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PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL Talita Bristotti Pereira 1ª Edição, 2022 EAD Editora Universitária Adventista Presidente da Divisão Sul-Americana: Stanley Arco Diretor do Departamento de Educação para a Divisão Sul-Americana: Antônio Marcos da Silva Alves Presidente do Instituto Adventista de Ensino (IAE), mantenedora do Unasp: Maurício Lima Secretário do Instituto Adventista de Ensino (IAE), mantenedora do Unasp: Emmanuel Oliveira Guimaraes Tesoureiro/CFO do Instituto Adventista de Ensino (IAE), mantenedora do Unasp: Gilnei Abreu Reitor: Martin Kuhn Vice-reitor administrativo: Claudio Knoener Vice-reitor para educação superior e diretor do campus São Paulo: Afonso Ligório Cardoso Vice-reitor e diretor do campus Engenheiro Coelho: Carlos Alberto Ferri Vice-reitor para a educação básica e diretor do campus Hortolândia: Henrique Karru Romaneli Pró-Reitor Financeiro: Paulo Ricardo Monarin Pró-reitor de graduação: Edilei Rodrigues de Lames Pró-reitor de pesquisa e desenvolvimento institucional: Allan Macedo de Novaes Pró-reitor de gestão integrada: Mauricio Guimarães Lima Pró-reitor de pós-graduação lato sensu: Luis Henrique dos Santos Pró-reitor de desenvolvimento espiritual: Wendel Thomaz Lima Pró-reitor de educação a distância: Jonas Rafael Nikolay Conselho editorial e artístico: Dr. Martin Kuhn; Me. Henrique Romanelli; Dr. Afonso Cardoso; Dr. Carlos Ferri; Me. Telson Vargas; Dr. Allan Novaes; Dr. Edilei Lames; Me. Wendel Lima; Dr. Evandro Fávero; Dr. Vanderlei Dorneles; Dr. Adriani Mili; Dr. Fabio Alfieri; Dra. Silvia Quadros; Esp. Regiane Cardoso de Oliveira; Me. Lucas Alves; Dr. Adolfo Suárez; Me. Edilson Valiante; Me. Diogo Cavalcanti Editor-chefe: Allan Macedo de Novaes Engenheira de Produção: Rhayane Storch Responsável editorial pelo EAD: Regiane Cardoso de Oliveira 1ª Edição, 2022 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL Editora Universitária Adventista Engenheiro Coelho, SP Talita Bristotti Pereira da Silva Mestrado em Linguagens, Mídia e Arte pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas Silva, Talita Bristotti Pereira da Planejamento e produção editorial [livro eletrônico] / Talita Bristotti Pereira da Silva. -- Engenheiro Coelho, SP : Unasp Virtual, 2023. PDF Ed. em e-book baseada na ed. de 2022. Bibliografia. ISBN 978-65-5489-085-4 1. Jornalismo 2. Mercado editorial 3. Produção editorial 4. Revistas - Brasil 5. Redação jornalística I. Título. 23-161204 CDD-070.41 Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP) (Ficha catalográfica elaborada por Hermenérico Siqueira de Morais Netto – CRB 7370) Planejamento e produção editorial 1ª edição – 2022 e-book (pdf) Designer instrucional Luisa Simões Revisão: Ana Lessa, Eduan Rodrigues, João Paulo Alves Projeto gráfico: Ana Paula Pirani Diagramação: Kenny Zukowski Caixa Postal 88 – Reitoria Unasp Engenheiro Coelho, SP – CEP 13448-900 Tel.: (19) 3858-5171 / 3858-5172 www.unaspress.com.br Editora Universitária Adventista Validação editorial científica ad hoc: Thamires Ribeiro de Mattos Mestrado em Divulgação Científica e Cultural pela Universidade Estadual de Campinas Editora associada: Todos os direitos reservados à Unaspress - Editora Universitária Adventista. Proibida a reprodução por quaisquer meios, sem prévia autorização escrita da editora, salvo em breves citações, com indicação da fonte. SUMÁRIO JORNALISMO E REVISTA ........................................ 11 Introdução ........................................................................................12 Jornalismo de revista: conceitos ......................................................14 O mercado editorial brasileiro .........................................................23 Estilos textuais para revista .............................................................32 Plano para um bom texto ................................................................41 O que esperar do futuro? .................................................................51 Considerações finais.........................................................................56 Referências .......................................................................................58 PROJETO EDITORIAL ............................................. 61 Introdução ........................................................................................62 Matriz SWOT e publicidade .............................................................63 Publicidade ..............................................................................75 Linha editorial e público ..................................................................79 A hierarquia da redação ...................................................................84 Considerações finais.........................................................................88 Referências .......................................................................................90 O CONTEÚDO DA REVISTA ..................................... 93 Introdução ........................................................................................94 Como definir pautas para revista .....................................................96 Da entrevista à produção textual ....................................................107 Fotos e elementos visuais ...............................................................115 Fotojornalismo .......................................................................115 Elementos visuais ..................................................................118 Considerações finais........................................................................120 Referências ......................................................................................122 VO CÊ ES TÁ A QU I DA GRÁFICA À CASA DO LEITOR ........................... 125 Introdução .......................................................................................126 Escolhendo a capa certa .................................................................127 Organizando o conteúdo da revista ................................................138 O processo de impressão e distribuição .........................................147 Considerações finais........................................................................151 Referências ......................................................................................153 EMENTA A estrutura técnica e jornalística de uma redação de revista. Conhecimento sobre a produção de notícias para revistas. Planejamento e construção da linha e das seções editoriais. Técnicas de seleção de matérias, edição e revisão do texto. Estilo de escrita, laudas e definições de processos. Concepção do papel da ilustração, fotografia, infografia e demais recursos visuais dentro da linha editorial. Introdução à visualização de dados. A gestão do processo editorial. Produção de reportagens, colunas e demais seções. PROJETO EDITORIAL UNIDADE 2 62 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL INTRODUÇÃO Bem-vindos ao nosso estudo sobre projeto editorial. Tendo como base os princípios sobre o que é uma revista e as especificidades deste meio de comunicação, começaremos a aprofundar e detalhar os processos de produção editorial. Neste estudo, iremos analisar o que é a matriz SWOT e como ela pode ser utilizada para o planejamento estratégico de uma revista. Aqui, lembramos que a revista é também um negócio e, por isso, utilizar essa ferramenta pode ser um diferencial para o sucesso da publicação, pois por meio dela é possível mapear pontos fortes e fracos, oportunidades e ameaças. Abordaremos ainda sobre o uso de big data e análise de dados como complemento do planejamento estratégico. Feito o estudo sobre o planejamento do negócio, entramos na parte sobre a definição do plano editorial da revista, queengloba a linha editorial e o público. Espera-se que você compreenda o conceito da linha editorial e como ela afeta a produção jornalística, assim como a influência que o público exerce na definição de pautas e do estilo textual da revista. Por fim, iremos apresentar a hierarquia de uma redação jornalística e quais são os papéis de cada colaborador na 63 PROJETO EDITORIAL elaboração do produto. Apesar da precarização das redações, é importante que se compreenda as funções que precisam ser exercidas para que haja qualidade na produção da revista. Assim, ao final deste estudo esperamos que você tenha compreendido: • O que é a matriz SWOT e sua importância para manutenção de uma revista; • a importância da receita publicitária e as relações do jornalismo e publicidade; • o que é a linha editorial de um veículo e como ela influencia a produção jornalística; • o papel do leitor na condução da revista; • o processo hierárquico de uma redação jornalística. Bom estudo! MATRIZ SWOT E PUBLICIDADE A revista é um meio de comunicação, mas também é uma marca e, por isso, um negócio que precisa ter estabilidade 64 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL financeira para continuar a existir. Com isso, a manutenção de uma revista ou a criação de um novo produto precisa passar por um planejamento estratégico para que haja um mapeamento de informações que ajudem na gestão da organização. De acordo com estudo de Djair Rodrigues Fernandes (2012, p. 57), o planejamento estratégico é uma ferramenta de grande valia que movimenta a estrutura das organizações a ponto de elas conseguirem projetar “cenários com maior grau de precisão“ e “ainda levou os executivos a compreenderem que o negócio é influenciado, em maior ou menor grau, por uma infinidade de variáveis interna e externa à organização”. É claro que o planejamento não vai acertar o futuro, mas ter noções do que pode vir a acontecer faz com que as empresas estejam preparadas para lidar com diversas situações. O uso contínuo e a disciplina para a implementação do planejamento estratégico pode levar uma organização a patamares elevados de gestão, pois terá condições de se movimentar, antecipadamente, ao verificar a formação do cenário e ter melhor compreensão das variáveis que o cerca (Fernandes, 2012, p. 58). Uma das formas de traçar esse planejamento é com a ajuda da matriz SWOT, estruturada criada na década de 1950, 65 PROJETO EDITORIAL mas que é relevante até os dias atuais. SWOT é um acrônimo em inglês com as palavras strengths, weaknesses, opportunities e threats. É uma matriz que sugere que as empresas mapeiem as forças, fraquezas, oportunidades e ameaças (strengths, weaknesses, opportunities, threats) do serviço ou produto que pretendem desenvolver. Ainda que o estudo de Fernandes (2012) não seja focado em organizações jornalísticas, podemos absorver o benefício de usar a matriz também no planejamento de produtos ligados a comunicação, como a revista, uma vez que ela é a fase que vira as cartas que estão sobre a mesa, identifica a organização, suas fraquezas e suas forças, as oportunidades que vislumbra e as ameaças que enxerga no horizonte do jogo comercial (Fernandes, 2012, p. 58). As fraquezas e as forças dizem respeito a fatores internos. Nesta etapa é importante fazer um levantamento de todos os problemas, de detalhes que impedem o andamento do negócio e de questões que são consideradas fortes em relação à concorrência. Por sua vez, as oportunidades e ameaças têm relação com fatores externos à empresa. Esses fatores podem conceder uma vida longa à organização bem como são capazes de prejudicar substancialmente o negócio (Fernandes, 2012). 66 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL Para melhor visualização, a matriz SWOT, geralmente, é desenhada como na figura 2 abaixo: Figura 2 – Visualização gráfica da matriz SWOT FORÇAS PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS FRAQUEZAS OPORTUNIDADES FA TO RE S IN TE RN OS FA TO RE S EX TE RN OS AMEAÇAS Fonte: elaborada pela autora Agora, vamos entender mais a fundo o que se trata cada um deles: • Força: são os pontos fortes da empresa, do produto ou serviço. Ao elencar esse fator, leve em consideração os diferenciais para enfrentar o mercado e os concorrentes. Essas forças precisam ser internas e ter poder de influenciar o andamento do negócio, que tenha potencial para “auxiliar substancialmente e por longo tempo o desempenho da organização“ (Fernandes, 2012, p. 59). • Fraqueza: são os pontos fracos da empresa, do produto ou serviço e que podem ser de qualquer natureza, desde que tenha relação 67 PROJETO EDITORIAL com fatores internos. Como afirma Fernandes (2012), a fraqueza pode ser considerada como um obstáculo que serve para dificultar a dinâmica do negócio e o posicionamento no mercado. Contudo, essa deve ser uma questão interna que dê para ser revertida ou, se for o caso, atenuada, já que a organização está responsável por ela. • Oportunidade: é aquele fator externo que pode trazer um direcionamento de onde a empresa, produto ou serviço pode chegar. Nesse aspecto, podem ser mapeadas oportunidades mais fáceis e outras desafiadoras. “É uma situação externa, atual ou potencial, que, se for adequadamente aproveitada, pode contribuir (...) para o alcance dos objetivos ou para a melhoria do desempenho do negócio” (Fernandes, 2012, p. 60). • Ameaça: é aquela que pode causar danos à empresa, produto ou serviço. Presente no ambiento externo, pode impactar o desempenho caso não seja interrompida ou mantida a distância segura. “Pode surgir, por exemplo, de pontos fortes dos competidores, 68 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL do ambiente institucional ou de alterações radicais no negócio” (Fernandes, 2012, p. 60). IMPORTANTE Se desejamos lançar uma nova revista no mercado, dentre tantos títu- los já existentes, realizar esse mapeamento de forma sincera e mais próxima da realidade pode ajudar a identificar lacunas que o produto pode preencher. Ao mesmo tempo, a matriz SWOT também pode ser aplicada em produtos já existentes. Nunca é tarde para criar ou rever um planejamento estratégico. Diante de um mercado competitivo, ter uma visão de negócio, aliada aos elementos de jornalismo, pode ser um diferencial para o sucesso e a manutenção de uma revista no mercado. A estratégia é a criação de uma posição única e valiosa que engloba um conjunto diferente de atividades, para que a organização possa ser percebida distinta, dentre todas as competidoras, e se manter perene no mercado (Fernandes, 2012, p. 60). Mas é preciso também conhecer o mercado em que se está inserido para não traçar um plano que não condiz com a realidade do produto ou do serviço que irá oferecer. Fernandes (2012) ressalta que ao ter as informações sobre o meio que 69 PROJETO EDITORIAL atua, a organização consegue traçar metas que estimulem o crescimento, ao mesmo tempo em que não sejam mirabolantes e impossíveis de serem realizadas. Vamos imaginar que iremos lançar um novo produto no mercado. Trata-se de uma revista voltada para o público jovem-adulto, entre 18 e 30 anos, da classe social média-alta. O plano editorial é um produto que fale sobre a cultura geek, com temáticas de jogos, livros e seriados de forma aprofundada e com textos que tragam a visão do repórter. Supondo que fôssemos os executivos a tirar esse projeto do papel, qual seria a matriz SWOT desse produto? Vamos pensar três características para cada item (lembrando que não há limitação para fazer esse mapeamento): Podemos citar como forças o fato de ser um produto segmentado, com uma equipe de repórteres que já possua notoriedade no assunto e termos uma editora de renome patrocinando o projeto. Já as fraquezas podem ser justamente estar sob o guarda-chuva de uma editora, o que pode limitar o processo criativo da revista, não termos condições de pagar altos salários nos anos iniciais, e não termos um plano de carreira para osfuncionários. No lado dos fatores externos, as oportunidades podem ser listadas como: um produto que não tem concorrentes diretos 70 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL no meio impresso, a cultura geek está em alta, e é uma temática que tem alta chance de conseguir patrocinadores. Como ameaças, podemos citar o meio digital, em que o público já está acostumado a consumir informação, o preço do papel estar vinculado ao dólar, o que pode encarecer o produto, e o fato de que concorrentes podem surgir no impresso. Feito o levantamento dos pontos, é preciso cruzá-los para ter “uma moldura onde a organização pode desenvolver melhor suas vantagens competitivas relacionando oportunidades e forças, por exemplo” (Daychoum, 2018, p. 29). No caso do cruzamento entre oportunidades e fraquezas, é possível estabelecer as bases para modificações no ambiente interno, de modo a poder aproveitar melhor as oportunidades. O cruzamento entre ameaças e forças pode representar a possibilidade de investir na modificação do ambiente, de modo a torná-lo favorável à organização (o que não é tarefa fácil de ser conseguida). Se no cruzamento entre ameaças e fraquezas estiverem situações de alta relevância para a organização, provavelmente trata-se de uma ocasião para modificações profundas na entidade, incluindo a viabilidade de sua manutenção no próprio negócio (Daychoum, 2018, p. 29). O pensamento de Daychoum (2018) pode ser traduzido com a figura 3, abaixo: 71 PROJETO EDITORIAL Figura 3 – Intersecção entre os fatores da Matriz SWOT Matriz SWOT Fo rça A Fo rça B Fo rça C Fr aq ue za A Fr aq ue za B Fr aq ue za C Oportunidade A ALAVANCA RESTRIÇÃOOportunidade B Oportunidade C Ameaça A DEFESA PROBLEMAAmeaça B Ameaça C Fonte: adaptada de Daychoum (2018, p. 30) Segundo o autor, uma alavanca é quando uma oportunidade encontra pontos fortes para proveito, enquanto a restrição é quando a oportunidade não pode ser aproveita por conta dos pontos fracos da empresa. Por sua vez, a defesa é quando um ponto forte interno consegue neutralizar uma ameaça externa, e o problema é quando uma ameaça torna a empresa, produto ou serviço mais vulnerável por conta de uma fraqueza interna. Com esse mapeamento, o editor dessa nova publicação consegue (e deveria) traçar metas para cada um dos itens, melhorando os pontos positivos e lutando para que os pontos negativos não se concretizem. “O pano de fundo para 72 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL o estrategista nunca é tão claro, pois se trata de projetar a organização em um ambiente do futuro” (Fernandes, 2012, p. 61). Mas projetar o futuro é o que pode fazer a diferença para a sobrevivência de uma revista. Para que o planejamento seja ainda mais efetivo, Daychoum (2018, p. 31) elenca outros três fatores para que a organização tenha resultados úteis: elencar um horizonte para que os resultados sejam alcançados, ter um responsável por monitorar as métricas e ter um indicador para avaliar os avanços. Atualmente, as empresas ainda podem ter uma outra ajuda para conseguir traçar um planejamento estratégico: a análise de dados por meio da big data. Não se pode supor quem é seu público ou o que você acha que ele tem interesse. O mesmo pode ser dito sobre o indicador para avaliar se os resultados estão sendo alcançados. As empresas precisam, mais do que nunca, conseguir dados fidedignos para trabalhar com um cenário mais próximo da realidade. O meio digital oferta a possibilidade de conseguir essas informações de forma mais fácil. É preciso que os meios de comunicação se profissionalizem na análise de dados, ainda mais em um momento em que conseguem ter acesso gratuito à 73 PROJETO EDITORIAL essas informações com o mundo digital — Google Analytics e os dashboards das redes sociais. Dados de mídia, dados sociais, dados da web, dados dos pontos de venda, dados da internet das coisas e dados de engajamento – todos podem enriquecer os perfis de consumidores (Kotler, 2021, p. 148). Basta saber captar esses dados e, com a infinidade de informação disponível, saber analisar os dados de forma correta. O pesquisador Philip Kolter, em seu livro Marketing 5.0, aponta que a transformação digital já vinha atingindo as empresas, mas que a pandemia da Covid-19 demandou uma digitalização urgente do setor produtivo a nível global. Ainda que as revistas sejam impressas, as organizações que as editam precisam aproveitar as facilidades do digital para tornar o negócio mais previsível e alinhado às preferências do leitor. Kolter (2021) disserta sobre o uso de dados, especificamente, para segmentação de campanhas de marketing. Vimos que as revistas que são mais segmentadas conseguem praticamente colocar um “rosto” para o leitor, de tão bem que o conhece. Se as ferramentas de big data possibilitam ter dados específicos do consumidor, por que não utilizar essa tática para avaliar as oportunidades e trazer 74 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL conteúdo mais assertivo ao leitor? “A infraestrutura digital atual possibilita fazer esse tipo de coisa não apenas para alguns segmentos de mercado, mas também para clientes individuais, um por um” (Kotler, 2021, p. 144). IMPORTANTE Por meio da análise de dados disponíveis na internet, o jornalista pode en- tender melhor não só quem é seu público, mas seus hábitos de consumo e o que a audiência busca, possibilitando pautas mais assertivas. Por isso, é preciso saber analisar essas métricas e ter um olhar estratégico para os dados. Isso pode possibilitar que os veículos de comunicação desenvolvam ações para conquistar novos leitores e fidelizar os assinantes. Porém, assim como utilizar a matriz SWOT, o uso de dados para guiar os negócios também precisa de um planejamento com objetivos bem-definidos. “Na era digital, o volume de dados vem crescendo exponencialmente” (Kotler, 2021, p. 153), portanto, é preciso ter foco para ter uma análise que realmente ajude a realidade do produto. Aliar a matriz SWOT e análise de dados pode trazer bons frutos para as revistas conseguirem se manter relevantes no mercado da comunicação. 75 PROJETO EDITORIAL PUBLICIDADE Por mais que o jornalismo ajude o processo da democracia e cidadania de um país, ele também é uma mercadoria e está inserido dentro de uma lógica capitalista. Além de precisar dar lucro, um jornal precisa pagar seus funcionários, contas e impostos. Uma revista precisa ter edições financeiramente saudáveis para ainda lidar com a impressão do produto e sua distribuição. “O surgimento da imprensa e do jornalismo está associado imanentemente ao comércio” (Marshall, 2003, p. 71). Em sua pesquisa, Leandro Marshall (2003) aponta que por volta dos anos 1700, quando os primeiros jornais impressos começaram a ser lançados, logo percebeu-se que o jornal é uma mercadoria e aplica-se a lógica de produto a ele: precisa ser vendido. “Diante das premissas do capitalismo, os novos empresários da informação descobriram que nem toda notícia, embora útil ou importante, ajudava a vender a mercadoria” (Marshall, 2003, p. 75). Além da técnica de noticiar fatos bizarros, violentos e sensacionalistas, o jornalismo introduziu, a partir do século 19, anúncios publicitários em suas páginas, o que permitiu a redução de custos de produção. “Esse barateamento do jornal e o aumento proporcional do número de leitores levaram finalmente 76 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL os jornais às massas” (Marshall, 2003, p. 81). O pesquisador ainda ressalta que a comercialização de anúncios na imprensa afetou todo processo jornalístico até os dias atuais. A imprensa foi e está hoje indelevelmente marcada pela influência do modelo de financiamento publicitário, seja em suas rotinas de produção, circulação e organização, seja em suas múltiplas técnicas de fazer jornalístico (Marshall, 2003, p. 84). Jornalismo e publicidade possuem finalidades totalmente diferentes: um pretende ser imparcial e informativoenquanto o outro usa da parcialidade para convencer o público de que o produto A é melhor que o B. Apesar de haver uma separação entre as duas atividades, ao longo dos anos elas foram ficando cada vez mais próximas. O jornalismo depende da publicidade, que por sua vez se utiliza do jornalismo para vender seu produto — o chamado publieditorial ou jornalismo de marca. As revistas, por serem meios muito segmentados, chamam atenção do mercado publicitário, que encontra nesse veículo um espaço mais certeiro para anunciar seu produto. Além das propagandas comuns, que ocupam as páginas das revistas, o jornalismo adota a prática do publieditorial em que usa técnicas jornalísticas para divulgar um produto ou serviço que está pagando por aquele espaço. Na maior parte das vezes (ou 77 PROJETO EDITORIAL pelo menos é o que se espera das redações), os publieditoriais possuem diagramação diferente de uma página normal da revista e ainda há um indicativo que alerta o leitor sobre aquele conteúdo ter sido pago pelo anunciante. Leandro Marshall (2003, p. 119) escreve que essa lógica de hibridização do jornalismo-publicidade ficou mais latente na pós-modernidade, quando a “lógica publicitária penetra e materializa-se no espaço do jornalismo”. Informação e publicidade passam enfim a se fundir em um mesmo produto midiático. Cria-se uma notícia híbrida, uma metamorfose linguística, um amálgama de discursos. Rompem-se os arames farpados que dividiam o campo do jornalismo e da publicidade e passa-se a criar, em seu lugar, uma mutação genética dirigida essencialmente ao mercado (Marshall. 2003, p. 120). Ao fazer um estudo sobre as revistas femininas de moda no Brasil, Daniela M. Schmitz (2010, p. 3) aponta que o discurso utilizado pelas publicações, quase que chamando a leitora de “você”, “conjuga o lado informativo do jornalismo com a personalização e sedução próprias da publicidade”. Ao ter como missão antecipar tendências e comportamentos, as revistas de moda também se chocam 78 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL com o discurso publicitário, uma vez que irão trazer produtos de certas marcas para exemplificar o que querem mostrar. A pesquisadora analisou a revista Elle e encontrou semelhanças entre os editoriais de moda, que antecipam as tendências, com anúncios de moda que saiam na própria revista. Os estilos e as posturas das modelos, as expressões do rosto, os visuais construídos a partir das roupas e acessórios, a diagramação das páginas, os cenários e outros tantos detalhes que os aproximam (Schmitz, 2010, p. 6). A verdade é que as redações ainda são muito dependentes dessa relação para sua sobrevivência, o que aproxima ainda mais jornalismo e publicidade e cria uma relação que não, necessariamente, é saudável para os meios de comunicação. Marília Scalzo (2011) já apontava que o problema dessa relação tão próxima é o fato de que o jornalismo tem compromisso com o leitor, enquanto o departamento comercial, com o anunciante. Houve um tempo em que se pregava a separação do “Estado” e da “Igreja”, numa alusão à redação e o comercial. É desafiador, mas atualmente essa separação precisa ser revista para que a redação e departamento comercial tenham uma relação mais harmoniosa para que a revista consiga aliar pautas interessantes para o leitor junto à manutenção da saúde financeira. 79 PROJETO EDITORIAL Os anúncios, no atual modelo editorial, são indispensáveis à sobrevivência das revistas. Sem falar que a publicidade, quando adequada ao veículo, também pode ser lida como informação (Scalzo, 2011, p. 83). A credibilidade é o maior ativo de um veículo de comunicação, mas custa dinheiro e uma eterna vigilância, como bem resume Marília Scalzo (2011). Sendo assim, quando os interesses do anunciante começam a ter prioridade, facilmente os leitores perderão a confiança que tinham na revista. A credibilidade, então, se desmorona. LINHA EDITORIAL E PÚBLICO Uma das primeiras ações para a criação de uma revista é o desenvolvimento de um plano editorial, em que serão definidos a linha editorial do produto, o público, estilo textual, dentre outras questões que guiarão a produção da revista. Ao discutir a linha editorial do jornalismo brasileiro, Patrícia Paixão Marcos (2018, p. 93) traz o conceito de José Marques de Melo de que se trata da “aplicação, na prática, da seleção que os veículos fazem do que será divulgado”. Segundo Melo (2003 apud Paixão Marcos, 2018, p. 93), essa seleção de fatos feita pelos jornais, revistas, sites, televisão e rádio mostra a 80 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL ótica através da qual a empresa jornalística vê o mundo. Essa visão decorre do que se decide publicar em cada edição, privilegiando certos assuntos, destacando determinados personagens, obscurecendo alguns e omitindo diversos. De forma simples, a linha editorial é o guia que define o que e como esse fato será publicado nas páginas da revista. A linha editorial, geralmente, é definida em conjunto pela direção do veículo em parceria com o “alto escalão” da redação, como o editor-executivo. Ela precisa ser conhecida por todos os jornalistas que atuam na redação e deve ser vigiada pelo editor-executivo, editor-chefe ou diretor de redação, a depender da hierarquia do veículo. Essas funções dizem respeito ao jornalista que coordena os processos dentro de um meio de comunicação, aqueles que possuem a “última palavra” sobre o que é publicado ou não quando há algum assunto conflitante com o que está determinado na linha editorial. SAIBA MAIS Ao definir sua linha editorial, uma revista de moda femi- nina voltada ao público da classe A pode definir sob qual ótica será noticiada as tendências do universo da moda, o que é relevante para ser estampado nas páginas da revista e quais os critérios para entrevistar estilistas, por exemplo. Ainda determina a qual visão de mundo a revista respon- de e como atender as expectativas do leitor sobre isso. 81 PROJETO EDITORIAL Ao ter conhecimento das práticas editoriais, dificilmente o chefe de reportagem (aquele que pensa nas pautas e as distribui para os repórteres) irá determinar a cobertura de assuntos que não passarão pelo crivo do editor-chefe e editor-executivo. A linha editorial está ligada ao conceito de newsmaking, em que as produções das reportagens são afetadas pela rotina industrial do veículo de comunicação, que precisa lidar com uma quantidade maior de fatos relevantes. Essa teoria determina que o jornalismo não é o “espelho” do real, já que existe essa seleção do que será noticiado. Felipe Pena (2012, p. 48) diz que apesar de o jornalista ser participante ativo na construção da realidade, a teoria do newsmaking diz que não há uma autonomia incondicional em sua prática profissional, mas sim a submissão a um planejamento produtivo (...) as normas ocupacionais teriam maior importância do que as preferências pessoais na seleção das notícias. Portanto, a linha editorial acaba sendo subvertida às práticas jornalísticas e precisa ter um teor prático. O “valor- notícia”, em que se considera o que é mais relevante diante de tudo o que pode ser noticiado, acaba tendo um peso maior nas decisões rotineiras de uma redação. 82 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL Apesar desse fator, a linha editorial não pode ser colocada de escanteio. Ela precisa ter protagonismo nas decisões jornalísticas e ser publicizada aos leitores, que precisam compreender os conceitos das normas seguidas por aquele veículo de comunicação. Como vimos anteriormente, o leitor é a “espinha dorsal” da revista. Isso significa que ele deve ser sempre colocado no centro das decisões, uma vez que a revista é feita para ele. Por ser um produto segmentado, o “público faz parte da própria essência do veículo” (Scalzo, 2011, p. 14) e quanto mais segmentada for a revista, mais ela conhece seu público. Conforme descrito pela pesquisadora Marília Scalzo (2011, p. 15): “a revista tem foco no leitor— conhece seu rosto, fala com ele diretamente. Trata-o por ‘você’”. A definição do público é feita dentro do plano editorial. Se vamos criar uma revista para o público feminino, é necessário determinar qual será a idade que se pretende atingir, bem como a classe social. Ao escolher falar sobre moda, em vez de comportamento, a revista também estará tomando uma decisão dentro do plano editorial. Isso significa que mesmo que o plano suponha que o público seja mulheres da classe C entre 30 a 50 anos, não necessariamente a revista irá falar com todas as leitoras dessa segmentação: afinal, há mulheres que não gostam de moda 83 PROJETO EDITORIAL e preferem se informar sobre outras questões que serão mais relevantes para ela. Nesse aspecto, a definição do estilo textual também se faz importante, pois é preciso determinar o estilo que melhor atende ao leitor. A primeira regra do texto de revista, estipulada por Marília Scalzo (2011, p. 54), é justamente “não escrever para si mesmo”. A segunda é lembrar que você, jornalista, é um “prestador de serviço que dá as informações corretas, e não um ideólogo”. Sendo assim, ao definir a temática de cobertura da revista, o estilo textual e determinar o público, vem a missão de conhecer os gostos, anseios e preocupações desses leitores. “As revistas têm a capacidade de reafirmar a identidade de grupos de interesses específicos” e é missão dos jornalistas “entender quais são as tendências que estão surgindo e quais delas podem traduzir-se em novos títulos” (Scalzo, 2011, p. 50). Marília Scalzo (2011) aponta que utilizar a tecnologia é uma saída para reduzir custos e criar publicações para públicos cada vez mais segmentados. Assim, aliar o planejamento estratégico junto com a análise de dados faz ainda mais sentido para a manutenção das revistas no mercado jornalístico brasileiro. 84 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL A jornalista Ana Brambilla, em entrevista à Associação Nacional de Editores de Revista (Aner), falou sobre a importância de escutar os leitores por parte das empresas de jornalismo. Ela diz que muitos jornalistas imaginam o leitor como “uma pessoa ignorante ou que não tem muita consciência do que consome e que não dá valor ao trabalho jornalístico”. Mas essa visão é prejudicial num momento de queda em anúncios publicitários e em que os veículos de comunicação precisam trabalhar para se manter relevantes para a audiência. Além dessa questão que envolve a saúde financeira da revista, Ana Brambilla destaca o fato de os jornalistas só conversarem entre si e como isso “restringe a troca de ideias e o diálogo necessário com as diversas fontes e correntes de pensamento que formam o público do veículo”. Ela sugere que as redações passem a levar em consideração a seguinte questão: “o que o público precisa que nós podemos fornecer a ele?”. O leitor, portanto, não pode ser negligenciado pela rotina industrial da revista. A HIERARQUIA DA REDAÇÃO Entendendo a relação entre a linha editorial e o público, vamos entender agora sobre como funciona uma hierarquia da redação. Uma redação é composta por diversos profissionais 85 PROJETO EDITORIAL que atuam como um time para a produção do jornal, revista, telejornal ou qualquer que seja o produto final. Portanto, há uma hierarquia dentro das redações para o bom funcionamento dos processos e para que haja qualidade no material final. Conforme exposto na figura 4, vamos compreender o funcionamento de um veículo de revista: Figura 4 – A composição de um veículo de comunicação Editor executivo Editor de arte Editor Comercial Direção do jornal Editor chefe Chefe de reportagem Fotógrafos Editor A Repórter Repórter DiagramadorIlustrador Editor B Repórter Repórter Editor C Repórter Repórter Fonte: elaborada pela autora A direção de jornal tem um relacionamento direto com o editor-executivo e o diretor do comercial. Eles precisam ter uma proximidade para que ambos atuem pela manutenção editorial e financeira da revista. 86 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL Especificamente, o editor-executivo é aquele que comanda a redação e participa das decisões administrativas da revista. Ele tem um contato mais próximo com o editor-chefe, que é aquele que coordena a produção jornalística do veículo. Portanto, ele é a pessoa que irá supervisionar a definição de pautas e apuração, e que poderá intervir, juntamente ao editor- executivo, caso avalie que o material não se encaixa na linha editorial e textual da revista. O editor de arte é aquele que irá supervisionar os ilustradores e diagramadores da revista, principalmente no que diz respeito sobre a parte visual do conteúdo. A diagramação também acaba sendo coordenada em conjunto pelo chefe de reportagem e pelos editores da revista. O chefe de reportagem é a pessoa que irá pensar nas pautas, destrinchando o que espera de cada reportagem. Na parte da diagramação, ele é o responsável por pensar na distribuição dos conteúdos feitos pelos repórteres ao longo das páginas da revista. O chefe de reportagem também coordena o trabalho dos fotógrafos, em parceria com os editores, orientando sobre o que é preciso que seja captado pelas lentes desses profissionais. Em algumas redações, é o chefe de reportagem, inclusive, que administra a agenda de fotos. 87 PROJETO EDITORIAL Os editores são aqueles que supervisionam de perto o trabalho dos repórteres e fazem a edição final do texto. Ao realizar a edição do texto, os editores podem fazer alterações no título e na linha fina, e devem estar atentos para verificar se há falhas na apuração para cobrar o repórter. Além disso, verificam se há erros gramaticais e textuais na redação da reportagem. Ao ter contato direto com o texto, os editores também auxiliam na diagramação, sugerindo infográficos e partes do texto que poderiam ficar em destaque. Os repórteres, por sua vez, são aqueles que saem a campo para apurar a reportagem e escrever o texto. Têm a missão de trazer um texto que atenda às necessidades do leitor, respondendo todas as questões que podem surgir ao longo da apuração. Ao finalizar o texto, também podem sugerir o título e a linha fina da própria reportagem. Apesar de não terem a palavra final, ainda podem ajudar o trabalho dos fotógrafos, sugerindo enfoques para as imagens das próprias reportagens. Diante da crise em diversos veículos de comunicação, no entanto, nem sempre esse fluxograma é completo. Pode acontecer de redações suprimirem certas funções, fazendo com que profissionais tenham que acumular tarefas. Essa precarização acaba refletindo na qualidade do produto, uma vez que o jornalista não consegue desempenhar sua função com a excelência 88 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL necessária. Apesar da realidade, há de se louvar o esforço dos jornalistas em levar um produto de relevância ao seu público. CONSIDERAÇÕES FINAIS Assim, terminamos nosso estudo sobre projeto editorial. Ao final desta jornada de aprendizado, espera-se que você tenha desenvolvido a competência de descrever os processos que envolvem a produção da revista e que consiga exercer a editoração de uma revista com senso crítico necessário. Ao longo do material, entendemos a importância da matriz SWOT para a elaboração ou manutenção de uma revista enquanto negócio inserido na lógica capitalista. A revista precisa entender suas forças, fraquezas, oportunidades e ameaças para mapear os fatores internos e externos e como eles podem influenciar no sucesso da publicação. Ter um planejamento estratégico, aliado com a análise de dados e big data, é de extrema importância para que a situação da revista seja saudável e que o produto tenha destaque dentro do mercado competitivo. Com o mapeamento desses fatores, entramos na definição do plano editorial da revista, aprofundando sobre o conceito 89 PROJETO EDITORIAL da linha editorial e da influência do leitor na rotina de produção. A linha editorial é o que define ocaminho da publicação e o que é relevante para estar estampado nas páginas da revista. De modo geral, é a linha editorial que pode vetar a cobertura de certo assunto ou que irá definir o olhar a ser dado para certa temática. Ao longo do estudo também discutimos sobre a influência do leitor, mostrando a importância de ter um público bem definido para a produção do conteúdo. Os jornalistas precisam conhecer seus leitores e saber o que eles esperam da publicação para desenvolver um produto de excelência. Assim, aliar a linha editorial junto às expectativas dos leitores faz com que a revista seja produzida de acordo com o que o público espera. Por fim, entendemos a hierarquização de uma redação e as funções de cada colaborador para que uma revista seja feita. A mensagem que fica é que é necessário o empenho de cada funcionário para trabalhar em equipe. Entender os conceitos abordados até agora é essencial para que você, como jornalista e futuro profissional, consiga desenvolver materiais de qualidade para atender às necessidades do mercado e do leitor da revista. 90 PLANEJAMENTO E PRODUÇÃO EDITORIAL REFERÊNCIAS BRAMBILLA, A. Ana Brambilla: É preciso ouvir o “maldito” leitor. Disponível em: https://www.aner.org.br/anj-aner- informativo/ana-brambilla-e-preciso-ouvir-o-maldito-leitor. html. Acesso em: 18 out. 2022. BUENO, W. C. Do publieditorial ao jornalismo patrocinado: os desvios éticos da comunicação de marca no Brasil. Anais do XI Congresso Brasileiro Científico de Comunicação Organizacional e Relações Públicas, 2017. 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Considerações finais Referências Projeto editorial Introdução Matriz SWOT e publicidade Publicidade Linha editorial e público A hierarquia da redação Considerações finais Referências O conteúdo da revista Introdução Como definir pautas para revista Da entrevista à produção textual Fotos e elementos visuais Fotojornalismo Elementos visuais Considerações finais Referências Da gráfica à casa do leitor Introdução Escolhendo a capa certa Organizando o conteúdo da revista O processo de impressão e distribuição Considerações finais Referências