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UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO / CEDERJ / UAB Centro de Educação e Humanidades FACULDADE DE EDUCAÇÃO Curso de Licenciatura em Pedagogia, modalidade a distância. Coordenador: Profa. Dra. Helena Araújo Aluno (a): Paula Cristina da Silva Araujo Polo: Belfordroxo Data: 18 / 08 / 2025 - E: mail do (a) aluno (a): paulaneves26@gmail.com ESTUDO DIRIGIDO[footnoteRef:1] [1: Baseado na leitura obrigatória do texto: RODRIGO, Lídia Maria. O memorial acadêmico: uma reconstrução póstuma do passado. Filosofia e Educação, v. 1, p. 168-170, 2009.] 1ª Questão: Avalie o fragmento de texto abaixo e responda o que se pede a seguir: “O que esperar de um Memorial acadêmico? Provavelmente, um relato escrito, com experiências, realizações e reflexões suficientemente significativas para tecer uma trajetória composta de estudo, ensino e produção intelectual”. (RODRIGO, 2009, p. 168, grifos nossos) 1.1. “... um relato escrito, com experiências...”. Identifique duas experiências vivenciadas por você durante o Curso de Pedagogia em andamento e que se constituíram em situações significativas de aprendizado na sua Formação Acadêmica. Primeira Experiência: O Primeiro Dia de Prova no Polo No início do meu curso de Pedagogia, vivenciei uma experiência marcante no primeiro dia de prova no polo. Como não participei da aula inaugural e não frequentei as tutorias presenciais, senti uma forte sensação de não pertencimento. Essa situação me fez refletir sobre a importância da integração e do acolhimento no ambiente acadêmico, destacando como a interação com colegas e tutores é fundamental para construir um senso de comunidade e apoio mútuo. Essa experiência me motivou a buscar mais ativamente a participação nas atividades do polo, reconhecendo que a convivência e o diálogo são essenciais para o aprendizado e a formação de vínculos. Segunda Experiência: O Seminário 4 e o Reconhecimento da Tutora Nos últimos semestres do curso, participei do Seminário 4, que se tornou uma experiência transformadora. Durante essa atividade, minha tutora enviou mensagens privadas enaltecendo meu potencial e a importância que eu teria na área da educação especial. Esse reconhecimento não apenas elevou minha autoestima, mas também me fez perceber o impacto que posso ter na vida de outras pessoas como futura educadora. A experiência reforçou a importância do feedback positivo e do apoio emocional no processo de formação, além de me incentivar a aprofundar meus estudos e práticas na educação inclusiva, contribuindo para uma formação mais consciente e comprometida com a diversidade. Essas duas experiências, uma no início e outra no final do meu percurso acadêmico, foram fundamentais para moldar minha identidade como estudante e futura profissional da educação, destacando a importância das relações interpessoais e do reconhecimento no processo de aprendizado. 1.2. “...um relato escrito, com (...) realizações...”. Durante minha formação no Curso de Pedagogia, um acontecimento significativo foi o início do meu estágio de mediação na prefeitura, onde tive a oportunidade de trabalhar com uma psicopedagoga que me auxiliou imensamente no atendimento a uma aluna com Transtorno do Espectro Autista (TEA), suporte 3 e não verbal. Essa experiência não apenas ampliou meu conhecimento sobre as necessidades educacionais especiais, mas também me proporcionou um contato direto com a realidade de alunos que requerem atenção diferenciada. A interação com a psicopedagoga e a aluna me fez perceber a importância da inclusão e da adaptação das práticas pedagógicas, reforçando meu compromisso com a educação inclusiva. Além disso, iniciei o Estágio Obrigatório, uma disciplina do curso de Licenciatura em Pedagogia, em uma escola municipal de educação infantil, onde criei um vínculo forte com minha professora supervisora e com as crianças da turma. Ao final do estágio, a diretora me convidou a continuar na escola como voluntária, o que me deixou muito animada, mas também frustrada, pois já tinha um compromisso com a prefeitura como mediadora. Essa situação me afetou emocionalmente, pois não consegui me despedir das crianças e da professora, o que me deixou adoecida. No entanto, minha paixão pela educação infantil me levou a iniciar um novo estágio em uma creche, onde, em apenas 18 dias, fui efetivada como auxiliar de turma. Embora não tenha sido promovida a professora regente por ainda não ter concluído meu curso, essa experiência consolidou meu desejo de seguir na área da educação e me motivou a concluir minha formação. 1.3. “...um relato escrito, com (...) reflexões...”. Explique em dois parágrafos, no mínimo, a sua opção pela graduação em Pedagogia, o porquê da escolha da modalidade EaD, refletindo acerca do impacto dessa opção em sua vida pessoal e profissional. Minha opção pela graduação em Pedagogia surgiu a partir de uma experiência transformadora que tive ao realizar um trabalho voluntário em uma ONG, onde atendia crianças com necessidades especiais. Durante esse período, percebi a crescente problemática da inclusão de crianças atípicas nas escolas e a importância de uma formação adequada para lidar com essas questões. Essa vivência despertou em mim o desejo de me tornar uma educadora capacitada, capaz de contribuir para a formação de um ambiente escolar mais inclusivo e acolhedor. Além disso, a escolha pela modalidade de Educação a Distância (EaD) foi motivada pela flexibilidade que ela oferece, permitindo que eu pudesse conciliar meus estudos com as responsabilidades de ser mãe de três filhos e a gestão do lar. Optar pelo EaD foi uma decisão estratégica que impactou positivamente minha vida pessoal e profissional. A possibilidade de estudar em horários que se adequam à minha rotina me permitiu atualizar meus conhecimentos e me preparar para os desafios da educação contemporânea, sem comprometer meu papel como mãe e cuidadora. Essa modalidade de ensino não apenas facilitou meu acesso à formação, mas também me proporcionou uma autonomia que considero essencial para o meu desenvolvimento. Ao refletir sobre essa escolha até o momento atual, percebo que a graduação em Pedagogia, aliada à flexibilidade do EaD, tem sido fundamental para meu crescimento pessoal e profissional, ampliando minhas perspectivas de atuação na área da educação e fortalecendo meu compromisso com a inclusão e a diversidade no ambiente escolar. Faça pelo menos uma antecipação de realização pretendida após o término do seu Curso de Pedagogia. Após a conclusão do meu Curso de Pedagogia, pretendo aplicar os conhecimentos adquiridos de forma efetiva no campo da educação, com um foco especial na inclusão. Minha intenção é atuar como pedagoga em escolas que atendem crianças com necessidades especiais, contribuindo para a criação de ambientes de aprendizagem que respeitem e valorizem a diversidade. Acredito que a formação que recebi me proporcionou as ferramentas necessárias para lidar com as particularidades de cada aluno, e estou comprometida em promover práticas pedagógicas que garantam a inclusão e a equidade no acesso ao conhecimento. Além disso, tenho a intenção de continuar minha formação acadêmica, buscando especializações e, eventualmente, um mestrado na área de educação inclusiva. Essa continuidade de estudos é fundamental para aprofundar meu entendimento sobre as melhores práticas e metodologias que podem ser aplicadas no ensino de crianças atípicas. Acredito que, ao me especializar, poderei não apenas enriquecer minha prática profissional, mas também contribuir para a formação de outros educadores, promovendo uma cultura de inclusão nas escolas. Meu objetivo é ser uma agente de mudança, ajudando a transformar a realidade educacional e garantindo que todas as crianças, independentemente de suas necessidades, tenham a oportunidade de aprender e se desenvolver plenamente. 2ª Questão: “... um memorial assenta-se, inevitavelmente, sobre a lembrança. (...) a simples conservação de conhecimentos passados difere de uma evocação do passadopara torná-lo atual, que constitui a lembrança propriamente dita. Sob esta última perspectiva, ao evocar eventos e ideias a consciência não atua de modo passivo porque os repõe e ordena através de representações nas quais intervém a vontade e o interesse: enfim, todo conteúdo psíquico atual age no sentido de transformar em lembranças os dados retidos na memória. Para além da reprodução passiva e espontânea de vivências e realizações, deve-se esperar de um Memorial uma interpretação do passado...”. (RODRIGO, 2009, p. 168, grifos nossos) 2.1. Explique, segundo a autora, em que situação os acontecimentos passados tornam-se, de forma efetiva, lembranças. Segundo Rodrigo (2009), os acontecimentos passados se tornam efetivamente lembranças quando são evocados de maneira ativa e consciente, em contraste com a mera conservação passiva na memória. Essa evocação não é um ato simples; envolve um processo de reinterpretação em que a consciência reorganiza e atribui significado aos eventos, utilizando a vontade e o interesse do indivíduo. Assim, um acontecimento se transforma em lembrança quando é recontextualizado e integrado à experiência atual, permitindo que o indivíduo não apenas recorde o passado, mas também o interprete e o utilize para influenciar suas ações e decisões no presente. Portanto, a lembrança é um processo dinâmico e crítico que vai além da simples recordação. Ela requer uma reflexão profunda sobre o que foi vivido, possibilitando que o passado se torne relevante e significativo na construção da identidade e na formação de novas experiências. Essa perspectiva nos leva a entender que as lembranças não são apenas fragmentos do passado, mas sim elementos ativos que moldam nossa compreensão de nós mesmos e do mundo ao nosso redor, influenciando nossas escolhas e comportamentos futuros. 2.2. Evoque um acontecimento/fato passado durante o seu curso de Ensino Médio e, segundo a lógica proposta por RODRIGO, produza um texto, em dois parágrafos, onde você deve atualizar esse acontecimento/fato, com olhar do presente, tornando-o lembrança. Durante meu Ensino Médio, um dos acontecimentos mais significativos foi a participação em um projeto de voluntariado que envolvia a organização de atividades recreativas para crianças em uma comunidade carente. Na época, eu estava animado e um pouco nervoso, pois era a primeira vez que me envolvia em uma iniciativa desse tipo. A experiência foi transformadora, pois não apenas me permitiu desenvolver habilidades de liderança e trabalho em equipe, mas também me fez perceber a importância do papel social da educação. Ao interagir com as crianças, pude ver a alegria e a gratidão em seus rostos, o que me motivou a querer fazer a diferença na vida delas. Ao refletir sobre essa experiência com o olhar do presente, percebo como ela moldou minha trajetória e meu desejo de seguir na área da educação. A vivência no projeto não foi apenas uma atividade extracurricular; tornou-se uma lembrança que ressoa em minha vida até hoje. A conexão que estabeleci com aquelas crianças e a sensação de contribuir para o seu bem-estar me impulsionaram a buscar uma formação em Pedagogia. Essa lembrança agora serve como um alicerce para minha prática profissional, lembrando-me constantemente da importância de criar ambientes de aprendizagem inclusivos e significativos, onde cada criança possa se sentir valorizada e amparada. 2.3. Produza um texto de dois parágrafos, relacionando esse acontecimento com um acontecimento histórico ocorrido na época, explicando o impacto desse acontecimento em sua vida estudantil, familiar e/ou social. Durante meu Ensino Médio, entre 2000 e 2003, vivenciei a transição de um período de grandes mudanças sociais e educacionais no Brasil, especialmente com a implementação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) em 1996, que trouxe novas diretrizes para a educação técnica e profissional. Essa lei não apenas ampliou o acesso à educação, mas também incentivou a formação de escolas técnicas, como a que frequentei, conveniada com o CEFET-RJ. A experiência de participar de um projeto de voluntariado durante esse período foi profundamente impactada por essas mudanças, pois a escola se tornou um espaço de formação integral, onde não apenas o conhecimento técnico era valorizado, mas também a formação de cidadãos conscientes e engajados socialmente. O impacto da LDB e das políticas educacionais na minha vida estudantil foi significativo, pois me proporcionou a oportunidade de desenvolver habilidades práticas e teóricas que seriam essenciais para minha futura carreira. Além disso, a ênfase na educação técnica me permitiu perceber a importância de contribuir para a sociedade, especialmente em um contexto onde muitos jovens enfrentavam dificuldades de acesso à educação de qualidade. Essa realidade me motivou a me envolver em atividades sociais, como o projeto de voluntariado, que não apenas enriqueceram minha formação, mas também fortaleceram os laços familiares e sociais, uma vez que minha família sempre valorizou a educação como um meio de transformação. Assim, a combinação dessas experiências e do contexto histórico em que vivi moldou minha visão de mundo e meu compromisso com a educação inclusiva e transformadora. 3ª Questão: Observe o texto e a imagem a seguir: “A escritura de um Memorial comporta, juntamente com a rememoração de fatos e vivências, uma reflexão sobre suas significações na perspectiva mais global de um curriculum vitae”. RODRIGO, p. 168 Refletindo acerca de sua experiência como estudante dos anos iniciais do ensino fundamental, ordene seu curriculum vitae. Atenção: o objetivo deste minicurrículo é o de que você possa levantar dados e refletir acerca de sua trajetória escolar no período quando cursava os anos iniciais do EF. 3.1. Escola e sua localização (onde cursei os anos iniciais do EF). Durante os anos iniciais do Ensino Fundamental, estudei na Escola Municipal Andréa Fontes Peixoto, uma instituição que se destacava pela sua proposta pedagógica voltada para a formação integral do aluno. A estrutura física da escola era simples, mas acolhedora, com salas de aula bem iluminadas, um pátio amplo para atividades recreativas e uma biblioteca que incentivava a leitura. O corpo docente era composto por professores qualificados, comprometidos com a educação e com a formação de cidadãos críticos e participativos, o que refletia na qualidade do ensino oferecido. A escola era pública e atendia a uma comunidade diversificada, com alunos de diferentes contextos socioeconômicos. As amizades que construí durante esse período foram fundamentais para meu desenvolvimento social e emocional, e muitas delas se tornaram lembranças queridas que carrego até hoje. Os momentos de brincadeiras no pátio, as atividades em grupo e as festas escolares contribuíram para um ambiente de aprendizado colaborativo e afetivo, que me ajudou a desenvolver habilidades sociais e a valorizar a importância da convivência e do respeito mútuo. Essa experiência na Escola Municipal Andréa Fontes Peixoto foi um alicerce importante na minha trajetória educacional e pessoal. 3.2. Período em que cursei os anos iniciais do EF. Cursei os anos iniciais do Ensino Fundamental na Escola Municipal Andréa Fontes Peixoto, do antigo CA até a antiga terceira série. No entanto, no meio do ano, enfrentamos uma mudança de bairro que impactou significativamente minha trajetória escolar. A transição para a Escola Municipal Levy Neves foi desafiadora, pois a nova instituição atendia principalmente alunos de classes baixa e média, e percebi que muitos colegas estavam em um nível de aprendizado mais avançado do que o meu. Além disso, a escola enfrentou um período de fechamento devido a uma avaliação de segurança do prédio, que apresentava rachaduras no pátio. Durante esse tempo, as aulas foram suspensas, e quando retornamos, quase no fim do semestre, tivemos aulas aos sábados para compensar os dias letivos perdidos. Essa situação, somada à adaptação a um novo ambiente escolar eao nível de aprendizado dos colegas, resultou na repetição da série. Essa experiência, embora desafiadora, me ensinou sobre resiliência e a importância de buscar apoio e adaptação em momentos de mudança. 3.3. Professor/a que marcou, de forma positiva, minha vida nos anos iniciais do EF, por seu profissionalismo e lições de que o magistério é uma profissão e não um sacerdócio. Na Escola Municipal Andréa Fontes Peixoto, a professora que mais me marcou foi a Tia Beth, uma educadora excepcional que soube como lidar com crianças de maneira carinhosa e eficaz. Sua habilidade em ensinar e, ao mesmo tempo, oferecer um acolhimento afetivo foi fundamental para mim, especialmente em um momento em que me sentia distante da minha mãe, que estava internada com minha irmã de um ano. Tia Beth não apenas me alfabetizou, mas também se tornou uma figura maternal em minha vida escolar, suprindo, de certa forma, a falta que eu sentia em casa. Ao refletir sobre essa experiência com o olhar do presente, percebo como Tia Beth foi mais do que uma professora; ela representou um apoio emocional e um exemplo de profissionalismo. Sua abordagem ao magistério, que equilibrava a responsabilidade de ensinar com a sensibilidade de cuidar, me ensinou que a educação vai além do conteúdo acadêmico. Essa lembrança positiva se tornou uma parte importante da minha formação, inspirando-me a valorizar a relação entre educador e aluno e a entender que o magistério é uma profissão que exige dedicação, mas também humanidade e empatia. 3.4. O porquê essa professora foi significativa em minha vida nos anos iniciais do EF. A Tia Beth foi significativa em minha vida nos anos iniciais do Ensino Fundamental porque, além de me alfabetizar, ela me ofereceu um espaço seguro e acolhedor em um momento de vulnerabilidade emocional. Lembro-me de suas aulas dinâmicas, onde ela utilizava jogos e histórias para tornar o aprendizado divertido e envolvente, o que despertou meu interesse pela leitura e pela escrita. Sua capacidade de entender as necessidades emocionais dos alunos e de criar um ambiente de apoio fez com que eu me sentisse valorizado e motivado a aprender, mesmo em meio a dificuldades pessoais. Essas lembranças são fundamentais para minha escolha atual pelo magistério, pois me inspiram a buscar uma abordagem educacional que priorize o bem-estar emocional dos alunos, assim como Tia Beth fez comigo. A conexão que ela estabeleceu com seus alunos me ensinou que a educação não se limita ao conteúdo, mas envolve também a construção de relacionamentos significativos. Essa experiência me motivou a querer ser um educador que não apenas ensina, mas também cuida e apoia, reconhecendo a importância de cada aluno em sua singularidade e contexto. 3.5. Nem tudo foram flores nos anos iniciais do EF. Aponte um ou mais acontecimentos que justifiquem essa afirmativa, refletindo acerca dele(s) em sua vida estudantil. Evite colocar-se como vítima e reflita acerca das lições aprendidas com essa experiência. Nem tudo foram flores nos anos iniciais do Ensino Fundamental, e um dos acontecimentos que marcou essa fase foi a relação conflituosa que tive com um colega chamado Bruna. Ele costumava implicar comigo, e por meses, eu suportei essas provocações em silêncio, o que gerou um desconforto emocional e um ambiente de tensão na sala de aula. Em um dia chuvoso, quando ele ameaçou me agredir, reagi de forma inesperada, utilizando meu guarda-chuva para me defender, o que resultou em uma queda dele e, posteriormente, em uma conversa que mudou nossa dinâmica. Essa experiência me ensinou lições valiosas sobre assertividade e a importância de se defender de forma pacífica, sem se deixar intimidar. Ao enfrentar a situação, percebi que a escola é um espaço de convivência onde conflitos podem surgir, mas também é uma oportunidade para aprender a lidar com eles de maneira construtiva. A partir desse episódio, consegui estabelecer um ambiente mais tranquilo na sala de aula, focando no meu objetivo de aprender e crescer, e essa experiência me ajudou a desenvolver habilidades de resolução de conflitos que são valiosas até hoje. 3.6. O que aconteceu na minha cidade, no meu estado, no Brasil ou no Mundo quando eu cursava os anos iniciais do EF e que hoje são lembranças positivas dos seus efeitos sobre a sociedade daquela época, quando os relaciono com minha vida pessoal e familiar? Durante a década de 90, quando cursei os anos iniciais do Ensino Fundamental, o Brasil passou por significativas mudanças econômicas, incluindo a transição entre diferentes planos econômicos e a mudança da moeda, que culminou no Plano Real. Minha família enfrentou desafios financeiros, especialmente quando decidimos vender nossa casa e nos mudar de bairro; a venda ocorreu ainda sob a antiga moeda, mas a desvalorização que se seguiu afetou nossa situação econômica, tornando a adaptação mais difícil. Essa mudança não apenas impactou nossa estabilidade financeira, mas também exigiu que eu me adaptasse a um novo ambiente escolar, o que trouxe inseguranças, mas também oportunidades de crescimento e resiliência. Esses eventos históricos moldaram minha percepção sobre a importância da educação e da adaptação em tempos de crise. A experiência de mudança e os desafios econômicos me ensinaram a valorizar as oportunidades de aprendizado e a importância de um ambiente escolar acolhedor, como o que encontrei com a Tia Beth. Assim, mesmo em meio a dificuldades, consegui encontrar forças para me concentrar nos estudos e buscar um futuro melhor, refletindo sobre como as circunstâncias externas podem influenciar a vida pessoal e familiar, mas também como a resiliência e a educação são fundamentais para superar desafios. 4ª Questão: “No olhar retrospectivo, e apenas nele, fatos e realizações particulares vão urdindo um sentido comum que os perpassa como se fossem atravessados desde o início por uma mesma intenção. (...) um todo pode ser urdido pelo olhar retrospectivo que avalia e rearticula no presente escolhas e decisões feitas no passado. O passado deixa de ser coleção de acontecimentos e vivências justapostas e ganha uma história”. (RODRIGO, 2009, p. 169, grifos nossos) Ao analisar o texto acima, tendo como referência um olhar retrospectivo de sua passagem pelo segundo segmento do Ensino Fundamental (6º ao 9º atuais), enumere três diferentes acontecimentos e/ou realizações particulares, em anos diferentes do EF, articule-os num texto, de dois parágrafos, dando-lhes uma história comum que possa ser relacionada com sua atual condição de graduando/a em Pedagogia. 4.1. acontecimento e/ou realização: ______________ / ano do EF: ____ ano calendário: ____ Início da Leitura de Livros Literários na Escola / Ano do EF: 6º ano do EF / Ano calendário: 1997. Ao refletir sobre minha passagem pelo segundo segmento do Ensino Fundamental, um acontecimento se destaca e ressoa com minha atual trajetória como graduando em Pedagogia. Em 1997, durante a sexta série, participei de um projeto de leitura que incentivava a troca de livros entre os alunos. Essa experiência foi mais do que uma simples atividade escolar; ela criou um ambiente de entusiasmo e curiosidade, onde cada aluno teve a oportunidade de compartilhar suas histórias favoritas e descobrir novas narrativas. A troca de livros não apenas ampliou meu gosto pela leitura, mas também me ensinou sobre a importância da colaboração e do compartilhamento de conhecimentos, valores que hoje busco incorporar em minha prática pedagógica, promovendo um ambiente de aprendizado colaborativo e inclusivo. 4.2. acontecimento e/ou realização: ______________ / ano do EF: ____ ano calendário: ____ Projeto de Teatro Escolar / Ano do EF: 7º ano do EF / Ano calendário: 1998. Durante a 7ª série, um acontecimento marcante foi a participação em um projeto de teatro escolar. Essa atividade envolveu a colaboração de todos os alunos, que precisavam trabalhar juntos para adaptar uma peça clássica e apresentá-la para a comunidade escolar. A experiência não apenas estimulou minha criatividadee habilidades de expressão, mas também me ensinou a importância do trabalho em equipe, da empatia e da comunicação, competências que são fundamentais na minha formação atual em Pedagogia. Além disso, o projeto de teatro proporcionou um espaço para que os alunos explorassem diferentes perspectivas e se conectassem emocionalmente com os personagens, reforçando a importância da arte na educação como um meio de interação e aprendizado coletivo. Essa vivência me fez perceber o valor da expressão artística na formação de cidadãos críticos e criativos, inspirando-me a buscar formas de integrar essas abordagens em minha futura prática docente. . 4.3. acontecimento e/ou realização: ______________ / ano do EF: ____ ano calendário: ____ Competição de Matemática / Ano do EF: 8º ano do EF / Ano calendário: 1999. No ano seguinte, em 1999, enfrentei um desafio significativo ao participar de uma competição de matemática organizada pela professora Ana Cristina. Ela era uma educadora apaixonada que sempre incentivava seus alunos a explorarem suas habilidades matemáticas de maneira lúdica e desafiadora. Ana Cristina introduziu uma série de desafios matemáticos em sala de aula, que variavam desde problemas de lógica até enigmas numéricos, criando um ambiente estimulante que despertava nosso interesse pela disciplina. A competição, promovida por ela, exigia não apenas habilidades numéricas, mas também a capacidade de trabalhar sob pressão, já que os alunos tinham um tempo limitado para resolver os problemas. A professora Ana Cristina nos preparou com antecedência, realizando simulados e oferecendo dicas valiosas sobre como abordar os desafios de forma estratégica. Essa experiência me forçou a superar a ansiedade e a insegurança, desenvolvendo minha autoconfiança e resiliência. Aprendi que o fracasso pode ser uma parte do processo de aprendizado, pois, durante os simulados, enfrentei dificuldades que inicialmente me desmotivaram, mas que, com o apoio da professora, se tornaram oportunidades de crescimento. Ana Cristina sempre enfatizava que a perseverança é fundamental para alcançar objetivos, e suas palavras ecoaram em minha mente durante a competição. Essa vivência não apenas aprimorou minhas habilidades matemáticas, mas também me ensinou lições valiosas sobre determinação e a importância de enfrentar desafios com coragem. 4.4. Texto: Ao revisitar minha trajetória nos anos finais do Ensino Fundamental, três acontecimentos se destacam e moldaram minha decisão de seguir a carreira de magistério. O primeiro foi a participação em um projeto de leitura na sexta série, onde a troca de livros entre os alunos não apenas ampliou meu gosto pela leitura, mas também me ensinou sobre a importância da colaboração e do compartilhamento de conhecimentos. Essa experiência me fez perceber o poder da educação em criar um ambiente de aprendizado inclusivo, algo que busco replicar em minha prática pedagógica. O segundo acontecimento foi o projeto de teatro na sétima série, que me proporcionou a oportunidade de trabalhar em equipe e explorar a expressão artística. Essa vivência reforçou a importância da criatividade na educação e me mostrou como a arte pode ser uma ferramenta poderosa para engajar os alunos e promover a empatia. Por fim, a competição de matemática em 1999, sob a orientação da professora Ana Cristina, me ensinou a importância da perseverança e da resiliência diante dos desafios. Esses momentos, que inicialmente pareciam simples experiências escolares, se tornaram fundamentais na construção da minha identidade como futuro educador. Eles me mostraram que a educação vai além da transmissão de conteúdos; trata-se de formar cidadãos críticos, criativos e colaborativos. Assim, ao refletir sobre essas lembranças, percebo que minha escolha pelo magistério é impulsionada pelo desejo de impactar positivamente a vida dos alunos, assim como meus professores fizeram por mim. 5ª Questão: “Todavia – nunca é demais insistir – o sentido ou direção de um projeto de vida não poderia, de modo idealista, estar posto a priori, como se os eventos devessem apenas encaixar-se nele. Ele é engendrado pelo olhar retrospectivo que reflete recolhendo o que foi vivenciado sob a forma da descontinuidade” (RODRIGO, 2009, p. 168-9) Como a autora nos afirma: “... um projeto de vida não poderia, de modo idealista, estar posto a priori”. Considerando o exposto e partindo de sua experiência pessoal, em dois parágrafos, disserte acerca de outras atividades não escolares ou acadêmicas, mas que são ou foram constitutivas de sua identidade como pessoa e que, de alguma forma, hoje é parte significativa da formação acadêmica. Uma experiência que foi fundamental na constituição da minha identidade, embora aparentemente distante da área da Educação, foi meu trabalho em uma clínica ortopédica. Nesse ambiente, tive a oportunidade de interagir com pacientes de diferentes idades e contextos, o que me ensinou a importância da empatia e da comunicação eficaz. Aprendi a ouvir as histórias e preocupações dos pacientes, desenvolvendo habilidades de acolhimento e compreensão que são essenciais na prática pedagógica, pois a educação também envolve entender e respeitar as individualidades de cada aluno. Além disso, o trabalho na clínica me proporcionou uma visão mais ampla sobre a saúde e o bem-estar, aspectos que considero cruciais para a formação integral do estudante. A experiência me fez refletir sobre como questões de saúde podem impactar o aprendizado e a vida escolar, levando-me a valorizar a importância de um ambiente educacional que considere as necessidades físicas e emocionais dos alunos. Assim, mesmo que meu trabalho na clínica não estivesse diretamente relacionado à Educação, ele contribuiu significativamente para minha formação acadêmica, ampliando minha perspectiva sobre o papel do educador na vida dos alunos. 6ª Questão: Analise a poesia de Fernando Pessoa e dê o que se pede a seguir: Pobre velha música Não sei por que agrado Enche-se de lágrimas Meu olhar parado Recordo outro ouvir-te Não sei se te ouvi Nessa minha infância Que me lembra em ti Com que ânsia tão raiva Quero aquele outrora E eu era feliz? Não sei: Fui-o outrora agora 6.1. Considerando a primeira estrofe e associando-a às disciplinas já cursadas em Pedagogia, em períodos anteriores ou mesmo na atual período, registre em, no mínimo, dois parágrafos, duas ou mais disciplinas que tenham, no sentido metafórico dos versos: “Enche-se de lágrimas / Meu olhar parado”, se tornado fundamental no seu processo de formação pessoal e profissional. Ao refletir sobre a poesia de Fernando Pessoa, especialmente a linha "Enche-se de lágrimas / Meu olhar parado", percebo que essa metáfora se relaciona profundamente com as disciplinas de Educação Especial Inclusiva e Educação Infantil 1 e 2 que cursei. A disciplina de Educação Especial Inclusiva, em particular, provocou um turbilhão de emoções ao me confrontar com as realidades e desafios enfrentados por alunos com necessidades especiais. Aprender sobre as diferentes abordagens e estratégias para promover a inclusão me fez sentir uma profunda empatia e responsabilidade, despertando em mim a vontade de lutar por um ambiente educacional mais justo e acolhedor. Essa experiência não apenas ampliou minha compreensão sobre a diversidade, mas também me fez refletir sobre a importância de cada aluno e suas singularidades, o que, por vezes, me trouxe lágrimas de emoção ao perceber o quanto a educação pode transformar vidas. Por outro lado, as disciplinas de Educação Infantil 1 e 2 também foram marcantes em minha formação. O estudo do desenvolvimento infantil e das metodologias de ensino voltadas para essa faixa etária me fez reviver memórias da minha própria infância, trazendo à tona uma mistura de nostalgia e alegria. Ao aprender sobre a importância do brincar e da afetividade na educação infantil, percebi como esses elementos são fundamentais para o desenvolvimento integral da criança. Essa reflexão me fez sentir uma conexão profunda com a missão de educar,despertando em mim um desejo genuíno de criar experiências significativas para as futuras gerações. Assim, tanto a Educação Especial Inclusiva quanto a Educação Infantil me proporcionaram momentos de intensa reflexão e emoção, moldando minha identidade como futura educadora e reforçando meu compromisso com uma educação inclusiva e de qualidade. 6.2. Considerando a segunda estrofe do poema: “Recordo outro ouvir-te...” registre em dois parágrafos, duas outras ou mais disciplinas outrora vivenciadas na educação básica cujos conteúdos ou parte deles, de alguma forma, foram revistos em disciplinas do atual curso de Pedagogia. Compare-os, avaliando seu entendimento hoje do: “Não sei se te ouvi”, mas que hoje se tornaram significativas no seu aprendizado como futuro pedagogo/a. Ao revisitar minha trajetória na educação básica, lembro-me das aulas de Geografia e História, disciplinas que, na época, pareciam distantes da minha realidade cotidiana. Na educação básica, o foco estava muitas vezes em memorizar datas e fatos geográficos, sem uma conexão clara com o mundo ao meu redor. No entanto, ao cursar Geografia na Educação 1 e História na Educação 1 e 2 no meu atual curso de Pedagogia, percebi que esses conteúdos são muito mais do que informações a serem decoradas; eles são fundamentais para entender a construção da identidade cultural e social dos alunos. A abordagem crítica e reflexiva que aprendi nas disciplinas de Pedagogia me permitiu reavaliar o que antes considerava apenas um conjunto de dados, transformando meu entendimento sobre a importância de contextualizar o ensino de Geografia e História na formação de cidadãos conscientes e críticos. Hoje, ao refletir sobre a frase "Não sei se te ouvi", percebo que, embora tenha estado exposto a esses conteúdos na educação básica, minha compreensão era superficial. As disciplinas de Pedagogia me proporcionaram uma nova perspectiva, enfatizando a relevância de ensinar Geografia e História de maneira integrada e significativa, conectando os conteúdos às vivências dos alunos e ao contexto social em que estão inseridos. Essa mudança de entendimento me fez reconhecer que a educação deve ser um espaço de diálogo e reflexão, onde os alunos possam não apenas aprender sobre o passado e o espaço, mas também desenvolver uma consciência crítica sobre o presente e o futuro. Assim, as revisitações desses conteúdos em meu curso atual não apenas enriqueceram meu conhecimento, mas também moldaram minha visão sobre o papel do educador na formação de uma sociedade mais justa e informada. 6.3. Reflita acerca de um acontecimento vivenciado ao longo do curso de Pedagogia, sabendo que você não o está recuperando tal qual ele ocorreu, pois isso não é possível, mas sim o (re)criando no presente, com seus atuais conhecimentos, transformando-o em lembrança, segundo a autora do texto base para esse Estudo Dirigido. 6.3.1. Acontecimento escolhido: __________________________________ A Notícia da Aprovação no Vestibular CEDERJ/UERJ 6.3.2. Descreva, agora, as razões de sua escolha e explique o porquê esse acontecimento lhe despertou o mesmo sentimento proposto por Fernando Pessoa, nos versos da terceira estrofe: “Quero aquele outrora / E eu era feliz? Não sei:/ Fui-o outrora agora”. Escolhi o momento da notícia da minha aprovação no vestibular CEDERJ/UERJ porque ele representa um marco significativo na minha trajetória pessoal e acadêmica. Após mais de 15 anos sem estudar, casada com 3 filhos e o mais novo estava com 1 ano de vida foi desafiador ter conseguido essa conquista, especialmente vindo de uma escola pública e ocupando o segundo lugar, foi um feito que me trouxe uma sensação de realização e esperança. Esse acontecimento me fez refletir sobre o passado, evocando a ideia de que, mesmo sem saber se fui verdadeiramente feliz naquela época, hoje, ao recordar essa conquista, sinto uma profunda gratidão e alegria por ter superado desafios e por ter recomeçado minha jornada educacional. Assim como nos versos de Fernando Pessoa, onde ele questiona a felicidade do passado, eu também me pergunto se, naquele momento, eu realmente percebia a magnitude da minha conquista. No entanto, ao recriar essa lembrança no presente, percebo que, sim, fui feliz ao alcançar esse objetivo, pois ele simboliza não apenas um sucesso acadêmico, mas também a superação de barreiras e a redescoberta do meu potencial. Essa experiência me motiva a continuar minha formação em Pedagogia, lembrando que a felicidade pode ser encontrada nas pequenas vitórias e na coragem de recomeçar, mesmo após longos períodos de inatividade. 7ª Questão: [opcional] Nós, a Equipe do V Seminário de Práticas Educativas, gostaríamos que você deixasse registrada uma avaliação deste Estudo Dirigido e, se possível de sua relação com a nossa disciplina e os professores tutores. O Estudo Dirigido foi uma experiência profundamente significativa, pois me fez recordar memórias que estavam guardadas em um lugar especial da minha mente. Ao revisitar momentos da minha trajetória acadêmica e pessoal, senti um misto de emoções que enriqueceram meu aprendizado, tornando-o mais pessoal e impactante. A abordagem dos professores tutores foi essencial, pois, com seu apoio e orientação, consegui conectar essas lembranças ao conteúdo da disciplina, criando um ambiente de aprendizado acolhedor e motivador que favoreceu meu desenvolvimento. Essa reflexão não apenas me ajudou a entender melhor os conceitos estudados, mas também me fez perceber a importância de cada experiência vivida na formação de um educador. Agradeço à equipe do V Seminário de Práticas Educativas por proporcionar essa oportunidade de autoconhecimento e crescimento, que certamente ficará marcada na minha jornada acadêmica. Bibliografia: PESSOA, Fernando. Cancioneiro. Rio de Janeiro, Nova Aguilar, 1976. RODRIGO, Lídia Maria. O memorial acadêmico: uma reconstrução póstuma do passado. Filosofia e Educação, v. 1, p. 168-170, 2009. 9 image1.jpeg