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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO CAMPUS SÃO JOSÉ DOS CAMPOS 2015 RELATÓRIO DE PRÁTICA EXPERIMENTAL DE QUÍMICA TERMOQUÍMICA ANA GABRIELE DIAS IMPERE R.A. 104764 MATHEUS GONÇALVES FONSECA R.A. 103234 MATHEUS M. SANTOS VELLOSO R.A. 104113 THALES MAZIEIRO SOARES R.A. 103246 PROF°s Marli e Maraísa INTRODUÇÃO Termoquímica é o ramo da termodinâmica que se concentra no estudo das relações térmicas e energéticas das reações químicas. Em termoquímica, se abordam conceitos como calor, entalpia, energia potencial e entropia. Conceitos estes que se relacionam através das leis da termodinâmica e têm crucial importância no desenvolvimento de máquinas térmicas e no estudo das reações e transformações químicas e físicas, como será demonstrado neste relato da prática realizada. O conceito físico chave para esta prática experimental é o calor, que, basicamente, expressa a quantidade de energia transferida devido a uma variação de temperatura. Pode- se expressar o calor “q” pela relação 𝑞 = ∆𝑈, em que “U” é a energia interna de um sistema, grandeza associada à capacidade deste de realizar trabalho. Nota-se então, a crucial relação entre calor, energia interna e a capacidade de realizar trabalho térmico. Pode-se expressar o calor também em termos da massa, calor específico e variação de temperatura, o calor de combustão de uma vela e o calor de solidificação da parafina foram calculados desta forma, a partir de dados experimentais da massa e variações de temperatura. O calor transferido pode ser determinado em termos de massa, temperatura e calor específico pela equação 1.1 𝑞 = 𝑚𝑐∆𝑇 (eq. 1.1) Calor específico “c” é uma grandeza física intensiva que determina a variação térmica de uma substância em função de uma variação de temperatura. É calculado com base em resultados experimentais de cada material e tabelado para fácil consulta de seu valor. Serão apresentados os valores calculados para o calor de fusão da vela e de solidificação da parafina através de dados obtidos com simples calorímetros rudimentares. DESCRIÇÃO DOS MATERIAIS Nesta prática, fez-se uso de uma balança para pesagem, uma vela, uma lata vazia de leite em pó, onde foi fixada a vela, uma lata vazia de refrigerante, utilizada como um calorímetro básico, um termômetro, uma garra, e um suporte universal, para a fixação da lata de refrigerante. Para a determinação de calor de solidificação, fez-se uso de parafina, uma placa de aquecimento, um béquer de 250 mL, e um béquer de 50 mL. Além disso, foram usados um tubo de ensaio, no qual foi fundida a parafina e uma pinça de madeira, para manuseio do tubo. DESCRIÇÃO DO EXPERIMENTO Para a determinação do calor de combustão da vela, foi montado um calorímetro rudimentar. A vela foi queimada sob uma lata de refrigerante com água, e a partir da variação de temperatura observada, pode-se calcular o calor transferido pela relação de calor, massa e temperatura apresentada na introdução. A vela foi presa no interior da lata de leite em pó, e ambos foram pesados antes da queima. A massa do sistema vela+lata obtida antes da queima foi de 76,88 gramas. A lata de refrigerante também foi pesada e sua massa era de 12,34 g, adicionou-se água até aproximadamente a metade da lata e esta foi pesada novamente, a massa deste sistema era de 162,50 gramas. Com um termômetro, verificou-se a temperatura da água da lata e esta apresentava 20º C antes da queima. Foi montado o calorímetro com a seguinte disposição: a vela no interior da lata de leite em pó e no centro da mesma, a lata de leite em pó sobre a base do suporte universal, a garra fixada no suporte universal e suspendendo a lata de refrigerante, conforme indicado na figura 1.1 Figura 1.1 – Disposição do calorímetro Em seguida, a vela foi acesa e assim permaneceu por aproximadamente 5 minutos. Foi efetuada outra medição de temperatura da água da lata e obteve-se 36º C. O sistema lata de leite+vela foi pesado novamente e a massa obtida foi de 77,43 gramas. As massas e temperaturas obtidas neste experimento e o conhecimento do calor específico do alumínio da lata já bastam para o cálculo do calor transferido que será aproximadamente igual ao calor de combustão desta vela, levando em conta que ocorreram “perdas” desta energia calorífica para o ambiente. Para a determinação do calor solidificação, seguem os passos: Um béquer de 50 mL foi pesado vazio e o mesmo apresentava 33,42 gramas de massa. Aproximadamente 30 mL de água foi colocada neste béquer e então este foi pesado novamente, apresentando desta vez 64,23 gramas de massa com a adição da água. A água teve sua temperatura medida e apresentou o valor de 20ºC. A parafina foi fundida em um tubo de ensaio de 6,42 gramas de massa, cerca de 1,50 gramas de parafina em flocos foi colocada no tubo e este sistema foi pesado, a massa total foi de 7,93 gramas. Em seguida, um béquer de 250 mL foi preenchido até o volume aproximado de 150 mL. Este béquer foi posto em contato com a placa de aquecimento. Com uma pinça de madeira, o tubo de ensaio contendo a parafina foi suspenso, estando este preso na pinça e esta apoiada nas bordas do béquer de 250 mL. A placa de aquecimento foi ligada, a água do béquer foi aquecida e, por condução, a parafina também foi, e desta forma foi possível a sua fusão. Logo após a fusão completa da parafina, o tubo contendo a mesma foi inserido no béquer de 50 mL, e este serviu como calorímetro. A água foi agitada com um termômetro e sua temperatura máxima foi medida. Esta foi de 24º C. RESULTADOS E DISCUSSÃO Para determinar o calor de combustão da vela, basta calcular, por meio da relação descrita na equação 1.1, a soma dos calores da água e da lata, pois ambos absorveram o calor proveniente da reação de combustão dessa vela. A massa de água na lata de refrigerante era de 150,16 gramas, o calor específico da água é de 1 cal/g.°C, e a variação de temperatura em função da transferência de calor foi de 16º C. A massa da lata era de 12,34 gramas, e seu calor específico é de 0,10 cal/g.°C, a variação de temperatura foi a mesma que para a água, portanto, 16º C. O calor cedido pela vela será igual à soma dos calores absorvidos, de acordo com a equação 1.2, 1.3, e 1.4 temos: 𝑄á𝑔𝑢𝑎 + 𝑄𝑙𝑎𝑡𝑎 = 𝑄𝑣𝑒𝑙𝑎 (eq. 1.2) (𝑚𝑎𝑔𝑢𝑎 × 𝑐𝑎𝑔𝑢𝑎 × ∆𝑇𝑎𝑔𝑢𝑎) + (𝑚𝑙𝑎𝑡𝑎 × 𝑐𝑙𝑎𝑡𝑎 × ∆𝑇𝑙𝑎𝑡𝑎) = 𝑄𝑣𝑒𝑙𝑎 (eq. 1.3) (150,15 × 1 × 16) + (12,34 × 0,10 × 16) = 2422,30 𝑐𝑎𝑙 (eq. 1.4) O calor que a vela transferiu foi de 2422,30 cal, seu calor de combustão é portanto, a razão deste valor pela quantidade de massa que efetivamente participou para a produção desta energia, que corresponde à massa perdida pela vela após a queima, massa, esta, igual a 0,45 gramas. Conclui-se então que o calor de combustão da parafina, composto que constitui a vela, é de 5382,90 cal/g. A diminuição da massa da vela é devido a reação de combustão que ocorre na queima da parafina, formando Gás Carbônico (CO2) e Água (H2O), ou seja, uma transformação química. Transformação que é representada pela equação 1.5. 𝐶25𝐻52 + 38 𝑂2 → 25 𝐶𝑂2 + 26 𝐻2𝑂 (eq. 1.5) Para a determinação do calor de solidificação da parafina, processo este que se difere da combustão pela natureza da reação, sendo a combustão uma reação química e a solidificação um processo físico de mudança de fase, executou-se procedimentos análogos a estes demonstrados para determinar o calor de combustão. O calor de solidificaçãoda parafina será equivalente ao calor que a mesma transfere para o calorímetro, ou seja, para a água e para o béquer. A massa dos aproximadamente 30 mL de água no béquer era de 30,81 gramas, a variação de temperatura em virtude da transferência de calor foi de 4º C. A massa do béquer era de 33,43, a variação de temperatura foi de 4º C e o calor específico do vidro do béquer era de 0,16 cal/gºC. A equação 1.6 apresenta então o valor do calor transferido da parafina fundida ao calorímetro. (30,81 × 1 × 4) + (33,42 × 0,16 × 4) = 144,62 𝑐𝑎𝑙 O valor do calor de solidificação por grama de parafina é de 95,77 cal/g. Considerando a massa de 1,51 gramas de parafina que foram responsáveis pela transferência de energia. Com os dados experimentais coletados, e aplicando a relação denotada na equação 1.1, obteve-se um calor de combustão de 5382,90 cal/g e um calor de solidificação de 95,77 cal/g. CONCLUSÃO É de se destacar que os valores obtidos são passíveis de um determinado desvio uma vez que os calorímetros improvisados são extremamente rudimentares e as perdas para o ambiente são óbvias. Estes dados, porém, são de bom tamanho para de informar a ordem de grandeza e até mesmo para dar uma noção quantitativa do calor com que se lida nestas situações. REFERÊNCIAS ATKINS, P., JONES, L. Princípios de Química - Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente. Páginas 308, 309
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