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Sumário 
PARTE 1: ESTRUTURA BÁSICA DE PIS/PASEP E COFINS ........................................................................... 2 
PARTE 2: PIS E COFINS PELO MÉTODO CUMULATIVO ............................................................................ 6 
 
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PARTE 1: ESTRUTURA BÁSICA DE PIS/PASEP E COFINS 
 
PIS/PASEP 
Desde DEZ/02, o PIS/PASEP passou a ser cobrado pelo método não cumulativo para as 
empresas que utilizam o lucro real como forma de tributação. As empresas tributadas 
pelo lucro presumido ou com seu lucro arbitrado permaneceram calculando PIS/PASEP 
no formato anterior. 
As principais mudanças definidas para o método não-cumulativo foram as seguintes: 
a) A alíquota do PIS/PASEP passou de 0,65% para 1,65%; e 
b) A empresa pode utilizar créditos permitidos em lei para deduzir o PIS/PASEP a 
pagar, com a alíquota majorada. 
 
Finalmente, em maio de 2009, a Lei nº 11.941/09 revogou o § 1º do Art. 3º da Lei nº 
9.718/98, passando a cobrar PIS e COFINS apenas sobre a receita bruta das empresas 
tributadas pelo lucro presumido ou arbitrado. A revogação do artigo, porém, teve 
validade a partir da data de instalação do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais, 
órgão criado pelo Ministério da Fazenda, na Portaria MF 256, de 23 de junho de 2009. 
 
COFINS 
 
QUADRO PARA ENTENDER A INCONSTITUCIONALIDADE DE PARTE DA LEI nº 9.718/98 
 CF 1988 – art. 195, de 5/OUT/88 
AUTORIZA A COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O FATURAMENTO 
 LEI COMPLEMENTAR nº 70/91, de 30/DEZ/91 
INSTITUI A COFINS, SOBRE A RECEITA BRUTA, c/ ALÍQUOTA DE 2% E ISENÇÃO PARA 
INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS E SOCIEDADES CIVIS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS 
PROFISSIONAIS RELATIVOS AO EXERCÍCIO DE PROFISSÃO REGULAMENTADA. 
 LEI nº 9.430/96, de 27/DEZ/96 (art. 56) 
REVOGA A ISENÇÃO CONCEDIDA A SOCIEDADES DE PROFISSÃO REGULAMENTADA. 
 
 LEI nº 9.718/98, de 27/NOV/98 
AMPLIA A BASE DA COFINS, INCLUINDO AS DEMAIS RECEITAS NA BASE DE CÁLCULO, 
SEM AUTORIZAÇÃO DA CARTA MAGNA. ELEVA A ALÍQUOTA DE 2% PARA 3%. 
 
 EMENDA CONSTITUCIONAL nº 20/98, de 15/DEZ/98 
MODIFICA O ART. 195 DA CARTA MAGNA, INCLUINDO O TERMO RECEITA AO TERMO 
FATURAMENTO, NA AUTORIZAÇÃO DE COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. 
 
 LEI nº 10.833/03, de 29/DEZ/03 
INSTITUI A COBRANÇA DA COFINS SOBRE A TOTALIDADE DAS RECEITAS, COM ALÍQUOTA 
DE 7,6%, NÃO VALENDO PARA EMPRESAS TRIBUTADAS PELO LUCRO PRESUMIDO 
(TAMBÉM LUCRO ARBITRADO E ENTIDADES IMUNES), QUE CONTINUAM CALCULANDO A 
COFINS COM BASE NAS LEIS ANTERIORES. 
 
 LEI nº 11.941/09, de 28/MAI/09 
REVOGOU O § 1º DO ART. 3º DA LEI nº 9.718/98. COM ISSO, A PARTIR DE JUN/09 
EXISTEM, REGRA GERAL, DUAS FORMAS DE TRIBUTAÇÃO DA COFINS: 
 LUCRO PRESUMIDO OU LUCRO ARBITRADO. Estas empresas pagam COFINS pela 
alíquota de 3% sobre a receita bruta, com algumas deduções permitidas. As demais 
receitas não integram a base. 
 LUCRO REAL. Estas empresas pagam COFINS pela alíquota de 7,6% sobre o total de 
receitas, incluindo receita bruta e demais receitas, com algumas deduções permitidas. 
Há dedução também de créditos permitidos, referente a gastos com produtos e serviços 
utilizados na produção. As receitas financeiras voltaram a ser tributadas a partir de 
JUL/15. 
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Mas, a COFINS, desde sua criação, teve como característica principal ser cumulativa, 
ou seja, cobrada em todas as etapas da produção, onerando assim o preço final do 
produto. Este modelo também é conhecido como tributação em cascata. Portanto, 
produtos com cadeia produtiva mais longa e margem agregada maior acabavam 
pagando alíquota final efetiva mais elevada que os 3% de alíquota nominal. 
A COFINS pelo método não-cumulativo seguiu o mesmo modelo do PIS/PASEP, 
entrando em vigor a partir de fevereiro de 2004. 
Assim como acontece com o PIS/PASEP, a COFINS tem cobrança diferenciada em 
alguns setores da atividade econômica, como instituições financeiras, seguradoras, 
operadoras de plano de saúde, petróleo, bebidas, dentre outros. 
 
COMO PIS/PASEP E COFINS SÃO COBRADOS HOJE (2017) NO BRASIL 
LUCRO REAL 
MÉTODO NÃO CUMULATIVO 
PRESUMIDO+ARBITRADO 
MÉTODO CUMULATIVO 
BASE DE CÁLCULO 
 (+) Receita Bruta 
 (+) Outras receitas (- algumas) 
 (-) Créditos permitidos em lei 
(basicamente, compras e alguns 
gastos utilizados) 
 
 
BASE DE CÁLCULO 
 
Apenas Receita Bruta 
ALÍQUOTA DE 1,65% ALÍQUOTA DE 0,65% 
 Em ambos os métodos são excluídos da receita bruta os seguintes itens: 
 Vendas canceladas ou devolvidas e descontos incondicionais concedidos. 
 IPI e ICMS ST, quando registrados em receita. 
 Vendas de mercadorias ao exterior. 
 Prestação de serviços a Pessoa Física/Jurídica domiciliada no exterior 
(recebido em moeda estrangeira). 
 Algumas receitas financeiras são tributadas, com alíquota de 0,65%, mas 
apenas no MÉTODO NÃO CUMULATIVO (para empresas do lucro real). 
 Entidades imunes e isentas pagam o PIS sobre o valor mensal da folha de 
pagamento, com alíquota de 1%. 
 
NOVA POLÊMICA JURÍDICA: O ICMS FORA DAS BASES DE PIS E COFINS 
O Plenário do STF decidiu em 15/MAR/17 que o ICMS não integra a base de cálculo do 
PIS/PASEP e da COFINS. Na decisão, por maioria, que finalizou o julgamento do 
Recurso Extraordinário (RE) 574706, com repercussão geral reconhecida, os ministros 
entenderam que o valor arrecadado a título de ICMS não se incorpora ao patrimônio do 
contribuinte e, dessa forma, não pode integrar a base de cálculo dessas contribuições, 
que são destinadas ao financiamento da seguridade social. 
Votaram a favor, além da relatora, ministra Carmen Lúcia, presidente do STF, os 
ministros Luiz Fux, Rosa Weber, Ricardo Lewandowski, Marco Aurélio e Celso de Mello. 
A tese de repercussão geral fixada foi a de que “O ICMS não compõe a base de cálculo 
para fins de incidência do PIS e da COFINS”. O posicionamento do STF deverá ser 
seguido em mais de 10 mil processos sobrestados em outras instâncias. 
O recurso analisado pelo STF foi impetrado pela empresa Imcopa Importação, 
Exportação e Indústria de Óleos Ltda. com o objetivo de reformar acórdão do Tribunal 
Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que julgou válida a inclusão do ICMS na base 
de cálculo das contribuições. 
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A QUE SE REFERE TAL POLÊMICA? 
Para você compreender bem a discussão e toda a polêmica que a cerca, vamos 
trabalhar com exemplo didático simples. Suponha que uma empresa comercial, 
tributada compre um produto por R$ 1.000 e revenda por R$ 1.500. Admita uma 
alíquota de ICMS de 18% na compra e na venda e aqui utilizaremos somente a 
COFINS, com alíquotas de 7,6% (não cumulativo) e 3% (cumulativo). 
Desconsiderando o PIS, o exemplo será analisado em duas situações: 
 
EMPRESA TRIBUTADA PELO LUCRO PRESUMIDO (MÉTODO CUMULATIVO) 
• Pagou COFINS de R$ 45,00 (1.500 x 3%). 
• Entende que deveria pagar R$ 36,90 (1.230 x 3%) de COFINS. 
• Pede Devolução de R$ 8,10 (270,00 x 3%) ref. ICMS incluso no preço de venda. 
Um ponto que merece análise e atenção é o seguinte: os valores da COFINS (e do 
PIS), na verdade, foram repassados, via repercussão, para o consumidor final. Então, 
na verdade, o valor da COFINS pago a maior, de R$ 8,10, deveria ser repassado a este 
consumidor. O art. 166 do Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/66) diz que “a 
restituição de tributos que comportem, por sua natureza, transferência do respectivo 
encargo financeiro somente será feita a quem prove haver assumido o referido 
encargo, ou, no caso de tê-lo transferido a terceiro, estar por este expressamente 
autorizado a recebê-la. ” Neste caso, a empresa comercial teria que obter autorização 
dos seus clientes para buscar judicialmente o valor de R$ 8,10. 
 
EMPRESA TRIBUTADA PELO LUCRO REAL (MÉTODO NÃO CUMULATIVO) 
• Pagou COFINS de R$ 38,00 (500 x 7,6%). 
• Entende que deveria pagar R$ 17,48 (230 x 7,6%) de COFINS. 
• Pede Devoluçãode R$ 20,52 (270,00 x 7,6%) ref. ICMS incluso no preço de venda. 
Aqui, além do ponto apresentado na empresa tributada pelo método cumulativo, há 
outro aspecto ainda mais relevante: na compra, a empresa utilizou crédito de COFINS 
sobre o valor total da aquisição, e nesta compra também tinha o ICMS incluso no 
preço. Portanto, no exemplo didático deveria retirar o ICMS também na entrada da 
mercadoria. Assim, o questionamento seria o seguinte: 
• Pagou COFINS de R$ 38,00 (500 x 7,6%). 
• Entende que deveria pagar R$ 31,16 (410 x 7,6%) de COFINS. 
• Deveria receber de volta R$ 6,84 (90,00 x 7,6%) ref. ICMS líquido entre a venda e 
os itens que geraram crédito de COFINS. 
 
No exemplo didático, considerei somente compra e venda. No mundo real, todos os 
créditos deveriam ser analisados. Por exemplo, a energia elétrica gera crédito de PIS e 
COFINS no método não cumulativo. E o ICMS tem peso significativo nesta conta. 
Então, para fazer o trabalho correto, os créditos de energia elétrica deveriam ser 
reavaliados, extraindo o ICMS incluído na conta do cálculo dos créditos de PIS e 
COFINS. 
 
COMO FICA A APURAÇÃO DE PIS E COFINS COM A DECISÃO 
Uma vez batido o martelo na corte suprema, a base de cálculo terá que ser revista 
pelas leis que regem as contribuições. Contudo, o STF não modulou sua decisão, 
deixando indefinição no ar sobre a aplicação dos efeitos, se retroativos ou apenas a 
partir de 2018. 
Para você compreender o que é a modulação da decisão, precisamos chegar a Lei nº 
9.868/99, que dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de 
inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade perante o STF. O 
art. 27 da lei diz o seguinte: 
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“ Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de 
segurança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o STF, por maioria de dois 
terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só 
tenha eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser 
fixado. “ 
 
Caso dê provimento a pleito dessa natureza, a suprema corte poderá indicar um marco 
temporal (conforme pedido elaborado pela União Federal) para que a decisão favorável 
possa ser aplicada aos contribuintes, mesmo aqueles que tenham ação em curso, o 
que poderia, em tese, gerar o não reconhecimento de parte dos valores a que se busca 
restituir, ou, em remota hipótese, de todos os valores questionados. A preocupação do 
STF na modulação dos efeitos seria, no caso, o de minimizar os impactos financeiros 
decorrentes da decisão no caixa do Governo Federal, já que tal discussão envolve 
valores elevados a serem restituídos a muitos contribuintes. 
Até agosto de 2017 a decisão não foi divulgada. Quando sair a decisão, os aspectos 
mais relevantes e que modifiquem o que foi apresentado aqui poderão ser obtidos por 
meio de vídeos divulgados no Canal do Pêgas no youtube. 
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PARTE 2: PIS E COFINS PELO MÉTODO CUMULATIVO 
 
INTRODUÇÃO 
As empresas tributadas pelo lucro presumido ou com seu lucro arbitrado devem 
calcular PIS e COFINS com base na regra cumulativa, utilizando alíquotas de 0,65% e 
3% sobre a receita bruta menos as exclusões permitidas, que também valem para as 
empresas tributadas pelo lucro real. 
Portanto, desde junho de 2009, PIS e COFINS de empresas submetidas ao lucro 
presumido ou com seu lucro arbitrado são calculadas com base apenas na receita 
bruta da empresa, com as seguintes exclusões permitidas: 
a) As vendas canceladas; 
b) Os descontos incondicionais concedidos; e 
c) O IPI e o ICMS, quando cobrado pelo vendedor dos bens ou prestador dos serviços 
na condição de substituto tributário (ICMS ST); 
 
Além disso, nem toda receita bruta será tributada pela COFINS. Há alguns itens que 
possuem isenção ou exclusão permitida pela Lei nº 9.718/98 e pela MP nº 2.158- 
35/01. Então, são extraídas (retiradas) da base, as receitas oriundas: 
a) De exportação de mercadorias para o exterior; 
b) Dos serviços prestados a pessoa física ou jurídica residente ou domiciliada no 
exterior, cujo pagamento represente ingresso de divisas; 
c) De vendas, com fim específico de exportação para o exterior, a empresas 
exportadoras registradas na Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do 
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; 
d) De vendas e revendas de produtos com alíquota zero; e 
e) Receitas com revendas de produtos com tributação monofásica ou concentrada. 
 
REGIME DE RECONHECIMENTO DE RECEITAS 
As empresas tributadas pelo lucro presumido podem utilizar o regime de caixa como 
base para pagamento das contribuições para PIS/PASEP e COFINS1. A empresa que 
mantiver escrituração apenas do livro caixa deve observar o seguinte: 
1. Emitir a nota fiscal quando da entrega do bem ou direito ou da conclusão do 
serviço; 
2. Indicar no livro caixa, em registro individual, a nota fiscal a que corresponder cada 
recebimento. 
 
Portanto, a pessoa jurídica submetida ao regime de tributação com base no lucro 
presumido pode utilizar o regime de caixa no reconhecimento de suas receitas, mesmo 
que tenha escrituração contábil regular. No entanto, o regime de caixa, quando 
utilizado para fins da incidência das contribuições para o PIS/PASEP e COFINS, deve 
ser obrigatoriamente utilizado também em relação ao IRPJ e CSLL. 
A consulta nº 13/10, respondida em MG (DISIT 6), explica que, regra geral, o regime 
de reconhecimento de receitas das empresas tributadas pelo lucro real é, em relação à 
COFINS, o regime de competência, não obstante a legislação tributária prever algumas 
exceções em que se faculta a utilização do regime de caixa. 
A consulta nº 116/12, respondida no RS (DISIT 10), diz que as pessoas jurídicas 
submetidas ao regime de tributação com base no lucro presumido que adotam o 
regime de caixa para fins de incidência da COFINS e descontam duplicatas junto a 
instituições financeiras apenas tributarão os valores provenientes da quitação desses 
títulos no momento do seu efetivo recebimento. 
 
 
1 IN RFB nº 247/02, art. 14. 
Gabriel Cornelio Moura
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VENDAS PARA GOVERNO E EMPRESAS PÚBLICAS 
O Art. 7º da Lei nº 9.718/98 diz que no caso de construção por empreitada ou de 
fornecimento a preço predeterminado de bens ou serviços, contratados por pessoa 
jurídica de direito público, empresa pública, sociedade de economia mista ou suas 
subsidiárias, o pagamento das contribuições para PIS/PASEP e COFINS poderá ser 
diferido, pelo contratado, até a data do recebimento do preço. Na prática, as vendas e 
revendas realizadas para o governo e/ou qualquer empresa do governo somente serão 
consideradas nas bases de PIS e COFINS quando do recebimento. Em resumo, serão 
tributadas pelo regime de caixa. 
Nas empresas que utilizam o regime de competência na apuração de tributos e tem 
bom volume de vendas para governo e suas empresas, o trabalho será grande para 
controlar, pois não há um livro específico de PIS e COFINS que auxilie esse trabalho. A 
receita será reconhecida na contabilidade quando o bem ou o serviço for entregue, 
porém a inclusão nas bases de PIS e COFINS será em período posterior, no 
recebimento. 
A maior parte das empresas tributadas pelo lucro presumido utiliza o regime de caixa 
para fins de tributação, não sendo relevante a aplicação do art. 7º da Lei nº 9.718/98. 
Contudo, aquelas que utilizarem o regime de competência, poderão aplicar a regra 
aqui explicada. Na verdade, o impacto maior aqui será aplicado nas empresas 
submetidas ao método não cumulativo. 
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