ureter são considerados os mais raros, atingindo, normalmente, homens acima dos 65 anos. Os sintomas que este tipo de câncer desencadeia são muito semelhantes ao dos outros órgãos do Sistema Urinário, como hematúria e dores lombares. Citopatologia neoplásica do trato urinário A citologia urinária tem papel relevante para o estabelecimento de conduta, principalmente se feita adequadamente. Pode ser de grande utilidade em locais onde há carência de métodos diagnósticos mais sofisticados e, em associação com a cistoscopia (exame de imagem para verificar principalmente a bexiga), oferece resultado confiável, através de metodologia não invasiva e barata, principalmente em relação às lesões de alto grau – para essas lesões deve-se ter em mente que a citologia urinária permanece como um método muito útil de monitoramento, oferecendo, para os pacientes com carcinomas uroteliais superficiais de alto grau, uma sensibilidade e especificidade diagnóstica que alcança cerca de 90%. Conclusão Manual de citopatologia diagnóstica/editores Mercedes Gamboni, Elias Fernando Miziara; [tradução e revisão científica María Fuencisla de Felipe Martínez, Mercedes Gamboni e Elias Fernando Miziara]. Barueri, SP: Manole, 2013. Referências ATÉ A PRÓXIMA!