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Microbiologia Geral e Biossegurana (UniFatecie) (1) (1)

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Linda Costa

em

Ferramentas de estudo

Questões resolvidas

Compreender a importância de realizar o controle dos microrganismos.

Qual a diferença entre microscopia ótica e microscopia eletrônica?

Microscopia ótica utiliza um sistema de lentes para direcionar o caminho que um feixe de luz percorre até o objeto a ser estudado, enquanto a microscopia eletrônica utiliza um feixe de elétrons controlado por um campo magnético.
A resolução máxima da microscopia ótica é limitada, enquanto a microscopia eletrônica permite maior detalhamento das estruturas.
A microscopia ótica utiliza corantes para visualizar amostras com baixo contraste, enquanto a microscopia eletrônica não necessita de corantes.

What is the purpose of the text?


a) To explain the process of using a microscope.
b) To discuss the different types of microbiological preparations.
c) To present the fundamentals of controlling microorganisms.
d) To describe the different physical and chemical methods of controlling microorganisms.

What are the different methods of sterilization discussed in this text?


a) Autoclaving, filtration, and radiation.
b) Autoclaving, filtration, radiation, and chemical methods.
c) Filtration and radiation.
d) Autoclaving and flambé.

What are the main structures that make up bacterial cells?
Flagella
Fimbriae and pili
Glycocalyx
Cell wall
Inner membrane
Outer membrane
The cell wall is responsible for the shape of the cell and protects it from the external environment.
The glycocalyx is a viscous layer that covers the bacterial cell and allows it to adhere to various surfaces.
Flagella are responsible for the movement of bacteria in aqueous environments.
The Gram staining technique is used to differentiate between Gram-positive and Gram-negative bacteria based on the thickness of their cell walls.

Caro (a) aluno (a), agora você consegue responder a seguinte pergunta: Por que as bactérias Gram-negativas são coradas em vermelho? A resposta parece estar relacionada com a espessura de suas paredes celulares que durante o processo de coloração Gram as células tratadas com cristal de violeta em seguida com uma solução iodo, resulta em um complexo cristal violeta-iodo (CVI) dentro da célula. Quando uma bactéria Gram-negativa é tratada com etanol o lipídio da membrana externa é dissolvido e removido. Isso rompe a membrana externa e aumenta a permeabilidade. Assim o complexo pode ser removi-do, descorando a bactéria Gram-negativa que pode ser tingida com safranina. A bactéria Gram-positiva o etanol faz com que os poros de peptideoglicano se contraiam e o complexo corante CVI permaneça no interior da célula. Por que as bactérias Gram-negativas são coradas em vermelho?


What are the main groups of bacteria and their characteristics?
Eubacteria and Archaebacteria
Eubacteria are divided into three groups based on the presence or absence and composition of the cell wall: Gram-negative, Gram-positive, and Mycoplasmas
Archaebacteria are divided into four main groups: Methanogens, Halophiles, Sulfur-dependent Archaebacteria, and Thermoplasts
Protozoa are unicellular, heterotrophic, and complex organisms with a reproductive, digestive, and locomotor system
Protozoa can be classified based on their mode of locomotion: Flagellates, Amoebas, Sporozoans, and Ciliates

Quanto à estrutura celular, os protozoários apresentam o corpo composto por uma única célula, a qual apresenta grande variabilidade morfológica conforme a fase evolutiva e as condições que o microrganismo esteja adaptado. Então as células podem ser esféricas, onduladas ou alongadas, algumas espécies apresentam fases definidas dependendo da atividade fisiológica. As fases são: trofozoíto, cisto e gametas. A trofozoíto é a forma ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz. A cisto é a forma de resistência, fase dormente, apresenta parede celular mais espessa. E a forma de gameta é a sexuada que tem o gameta feminino, macrogameta, e o gameta masculino, o microgameta. Esta estrutura corpórea do protozoário é delimitada por Membrana plasmática, que é uma barreira seletiva entre o citoplasma e o meio externo que está estruturalmente e funcionalmente associada à mobilidade e nutrição destes organismos. Alguns protozoários possuem uma camada externa das suas membranas, a cutina que é suficientemente rígida para garantir a integridade e forma da célula. Contudo estes organismos podem se dobrar e retorcer ao se movimentarem em seus ambientes. Nos protozoários o citoplasma também é diferenciado em camada externa (Ectoplasma) que é transparente, e a camada interna (Endoplasma) contendo as organelas. De modo geral os protozoários têm organelas típicas das células eucarióticas. Os protozoários têm o retículo endoplasmático liso, que é responsável pela síntese de esteróide, e o retícula endoplasmática rugosa que está envolvido na síntese proteica. O complexo de Golgi está em anexo ao retículo endoplasmático e está envolvido na síntese de substâncias como carboidrato e secreções proteicas. Esta organela é bem desenvolvida nos flagelados, reduzida nos ciliados e ausente em amebas. A mitocôndria em protozoários apresenta estrutura e função similar a das células animais superiores, sendo a sede da respiração celular. Essa organela possui DNA, RNA e Ribossomo a de estrutura análoga aos procariontes. A maioria dos protozoários têm mitocôndrias exceto as amebas. Os plastídios, pigmentos fotossintéticos, quando presentes, estão contidos em organelas membranosas e tem função similar a cloroplastos da célula vegetal. Os vacúolos contráteis são bolsas membranosas que têm a função de eliminar a água do interior dos protozoários para o meio externo. Nas amebas e flagelados o vacúolo contrátil é formado pela fusão de vesículas menores e nos ciliados além da absorção de água por osmose ocorre também por ingestão forçada de água através do citóstomo que tem um complexo de vesículas e microtúbulos. Os protozoários heterotróficos apresentam vacúolos digestivos que são bolsas membranosas transitórias que nos ciliados formam-se na base da citofaringe, enquanto que nos flagelados os vacúolos se formam próximo do sítio de ingestão dos alimentos. Outra estrutura bastante importante é o citoesqueleto, que apresenta diversas funções tais como: manter a forma da célula, dar suporte a membrana plasmática, permitir a adesão da célula ao substrato, auxilia na sua locomoção, confere resistência mecânica à célula e serve como via de tráfego e posicionamento das organelas. Está localizado bem abaixo da membrana celular, logo o citoesqueleto e a membrana celular e juntos formam o que chamamos de “película” que é uma parede corporal destes organismos. O filamento proteico, micro túbulos e vesículas compõem o citoesqueleto e podem apresentar os diferentes arranjos. O filamento proteico com actina forma uma malha densa no citoplasma, bem próxima da superfície do microrganismo. Geralmente esta estrutura é formada em resposta a fatores externos, que necessitam de uma mudança rápida na organização dos filamentos, como uma contração muscular. Os micros túbulos quando formados por tubulinas se arranjam formando uma espécie de colete. Os micros túbulos podem originar-se nos corpos basais do flagelo e se espalharem por todo o esqueleto. Estes são importantes para a manutenção da estrutura e morfologia celular, para a formação dos pseudópodos e são responsáveis pela estrutura e funcionamento axial. Os micros túbulos também podem irradiar-se a partir do centro da célula e projetar seus raios para a superfície do organismo. Os protozoários também têm as estruturas alveolares ou vesículas que estão localizadas logo abaixo da membrana celular. As vesículas são achatadas e formam uma camada abaixo da membrana formando alvéolos. Os alvéolos vazios podem ser ficar túrgidos e dar sustentação à célula bem como armazenar cálcio ou ter placas de celulose secretadas no seu interior formando um exoesqueleto rígido.


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Questões resolvidas

Compreender a importância de realizar o controle dos microrganismos.

Qual a diferença entre microscopia ótica e microscopia eletrônica?

Microscopia ótica utiliza um sistema de lentes para direcionar o caminho que um feixe de luz percorre até o objeto a ser estudado, enquanto a microscopia eletrônica utiliza um feixe de elétrons controlado por um campo magnético.
A resolução máxima da microscopia ótica é limitada, enquanto a microscopia eletrônica permite maior detalhamento das estruturas.
A microscopia ótica utiliza corantes para visualizar amostras com baixo contraste, enquanto a microscopia eletrônica não necessita de corantes.

What is the purpose of the text?


a) To explain the process of using a microscope.
b) To discuss the different types of microbiological preparations.
c) To present the fundamentals of controlling microorganisms.
d) To describe the different physical and chemical methods of controlling microorganisms.

What are the different methods of sterilization discussed in this text?


a) Autoclaving, filtration, and radiation.
b) Autoclaving, filtration, radiation, and chemical methods.
c) Filtration and radiation.
d) Autoclaving and flambé.

What are the main structures that make up bacterial cells?
Flagella
Fimbriae and pili
Glycocalyx
Cell wall
Inner membrane
Outer membrane
The cell wall is responsible for the shape of the cell and protects it from the external environment.
The glycocalyx is a viscous layer that covers the bacterial cell and allows it to adhere to various surfaces.
Flagella are responsible for the movement of bacteria in aqueous environments.
The Gram staining technique is used to differentiate between Gram-positive and Gram-negative bacteria based on the thickness of their cell walls.

Caro (a) aluno (a), agora você consegue responder a seguinte pergunta: Por que as bactérias Gram-negativas são coradas em vermelho? A resposta parece estar relacionada com a espessura de suas paredes celulares que durante o processo de coloração Gram as células tratadas com cristal de violeta em seguida com uma solução iodo, resulta em um complexo cristal violeta-iodo (CVI) dentro da célula. Quando uma bactéria Gram-negativa é tratada com etanol o lipídio da membrana externa é dissolvido e removido. Isso rompe a membrana externa e aumenta a permeabilidade. Assim o complexo pode ser removi-do, descorando a bactéria Gram-negativa que pode ser tingida com safranina. A bactéria Gram-positiva o etanol faz com que os poros de peptideoglicano se contraiam e o complexo corante CVI permaneça no interior da célula. Por que as bactérias Gram-negativas são coradas em vermelho?


What are the main groups of bacteria and their characteristics?
Eubacteria and Archaebacteria
Eubacteria are divided into three groups based on the presence or absence and composition of the cell wall: Gram-negative, Gram-positive, and Mycoplasmas
Archaebacteria are divided into four main groups: Methanogens, Halophiles, Sulfur-dependent Archaebacteria, and Thermoplasts
Protozoa are unicellular, heterotrophic, and complex organisms with a reproductive, digestive, and locomotor system
Protozoa can be classified based on their mode of locomotion: Flagellates, Amoebas, Sporozoans, and Ciliates

Quanto à estrutura celular, os protozoários apresentam o corpo composto por uma única célula, a qual apresenta grande variabilidade morfológica conforme a fase evolutiva e as condições que o microrganismo esteja adaptado. Então as células podem ser esféricas, onduladas ou alongadas, algumas espécies apresentam fases definidas dependendo da atividade fisiológica. As fases são: trofozoíto, cisto e gametas. A trofozoíto é a forma ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz. A cisto é a forma de resistência, fase dormente, apresenta parede celular mais espessa. E a forma de gameta é a sexuada que tem o gameta feminino, macrogameta, e o gameta masculino, o microgameta. Esta estrutura corpórea do protozoário é delimitada por Membrana plasmática, que é uma barreira seletiva entre o citoplasma e o meio externo que está estruturalmente e funcionalmente associada à mobilidade e nutrição destes organismos. Alguns protozoários possuem uma camada externa das suas membranas, a cutina que é suficientemente rígida para garantir a integridade e forma da célula. Contudo estes organismos podem se dobrar e retorcer ao se movimentarem em seus ambientes. Nos protozoários o citoplasma também é diferenciado em camada externa (Ectoplasma) que é transparente, e a camada interna (Endoplasma) contendo as organelas. De modo geral os protozoários têm organelas típicas das células eucarióticas. Os protozoários têm o retículo endoplasmático liso, que é responsável pela síntese de esteróide, e o retícula endoplasmática rugosa que está envolvido na síntese proteica. O complexo de Golgi está em anexo ao retículo endoplasmático e está envolvido na síntese de substâncias como carboidrato e secreções proteicas. Esta organela é bem desenvolvida nos flagelados, reduzida nos ciliados e ausente em amebas. A mitocôndria em protozoários apresenta estrutura e função similar a das células animais superiores, sendo a sede da respiração celular. Essa organela possui DNA, RNA e Ribossomo a de estrutura análoga aos procariontes. A maioria dos protozoários têm mitocôndrias exceto as amebas. Os plastídios, pigmentos fotossintéticos, quando presentes, estão contidos em organelas membranosas e tem função similar a cloroplastos da célula vegetal. Os vacúolos contráteis são bolsas membranosas que têm a função de eliminar a água do interior dos protozoários para o meio externo. Nas amebas e flagelados o vacúolo contrátil é formado pela fusão de vesículas menores e nos ciliados além da absorção de água por osmose ocorre também por ingestão forçada de água através do citóstomo que tem um complexo de vesículas e microtúbulos. Os protozoários heterotróficos apresentam vacúolos digestivos que são bolsas membranosas transitórias que nos ciliados formam-se na base da citofaringe, enquanto que nos flagelados os vacúolos se formam próximo do sítio de ingestão dos alimentos. Outra estrutura bastante importante é o citoesqueleto, que apresenta diversas funções tais como: manter a forma da célula, dar suporte a membrana plasmática, permitir a adesão da célula ao substrato, auxilia na sua locomoção, confere resistência mecânica à célula e serve como via de tráfego e posicionamento das organelas. Está localizado bem abaixo da membrana celular, logo o citoesqueleto e a membrana celular e juntos formam o que chamamos de “película” que é uma parede corporal destes organismos. O filamento proteico, micro túbulos e vesículas compõem o citoesqueleto e podem apresentar os diferentes arranjos. O filamento proteico com actina forma uma malha densa no citoplasma, bem próxima da superfície do microrganismo. Geralmente esta estrutura é formada em resposta a fatores externos, que necessitam de uma mudança rápida na organização dos filamentos, como uma contração muscular. Os micros túbulos quando formados por tubulinas se arranjam formando uma espécie de colete. Os micros túbulos podem originar-se nos corpos basais do flagelo e se espalharem por todo o esqueleto. Estes são importantes para a manutenção da estrutura e morfologia celular, para a formação dos pseudópodos e são responsáveis pela estrutura e funcionamento axial. Os micros túbulos também podem irradiar-se a partir do centro da célula e projetar seus raios para a superfície do organismo. Os protozoários também têm as estruturas alveolares ou vesículas que estão localizadas logo abaixo da membrana celular. As vesículas são achatadas e formam uma camada abaixo da membrana formando alvéolos. Os alvéolos vazios podem ser ficar túrgidos e dar sustentação à célula bem como armazenar cálcio ou ter placas de celulose secretadas no seu interior formando um exoesqueleto rígido.


Prévia do material em texto

Microbiologia Geral
e Biossegurança
Professora Dra. Aline José Maia
Reitor 
Prof. Ms. Gilmar de Oliveira
Diretor de Ensino
Prof. Ms. Daniel de Lima
Diretor Financeiro
Prof. Eduardo Luiz
Campano Santini
Diretor Administrativo
Prof. Ms. Renato Valença Correia
Secretário Acadêmico
Tiago Pereira da Silva
Coord. de Ensino, Pesquisa e
Extensão - CONPEX
Prof. Dr. Hudson Sérgio de Souza
Coordenação Adjunta de Ensino
Profa. Dra. Nelma Sgarbosa Roman 
de Araújo
Coordenação Adjunta de Pesquisa
Prof. Dr. Flávio Ricardo Guilherme
Coordenação Adjunta de Extensão
Prof. Esp. Heider Jeferson Gonçalves
Coordenador NEAD - Núcleo de 
Educação à Distância
Prof. Me. Jorge Luiz Garcia Van Dal
Web Designer
Thiago Azenha
Revisão Textual
Kauê Berto
Projeto Gráfico, Design e
Diagramação
André Dudatt
2021 by Editora Edufatecie
Copyright do Texto C 2021 Os autores
Copyright C Edição 2021 Editora Edufatecie
O conteúdo dos artigos e seus dados em sua forma, correçao e confiabilidade são de responsabilidade 
exclusiva dos autores e não representam necessariamente a posição oficial da Editora Edufatecie. Permi-
tidoo download da obra e o compartilhamento desde que sejam atribuídos créditos aos autores, mas sem 
a possibilidade de alterá-la de nenhuma forma ou utilizá-la para fins comerciais.
UNIFATECIE Unidade 1 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
UNIFATECIE Unidade 2 
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UNIFATECIE Unidade 3 
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UNIFATECIE Unidade 4 
Rua Getúlio Vargas, 333
Centro, Paranavaí, PR
(44) 3045-9898
www.unifatecie.edu.br/site
As imagens utilizadas neste
livro foram obtidas a partir 
do site Shutterstock.
 
 Dados Internacionais de Catalogação na Publicação - CIP 
 
M217m Maia, Aline José 
 Microbiologia geral e biossegurança / . Paranavaí: 
 EduFatecie, 2021. 
 110 p. : il. Color. 
 
 
1. Microbiologia. 2. Biossegurança. I. Centro Universitário 
 UniFatecie. II. Núcleo de Educação a Distância. III. Título. 
 
 CDD : 23 ed. 616.079 
 Catalogação na publicação: Zineide Pereira dos Santos – CRB 9/1577 
 
 
AUTORA
Professor Dr. Aline José Maia
 
Doutora em Agronomia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM) – área de 
concentração Proteção de Plantas. Possui mestrado em Agronomia pela Universidade 
Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO) – área de concentração Produção vegetal. É 
formada em Agronomia pela Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO).
 
O endereço de acesso: http://lattes.cnpq.br/4683408883039820
 
Amplo conhecimento laboratorial manutenção básica de laboratório, segurança no 
laboratório, esterilização e técnicas de assepsia, tipos de meio de cultura, preparo de meio 
de cultivo de fungos e bactérias, condições de crescimento de patógenos, métodos de 
isolamento de fungos e bactérias, Postulado de Koch (regras de prova de patogenicidade), 
técnicas de inoculação, manutenção e preservação de culturas, controle de microrganismos 
in vitro. E também atua nos seguintes temas: proteção de planta, propagação, fruticultura, 
controle fitossanitário e manejo orgânico em videiras. 
APRESENTAÇÃO DO MATERIAL
Seja muito bem-vindo (a)!
Caro (a) aluno (a)! Seja bem-vindo à disciplina de microbiologia. Esta disciplina 
abordará diversos assuntos a respeito dos microrganismos. Os microrganismos são seres 
que não são observados a olho nú, nós precisamos de ferramentas para observá-los, para 
verificar suas diversas formas, reprodução, aspectos bioquímico-fisiológicos e seu relacio-
namento com o hospedeiro sendo benéfica ou prejudicial.
Para estudarmos o mundo dos organismos microscópicos, nosso curso será dividi-
do em quatro unidades:
Na unidade I apresenta conceito de microbiologia, um breve histórico e marcos da 
microbiologia. Nesta unidade, também estudaremos a classificação dos seres vivos e as 
características gerais dos microrganismos como bactérias, protozoários, fungos e vírus, 
bem como os microrganismos no cotidiano.
A unidade II abordará a caracterização e controle dos microrganismos, entendendo 
como obtém uma cultura pura e quais os meios são utilizados para o cultivo de microrga-
nismos, bem como os elementos químicos e condições físicas necessários para o cultivo 
de microrganismos. Para termos sucesso no isolamento é necessário saber como é feito o 
preparo dos microrganismos para serem visualizados no microscópio e vamos ver também 
como é feito o controle dos microrganismos. 
Na unidade III e IV vamos tratar dos principais grupos de microrganismos. Ao longo 
da unidade III, vamos destacar A organização celular, reprodução, crescimento, variabilidade 
genética e principais grupos de bactérias, assim como as principais características dos proto-
zoários. Na unidade IV, vamos estudar as principais características morfológicas, fisiológicas, 
reprodutivas e a classificação de fungos e as principais características dos vírus.
Que você alcance junto conosco, bons resultados ao percorrer esta jornada de 
conhecimento e que juntos consigamos alcançar os maiores sucessos em multiplicar os 
conhecimentos sobre tantos assuntos abordados em nosso material. Esperamos contribuir 
para seu crescimento pessoal e profissional.
 
Abraços e excelente estudo!
SUMÁRIO
UNIDADE I ...................................................................................................... 3
Introdução à Microbiologia
UNIDADE II ................................................................................................... 23
Caracterização e Controle dos Microrganismos
UNIDADE III .................................................................................................. 53
Principais Grupos de Microrganismos
UNIDADE IV .................................................................................................. 83
Principais Grupos de Microrganismos
3
Plano de Estudo:
A seguir apresenta-se os seguintes tópicos que você estudará nesta unidade:
● O que é microbiologia e sua aplicação;
● Histórico da microbiologia;
● Classificação dos seres e característica geral dos microrganismos;
● Microrganismos no cotidiano.
Objetivos da Aprendizagem:
● Compreender as principais características da microbiologia como ciências. 
● Conhecer a perspectiva histórica da microbiologia.
● Diferenciar célula eucarionte de procarionte 
● Caracterizar os principais grupos de microrganismo 
● Exemplificar a função dos microrganismos no ambiente
UNIDADE I
Introdução à Microbiologia
Professora Dra. Aline José Maia
4UNIDADE I Introdução à Microbiologia
INTRODUÇÃO
Prezado (a) aluno (a) nesta primeira unidade do livro será apresentado a microbio-
logia como ciências. 
No primeiro tópico a ser tratado traz a compreensão que a microbiologia estuda 
organismos pequenos, que não são visíveis a olho nu pelo homem, somente com a ajuda 
do microscópio. Este foi um tópico elaborado com o intuito de sensibilizá-lo (a) sobre a im-
portância da microbiologia e que sem a invenção do microscópio seria impossível observar 
estes seres tão pequenos.
No tópico seguinte serão abordados assuntos que tratam do surgimento da micro-
biologia como ciência. A descoberta do mundo microbiano inclui histórias dos primeiros 
cientistas que optaram por estudar a microbiologia, sendo eles motivados por suas desco-
bertas, o que levou a algumas verdades serem reconhecidas.
Em seguida, em um terceiro tópico, será abordado a diferença entre as células 
eucariontes e procariontes. Neste tópico convido você a conhecer as características dos 
grupos de microrganismos procariotos e as características dos grupos dos microrganismos 
eucariotos, uma vez que, com o avanço da microscopia foi possível distinguir a célula mi-
crobiana nestas duas categorias.
Para finalizar esta unidade, trataremos sobrea contribuição dos microrganismos 
no nosso cotidiano: fertilidade do solo, reciclagem de substâncias e participação de ciclos 
bioquímicos. Os microrganismos, também podem contribuir com a fabricação de produtos 
como iogurtes, vinhos, queijos, vinagres e pães. Além disso, tratarei de algumas informa-
ções sobre os microrganismos que causam doenças em humanos, animais e plantas. 
Espero que seja uma leitura agradável e que contribua para o seu desenvolvimento.
5UNIDADE I Introdução à Microbiologia
1. O QUE É MICROBIOLOGIA E SUA APLICAÇÃO
Para iniciarmos, vamos fazer a seguinte pergunta:
O que é microbiologia?
Se fragmentarem a palavra, microbiologia, vamos ver que temos um conjunto de 
termos que denotam micróbio. Esta palavra, micróbio, tem origem grega onde mikros signi-
fica pequeno e bio significa vida. Assim, microbiologia é a ciência que estuda os organismos 
pequenos, e suas atividades biológicas.
Organismos microscópicos são organismos que não são observados a olho nu, 
precisamos de uma ferramenta para observar estes organismos pequenos. Para termos 
noção do tamanho destes seres, vamos imaginar uma escala, e que a menor parte da 
escala é um angstrom que é igual a 10-10 metros, isso é muito pequeno, nossos olhos 
não conseguem identificar estruturas menores que um milímetro. Para isso, precisamos de 
técnicas que auxiliam na visualização destes microrganismos.
Entre as técnicas mais usadas na microbiologia tem a microscopia de Luz e a 
Eletrônica. Estes equipamentos permitem visualizarmos estruturas que são impossíveis de 
enxergar a olho nu. Quando comparamos uma célula vegetal com a célula animal conse-
guimos fazer esta diferenciação com o microscópio de Luz, se quisermos maiores detalhes, 
por exemplo de uma partícula viral vamos precisar de um microscópio eletrônico, pois é 
uma partícula muito pequena, menor bem menor que a célula vegetal e animal.
6UNIDADE I Introdução à Microbiologia
Portanto, antes de surgir a microscopia, não existia a microbiologia, pois era impos-
sível de visualizar os microrganismos.
A partir do surgimento do microscópio foi obtendo-se maiores informações para 
caracterizar os microrganismos. As características que permitem classificá-los são: Carac-
terísticas culturais (exigência nutricional e ambiental); Características morfológicas (forma 
da célula e colônia); Características metabólicas (reações bioquímicas para sobrevivência); 
Características antigênicas (componente celular que são semelhantes entre espécies); 
Características genéticas (caracterização do genoma); Potencial de causar doenças (ho-
mens, animais e plantas); Características ecológicas (relação entre os microrganismos e 
sua ocorrência natural) e a classificação taxonômica (grupos de microrganismos). Todas 
estas características abrangem a microbiologia básica.
E por meio do conhecimento obtido na microbiologia básica podemos utilizar estes 
princípios básicos e aplicar os microrganismos às suas finalidades específicas, ou seja, 
a microbiologia básica fornece os princípios fundamentais para a microbiologia aplicada. 
Enquanto que a microbiologia básica estuda a natureza fundamental, as propriedades de 
microrganismo, a microbiologia aplicada usa os microrganismos nas mais diversas áreas 
da medicina, agricultura, indústrias e ambiente.
Os microrganismos são capazes de sintetizar várias substâncias químicas como 
ácido cítrico e antibióticos (Penicilina). Também tem microrganismos que são cultivados em 
grande escala para suplementação alimentar de humanos e animais. Certos microrganis-
mos têm a capacidade de fermentar material orgânico, produzindo o gás metano.
Além da indústria, os microrganismos podem ser utilizados para alterar ambientes 
específicos, como exemplo, bactérias que extraem cobre e ferro de minérios de baixa qua-
lidade. Os microbiologistas de solo, que buscam microrganismos para degradar poluentes 
específicos como inseticidas e herbicidas. Ainda tem a área do controle biológico, na qual 
os microrganismos controlam pragas e doenças em plantas.
Você percebe, caro aluno (a) a importância das duas áreas, microbiologia básica 
e aplicada? Uma vez que os microrganismos estão sempre conosco, seja na produção de 
substâncias químicas de interesse na indústria ou por causarem doenças.
7UNIDADE I Introdução à Microbiologia
2. HISTÓRICO DA MICROBIOLOGIA
Querido (a) acadêmico (a), falamos no início do primeiro tópico que a microbiologia 
surgiu após a invenção do microscópio, por isso neste segundo tópico vamos abordar a 
trajetória da microbiologia como ciência, mencionando os cientistas que mais contribuíram 
para o reconhecimento da microbiologia como ciências.
A história da microbiologia começa quando Robert Hooke em 1665 decide fazer algo 
interessante. Com um conjunto de lentes de aumento ele visualiza uma fatia de cortiça e 
vê grandes emaranhados e que os emaranhados são unidos por unidades que se repetem. 
Assim, ele compara-se com as células de animais e plantas, que são também formados por 
estruturas repetitivas.
E Antony Van Leeuwenhoek (1632-1723), utilizou lentes de aumento acoplado a 
uma chapa que no lado anterior tinha um lugar para colocar água e contra a luz observou 
vários filamentos de tamanho variável e que se movimentavam, ele deu o nome de anima-
cros para estas estruturas.
Com a criação do microscópio possibilitou um avanço na biologia. Embora este 
microscópio fosse muito simples, adotado apenas de uma lente de vidro que permitia um 
aumento de 300 vezes. Assim tudo o que era invisível a olho nu tornou-se visível o suficiente 
para ser pesquisado. Este microscópio primitivo permitia observar bactérias de 1 a 2 micras 
(um milésimo de milímetros).
8UNIDADE I Introdução à Microbiologia
As observações de Hooke e Leeuwenhoek levaram à descoberta da célula, mas 
somente em 1839 que a célula foi reconhecida como unidade fundamental de vida.
Para darmos continuidade a nossa discussão sobre o histórico da microbiologia, 
convido você caro (a) aluno (a), a abordar os conceitos sobre a teoria da geração espontâ-
nea de microrganismos.
Na época, muitos pesquisadores defendiam a teoria da ABIOGÊNESE, defende 
que a criação de um ser vivo é a partir de matéria inanimada (sem vida). Enquanto que 
poucos pesquisadores defendem a teoria da BIOGÊNESE, na qual acreditava que o ser 
vivo surgiu a partir de outro pré-existente.
Vamos a nossa discussão sobre a história da microbiologia.
Francesco Redi (1626-1697), provou em um experimento, no qual ele utilizava fras-
cos com carne. Alguns fracos ficaram descobertos e outros ficaram fechados impedindo a 
entrada de qualquer ser vivo. Com o passar do tempo ele observou que surgiram larvas na 
carne que estava com o descoberto, a carne já estava em decomposição. E de onde surgi-
ram as larvas? Então ele observou que havia moscas que passavam pela carne deixando 
seus ovos, os quais davam origem às larvas. Hoje é comum ver isso no nosso dia a dia. 
Nas carnes que ficaram fechadas não houve interação com as moscas, as carnes ficaram 
intactas, ou seja, não teve o surgimento de larvas. 
Então, caro aluno (a) consegue perceber que a geração espontânea está incorre-
ta? Se ela estivesse correta, as larvas surgirão tanto nas carnes que estavam nos frascos 
abertos como nos frascos fechados, nos dois frascos. Aqui ficou provado que a vida surge 
por meio de outro ser vivo. Mesmo com a comprovação de Redi, que os microrganismos 
não surgiram de material inanimado, muitos pesquisadores da época não aceitaram, outros 
falaram que este experimento era somente para organismos multicelulares. 
Então continuou a pesquisa para comprovar que os microrganismos não se desen-
volviam por abiogêneses. Outro pesquisador que teve papel primordial na microbiologia foi 
o químico francês, Louis Pasteur (1859). Ele comprovou que o ser vivo não pode surgir de 
matéria inanimada. Para isso, o que ele fez?
 Ele realizou um experimentoutilizando um balão de vidro, onde ele colocou um 
caldo nutritivo, em seguida ele ferveu o material para matar todos os microrganismos que 
estavam ali dentro, posteriormente ele pegou este balão e entortou o gargalo, ao entortar 
esse gargalo o que era impedido? A entrada do microrganismo.
Assim os microrganismos não atingiam o caldo nutritivo, o ar entrava mais os mi-
crorganismos não, estes ficavam retidos na curva do gargalo. Depois o que Pasteur fez? 
9UNIDADE I Introdução à Microbiologia
Quebrou o gargalo deixando o ar em contato direto com o caldo nutritivo. E ele percebeu 
o desenvolvimento dos microrganismos. Com este experimento Pasteur provou que o 
material foi contaminado por microrganismos presentes no ar e não que o ser vivo surgiu 
do caldo nutritivo. Então Pasteur provou que a vida surge por meio de outro ser vivo. Essa 
ideia foi importante para derrubar a teoria da abiogênese que até então era dominante.
Outra contribuição importante foi a técnica da pasteurização, técnica criada por 
Pasteur. Essa técnica é utilizada até hoje para evitar a proliferação de microrganismos. A 
técnica consiste no aquecimento e um rápido resfriamento. Um exemplo, é o leite pasteuri-
zado, no qual o leite é aquecido a 72 graus e rapidamente resfriado a 35 graus e embalado 
logo em seguida de forma a não entrar em contato com outros microrganismos.
Continuando, em 1796, Jenner criou uma vacina para varíola. Ele põe em prova o 
ditado popular que as pessoas que trabalham com animais adquiriram uma versão mais 
leve da doença. Ao observar mulheres que eram responsáveis pela ordenha quando expos-
tas ao vírus bovino tinham mesmo uma versão mais leve da doença. Ele colocou o pus das 
mãos de uma das mulheres que trabalhavam na ordenha em um menino e em poucos dias 
observou que o menino se recuperou em poucos dias. Ele repetiu esse procedimento em 
vários humanos com varíola, descobrindo assim a propriedade de imunização.
Técnicas antissépticas foram introduzidas por um cirurgião e pesquisador inglês, 
Lister (1865). Ele demonstrou que o ácido carbólico (fenol) era um agente antisséptico 
eficiente, pois após seu uso em cirurgias fez com que reduzisse o número de mortes por 
infecção pós-operatória. Hoje utilizamos o álcool etílico, hipoclorito de sódio, compostos 
clorados e ácido acético.
Em 1876, o médico alemão, que teve grande importância para descobertas e 
fundamentos da microbiologia foi Robert Koch. Ele foi responsável pelo descobrimento 
da bactéria Bacillus anthracis, causador da doença carbúnculo, que dizimou populações 
inteiras de ovelhas. Em estudos desenvolvidos por Robert Koch revela que os esporos 
da bactéria poderiam sobreviver anos no solo, no qual Koch idealizada que os animais 
portadores da doença tivessem seus corpos cremados para evitar com que a doença fosse 
espalhada ainda mais. O médico ainda provou que cada tipo de microrganismo infeccioso 
provocava uma doença específica. Com estes estudos ele publicou quatro postulados que 
são utilizados até hoje na microbiologia. 
1) Associação do microrganismo constante com a doença.
2) O Microrganismo deve ser cultivado em meio à cultura nutritiva.
3) Inocular em ser sadio suscetível
4) Recuperação do microrganismo - observar as mesmas características obtidas 
no postulado dois. 
10UNIDADE I Introdução à Microbiologia
Cumprida os quatros postulados pode se dizer que o microrganismo é o agente 
que causa a doença. Estas etapas dos postulados foram responsáveis pela compreensão 
de como as doenças são transmitidas. Koch continuou a aperfeiçoar os métodos de labo-
ratório, inventou diferentes meios de cultura nutritivo entre eles o meio batata e ágar e este 
meio era mantido em um recipiente próprio, placas de Petri, que foram inventadas por seu 
amigo Richard Petri. Esta invenção é utilizada até hoje.
E a pesquisa continuava, em 1892 Dimitri Ivanovski observou que o organismo 
que causava a doença do Mosaic taboco vírus era muito pequeno e capaz de passar por 
qualquer filtro que na época era utilizado para deter as bactérias. No entanto, somente 
em 1936 Wendell Stanly demonstrou a verdadeira natureza química do vírus causador do 
mosaico do tabaco.
Alexander Fleming, médico oficial inglês, por volta de 1929, estudando a bactéria 
Staphylococcus aureus, responsável pelas abscisão em feridas abertas provocadas pelas 
armas de fogo, acidentalmente descobriu que o mofo oriundo do fungo Penecillium secreta 
uma substância que destrói a bactéria. Ainda que seja ao acaso ele criou o primeiro antibió-
tico da história da humanidade, a penicilina, o que fez da medicina uma verdadeira ciência. 
E por fim em 1995 é anunciado a primeira sequência completa de um genoma bacteriano 
Haemophilis influenzae, bactéria responsável em causar pneumonia. 
11UNIDADE I Introdução à Microbiologia
3. CLASSIFICAÇÃO DOS SERES E CARACTERÍSTICA GERAL DOS 
 MICRORGANISMOS
Essa classificação envolve a sequência de nucleotídeos do gene que codifica para 
RNA ribossomo, para os ribossomos. Só para você lembrar, os ribossomos são macromo-
léculas responsáveis pela síntese de proteínas. Agora você deve ter perguntado por que 
usa a classificação ribossomo? Pois bem, todo o ser vivo tem seu código genético na forma 
de uma molécula de DNA e têm genes que codificam para os ribossomos. 
Todo ser vivo possui ribossomo em sua célula, pois estes são responsáveis pela 
síntese de proteína que é uma função básica. A vida só é possível, dentro de outros aspec-
tos, porque fazemos síntese proteica. Esse processo é bem controlado, não pode ocorrer 
muitos erros pois na síntese proteica as proteínas sintetizadas devem corresponder o mais 
próximo do código genético que é herdado das células parentais. Contudo, a evolução 
na modificação da sequência de nucleotídeos para o ribossomo é lenta, ou seja, ocorrem 
poucas modificações para a evolução dos seres vivos.
Assim, ao analisarmos a classificação dos seres vivos, que começa com a informa-
ção se é um organismo eucarioto e ou organismo procarioto é com base na comparação da 
sequência do DNA e RNA codificados para o ribossomo. E com isso se tem três domínios, 
que é o táxon máximo que engloba a classificação dos seres vivos é assim denominada, 
domínio, sendo o domínio Eucarioto, domínio Archaea e o domínio Bacteria.
12UNIDADE I Introdução à Microbiologia
Agora, vamos dar ênfase a: quanto tempo há vida na terra. Se fizéssemos uma 
relação da origem da vida com um relógio veríamos que os seres humanos surgiram nos 
últimos segundos. Considerando que a terra surgiu há aproximadamente 4,6 bilhões de 
anos atrás, veja que as primeiras formas de vida surgiram a quase 4 bilhões de anos atrás 
e foram os microrganismos, as bactérias, procariotos, que continuam até hoje. Em seguida 
surgiu as bactérias fototróficas (bactérias que não precisam de oxigênio), e as bactérias 
cianobactérias (bactérias que liberam oxigênio) dando início a oxigenação na atmosfera 
e a 2 bilhões de anos atrás surgiu os eucariontes, seres mais complexos, inicialmente 
microrganismos unicelulares. Os eucariontes são a maioria dependente do oxigênio para 
seu metabolismo. Em seguida surgem as algas que começam a aumentar em termos de 
diversidade. Os invertebrados, as plantas e os mamíferos e por fim os humanos surgiram 
um pouco menos de meio milhões de anos atrás. Somente a menos de um bilhão de anos 
atrás que surgiram vidas mais complexas e que predominam até hoje.
Assim, a raiz da árvore de ancestrais é a bactéria que foi se diversificando com 
a evolução durante 4 bilhões de anos e surgiu vários grupos de seres vivos. Dentro do 
domínio bactéria tem as bactérias Gram positivas, bactérias proteolíticas, Cianobactérias e 
hipertermófilos. No domínio Archaea, microrganismos que vivem em ambientes extremos, 
como halófilos (ambientes salinos), Metanogênicos (ambiente rico em metano) e hiperter-
mófilos (ambiente com temperaturas elevadas). E nodomínio Eucarioto, tem os grupos dos 
animais, o qual pertencemos, o grupo dos fungos e os vegetais. Evolutivamente somos 
próximos dos fungos, apesar de ter uma complexidade muito diferente. E muito longe de 
organismos capazes de causar doenças como protozoários e giárdia.
Para completar nossa discussão, os ribossomos são moléculas presentes em todos 
os seres vivos e que são pouco alterados ao longo dos anos, então, ele é utilizado para a 
classificação dos seres vivos em domínio até diferentes taxas (Unidade taxonômica). Quando 
temos dois indivíduos e queremos descobrir a qual domínio eles pertencem fazemos a com-
paração da sequência de nucleotídeos de genes que codificam para os ribossomos. E quanto 
mais próxima for a sequência de nucleotídeos entre dois indivíduos que dizer que a história 
evolutiva foi incomum. E quanto mais convergente mais distante são os dois indivíduos.
Os ribossomos das bactérias são de 70 S (S = sedimentação), com duas subuni-
dades uma de 50 S (maior) e outra de 20 S (menor). A unidade de 50 S é dividida em mais 
duas subunidades, uma de 23 S e outra de 5 S, com 31 proteínas. O gene de DNA que 
codifica 23 S tem aproximadamente 2904 pares de bases e a 5 S tem 120 pares de bases. 
Para a unidade menor, 30S é formada por 1542 pares de bases, com 21 proteínas. Quando 
13UNIDADE I Introdução à Microbiologia
classificamos um indivíduo como bactéria (procarionte) se usa esta sequência de nucleo-
tídeos. Os ribossomos nos eucariotos têm o coeficiente de sedimentação maior, 80 S, a 
subunidade 60 S (maior) e 40 S (menor). A subunidade 60 S é formada por três unidades, 
28 S (4.718 pares de bases), 5,8 S (160 pares de bases) e 5 S (120 pares de bases), sendo 
que apresentam 49 proteínas. E a unidade 40 S tem a unidade 18 S com aproximadamente 
1874 pares de bases que codificam 39 proteínas. 
Então quando temos o gene 18 S estamos nos referindo a subunidade menor com 
aproximadamente 1874 pares de bases, sequência de nucleotídeos ribossômico, que se 
refere aos eucariotos e não procariotos. A comparação da sequência de nucleotídeos RNA 
ribossômico permite identificar qualquer indivíduo que vai de domínio até espécie, veja, foram 
mais de 4 bilhões de anos de evolução, durante o qual os seres se diferenciam em tamanho, 
forma, genética e habitat, ainda se usa a morfologia para caracterizar os eucariotos, no entan-
to, para identificar procariotos usa a genética (RNA ribossomo), metabólicos e bioquímicos.
Mas você deve estar se perguntando, qual é a diferença entre a célula procarionte e 
eucarionte. Então, a seguir vamos discutir as principais diferenças entre células procariotas 
e eucariotas. A célula eucariótica tem um núcleo verdadeiro, delimitado por membrana, 
enquanto que as células procarióticas o núcleo fica disperso no citoplasma em uma região 
denominada nucleóide.
Quanto ao tamanho da célula, geralmente a célula procariótica apresenta 0,2 a 
2 micrômetro e a célula eucariótica apresenta aproximadamente 10 a 100 micrômetros. 
Presença de organelas revestida por membranas, os procariotos apresentam poucas or-
ganelas enquanto que os eucariotos têm muitas (núcleo, lisossomo, complexo de golgi, 
retículo endoplasmático, mitocôndrias, cloroplastos). 
O flagelo presente em procariotos é composto por três partes, gancho, corpo basal 
e filamento, nas células eucarióticas é mais complexo pois apresenta citoplasma no seu 
interior, múltiplos microtúbulos para garantir o movimento. O glicocálice em procariotos é 
presente em forma de cápsula e camada limosa, em eucariotos é presente em algumas 
células sem parede celular. A parede celular geralmente presente nos procariotos e bem 
complexa pois contém peptidoglicano que divide as bactérias em gram-positiva (maior 
quantidade de peptideoglicano) e gram-negativa (menor quantidade de peptideoglicano), 
em eucariotos quando presente é mais simples contém celulose em vegetais e algas e 
quitina em fungos. A membrana plasmática em procariotos é composta por carboidratos, 
enquanto que nos eucariotos a principal substância são esteroides. Em procariotos o é 
ausente o fluxo citoplasmático e nos eucariotos ocorre o fluxo citoplasmático. 
14UNIDADE I Introdução à Microbiologia
E os ribossomos dos procariotos são menores (70S) quando comparado com os 
eucariotos que apresenta duas subunidades, a maior (80S) e a menor (70S). O material 
genético em procariotos apresenta um único cromossomo circular sem histonas (proteínas 
de enovelamento do DNA). E nos eucariotos o cromossomo é linear e com a presença 
de histonas. A divisão celular dos procariotos é por meio da fissão binária e não envolve 
recombinação sexual, somente a transferência do DNA. Enquanto que os eucariotos a 
divisão celular envolve a mitose e a recombinação sexual a meiose. Essas são as principais 
diferenças entre uma célula procariótica e eucariótica.
Caro aluno (a) no decorrer do curso você vai ver que os microrganismos podem ser 
divididos em grupos. Aqueles que utilizam oxigênio, aqueles que não usam o oxigênio, mi-
crorganismos que utilizam o carbono orgânico e aqueles que utilizam o carbono inorgânico. 
Então vamos deixar clara algumas definições.
Os microrganismos podem usar como fonte de energia a luz, sendo denominados 
de fototróficos, ou utilizar compostos químicos, sendo denominados de quimiotróficos. Outra 
divisão é o tipo de molécula como fonte de carbono, elemento que todos os seres vivos contêm. 
Como fonte de carbono tem: compostos orgânicos, organismos denominados de 
heterotróficos; e o dióxido de carbono, organismos denominados de autotróficos. Logo 
temos: Quimioheterotróficos (organismos que utilizan como fonte de energia compostos 
químicos e fonte de carbono compostos orgânicos), Quimioautotróficos (organismos utili-
zam como fonte de energia compostos químicos e fonte de carbono dióxido de carbono), 
Fotoheterotrófico (organismo que utiliza como fonte de energia a luz e fonte de carbono 
compostos orgânicos) e fotoautotrófico (organismos que utilizam como fonte de energia a 
luz e fonte de carbono dióxido de carbono).
Organismos quimioheterotróficos, o aceptor final de elétrons é o oxigênio, são 
quase todos os animais, fungos, protozoários, e boa parte das bactérias. E o aceptor final 
de elétrons sem oxigênio são as Streptomyces e Clostridium. Os quimioautotróficos são 
bactérias que oxidam oxigênio, enxofre, ferro e nitrogênio. As bactérias não sulfurosas são 
fotoautotróficas, enquanto que organismos como plantas e algas, utilizam água para reduzir 
o dióxido de carbono e as bactérias sulfurosas que não usam água para reduzir para dióxido 
de carbono são exemplos de organismos fotoheterotróficos.
15UNIDADE I Introdução à Microbiologia
4. MICRORGANISMOS NO COTIDIANO
Caro aluno (a), você sabia que os microrganismos estão presentes em todos os 
lugares e contribuem para a vida dos seres vivos?
Os microrganismos estão presentes em várias coisas que acontecem à nossa volta. 
Os microrganismos estão envolvidos na fermentação, reciclagem de nutrientes, fabricação 
de alimentos e bebidas, na indústria farmacêutica, medicina e na agricultura.
A fermentação é um processo de liberação de energia que ocorre sem a participação 
de oxigênio, ou seja, é a transformação da matéria orgânica em outra, liberando energia. 
Quem é o responsável pela transformação da matéria orgânica em outros produtos? As 
bactérias e fungos.
Para que se tenha a fermentação alcoólica é necessário que ocorra um processo 
denominado de glicólise. Processo químico no qual fosfatos são incorporados na molé-
cula de glicose, que forma duas moléculas de ácido pirúvico, que sofre ação da levedura 
(Saccharomyces cerevisae) e da bactéria (Zymomonas mobilis), resultando em etanol e 
dióxido de carbono. Esse tipo de fermentação alcoólica é muito comum na produção de 
pães, vinhos, cerveja e etanol. 
A fermentação lática que é realizada exclusivamente por bactérias, Lactobacillus e 
Streptococcus,ocorre com derivados da lactose, ou seja, o ácido pirúvico é transformado em 
ácido lático. Essa fermentação é comum na fabricação de iogurtes e queijos. A fermentação 
acética ocorre a partir da fermentação alcóolica. O etanol obtido da fermentação alcoólica 
entra em contato com as bactérias Acetobacter ou Gluconobacter, as quais transformam o 
etanol em moléculas do ácido acético, principal componente do vinagre.
16UNIDADE I Introdução à Microbiologia
Os cogumelos podem ser alimentos muito nutritivos, com grande quantidade de 
proteínas que equivalem à carne bovina. São alimentos ricos em carboidratos e vitaminas 
com baixo teor de gordura. E são aliados benéficos nos tratamentos de doenças como o 
câncer, lúpus e HIV que afetam a humanidade. Dentre os cogumelos comestíveis podemos 
citar o Lentinula edodes comumente conhecido como shitake, Agaricus bisporus, popular-
mente conhecido como champignon ou cogumelo de botão, Auricularia sp. Conhecida como 
orelha-de-pau. E as chamadas trufas, termo popular para indicar um tipo de fungo (Tuber 
meloporum) comestível do grupo ascomicetos. Geralmente as trufas aparecem associadas 
às raízes de plantas como carvalho, salgueiro, álamo e bétulas, ficando alguns centímetros 
da superfície das plantas. As trufas são consideradas um dos pratos mais caros da Europa, 
devido à dificuldade de serem encontradas. As trufas liberam substâncias químicas que 
somente os cães são capazes de sentir.
Os queijos refinados como Roquefort de origem francesa são produzidos do leite 
de ovelha com veias originadas do fungo Penicillium roqueforti. O queijo de origem italiana, 
gorgonzola, produzido com leite de vaca, as veias de coloração cinza e azul deriva de matura-
ção com o fungo Penicillium glaucum. Os queijos Camembert e Brie, também produzido com 
leite de vaca, sua casca apresenta uma camada branca ou cinza bem aveludada é devido a 
presença de fungos causadores de mofos, Penicillium candidum e Penicillium camemberti.
Na indústria farmacêutica, o fungo Penicillium notatum que produz um antibiótico, 
composto com a capacidade de inibir o crescimento ou causar a morte de bactérias. Esse 
antibiótico, a penicilina, é utilizado no tratamento e profilaxia de doenças bacterianas. A 
penicilina inibe uma enzima chamada transpeptidase, que atua na formação do peptideogli-
cano (importante componente da parede celular das bactérias). Essa inibição faz com que 
a penicilina provoque a rápida destruição da célula, consequentemente morte da bactéria. 
A produção de bacitracina por Bacillus sp. Também é um importante antibiótico pois 
inibe a biossíntese parede celular das bactérias. O antibiótico, a estreptomicina, é eficaz no 
tratamento de tuberculose. É produzido pela bactéria Streptomyces pertencente ao grupo 
Actinomicetos. Esse antibiótico inibe também a síntese proteica havendo, portanto, a inibi-
ção do crescimento e eliminação da célula bacteriana.
As descobertas que ocorrem na microbiologia ajudam os profissionais da saúde a 
compreender, diagnosticar e tratar doenças que não são bem compreendidas. Os conheci-
mentos adquiridos foram primordiais para melhorar o tratamento de doenças como a AIDS, 
doença de Lyme e a doença de legionários, que são causadas por microrganismos. 
17UNIDADE I Introdução à Microbiologia
Os microbiologistas que trabalham o solo buscam microrganismos que degradam 
os poluentes como herbicidas e inseticidas. E na agricultura, na área de controle biológico, 
os microrganismos são usados para controlar insetos, como por exemplo Bacillus thurin-
giensis no controle de larvas de lepidópteros que atacam a cultura da soja e do milho. Os 
microrganismos também são utilizados para o controle de doenças em plantas, como por 
exemplo Trichoderma sp. no controle de Sclerotinia sclerotiorum agente causal do mofo 
branco em soja, cultura de maior interesse agronômico.
Os microrganismos também fixam nitrogênio. As bactérias do gênero Bradyrhizo-
bium capturam nitrogênio da atmosfera e transforma em fertilizante para a planta. Alguns 
fungos e bactérias promovem a decomposição da matéria orgânica e liberação de nutrientes 
para o meio ambiente.
Ainda tem os microrganismos que causam alteração nos produtos alimentícios. 
Fungos como Rhizopus stolonifer e Penicillium sp. Que causam podridão mole e consegui-
mos visualizar um crescimento micelial sobre o alimento atacado. E o fungo Aspergillus sp. 
que é um agente produtor de micotoxinas, substâncias tóxicas para seres humanos, por 
esse motivo os grãos são desvalorizados.
18UNIDADE I Introdução à Microbiologia
SAIBA MAIS
Durante cem anos, os pesquisadores previram que as bactérias poderiam usar o man-
ganês como fonte de energia para seu crescimento, mas nada foi encontrado. Até que 
dois microbiologistas ambientais da Caltech, Jared Leadbetter e Hang Yu, descobriram 
a primeira bactéria conhecida por usar o metal manganês para crescer.
O principal autor, Professor Jared Leadbetter, pesquisador da Divisão de Ciências Geo-
lógicas e Planetárias e da Divisão de Engenharia e Ciências Aplicadas da Caltech, dis-
se: “São as primeiras bactérias a usar o manganês como fonte de energia. Um aspecto 
maravilhoso dos micróbios na natureza é que eles podem metabolizar materiais aparen-
temente improváveis, como metais, gerando energia útil para a célula”.
Os dois pesquisadores, examinaram a possibilidade de que microrganismos do ambien-
te anteriormente não avaliados possam oxidar manganês para obter energia. Para essa 
descoberta, eles revestiram um frasco de vidro com uma pasta de carbonato de manga-
nês (MnCO3) e após a pasta secar, adicionou água da torneira municipal de Pasadena, 
Califórnia, e deixaram incubado em temperatura ambiente. Depois de vários meses, o 
revestimento de carbonato de cor creme oxidou em um óxido de manganês escuro.
A bactéria recém-descoberta, recebe o nome de Candidatus Manganitrophus nodulifor-
mans, pertence ao filo Nitrospirae e está distantemente relacionada a espécies conheci-
das dos gêneros Nitrospira e Leptospirillum.
De acordo com os pesquisadores, esse achado expande a diversidade conhecida de meta-
bolismos inorgânicos que suportam a vida e completam um ciclo de energia biogeoquímica 
para o manganês que pode fazer interface com outros grandes ciclos elementares globais.
Fonte: H. Yu e J.R. Leadbetter. 2020. Quimiolitoautotrofia bacteriana via oxidação de manganês. 
Nature 583, 453-458; doi: 10.1038 / s41586-020-2468-5
 
19UNIDADE I Introdução à Microbiologia
REFLITA 
“A microbiologia contribui para uma melhor compreensão do complexo mundo da vida 
que cobre a terra, sendo os microrganismos valorizados por seus produtos industriais, 
são temidos por causarem doenças, ou são ignorados por que não podem serem vistos, 
os microrganismos sempre estão conosco. E como se referenciava Louis Pasteur “O 
microrganismo terá a última palavra”.
Fonte: Pelczar Jr, M.J. et al. Microbiologia – Conceitos e Aplicações. Vol. I. São Paulo: Makron Books 
Editora. 1996. 
20UNIDADE I Introdução à Microbiologia
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estamos finalizando a primeira unidade do livro didático de microbiologia geral e bios-
segurança. Assim torna-se importante salientar algumas discussões que foram propostas.
Nossas discussões se iniciaram com o tópico ‘O que é a microbiologia e suas apli-
cações’ e ao abordar esse tópico teve como objetivo apresentar conceitos e aplicações da 
microbiologia de que você aluno (a) necessita compreender no decorrer do curso.
E ao se tratar desta abordagem inicia-se a discussão do próximo tópico da Uni-
dade I, intitulado Histórico da microbiologia. Neste tópico procurei mostrar o surgimento 
da microbiologia como ciências, sendo necessário conhecer como ela chegou até onde 
estamos atualmente.
Ainda dentro dos conceitos da microbiologia, foi trabalhado a Classificação dos 
seres vivos e a diferença das células procariótica e eucariótica que é essencial para pros-
seguirmosno curso. 
Para finalizar esta unidade foram apresentados alguns exemplos de como micror-
ganismos estão presentes no nosso dia a dia, participando de transformações de substância 
e produtos que contribuem para o meio ambiente e para o homem. 
Essa unidade tem o intuito de prepará- lo (a), caro aluno (a) para o assunto que 
será tratado nas próximas unidades.
Passemos, então, à unidade II. 
21UNIDADE I Introdução à Microbiologia
LEITURA COMPLEMENTAR 
Caro (a) aluno (a) para entender um pouco mais sobre os microrganismos no nosso 
cotidiano, leia as literaturas citadas abaixo intitulados: 
H. Yu e J.R. Leadbetter. 2020. Quimiolitoautotrofia bacteriana via oxidação de 
manganês. Nature 583, 453-458; doi: 10.1038 / s41586-020-2468-5.
Canhos, V. P., & Manfio, G. P. (2001). Recursos microbiológicos para biotecnolo-
gia. URL: http://www. mct. gov. br/Temas/biotec/Tendencias% 20_Vanderlei% 20Fina_. pdf.
COLOMBO, G. D. S., MENDES, I., SOUTO, B. D. M., Parachin, N., de ALMEIDA, 
J. R. M., & Quirino, B. F. (2017). Descoberta de novos genes de xilose isomerase em 
rúmen de cabras brasileiras. In Embrapa Agroenergia-Artigo em anais de congresso 
(ALICE). In: ENCONTRO DE PESQUISA E INOVAÇÃO DA EMBRAPA AGROENERGIA, 
4., 2017, Brasília, DF. Anais... Brasília, DF: Embrapa, 2017..
Estas três literaturas apresentam como os microrganismos podem auxiliar nas mais 
diversas áreas de conhecimento. 
22UNIDADE I Introdução à Microbiologia
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Microbiologia conceitos e aplicações.
Autor: Pelczar Jr. E Michael Joseph.
Editora: Pearson Books.
Sinopse: Nesta obra os autores captaram o essencial da micro-
biologia, destacando-a como uma combinação das ciências básica 
e aplicada. Por essa razão é interessante não só para estudantes 
de graduação em curso introdutório de microbiologia, mas também 
para alunos de outras áreas, como nutrição, enfermagem, agricul-
tura, administração florestal e ciência animal. 
FILME/VÍDEO 
Título: Documentário: Introdução à Microbiologia
Sinopse: Nesse antigo, porém didático documentário (Os micró-
bios e o Homem), um passeio pelas descobertas que levaram ao 
surgimento da microbiologia.
Disponível em: 
https://biologo.com.br/bio/introducao-a-microbiologia/
https://biologo.com.br/bio/introducao-a-microbiologia/
23
Plano de Estudo:
● Obtenção de cultura pura e meios utilizados para o cultivo.;
● Microscopia e preparo dos microrganismos;
● Fundamentos de controle dos microrganismos;
● Controle físico e químico dos microrganismos.
Objetivos da Aprendizagem:
● Conhecer os diferentes meios de cultivo para obter uma cultura pura.
● Entender como funciona as principais partes do microscópio.
● Compreender a importância de realizar o controle dos microrganismos.
UNIDADE II
Caracterização e Controle dos 
Microrganismos
Professora Dra. Aline José Maia
24UNIDADE I Introdução à Microbiologia 24UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
INTRODUÇÃO
Prezado (a) aluno (a), nesta segunda unidade do livro didático, será tratado a 
caracterização e controle dos microrganismos, que é um instrumento importante na com-
preensão dos seres dentro da microbiologia. 
No primeiro tópico, será abordado a obtenção de cultura pura e os meios utilizados 
para o cultivo in vitro (cultivo em condições estéreis). Vamos conhecer as receitas e a 
elaboração dos diferentes meios de cultivo.
No segundo tópico falaremos dos microscópios que auxiliam na visualização dos 
microrganismos e detalharemos as principais partes do microscópio de luz, sendo o mais 
utilizado nos laboratórios de ensino e pesquisa. E também será apresentado os diferentes 
modos de preparação para exame em microscopia luminosa.
E nos tópicos seguintes trataremos sobre o Controle dos microrganismos, que 
depende do objetivo se é remover, inibir ou destruir os microrganismos em seu meio. E 
veremos que vários são os agentes físicos e químicos que podem ser utilizados para matar 
ou reduzir os microrganismos em níveis aceitáveis.
Sabemos da diversidade que existe de microrganismos à nossa volta, mas procura-
rei direcioná-lo a ser capaz de realizar o isolamento, a visualização e o controle dos micror-
ganismos comumente manuseados em laboratório como por exemplo fungos e bactérias.
É muito importante que você faça uma leitura bem apurada desta unidade, pois, 
ao aprender como se obtém microrganismos em cultura pura e como é feito seu controle 
poderá contribuir para pesquisa científica moderna.
Vamos lá!
25UNIDADE I Introdução à Microbiologia 25UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
1. OBTENÇÃO DE CULTURA PURA E MEIOS UTILIZADOS PARA O CULTIVO
Ao finalizar a Unidade I de nosso livro didático, abordamos o que os microrganis-
mos estão presentes no nosso dia a dia. E a pergunta que fica é: será que é possível obter 
o microrganismo em laboratório? 
Caro aluno (a), antes de iniciarmos a discussão de como obter cultura pura dos 
microrganismos, precisamos abordar itens que correspondem sobre as normas, regras que 
se seguidas ajudam a minimizar os riscos em um laboratório. Uma vez que para as técnicas 
para obter a cultura pura é totalmente laboratorial.
Vamos lá!
Primeiro vamos definir o que é biossegurança, são ações que previnem e contro-
lam os riscos que estão presentes na atividade de pesquisa, que podem comprometer o 
homem, os animais e o meio ambiente. 
Os tipos de riscos encontrados no ambiente de trabalho podem ser: risco acidental, 
ergonômico, físico, químico e biológico.
Os riscos acidentais são aqueles que afetam sua integridade moral física, por exem-
plo, piso escorregadio, equipamentos sem proteção, probabilidade de explosão e incêndio. 
Os riscos ergonômicos são aqueles que trazem o desconforto prejudicando sua saúde, como 
por exemplo, trabalhos monótonos, ritmo acelerado de trabalho; os riscos físicos é quando 
o pesquisador fica exposto a vibrações, ruídos, radiação e materiais pontiagudos. Os riscos 
químicos são quando o pesquisador está sujeito a absorver pela pele ou ingestão de poeira, 
gases e vapores; os riscos biológicos é quando o pesquisador está exposto a bactérias, 
fungos, vírus e protozoários que têm persistência no meio de trabalho.
26UNIDADE I Introdução à Microbiologia 26UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
E levando em consideração a persistência e a proliferação dos microrganismos no 
ambiente de trabalho foi elaborado as classes de risco biológico, a classe I, a classe II, a clas-
se II e a classe IV. Na classe I, encontram-se os microrganismos com pouca probabilidade 
de causar doenças em humanos e animais, como por exemplo os Lactobacillus. Na classe II 
estão presentes microrganismos que causam doenças, mas o controle é eficaz. Na classe III 
os microrganismos causam doenças e nem sempre o controle é eficaz, mas o microrganismo 
é pouco disseminado. Na classe IV os microrganismos causam doenças, o controle não é 
eficaz e tem elevada disseminação, por exemplo vírus Ebola (causador da febre amarela).
E cada nível de risco deve seguir o grau de proteção que tem quatro níveis: Bios-
segurança 1, Biossegurança 2, biossegurança 3 e biossegurança 4. A biossegurança nível 
1 é o mais básico no qual deve –se ter os equipamentos de proteção e uma estrutura do 
ambiente de trabalho adequada. No nível de biossegurança 2 os trabalhos somente serão 
realizados na presença de um técnico. Os níveis de biossegurança 3 e 4 têm acesso restrito 
e é um sistema de segurança totalmente rigoroso.
Então a finalidade da biossegurança é proteção do pesquisador e isso inclui equi-
pamentos de segurança (equipamentos de proteção individual – luva, óculos e jalecos; 
proteção coletiva, barreiras de contenção; e boas práticas de laboratório), técnicas labo-
ratoriais (treinamento), estrutura física (conhecer o que é feito em cada compartimento) e 
gestão administrativa (conhecer a organização das atividades, rotina e quais são os agentes 
biológicos que o laboratório trabalha,desenvolve a pesquisa).
Agora que você, caro aluno (a), já conhece sobre os principais pontos de biosse-
gurança, lembre-se que cada laboratório tem sua rotina, normas, regras a serem seguidas. 
No entanto, em qualquer laboratório você sempre deve entrar de jaleco, calças compridas 
e calçado fechado.
Agora que você aluno (a), já sabe as normas básicas de um laboratório vamos 
discutir a respeito de como obter uma cultura pura.
 Primeiro vamos ver a definição de uma cultura pura. A cultura pura é quando se 
obtêm um microrganismo por meio de uma única célula que cresce e se multiplica no meio 
de cultura. A cultura pura possibilita o estudo das características morfológicas e fisiológicas 
dos microrganismos.
Quando estamos cultivando os microrganismos empregamos meio de cultura que 
contém nutrientes e vitaminas necessários para o seu crescimento e reprodução. O for-
necimento de nutrientes tem que atender às exigências das espécies a serem cultivadas 
promovendo o crescimento e ou esporulação satisfatória do microrganismo. A maior parte 
27UNIDADE I Introdução à Microbiologia 27UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
dos microrganismos cultiváveis crescem em meio à cultura que contém uma fonte de car-
bono e nitrogênio e em menor quantidade outros nutrientes como potássio, fósforo, enxofre, 
ferro e manganês. 
O carbono é um elemento de grande importância para o desenvolvimento de mi-
crorganismos, seja no seu habitat ou em meio de cultivo. Ele é um elemento estrutural que 
é considerado a principal fonte de energia. O carbono é fornecido por meio de monossaca-
rídeos como glicose, frutose e galactose. 
O nitrogênio é a parte essencial para a formação dos aminoácidos que compõem 
as proteínas e é fornecido de forma orgânica (asparagina, caseína e peptona) e de forma 
inorgânica (nitrato de sódio e nitrato de cálcio). Enquanto que o enxofre é utilizado na forma 
de sulfato para a biossíntese de aminoácidos como cisteínas e metionina. O enxofre na 
forma de sulfeto pode ser tóxico aos microrganismos. O fosfato é um componente da mem-
brana e está presente na síntese dos ácidos nucleicos e ATP e é fornecido como fosfato 
de potássio. Os demais nutrientes são necessários em pequena quantidade e funcionam 
como cofatores.
Entretanto, a composição do meio de cultivo depende do microrganismo que se 
deseja cultivar e do objeto de estudo.
De modo geral quando trabalhamos com o cultivo de microrganismos caro aluno (a) 
saiba que o ambiente é asséptico, ou seja, ambiente livre de contaminação. E os meios de 
cultivo depois de preparados devem ser esterilizados, para garantir que estamos trabalhan-
do somente com o microrganismo que pretendemos estudar.
Agora sim, vamos falar da classificação dos meios de cultivo. Os meios de cultivo 
são classificados quanto: sua consistência; composição e seletividade.
Quanto à consistência, o meio pode ser líquido ou sólido. O meio líquido contém 
todos os nutrientes necessários para o crescimento do microrganismo são dissolvidos em 
água. Uma vez preparado e esterilizado pode inserir o microrganismo que se pretende 
trabalhar em meio de cultivo.
 Este meio é utilizado quando se tem por objetivo obter maior massa em menor 
tempo, geralmente é utilizado para o crescimento de bactérias. Os meios sólidos são pre-
parados a partir da adição de um agente solidificador, o AGAR na concentração de 1,5 a 2% 
p/v, antes de esterilização. Este tipo de meio é o mais utilizado para a obtenção de culturas 
puras para estudar as características morfológicas e para a estocagem de culturas puras.
O meio de cultivo em relação a sua composição pode ser: Sintético, semi sintético 
e natural.
28UNIDADE I Introdução à Microbiologia 28UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
O meio sintético é quando sua composição química e concentrações são conheci-
das. Um exemplo é o meio CZAPK (nitrato de sódio 2g L-1, sulfato de magnésio 0,5 2g L-1, 
cloreto de potássio 0,52g L-1, sulfato ferroso 0.01 2g L-1, difosfato de potássio 1,0 2g L-1, 
sacarose 30 2g L-1, e o pH final 7,2).
O meio de cultivo semi sintético é a composição química é parcialmente conhecida 
de alguns componentes, por exemplo o meio de cultivo batata-ágar-dextrose. Sua compo-
sição é 500 mL do caldo de batata (componentes desconhecidos), 20g dextrose e 20 g de 
ágar e completa para 1000 mL de água.
Quando a composição do meio é desconhecida por completo, é denominado de 
meio de cultivo natural como por exemplo o meio cenoura-ágar, que é composto de 400 mL 
do extrato de cenoura, 20 g de ágar e completa para 1000 mL de água. O meio natural por 
apresentar baixo custo, acaba sendo o mais utilizado nos laboratórios de pesquisa.
Os meios de cultivo podem apresentar se: seletivos, não seletivos e diferenciais. 
Os meios de cultivos seletivos são aqueles que você vai adicionar uma substância que 
favorece o desenvolvimento de um determinado organismo. Por exemplo adiciona cristal de 
violeta ao meio de cultivo favorecendo o desenvolvimento de bactérias Gram negativa. Os 
meios de cultivo que desenvolvem uma grande gama de microrganismos são denominados 
meios não seletivos. E os meios diferenciais, são meios que permitem, mediante a adição 
de reagentes, verificar o comportamento de dois ou mais microrganismos. Por exemplo 
quando adiciona ao meio de cultivo eosina e azul de metileno consegue ver a diferença de 
Escherichia coli de Enterobacter aerogenes.
Caro aluno (a), quando for fazer o cultivo puro de bactérias e fungos, você precisa 
saber que as bactérias têm preferência a meios de cultivo próximo da neutralidade pH = 7 
e ricos em proteínas, enquanto que, os fungos se desenvolvem melhor em meios de cultivo 
ligeiramente ácidos (pH = 5) e ricos em carboidratos.
E para finalizar nosso tópico, vamos discutir a composição do meio de cultivo Ba-
tata-agar-dextrose (BDA), que é considerado o meio universal pois suporta o crescimento 
de muitos organismos (fungos e bactérias) por isso é usado mundialmente como meio de 
rotina nos laboratórios para o isolamento (obtenção da cultura pura) e manutenção tempo-
rária das culturas.
A batata serve como importante fonte de Carboidrato, o amido é absorvido pelo 
microrganismo como glicose após a hidrólise enzimática. A dextrose na quantidade certa 
permite o crescimento do microrganismo pois é um monossacarídeo mais importante utili-
zado como fonte de energia na respiração de procariotos e eucariotos. Como é preparado 
este meio, qual a receita do meio? O modo de preparo é simples. Primeiro passo é ferver 
200g de batata em 500 mL de água por 30 minutos.
 Em seguida filtrar o caldo em gases. Fazer a fusão do ágar (20g) junto com a 
quantidade de dextrose (20g) em 500 mL de água. Em seguida adicione o caldo e complete 
o volume para 1000 mL de água. E o meio está pronto para ser esterilizado. Após ser este-
rilizado pode ser vertido em placas de Petri, para ser feito o isolamento do microrganismo. 
29UNIDADE I Introdução à Microbiologia 29UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
2. MICROSCOPIA E PREPARO DOS MICRORGANISMOS
Na unidade I, você aprendeu sobre a invenção do microscópio óptico que amplia 
a imagem de um pequeno objeto. Neste, segundo tópico da Unidade II, vamos apresentar 
a razão pela qual utilizamos a microscopia na microbiologia e também nas demais áreas 
de conhecimento. Em seguida vamos comentar sobre os princípios do funcionamento dos 
dois grandes grupos que será dividido em tipos de microscopia e por fim vamos detalhar a 
microscopia óptica que é o mais comumente utilizado nos laboratórios de ensino.
Vamos começar a discussão se referindo quando queremos observar um microrga-
nismo que tem a estrutura muito pequena e os nossos olhos têm dificuldade de reconhecer o 
microrganismo ou objetos menores que 1 milímetro (mm). Objetos que apresentam 100 micro-
metros nossos olhos não conseguem distinguir, por isso, que precisamos da microscopia. 
Então, a microscopiaé uma técnica que permite a visualização de estruturas 
minúsculas que são invisíveis ao “olho nu”. Com o desenvolvimento da microscopia obvia-
mente que teve um grande avanço em diversas áreas de conhecimento como na saúde, 
agricultura, entre outros. 
Caro aluno (a), agora você entende que existem organismos do qual nossos olhos não 
conseguem ver, observar. E que a microscopia é uma técnica muito importante como um todo.
30UNIDADE I Introdução à Microbiologia 30UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
Para que você entenda como os microscópios funcionam tem que entender os 
princípios de funcionamento de um microscópio. 
O microscópio tem a capacidade de aumentar a resolução das estruturas extrema-
mente pequenas por meio de lentes especializadas que podem ser de vidro (microscopia 
óptica /luminosa) ou eletromagnética (microscopia eletrônica).
Qual a diferença entre microscopia ótica e microscopia eletrônica? 
Então, aluno (a), elas diferem no princípio pelo qual a ampliação é produzida. Para 
ampliar um objeto, os microscópios ópticos modernos usam um sistema de lentes para di-
recionar o caminho que um feixe de luz percorre até o objeto a ser estudado. O microscópio 
eletrônico utiliza um feixe de elétrons controlado por um campo magnético. Esses são os 
dois grupos no qual a microscopia se fundamenta para observar os diferentes grupos de 
microrganismos. 
E quando estudamos estes dois tipos de microscopia o princípio de funcionamento seria: 
Microscopia óptica: a luz é um tipo de onda que têm um comprimento. Esse compri-
mento de onda é visível aos nossos olhos. Então conseguimos manipular essa luz, conden-
sando ela a um ponto específico no qual ampliamos as dimensões. Então, temos um ponto 
muito pequeno e conseguimos condensar a luz neste ponto e emitir ela novamente fazendo 
com que ela seja capturada através de um objetiva para daí passar por um conjunto de 
lentes que vem até nossos olhos. 
Entretanto, a microscopia óptica tem um limite de resolução. E o que significa reso-
lução? A resolução, caro aluno (a), é a capacidade de distinguir dois pontos distintos. Então 
quanto maior a capacidade de distinguir os dois pontos, maior é a resolução. E existe uma 
resolução máxima para a microscopia ótica. 
Quando queremos estudar as estruturas com maior detalhamento, que não são 
capazes de serem visualizadas no microscópio óptico, utilizamos o microscópio eletrônico, 
que utiliza feixes de elétrons para visualizar a amostra.
 Seu modelo de funcionamento é a passagem de feixes de elétrons por um percur-
so no qual as lentes eletromagnéticas permitem que o feixe de elétrons seja direcionado à 
amostra. Aqui na microscopia eletrônica temos lentes e condensadores eletromagnéticos. 
Na microscopia de luz temos lentes de vidro que desviam o caminho da luz. No 
caso do microscópio eletrônico o feixe de elétrons incide na amostra, obtendo-se um perfil 
de imagem do produto que vamos visualizar. Nossos olhos não enxergam elétrons, tem um 
detector de elétrons para observar a imagem. 
31UNIDADE I Introdução à Microbiologia 31UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
Caro aluno (a) este é basicamente o perfil de funcionamento dos microscópios 
óticos e eletrônicos. Agora vamos comentar os tipos de microscopia.
Vários são os tipos de microscopia que permite avaliar diferentes estruturas dos 
produtos que queremos observar. Cada uma tem a sua vantagem e desvantagens.
Na microscopia ótica temos alguns tipos que é bastante utilizada: Microscopia 
óptica composta (é a mais utilizada), microscopia de campo escuro; microscópio contraste 
de fase, microscopia de fluorescência e microscopia confocal.
A microscopia óptica composta é possível observar os microrganismos com o em-
prego de corantes, ou seja, os microrganismos são tingidos para serem observados em mi-
croscópio. A maior parte dos corantes pode paralisar ou até mesmo matar o microrganismo. 
Outro tipo de microscopia utilizada para visualizar microrganismos transparentes 
que aparecem brilhantes ou iluminados sobre um campo escuro é a Microscopia de campo 
escuro, que é aplicada para microrganismos que exibem características morfológicas es-
pecíficas quando vivos.
Na microscopia de fluorescência o microrganismo é corado com uma substância 
fluorescente. E a microscopia confocal permite maior contraste entre materiais de espes-
sura ou densidade diferentes. Aqui a luz incide em várias direções em diferentes partes do 
material analisado. E essa é a vantagem pois aumenta a capacidade de mostrar a estrutura 
celular sem utilizar corantes.
E também tem a microscopia eletrônica, que existe vários tipos: transmissão, 
varredura, tunelamento e força atômica. A microscopia eletrônica de transmissão e varre-
dura, oferecem imagens que dão aspecto físico dos microrganismos, como por exemplo a 
aderência de uma célula bacteriana a um objeto. A microscopia eletrônica de tunelamento 
como se a superfície a ser analisada fosse rastreada com uma agulha sobre um disco e 
entre o espaço da agulho com o disco ficam os elétrons localizando um átomo individual 
sobre a superfície. Enquanto, que a microscopia de força atômica aplica uma força entre a 
agulha e a superfície.
Então, agora que definimos os vários tipos de microscopia, vamos detalhar um 
pouco mais a microscopia óptica simples. Para isso, caro aluno (a), vamos falar o que é 
o microscópio ótico composto, os principais componentes, também vamos ver como é o 
cálculo da resolução e pôr fim a mensuração da potência das lentes. 
O microscópio óptico composto é utilizado para visualizar estruturas celulares por 
intermédio da ampliação da luz refletida pela amostra em análise. Esse microscópio é utili-
zado em laboratórios de microbiologia, para analisar as amostras. 
32UNIDADE I Introdução à Microbiologia 32UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
E como a maioria das amostras tem em torno de 1 a 100 micrômetros dá para 
utilizar o microscópio ótico para visualizar muito bem as estruturas da amostra, não com 
tantos detalhes igual o microscópio eletrônico, mais conseguimos obter vários detalhes 
importantes para diagnosticar fungos, bactérias, protozoários e outros tipos de células.
E quando falamos de composição estrutural do microscópio ótico vemos que os 
principais componentes deste microscópio são: Iluminador, fonte de luz que vai iluminar 
a amostra; Condensador, que condensa a luz em um ponto específico na amostra para 
que possamos avaliar; Lentes objetivas, que vão ampliar a imagem; e também as lentes 
oculares (Figura 1), que vão fornecer uma potência maior para visualizarmos a imagem, ou 
seja, imagem refletida para os nossos olhos, é observada pelas lentes oculares. 
FIGURA 1: PRINCIPAIS PARTES DO MICROSCÓPIO ÓTICO
Fonte: A autora.
Estas são as principais partes do microscópio, claro que existem outras partes que 
vamos citá-las logo mais. 
Caro aluno (a), quando você for observar uma amostra qual o primeiro passo a ser feito? 
Então, primeiro de tudo, quando você for observar uma amostra, ela deve ser colocada 
na interface do condensador e da lente objetiva. Cada parte do microscópio tem uma razão, na 
porção biocular, temos as lentes oculares, onde a luz será projetada para nossos olhos. 
As lentes objetivas na verdade é um conjunto de lentes que confere diferentes 
graus de resolução para a amostra a ser analisada. O condensador, tem um conjunto de 
lentes que vão focalizar a luz na amostra e o iluminador é que imite a luz e esta luz pode ser 
controlada pelo botão denominado de ajustador de luz, ou seja você consegue aumentar e 
diminuir a intensidade de luz que vai até a amostra.
33UNIDADE I Introdução à Microbiologia 33UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
 Essa quantidade de luz depende da amostra a ser analisada. Outros componentes 
importantes são os parafusos macrométrico e micrométrico. O parafuso micrométrico fazajuste fino da amostra, o macrométrico faz o ajuste grosseiro da amostra. Primeiro faz o 
ajuste com o macrométrico e depois somente o micrométrico. 
E obviamente a luz vai fazer todo um trajeto, ela passa pelo corpo do microscópio 
para chegar nas lentes oculares, na qual observa a amostra a ser analisada. Quando fala-
mos da luz que incide a amostra e as lentes objetivas tem que capturar essa luz para emitir 
ela até as lentes oculares para chegar nos nossos olhos. 
Então veja, caro aluno (a) que a luz tem um trajeto especial no microscópio ótico.
O trajeto se dá da seguinte maneira: primeiro a luz sai do iluminador, que gera luz, esta 
luz vai percorrer por duas lentes condensadoras aí ela vai focalizar exatamente a amostra, 
focalizando a amostras as lentes objetivas vão capturar a luz e transmitir a luz até um prisma.
Este prisma reflete a luz e faz com que essa luz refletida seja desviada até as lentes 
oculares, onde vamos enxergar a amostra. Caro aluno (a), veja que temos lentes que vão 
ampliar a imagem, ampliar a visualização, ampliar a resolução da nossa amostra. Assim 
temos a capacidade de enxergar estruturas com mais detalhes se compararmos com o que 
podemos ver a amostra a olho nu. E podemos ter algumas imagens que podemos observar 
no microscópio ótico, imagens de bactérias, fungos (Fgura 2) e protozoários. 
FIGURA 2: ESTRUTURAS DE FUNGOS, FILAMENTOS E ESPOROS
 
Fonte: A autora.
Estruturas estas que não conseguimos enxergar a olho nu, mas quando utilizamos 
o microscópio óptico podemos observá-las. Os fungos conseguem visualizar filamentos e 
esporos. As bactérias conseguem enxergar que são cocos. 
34UNIDADE I Introdução à Microbiologia 34UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
Veja, caro aluno (a), temos um momento de detalhamento, e a resolução da ima-
gem utilizando o microscópio óptico. E nestas duas imagens podemos observar o uso de 
corantes. Sabe por quê?
É comum utilizar corantes para visualizar no microscópio óptico devido ao baixo con-
traste das amostras não coradas. As amostras que são submetidas a visualização do micros-
cópio óptico são muito delgadas (finas), por isso o contraste que elas oferecem é muito baixo.
 Alguns microscópios permitem a visualização sem corante, mas quando as amos-
tras realmente são delgadas é importante corar as amostras para aumentar o seu contraste, 
para poder visualizar suas estruturas e identificar as amostras em análise. 
Agora falando especificamente da resolução e detalhamento da imagem.
Vamos começar como a seguinte pergunta: 
O que significa resolução? 
A resolução é a capacidade de diferenciar dois pontos que apresentam uma distân-
cia específica.
Para melhor entender, vamos dar um exemplo de dois pontos. Esses dois pontos 
têm uma distância de 2 micrômetros entre eles. Daí nós queremos avaliar os dois pontos 
no microscópio óptico com diferente capacidade de resolução. Se formos avaliar esses 
dois pontos em um microscópio óptico com resolução de 1 micrômetro a gente consegue 
distinguir perfeitamente entre si os dois pontos com uma distância de 1 micrômetro. 
Se olharmos conseguimos distinguir os dois pontos e eles estão separados, porque 
a resolução do microscópio é menor que a distância entre os dois pontos. E mesmo se 
os pontos estivessem a 1 micrômetro de distância entre eles, também enxergávamos os 
pontos separados.
Agora se utilizarmos um microscópio que tem uma resolução máxima de 4 micrô-
metros e observarmos estes dois pontos, neste microscópio não iremos enxergar os dois 
pontos e sim um único ponto, pois a distância entre os dois pontos é de dois micrometros 
e esse microscópio não distingue os dois pontos que possuem distância menor que 4 mi-
crômetros. Isso é muito importante quando utilizamos microscópio ótico. Caro aluno (a), 
observe que quanto maior for a resolução melhor é a capacidade de distinguir os detalhes 
da imagem. E existe uma maneira de calcular essa resolução. 
O cálculo para resolução segue a seguinte fórmula: 
35UNIDADE I Introdução à Microbiologia 35UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
 R = (0,61 x λ)/ (Ƞ x sen α)
Cada ponto deste significa:
R = resolução 
0,61 = constante
Λ = Letra grega, comprimento de onda da luz, usa-se 0,5 micrometros (varia entre 
0,4 a 0,7 micrômetros)
Ƞ = índice de refração (ar = 1 e o óleo de imersão 1,4). 
Esse índice de refração é que a luz vai sofrer quando passa pela amostra. Se 
usarmos óleo de imersão para visualizar a amostra o valor de refração é de 1,4. 
sen α = é o seno do ângulo do cone de luz (90˚= 1), que é formado no momento 
que incide a amostra. Normalmente utiliza-se uma lente objetiva em relação a amostra de 
um ângulo de 90 ˚, se fizermos o cálculo do seno de 90˚ veremos que é igual a 1. 
Agora podemos substituir os valores e chegaremos no valor da resolução máxima 
do microscópio ótico que é 0,22 micrômetros. Isso significa que partículas menores não se 
distinguem uma das outras. E também não quer dizer que não podemos utilizar resoluções 
maiores. Em alguns casos não é necessário usar uma resolução maior pois para isso temos 
a potência das lentes.
A potência das lentes que são utilizadas no microscópio ótico pode ser mensurada 
pela seguinte fórmula: 
Pt = PLo x Piob
Pt = potência total
Plo = potência da lente ocular (10x)
Geralmente essa potência já vem fixada. Ela consegue ampliar 10 x o tamanho da 
amostra. 
Piob = potência da lente objetiva, que pode ser diferente (4x; 10x; 40x; 100x), 
representado na figura 3.
36UNIDADE I Introdução à Microbiologia 36UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
FIGURA 3: LENTES OBJETIVAS DO MICROSCÓPIO ÓTICO
Fonte: Schwan-Estrada et al. 2020.
Então, caro aluno (a), se queremos observar uma amostra com maior detalhe, nos 
variamos as lentes objetivas na qual estamos fazendo a leitura da amostra. Se quiser mais 
detalhes utilizamos a lente de maior potência. Na maioria das vezes utiliza-se as lentes de 
potência de 10 e 40x. 
A lente de 4x tem uma análise superficial da amostra, que confere informações 
importantes. No caso de lente de 100x é necessário utilizar o óleo de imersão para visua-
lizar a amostra, pois quando a luz incide na lente de 100x muitas vezes a luz transmitida é 
dispersa para o ambiente devido o índice de refração do ar. E para esse índice de refração 
da luz utiliza-se o óleo de imersão que acaba sendo a única maneira de observar a amostra 
ampliada na lente de 100x.
Agora que já conhecemos as principais partes e princípios do microscópio óptica 
vamos deixar aqui alguns procedimentos que você aluno deve fazer ao observar correta-
mente uma amostra. 
2.1 Procedimento correto para focalização
Primeiro você deve acender a luz do microscópio. Depois verifique a posição da 
alavanca quando está travada e destravada. Em seguida, gire o revólver, encaixando a 
objetiva de menor aumento (4X). Coloque a lâmina na platina, segurando-a com a mão 
direita e abrindo a presilha com a mão esquerda.
 Não toque no corpo da lâmina; segure-a como se segura um negativo fotográfico. 
Solte a presilha e verifique se a lâmina está bem encaixada. Verifique sempre se a lâmina 
está voltada para cima. Centralize o material no orifício da platina, utilizando os parafusos 
37UNIDADE I Introdução à Microbiologia 37UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
da Charriot. Na sequência, levante a mesa (ou platina), movimentando o parafuso macro-
métrico, até o ponto máximo. Quando chegar ao final, não force o parafuso, pois danifica 
as roscas do mesmo.
Verifique se o diafragma está aberto, olhando lateralmente (se não tiver, abra-o 
movimentando a alavanca correspondente); o condensador deve ser mantido em sua po-
sição mais alta. Agora, olhando através da ocular, com os dois olhos abertos e utilizando o 
parafuso macrométrico, desça lentamente a mesa até que o material a ser observado seja 
visto. Corrija a focalização utilizandoo parafuso micrométrico.
 Após percorrer o campo, passe para objetiva de aumento médio (10X) e corrija a 
focalização utilizando o parafuso micrométrico. Observe o campo atentamente procurando 
percorrê-lo totalmente utilizando os parafusos da Charriot. Feito isso, passe para objetiva 
de 40X. Verifique se a focalização modifica, se você abrir ou fechar o diafragma. 
A atividade ao microscópio é estritamente dinâmica. A postura correta, além dos 
dois olhos abertos, inclui o fato de a mão direita ficar nos parafusos do “Charriot”, e a mão 
esquerda do parafuso micrométrico. Assim você poderá percorrer e estudar o campo todo 
da preparação. Terminando a observação, encaixe a objetiva de menor aumento, abaixe a 
mesa (ou platina) com o auxílio do macrométrico, desligue a luz e retire a lâmina.
2.2 Preparações microscópicas
Para visualizar a maioria dos microrganismos, é necessário prepará-los para que 
possam ser observados ao microscópio. O preparo deve ser de acordo com o interesse de 
observação: se for para visualizar os caracteres morfológicos, certos detalhes de estrutura 
celular, alguma função fisiológica na célula, são várias as técnicas que são utilizadas para 
a observação de microrganismos. Estas preparações podem ser simples (sem coloração) e 
trabalhosas (fixadas e coradas.
As preparações simples são: sem coloração e com coloração. As preparações 
sem coloração são: Lâminas e Lamínulas e microcultivo. As preparações com lâminas e 
lamínulas consiste em uma lâmina limpa, colocar uma gota do material a ser observado e 
cobrir com lamínula. 
Se o material ainda não estiver em suspensão, colocar primeiro uma gota de água 
e, em seguida, com a alça de repicagem, colocar uma pequena quantidade do material e 
cobrir com lamínula. O Microcultivo é um microrganismo que é cultivado em um pequeno 
pedaço de meio de cultura colocado em uma lâmina limpa e coberto com lamínula. O 
conjunto (lâmina + BDA com microrganismo + lamínula) é, então, depositado em câmara 
úmida e incubado por, aproximadamente, 7 dias. 
38UNIDADE I Introdução à Microbiologia 38UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
As preparações com coloração podem facilitar a observação tornando a célula 
mais visível. Em preparações a fresco entre lâminas e lamínulas, geralmente são utiliza-
dos corantes vitais que não comprometem a vitalidade das células, sendo destituídos de 
ação tóxica. Utilizado principalmente para observação de estruturas fúngicas. As prepa-
rações fixadas e coradas são preparações utilizadas na verificação das características 
morfológicas das bactérias.
 As etapas essenciais nesta preparação são: preparo do esfregaço: com a alça de 
platina, coletar uma amostra da suspensão bacteriana e esfregá-lo (espalhar) no centro 
de uma lâmina limpa e flambada; a fixação: após o esfregaço, a fixação é feita passando 
a lâmina três vezes diretamente sobre a chama do bico de Bunsen; e a coloração: a co-
loração pode ser simples (direta ou indireta) ou diferencial. Contudo a coloração simples 
direta, o esfregaço fixado e corado utilizando-se apenas um tipo de corante (cristal violeta 
ou fucsina). 
Neste tipo de coloração a bactéria adquire a cor do corante e contrasta com o fundo 
claro (transparente) da lâmina. A coloração simples indireta: é também denominada de co-
loração negativa; o esfregaço fixado é coberto com uma fina camada de tinta da China ou 
nanquim. Nesta coloração a bactéria permanece incolor e contrasta com o fundo escuro da 
lâmina. E a coloração diferencial é realizada com a aplicação de mais de uma solução corante. 
Ex: coloração de Gram; coloração de esporos bacterianos; coloração de flagelos, etc.
39UNIDADE I Introdução à Microbiologia 39UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
3. FUNDAMENTOS DE CONTROLE DOS MICRORGANISMOS
Caro aluno (a), quando estamos trabalhando com o manuseio de microrganismos, 
seja em um laboratório, um hospital, uma indústria dependemos de conhecer de como 
controlar os microrganismos no ambiente onde se encontram. Vários são os métodos que 
podem manter os microrganismos em uma população estável e a melhor a ser escolhida 
depende do que você quer destruir. 
Então neste tópico vamos discutir como iniciou o controle dos microrganismos, 
algumas determinações de uso corrente, as condições que podem influenciar na morte e o 
padrão de morte dos microrganismos.
Vamos iniciar!
O conceito de microbiologia é relativamente novo, no entanto o controle dos mi-
crorganismos já era realizado a centenas de anos atrás. O cozimento dos alimentos é um 
dos métodos de preservação dos alimentos mais antigo e que é empregado até hoje com 
algumas modificações. 
Durante a quebra da teoria da geração espontânea, os cientistas da época compro-
varam que a fervura poderia matar muitos microrganismos, embora bactérias esporulantes 
pudessem sobreviver devido à sua resistência ao calor. Os cientistas descobriram que os 
microrganismos poderiam ser mortos quando expostos a várias substâncias químicas ou 
de serem removidos do ar ou de um líquido utilizando filtros especiais.
40UNIDADE I Introdução à Microbiologia 40UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
Todas essas descobertas foram aplicadas na produção industrial de vinhos, cer-
vejas, e produtos alimentícios. Para o controle de fermentação, deterioração de alimentos 
foram utilizados filtros de algodão e elevadas temperaturas. No século XIX, estes mesmos 
conceitos foram aplicados em hospitais, onde alguns médicos defendem as técnicas de 
limpeza, esterilização dos equipamentos cirúrgicos, entre outros.
As substâncias antimicrobianas, são aquelas que matam ou inibem o crescimento 
dos microrganismos. Dependendo do microorganismo afetado se tornam específicos como: 
antibacterianos, antifúngicos, antiprotozoarios e antiviral. Os agentes antimicrobianos que 
matam os microrganismos são denominados de microbicidas. 
As denominações bactericidas e fungicidas indicam o tipo de microrganismo des-
truído. E quando ocorre a destruição de todos os microrganismos presentes em um material 
é denominado de esterilização. No entanto tem os agentes que inibem o desenvolvimento 
do microrganismo, que são chamados microbiostáticos, e claro que muitas definições po-
dem surgir sendo os mais utilizados fungistático e bacteriostático.
Os agentes microbianos podem ser agentes físicos e químicos, que serão discutidos 
no próximo tópico. Neste tópico vamos discutir aspectos fundamentais que se aplicam às 
duas classes de agentes de controle incluindo: o padrão de morte da população microbiana, 
as condições que influenciam a eficácia de uma agente de controle e a forma pela qual as 
células microbianas podem ser lesionadas.
Na microbiologia, o critério de morte do microrganismo é a sua capacidade de 
reproduzir, ou seja, o termo morte é definido como a perda de capacidade de reprodu-
ção. Quando avaliamos a eficácia de um agente físico ou químico em uma determinada 
amostra contamos o número de microrganismos que sobrevivem e a capacidade destes 
em se multiplicarem.
Os microrganismos não são mortos instantaneamente ao contato com os agentes. 
O tempo que leva para a morte depende do tamanho da população microbiana. Os micror-
ganismos morrem em uma relação constante, em um dado período de tempo. 
(Morte exponencial), como apresentado na tabela 1, a qual, mostra que a taxa de morte 
é normalmente constante, ou seja, a cada 1 minuto- 90% da população microbiana morre.
 
41UNIDADE I Introdução à Microbiologia 41UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
TABELA 1: PADRÃO CARACTERÍSTICO DE MORTE DOS MICRORGANISMOS LEVANDO 
EM CONSIDERAÇÃO O TEMPO, CÉLULAS MORTAS E AS CÉLULAS QUE SOBREVIVEM
Tempo (min) Células mortas Sobreviventes
0 0 1.000.000
1 900.000 100.000
2 90.000 10.000
3 9.000 1.000
4 900 100
5 90 10
6 9 0
Fonte: Adaptado de Pelczar Jr, M.J. et al. (1996).
À medida que o tempo vai passando o númerode células vai diminuindo, então 
jamais teremos certeza que a última célula será atingida pelo agente de controle. Um 
exemplo clássico é a exposição de esporos de Bacillus anthracis ao fenol a 5 %, sendo 
que o número de esporos sobreviventes diminui com o aumento do tempo de exposição ao 
fenol a 5%. Estes resultados são obtidos em condições ambientais controladas inclusive as 
condições fisiológicas do microrganismo tratado.
Os agentes de controle dos microrganismos podem sofrer grande influência de vá-
rios fatores ambientais, bem como as características biológicas do microrganismo. Dentre 
as variáveis de maior importância a serem consideradas quando se quer avaliar a eficácia 
de uma agente antimicrobiano são: o tamanho da população microbiana; Intensidade ou 
concentração do antimicrobiano; tempo de exposição ao agente microbiano; temperatura 
que os microrganismos são expostos ao agente antimicrobiano; natureza do material que 
contém microrganismos e característica do microrganismo presente.
 Em relação ao tamanho da população, quanto maior for mais tempo vai levar para 
morrer. Quanto menor for a intensidade ou a concentração do antimicrobiano mais tempo se 
leva para destruir uma população de microrganismos. E quando se leva em consideração 
o tempo de exposição, quanto maior for o tempo maior será o número de células mortas. 
Em relação a temperatura, quanto mais alta for mais rápido a população é morta. 
Várias são as características do material que contém o microrganismo que podem afetar 
o índice de morte das células. Por exemplo, pode-se utilizar o calor úmido para esterilizar 
meio de cultura. Entretanto conservas de alimento requerem temperaturas menores. Os 
microrganismos também podem variar quanto à sua resistência aos agentes físicos e 
químicos. Por exemplo, bactérias gram positivas (vamos estudar no próximo capítulo) são 
mais resistentes ao calor que as gram-negativas.
42UNIDADE I Introdução à Microbiologia 42UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
4. CONTROLE FÍSICO E QUÍMICO DOS MICRORGANISMOS
Você percebe, caro aluno (a), a importância de fazer o controle de microrganismos?
Vejam, Louis Pasteur (1859), colocou em prática noções de esterilização e assep-
sia. Ele começou a incrementar métodos que evitam a propagação de doenças, deixando 
o ambiente estéril, um ambiente livre destes microrganismos. Como ele propôs que as 
doenças fossem causadas por microrganismos, ele também propôs formas de evitá-las, 
sendo desta forma a esterilização de equipamentos para matar os microrganismos deixan-
do o material livre deles.
Bom, pensando em evitar o desenvolvimento de microrganismos precisamos saber 
o conceito de assepsia, antissepsia, desinfecção e esterilização.
A assepsia é o conjunto de medidas usadas para impedir a entrada do microrganis-
mo no ambiente que não os têm, ou seja um lugar asséptico é aquele ambiente que está 
livre de infecção.
 Quando seu objetivo é realizar um conjunto de medidas para inibir o crescimento 
de um microrganismo ou removê-lo de um determinado ambiente, podendo ou não o des-
truí-lo, denominamos de procedimentos antissépticos. A ocorrência da redução do número 
de microrganismos por meio de um método físico ou químico é denominado de desinfecção. 
A esterilização é a destruição de todas as formas de vida microbiana (fungos, bactérias e 
vírus) seja por meio da aplicação de um método físico ou químico.
Entre os agentes físicos temos: o calor, a flambagem, a filtragem e a radiação.
43UNIDADE I Introdução à Microbiologia 43UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
4.1 Calor
O Calor é utilizado para esterilizar materiais que não alteram sua forma, ou o 
peso quando expostos a altas temperaturas. A esterilização via calor pode ser o vapor ou 
o calor seco.
4.1.1 Calor úmido
O Vapor Saturado ou calor úmido emprega-se a autoclave (Figura 4). Na falta deste 
equipamento pode utilizar uma panela de pressão com um termostato. A temperatura e o 
tempo de esterilização úmido são menores que a esterilização a seco. Por que seu poder de 
penetração é maior levando a morte dos microrganismos que se dá por meio da coagulação 
de proteínas.
O tempo e a temperatura de autoclavagem varia de acordo com seu grau de con-
taminação e depende do tipo de material. Normalmente usa-se o binômia 10-15 minutos a 
121 graus ou 20 minutos a 115 graus, isso para baixo grau de contaminação. Para grau de 
contaminação mais elevado procede-se 2 a 3 autoclavagem sucessivas com intervalo de 
24 horas a 121 graus por duas horas. 
A autoclavagem é recomendada para autoclavar meio de cultura, água, solo, entre 
outros similares. No entanto, produtos oleosos não podem ser autoclavados pois a esteriliza-
ção é superficial, devendo ser esterilizada pelo calor a seco ou filtragem. Alguns compostos 
termolábeis como compostos voláteis, hormônios, antibióticos, fungicidas são parcialmente 
ou totalmente inativados quando expostos a altas temperaturas, razão pela qual devem ser 
adicionados ao meio de cultivo após a autoclavagem e serem submetidos a filtragem.
A alta temperatura causa alterações no meio de cultura razão pelo qual deve ser 
autoclavado pelo tempo mínimo exigido, as mudanças mais comuns são mudança no pH, 
por isso deve ser aferido após autoclavagem, hidrólise parcial dos carboidratos, reações 
entre açúcares e aminoácidos formam substâncias inibitórias aos microrganismos e suces-
sivas autoclavagens hidrolisam o ágar e inibem o crescimento microbiano.
FIGURA 4: AUTOCLAVE (LADO ESQUERDO) E AS ESPECIFICAÇÕES DE USO (LADO DIREITO)
Fonte: A autora.
44UNIDADE I Introdução à Microbiologia 44UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
Antes de iniciar um processo de autoclavagem é necessário tomar alguns cuidados 
que são listados a seguir.
-Verificar o nível da água;
- Não deve empilhar material dentro da autoclave, pois impede a passagem da 
circulação do vapor o que impede a autoclavagem perfeita.
- Não encher os frascos, com mais de 2/3 de sua capacidade pois durante a auto-
clavagem o líquido ferverá, podendo transbordar e também não deve vedar por completo o 
frasco pois pode com a fervura dar pressão e ocorrer o derramamento da amostra.
- Os recipientes vazios devem ser autoclavados deitados para o vapor circular 
adequadamente.
- Ao ligar a autoclave deixe sair bastante vapor para que ocorra a completa remo-
ção do ar, assim as temperaturas internas se mantêm constantes mantendo adequada a 
pressão fornecida pelo manômetro.
- Quando desligar deixe sair o vapor lentamente, assim não corre o risco do líquido 
entrar em ebulição e extravasar.
Após a saída do vapor, o que fazer? Retira-se imediatamente o material? O material 
deve permanecer no mínimo de 15 a 45 min para secagem.
E o que fazer quando não se tem autoclave? O meio de cultivo pode ser esterilizado 
em banha maria por 30 a 60 min com intervalo de 24 horas por três dias consecutivos.
4.1.2 Calor seco
A esterilização a seco é utilizada para vidrarias, metais e alguns óleos e outros 
compostos estáveis em altas temperaturas. Este tipo de esterilização consiste em aumentar 
a temperatura do ambiente para matar o microrganismo oxidado ou, seja desidratação do 
seu núcleo celular.
 O calor tem poder de penetração menor por isso é necessário empregar tempe-
raturas e tempos maiores quando comparado com a esterilização via calor úmido, sendo 
o tempo inversamente a temperatura. Os binômios mais usados são 1hora a 180 graus; 
duas horas a 170 graus; 4-6 horas a 140 graus e 12-16 horas 120 graus. O tempo deve ser 
contado logo que a temperatura atinja o valor desejado.
Os equipamentos utilizados para esterilização por calor a seco são: estufa de cir-
culação e ar forçado e estufa com circulação de ar por gravidade. A estufa de circulação de 
ar por gravidade demora mais tempo para atingir a temperatura. Quais são os cuidados a 
serem tomados para a esterilização a calor seco? Os cuidados são os seguintes: Verificaro tipo de material a ser esterilizado, pois tem material que entra em combustão quando 
exposto a altas temperaturas. 
45UNIDADE I Introdução à Microbiologia 45UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
Não deve ser esterilizado material graduado pois pode ocorrer alteração que afe-
tam a precisão volumétrica das medidas. Quando o material é envolvido por papel não se 
deve abrir a porta da estufa durante ou imediatamente após o processo de esterilização, o 
ideal é esperar 30 min para abrir a porta da estufa pois o papel pode entrar em combustão 
quando em contato com o ar. E não colocar material em contato com as paredes internas 
para facilitar a circulação do calor.
Todo o material a ser esterilizado por meio do calor seco deve ser embrulhado no 
papel Kraft, ou alumínio ou acondicionados em caixas de inox para evitar contaminação 
após ser esterilizado.
4.2 Flambagem
A flambagem é usada para esterilizar utensílios metálicos como agulhas, pinças, 
alças de platinas ou vidros durante o processo de isolamento e repicagem de microrganis-
mos. Para fazer a flambagem desses utensílios é necessário uma lamparina com álcool ou 
o bico de Bunsen. 
A temperatura ideal é acima de 45 graus, no entanto, na prática ao flambar o metal 
considera-se essa temperatura é atingida no momento que o material fica vermelho (figura 
5), e quando o utensílio é de vidro deve ser passado várias vezes pela chama.
FIGURA 5: FLAMBAGEM DA ALÇA DE PLATINA, CONSIDERADA FLAMBADA
QUANDO A PONTA DO METAL FICA VERMELHA
Fonte: A autora.
46UNIDADE I Introdução à Microbiologia 46UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
4.3 Filtragem
A filtragem é a separação física de microrganismos, células, fragmentos orgânicos, 
porém não é eficiente para vírus. É utilizada para esterilizar soluções aquosas, orgânicas, 
óleos e produtos termolábeis (sensíveis a altas temperaturas) como vitaminas e hormônios.
Vários são os tipos de filtros empregados na filtragem:
Membrana celulose: mais utilizadas em virtude de sua praticidade e baixo custo. 
O diâmetro do poro é de 0,22 micras.
Filtro de vidro: é a fusão de pequenos fragmentos de vidro, a vantagem é que 
pode ser reutilizado.
Filtros de amianto: quanto maior a quantidade de amianto maior a eficiência. 
Entretanto é um produto carcinogênico que deve ser evitado.
Para realizar a esterilização por filtragem é necessária pressão para a passagem 
do líquido, normalmente usa uma bomba a vácuo. E todo o material usado na filtragem 
deve ser autoclavado. 
4.4 Radiação
A radiação também pode ser utilizada na esterilização do material podendo ser de 
dois tipos: radiação ultravioleta e radiação gama e beta.
A radiação ultravioleta interfere diretamente no desenvolvimento do microrganismo. 
A luz germicida atua nos ácidos nucleicos, provocando rearranjo no material genético, in-
duzindo a mutação no microrganismo. Para obter esse tipo de radiação utiliza-se lâmpadas 
germicidas que emitem raios ultravioleta com baixo comprimento de onda que vai de 250 a 
260 nanômetros que tem alto poder germicida.
Será que as lâmpadas germicidas são iguais a lâmpadas fluorescentes?
O princípio de funcionamento sim, mas as lâmpadas germicidas são revestidas de 
quartzo que transmite 93% de raios ultravioletas, enquanto que as lâmpadas fluorescentes 
são revestidas de vidro, transmitem pouquíssimo ultravioleta.
Este tipo de esterilização é utilizado em câmara de fluxo laminar (Figura 5), ou sala 
de assepsia devido seu baixo poder de penetração. O tempo mínimo é de 20 a 30 minutos. 
E sempre tomar cuidado para evitar o contato com a pele e os olhos.
47UNIDADE I Introdução à Microbiologia 47UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
FIGURA 6: CÂMARA DE FLUXO COM A LUZ GERMICIDA LIGADA.
 
Fonte: A autora.
 A radiação gama ou beta trata-se de um método de esterilização a baixa tempe-
raturas com alto poder de penetração. Ë empregado em materiais termossensíveis como 
luvas, seringas, gazes e outros produtos. Este método é empregado também em frutos. 
Seu custo é relativamente alto o que limita seu uso.
4.5 Métodos químicos
Os métodos químicos utilizam substâncias que têm capacidade de matar ou inibir 
o crescimento de um microrganismo. Dentre os métodos químicos podemos citar os gases 
tóxicos e as soluções desinfetantes. 
Os gases tóxicos são utilizados para materiais que têm propriedades que não 
permitem esterilizar pelo método físico. Sua vantagem é que o processo de esterilização 
pode ser realizado a baixa temperatura e umidade e pode ser aplicável em uma grande 
quantidade de material de uma vez, alimentos por exemplo. E não exige equipamentos 
para ser aplicado, o material pode ser acondicionado em sacos plásticos ou caixas seladas. 
A grande desvantagem é o custo elevado.
Comúnmente usa-se óxido de etileno, formaldehído e óxido de propileno. O óxido 
de etileno é um gás com grande poder de penetração é extremamente tóxico mesmo em 
baixa concentração é explosivo quando entra em contato com o ar por isso tem que tomar 
cuidado com seu manuseio. A esterilização é rápida cerca de 3h a temperatura ambiente. 
Geralmente utilizado para esterilizar produtos médico-hospitalares, solos e solução aquosa.
O formaldeído é um excelente micro biocida. Seu uso é restrito devido à alta to-
xicidade, alta capacidade de difusão ao ar e baixo poder de penetração. Para esterilizar 
48UNIDADE I Introdução à Microbiologia 48UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
câmaras de crescimento costuma-se colocar um pedaço de algodão embebido em formal-
deído dentro por 24 horas. A câmara de crescimento deve ser utilizada após 72 horas para 
eliminar qualquer resíduo do produto. Para manusear o produto deve usar luva, máscara e 
pinça. O óxido de propileno é menos efetivo que o óxido de etileno, no entanto é utilizado 
para esterilizar placas de Petri e porções vegetais empregadas em meio de cultivo para 
induzir a esporulação de fungos.
 Entre as soluções desinfetantes mais utilizadas nos laboratórios de microbiologia 
podemos citar: o álcool 70%, ou hipoclorito de sódio e o peróxido de hidrogênio. O álcool 
70% é amplamente utilizado na obtenção do microrganismo em cultivo puro, como também 
em superfícies de trabalho e câmara de fluxo. Quando utilizamos o álcool 70 % para desin-
fetar fragmentos estes ficam de 30 a 60 segundos mergulhados no álcool 70%. O hipoclorito 
de sódio ou cálcio é eficiente para eliminar microrganismos oportunistas da superfície dos 
tecidos. O hipoclorito de sódio ou cálcio é utilizado nas concentrações de 0,05 a 0,1%. E o 
peróxido de hidrogênio é usado na concentração de 5% (pv).
E para finalizarmos a nossa unidade é necessário saber como é feita a higienização 
de um laboratório. Quando trabalhamos com microrganismos. Temos que estar atentos a 
vários cuidados de assepsia e o material a ser utilizado pois qualquer corpo estranho pode 
levar a risco todo o trabalho, experimento ou resultado de uma pesquisa. Por isso devemos 
seguir algumas normas que ajudam a obter sucesso no nosso trabalho.
Primeiro de tudo, não é permitido varrer a seco o piso nas áreas de manipulação 
de microrganismos, pois ao varrer estará levantando partículas de poeira que ficam no ar, 
principalmente em ambientes onde se encontra a câmara de fluxo. Essas partículas podem 
servir de contaminantes.
Um aspecto prático e importante é a compartimentalização do laboratório tais como: 
sala de recebimento das amostras, sala de triagem, sala dos preparos de meios de cultivo, 
sala do fluxo laminar, sala de esterilização. Todos estes compartimentos devem ser bem 
distribuídos para diminuir os riscos de contaminação.
Em relação as vidrarias como placas de Petri, tubos de ensaio e Elermeyers, con-
tendo colônias de microrganismos devem ser previamente autoclavadas a 121 graus por 
20 minutos e em seguidas lavadas com água e sabão e enxaguadas três vezes em água 
destilada e secadasem estufas. A lâminas e lamínulas são colocadas em um frasco conten-
do água e detergente para posteriormente serem lavadas e enxaguadas em água destilada. 
49UNIDADE I Introdução à Microbiologia 49UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
SAIBA MAIS
O ágar tem origem no Japão por volta de 1658, sendo introduzido nos países produtores 
de algas agarófitas. E somente em 1882, na Europa, passou a ser usado em meios de 
cultura bacteriológicos. As algas são usadas como matéria prima para a produção de 
ágar. 
A gelificação, fusão e suas frações (agarose e agaropectinas) baseiam-se em pontes 
de hidrogênio. O ágar apresenta diversas aplicações, indústrias alimentícia, cosmética, 
farmacêutica, biomédica e de biotecnologia. 
Os géis de ágar são importantes nas preparações alimentícias com alto teor de fibra 
bruta solúvel, pois o ágar é o aditivo alimentar com maior teor dessa fibra, superior a 
94%. Ultimamente foi iniciada a produção de ágares mais facilmente solúveis em água 
em temperaturas abaixo do ponto de ebulição, o que se mostra ter vantagens notáveis 
para algumas de suas aplicações.
Fonte: Armisen, R., & Gaiatas, F. (2009). Agar. In Handbook of hydrocolloids. (pp. 82-107). Woodhead 
Publishing.
Fonte: Lee, W. K., Lim, Y. Y., Leow, A. T. C., Namasivayam, P., Abdullah, J. O., & Ho, C. L. (2017). Biosyn-
thesis of agar in red seaweeds: A review. Carbohydrate polymers. 164, 23-30.
REFLITA 
Quando estamos trabalhando em um laboratório tanto na entrada como na saída costu-
ma-se higienizar as mãos, pois as mãos são veículos de disseminação de microrganis-
mos, justificando sua contínua necessidade de higiene.
Em pesquisas desenvolvidas por pesquisadores da Universidade Federal do Piauí, foi 
demonstrado a higienização das mãos com clorexidina a 2% apresentou qualitativamen-
te maior potencial para redução de microrganismos quando comparado com o álcool 
70% e iodopovidona 10%, substâncias estas com ação antimicrobiana.
 
Fonte: BATISTA, de Sousa, É., MOREIRA, W. C., de ALENCAR Rego, A. P. de Sá, M. R. (2021). Eficácia de 
produtos de higienização das mãos: estudo quase-experimental. Revista de Enfermagem da UFPI, 10 (1).
50UNIDADE I Introdução à Microbiologia 50UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
É importante que, com o término do conteúdo da unidade, venha também um encer-
ramento, para que se concluam as propostas realizadas na Introdução e para que se retome 
criticamente tudo o que foi trabalhado durante o desenvolvimento. Isso auxilia o aluno a fixar 
o conteúdo já trabalhado e organizar melhor a informação em sua linha de raciocínio.
Caro aluno (a), estamos finalizando a Unidade II de nosso livro didático de micro-
biologia. Assim, torna-se importante salientar algumas discussões que foram propostas.
Nesta unidade, abordamos como caracterizar e controlar os microrganismos. Iniciamos 
nossa discussão falando de como obter uma cultura pura de microrganismo dando enfoque nos 
principais meios de cultivo utilizados para obter a colônia pura de diversos microrganismos.
Na sequência, abordamos a Microscopia e preparação microscópica, item esse 
de suma importância, pois por meio do microscópio conseguimos visualizar os microrganis-
mos. Você percebeu que foi adicionado exemplos de como é possível visualizar estruturas 
de microrganismos no microscópio ótico.
No terceiro item que abordamos os fundamentos para o controle dos microrganis-
mos, uma etapa que foi discutido a morte dos microrganismos que não ocorre de imediato, 
tornando cada vez mais difícil acertar o alvo (microrganismo) e as condições que interferem 
na eficácia dos agentes antimicrobianos.
E como último assunto discutido nesta Unidade II, não menos importantes, estão 
agentes antimicrobianos que são fundamentais para manter a população microbiana está-
vel em qualquer local de pesquisa, trabalho, entre outros. E é muitas vezes a busca dos 
pesquisadores por agentes antimicrobianos cada vez mais eficazes.
Finalizando esta unidade, passemos para a unidade III. 
51UNIDADE I Introdução à Microbiologia 51UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
LEITURA COMPLEMENTAR
Olá aluno (a), leia as literaturas abaixo, que lhe ajudará a entender os métodos que 
auxiliam no controle de microrganismos que podem ocasionar danos à saúde humana. Estas 
três literaturas também ajudam a conceitualizar métodos de controle dos microrganismos.
RODRIGUES, D. G., da SILVA, N. B. M., REZENDE, C., JACOBUCCI, H. B., & 
FONTANA, E. A. (2011). b. Avaliação de Dois Métodos de Higienização Alimentar. Saúde e 
Pesquisa. 4(3).
GONÇALVES, B. M., & dos Santos TORIANI, S. (2021). Hábitos relacionados à 
higiene alimentar em tempos de COVID-19: uma pesquisa com estudantes de uma insti-
tuição de ensino superior privada de Joinville (SC). Brazilian Journal of Development, 7(2), 
18799-18811.
CAVALCANTE, R. R., & de ASSIS, R. C. (2020). Utilização de ácidos orgânicos 
como alternativa para higienização de alimentos: uma revisão integrativa. Holos Environ-
ment, 20(3), 335-351.
52UNIDADE I Introdução à Microbiologia 52UNIDADE II Caracterização e Controle dos Microrganismos
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
Título: Manual de aulas práticas em Microbiologia
Autores: Kátia Regina Shwan-Estrada (UEM), julio Cesar Tocacelli 
Colella (UniFatecie) e Bruna Broti Rissato (UEM);
Editora: Universitária EduFatecie;
Sinopse: O livro foca as normas gerais de um laboratório de micro-
biologia, limpeza, como acondicionar vidrarias e outros materiais, 
modo de preparo de meios de cultura, como montar as preparações 
microscópicas, metodologia de isolamento de bactérias e fungos. 
FILME/VÍDEO 
Título: Videoaula 01 - Boas Práticas em Fabricação de Alimentos 
Ano:2018;
Sinopse: Este vídeo mostra as boas práticas de fabricação de 
alimentos. Este vídeo mostra como monitorar a saúde do manipu-
lador. No youtube, estão disponíveis mais três vídeos referentes às 
boas práticas de fabricação, roteirizada pelo SENAR/AGROFORT. 
Os vídeos abordam os seguintes assuntos: Fabricação de ali-
mentos, higiene pessoal, indústria alimentar, transporte alimentar, 
alimentos, legislação sanitária, Armazenamento e Agroindústria.
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=-bLaRBAyMLI
https://www.youtube.com/watch?v=-bLaRBAyMLI
53
Plano de Estudo:
● Organização celular de bactérias;
● Reprodução, crescimento e variabilidade genética de bactérias;
● Principais grupos de bactérias;
● Principais características de Protozoários.
Objetivos da Aprendizagem:
● Reconhecer a forma, arranjo das células bacterianas;
● Compreender a diferença entre as paredes celulares de 
bactérias gram-positivas e gram-negativas;
● Discutir a estrutura e a função das organelas encontradas 
em protozoários.
UNIDADE III
Principais Grupos de 
Microrganismos
Professora Dra. Aline José Maia
54UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
INTRODUÇÃO
Estimado aluno (a), a unidade III do nosso livro didático tem por finalidade apresen-
tar a você as diferentes estruturas que fazem parte de células microbianas, nesta unidade, 
daremos início a discussão das estruturas de microrganismos procariotos e eucariotos.
O primeiro tópico aborda a célula bacteriana, na qual tem uma diversidade de es-
truturas funcionando em conjuntas, sendo que algumas destas estruturas são encontradas 
externamente fixadas à parede celular, enquanto que outras são internas. Com a combi-
nação de estruturas internas e estruturas sobre a bactéria é possível desenhar a estrutura 
típica de uma célula bacteriana.
Na sequência estudaremos a Reprodução, Crescimento e Variabilidade Genética 
de bactérias de forma a apresentar o processo de reprodução assexuado, o padrão de 
crescimento das células e as três vias pela qual o material genético pode ser transferido de 
uma célula bacteriana para outra.
No terceiro tópico serão apresentadas as principais diferenças dos grupos: Eubac-
térias e arqueobactérias,sendo que algumas das diferenças são fundamentadas na parede 
celular, presença de fosfolipídeos e síntese proteica. 
Ainda, serão apresentados nesta unidade, as principais estruturas que caracteri-
zam os protozoários. Estruturas estas, que comprovam que o protozoário é um organismo 
eucarioto, o que o diferencia das bactérias que são procariotas.
 
Vamos às nossas discussões!
55UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
1. ORGANIZAÇÃO CELULAR DE BACTÉRIAS
Tendo por base as nossas unidades I e II, caro (a) aluno (a), a partir de agora, 
vamos conhecer a morfologia e a estrutura das células bacterianas e protozoários.
Começaremos, neste primeiro tópico, pela morfologia e estrutura das células bac-
terianas (figura 1).
FIGURA 1. ESTRUTURA DA CÉLULA BACTERIANA.
56UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
As bactérias são microrganismos procariontes, o núcleo não é delimitado por 
membranas. A maioria é formada por uma única célula e apesar dos seus 3, 5 bilhões de 
anos durante os quais têm evoluído a célula bacteriana é simples se observarmos em um 
microscópio ótico sua forma, tamanho e arranjo. Na verdade, por trás desta simplicidade 
se esconde uma maquinaria altamente complexa no seu interior, se observarmos em um 
microscópio eletrônico moderno, vamos ver estruturas que raramente poderiam ser vistas 
ou sequer imaginadas pelos primeiros micologistas.
A associação das bactérias com seus hospedeiros pode ser parasitária e simbióti-
ca. Estas relações envolve a entrada da bactéria nos tecidos do seu hospedeiro, porém a 
parasitária causa mal as células do hospedeiro, por exemplo Corynebacterium diphtheriae, 
que causa difteria em humanos, Xanthomonas vasicola pv. vasculorum que causa doenças 
em planta de milho. A relação simbiótica causa benefício para a bactéria e para seu hospe-
deiro, como por exemplo as bactérias fixadoras de nitrogênio, Bradyrizobium e Azospirilum 
em raízes de plantas.
Vamos tratar aqui as características principais da célula bacteriana começando com 
a morfologia da bactéria (figura 1). As bactérias são invisíveis ao olho humano. As células 
bacterianas variam em tamanho dependendo da espécie de modo geral medem de 0,5 a 1 
micrômetro em diâmetro. A característica distinta das bactérias é a relação área de superfície 
e volume celular, ou seja, existe uma grande superfície através da qual os nutrientes podem 
entrar em relação a um pequeno volume de substâncias para ser alimentado. Essa caracte-
rística pode explicar a alta atividade metabólica e o rápido crescimento das bactérias.
As bactérias podem apresentar três formas: esféricas, cilíndricas e espiraladas.
As esféricas, são denominadas de cocos, geralmente são arredondadas, podendo 
ser ovóides ou achatadas em um dos lados, quando aderidas umas às outras. As células 
cilíndricas ou em forma de bastão são chamadas de bacilos. 
E as espiraladas ou helicoidais assemelham-se a um saca rolha e são denomina-
das de espirilos. Ainda tem as bactérias que não tem uma forma definida, são chamadas de 
Pleomórficas. E estas formas sofrem modificações, ou seja, quando observamos a bactéria 
no microscópio elas estão acopladas umas às outras. As bactérias podem crescer em ar-
ranjos, por exemplo:
Cocos: diplococos (duas células); estreptococos (forma uma cadeia); Sarcinas 
(pacote cúbico com oito células) e estafilococos (agrupadas em forma de um cacho de uva).
Bacilos: lado a lado (duas células); estreptobacilos (forma em cadeia); cocobacilos 
(bastonete muito curto, cuidado para não confundir com bacilos).
57UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
Filamentosos ramificados: são aquelas bactérias que formam hifa e esporangiós-
poros, é uma exceção. Exemplo Actinomicetos. 
Agora, caro (a) aluno (a) vamos discutir as estruturas externas das bactérias. As 
bactérias apresentam no seu exterior as seguintes estruturas (Figura 1).
Flagelos: permite às bactérias se movimentarem para um meio mais favorável. 
Os flagelos são filamentos finos para serem observados no microscópio ótico é necessário 
usar substâncias que deixam o flagelo mais espesso, forma helicoidal, que se estendem da 
membrana plasmática e atravessam a parede celular e propulsiona a bactéria através de 
líquidos, são muitas vezes mais longo que a célula bacteriana e é formado por três partes: 
gancho, corpo basal, e filamento. 
O fancho é ligado ao corpo basal e este ao filamento que é responsável pela 
movimentação de rotação devido a rotação do gancho que é parecido com o motor de 
um barco, que empurra a bactéria em um meio aquoso a curtas distâncias. A rotação do 
ganho ocorre por uma força de próton motiva e o sentido da rotação se dá por uma cascata 
de sinalizadores na parede celular e no citoplasma. Estas proteínas ativam a movimenta-
ção horária e anti-horária do gancho. O estímulo direcional se dá por fatores ambientais: 
quimiotaxia (componentes químicos), aerotaxia (oxigênio) e fitotaxia (luz). Nem todas as 
bactérias apresentam flagelos, por exemplo cocos raramente tem essa organela. Enquanto 
que bacilos e espirilos, o número de flagelos são utilizados para classificar em grupos taxo-
nômicos em presença ou ausência de flagelos: atríquias (sem flagelos), monotríquias (um 
par de flagelos), lofotríquias (conjunto de flagelo polares) e peritríquias (flagelo distribuído 
no corpo todo da bactéria.
Fímbrias e pelos: são filamentos mais curtos e finos que os flagelos, são numero-
sos e visíveis somente em microscópio eletrônico. As fímbrias são localizadas ao redor da 
célula bacteriana formadas por uma proteína fimbrina ou pilina. É observada em colônias 
que se desenvolvem em ambientes ricos em oxigênio. A função das fímbrias é a adesão 
da célula bacteriana a diversas superfícies e a transferências genéticas por conjugação, 
neste caso a fímbria envolvida é denominada de pelo sexual, e as células precisam ser 
compatíveis entre si, na qual uma célula é doadora e a outra receptora.
O glicocálice: também denominada de cápsula ou exopolissacarídeo, é uma 
camada viscosa que recobre a célula bacteriana. Ela tem diversas funções, esta camada 
viscosa permite aderência da célula a várias superfícies, seja pedras, dentes e raízes de 
plantas. Protege a célula contra dessecamento temporário, favorecendo a sobrevivência 
da célula em condições adversas na superfície do hospedeiro devido a formação de uma 
58UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
mucilagem nesta superfície. Na indústria de alimentos esta camada é responsável pela 
formação do lodo afetando a qualidade do produto final.
Agora caro (a) aluno (a) vamos discutir o envelope, que designa um conjunto for-
mado por: parede celular, membrana interna e membrana externa.
A parede celular é uma estrutura rígida, responsável pela forma da célula, protegen-
do-a do ambiente externo e está envolvida no processo de crescimento e divisão celular. 
A parede celular circunda toda a célula bacteriana externamente ao citoplasma. A rigidez 
protege a membrana plasmática e o conteúdo celular interno evitando o extravasamento do 
citoplasma ou rompimento da célula. 
Essa rigidez também se deve a presença de peptidoglicano. O peptidoglicano é um 
heteropolissacarídeo que forma uma malha como se fosse uma treliça, dando uma maior 
rigidez à parede celular. A espessura de peptideoglicano na parede celular pode classificar 
as bactérias em duas categorias: As Gram + e as Gram -. As bactérias Gram+ apresentam 
por 50 % de peptidoglicano por peso e ácido teicóico que tem a função no crescimento 
celular e na especificidade antigênicas (capacidade de se combinar com outras moléculas) 
e o ácido lipoteicóico (promove aderência). 
As bactérias Gram – apresentam 10 % de peptidoglicano por peso, no entanto apre-
senta membrana externa a camada de peptidoglicano. Essa membrana externa é formada 
por uma camada dupla de fosfolipídios e lipopolissacarídeos (LPSs) mais um conjunto de 
proteínasconfere as esse tipo de bactéria propriedade patogênica específica, Os LPSs 
são pobremente neutralizados pelos anticorpos, fazendo que as bactérias gram- é mais 
resistente aos antibióticos e suscetíveis ao rompimento mecânico uma vez que tem menor 
quantidade de peptideoglicano Entretanto as bactérias gram+ são suscetíveis ao antibiótico 
e muito mais resistentes aos danos mecânicos.
Agora, caro (a) aluno (a) que você conhece a estrutura e composição química da 
parede celular procariótica é fácil compreender os mecanismos de coloração de Gram, 
uma das mais importantes técnicas para diferenciar as bactérias. A técnica foi descrita pela 
primeira vez por Christian Gram, na Dinamarca.
Esta ‘técnica consiste no esfregaço bacteriano que é tratado por reagentes na se-
guinte ordem: o corante púrpuro cristal de violeta, a solução iodo (um mordente, que é uma 
substância que fixa o corante no interior da célula), o álcool (agente descolorante que remove 
o corante de certas bactérias) e o corante vermelho safranina. As bactérias Gram – positivas, 
que retém o corante cristal de violeta e aparecem coradas de violeta-escuro; e as bactérias 
Gram-negativas, que perdem o cristal de violeta quando tratadas com álcool. As bactérias 
Gram negativas são coradas com o corante safranina e aparecem coradas de vermelho.
59UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
Caro (a) aluno (a), agora você consegue responder a seguinte pergunta: Por que as 
bactérias Gram-negativas são coradas em vermelho? A resposta parece estar relacionada 
com a espessura de suas paredes celulares que durante o processo de coloração Gram as 
células tratadas com cristal de violeta em seguida com uma solução iodo, resulta em um 
complexo cristal violeta-iodo (CVI) dentro da célula. Quando uma bactéria Gram-negativa 
é tratada com etanol o lipídio da membrana externa é dissolvido e removido. Isso rompe 
a membrana externa e aumenta a permeabilidade. Assim o complexo pode ser removi-
do, descorando a bactéria Gram-negativa que pode ser tingida com safranina. A bactéria 
Gram-positiva o etanol faz com que os poros de peptideoglicano se contraiam e o complexo 
corante CVI permaneça no interior da célula.
As estruturas internas ao envelope estão nas regiões delimitadas pela parede celular 
e membrana plasmática (Figura 1). Iniciaremos caro (a) aluno (a) pela área citoplasmática 
que é onde ocorrem as reações metabólicas capazes de gerar energia.
É na região citoplasmática que é sintetizado os pigmentos como por exemplo 
os pigmentos amarelos (xanthomonadinas) produxidos pelas Xanthomonas, pigmentos 
carotenóides produzidos pelas Clavitobacter e Pectobacterium e pigmentos fluorescentes 
produzidos pelas Pseudomonas.
O material genético dos procariotos não é delimitado por membranas, ele perma-
nece em contato direto com os demais componentes citoplasmáticos, geralmente ocupa 
a porção próxima ao centro da célula, local que inicia a divisão celular e está ligado ao 
sistema de membrana citoplasmática o mesossomo. O nucleóide carrega o cromossomo 
que tem informações hereditárias (que passa de uma geração para outra).
Os ribossomos são responsáveis pela síntese proteica, formados por subunidades 
de tamanha diferente a subunidade 50S e a subunidade 30S que formam a ribossomo 70S. 
os ribossomos são estruturas alvos dos antibióticos que inibem a síntese de proteínas.
As inclusões ou grânulos é onde fica depositado os materiais de reserva que servem 
como fonte de energia para a célula, a Poli-β-hidroxibuterato (PHB), reserva de carboidrato 
presente em Pseudomonas e Agrobacterium.
Os mesossomas são extensões da membrana plasmática que se desenvolvem no 
citoplasma com a função de auxiliar atividade respiratória, durante a divisão celular durante 
a formação do septo divisional e na esporulação, pois as células procariontes não têm 
mitocôndrias como os eucariotos, e também auxilia na secreção de enzimas que ajudam a 
degradar os antibióticos, como por exemplo as penicilinases que degradam as penicilinas.
60UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
O plasmídeo é um material genético independente do cromossomo, são filamento 
de DNA circular que carregam somente informações de patogenicidade, não carregam 
determinantes genéticos vitais para as células. Estão envolvidos em determinantes sexuais 
no processo de conjugação, na promoção de promotores de antibiose e na resistência a 
compostos químicos. Em Agrobacterium, o plasmódio Ti, é responsável pelos tumores em 
raízes de plantas.
Algumas espécies de bactérias produzem formas latentes chamadas de esporos 
ou cistos que podem sobreviver em condições adversas, sendo resistentes ao desseca-
mento pelo calor, tornando-se metabolicamente inativos, o que não significa que não estão 
crescendo, quando em condições ideais podem germinar e tornar-se uma célula vegetativa 
metabolicamente ativa que cresce e se multiplica.
Os cistos apresentam parede celular espessa, bactérias do gênero Azotobacter 
produz este tipo de estrutura. O esporo denominado de endósporo é exclusivo de bactérias 
é altamente resistente a mudanças bruscas do ambiente, o gênero Clostridium e Bacillus 
apresentam este tipo de esporo. Os conídios não são estruturas de resistência, são usados 
como estruturas de reprodução das bactérias Actinomicetos. 
61UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
2. REPRODUÇÃO, CRESCIMENTO E VARIABILIDADE GENÉTICA DE BACTÉRIAS
Conhecida as formas e as estruturas que estão presentes externamente e interna-
mente à célula bacteriana, apresentarei agora a você aluno (a) como se dá a reprodução, 
crescimento e variabilidade genética das bactérias.
Vamos iniciar com a reprodução! Por muito tempo pensava-se que os microrganis-
mos não se reproduziam, pois acreditava-se que os microrganismos surgiam do nada. Hoje 
sabe-se que os microrganismos são capazes de se reproduzir.
Falamos que as bactérias são unicelulares e que elas podem se agrupar e fica a dúvi-
da: Como as bactérias se reproduzem? Geralmente a reprodução das bactérias é assexuada, 
onde um único indivíduo é responsável em gerar outro, ele não depende de mais um outro 
organismo. No processo assexuado não ocorre variabilidade genética, originando clones.
A célula bacteriana pode se reproduzir por diferentes maneiras: fissão binária, 
brotamento, exósporo e fragmentação, sendo mais comum a fissão binária.
A fissão binária, cissiparidade ou bipartição é quando a célula se divide individual-
mente em duas células filhas. A célula duplica seu material genético, divide-se ao meio 
dando origem a outras duas novas células (Figura 2). 
Estas células têm o mesmo material genético, com as mesmas características da 
célula mãe. Estas células são geneticamente iguais, algumas vezes podem apresentar 
variações devido ao processo de mutação. 
62UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
Então a variabilidade genética é pouca, somente quando ocorre o processo de 
mutação, assim as células são verdadeiros clones, ou seja, idêntica à célula que a originou. 
A divisão do conteúdo celular é um crescimento ordenado dos constituintes químicos do 
organismo. Primeiro temos a célula parental. 
Segundo ocorre o alongamento da célula, à medida que a célula parental aumenta, 
a membrana plasmática se estende e o material nuclear se separa. Terceiro ocorre a inva-
ginação da parede celular (septo) e distribuição do material nuclear. Quarto passo, ocorre 
a formação da parede celular transversa e se tem a distribuição organizada do material 
genético em duas células. Obtendo duas células que sofrem a separação em duas células 
idênticas e cada uma segue a repetir este processo. Exemplo é Escherichia coli.
O brotamento também conhecido como gemiparidade é quando uma pequena pro-
tuberância cresce na extremidade da célula, aumentando de tamanho, ocorre a divisão dos 
núcleos, e um dos núcleos aproxima-se da borda celular sendo envolvido por uma partedo citoplasma e forma uma célula uma pouco menor da qual a originou e torna-se uma 
nova célula com todos os constituintes celulares e então separa em duas. Um exemplo de 
bactéria que se reproduz por brotamento é Rhodopseudomonas palustris.
Caro (a) aluno (a), até o momento discutimos sobre a reprodução por fissão binária 
e brotamento. Outro tipo de reprodução é o fragmento, quando a célula produz um cres-
cimento filamentoso, e o núcleo se divide várias vezes, o qual se fragmenta em pequenas 
células coloidais ou em forma de bastão, sendo que cada fragmento dá origem a um novo 
crescimento. A bactéria, do gênero Nocardia, se reproduz por fragmentação.
E tem a formação de exósporo, conhecida como esporogêneses. O endósporo, 
no qual o cromossomo se duplica e fica envolto por uma membrana plasmática, após for-
mar-se uma parede espessa ao redor da membrana formando assim o endósporo, que é 
o esporo de resistências. O conídio, o cromossomo se duplica formando uma cadeia de 
esporos, conídios, que se desenvolvem formando um septo na determinação da hifa. Cada 
conídio pode desenvolver um novo indivíduo. As bactérias do gênero Streptomyces se 
reproduzem por esporos.
Agora caro (a) aluno (a), vamos abordar o crescimento bacteriano que é o aumento 
ordenado de todos os constituintes celulares, ou seja, o aumento da população. E o aumen-
to da população depende das condições nutricionais, ambientais e enzimáticas.
Caro (a) aluno (a) você percebeu que a reprodução das bactérias é simples. E 
pode ser rápida se tiver as condições favoráveis. Os nutrientes mais importantes, como 
63UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
já visto na unidade II, são o carbono, hidrogênio, oxigênio e o fósforo para elaborar seu 
protoplasma e seu material estrutural.
 As condições como temperatura pode influenciar a velocidade de todas as reações 
químicas ligadas ao processo de crescimento podendo serem classificadas em:
· psidrófilas = bactérias que se desenvolvem a 20 até 30 graus 
· mesófilas = bactérias que se desenvolvem 30 a 45 graus
· termófilas = bactérias que se desenvolvem de 45 a 70 graus
E o que determina a velocidade de crescimento é a disponibilidade de água, hu-
midade. E as bactérias podem ou não depender do oxigênio. As bactérias anaeróbicas 
que crescem na ausência de oxigênio livre as anaeróbicas e as bactérias que crescem na 
presença de oxigênio.
Mas a pergunta é: Como se dá o aumento da população bacteriana?
A resposta é que durante o crescimento ativo de uma cultura (quando não ocorre 
a morte celular) a população de células bacterianas cresce exponencialmente por meio de 
uma progressão geométrica 2n, no qual n é o número máximo de células produzidas em 
cada cultura. No entanto, cada cultura de microrganismo requer um tempo para duplicar o 
seu número. Esse intervalo de tempo é denominado tempo de geração.
Assim o crescimento de uma bactéria em cultura pode ser caracterizado em termos 
quantitativo por meio do número de gerações que tem se desenvolvido em um período de 
incubação, tempo de geração e taxa de crescimento (número de gerações por horas). Es-
tes números podem trazer informações importantes sobre a natureza bacteriana. Podemos 
comparar o crescimento de duas bactérias por exemplo: Bradyrhizobium tem o crescimento 
lento quando comparada com E. coli que tem o crescimento muito rápido.
Veja caro (a) aluno (a), assim conseguimos controlar o crescimento do microrga-
nismo pois: 1 células = N0 que é igual a 1X2n, onde N é população final, n é o número 
de gerações e o número 1 é o inoculo inicial (N0). Só que o inóculo inicial de bactérias no 
tempo zero não é 1 e sim milhares, então por meio da matemática chegou-se à seguinte 
fórmula é: n = (log N- log N0)/0,31.
Vamos realizar um exercício, onde a população inicial é 10.00 células, a população 
final é 1.00.000.000 células, qual é o número de gerações (n)?
n = (log 1.00.000.000 – log 1000)/0,301
n = (8-3)/0,301
n = 5/0,301
64UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
n = 16,6 gerações, vamos supor que 16,6 gerações ocorrem cinco horas, qual é o 
tempo de geração (g)? O tempo que uma população leva para dobrar o seu número?
g= n/t
g= 16,6/5
g = 3,3 horas.
Agora se pensarmos em um sistema fechado, quando a bactéria se desenvolve 
em um frasco contendo meio de cultivo, no qual não é acondicionado mais nada, e nem 
removido nenhum metabólito. 
Veja caro (a) aluno (a), quando adicionamos células bacterianas no sistema fecha-
do, ocorre a reprodução binária, onde o número de células aumenta por um período de 
tempo, e eventualmente quando acaba os nutrientes ou quando a excreção metabólica se 
acumula em quantidade suficiente para que o crescimento seja posteriormente rompido.
 Neste caso tem se um período de crescimento ativo, no qual a população bacteria-
na em uma taxa constante tem o crescimento de natureza exponencial e este crescimento 
exponencial da bactéria representa uma única fase de crescimento em sistema fechado 
chamado de crescimento balanceado.
Então caro (a) aluno (a), o que é o crescimento balanceado?
O crescimento balanceado é um crescimento ordenado em todos os constituintes 
de cada célula e depois de um certo tempo a população máxima é atingida, ocorre a exaus-
tão dos nutrientes, intoxicação dos produtos excretados e eventualmente a reprodução 
é inibida e os microrganismos começam a morrer. Todas essas etapas de crescimento 
conseguimos construir uma curva (figura 3), que pode ser traçada quando incubamos em 
meio de cultivo um número de células conhecidas, o que determina a população microbiana 
em um intervalo de tempo.
65UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
FIGURA 2. CURVA DE CRESCIMENTO. Fases de transição em relação ao tempo: 
a (fase lag), b (fase log), c (fase estacionária) e d (fase declínio).
Fonte: Adaptado de Pelczar Jr, M.J. et al. (1996).
Em cada uma das fases tem um período de transição, que corresponde ao tempo que 
leva para todas as células entrarem em uma nova fase. No período inicial não há crescimento 
em termos de aumento do número de células, embora as células estejam com metabolismo 
ativo, elas somente estão fazendo reparos, ocasionados por danos celulares, e também 
estão sintetizando enzimas. Em seguida tem um período rápido de crescimento balanceado 
denominado de fase logarítmica. Na sequência tem a fase estacionária, não há crescimento 
de novo. E por fim ocorre o declínio populacional, até que todas as células morram.
Alguns métodos são utilizados para medir o crescimento bacteriano como por 
exemplo lâminas de microscópio com grades, no qual se faz a contagem das células bac-
terianas presentes em uma suspensão. Outra forma de medir o crescimento bacteriano é 
a contagem em placas que determina o número de organismos viáveis, obtendo unidades 
formadoras de colônias.
Outro ponto importante das bactérias, caro (a) aluno (a) é a variabilidade genética, 
que está associada a duas propriedades fundamentais para os microrganismos.
As propriedades fenotípicas e genotípicas. A primeira, representa o genoma po-
tencial que está sendo expresso por uma célula por exemplo a cor e o tamanho da célula 
bacteriana. Essas características podem alterar de acordo com as condições do ambiente. 
Por exemplo, bactérias do gênero Azomonas na presença de açúcar na colônia são grandes 
e viscosas. Na ausência de açúcares as colônias são pequenas e não viscosas. Embora 
66UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
a bactéria tenha capacidade de produzir colônias viscosas a presença ou ausência de 
açúcares que vai determinar se esta característica é expressa ou não. 
Contudo, as propriedades genotípicas, referem-se à capacidade genética que inclui 
o DNA cromossomo e o DNA plasmidial (enquanto que as células eucariontes inclui o DNA 
cromossômico e DNA mitocondrial). Então caro (a) aluno (a) as alterações genotípicas são 
resultantes de alterações que ocorrem no DNA,como resultado de uma mutação, que é a 
alteração na sequência de nucleotídeos de um gene ou a recombinação, processo que leva 
uma nova combinação de genes em um cromossomo.
A mutação pode ocorrer em qualquer microrganismo vivo, na natureza as mutações 
são raras, e podem ocorrer por acaso, sem uma causa aparente. Em bactérias as mutações são 
espontâneas em uma proporção de uma mutação em uma população de milhões de células.
A recombinação genética ocorre a troca de material entre dois cromossomos ho-
mólogos. Como as células procariontes têm um único cromossomo antes da recombinação 
genética, parte deste cromossomo deve ser transferido de uma bactéria doadora para uma 
bactéria receptora que pertence a uma mesma espécie. Em bactérias a transferência de 
gene que leva a uma recombinação pode ocorrer de três maneiras diferentes: transforma-
ção, conjugação e transdução.
A transformação é a maneira mais simples de transferir o gene. Em meio de cul-
tivo, as bactérias doadoras do DNA, quando as células morrerem sofrem a lise e liberam 
seu DNA. As bactérias aceptoras absorvem pequenos fragmentos do DNA do doador e 
incorporam em seu próprio DNA cromossomo. Assim a bactéria passa a ter características 
hereditárias da bactéria doadora. As células aceptoras devem estar no seu estado de cres-
cimento receptivo para que possam incorporar o DNA doador, então caro (a) aluno (a) as 
células devem estar na fase de crescimento log. O DNA plasmodial é muito difícil de ser 
transferido por transformação, no entanto, é necessário adicionar um composto químico 
(cloreto de cálcio) para permitir a entrada do DNA plasmodial nas células aceptoras.
A transdução é a transferência de genes de uma bactéria para outra por meio de 
um bacteriófago.
O que é um bacteriófago?
É um vírus que ataca bactérias. É formado por ácido nucleico (DNA) envolvido 
por uma capa proteica, apresenta apêndices que vão fixar o bacteriófago na superfície da 
bactéria hospedeira.
67UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
E o que vai acontecer?
O fago após fixar-se na bactéria vai injetar o DNA na célula hospedeira. O DNA 
fago é replicado rapidamente enquanto que o DNA bacteriano é degradado. O DNA fago 
é direcionado para a síntese de novas proteínas denominadas proteínas fágicas. De cada 
20min novas moléculas de DNA fago combina com a proteína fágica para a formação de 
fagos completos que são liberados quando a célula hospedeira se desintegra. 
Durante essa montagem do fago dentro da célula bacteriana, qualquer fragmento de 
DNA bacteriano que tenha exatamente o mesmo tamanho do DNA fago pode ser incorporado 
em uma nova cabeça fago. E este fago, que carrega tal fragmento, é chamado de fago trans-
dutor, pois este fago infecta uma outra bactéria, ele injeta o fragmento de DNA bacteriano em 
um novo hospedeiro. E como o fago não contém todo o DNA viral ele não mata a nova célula 
hospedeira. O fragmento pode então sofrer recombinação com a parte correspondente do 
cromossomo do novo hospedeiro e tornar-se uma parte permanente do mesmo.
E para finalizar a discussão sobre a variabilidade genética das bactérias, vamos 
conversar sobre a conjugação na qual a célula doadora fornece o material cromossômico 
ou plasmidial para a célula receptora. O que difere da transformação e transdução é a 
distinção da célula doadora e receptora que se dá devido a presença de plasmídeo conju-
gado e também por que requer o contato célula-célula. E como resultado da conjugação 
o DNA pode ser transferido diretamente de uma bactéria para outra. Isso é diferente da 
reprodução sexuada dos eucariotos, pois não ocorre fusão entre os gametas para formar 
uma nova célula. Em alguns tipos de conjugação somente o plasmídeo pode ser transferido 
da bactéria doadora para bactéria receptora. É diferente da transformação e transdução, 
devido estes serem pequenos fragmentos de cromossomos que podem ser transferidos de 
uma célula para outra.
O plasmídeo F (fertilidade) é um pequeno fragmento de DNA circular de fita du-
pla, que não faz parte do cromossomo bacteriano, replicando-se independentemente. Ele 
controla a formação do apêndice filamentoso que denominamos de “pelo sexual”, que tem 
células referidas como células F+ e são doadoras e as células receptoras, que não tem este 
plasmídeo e são denominadas de F.
Os plasmídeos são raros em eucariotos, presentes em bactérias. E estas células 
bacterianas que têm a presença do plasmídeo podem matar outras células bacterianas 
e resistir à ação dos antibióticos. Os plasmídeos conjugados podem ser transferidos por 
conjugação para outra bactéria. Os plasmídeos não conjugados, não são transmitidos pela 
conjugação, podendo ser transferidos pela transformação e transdução. 
68UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
Os plasmídeos bacteriacenogenicos, estes contêm um gene que capacita a célula 
hospedeira a sintetizar uma substância denominada de bactericina, substância que mata 
a célula bacteriana. Também pode-se encontrar plasmídeos que carregam os genes de 
resistência. Cada gene de resistência ao antibiótico do plasmídeo R codifica uma enzima 
que destrói ou inativa um determinado antibiótico. 
69UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
3. PRINCIPAIS GRUPOS DE BACTÉRIAS
Tendo por base a organização, reprodução e variabilidade genética da célula 
bacteriana, caro (a) aluno (a), vamos conhecer os principais grupos de bactérias que são 
divididas em dois grandes grupos: Eubactérias e Arqueobactérias, cuja as diferenças estão 
apresentadas na tabela 1.
TABELA 1: PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENCONTRADAS ENTRE AS 
EUBACTÉRIAS E ARQUEOBACTÉRIAS
ESTRUTURA EUBACTÉRIAS ARQUEOBACTÉRIAS
Parede celular
Ácido murânico
D-Aminoácido
Proteínas
Polissacarídeos
Membrana citoplasmática Fosfolipídios Fitanóis
Síntese proteica Formilmetionina metionina
Fonte: Adaptado de Pelczar Jr, M.J. et al. (1996)
As bactérias que pertencem ao domínio Eubactérias, podem ser divididas em três 
grupos que estão de acordo com a presença ou ausência e a composição da parede celular: 
Eubactérias Gram Negativas, Eubactérias Gram Positivas e Micoplasmas.
70UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
As eubactérias gram-negativas, são as que apresentam a parede celular complexa, 
com presença de uma membrana externa que é recoberta por uma camada delgada de 
peptidioglucano e muitos gêneros que causam doenças e benefícios em humanos, plantas 
e animais pertencem a esse grupo.
Alguns exemplos que pertencem a esse grupo:
Bacilos encurvados – são helicoidais em forma de vibrião ou anel, móveis com 
flagelo polar ou imóveis, vivem na água ou no solo. Exemplo: gênero Azospirillum (vivem 
em raízes de plantas de arroz e milho fixando nitrogênio atmosférico).
Cocos e Bacilos anaeróbico – são bastonetes ou cocos, vivem na água ou no 
solo e parasitam plantas. Exemplo: Xanthomonas – causam cancro cítrico em laranjas; 
Agrobacterium – causa tumores em plantas; Acetobacter - importante na produção de vina-
gre; Rhizobium e Azotobacter - fixam nitrogênio atmosférico em plantas de soja, alfafa, etc.
Bacilos anaeróbico facultativos – podem crescer tanto em ambiente aeróbico 
como anaeróbico, são bastonetes ou vibriões, patogênicos a homens, animais e plantas. 
Exemplo: Pectobacterium – causam podridão mole em plantas; Salmonella – causam febre 
tifóide gastrointestinal.
Bactérias deslizantes – são bastonetes ou filamentos sem flagelos, deslizam pela 
superfície úmida, o ciclo de vida é complexo e forma corpo de frutificação e tem grande 
importância para a indústria, pois são bactérias capazes de degradar polímeros como ce-
lulose, quitina e pectina.
Quimiolitotróficos – são aquelas bactérias que obtêm energia pela oxidação da 
amônia, nitrato e compostos sulfurados, não são patogênicas, vivem no solo ou na água. 
Exemplo: Nitrobacter – converte amônia em nitrato.
As eubactérias gram-positivas apresentam parede celular mais espessa enão 
possuem membrana externa.
Alguns exemplos pertencentes a esse grupo:
Bactérias esporuladas – altamente resistentes à dessecação, radiação e ao calor. 
Exemplos do gênero Bacilos anaeróbicos facultativos: Bacillus subtilis (controle biológico 
de pragas e doenças em plantas) e Clostridium botulinum bactéria patogênica, causa into-
xicação alimentar)
Bacilos regulares – são bastonetes não esporulantes, são anaeróbicas facultativas 
e aeróbicas. Exemplo são os Lactobacilos presentes em iogurtes e fermentados lácteos.
71UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
Actinomicetes – são bactérias que tendem a formar micélio, conidióforos, conídios 
(resistentes a dessecação). Exemplo é o gênero Frankia (fixam nitrogênio em raízes do 
arroz) e Streptomyces (causa podridão em tubérculos de batata).
As bactérias micoplasmas, assim denominadas por serem incapazes de formar 
parede celular, apresentando somente membrana plasmática mais o envoltório. Quando 
realizado o teste de coloração Gram se comporta como Gram-negativa. 
Sua célula pode apresentar diferentes formas pois tem muita plasticidade por isso 
podem assumir várias formas. Ao contrário das bactérias, micoplasmas apresentam esterol 
em sua membrana plasmática, normalmente somente células eucarióticas possuem esteróis. 
Exemplos pertencentes a este grupo de bactérias são: Mycoplasma pneumoniae (causa 
pneumonia em humanos), Ureaplasma urealyticum (causa uretrites) e membros do gênero 
Spiroplasmas que causam doenças em plantas cítricas e são disseminados por insetos.
As arqueobactérias, como um grupo, apresentam características morfológica 
e fisiológica variadas. São quatro principais grupos de arqueobactérias conhecidos. Os 
três primeiros incluem indivíduos que possuem parede celular: Os produtores de metano 
(metanogênicas), as Halobactérias e as arqueobactérias dependentes de enxofre. O quarto 
grupo contém organismos que não possuem parede celular os termoplasmas.
As bactérias Metanogênicas, são unicelulares, conhecidas por produzirem meta-
no. Com base na coloração de Gram, são Gram-positivas como por exemplo as células 
de Methanosarcina e Gram-negativa Methanospirillum. As bactérias halofílicas extremas, 
dependem de altas concentrações de sais, o ambiente ideal para seu crescimento é 17 a 
23 por cento de NaCl (cloreto de sódio). Para as arqueobactérias dependentes de enxofre 
predominam em águas termais com 50 a 80 graus. Já as termoplasmas diferem dos mico-
plasmas por terem habilidade de se desenvolverem em altas temperaturas sob condições 
ácidas. A temperatura ótima é de 55 a 59 graus e pH 2. 
72UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
4. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DE PROTOZOÁRIOS.
Chamo aqui a atenção, estimado aluno (a), as características gerais dos protozoá-
rios iniciando com a definição do nome Protozoários, que é uma palavra derivada do latim 
e significa: Proto = primitivo e Zoon = animal, ou seja, “Primeiros animais”.
Os protozoários já foram classificados como animais por serem heterotróficos, no 
entanto eles são classificados como eucariotos por apresentarem as seguintes caracte-
rística: são seres unicelulares (uma única célula que exerce todas as funções normais 
que há nos multicelulares; são heterotróficos e são complexos, pois, apresentam sistema 
reprodutor, digestivo e de locomoção. O modo de vida dos protozoários é de forma livre 
(associados em colônias ou sozinho) ou parasitas (causando doenças em homens, animais 
e plantas). E são encontrados em água doce, salgada e terra úmida.
Outro ponto bastante importante é que os protozoários reagem muito rápido a mu-
danças bruscas do ambiente e com isso podem ser indicadores de qualidade do ambiente. 
Essa reação se dá, pois, o protozoário possui um tempo de geração muito curto e por 
serem pequenos e sensíveis ao estresse.
Eles também decompõem a matéria orgânica. Em solos onde existe matéria or-
gânica em decomposição os protozoários estão presentes colaborando com a limpeza do 
meio ambiente. Observamos assim, caro (a) aluno (a) a importância da presença de muitos 
protozoários que indica um ambiente ecologicamente saudável.
73UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
Tratei até aqui das características gerais dos protozoários. Agora caro (a) aluno (a), 
vamos discutir a classificação dos protozoários.
Os protozoários apresentam uma grande quantidade de formas e estruturas dife-
rentes. Então é comum que a forma de locomoção seja utilizada para a classificação destes 
microrganismos.
Os principais grupos de protozoários de interesse dos microbiologistas podem ser 
separados em Flagelados, amebas, protozoários e ciliados.
Vamos discutir as características que diferem um grupo do outro, iniciando pelos 
flagelados, do subfilo Mastigophora, estes locomovem-se pelos flagelos, que ao bater fa-
zem com que o protozoário se locomova. Os flagelados podem ser de vida livre, parasitas 
ou mutualistas gêneros representativos: Leishmania, Trypanosoma, Giardia e Trichomonas.
As amebas, subfilo Sarcodina, o movimento amebóide se dá por meio de pseudó-
fobos, que significa prolongamento celular do citoplasma e assim consegue se esticar e 
locomover-se. Esses prolongamentos também auxiliam na alimentação. A amebas podem 
ser de vida livre ou parasitas. Gênero representativo: Amoeba.
Os esporozoários, do subfilo Apicomplexa, geralmente não são móveis, mas a 
locomoção de organismos maduros pode ser dar pela flexão do corpo, deslizamento ou 
ondulação. Gêneros representativos: Toxoplasma e Plasmodium.
No grupo dos ciliados, o maior filo é Ciliophora. Todos os protozoários deste grupo 
possuem cílios ou estruturas ciliares que servem para a locomoção e também auxiliam na 
captura de alimentos. Em relação a locomoção os ciliados são muito mais rápidos que os 
protozoários flagelados por conta do maior número de estruturas ciliares presentes na sua 
superfície. Gêneros representativos: Didinium, Paramecium.
Quanto à estrutura celular, os protozoários apresentam o corpo composto por uma 
única célula, a qual apresenta grande variabilidade morfológica conforme a fase evolutiva e 
as condições que o microrganismo esteja adaptado. Então as células podem ser esféricas, 
onduladas ou alongadas, algumas espécies apresentam fases definidas dependendo da 
atividade fisiológica. As fases são: trofozoíto, cisto e gametas. A trofozoíto é a forma ativa 
do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz. A cisto é a forma de resistência, fase 
dormente, apresenta parede celular mais espessa. E a forma de gameta é a sexuada que 
tem o gameta feminino, macrogameta, e o gameta masculino, o microgameta.
Esta estrutura corpórea do protozoário é delimitada por Membrana plasmática, que 
é uma barreira seletiva entre o citoplasma e o meio externo que está estruturalmente e 
funcionalmente associada à mobilidade e nutrição destes organismos. Alguns protozoários 
possuem uma camada externa das suas membranas, a cutina que é suficientemente rígida 
para garantir a integridade e forma da célula. Contudo estes organismos podem se dobrar 
74UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
e retorcer ao se movimentarem em seus ambientes. Nos protozoários o citoplasma também 
é diferenciado em camada externa (Ectoplasma) que é transparente, e a camada interna 
(Endoplasma) contendo as organelas. De modo geral os protozoários têm organelas típicas 
das células eucarióticas.
Os protozoários têm o retículo endoplasmático liso, que é responsável pela síntese 
de esteróide, e o retícula endoplasmática rugosa que está envolvido na síntese proteica. O 
complexo de Golgi está em anexo ao retículo endoplasmático e está envolvido na síntese 
de substâncias como carboidrato e secreções proteicas.
Esta organela é bem desenvolvida nos flagelados, reduzida nos ciliados e ausente 
em amebas. A mitocôndria em protozoários apresenta estrutura e função similar a das 
células animais superiores, sendoa sede da respiração celular. Essa organela possui DNA, 
RNA e Ribossomo a de estrutura análoga aos procariontes. A maioria dos protozoários têm 
mitocôndrias exceto as amebas. 
Os plastídios, pigmentos fotossintéticos, quando presentes, estão contidos em 
organelas membranosas e tem função similar a cloroplastos da célula vegetal. Os vacúolos 
contráteis são bolsas membranosas que têm a função de eliminar a água do interior dos 
protozoários para o meio externo. 
Nas amebas e flagelados o vacúolo contrátil é formado pela fusão de vesículas 
menores e nos ciliados além da absorção de água por osmose ocorre também por ingestão 
forçada de água através do citóstomo que tem um complexo de vesículas e microtúbulos. 
Os protozoários heterotróficos apresentam vacúolos digestivos que são bolsas membra-
nosas transitórias que nos ciliados formam-se na base da citofaringe, enquanto que nos 
flagelados os vacúolos se formam próximo do sítio de ingestão dos alimentos.
Outra estrutura bastante importante é o citoesqueleto, que apresenta diversas 
funções tais como: manter a forma da célula, dar suporte a membrana plasmática, permitir 
a adesão da célula ao substrato, auxilia na sua locomoção, confere resistência mecânica 
à célula e serve como via de tráfego e posicionamento das organelas. Está localizado bem 
abaixo da membrana celular, logo o citoesqueleto e a membrana celular e juntos formam 
o que chamamos de “película” que é uma parede corporal destes organismos. O filamento 
proteico, micro túbulos e vesículas compõem o citoesqueleto e podem apresentar os dife-
rentes arranjos. O filamento proteico com actina forma uma malha densa no citoplasma, 
bem próxima da superfície do microrganismo. Geralmente esta estrutura é formada em 
resposta a fatores externos, que necessitam de uma mudança rápida na organização dos 
filamentos, como uma contração muscular. Os micros túbulos quando formados por tubuli-
nas se arranjam formando uma espécie de colete.
75UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
Os micros túbulos podem originar-se nos corpos basais do flagelo e se espa-
lharem por todo o esqueleto. Estes são importantes para a manutenção da estrutura e 
morfologia celular, para a formação dos pseudópodos e são responsáveis pela estrutura 
e funcionamento axial.
Os micros túbulos também podem irradiar-se a partir do centro da célula e projetar 
seus raios para a superfície do organismo. Os protozoários também têm as estruturas al-
veolares ou vesículas que estão localizadas logo abaixo da membrana celular. As vesículas 
são achatadas e formam uma camada abaixo da membrana formando alvéolos. Os alvéolos 
vazios podem ser ficar túrgidos e dar sustentação à célula bem como armazenar cálcio ou 
ter placas de celulose secretadas no seu interior formando um exoesqueleto rígido.
Quanto a estrutura de locomoção têm os Flagelos, que são estruturas permanentes 
para a locomoção dos flagelados, sendo que o número pode variar conforme a espécie, 
como por exemplo, o Tripanossomo possui um único flagelo enquanto que a Giardia possui 
4 ou mais. Outra estrutura de locomoção é os cílios presentes nos Ciliados que ocorre 
em um grande número na superfície celular desses organismos o que gera uma grande 
velocidade de deslocamento no ambiente aquático. Os flagelos e cílios origina-se nos mi-
crotúbulos basais no interior da célula.
E para finalizarmos as estruturas vamos comentar sobre o núcleo. Nos proto-
zoários, o núcleo tem estrutura e função similares às das células animais e vegetais, 
sendo delimitado por membranas, envoltório nuclear. Entretanto, o número de núcleo em 
protozoário pode variar conforme a espécie. A maioria dos Cliados têm dois núcleos, os 
micronúcleos, ligados ao controle das atividades metabólicas e processo de regeneração 
e os micronúcleos, relacionados ao processo de reprodução. Quase todos os protozoários 
têm pelo menos um núcleo.
Sobre a ecologia dos protozoários tem a fase vegetativa, denominada de trofozoíto, 
e a fase de resistência, cisto. A fase de trofozoíto é a forma ativa do protozoário, coberto de 
proteínas ricas em cisteínas que favorece a proteção contra os efeitos letais do oxigênio. 
A fase de cito, o protozoário, secreta um envelope espesso ao redor de si mesmo e fica 
inativo. O cisto é resistente ao dessecamento, a baixa temperatura permitindo que a célula 
atravesse por condições desfavoráveis e também favorece a dispersão da espécie pela 
água, vento e animais. A relação do protozoário com seu hospedeiro pode ser parasitária, 
predatória, mutualística e de comensalismo.
Para você perceber as principais diferenças entre os tipos de relações que o proto-
zoário pode apresentar, observe a tabela 1, apresentada a seguir:
 
76UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
TABELA 2: DIFERENÇA ENTRE OS TIPOS DE RELAÇÃO DOS 
PROTOZOÁRIOS COM OS OUTROS SERES
.
TIPO DE RELAÇÃO CARACTERÍSTICA EXEMPLO
Parasitária
Um organismo retira o 
alimento do outro Trypanossoma cruzi
Predação
Um organismo se 
alimenta do outro Amoeba
Mutualismo
As espécies trocam 
benefícios
Trichonynpha – degrada 
celulose no intestino do 
cupim e obtem energia 
por meio da digestão da 
celulose.
Condensalismo
Não causa prejuízo e 
nem benefício
Entomoeba coli – no trato 
digestivo
Vida Livre
Protozoários solitários 
encontrados em água, 
solo úmido.
Coleps, Stentor, Vorticela.
Fonte: Adaptado de Pelczar Jr, M.J. et al. (1996).
Observamos, assim caro (a) aluno (a), na tabela 1, que os protozoários além de 
causarem doenças também podem trazer benefícios ao meio em que se encontram.
Agora vamos discutir sobre a nutrição, como se dá a absorção dos alimentos.
Primeiro vamos lembrar do citoesqueleto que junto com a membrana celular formam 
uma “película”, então é esse conjunto que formam os pseudópodes que é uma estrutura 
especializada em obter alimento.
Os protozoários são seres heterotróficos, então eles ingerem as partículas alimen-
tares, mas para isso eles tem um processo diferente denominado de fagocitose e pinocitose, 
a diferença pode ser observada no esquema ilustrado na figura 1.
77UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
FIGURA 3: ESQUEMATIZAÇÃO PARA DIFERENCIAR OS PROCESSOS 
DE ALIMENTAÇÃO, FAGOCITOSE E PINOCITOSE
Fonte: A autora.
 
Assim, estimado (a) aluno (a) percebemos que, por meio da diferenciação apre-
sentada na figura 1, que a fagocitose é quando a célula se deforma para englobar outra 
célula para se alimentar. O alimento é transportado por vesículas e a fagocitose é simples e 
classificada em endocitose (é o englobamento das partículas) e exocitose (eliminação das 
partículas dentro da célula). Vamos exemplificar, a Ameba está ingerindo um Paramecium. 
A Ameba se transloca por pseudópodes envolvendo o Paramecium e internaliza-o 
e uma vesícula chamada de fagossomo e os lisossomos liberam enzimas digestivas que 
passa a ser chamado de vacúolo digestivo, pois ocorre a digestão o que não foi digerido 
é liberado por clasmocitose que é o processo de exocitose. As vesículas que formam os 
fagossomas apresentam uma camada de fosfolipídios que se fundem com a bicamada de 
fosfolipídios da parede celular e passam a fazer parte da membrana plasmática.
Assim na endocitose a camada de fosfolipídios recebe o alimento por evaginação 
na qual as partículas ficam presas e forma-se uma vesícula que vai se desprender para 
78UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
que ocorra a digestão. No processo de excreção, dos dejetos provenientes da digestão da 
célula, ocorre a clasmocitose que nada mais é a eliminação dos dejetos. Enquanto que a 
pinocitose internaliza alimentos diluídos em água e não emite os pseudópodes, ocorrendo 
a invaginação da partícula, sendo a membrana que faz todo o englobamento do alimento.
Nos ciliados o alimento é capturado pela ondulação dos cílios e entram na célula 
pelo citóstomo, que é uma estrutura semelhante a uma boca. Assim a digestão é intra-
celular,o protozoário lança alimentos para dentro da célula. Em todos os protozoários a 
digestão ocorre em vacúolos e os dejetos são eliminados pelo poro anal que se encontra 
na membrana plasmática.
Os protozoários que vivem no trato digestivo dos animais são anaeróbios obrigatórios.
Outros três pontos importantes nos protozoários caro (a) aluno (a) são: a troca 
gasosa, o controle osmótico e a reprodução.
A troca gasosa se dá por difusão simples, ou seja, os protozoários precisam de 
oxigênio para realizar a respiração celular. Há muito mais oxigênio no ambiente do que 
no protozoário, então o oxigênio vai da onde tem mais para onde tem menos, entrando 
por difusão. E na respiração celular produz o gás carbônico que está concentrado no 
protozoário e sai para o meio ambiente que está em menor concentração. Esta saída do 
gás carbônico também se dá por difusão.
O fluxo de água através da membrana plasmática também se dá da maior con-
centração para a menor concentração para isso o protozoário consegue fazer o controle 
osmótico. Ele remove o excesso de água com o auxílio do vacúolo pulsátil que tem a 
função de manter o equilíbrio osmótico na célula. Grande parte da água entra no vacúolo 
pulsátil este vai encher e quando estiver cheio de água o vacúolo contrai e expulsa a água 
eliminando-a para o meio.
A reprodução dos protozoários frequentemente é assexuada, apenas um indivíduo 
é envolvido, apresentando a mesma característica do organismo parental e não há troca de 
material genético. 
 A reprodução sexuada por ser de três tipos: fissão (divisão binária), brotamento e 
esquizogania (divisão múltipla). A grande maioria das células livres faz reprodução do tipo 
de fissão na qual a célula aumenta e passa a se dividir dando origem a dois clones. Na es-
quizogania, o núcleo dos protozoários passa a se dividir muitas vezes. E esses núcleos vão 
se envolvidos por uma porção do citoplasma e a célula se separa em células filhas, as quais 
repetem o processo. Na reprodução por brotamento, uma pequena protuberância cresce 
ao lado da célula e eventualmente torna-se uma nova célula com todos os constituintes 
celulares e se separa da célula parental.
79UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
A reprodução sexuada, não bem definida, onde dois protozoários se unem, trocam 
o material genético e se separam. Os micronúcleos sofrem meiose e ocorre a formação de 
uma ponte citoplasmática entre os dois protozoários ocorrendo a troca de material genético. 
Os micronúcleos se fundem formando núcleos diplóides e o protozoário passa-se a dividir 
por mitose, gerando novos indivíduos.
Para finalizar a nossa unidade, caro (a) aluno (a), torna-se importante enfatizar que 
a bactéria é um organismo procarioto, que tem o núcleo disperso no citoplasma na região 
denominada de nucleóide enquanto que o protozoário é um microrganismo eucarioto, tem 
o núcleo envolvido por uma membrana e apresenta organelas mais complexas quando 
comparado com as bactérias.
SAIBA MAIS
Você sabe como o flagelo gira se não podemos observá-lo? A melhor explicação é o 
sistema celular –presa. Vamos comparar um flagelo bacteriano com um eixo de motor e 
a célula bacteriana como o corpo do motor. Se colocarmos o motor sobre a mesa, o eixo 
gira enquanto o corpo do motor permanece parado. Entretanto se segurarmos o motor 
pelo eixo.
 O motor girará enquanto o eixo for mantido parado. Assim, se pudéssemos segurar o 
flagelo para que ele não girasse a célula bacteriana iria girar. Por outro lado, tem a teoria 
de reflexão, na qual a célula não gira e sim flexiona. E isso torna o flagelo a única estru-
tura celular capaz de girar em uma direção. 
Fonte: PELCZAR, Jr. E; MICHAEL, Joseph. Microbiologia; conceitos e aplicações. Paerson Books: 1997.
 
REFLITA 
Vimos muitas estruturas que diferenciam as bactérias (procariotas) dos protozoários (eu-
cariotos). Como você percebe a distinção dos seres eucariotos dos seres procariotos?
Fonte: Disponivel em: https://cnx.org/contents/GFy_h8cu@9.85:pOpVdIwp@11/Prokaryotic-Cells
80UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Estimado (a) aluno (a), estamos finalizando mais uma unidade do nosso Livro didático 
de Microbiologia Geral e biossegurança. Vamos, agora, relembrar os principais pontos tratados.
Os conteúdos abordados nesta unidade tiveram o intuito de esclarecer sobre as 
características de uma bactéria e um protozoário. 
Por esse motivo, iniciamos com a organização celular das bactérias, esse tópico 
focou nas estruturas da célula bacteriana externa e internamente, mencionando também a 
diferença entre Bactérias Gram-positivas e Gram negativas.
Em um segundo momento, ao tratarmos das características das bactérias, abor-
damos sua reprodução, que se dá por fissão binária. O crescimento que em um sistema 
fechado tem três fases: a fase lag, a fase log e a fase estacionária e fase declínio e também 
vimos que a variabilidade genética se dá por mutação por meio de três processo: transfor-
mação, transdução e conjugação.
Por fim, finalizando a Unidade III de nosso livro didático, tratamos das principais 
características dos protozoários. Abordei neste tópico, as principais características, o modo 
de associação com hospedeiros, estruturas celulares, grupos e os processos de osmose 
regulação e fagocitose dos protozoários.
81UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
LEITURA COMPLEMENTAR 
Para aprofundar o conhecimento sobre o conteúdo que acabamos de estudar, que 
tal fazer uma leitura dos artigos citados abaixo! São três artigos que relatam temas diferen-
tes, no entanto, destacam a importância das bactérias no âmbito de produto alimentício e 
dos protozoários como indicadores de contaminação ambiental. Tenha uma ótima leitura!
POMBO, J. C. P., RIBEIRO, E. R., de LIMA Pinto, R., & da Silva, B. J. M. (2018). 
Efeito antimicrobiano e sinergístico de óleos essenciais sobre bactérias contaminantes de 
alimentos. Segurança Alimentar e Nutricional, 25(2), 108-117.
BEVILAQUA, G. C., MENEZES, M. U. F. O., da CRUZ XIMENES, G. N., da SILVA 
NASCIMENTO, Í. R., da SILVA PEREIRA, E. F., & dos SANTOS CORTEZ, N. M. (2020). 
Queijo fresco artesanal de leite caprino com lactobacillus acidophilus: avaliação do cresci-
mento de bactérias láticas. Brazilian Journal of Development, 6(4), 21214-21231.
SOLDATELLI, B. S. (2020). Ocorrência de geo-helmintos em areias das praias do 
brasil: revisão integrativa. Medicina Veterinária-Tubarão.
82UNIDADE III Principais Grupos de Microrganismos
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Microbiología
Autor: Flavio Alterthum;
Editora: Atheneu; 6° edição;
Sinopse: A presente edição estuda mais de duzentas varieda-
des de bactérias, fungos e vírus. Aborda aspectos básicos do 
conhecimento dos micro-organismos: forma, estrutura, fisiologia, 
crescimento, genética, sistemática, controle tanto do ponto de 
vista físico (esterilização) como químico (desinfecção). Os antimi-
crobianos (antibióticos e quimioterápicos) de ação antibacteriana, 
antifúngica e antiviral são amplamente apresentados e discutidos. 
A interação patógeno/hospedeiro é abordada em profundidade, 
quer em capítulos gerais, quer em capítulos específicos dos agen-
tes infecciosos. 
FILME/VÍDEO 
Título: O Enigma de Andrômeda (1971)
Ano: 1970;
Sinopse: Um satélite espacial cai em uma pequena cidade na 
Terra. Por causa da colisão, uma bactéria fatal que veio do es-
paço começa a dizimar a população. Enquanto isso, uma equipe 
de cientistas trabalha em um laboratório no subsolo tentando 
encontrar a cura. Eles descobrem que entre os infectados, apenas 
sobreviveram um bêbado e uma criança. A solução precisa ser 
encontrada antes que toda a humanidade seja exterminada.
83
Plano de Estudo:
● Características morfológicas de fungos;
● Características fisiológica e reprodução de fungos;
● Classificação de fungos;
● Principais características do vírus. 
Objetivos da Aprendizagem:
● Conceituar entender a importânciasde fungos e vírus.
● Conhecer as principais características morfológicas e fisiológicas de fungos e vírus.
● Estudar a classificação dos microrganismos fungos e vírus.
UNIDADE IV
Principais Grupos de Microrganismos
Professora Dra. Aline José Maia
84UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
INTRODUÇÃO
Caro (a) aluno (a), nesta quarta unidade você compreenderá as estruturas de uma 
célula fúngica e de uma partícula viral.
A célula fúngica é eucariótica não fotossintética que apresenta uma variedade de for-
mas e processos celulares. Contudo, os vírus são os organismos mais simples já conhecidos, 
são parasitas intracelulares, que podem adentrar em qualquer tipo de célula existente.
No primeiro tópico vamos melhor conceituar os fungos explorando sua importância 
para o meio e demonstrando as estruturas morfológicas que os compõem, tanto a fase 
vegetativa como a fase reprodutiva.
Em seguida, caro (a) aluno (a) será apresentado as características fisiológicas, discu-
tindo os aspectos fisiológicos e reprodutivo dos fungos. No terceiro tópico será apresentada a 
classificação dos fungos que se baseia na característica dos esporos, natureza de seu ciclo 
de vida e as características morfológicas de seu micélio vegetativo ou suas células.
Ademais, abordarei, nesta unidade, as principais características dos vírus. Vamos 
entender que são organismos que só podemos observar no microscópio eletrônico, não 
apresentam metabolismo próprio e que por isso precisam parasitar uma célula para reali-
zarem suas funções.
85UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
1. CARACTERÍSTICAS MORFOLÓGICAS DE FUNGOS
Caro (a) aluno (a), vamos iniciar este tópico com as características gerais dos fungos.
Os fungos constituem–se em um grupo numeroso de organismos bastante diversifi-
cado morfologicamente e filogeneticamente. Apesar de heterogêneo, este grupo apresenta 
características básicas que permitem distingui-los dos outros seres vivos.
Essas características são:
Eucariontes = os fungos apresentam membrana nuclear que envolve o núcleo, 
material genético da célula. Isso, caro (a) aluno (a), é o que faz os fungos serem diferentes 
das bactérias.
Heterotróficos = todos os fungos requerem carbono para sua alimentação. E é o 
que difere os fungos das plantas que possuem clorofila e sintetizam seu próprio alimento.
Absorção de nutrientes = a água e os nutrientes são absorvidas pelos fungos a 
partir de um substrato onde crescem. A absorção é feita através da parede celular das hifas. 
Formação de esporos = maioria dos fungos caracterizam-se por produzirem espo-
ros. Os esporos são unidades reprodutivas com tamanho e forma bem definidos.
Agora, caro (a) estudante que conhecemos algumas características vamos iniciar a 
discussão sobre a morfologia dos fungos.
O corpo do fungo é constituído por dois tipos básicos de estruturas, as estruturas 
assimilativas e as estruturas reprodutivas. Como os próprios nomes sugerem, as estruturas 
assimilativas são responsáveis pela assimilação dos nutrientes do hospedeiro e, portanto, 
86UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
são responsáveis pela colonização. As estruturas reprodutivas, por sua vez, são responsá-
veis por produzir propágulos durante a fase de reprodução. Os quais desempenham papéis 
importantes durante a fase de disseminação e infecção.
Os fungos têm origem dos esporos. Os esporos germinam, quando encontram con-
dições ideais de temperatura e umidade. Os esporos podem ser comparados às sementes 
embora não sejam semelhantes fisiologicamente. 
Os esporos necessitam de calor e umidade para germinar em, condições está igual 
das sementes. O resultado da germinação é a saída de um filamento delgado denominado 
de tubo germinativo, que cresce em comprimento, prolonga-se de maneira notável, se 
desenvolve pouco em diâmetro se ramifica em os sentidos formando uma massa filamen-
tosa chamada de Micélio.No entanto, as leveduras são unicelulares e não filamentosas. 
Então, o micélio constitui o corpo vegetativo dos fungos, composto de filamentos tubulares 
denominados de hifas. Esse conjunto de hifas pode ser visualizado a olho nú como um 
emaranhado de fios delgados coloridos ou não dependendo da espécie.
A palavra hifa vem do grego e significa teia.
A hifa tem funções importantes no desenvolvimento do fungo. É por meio da hifa 
que o fungo coloniza seu substrato, absorvendo água e nutrientes, embora muitas vezes a 
absorção é facilitada pelas enzimas digestivas. No microscópio ótico é possível distinguir 
hifas com duas morfologias: com parede transversal (septo) e sem parede transversal (as-
septado ou cenocítica) (Figura 1). A septação em fungos filamentosos leva a formação de 
compartimentos individuais, mas não totalmente fechado. A estrutura septal ao microscópio 
eletrônico pode apresentar um poro central simples, que conecta os compartimentos atra-
vés do citoplasma e permite a passagem de organelas incluindo o núcleo.
FIGURA 1: HIFA COM SEPTO E HIFA SEM SEPTO 
87UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
A hifa apresenta três estruturas: parede celular, membrana plasmática e o citoplasma.
A parede celular é constituída de um material capsular, hidrofobinas e polissacarídeos.
O material capsular é uma matriz extracelular formada por substâncias mucilagino-
sas que tem função de adesão em diferentes grupos de fungos.
As hidrofobinas são proteínas hidrofílica e hidrofóbica quando em contato com a 
água e o ar formando um filme anfipático que tem diversas funções no desenvolvimento do 
fungo. Como por exemplo intermediar a fixação da hifa em superfície hidrofóbica facilitando 
o processo de penetração e infecção no hospedeiro.
A parede de polissacarídeos são proteínas, lipídios e carboidratos que são respon-
sáveis pela forma e integridade estrutural. Dentre as substâncias glucanas a quitina é o 
maior componente estrutural da parede celular. A quitina forma uma matriz anamórfica que 
produz uma amarração que dá a morfologia da parede.
Outro aspecto da parede celular é a coloração, que nos fungos é determinada 
por diferentes pigmentos. Os pigmentos que podem ser encontrados na parede celular 
livre em grânulos são os compostos fenólicos ou melanina. Os compostos fenólicos po-
dem funcionar como reforço de redes de proteínas e polissacarídeos por meio de ligações 
cruzadas da parede celular. Os pigmentos melanizados protegem do estresse ambiental 
(temperatura, umidade, exposição aos metais pesados) proteção contra radicais livres de 
oxigênio produzido pelo hospedeiro em resposta a infecção do fungo.
E qual é a importância da Parede celular?
Primeiro a parede celular determina a forma da hifa, protege contra a lise osmó-
tica é sítio para as ligações enzimáticas e tem capacidade antigênica (capacidade de 
formar anticorpos).
Outra estrutura de importância é a membrana plasmática que é constituída por uma 
camada dupla de fosfolipídios e um arranjo de proteínas de superfície ligadas a pequena 
quantidade de carboidratos. Essa estrutura lipoprotéica é uma barreira efetiva para muitas 
moléculas que atravessam por difusão ou transporte ativo.
 O componente de maior importância é o ergosterol, enquanto que nos animais é o 
colesterol. O ergosterol é responsável pela estrutura, permeabilidade e modulação da flui-
dez da membrana. Sua falta causa alteração na permeabilidade da membrana plasmática 
e inibição do crescimento.
E o citoplasma, substância homogênea, coloidal, e de viscosidade superior à da 
água. É nesta substância transparente que se encontram as organelas tais como: vesícu-
las, mitocôndrias, ribossomos, sistema de Golgi, núcleo, vacúolo, hidrogenossomas, micro 
corpos e grânulos de glicogênio.
88UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
Agora, caro (a) aluno (a), vamos detalhar um pouco mais cada uma destas organelas.
Vesículas: importante para o crescimento da hifa, pois transportam percursores 
para a síntese da nova membrana, paredee também enzimas que enfraquecem a parede.
Mitocôndrias: maior organela presente na hifa, é considerada a casa de força da cé-
lula, pois é responsável pela síntese de ATP (adenosina trifosfato). A mitocôndria se transloca 
no citoplasma para o local que depende de maior energia. O DNA mitocondrial apresenta um 
nucleóide no centro que pode mudar em número e forma dependendo da espécie.
Ribossomo: formado por uma parte maior 80S e a parte menor 40 S.
Sistema de Golgi – é formado por cisternas empilhadas localizadas próximo ao 
sítio do Retículo endoplasmático, localizados próximo ao núcleo. As vesículas localizadas 
no Sistema de Golgi estão relacionadas à extensão da hifa.
Retículo endoplasmático – tem o retículo endoplasmático liso, responsável pela 
síntese de glicogênio, esteróide e lipídios, e o retículo endoplasmático rugoso é responsável 
pela síntese de proteínas.
Núcleo: são caracterizados por serem pequenos, com genoma de 200 a 1200 kbp. 
A membrana nuclear é formada por duas unidades, uma interna e outra externa, como es-
paço perinuclear que permite a passagem do citoplasma e nucleoplasmas. Essa membrana 
tem associação ao retículo endoplasmático e ao sistema de Golgi e diversas vesículas que 
estão relacionadas com o funcionamento do núcleo bem como o restante da hifa.
Vacúolos – são cavidades fluidas no citoplasma, com função de armazenar subs-
tâncias e de empacotar secreções enzimáticas hidrolíticas.
Hidrogenossomas – são responsáveis pela incorporação do cálcio e estão rela-
cionadas com o processo de divisão de membranas internas e sequência de proteínas. E 
são encontrados em espécie de fungos anaeróbicos.
Microcorpos – também denominados de Peroxissomas, são estruturas esféricas 
envolta por uma membrana e são responsáveis pelo metabolismo de alcanos (metanos, 
etanos, propanos e álcoois) e pela degradação do oxigênio.
Grânulos de glicogênio – são substâncias encontradas no citoplasma e consti-
tuem –se em reserva glicosídica dos organismos desprovidos de clorofila.
Estas são as organelas que estão presentes em uma célula fúngica.
Na sequência, caro (a) aluno (a), vamos discutir sobre a diferenciação das hifas. 
Que é quando as células assumem formas e funções diferentes.
A diferenciação da hifa pode se dar em várias formas: Anastomose, Haustório, 
Apressório, Clamidosporo, Rizomorfa, Escleródio e Estroma.
89UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
Vamos definir cada uma destas formas.
Anastomose: também conhecida como união. É a mais simples das diferenciações 
que a hifa pode sofrer. As hifas vizinhas se aproximam e entram em contato uma com a 
outra ou emitem uma ramificação que alcance a outra. Em ambos os casos a parede celular 
desaparece no ponto de contato. Outras vezes as hifas se unem por grampo de conexão em 
volta de um septo que as separam. Uma pequena ramificação é emitida de uma hifa próximo 
do septo, esta ramificação transpõe o septo e entra em contato com a outra hifa seguinte.
Haustório: prolongamentos emitidos pela hifa para o interior da célula do hospe-
deiro, com a finalidade de absorver alimentos.
Apressório: engrossamento da parte terminal da hifa e tem como função a fixação 
na superfície. E tem grande produção de fatores de patogenicidade.
Clamidósporo: hifa se diferenciar em forma arredondada, suas paredes se espes-
sam e em alguns casos ficam coloridas.
Rizomorfas: é quando as hifas filamentosas se unem paralelamente intercalando-
-se umas nas outras, formando um feixe similar às raízes.
Escleródio: é o resultado do entrelaçamento de hifas, formando uma massa de 
consistência bem dura, arredondada ou irregular.
Estroma: também é resultado da fusão da parede celular das hifas, no entanto se 
desenvolve sobre a superfície do substrato no qual o fungo se desenvolve. Geralmente 
abriga órgãos reprodutivos.
Vamos, agora, ao sistema reprodutivo, iniciando com o esporo, que é a unidade 
reprodutiva do fungo que apresenta forma e tamanho definidos.
Para o esporo assegurar sua disseminação é necessário que tenha acesso livre ao 
ar. Para isso, as hifas vegetativas são levantadas verticalmente sobre o plano micelial, isso 
é denominado de esporóforos e sobre eles é originado os esporos. Para melhor compreen-
são vamos estudar separadamente.
O que é um esporo?
O esporo é um termo genérico usado para determinar uma célula ou grupo, cuja 
germinação origina o talo. É bastante variável em tamanho. O esporo possui membrana, 
citoplasma e núcleo.
A membrana pode ser interna (fina) denominada de endósporo e a membrana ex-
terna (espessa) denominada de episporo. A membrana pode ser hialina, escura, alaranjada 
ou rósea. Com superfície lisa, rugosa, crestada, reticulada, caldadas e ciliadas.
90UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
Quanto à forma pode ser globosa, elíptica, redonda, ovóide, piriforme, filiforme 
e lobulada. Os esporos germinam por um ou mais poros de onde sai o tubo germinativo 
ou promicélio.
Os esporos apresentam características morfológicas importantes para a taxonomia que 
se baseia no número de células, cor, forma dos esporos, septação, ornamentação da parede, etc.
Os esporos podem ser assexuados e sexuados. Os sexuados são obtidos pela 
transformação vegetativa, enquanto que os esporos sexuados são obtidos pela fusão de 
corpos especializados.
Os esporos podem ser ainda endógenos ou exógenos. Os esporos endógenos são 
produzidos no interior de hifas diferenciadas e os esporos exógenos no exterior de hifas 
diferenciadas.
Os principais tipos de esporos endógenos são:
● Ascósporos: esporos formados no interior de ascas.
● Esporangiósporos: esporos formados no interior de hifas globosas, denomina-
das de esporângios.
● Zoósporos: esporos ciliados desprovidos de membrana, formados no interior 
de esporângios especiais denominados de zoosporângio.
Os principais esporos exógenos são:
● Conídios: esporos que se originam na extremidade de hifas simples ou comple-
xas, eretas ou decumbentes, ramificadas ou não, com ou sem septo.
● Basidiósporo: esporos que se originam de hifas férteis, denominadas de basídios.
● Esporídios: esporos oriundos dos segmentos terminais ou laterais do promicélio.
● Teleutósporos: esporos unicelulares ou multinucleados de parede bastante espessa.
● Eciósporos: esporos de parede celular espessa que germinam dando origem a 
micélios de forma uredósporicos ou teleutósporos.
● Picnidiósporos: esporos pequenos que são formados no interior do corpo de 
frutificação denominados de pícnios.
● Clamidósporos – esporos redondos de parede celular espessa de coloração 
escura e constituem a forma de resistência de alguns fungos.
Os esporóforos, hifas diferenciadas do sistema vegetativo, tem o crescimento 
limitado e uma estrutura especial pois diferenciam quanto a posição, apresentando –se 
simples ou compostos. Os esporóforos simples são constituídos por uma única hifa ereta 
91UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
ou decumbente. Enquanto que os esporóforos compostos são constituídos por feixes ou 
massas complexas de hifas.
Os principais esporóforos são:
● Conidióforos: é o tipo mais simples de esporóforo. É uma hifa fértil, erets ou 
decumbente, simples ou ramificada, com ou sem septo, podendo ser flexuosa 
ou não e mantém os conídios.
● Sinêmios: são esporóforos formados pela reunião de hifas eretas e paralelas, 
formando um feixe.
● Esporodóquios: são esporóforos externos, formado pelo entrelaçamento de 
hifas em forma de um pequeno tubérculo sobre os quais originam os esporos.
● Esporangióforos: são esporóforos simples, que na sua extremidade ou lateral 
apresenta esporângios. E dentro de cada esporângio tem os esporangiósporos 
que são esporos móveis.
● Soros ou Acérvulos: originam-se abaixo da superfície do substrato e quando 
se desenvolve provoca a ruptura destes expondo os esporos formados.
● Basidióforos: esporóforos dos Basidiomycetos. Os esporos se formam nas 
hifas férteisque se encontram nas lâminas radiais do píleo (chapéu).
Também tem os esporos produzidos que não recebem uma denominação especial, 
como os esporos produzidos dentro de peritécio, cleistotécio, Apotécio e picnídios. Estes 
tipos de esporóforos tem os esporos encerrados em receptáculos em forma de taça ou 
frascos. Eles também são denominados de corpos de frutificação e quando possuem espo-
ros exógenos são denominados de picnídios e quando possuem esporos endógenos são 
denominados de peritécio, apotécio ou cleistotécio.
Nos corpos de frutificação, peritécio, apotécio e cleistotécio, os esporos encontram-
-se dentro de ascas (ascósporos) e se distinguem pelo modo de comunicação com o meio. 
O peritécio é um receptáculo esférico e tem uma pequena abertura denominada de ostíolo 
que serve para saída das ascas e ascósporos. Os cleistotécios ou ástomos desprovidos de 
abertura, para a liberação de ascas e ascósporos é necessário a degradação da parede. E 
o apotécio são corpos de frutificação abertos por completo na forma de taça ou disco.
92UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
2. CARACTERÍSTICAS FISIOLÓGICAS E REPRODUÇÃO DOS FUNGOS
 Caro (a) aluno (a), depois de estudar a morfologia da célula fúngica, iniciaremos 
nossa discussão sobre a fisiologia e reprodução dos fungos.
Na fisiologia, vamos iniciar discutindo o principal carboidrato de reserva dos fungos 
verdadeiro que é o glicogênio, e também é a reserva em células animais. E o ergosterol 
é o principal componente da membrana plasmática. Os fungos são seres heterotróficos, 
precisam de fonte de carbono como hemicelulose, celulose, lignina e açúcares. 
A fonte de nitrogênio, nitrato e amônio. Os macronutrientes essenciais são: além do 
carbono, hidrogênio e nitrogênio tem também o potássio, necessário para o metabolismo 
dos carboidratos e atividade enzimática. O fósforo está presente no núcleo e metabolismo 
energético. O magnésio que atua ativando enzimas. O cálcio que está presente na parede 
celular e o enxofre que é componente dos aminoácidos e enzimas. Quanto aos micronu-
trientes que são elementos requeridos em menor quantidade podemos citar o ferro que está 
presente no citocromo, enzimas e pigmentos o cobre presente em enzimas e pigmentos e 
manganês, zinco e molibdênio também presentes em pigmento.
E quanto ao metabolismo secundário? Quem produz as plantas ou os fungos?
É raro em animais, comum em fungos, bactérias e plantas. O metabolismo se-
cundário produz substâncias naturais produzidas durante seu ciclo de vida que não são 
93UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
necessárias para o crescimento do fungo. Um grupo especial de fungos produz essas subs-
tâncias, tais como Penicillium que pode produzir substâncias antibióticas e antifúngicas.
Outros pontos importantes são o requerimento de água, a digestão e a respiração. 
O requerimento de água é indispensável para o crescimento, embora tenha os fungos que 
se desenvolvem em baixa quantidade de água como os fungos causadores de bolores. Os 
fungos fazem digestão extracorpórea, ou seja, fora da célula.
Acadêmico (a), vamos imaginar uma laranja madura armazenada em um lugar com 
umidade e temperatura elevada, depois de alguns dias provavelmente esta laranja estará 
com podridão. O que aconteceu? É que o fungo liberou as hifas e micélio vegetativo e esses 
começaram a liberar enzimas que fazem a digestão dos nutrientes, e quando elas digeriram 
aquele nutriente fora da célula, agora sim o fungo absorve os nutrientes e manda para 
todo o fungo mantendo sua sobrevivência. E o transporte de nutrientes se dá por difusão, 
potencial osmótico, e por transporte ativo, canais formados por proteínas premeases.
Os fungos têm um amplo espectro de enzimas capazes de degradar substratos 
orgânicos como a lignina, celuloses e Keratina.
Quanto à respiração, os fungos necessitam de oxigênio para sobreviverem. En-
tretanto tem fungos que se desenvolvem em meio líquido como quantidade de oxigênio 
pequena, proporcionando a fermentação de álcool e dióxido de carbono, como as Saccha-
romyces e fermentação do ácido lático, como os Zigomycota e Oomycetos.
Os fungos também demonstram grande diversidade de comportamento em relação 
a variação de temperatura, pois esta pode influenciar no crescimento vegetativo, tamanho 
e número de esporos.
Vejamos caro (a) aluno (a) um exemplo:
Temperatura ótima para:
Germinação de esporos = 22 ˚C
Desenvolvimento do micélio = 28 ˚C
Formação de novos esporos = 24 ˚C 
Essas condições são ideais para fungos do gênero Helminthosporium. De modo 
geral a temperatura ótima para o desenvolvimento fúngico é de 20 a 30 ˚C. Temperaturas 
muito baixas, os fungos têm capacidade de suportar com o metabolismo baixo, como se 
estivessem dormentes. E temperaturas elevadas podem ocasionar a morte do fungo que é 
de 45 a 50 ˚C.
Outro fator que pode influenciar no desenvolvimento dos fungos é a luminosidade. 
Os fungos quando armazenados no escuro podem ter maior facilidade de germinarem 
94UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
quando comparado com a claridade. Outros apresentam crescimento micelial diferenciado 
em resposta à luz, produzindo anéis concêntricos quando cultivados em meio de cultura 
em placas de Petri. Enquanto que as luzes negras e ultravioletas podem estimular a espo-
rulação. A luminosidade também pode influenciar a orientação no crescimento da hifa, que 
é denominado de tropismo. Além da luminosidade, tem a força da gravidade (geotropismo), 
unidade atmosférica (hidrotropismo) e substâncias químicas (quimiotropismo).
Agora caro (a) aluno (a) vamos discutir sobre o modo de vida dos fungos.
Os fungos são encontrados na natureza na água, no solo, no ar, na matéria orgânica 
em decomposição, em produtos alimentícios, na indústria, parasitando vegetais e animais. 
Vimos que os fungos são seres heterotrófica, que precisam ser alimentados, eles não têm 
capacidade de sintetizar seu próprio alimento. E a forma como eles se alimentam obrigam 
eles a viver em estado saprofítica, parasítica e simbiose. Tanto a forma saprofítica como 
parasítica requerem carbono para sua alimentação. 
O fungo saprófita é quando obtém seu alimento na matéria orgânica, ou material 
em decomposição. Os fungos saprófitas facultativos parasitam substrato vivo ou morto. 
Neste caso iniciam a infecção em tecidos vivos e multiplicam-se em tecidos mortos. E 
os fungos parasitas obtêm seu alimento às custas de um organismo vivo podendo ser 
parasita obrigatório (precisa do hospedeiro vivo para obter seu alimento), parasita faculta-
tivo (fungos que são saprófitas mais em condições favoráveis colonizam substrato vivo) e 
hemibiotróficos (atacam células inicialmente como parasitas obrigatórios e terminam como 
saprófitas). E os fungos que fazem simbiose, que é a associação de dois organismos que 
se beneficiam mutuamente como por exemplo as micorrizas, que são fungos associados 
às raízes de plantas.
Outro item do nosso capítulo a ser estudado, caro (a) aluno (a) é a reprodução dos 
fungos que pode ser sexuada e assexuada. Na reprodução sexuada, também denominada 
fase teleomórfica, a formação de um indivíduo se dá pela união de duas células sexuais 
diferentes conhecidas como gametas. Estes gametas quando se unem trocam material ge-
nético formando o zigoto que é produzido por meiose. Processo este que produz indivíduos 
com diferença genética entre si. 
Os indivíduos obtidos pela reprodução sexuada apresentam alta variabilidade 
genética e resistência às condições adversas. Enquanto que a reprodução assexuada, 
denominada de anamórfica, não envolve a união de gametas, permitindo obter células idên-
ticas à célula mãe, ou seja, os esporos aqui produzidos são obtidos por mitose originando 
esporos com baixa variabilidade genética, verdadeiros clones.
95UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
3. CLASSIFICAÇÃO DE FUNGOS
Ao abordarmos a classificação dos fungos,saliento a você, caro (a) aluno (a) que 
existem algumas diferenças nesta classificação, pois, pode ser encontrado autores que 
apresentam uma classificação mais detalhada.
Por esse motivo, serão apresentados os principais grupos de fungos, baseando-se 
na classificação da 10ª edição do Dictionary of the fungi, de 2008 (Kirk et al. 2008), apesar 
de antiga, esta obra contempla uma classificação válida. A classificação de fungos está em 
constante alteração e parte destas alterações podem ser consultadas on-line em bancos de 
dados, tais como Mycobank (www.mycobank.org) (ROBERT, et al. 2005) e Index fungorum 
(www.indexfungorum.or).
3. 1 Os principais grupos de fungos são:
Reino Protozoa
Classe Myxogastria
São organismos multicelulares com plasmódio sem parede celular, que se transfor-
ma em esporângio onde internamente os esporos são formados.
Espécies representativas: Physarum polycephalum
Classe Phytomyxia
São parasitas obrigatórios, tipicamente patogênicos de plantas. O estágio vegetati-
vo é em forma de plasmódio. Os plasmódios dão origem a zoosporângios os quais contêm 
quatro a oito zoósporos. Os zoósporos são biflagelados do tipo chicote, o que facilita sua 
movimentação no filme de água no solo.
Espécies representativas: Plasmodiophora brassicae
http://www.mycobank.org/
96UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
 Reino Chromista
Classe Oomycetes
Os Oomicetos são organismos que produzem por meio da reprodução assexuada, 
células móveis denominadas de zoósporos que apresentam dois flagelos, um flagelo do tipo 
chicote e outro do tipo tinsel. Os zoósporos são formados dentro dos esporângios. Durante a re-
produção sexual produzem os oósporos, esporo de repouso com parede celular bem espessa.
Espécies representativas: Saprolegina ferax e Phytophthora infestans.
 
Reino Fungi (Fungos verdadeiros)
Filo Blastocladiomycota e Chytridiomycota
Os representantes destes Filos são os únicos fungos verdadeiros que se repro-
duzem por zoósporos. Os zoósporos são móveis e apresentam um flagelo tipo chicote, 
localizado na extremidade posterior.
Espécies representativas: Physoderma alfafae, Olpidium brassicae e Allomyces 
macrogynus
Filo Zigomycota
Os Zigomicetos se reproduzem sexuadamente por fusão gametangial caracterizado 
pela formação de zigosporangio contendo no seu interior um zigósporo com parede celular 
bem espessa. E a reprodução vegetativa se dá pela formação de Esporangiósporos no 
interior de esporângios.
Espécies representativas: Rhizopus stolonifer e Mucor rouxil. 
 
Filo Ascomycota
Os Ascomicetos constituem o grupo mais numeroso de fungos. Os Ascomicetos 
distinguem-se dos outros fungos por produzir esporos (ascósporos) sexuados endogena-
mente em um asco. Os ascos podem ser produzidos livremente ou no interior de ascomas. 
E a sua reprodução assexuada dará origem aos conídios.
Espécies representativas: Saccharomyces cerevisiae, Claviceps purpúrea, Tricho-
derma sp. e micorrizas (fungos que se associam com as raízes de plantas)
97UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
Filo Basidiomycota
Os Basidiomicetos compreendem um grande grupo de fungos que causam doenças 
de importância em plantas. Eles são caracterizados por produzir esporos sexuados exoge-
namente em células em forma de clava denominada basídio. Os basídios são formados em 
basidiocarpos bem definidos.
Espécies representativas: Agaricos bisporus, Puccinia graminis (ferrugem do trigo), 
Ustilago maydis (carvão do milho).
 Fungos anamórfico
Os fungos anamórficos, também conhecidos como fungos imperfeitos, ou fungos 
mitospóricos, ou ainda deuteromicetos. Constituem um grupo de fungos em que a reprodu-
ção sexuada é ausente ou ocorre raramente. Estes fungos são caracterizados por produ-
zirem conídios em conidiomas ou fragmentação do talo micelial.Espécies representativas: 
Penicillium notatum e Candida albicans
Diferença entre Oomicetos e fungos verdadeiros
Caro (a) aluno (a), depois de estudar as principais características dos diferentes 
grupos de fungos fica uma questão a ser respondida.
Os omitetos são fungos verdadeiros?
A resposta é não!
Os Oomicetos apresentam características diferentes dos fungos verdadeiros, as 
quais são apresentadas na tabela 1.
TABELA 1. PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE OS OOMICETOS E FUNGOS VERDADEIROS. 
Estruturas Oomicetos Fungos Verdadeiros
Parede celular Celulose e glucanos Quitina
Mitocôndrias Cristais tubulares Achatadas ou laminares
Esporos com flagelos Com Sem
Septos no talo micelial Ausente Presente
Síntese de esteróis Não Sim
Plodia 2N N
Fonte: USP (2019).
Observando a tabela 1, caro (a) aluno (a), vemos que os Oomicetos são muito 
semelhantes às plantas e algas, apesar dos pesquisadores defenderem a ideia de estes 
apresentarem um ancestral comum, consideram que os Oomicetos perderam a capacidade 
autotrófica e consequentemente passaram a necessitar de uma fonte de carbono, tornan-
do-se saprófita ou parasita.
98UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
4. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS VÍRUS
Neste tópico, caro (a) aluno (a) vamos discutir as principais características dos 
vírus, que comparado com os eucariotos e procariotos são muito menores.
Os vírus podem medir de 20 a 30 nm de diâmetro e 2000 nm de comprimento. 
Para termos uma ideia de como são pequenos em uma célula bacteriana cabe mais de um 
milhão de partículas virais, assim são menores que qualquer célula existente. Eles não são 
observados em microscópio ótico, somente no microscópio eletrônico.
4.1 O que é vírus?
É um microrganismo obrigatório, intracelular, constituído de uma ou mais moléculas 
de ácido nucleico (DNA ou RNA), geralmente envolto por uma capa proteica camada capsí-
deo (MIZUBUTI; MAFIA, 2006).
Com essa definição caro (a) aluno (a) você já pode dizer que o vírus é um parasita 
obrigatório, ou seja, para que ele possa se multiplicar é necessário que ele entre na célula 
do hospedeiro.
Os vírus têm grande importância pois é capaz de causar doenças em plantas e 
animais, são modelos de estudos na biologia molecular, são utilizados como vetores na 
síntese de proteínas e outras moléculas de interesse industrial, entre outros.
Agora que você caro (a) aluno (a), já sabe o que é um vírus vamos conversar sobre 
os componentes estruturais e químico dos vírus.O vírus nada mais é que uma proteína, e 
dentro desta proteína tem o material genético, ou seja, o ácido nucleico. Então vamos ver 
isso detalhadamente.
99UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
4.2 Estrutura do vírus
O genoma é o conjunto de informações genética que é codificado por um ácido nucleico.
O capsídeo que é a capa protéica que envolve genoma viral. É formada por subu-
nidade de proteínas. E tem a função de proteger o genoma viral dos fatores adversos e de 
possibilitar a aderência da partícula viral da célula hospedeira e conferir simetria estrutural.
O capsômero é a proteína que forma o capsídeo, são unidades de capsídeos. O 
nucleocapsídeo é o conjunto formado de genoma mais o capsídeo.
E o envelope é a membrana que envolve o nucleocapsídeo. Esse envelope é um 
resquício de quando o vírus abandona a célula hospedeira, provavelmente tem caráter 
lipídico e glicoproteínas chamadas de espículas, como se fosse anteninhas, que são res-
ponsáveis pelas variações dos vírus. Nem todos os vírus têm o envelope, alguns podem ter 
somente o capsídeo e o material genético.
Quanto aos componentes químicos dos vírus, eles apresentam:
O ácido nucléico que pode ser DNA ou RNA, fita simples (ss), fita dupla (ds) ou ain-
da linear ou circular. Os vírus com RNA ss atuam como RNA mensageiro (mRNA), são vírus 
de cadeia positiva (+) e são traduzidos pelos ribossomos da célula hospedeira. Enquanto 
que os vírus que replicam seu mRNA primeiro para depois formar a fita complementar são 
desligados da fita negativa (-) para a replicação da fita positiva (+) que é catalisada por uma 
RNA polimerase
As proteínas são os principais componentes químicos do vírus.As polimerases são 
responsáveis pela cópia do genoma viral tanto DNA como RNA.
As helicases ajudam a modificar a conformação da molécula para ação das 
polimerases. As Proteínas de movimento auxiliam no movimento do vírus nas células 
hospedeiras. Também tem as proteínas capsideais que protegem o vírus do sistema de 
defesa do hospedeiro, ajudando na transmissão. E as proteases, que quebram moléculas 
de protiproteinas. As proteínas supressoras de genes que conseguem inibir as proteínas de 
defesa do hospedeiro facilitando a disseminação do vírus em seu hospedeiro.
Lipídeos e carboidratos também estão presentes na partícula viral. Os lipídios são 
encontrados na forma de fosfolipídios no envelope viral e glicoproteínas. Os carboidratos 
são ribose e desoxirribose que estão presentes no ácido nucleico.
Quanto a morfologia básica das partículas virais, pode –se dizer que a maioria dos 
vírus se apresentam com aspecto poliédrico ou esférico de um capsídeo cuja estrutura 
básica é de um icosaedro, com face constituída de 20 faces triangulares e 12 vértices.
100UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
A face triangular é um triângulo equilátero as quais juntam-se para formar 12 
vértices. Os vírus com simetria helicoidal têm um capsídeo cujo os capsômeros estão ar-
ranjados em torno do ácido nucleico em forma de uma hélice, apresentando-se em forma 
de bastão. Um dos vírus helicoidais muito estudado é o vírus do mosaico do tabaco e vírus 
animais, incluindo os agentes causais do sarampo, caxumba, influenza e raiva. Existem 
vírus animais com simetria complexa ou indefinida, como por exemplo os arenavírus e os 
poxvírus que apresentam capsídeo com simetria irreconhecível.
Outro ponto importante é a replicação Viral, que tem por base a pré-existência de 
um molde. Os vírus mudam o processo metabólico das células hospedeiras para produzir 
novos vírus. Este processo tem fases específicas para animais e plantas. A primeira fase 
que discutiremos ocorre somente para vírus que atacam os animais. É a fase de fixação ou 
também denominada de adsorção.
 A célula que vai receber o vírus apresenta em sua superfície receptores específicos 
ocorrendo a fixação. A penetração é a segunda etapa no processo de infecção do vírus na 
célula hospedeira. O genoma pode ser diretamente liberado no citoplasma passando pela 
cutícula ou por meio de fagocitose quando for célula animal. Em plantas são necessários 
ferimentos causados por insetos e poros presentes ao longo da parede celular. A biossín-
tese dos componentes virais dentro da célula hospedeira seja animal ou vegetal se dá pela 
síntese do mRNA viral e proteínas que montam o nucleocapsídeo. As etapas seguintes 
são a maturação e a montagem. Quando se tem um grande número de partículas virais, os 
mesmos são unidos em partículas maduras no núcleo e ou citoplasma da célula infectada. 
O tempo que leva para o vírus perder a capa proteica até a montagem de um novo vírus é 
denominado de eclipse, pois se a célula for rompida neste período nenhum vírus infeccioso 
será encontrado. 
A liberação do vírus maduro na célula hospedeira é a etapa final da replicação viral. 
A liberação pode ser feita todos juntos quando ocorre a desintegração ou lise da célula. 
Outra alternativa é a expulsão das partículas virais por exocitose. E alguns vírus deixam as 
células por canais especiais (túbulos) com o auxílio das proteínas de movimentos.
E para finalizarmos este tópico, caro (a) aluno (a), vamos relatar a classificação dos 
vírus que podem ser classificados de acordo com as características físicas, químicas e bio-
lógicas, um sistema estabelecido pelo Comitê Internacional de Taxonomia do Vírus (CITV).
Quanto a nomenclatura, desde do início da virologia busca-se a melhor maneira 
de classificar os vírus, quanto a nomenclatura há várias décadas tem se usado o nome do 
hospedeiro e ou tipo de sintoma que ele induz, por exemplo, vírus da cólera suína, vírus da 
101UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
influenza suína, vírus do mosaico do pepino, vírus do mosaico do tabaco. Essa nomencla-
tura também é baseada na afinidade do vírus pelos tecidos afetados, como por exemplo: 
vírus neurotrópicos, aqueles específicos das células nervosas. No entanto, como se tem 
muito conhecimento sobre características física, química e biológica do vírus, esquemas de 
classificação foram formulados. 
E esse tipo de classificação vem sendo utilizada pelo Comitê internacional de 
taxonomia dos vírus (CTIV) para classificar os vírus. O nome da família termina em –viri-
dae, nomes de subfamílias em –virinae e o gênero e as espécies em –vírus. Por exemplo, 
Picornaviridae que significa vírus RNA pequeno (pico); Hepadnavírus, vírus DNA que causa 
doença no fígado (hepa). Os virologistas de vegetais classificam os vírus de maneira se-
melhante. Os vírus são classificados em grupos de vírus (em lugar de família e gênero). Os 
nomes são derivados de nomes protótipos mais representativos do grupo, por exemplo, o 
vírus do mosaico do tabaco é o grupo tabamo ou tobamovírus.
SAIBA MAIS
Você sabe que os vírus podem ser comedores de bactérias patogênicas a homens e 
animais? Muitas pesquisas estão sendo realizadas para avaliar a eficiência dos vírus 
como agentes terapêuticos em diversas áreas.
 Isso se deve ao crescente surgimento de resistência bacteriana aos antibióticos e a 
terapia com fagos acaba sendo uma alternativa viável pois é uma forma de controle bio-
lógico, que se baseia em um vírus específico que infecta e destrói células bacterianas, 
os bacteriófagos. O uso de bacteriófagos como agentes antimicrobianos é utilizado com 
sucesso para detecção de patógenos em produtos alimentícios que compreendem des-
de a segurança da água e alimentos ao emprego da agricultura e saúde animal.
Fonte: ROSSI, Lívia Píccolo Ramos; ALMEIDA, Rogeria Comastri de Castro. Bacteriófagos para controle de 
bactérias patogênicas em alimentos. Revista do Instituto Adolfo Lutz (Impresso), v. 69, n. 2, p. 151-156, 2010.
 
102UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
REFLITA
“Os fungos são essenciais para a nossa sobrevivência. Estamos a fazer o suficiente 
para os proteger?” Este é o título do artigo publicado por SARAH GIBBENS, na revista 
National Geografic. Neste artigo, a autora relata que os cogumelos solitários estão em 
extinção e muitos outros podem estar em perigo.
Os cogumelos além de serem saborosos, ricos em vitaminas eles podem curar várias 
doenças e isso induz uma colheita excessiva o que pode levá-los à extinção. No entan-
to, os fungos têm grande importância no ecossistema, ajudando a fragmentar o carbo-
no armazenado em material vegetal, aprisionando-o no solo. Assim os pesquisadores 
questionam: Será que podemos perder algum fungo?
 
Fonte: GIBBENS, Sarah. Os fungos são essenciais para a nossa sobrevivência. Estamos a fazer o su-
ficiente para os proteger? 2021 Disponível em https://www.natgeo.pt/meio-ambiente/2021/03/os-fungos-
-sao-essenciais-para-a-nossa-sobrevivencia
https://www.natgeo.pt/meio-ambiente/2021/03/os-fungos-sao-essenciais-para-a-nossa-sobrevivencia
https://www.natgeo.pt/meio-ambiente/2021/03/os-fungos-sao-essenciais-para-a-nossa-sobrevivencia
https://www.natgeo.pt/meio-ambiente/2021/03/os-fungos-sao-essenciais-para-a-nossa-sobrevivencia
103UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Nesta unidade, caro (a) aluno (a), você aprendeu sobre o fascinante mundo dos 
fungos e vírus.
Identificamos as principais características morfológicas dos fungos, sendo elas 
divididas em estrutura vegetativa e reprodutiva. A estrutura vegetativa é referente ao micélio 
que é formado por um conjunto de hifas. 
As hifas podem sofrer diversas modificações como haustório, apressório, escleró-
dio, rizomorfas, clamidósporos e estroma. A estrutura reprodutiva se refere aos esporos 
que apresentam variações quanto à forma, coloração, septação e tamanho. E o esporo éa marca registrada do fungo.
Em seguida, passamos a discutir sobre as características fisiológicas e a reprodu-
ção dos fungos. Vimos que os fungos precisam de uma fonte de carbono para se desenvol-
verem, que a digestão é extracelular e os fungos podem ser saprófita ou parasita. 
O fungo parasita dependendo como ele se alimenta pode ser parasita obrigatório, 
parasita facultativo ou parasita saprófita. Quanto à reprodução estudamos a reprodução 
sexuada, que vai gerar os conídios que são esporos com o mesmo material da célula mãe. 
E a reprodução sexuada tem troca de material genético, tem grande variabilidade e gera 
esporos de resistência.
Abordamos também os principais grupos de fungos que são classificados de acordo 
com as características dos esporos, corpo de frutificação e seu ciclo de vida. Exposto em 
uma tabela listamos informações sobre as principais diferenças entre Oomicetos e fungos 
verdadeiros. Diferenciação necessária uma vez que Oomicetos tem ancestrais comum com 
plantas e algas.
Por fim, tratamos da partícula viral, que envolve a definição, as características es-
truturais, químicas, replicação, movimentação na célula e classificação. Vimos que os vírus 
são parasitas obrigatórios, ou seja, precisa de um organismo vivo para desempenhar suas 
funções, caso não tenha um hospedeiro ele é considerado uma partícula inerte. 
104UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
LEITURA COMPLEMENTAR 
Caro (a) aluno (a), você sabia que a biotecnologia utiliza microrganismos e sistemas 
biológicos na produção de produtos que podem ser aplicados na indústria de alimentos? 
Espero que estas referências complementares ajudem a entender que se tem muitos pro-
cessos e técnicas ativas em pesquisas microbiológicas.
DE ABREU, Jéssica Aline Soares; ROVIDA, Amanda Flávia da Silva; PAMPHILE, 
João Alencar. Fungos de interesse: aplicações biotecnológicas. Revista UNINGÁ Re-
view, v. 21, n. 1, 2015.
ORLANDELLI, Ravely Casarotti et al. Enzimas de interesse industrial: produção 
por fungos e aplicações. SaBios-Revista de Saúde e Biologia, v. 7, n. 3, 2012.
MALAJOVICH, Maria Antonia. Biotecnologia. Axcel Books do Brasil Editora, 2004.
105UNIDADE IV Principais Grupos de Microrganismos
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO 
Título: Dictionary on the fungi .
Autores: Paul M Kirk, Paul F Cannon, J A Stalpers, David W Minter;
Editora: Cabi; 9th ed. Edição
Sinopse: Este livro fornece a lista mais completa disponível de 
nomes genéricos de fungos, suas famílias e ordens, seus atributos 
e termos descritivos. Para cada gênero, a autoridade, a data de pu-
blicação, status, posição sistemática, número de espécies aceitas, 
distribuição e referências-chave são fornecidas. Diagnósticos de 
famílias e detalhes de ordens e categorias superiores são incluídos 
para todos os grupos de fungos. Além disso, há notas biográficas, 
informações sobre metabólitos e micotoxinas bem conhecidos e 
relatos concisos de quase todos os aspectos puros e aplicados do 
assunto (incluindo citações de literatura importante).
FILME/VÍDEO
Título: Nada se espelha com o medo - Contágio
Ano: 2011; 
Sinopse: Contágio segue o rápido progresso de um vírus letal, 
transmissível pelo ar, que mata em poucos dias. Como a epidemia 
se espalha rapidamente, a comunidade médica mundial inicia uma 
corrida para encontrar a cura e controlar o pânico que se espalha 
mais rápido do que o próprio vírus. Ao mesmo tempo, pessoas 
comuns lutam para sobreviver em uma sociedade que está des-
moronando.
106
MATERIAL COMPLEMENTAR
ALFENAS, A. C.; MAFIA, R. G. Métodos em fitopatologia.Lavras: UFV, 2007. p. 53-90.
ALMEIDA, L. M. et al. Microscopia: contexto histórico, técnicas e procedimentos para ob-
servação de amostras biológicas - 1. ed. -- São Paulo: Érica, 2014. ISBN 978853652112-
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ARMISEN, R., & GAIATAS, F. Agar. In Handbook of hydrocolloids. (pp. 82-107).
BEVILAQUA, G. C., MENEZES, M. U. F. O., DA CRUZ XIMENES, G. N., DA SILVA NAS-
CIMENTO, Í. R., DA SILVA PEREIRA, E. F., & DOS SANTOS CORTEZ, N. M. Queijo 
fresco artesanal de leite caprino com lactobacillus acidophilus: avaliação do crescimento 
de bactérias láticas. Brazilian Journal of Development, 6(4), 21214-21231. (2020).
CANHOS, V. P., & MANFIO, G. P. Recursos microbiológicos para biotecnologia. URL: 
http://www. mct. gov. br/Temas/biotec/Tendencias% 20_Vanderlei% 20Fina_. pdf. (2001).
CAVALCANTE, R. R., & DE ASSIS, R. C. Utilização de ácidos orgânicos como alternativa 
para higienização de alimentos: uma revisão integrativa. Holos Environment, 20(3), 335-
351. (2020).
COLOMBO, G. D. S., MENDES, I., SOUTO, B. D. M., PARACHIN, N., de ALMEIDA, J. R. 
M., & Quirino, B. F. (2017). Descoberta de novos genes de xilose isomerase em rúmen 
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In: ENCONTRO DE PESQUISA E INOVAÇÃO DA EMBRAPA AGROENERGIA, 4., 2017, 
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Cadernos Didáticos, v. 87, 2002. Pelczar et al. Microbiologia – Conceitos e Aplicações. 
1996. Vol. 1.
109
CONCLUSÃO GERAL
Prezado (a) aluno (a),concluímos nossa caminhada ao longo do curso, ao estudar-
mos diversos assuntos importantes relacionados à microbiologia.
Na unidade I, conhecemos o mundo dos microrganismos. Compreendendo as 
principais características da microbiologia como ciências. Bem como aprendemos as pers-
pectivas históricas da microbiologia. Também conhecemos e estudamos a diferença das 
células eucariontes e procariontes, caracterizando os principais grupos de microrganismo. 
E exemplificamos a função dos microrganismos no ambiente, o que é bastante comum e 
importante no nosso cotidiano.
Na unidade II, tivemos acesso a obter o microrganismo em cultivo puro. Conhe-
cemos a importância do microscópio e o preparo do material a ser observado quando se 
deseja obter um microrganismo puro em placas de Petri. Entendemos como é realizado 
o controle dos microrganismos indesejáveis para obter os microrganismos de interesse. 
Analisamos ainda sua aplicação e quais os instrumentos podem ser utilizados.
As morfologia e classificação de bactérias e protozoários foram estudadas na Uni-
dade III. Quanto às características da célula bacteriana aprendemos que são células pro-
cariontes, esféricas, cilíndricas e helicoidais, apresentam-se isoladas ou em arranjo, muitas 
bactérias têm flagelos para sua locomoção e pelos para auxiliar sua aderência a superfície. 
Além de que as bactérias são divididas em dois grandes grupos Gram positivas e Gram 
negativas, que se diferem quanto à estrutura e composição química da parede celular. 
Detalhamos as organelas presentes na célula bacteriana, como também a sua reprodução, 
crescimento e variabilidade genética. Também estudamos os diferentes grupos de bacté-
rias, as Eubactérias e as Arqueobactérias. E ainda nesta unidade, estudamos as principais 
características dos protozoários que se diferenciam das bactérias por serem organismos 
eucariotos, no entanto, apresentam flagelos e cílios mais complexos do que em bactérias.
Na unidade IV conhecemos os fungos e as principais características da partícula 
viral. Compreendemos as mais diversas formas vegetativa e reprodutiva que os fungos 
apresentam. Assim, estudamos sobre o comportamento dos fungos quanto a obtenção do 
seu alimento, o que os tornam biotróficos e Necrotróficos. Além, de entendermos as con-
dições necessárias para o seu crescimento e reprodução que é sexuada ou assexuada. 
110
 Detalhamos a estrutura e os componentes químicos de um vírus. Contudo, os vírus 
se replicam somente na presença do hospedeiro, ou seja, são parasitas obrigatórios. E que 
estes enganam o mecanismo de defesa da célula hospedeira para a produção de novas 
partículas virais.
Por fim, concebemos este material com o intuito de auxiliar ao longo do seu curso. 
Certamente os assuntos abordados aqui terão grande importância para sua formação pro-
fissional. Espero que você, acadêmico (a) possa tirar o máximo de proveito dos conceitos 
apresentados neste material didático. E com isso possa abrir caminho para que você possa 
“tomar gosto pelas coisas” em desenvolver trabalhos na microbiologia.
Até uma próxima oportunidade. Muito Obrigada!
+55 (44) 3045 9898
Rua Getúlio Vargas, 333 - Centro
CEP 87.702-200 - Paranavaí - PR
www.unifatecie.edu.br
	UNIDADE I
	Introdução à Microbiologia
	UNIDADE II
	Caracterização e Controle dos Microrganismos
	UNIDADE III
	Principais Grupos de 
	Microrganismos
	UNIDADE IV
	Principais Grupos de Microrganismos

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