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ANÁLISE TEXTUAL Profª. Fábio Simas Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. Por que tenho de cursar essa disciplina? Busca desenvolver a competência leitora do aluno, desenvolver a capacidade de ele exercer/executar as habilidades de leitura, utilizar estratégias para compreender e escrever a mensagem em diferentes situações. ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. OBJETIVOS Apresentar diferentes formas de construção de textos em situações específicas; Contribuir para maior habilidade de leitura e escrita ao longo da vida acadêmica e na sociedade. ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. Conteúdo Programático desta aula Linguagem: capacidade humana Língua: uniformidade / diversidade Fala: características da fala e da escrita Variação linguística ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. LINGUAGEM Temos necessidade de compreender a realidade em que vivemos, o mundo, nossas relações com essa realidade e nossas relações com as pessoas. ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. COMO TEMOS NECESSIDADE DE ENTENDERMOS O MUNDO, SUAS RELAÇÕES, AS RELAÇÕES INTERPESSOAIS, ELABORAMOS ESSE ENTENDIMENTO OU QUESTIONAMOS A RESPEITO PARA CONSTRUIRMOS O ENTENDIMENTO. PARA ISSO, O SER HUMANO UTILIZA A LINGUAGEM. ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. Já que a linguagem é responsável pelo entendimento da realidade, posso concluir que todo ser vivo possui linguagem, não? Hum...... Como vou conseguir uma banana agora, bem madurinha, bem saborosa? ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. Seria possível a vida em sociedade sem linguagem? É claro que não. Nós, que vivemos em sociedade, precisamos da linguagem para sobreviver, ela é um dos fatores que nos une. A todo momento, estamos interagindo no meio em que vivemos e, para isso, a linguagem é fundamental. ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. O que é linguagem? • É o que nos une em sociedade. • É um fenômeno dinâmico. • É uma faculdade humana. • Pode ser verbal ou não-verbal ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. 10 A escolha pela linguagem verbal ou não verbal depende muito da intenção daquele que quer comunicar e aquilo que se quer comunicar. Em alguns casos, uma imagem, uma música (sem a letra, só a melodia), um gesto podem valer muito mais do que algumas palavras. É fato que todos os seres humanos podem, ao mesmo tempo, usar linguagem verbal e linguagem não-verbal na comunicação. ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. Cartaz da campanha de repovoamento da Araucária. Disponível em: blog.tudosobreplantas.com.br/.../1184760867.jpg ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. Como foi dito, a Linguagem nos faz elaborar entendimento sobre o mundo, interagir com as pessoas. Este entendimento á materializado através de um veículo social - LÍNGUA. A Língua, portanto, é uma instituição social, comum a todos os membros de uma comunidade, que permite a comunicação. Estamos falando desta língua? ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. A LÍNGUA, como instituição social, utilizada pelos membros de uma nação, possui uma estrutura comum a todos, pois todos precisam falar a mesma língua, precisam se comunicar. A Fala materializa o conhecimento que o falante tem da língua, pois somente quando alguém fala é que sabemos a sua nacionalidade. Assim: Comunicação do entendimento da realidade, interação , são feitas através de uma instituição social chamada LÍNGUA, que se materializa através da FALA. LÍNGUA LINGUAGEM FALA ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. Já imaginou se os membros de uma comunidade não se entendessem? Como poderíamos afirmar que haveria uma única língua materna nesta nação? Por outro lado, você pode estar pensando no fato de que pessoas que nasceram e moram num mesmo país, não falam exatamente iguais e que, às vezes, nem se entendem ou se entendem precariamente.... Pois é, essa questão é a chamada UNIFORMIDADE na DIVERSIDADE. REFLETINDO: ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. Como é isso? UNIFORMIDADE -A língua necessita ter uma mesma estrutura, mas não necessariamente ser a mesma para toda a comunidade. A conservação de sua estrutura é que faz com que falemos a mesma língua, apesar de algumas variações. ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. DIVERSIDADE: Variações que acontecem nas línguas humanas. Temos: VARIAÇÕES GEOGRÁFICAS - a partir de regiões diferentes VARIAÇÕES SOCIAIS - a partir de nível de escolaridade, meio ambiente adequação às diferentes situações. Neste tipo de variação, convivemos com as Inadequações da linguagem em situações formais, as chamadas falta de concordância, pronúncia não cuidada etc.... PARA CADA SITUAÇÃO HÁ UMA LINGUAGEM ADEQUADA. Variações por conta da idade etc..... ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. NÃO PODEMOS ESQUECER: As situações formais exigem linguagem formal. Nestas situações não temos intimidade com o ambiente nem com as pessoas. As situações informais ou semiformais exigem linguagem informal ou semiformal, linguagem mais relaxada, mas não quer dizer que haja, necessariamente, falta de concordância, palavras cortadas etc. Variação situacional - uma espécie de variação social. Adequação às situações. ANÁLISE TEXTUAL Aula 1: Língua, linguagem e variação linguística. O INTERNETÊS - Linguagem comum no meio digital; - Oralidade? Escrita? - Certo ou errado? - Adequado ou inadequado? ANÁLISE TEXTUAL Profº. Fábio Simas AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Conteúdo Programático desta aula Contextos de produção das atividades de linguagem Tipos de variação linguística Noção de texto Coesão e coerência Noção de hipertexto ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO As atividades de linguagem são exercidas em diferentes contextos. Para contextos diferentes há linguagens diferentes • O ser humano possui a capacidade de adequar sua fala, o que é permitido devido à faculdade da linguagem. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO REFLETIR Não se pode encarar a língua simplesmente como uma quantidade de palavras que comunicam. A língua faz parte da maneira de ser do indivíduo como um todo. Caso contrário, não necessitaria estar adequada. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃOLINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO EXEMPLO: O paciente vai ao médico para se consultar e fala ao médico: “AÍ, DOUTOR, TÔ COM UMA DOR DE CABEÇA DANADA, ME ARRANJA UM COMPRIMIDO AÍ...” A língua é uma instituição social. Numa mesma comunidade todos necessitam conhecer e dominar a mesma estrutura linguística, porém, há variações. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO COMO ISSO É POSSÍVEL ? ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO ATENTE PARA OS TIPOS DE VARIAÇÕES DESCRITAS NOS ESTUDOS LINGUÍSTICOS: Variações diatópicas ou geográficas Variações diastráticas ou sociais Variações diafásicas ou situacionais Variações diacrônicas ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO ATENTEM PARA O SEGUINTE: Se todos se entendem dentro de uma mesma comunidade, apesar das variações, é porque há uma estrutura básica que não é modificada. Portanto, há uniformidade na diversidade. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Como a língua serve também à comunicação, vamos verificar o que serve a essa comunicação. Se admitimos que há uma estrutura que é básica para o entendimento das pessoas, poderia ser, por exemplo, algo como: 1)Causado embora então gato alienável disponibilidade. 2)A repercussão daquela situação foi muito grande, ainda que houvesse cuidado em desmentir o fato. 3) A casa é 4) Silêncio! ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO 1)Possui várias palavras legítimas da Língua Portuguesa, no entanto, com esse agrupamento, não formam uma ideia; 2)Nesta sequência, a organização das palavras permite que haja uma ideia transmitida; 3)Percebemos palavras legítimas na língua e encadeamento que conduz a determinada comunicação, contudo, a ideia não está completa; 4)Temos, nesta ocorrência, uma ideia completa transmitida através de uma palavra apenas. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO DAÍ, O QUE PODEMOS DEDUZIR? Para haver comunicação de uma ideia completa, não há obrigatoriedade de uma grande quantidade de palavras. Necessitamos de combinações que comuniquem uma ideia completa. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Podemos ter uma ideia completa comunicada através de uma única palavra? Silêncio! Fogo! ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Temos, assim, a noção de texto como sendo unidade mínima de comunicação, que pode conter , no mínimo, uma palavra, e não possui quantidade máxima. Ex.: A bíblia é um texto assim como a palavra silêncio também é. Avancemos, então: ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO O que diferencia um texto de um amontoado de palavras que não produzem sentido ? Podemos dizer, basicamente, que a maneira como as palavras estão conectadas - a coesão - e o sentido que a mensagem produz - a coerência - são os pontos fundamentais de entendimento do texto. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO EXEMPLO Bandidos matam cabo da PM durante arrastão no Rio 07:27 | 08 de Julho de 2009 Por Ricardo Valota São Paulo - Um arrastão contra pedestres e motoristas no bairro de Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro, terminou ontem à noite com a morte do cabo Alexandre Pereira dos Santos, lotado no 6º Batalhão, da Tijuca. Quatro bandidos armados, após atacar pedestres e motoristas nas ruas da região, resolveram investir contra Pereira, que, de folga e à paisana, deixava a casa de sua mãe. Sem saber que a vítima era um policial, o grupo exigiu um cordão de ouro que estava no pescoço do cabo, de 36 anos. O policial então sacou uma pistola, o que deu início a um tiroteio. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Baleado, Pereira, que teve a arma roubada, foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento do bairro, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A quadrilha fugiu de carro. Nenhum suspeito foi localizado pela polícia durante a madrugada. O latrocínio - roubo seguido de morte - foi registrado no 27ª Distrito Policial (DP), de Vicente de Carvalho. AS MARCAÇÕES COLORIDAS MOSTRAM OS ELOS COESIVOS, PARA NÃO SERMOS REPETITIVOS. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO A coerência diz respeito ao sentido, à unidade da mensagem: Ex.: “Um aspecto importante na constituição de uma vida saudável portanto não serão visitados pela paróquia da igreja, a qual não está vestida adequadamente para o evento.” ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Note que, no exemplo, não entendemos a mensagem porque a unidade do texto não foi seguida, ou seja, foram introduzidos outros tópicos que não têm continuidade. A coesão e a coerência não estão restritas ao universo das palavras . Um texto pode apresentar outros elementos como responsáveis pelo entendimento, por exemplo; figuras, desenhos, tabelas etc., que são essenciais para a compreensão da mensagem , é o chamado hipertexto. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Hipertexto - conexão entre as informações que pode ser lida em diferentes sequências. O leitor segue vários caminhos para desvendar a mensagem, segue, inclusive, links. Portanto, é necessário exercitar a habilidade de estabelecer relações entre o texto e outros elementos que o compõem. Interp. figura ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Para cada situação temos uma linguagem diferente, importante é sabermos adequá-la a cada contexto; A língua possui uma uniformidade que convive com as variações (geográfica, social, situacional, diacrônicas) O texto é uma unidade de comunicação que transmite uma ideia completa através de coesão e coerência O hipertexto conecta informações de figuras, desenhos, links , além de palavras. RESUMINDO O QUE VIMOS NESTA AULA: ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Além da composição e da derivação, existem outros processos de formação de palavras em nossa língua, são eles: neologismo, onomatopéia, hibridismo, reduplicação e sigla/abreviação. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Onomatopeia Trata-se de palavra formada por meio de uma tentativa de se reproduzirem sons e vozes. Vejam os exemplos: bangue-bangue; piu-piu, etc. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Hibridismo Como sabemos, nossa língua é formada por heranças deixadas por outras línguas mais antigas. Às vezes, pensamos que somente o Latim nos deixou um legado, mas o grego e algumas outras línguas também o fizeram. Dessa forma, o resultadoda combinação ou união de palavras ou morfemas pertencentes a idiomas diferentes chama-se hibridismo. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Exemplos. Reportagem (inglês + latim) Televisão (grego + latim) Surfista (inglês + grego) Sociologia ( latim + grego) Sambódromo (africano + grego) ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Reduplicação Segundo Henriques (2007:126), a Reduplicação “consiste na repetição de sílabas semelhantes ou iguais, com o intuito de formar palavra onomatopaica (imitativa) ou hipocorística (afetiva).” O autor sugere os seguintes exemplos: reco-reco, tique-taque, cricri, vovô, tetéia e Bebeto. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Ele advoga ainda que “nem toda onomatopéia e nem todo hipocorístico , assim como nem sempre a coincidência total ou parcial de sílabas, são casos de reduplicação. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Podem ser simples ocorrências de palavras primitivas (crás, brum; Filé, Tico), de abreviação (Bete»Elizabeth, Zé » José), de aglutinação (Joca » João Carlos; Marilu »Maria Lúcia), de justaposição (pegue-pague; bem-te-vi). E podem, também servir de base para derivação (zigue- zague + ar = ziguezaguear) ou composições (mamãe + sacode = mamãe-sacode, sinônimo de “cachaça”)” (op. cit, p.126). ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Sigla/abreviação As siglas e abreviações são muito utilizadas no dia a dia da língua. Eu mesmo tenho um amigo a quem chamo de JL, pois se chama José Luiz. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO SIGLA é a palavra formada pela combinação das letras iniciais das palavras que compõem um nome. PIB – Produto interno bruto. PT – Partido dos trabalhadores. IBGE – Instituto brasileiro de geografia e estatística. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO A ABREVIAÇÃO ocorre quando optamos por não utilizar a palavra completa, como em endereços, quando usamos R. = rua; TV. = travessa; AV. = avenida , e assim por diante. Na internet, por exemplo, podemos verificar várias abreviações por conta das novas necessidades de velocidade do mundo tecnológico globalizado. O famoso Internetês faz parte desse processo. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Temos a nítida impressão de que precisamos sempre nos fazer presentes neste mundo contemporâneo e de rápido acesso ás informações, pois o mundo é das imagens, das cores, dos sons e das palavras, criadas por movimentos necessários e por nós, seres humanos e falantes, que precisamos delas para enunciar nossos pensamentos e ações. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO E, afinal de contas, que nome damos a todo este processo de criação lexical que invade o nosso dia a dia? Chegamos ao conceito de NEOLOGISMO. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO NEOLOGIA é o processo de formação de novas unidades lexicais, ou seja, as palavras podem ser oriundas ou não de outras já existentes ou ainda, serem atribuídas de um novo significado que não o dicionarizado, obtendo como produto o NEOLOGISMO. O neologismo pode originar-se de outra língua e pode se adaptar ao nosso sistema morfofonêmico, como exemplificado em: ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO - “Entre 1995 e 1997, o PIB do agronegócio encolheu quase 3%.” (idem) - “Eis uma boa oportunidade para os neodemocratas.” (Veja, edição 1799/ ano 36 – nº 16) - “Em algumas capitais já existem mais pet shops do que farmácias.” (Veja, edição 1799/ ano 36–nº 16) ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO - “Pegou carona na enorme popularidade de Garotinho, mas foi atropelado pelos ‘bondes’, como são chamados os comboios formados por traficantes que espalham o terror pelas ruas do Rio.” (Veja, edição 1800/ ano 36 – nº 17). ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Os neologismos podem ser apresentados sob algumas formas e classificações, a fim de que se compreendam as suas implicações para o dinamismo da língua. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO - Neologismo lexical ou vocabular: consiste na criação de novos significantes ou palavras para compor a língua. Ex.: 1) A bola pererecou na área e ninguém chutou. 2) “O salário do trabalhador é imexível.” – Neologismo da década de 90, do Ministro Antonio Rogério Magri. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO 3) O Ministro Fernando Henrique Cardoso é um médico frustrado. Vive fazendo diagnósticos da situação inconvivível da economia. – Veja. SP, Abril, 15.09.93, p. 25 ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO - Neologismo semântico ou de sentido: consiste na apropriação de significados novos para significantes já existentes, atribuindo a este vocábulo um conteúdo que ele não tinha até então. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Ex.: 1) Meu vizinho foi multado por fazer um gato na rede elétrica. 2) Os fiscais perceberam que se tratavam de laranjas! 3) Este trabalho não ficou bom; é melhor deletar esta parte! ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO CONCLUSÃO Dessa forma, dizemos que a neologia vocabular equivale a de forma e a neologia semântica, a de sentido. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO - Neologismos sintáticos ou locucionais: caracterizam-se por serem expressões cujos componentes, separadamente, estão dicionarizados, mas que, juntos, têm um valor semântico novo. São resultantes de uma combinatória de elementos mórficos já existentes no léxico, ou até emprestados. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Ex.: 1) João Paulo II reinventa a igreja papalizando com êxito. 2) Nas últimas eleições não admitiram boca-de- urna . ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO - Neologismo fonológico: caracteriza-se pela combinação inédita de fonemas, não procedente de nenhuma palavra já existente na língua. Ex.: Não gostei deste vestido! É meio chinfrim! Os formandos bebemoravam a data. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Como afirma o Profº André Valente, “são mais de cinco mil os neologismos inseridos na nova edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Academia Brasileira de Letras. Não obstante haver questionamentos quanto á inclusão de alguns neologismos e à ausência de outros, fica comprovada a força das criações neológicas diante de números tão expressivos.” (André Valente – A produtividade lexical em diferenteslinguagens em Língua Portuguesa em debate, Petrópolis: Vozes, 1999, p. 42) ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO ESTRANGEIRISMOS Não poderíamos deixar de lado os estrangeirismos. Sabemos que, principalmente com a globalização, as culturas e, consequentemente, as línguas ganharam um maior contato. Dessa forma, temos várias palavras estrangeiras em nossa língua, como: ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Shopping Show Só precisamos ter dois cuidados: Verificar se há um correspondente aceito pela maioria dos falantes em nossa língua; Perceber se houve mudanças na grafia quando da passagem para o Português, como é o caso de ESLIDE (do inglês, SLIDE). ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO - identificar e analisar as classes de palavras (classes gramaticais) que compõem o sintagma verbal; - compreender o papel dos verbos no uso da língua: - discutir a classificação das interjeições como uma classe de palavras. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Segundo Ilari e Basso ( 2006), “[...] os romanos quiseram dizer que o verbo é a palavra por excelência, a mais rica, a de morfologia mais farta. O verbo continua sendo em português a classe de palavras que assume o maior número de formas flexionadas [...] O que é menos evidente é que essa riqueza morfológica tem forte contrapartida semântica: ela faz com que, em qualquer sentença, seja reservada ao verbo a tarefa de prestar uma série de informações [...]”(p. 112). ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Ao estudarmos os verbos, devemos observar que, em uma oração, ele nos transmite muitas informações: (a) em relação ao tempo em que algo ocorre (presente, passado, futuro); (b) em relação ao mundo real ou da fantasia, quando, por exemplo, uma criança nos conta uma história; (c) em relação à atitude do falante que pode afirmar algo, mas pode, também, modalizar seu discurso usando uma oração como “Ele estaria no local do crime.” Todas essas informações que o verbo nos dá contribuem para a compreensão acerca das intenções do autor de um texto. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Se observarmos a classe dos nomes substantivos e a classe dos verbos, perceberemos que o substantivo é o núcleo do sintagma nominal. Esse sintagma nominal pode funcionar, sintaticamente, como sujeito, objeto direto, predicativo do sujeito etc. No entanto, o verbo é o núcleo do sintagma verbal. O sintagma verbal sempre exerce a função sintática de predicado. Vale lembrar que substantivos e verbos são variáveis; a diferença está no fato de os verbos apresentarem flexão de tempo (+aspecto), modo e pessoa (+número), enquanto os substantivos apresentam flexão de gênero e número. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO A FUNÇÃO DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS Modo indicativo. Marca a realidade do fato expresso: há certeza na afirmação. Esse tempo é usado quando consideramos como certo, real ou verdadeiro o conteúdo daquilo que é dito ou está escrito. Exemplo: Caminho pela manhã para emagrecer. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Modo subjuntivo. Marca a incerteza do fato expresso: não se sabe se o fato expresso pelo verbo ocorre, ocorreu ou ocorrerá. Esse modo é usado quando se dá como possível, duvidoso ou hipotético o conteúdo daquilo que está escrito ou é dito. Exemplo: Se eu caminhasse pela manhã, talvez emagrecesse. Modo imperativo. Marca pedido, ordem, súplica, conselho. Exemplo: Caminhe pela manhã e emagrecerá. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO A FORMAÇÃO DO IMPERATIVO. O MODO DAS ORDENS, DOS PEDIDOS E DOS COMANDOS ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Emprego dos tempos verbais 1. Tempo presente. O tempo presente do indicativo é usado para indicar: a) um fato atual. Exemplo: Estamos na praia. b) algo que acontece habitualmente. Exemplo: Sempre tomo café após o almoço. c) algo que representa uma verdade universal. Exemplo: O sol nasce todas as manhãs. d) um fato futuro próximo a acontecer e de realização considerada certa. Exemplo: Amanhã, viajamos para Paris. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO e) o presente histórico, ou seja, aparece na narração de um fato passado, como forma de realçar esse acontecimento. Exemplo: Em 22 de abril de 1500, chega ao Brasil a nau de Cabral. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO 2. Pretérito perfeito. Esse tempo verbal é usado quando estabelecemos limites na duração da fala, representando um fato concluído. Chama-se ‘perfeito’ porque, ao usá-lo, acredita-se que a ação tenha sido levada até o fim. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO 3. Pretérito imperfeito. O pretérito imperfeito do indicativo caracteriza-se por expressar uma ação prolongada, não sendo possível esclarecer sobre a ocasião em que ela terminou ou teve início. Esse tempo verbal também é conhecido como o ‘tempo das fábulas’: ao dizer “Era uma vez” a pessoa que emite essa fala, faz-nos passar do mundo real ao mundo da fantasia. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Travaglia (2001:212) comenta que é comum crianças, brincando de casinha, utilizarem o pretérito imperfeito como uma forma de marcar a irrealidade usando sentenças do tipo “Vamos brincar de casinha? Eu era a mãe, você era a filha e ela era a prima que vinha fazer uma visita.” ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Observemos mais dois exemplos. c. Quando o encontrava, conversávamos muito. d. Quando o encontrei, conversamos muito. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Pretérito mais-que-perfeito. Embora seja também um tempo indicativo de passado, seu uso mostra que o processo em questão, ainda que tenha ocorrido no passado, o fez de forma anterior ao que é indicado pelo pretérito perfeito. Além desse significado, segundo Garcia (1997:71), esse tempo também indica desejo ou esperança. Exemplos: ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Atualmente, o uso desse tempo verbal está vinculado a ambientes de uso formal da língua. Em ambientes escritos de menor formalidade e na fala é mais comum o emprego da forma composta: ‘eu tinha viajado’ em lugar de ‘viajara’. Exemplos: Ele trabalhara mais do que devia. Quem me dera eu ganhasse na loto! ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO 5. Futuro do presente. Representa o fato como não concluído e o situa num tempo posterior ao presente. Esse tempo indicativo de futuro atua, basicamente, para mostrar um fato provável de ocorrer. Exemplo: Amanhã, irei à praia. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃOVOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO 6. Futuro do pretérito. Representa o fato como não- concluído e o situa num intervalo de tempo no passado. Exprime um fato futuro tomado em relação ao passado, sendo também usado para indicar dúvida em relação a algo. Usar o futuro do pretérito demonstra o grau de comprometimento de quem fala diante do tema tratado. Exemplo: Segundo me disseram, ele depositaria quase trinta mil no banco. Ao usar ‘depositaria’, tem-se uma hipótese, um fato passível de ter ocorrido, mas ainda assim apenas uma possibilidade. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Observações gerais. I. O presente do indicativo indica um fato habitual presente, enquanto o pretérito imperfeito indica um fato habitual passado. Exemplos: Eu compro pão todo dia. Eu comprava pão todo dia quando morava naquela rua. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO II. Em Língua Portuguesa, usa-se o presente do indicativo do verbo estar mais o gerúndio do verbo para indicar que algo ocorre concomitante ao momento de fala. Exemplo: Ele sempre come bem, mas hoje não está comendo nada. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO AS FORMAS NOMINAIS DO VERBO Os verbos apresentam três formas nominais: o infinitivo (amar, comer, dormir, pôr), o particípio (amado, comido, dormido, posto) e o gerúndio (amando, comendo, dormindo, partindo). ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Gerúndio X gerundismo Particípios abundantes. Pago ou pagado? Salvo ou salvado? ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO VERBOS E ESVAZIAMENTO SEMÂNTICO: A QUESTÃO DO VOCABULÁRIO Alguns verbos também se comportam assim. Analisemos os vários significados do verbo pôr nas sentenças a seguir: ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO a) O funcionário pôs o aviso na parede. (= pendurou, colou) b) O diretor pôs o dinheiro no banco. (= depositou) c) Os pais sempre põem a culpa nos filhos. (= culpam os filhos) d) O médico pôs a luva para a cirurgia. (= vestiu) e) A bibliotecária pôs os livros na estante. (= guardou) ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO ADVÉRBIO O advérbio é uma classe gramatical que se liga, geralmente, ao verbo. Advérbio quer dizer “junto do verbo”. No entanto, em algumas situações, ele também modifica um adjetivo ou um advérbio, o que normalmente ocorre com o de intensidade. Meio ou meia? Menos ou menas? ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO PALAVRAS RELACIONAIS Em nossa língua há duas classes de palavras com a função, basicamente, de ligação. Entretanto, vale ressaltar que elas não ligam somente palavras, mas também idéias, valores, sentidos. Essas classes são a conjunção e a preposição. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO CONJUNÇÃO Consiste em uma classe de palavras invariáveis que unem termos de uma oração ou orações. As conjunções podem relacionar termos de mesmo valor sintático ou orações sintaticamente equivalentes - as chamadas orações coordenadas - ou podem relacionar uma oração com outra que nela desempenha função sintática - respectivamente, uma oração principal e uma oração subordinada, como você já deve ter observado nas aulas de sintaxe. Vejamos alguns exemplos: ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Nossa questão social é urgente (e) necessária. A situação social do país é urgente, (mas) ainda existem aqueles que só buscam seus próprios interesses. Não se pode deixar de notar (que) a situação social do país é urgente. ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO PREPOSIÇÃO É a palavra invariável que atua como conectivo entre palavras ou orações, estabelecendo sempre uma relação de subordinação. Isso quer dizer que, entre os termos ou orações ligados por uma preposição, haverá uma relação de dependência, em que um dos termos, ou uma das orações, assume o papel de subordinante e o outro, de subordinado: Assisto (subordinado), ao jogo do Flamengo sempre. (subordinante). ANÁLISE TEXTUAL AULA 2: ADEQUAÇÃO VOCABULAR, VARIAÇÃO LINGUÍSTICA, TEXTO E HIPERTEXTO Em alguns casos (particularmente nas locuções adverbais), as preposições não apenas conectam termos da oração, mas também indicam noções fundamentais à compreensão da frase. Observe: Saí (com) pressa. Saí (sem) pressa. Pus (sob) a mesa. Pus (sobre) a mesa. Estou (com) vocês. Estou (contra) vocês. ANÁLISE TEXTUAL Profº. Fábio Simas AULA 3 – TEXTUALIDADE, ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS . TEXTUALIDADE - é o que faz um texto ser texto, é a soma dos fatores que caracterizam o texto. Dois desses fatores são a coesão e a coerência. Aula 3 – coesão Aula 4 - coerência ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS Coesão Sequencial x Coesão referencial Esse tipo de coesão diz respeito ao uso de termos que retomam vocábulos ou expressões que já ocorreram, porque existem entre eles traços semânticos semelhantes, até mesmo opostos. Qualquer falante do Português, reconheceria que o pronome “-la” na frase seguinte refere-se à “fruta”, assim como o pronome “aquela”. “Comprei aquela fruta, vou comê-la” Quando há termos que retomam outros no texto, temos coesão referencial. ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS A coesão também possui a função de articular as sequências de um texto, a fim de estabelecer relações lógicas ou de sentido entre as partes, promovendo, assim, a progressão textual. Como vimos no item anterior, a coesão referencial também promove a progressão textual, mas por meio dos referentes, ou seja, retoma termos introduzidos na superfície textual de diferentes maneiras. É a coesão sequencial. ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS Analisemos: A água é indispensável ao ser humano A água faz bem ao organismo Nosso organismo necessita de muita água A água é um bem precioso A água deve ser preservada Isso é texto? Possui textualidade? ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS COMO FORMAR UMA MENSAGEM COERENTE, COM SENTIDO, SEM MUITAS REPETIÇÕES ? Deduzimos que os elos coesivos conduzem a uma sentido coerente. “A água é indispensável ao ser humano e faz bem ao organismo, que necessita muito dela. A água é um bem precioso, por isso deve ser preservada.” ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕESSINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS Interpretar textos - identificar função, objetivo do texto, reconhecer a estrutura, recursos linguísticos etc. Nesse sentido, os elementos de coesão garantem maior fluidez das informações do texto. ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS Mas...pra que serve o texto? Todo texto possui sempre um alvo – o seu interlocutor! Interatividade - na identificação dos objetivos do texto, reconhece-se que atitude tomar diante da mensagem: ir para algum lugar, responder a perguntas, emocionar-se diante do que está escrito . ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS Por que isto acontece? Porque reproduzimos a mensagem para a compreensão do outro, só assim atingiremos os objetivos. O que isso quer dizer? Quer dizer que o texto não é o único responsável pelo seu entendimento. Ele produz “pistas”, “dicas” para que o leitor organize sua compreensão, logo, texto e leitor constituem elementos essenciais para a compreensão da mensagem. . ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS Mas, que pistas são essas? Por exemplo... Quando escrevemos ou falamos um texto, pressupomos que nosso interlocutor possui alguns conhecimentos prévios, anteriores ao texto. Se eu digo a minha esposa: “Já estou em casa” Por ela saber que eu era o responsável por buscar as crianças na escola naquele dia, significa que já estou em casa com as crianças e está tudo bem. Não há necessidade de realizar maiores detalhes ao telefone, sem ao menos precisar pormenorizar as informações. ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS Mas, que pistas são essas? Outra pista pode ser linguística, por exemplo, quando começamos uma frase com a expressão APESAR DE...já se espera que haja uma concessão ou uma ideia contrária, veja: “Apesar de o caderno ser para turistas, não vamos aumentar os preços.” Novo Caderno Viajem JB ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS, COMPREENSÃO DAS MENSAGENS - PROCESSO BILATERAL. ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS Relações que envolvem um texto: Podemos afirmar que existe uma coesão sequencial que garante a textualidade ? ex. : O passeio estava tão bom que resolvemos ficar um pouco mais. ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS No exemplo, a textualidade se faz a partir da junção das duas ideias: a - o passeio estava bom B - resolvemos ficar um pouco mais temos uma relação de causa e consequência relacionadas pelo elemento que. ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS Com o mesmo exemplo poderíamos ter outro tipo de relação, fazendo adaptações: 1. O passeio estava bom, logo resolvemos ficar um pouco mais. Teríamos , agora, uma relação de conclusão. Entretanto, não poderíamos ter: 2. O passeio estava bom, porém resolvemos ficar um pouco mais. Esta relação de contraste não seria coerente com as ideias do exemplo, pois iria contradizer as informações. ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS Deduzimos que nem todas as conexões proporcionam coerência às informações. Logo , as conexões sintáticas devem ser utilizadas adequadamente para formar sentido. As articulações sintáticas estabelecem relações semânticas. ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS As expressões com as quais fazemos ligações entre as ideias estabelecem significados, estabelecem sentido nas mensagens. Sendo assim, não se pode utilizar qualquer elemento para conectar informações. Devemos ter em mente os tipos de relações: ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS Contraste - O dia está bonito , mas está muito calor. Oposição - Apesar de o dia estar bonito, está muito calor. ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS Relação de concessão - embora o dia esteja bonito, está muito calor. Relação de causalidade/explicação - Paulo se apressou, pois estava atrasado. Relação de consequência - os trabalhos foram muito bem organizados, foram feitos todos os registros necessários, em suma , o dia foi muito proveitoso. ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS Vamos fazer as articulações sintáticas nas frases a seguir ? Articular ideia de causa, de oposição, de conclusão e de finalidade. Vamos fazer também as modificações necessárias: 1 - as portas foram abertas. As compras vão começar. 2 - o advogado foi ao fórum. Ele deu andamento no processo. ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS 3 - O trânsito está fluindo normalmente. O trânsito está fluindo normalmente. As chuvas foram muito fortes. 4 - O médico ainda não chegou. Ele está fazendo uma cirurgia. 5 - Choveu durante todo o dia. As ruas estão alagadas. 6 - O menino dormiu. O menino está com fome. 7 - Quem lê tem boas ideias. Devemos ler mais. ANALISE TEXTUAL AULA 3:TEXTUALIDADE,ARTICULAÇÕES SINTÁTICAS E RELAÇÕES SEMÂNTICAS ANÁLISE TEXTUAL Profº. Fábio Simas AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA Você já imaginou lendo algo que não fizesse sentido? Em outras palavras, ninguém gostaria de ler textos incoerentes. Exemplo: O pepino que eu comprei foi traduzido do francês, no entanto, os besouros estão em férias. Ainda que tenhamos viajado em nosso carro novo, ele ainda não foi fabricado. ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA A COERÊNCIA ocorre a partir do texto, mas... A coerência depende de uma série de fatores, entre os quais vale ressaltar: conhecimento do mundo e o grau em que esse conhecimento deve ser ou é compartilhado pelos interlocutores; domínio das regras que norteiam a língua: isto vai possibilitar as várias combinações dos elementos linguísticos; os próprios interlocutores, considerando a situação em que se encontram, as suas intenções de comunicação, suas crenças, a função comunicativa do texto. ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA TIPOS DE COERÊNCIA ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA Coerência Semântica. Refere-se à relação entre os significados dos elementos das frases em sequência; a incoerência aparece quando esses sentidos não combinam, ou quando são contraditórios. Exemplos:“... ouvem-se vozes exaltadas para onde acorreram muitos fotógrafos e telegrafistas para registrarem o fato.” O uso do vocábulo ‘telegrafista’ é inadequado nesse contexto, pois o fato que causa espanto será documentado por fotógrafos e, talvez, por cronistas, que, depois, poderão escrever uma crônica sobre ele, mas, certamente, ‘telegrafistas’ não são espectadores comuns nessas circunstâncias. ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA Coerência Sintática. Refere-se aos meios sintáticos usados para expressar a coerência semântica: conectivos, pronomes, etc. “João foi à festa, todavia porque não fora convidado.” (Koch e Travaglia, 2001:38) ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA Coerência Estilística. Esse tipo de coerência não chega, na verdade, a perturbar a interpretabilidade de um texto: é uma noção relacionada à mistura de registros linguísticos. É desejável que quem escreve ou lê se mantenha num estilo relativamente uniforme. Entretanto, a alternância de registros pode ser, por outro lado, um recurso estilístico. Piadas podem ser elaboradas a partir de incoerências: No balcão da companhia aérea, o viajante perguntou à atendente: A - A senhorita pode me dizer quanto tempo dura o vôo do Rio a Lisboa? B - Um momentinho. A - Muito obrigado. ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA Coerência pragmática - podemos dizer que esse tipo de coerência é verificado através do conhecimento que possuímos da realidade sociocultural, que inclui também um comportamento adequado à conversa. Duas pessoas conversando em uma festa: - Você viu com quem o Paulo chegou ? - Quero mais um pedaço de torta de amoras silvestres. O que acontece com a sequência desta conversa? ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA FATORES REPONSÁVEIS PELA COERÊNCIA: - CONHECIMENTO DE MUNDO Aquele proveniente de nossas experiências com o mundo, conhecimento sociocultural. Através dessa interação armazenamos esse conhecimento, constituindo modelos cognitivos. ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA CONHECIMENTO PARTILHADO Conhecimento compartilhado entre as pessoas, entre quem estabelece uma interação. Essa interação se torna possível graças à experiência comum dos envolvidos. ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA INFERÊNCIAS São as reflexões que fazemos a partir de alguma ideia, a partir de determinado texto. Incluem as deduções, conclusões que construímos juntamente com quem conta ou escreve uma história, um fato etc. ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA COMO ENTENDEMOS O TEXTO A SEGUIR ? O motorista entra num bar de beira de estrada e pergunta: - Quanto custa um cafezinho?- R$ 0,50 - responde o balconista.- E o açúcar?- Ah, o açúcar é de graça!- Então me vê 3 quilos. ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA FATORES DE CONTEXTUALIZAÇÃO São elementos que compõem uma história, um texto: data, local, elementos gráficos etc. ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA SITUACIONALIDADE CONHECIMENTO DE ONDE A HISTÓRIA SE SITUA, COM TODOS OS ELEMENTOS NECESSÁRIOS. ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA INFORMATIVIDADE A informatividade diz respeito ao grau de previsibilidade (ou expectabilidade) da informação contida no texto. É a informatividade que vai determinar a seleção e o arranjo das alternativas de distribuição da informação no texto, de modo que o receptor possa calcular o sentido com maior ou menor facilidade, dependendo da intenção do produtor de construir um texto. Já se contiver informação inesperada ou imprevisível, o texto terá um grau máximo de informatividade, podendo, à primeira vista, parecer até incoerente por exigir do receptor um grande esforço de decodificação. ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA FOCALIZAÇÃO Constitui-se no próprio foco do texto, no assunto a ser tratado. Esse conceito tem a ver com a concentração dos usuários (produtor e receptor) em apenas uma parte do seu conhecimento que enfatizam. Koch e Travaglia (2002:82) citam os seguintes exemplos fornecidos por Grosz: uma construção pode ser considerada uma maravilha da arquitetura, uma casa ou um patrimônio cultural. um evento pode ser visto como uma compra ou uma venda. ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA INTERTEXTUALIDADE Interação com outros textos, mecanismo importante para entendimento de determinadas mensagens.O texto faz alusão a outros textos, exigindo do leitor uma busca de informações fora do universo do texto em questão. ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA ANÁLISE TEXTUAL AULA 4 – TIPOS E FATORES DE COERÊNCIA VAMOS UTILIZAR TODOS ESSES FATORES RESPONSÁVEIS PELA COERÊNCIA NO ENTENDIMENTO DO TEXTO A SEGUIR ? O policial do 190 atendeu o telefone e foi anotando o pedido de socorro: - Por favor, mandem alguém urgente, entrou um gato em casa !! - Mas como assim? Um gato em casa? - Um gato!!! Ele invadiu minha casa e está caminhando em minha direção!!! - Mas como assim? Você quer dizer um ladrão? - NÃO ! Estou falando de um gato mesmo, desse que faz 'miau, miau', e ele está vindo em minha direção!!! - Vocês têm que vir agora !!!! - Mas o que tem de mais um gato ir na sua direção ? - Ele vai me matar, ora bolas !!! E vocês serão os culpados !!! - Quem está falando? - O papagaio. ANÁLISE TEXTUAL Aula 5: Tipologia textual ANÁLISE TEXTUAL Aula 5: Tipologia Textual Após a noção de texto discutida em aula anterior, chega o momento de entrarmos em contato com os tipos de texto, os seus propósitos e sua funcionalidade. Vamos considerar a produção do texto baseada em fatores como: - o propósito da mensagem - para quê? - a organização das informações - como ? - o público leitor - para quem ? A partir daí focalizaremos a coerência da organização textual, que necessita estar presente nas partes em que o texto se divide. ANÁLISE TEXTUAL Aula 5: Tipologia Textual ORGANIZAÇÃO BÁSICA TEXTO : INTRODUÇÃO, DESENVOLVIMENTO E CONCLUSÃO INTRODUÇÃO - A introdução deve conter a proposta do texto, a idéia principal. Normalmente é construída por um parágrafo. DESENVOLVIMENTO - o desenvolvimento deve trazer os desdobramentos do que foi proposto na Introdução. Este desenvolvimento pode conter quantos parágrafos forem necessários. Pode trazer exemplos, comparações com outros autores, citações sobre o caso etc.... ANÁLISE TEXTUAL Aula 5: Tipologia Textual CONCLUSÃO - trata do fechamento do texto, pode deixar a ideia em aberto, pode apresentar um ponto de vista coerente com o que foi desenvolvido, mas precisa trazer um fechamento. Para isso retoma a ideia apresentada na introdução. Este é um ponto importante, porque reforça a coerência do texto: o que foi anunciado no início foi desdobrado, desenvolvido, retomado e concluído, segundo quem o escreveu. Esta é uma boa estratégia paranão fugirmos do assunto. ANÁLISE TEXTUAL Aula 5: Tipologia Textual LEMBRETE É bom perceber que o trabalho do texto é encadeado, é “tecido” mesmo, pois tudo vai ser organizado a partir do que for apresentado na introdução. A partir daí, temos que desenvolver a ideia e depois concluir, baseados no que apresentamos e desdobramos. De modo que, seguindo esta organização, a tendência é termos um texto coerente. ANÁLISE TEXTUAL Aula 5: Tipologia Textual TIPOLOGIA TEXTUAL NARRAÇÃO OU NARRATIVA Narrar é contar histórias; em textos, contos, novelas, filmes etc... Se a narrativa compreende contar histórias, deve conter elementos como: Personagens, local, tempo, espaço . Normalmente são muito utilizados verbos de ação. Estes proporcionam “movimento” à história. ANÁLISE TEXTUAL Aula 5: Tipologia Textual Situa seres e objetos no tempo (história). Estrutura: - Introdução: Apresenta as personagens, localizando-as no tempo e no espaço. - Desenvolvimento: Através das ações das personagens, constrói-se a trama e o suspense que culmina no clímax. - Conclusão: Existem várias maneiras de se concluir uma narração. Esclarecer a trama é apenas uma delas. ANÁLISE TEXTUAL Aula 5: Tipologia Textual Utiliza o recurso dos verbos de ação, dos discursos direto, indireto e indireto livre. A narrativa deve tentar elucidar os acontecimentos, respondendo às seguintes perguntas essenciais: O QUÊ? - o(s) fato(s) que determina(n) a história; QUEM? - a personagem ou personagens; COMO? - o enredo, o modo como se tecem os fatos; ONDE? - o lugar ou lugares da ocorrência QUANDO? - o momento ou momentos em que se passam os fatos; POR QUÊ? - a causa do acontecimento. ANÁLISE TEXTUAL Aula 5: Tipologia Textual Observe como se aplicam no texto de Manuel Bandeira esses elementos: Tragédia brasileira Misael, funcionário da Fazenda, com 63 anos de idade. Conheceu Maria Elvira na Lapa — prostituída com sífilis, dermite nos dedos, uma aliança empenhada e os dentes em petição de miséria. Misael tirou Maria Elvira da vida, instalou-a num sobrado no Estácio, pagou médico, dentista, manicura... Dava tudo quanto ela queria. Quando Maria Elvira se apanhou de boca bonita, arranjou logo um namorado. Misael não queria escândalo. Podia dar urna surra, um tiro, urna facada. Não fez nada disso: mudou de casa. Viveram três anos assim. Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa. ANÁLISE TEXTUAL Aula 5: Tipologia Textual Viveram três anos assim. Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Misael mudava de casa. Os amantes moraram no Estácio, Rocha, Catete, Rua General Pedra, Olaria, Ramos, Bom Sucesso, Vila Isabel, Rua Marquês de Sapucaí, Niterói, encantado, Rua Clapp, outra vez no Estácio, Todos os Santos, Catumbi, Lavradio, Boca do Mato, Inválidos... Por fim na Rua da Constituição, onde Misael, privado de sentidos e inteligência , matou-a com seis tiros, e a polícia foi encontra-la caída em decúbito dorsal, vestida de organdi azul. Manuel Bandeira http://www.algosobre.com.br/redacao/narracao-com- exemplos.html ANÁLISE TEXTUAL Aula 5: Tipologia Textual DESCRIÇÃO Situa seres e objetos no espaço (fotografia) Estrutura: Introdução – A perspectiva do observador focaliza o ser ou objeto e distingue seus aspectos gerais. Desenvolvimento – Capta os elementos numa ordem coerente com a disposição em que eles se encontram no espaço, caracterizando-os objetiva e subjetivamente, física e psicologicamente. Conclusão – Não há um procedimento específico para conclusão. Considera-se concluído o texto quando se completa a caracterização. ANÁLISE TEXTUAL Aula 5: Tipologia Textual DISSERTAÇÃO I. Expor um assunto, esclarecendo as verdades que o envolvem, discutindo a problemática que nele reside; II. Defender princípios, tomando decisões III. Analisar objetivamente um assunto através da sequência lógica de ideias; IV. Apresentar opiniões sobre um determinado assunto; V. Apresentar opiniões positivas e negativas, provando suas opiniões, citando fatos, razões, justificativas. A dissertação é uma série concatenada de ideias, opiniões ou juízos. Adaptado de: http://www.algosobre.com.br/redacao/dissertacao.html ANÁLISE TEXTUAL Aula 5: Tipologia Textual EXEMPLO DE DISSERTAÇÃO Páscoa é a festa espiritual da libertação, simbolizada por objetos incorporados em nossas vidas como o ovo de páscoa, que está ligado a um ritual egípcio e, por conveniências comerciais, ganhou seu lugar nas festividades do Domingo de Páscoa assim como outra tradições que surgiram do anseio popular (a malhação do Judas em Sábado de Aleluia). Mas, a verdadeira Páscoa está narrada em Exodus e depois a Nova Páscoa está descrita no Evangelho de Jesus Cristo como a vitória do Filho do Homem. A primeira Páscoa da História foi celebrada pelos hebreus no século 13 a.C. para que todos lembrassem que Moisés, com a ajuda do Senhor, salvou o seu povo das mãos do Faraó. Assim, o cordeiro foi o sinal de aliança e o anjo podia saber quem estava com Javé ou Jeová. (....) http://www.mundovestibular.com.br/articles/1266/1/EXEMPLOS-DE- REDACAO/Paacutegina1.html ANÁLISE TEXTUAL Aula 5: Tipologia Textual ARGUMENTAÇÃO Argumentar é defender um ponto de vista, posicionar-se diante de determinado assunto e tentar persuadir o leitor/ ouvinte para que aceite seu ponto de vista como correto e concorde com o que você propõe. Para defender sua ideia você precisa de muitos argumentos, pois as pessoas não vão aceitar prontamente seu ponto de vista. Podemos dizer que a argumentação é uma dissertação que contém explicitamente um ponto de vista, uma posição clara do autor diante do assunto, o que nem sempre acontece com a dissertação. Argumentar, então, é persuadir o interlocutor através do raciocínio ANÁLISE TEXTUAL AULA 6 – TIPOLOGIA E GÊNEROS TEXTUAIS ANÁLISE TEXTUAL Aula 6: Tipologia e gêneros textuais Conto Ali os alicerces de Alice Ali os alicerces de Alice: sapatos altos de agulha fincada na pele branca- baba dos clientes que ela repelia como os sapatos catapultados agora às 4h48 da manhã contra a parede 2 X 1,7m da quitinete do Baixo Augusta. Não podia calçá-los: a louca de baixo fez abaixo-assinado pra escorraçá-la de lá e afundar mais sua depressão. Lá: prédio “de família” onde não se toleram moças assim, mesmo com suas boas-tardes de elevador, condomínios em dia e cabeça baixa diante de olhares superiores. Aqui: redoma no 18° andar pra esquecer de si e do mundo e se sentir menos suja nos banhos 40 minutos de conta de luz cara pra tentar acender sua moral apagada e ascender sua baixa-estima. ANÁLISE TEXTUAL Aula 6: Tipologia e gêneros textuais Do alto, via as vias e a vida que não queria. De baixo, olhava pro teto que a oprimia como os gordos casados do próprio prédio baforando a desculpa da reunião externa. Rosto colado no chão, mirava os sapatos: só eles a sustentariam a trabalhar de novo e impedir que ela fizesse algo para que tudo ali cesse. http://miniconto.blogspot.com.br/ ANÁLISE TEXTUAL Aula 6: Tipologia e gêneros textuais RECONHECEMOS O CONTEÚDO DO TEXTO COMO UM CONTO, UMA NARRATIVA, PORQUE RECONHECEMOS PERSONAGENS, FATOS, LOCAL E TEMPO. UM ASPECTO CARACTERÍSTICO TAMBÉM É O FATO DE PODERMOS CONTAR ESTA HISTÓRIA EM QUALQUER ÉPOCA. OTEMPO DE OCORRÊNCIA JÁ ESTARÁ INSCRITO NA NARRATIVA, NÃO É PRECISO RECORRERMOS A UM TEMPO REAL. ANÁLISE TEXTUAL Aula 6: Tipologia e gêneros textuais CRÔNICA Almoço de domingo. No último domingo o povo aqui em casa me pediu pra fazer nhoque. Então vamos a ele! Estava passando as batatas pelo espremedor e me lembrei da primeira vez que fiz nhoque pra minha filha. Ela era ainda bem pequena, ainda nem falava direito. E foi uma farra. Ela achou muito divertido esse negócio de fazer rolinhos finos e compridos e depois cortá-los em umas quase "boinhas". ANÁLISE TEXTUAL Aula 6: Tipologia e gêneros textuais Eu cortava e ela espalhava sobre a mesa bem enfarinhada, matracando o tempo todo. Quando acabamos cobri tudo com um pano bem limpo e fui fazer sei lá o quê. Depois de um tempinho me toquei que a Beatriz tava muuuuito quieta: - Biaaaa....que tá fazendo? - Tô bincando! Segui a vozinha que vinha da cozinha e quando lá cheguei: - Jesus! Que que 'ce tá fazendo...? - To amassando as boinhas.... Comemos espaguete! Kássia C Publicado no Recanto das Letras em 01/10/2009 Código do texto: T1841911 http://recantodasletras.uol.com.br/cronicas/1841911 ANÁLISE TEXTUAL Aula 6: Tipologia e gêneros textuais CRÔNICA - ESTRUTURA SIMILAR AO CONTO, A CRÔNICA CONTA FATOS REAIS, QUE NECESSITAM QUE O TEMPO, AS PERSONAGENS, O LOCAL, SEJAM ESCLARECIDOS, PORQUE NÃO TRAZ UM CONTEXTO PRONTO, PRECISA DO CONTEXTO DA SITUAÇÃO. AS CRÔNICAS TAMBÉM APRESENTAM OUTRO ASPECTO, COMO O DE ANALISAR, COMENTAR, ARGUMENTAR, CRITICAR DETERMINADAS SITUAÇÕES ANÁLISE TEXTUAL Aula 6: Tipologia e gêneros textuais ESTRUTURA DO TEXTO RESUMO DO TRABALHO INTRODUÇÃO DESENVOLVIMENTO CONCLUSÃO BIBLIOGRAFIA ARTIGO CIENTÍFICO Na escrita acadêmica precisamos ter: CLAREZA CONCISÃO IMPESSOALIDADE ANÁLISE TEXTUAL Aula 6: Tipologia e gêneros textuais TEXTO JURÍDICO - PETIÇÃO APRESENTAÇÃO DAS PARTES -FATOS (PASSÍVEIS DE SEREM RESOLVIDOS PELA ÁREA JURÍDICA) -FUNDAMENTOS (ARGUMENTAÇÃO FAVORÁVEL AO PEDIDO, COM CITAÇÕES LEGAIS) -VALOR DA CAUSA - FECHAMENTO ANÁLISE TEXTUAL Aula 6: Tipologia e gêneros textuais A ESCRITA ACADÊMICA ANÁLISE TEXTUAL Aula 6: Tipologia e gêneros textuais PARÁFRASE - ESCREVER COM OUTRAS PALAVRAS (AS PRÓPRIAS) AS PRINCIPAIS IDEIAS DE OUTRO AUTOR, DE OUTRO TEXTO. RESUMO - EXTRAI AS PRINCIPAIS IDEIAS DE UM TEXTO, É FIEL AO CONTEÚDO ORIGINAL E TAMBÉM AO ORDENAMENTO DO ASSUNTO, NÃO SE EMITE OPINIÃO NO TEXTO DO RESUMO. O RESUMO É ELABORADO COM AS PRÓPRIAS IDEIAS DE QUEM O ESTÁ ORGANIZANDO. ANÁLISE TEXTUAL Aula 6: Tipologia e gêneros textuais RESENHA- É UMA ESPÉCIE DE RESUMO EM QUE SÃO EMITIDOS JULGAMENTOS, COMENTÁRIOS (RESENHA CRÍTICA). PARÓDIA- UMA FORMA CÔMICA DE SE REMETER A UM OUTRO TEXTO. ANÁLISE TEXTUAL Aula 6: Tipologia e gêneros textuais QUAL O TIPO DO TEXTO DESTE GÊNERO TEXTUAL? ANÁLISE TEXTUAL Aula 6: Tipologia e gêneros textuais Tipos de organização discursiva nos gêneros textuais Gêneros: Notícia de jornal Receita culinária Texto de horóscopo Bula de remédios ........ ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO . § - Temos dois s unidos, abreviação do latim signum seccione. Indica, como o nome diz, um sinal de corte, fragmentação, secção. Essa é a ideia do parágrafo: ele contem uma unidade, que é parte de um todo. O parágrafo estabelece a necessidade de demarcar, na construção de nosso texto, a mudança de enfoque em relação ao assunto. Nesta sinalização, auxilia a leitura, pois indica ao leitor que estamos trabalhando posições, idéias sobre o assunto. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO O parágrafo é uma unidade de texto composta por um ou mais de um período, em que se desenvolve determinada ideia central ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO Organização do texto Os parágrafos auxiliam no processo de leitura, de não cansar o leitor. De modo geral, dizemos que o “bom parágrafo” tem introdução e desenvolvimento. Isto é, traz uma síntese do assunto que será abordado, de preferência no início. Denominamos essa síntese: TÓPICO FRASAL. Funciona o tópico frasal como um resumo daquilo que vai ser dito ao longo do texto ou ainda como um recurso para introduzir uma ideia. Geralmente se constitui em uma frase ou duas no início do parágrafo. Existem diferentes tipos de tópicos. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO Estrutura do parágrafo • Segundo Garcia (idem: 206), o parágrafo-padrão é composto por: • a) Introdução ou tópico frasal. Um ou dois períodos curtos iniciais, em que se expressa de maneira sucinta a idéia-núcleo. • b) Desenvolvimento. Explanação da idéia-núcleo. • c) Conclusão. Mais rara, principalmente em parágrafos curtos. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO Análise a) Tópico frasal: Os candidatos são assim denominados porque na antiga Roma aqueles que se apresentavam a cargos públicos vestiam- se de branco. b) Desenvolvimento: Suas vestes semelhavam a toga dos sacerdotes. Com isso, queriam demonstrar que eram puros, sobretudo em suas intenções. c) Conclusão: A palavra candidato veio de candidatus, vestido de branco. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO Como a maneira de começar um parágrafo pode influenciar o sentido do texto ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO Este homem pegou uma nação destruída. Recuperou sua economia e devolveu o orgulho ao seu povo. Em seus quatro primeiros anos de governo, o número de desempregados caiu de 6 milhões para 900 mil pessoas. Este homem fez o produto interno bruto crescer 102% e a renda per capita dobrar. Aumentou os lucros das empresas de 175 milhões para 5 bilhões de marcos e reduziu uma hiperinflação a no máximo 25% ao ano. Este homem adorava música e pintura e quando jovem imaginava seguir a carreira artística. É possível contar um monte de mentiras dizendo só a verdade. Por isso, é preciso tomar muito cuidado com a informação e o jornal de você recebe. Folha de São Paulo: o jornal que mais se compra e nunca se vende. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO Ler é um ritual antropofágico. Sabia disso Murilo Mendes quando escreveu: “No tempo em que eu não era antropófago, isto é, no tempo em que eu não devorava livros - e os livros não são homens, não contém a substância, o próprio sangue do homem?” A antropofagia não se fazia por razões alimentares. Fazia-se por razões mágicas. Quem come a carne do sacrificado se apropria das virtudes que moravam no seu corpo. Como na eucaristia cristã, que é um ritual antropofágico: “Esse pão é a minha carne, esse vinho é o meu sangue...” Cada livro é um sacramento. Cada leitura é um ritual mágico. Quem lê um livro escrito com sangue corre o risco de ficar parecido com o escritor. Já aconteceu comigo...Ler pouco (Rubem Alves). Disponível em http://www.rubemalves.com.br/lerpouco.htm ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO Tipos de tópico frasal: DECLARAÇÃO INICIAL - o autor declara uma opinião por meio de uma frase afirmativa ou negativa. Exemplo: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. DEFINIÇÃO – trata-se de um bom recurso didático; defino algo quando delimito o seu significado dentro de um campo semântico. Exemplo: O jornal é um meio de comunicação feito com papel em que se imprimem textos. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO DIVISÃO – o parágrafo pode se iniciar dividindo o assunto, indicando como será tratado em seu desenvolvimento. EXEMPLO: as informações tomam dois caminhos para atingir o receptor: o jornal impresso e a televisão.. INTERROGAÇÃO – o autor quer aguçar a curiosidade do leitor acerca do tratamento dado a um determinado tema, mediante uma pergunta. Exemplo: O crescente uso da internet provocará o fim do jornal? ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO ALUSÃO HISTÓRICA - o autor faz referência a um fato histórico, um exemplo, uma lenda ou,até mesmo, uma piada, com o objetivo da prender a atenção do leitor. É um recurso muito comum em início de texto. EXEMPLO: Conta a tradição que comer manga e, em seguida, tomar leite tem como resultado morte certa. Assim é a política brasileira, votam-se em antigos nomes apenas porque são conhecidos, mesmo não havendo uma razão séria para perpetuá-los no poder. O medo da mudança assombra os eleitores. O parágrafo não se limita ao tópico. O texto que se segue ao tópico no espaço do parágrafo chama-se desenvolvimento. de fato, é o desenvolvimento da ideia introduzida no tópico. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO Assim, o parágrafo do exemplo de alusão histórica foi desenvolvido mediante a apresentação de uma comparação com a crendice popular, no sentido de aproximar as duas ideias. Em outras palavras: as razões pelas quais mantemos os maus governantes no poder são históricas e sem fundamento. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO TIPOS DE DESENVOLVIMENTO EXPLANAÇÃO DA DECLARAÇÃO INICIAL: o autor esclarece a afirmação ou negação que fez no tópico. EXEMPLO: A violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Somos bombardeados todo o tempo por relatos de agressões, via televisão, rádio e jornais. Parece até que o objetivo é tornar normal a barbaridade, repetindo os feitos dos bandidos vezes sem conta, até a exaustão. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO ENUMERAÇÃO DE DETALHES – Trata-se de um tipo de desenvolvimento muito específico, pois é bastante comum em parágrafos descritivos. É um tipo de texto em que o autor procura formar uma imagem mental de algo, um lugar ou alguém. Nesse sentido, há uma preocupação em apresentar detalhes da afirmação que foi feita de maneira mais genérica no tópico. Usando o exemplo anterior, imagine que façamos um novo desenvolvimento do parágrafo: Exemplo: a violência foi banalizada pelos meios de comunicação. Os jornais só falam de sangue e tragédia. a televisão prioriza as mazelas como forma de manter a audiência. Até a internet, embora seja um meio jovem, não se diferencia dos seus antecessores, pois é ela também meio de prática de crimes de pedofilia, por exemplo. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO COMPARAÇÃO – Há quem faça distinção entre analogia e contraste, distinguindo as formas de comparação. Assim, a analogia seria uma comparação entre semelhantes, enquanto o contraste se configuraria pela aproximação de termos acentuando suas diferenças. Para nós, apenas vai interessar a comparação. Um bom exemplo foi aquele que usamos para desenvolver o tópico frasal do tipo alusão histórica. Lembra? Exemplo: conta a tradição que comer manga e, em seguida, tomar leite tem como resultado morte certa. Assim é a política brasileira, votam-se em antigos nomes apenas porque são conhecidos, mesmo não havendo uma razão séria para perpetuá- los no poder. O medo da mudança assombra os eleitores. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO CAUSA E CONSEQUÊNCIA – o desenvolvimento apresenta uma relação de causas para a declaração feita no tópico, ou dela decorrentes, ou consequências, ou ambas. Exemplo: o crescente uso da internet provocará o fim do jornal? Algumas pessoas já fazem uma previsão disso, pois cada vez mais a utilização da internet invade nossas vidas, e como podemos ter acesso a várias informações, o jornal pode ser colocado de lado. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO Exemplos de tópico frasal: A ideia central ou tópico frasal geralmente vem no começo do parágrafo, seguida de outros períodos que explicam ou detalham a ideia central. Exemplos: Ao cuidar do gado, o peão monta e governa os cavalos sem maltratá-los. O modo de tratar o cavalo parece rude, mas o vaqueiro jamais é cruel. ele sabe como o animal foi domado, conhece as qualidades e defeitos do animal, sabe onde, quando e quanto exigir do cavalo. O vaqueiro aprendeu que paciência e muitos exercícios são os principais meios para se obter sucesso na lida com os cavalos, e que não se pode exigir mais do que é esperado. RESUMINDO ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO TÓPICO FRASAL DESENVOLVIDO POR ENUMERAÇÃO: EXEMPLO: A televisão, apesar das críticas que recebe, tem trazido muitos benefícios às pessoas, tais como: informação, por meio de noticiários que mostram o que acontece de importante em qualquer parte do mundo; diversão, através de programas de entretenimento (shows, competições esportivas); cultura, por meio de filmes, debates, cursos. ANÁLISE TEXTUAL AULA 7: PARÁGRAFO. ESTRUTURA DO PARÁGRAFO Os estudos sobre parágrafos que apresentamos e os exemplos de diferentes organizações de tópico frasal mostram as possibilidades de organização de textos. Claro que essas possibilidades envolvem as diferentes intenções que o autor possui ao organizar um texto: fazer suspense com um texto narrativo, descritivo. Exemplificar com textos dissertativos/ argumentativos etc.. Importante é perceber que o tópico frasal marca uma organização do assunto, e que, a partir dele, a ideia necessita ser desenvolvida. ANALISE TEXTUAL AULA 8: RACIOCÍNIO ARGUMENTATIVO ANÁLISE TEXTUAL AULA 8 – RACIOCÍNIO ARGUMENTATIVO ARGUMENTOS “Os argumentos são sustentados por dados, exemplos, experiências pessoais ou conhecimentos alheios a que atribuímos um valor indiscutível.” (Carneiro, Coletânea, 2001) ANÁLISE TEXTUAL AULA 8 – RACIOCÍNIO ARGUMENTATIVO Como podemos montar um raciocínio argumentativo baseado na figura a seguir? ANÁLISE TEXTUAL AULA 8 – RACIOCÍNIO ARGUMENTATIVO Os argumentos podem apoiar-se em dois métodos: MÉTODO INDUTIVO - parte do particular para o geral; MÉTODO DEDUTIVO - parte do geral para o particular. ANÁLISE TEXTUAL AULA 8 – RACIOCÍNIO ARGUMENTATIVO MÉTODO INDUTIVO O raciocínio indutivo parte de premissas para chegar a uma conclusão. Premissas = proposições, afirmativas que servem de base para
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