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Fundamentos 
da Educação 
Inclusiva
Sumário
 
CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO
Princípios e fundamentos de uma escola inclusiva
 Barreiras atitudinais vivenciadas no espaço escolar 
 Lei n.º 9.394/1996 
 Lei n.º 13.146/2015 
Adaptações curriculares para a inclusão 
 Introdução 
 Currículo escolar 
 Currículo e a inclusão escolar 
Os desafios dos professores na educação inclusiva
 O papel e os desafios dos professores na educação inclusiva
Capacitação docente para educação inclusiva
 Formação docente 
 A formação docente e a educação inclusiva 
Referências 
5
18
28
39
50
Objetivos Definição
Explicando Melhor Você Sabia?
Acesse Resumindo
Nota Importante
Saiba Mais Reflita
Atividades Testando
Para o início do 
desenvolvimento de uma 
nova competência;
Se houver necessidade 
de se apresentar um novo 
conceito;
Algo precisa ser melhor 
explicado ou detalhado;
Curiosidades indagações 
lúdicas sobre o tema em 
estudo, se form necessarias;
Se for preciso acesar um 
ou mais sites para fazer 
dowload, assistir videos, ler 
textos, ouvir podcast;
Quando for preciso se fazer 
um resumo acumulativo 
das últimas abordagens;
quando forem necessárias 
observações ou 
complementações para o
seu conhecimento;
As observações escritas 
tiveram que ser priorizadas 
para você;
Textos, referências 
bibliográficas e links para 
aprofundamento do seu 
conhecimento;
Se houver a necessidade 
de chamar a atenção 
sobre algo a ser refletido ou 
discutido sobre;
Quando alguma atividade 
de autoaprendizagem for 
aplicada;
Quando o desenvolvimento 
de uma competência for 
concluído e questões forem 
explicadas. 
@faculdadelibano_
1
Princípios e 
fundamentos 
de uma escola 
inclusiva
Fundamentos da Educação Inclusiva Capítulo 1
Princípios e fundamentos de 
uma escola inclusiva
Objetivos
Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar os princípios e os 
fundamentos de uma escola inclusiva. Tal conhecimento é de relevância 
substancial para aqueles que almejam contribuir para a edificação 
de uma sociedade mais equitativa e imparcial em relação a todos os 
indivíduos. E, então? Motivado para desenvolver esta competência? 
Vamos lá!
Barreiras atitudinais vivenciadas no espaço escolar
O que você sabe sobre as barreiras atitudinais no espaço escolar? Antes de responder 
essa pergunta, vamos retomar um pouco a história da educação, quando a escola 
era possível apenas para uma parte da população, para os filhos de nobres, pessoas 
de classes sociais e poder econômico elevados e religiosos. Diante desse contexto, a 
outra parte da população, que não pertencia a nenhum desses grupos, era total ou 
parcialmente excluída do processo de ensino-aprendizagem proposto pela educação 
formal no ambiente escolar. As pessoas com deficiência também faziam parte deste 
grupo de excluídos, com exceção das que pertenciam às famílias nobres.
Acreditava-se em um modelo de educação especial, em que as pessoas com deficiência 
deveriam frequentar instituições de ensino especiais (segregadas), pois não teriam 
a capacidade de ter uma educação formal em uma escola regular. De acordo com 
Ribeiro, Simões e Paiva (2017), esse modelo de educação era justificado por meio da 
compreensão da classe dominante de que sujeitos que tivessem qualquer deficiência 
não seriam capazes de acompanhar a formação regular. Mantoan (2003 apud Ribeiro; 
Simões; Paiva, 2017) explica que o enfoque das aulas era na deficiência e não nas 
necessidades dos educandos de serem incluídos na sociedade, consequentemente, 
eles ficavam à margem de espaços sociais que não os acolhiam.
Fundamentos da Educação Inclusiva Princípios e fundamentos de uma escola inclusiva Capítulo 1
De acordo com Ribeiro, Simões e Paiva (2017), as pessoas com deficiência, que não se 
enquadravam no padrão determinado pela cultura ideológica de normalidade, foram, 
e ainda são, vítimas de preconceitos, estereótipos e barreiras atitudinais, “recebendo o 
rótulo de limitados e incapacitados, sendo-lhes proibido o exercício de papéis sociais 
que lhes são de direito” (Ribeiro; Simões; Paiva, 2017, p. 4).
A ideologia da normalidade é apresentada em discursos, que corroboram ações 
e/ou omissões para as pessoas, neste recorte, com deficiência, que sofrem 
cotidianamente com barreiras atitudinais (posturas afetivas e sociais, que se 
traduzem em discriminação e preconceito) que, em geral, estão travestidas de 
generalizações, subestimações, rejeições, praticadas sob o manto do tradicional 
argumento falacioso: “É melhor para ELE”. (Lima; Silva, 2009 apud Ribeiro; Simões; 
Paiva, 2017, p. 4)
Nessa perspectiva, Santos (2019) explica que as barreiras atitudinais são aquelas 
determinadas na esfera social, sendo que as relações humanas se centram nas restrições 
dos indivíduos e não em suas habilidades, destacando que, para que a inclusão seja 
efetiva, o professor deve adotar uma nova perspectiva em relação às diferenças e 
assumir sua responsabilidade no contexto do processo de inclusão.
 
A autora pontua que, de acordo com Petraglia (2011), a escola está atualmente no 
processo de formação de sua identidade, ainda em busca de clareza sobre qual papel 
desempenhar dentro do contexto atual. Ainda segundo a autora, a maneira de mudar 
essa situação envolve um processo gradual, no qual todos os participantes precisam 
cultivar a vontade de aprender, com o objetivo de superar as barreiras existentes (Santos, 
2019). Nesse contexto, a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei n.º 13.146 
de 6 de julho de 2015) define barreiras atitudinais como “atitudes ou comportamentos 
que impeçam ou prejudiquem a participação social da pessoa com deficiência em 
igualdade de condições e oportunidades com as demais pessoas” (Brasil, 2015, on-line).
Acesse
Para aprofundar o conhecimento sobre as barreiras que dificultam a 
inclusão, Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=BumI393k0vo
Fundamentos da Educação Inclusiva Princípios e fundamentos de uma escola inclusiva Capítulo 1
Apesar de os movimentos sociais lutarem pelo direito de inclusão das pessoas com 
deficiência em uma escola regular, esse ambiente apresenta fragilidades, pois ele não 
foi pensado e nem projetado para atender a essa diversidade. Além disso, esses espaços 
não estão sendo adequados, consequentemente, a educação tem sofrido grandes 
impactos com a inclusão escolar.
Embora seja um movimento subversivo, pois rompe com o ideal de normalidade 
e segregação, a educação inclusiva sofre constantes ataques alegando que a 
educação não está preparada para tal perspectiva e deixa ainda mais marcada 
a relação dominante e dominado, pois pela falta de acessibilidade os sujeitos com 
deficiência são excluídos no próprio modelo que, falaciosamente, é divulgado pelas 
políticas públicas educacionais como inclusão. (Ribeiro; Simões; Paiva, 2017, p. 8)
Nesse contexto, Ribeiro, Simões e Paiva (2017) explicam que as barreiras atitudinais 
sustentam os preconceitos e as ideologias que não oferecem oportunidade de 
reconhecer e acreditar no potencial dos estudantes com deficiência. Por causa dessa 
atitude, segundo os autores, não existem reflexões e metodologias que proporcionem 
recursos didáticos eficientes para o processo educacional de alunos com características 
particulares de aprendizagem.
Definição
As barreiras atitudinais são barreiras sociais geradas, mantidas e 
fortalecidas por meio de ações, omissões e linguagem produzida, ao longo 
da história humana, num processo tridimensional que envolve cognições, 
afetos e ações contra a pessoa com deficiência ou quaisquer grupos em 
situação de vulnerabilidade. Isso resulta no desrespeito ou impedimento 
dos direitos dessas pessoas, limitando-as ou incapacitando-as para o 
exercício de direitos e deveres sociais. Assim, são abstratas para quem 
as produz e concretas para quem sofre seus efeitos (Lima; Tavares, 2012 
p. 12 apud Ribeiro; Simões; Paiva, 2017, p. 10).
Fundamentos da Educação Inclusiva Princípiosdisposto a reavaliar constantemente suas 
abordagens educacionais em resposta às necessidades atuais. As 
experiências desenvolvidas e vivenciadas pelos professores também são 
fundamentais para a sua formação. Além disso, vimos que a importância 
da formação inicial e continuada é tão significativa que essas áreas 
foram regulamentadas por políticas públicas no país. Aprendemos que 
nem todos os professores possuem a capacidade imediata de atender 
às demandas de alunos com necessidades educacionais especiais, 
e, portanto, enfatizamos a necessidade de orientação, preparação e 
apoio adequados. Para alcançar uma educação inclusiva de qualidade, 
é essencial que as escolas ofereçam um ambiente que atenda às 
necessidades psicológicas e profissionais dos professores, permitindo 
que eles desempenhem seu papel com eficácia e contribuam para o 
sucesso educacional de todos os alunos.
Fundamentos da Educação Inclusiva
Referências
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perspectiva da educação especial: análise da produção científica sobre o tema. In: 
PERES, J. S.; PAULA,
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Publicado pelo canal Unifesp - Universidade Federal de São Paulo. Disponível em: https://
www. youtube.com/watch?v=BumI393k0vo. Acesso em: 27 set. 2023.
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BRASIL. Lei n.º 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa 
com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Diário Oficial da União, Brasília, DF, 
7 jul. 2015.
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CALDEIRA, M. C. da S. Currículo de formação docente inicial e inclusão de estudantes 
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Fundamentos da Psicanálise Referências
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SILVA, A. M. da. Educação especial e inclusão escolar história e fundamentos. Curitiba: 
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Fundamentos da Psicanálise Referências
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e Mudança. Revista Brasileira de Educação Especial, [s. l.], v. 27, p. 254, 2021.
ZANATO, C. B.; GIMENEZ, R. Educação inclusiva: um olhar sobre as adaptações curriculares. 
Revista @mbienteeducação, Universidade Cidade de São Paulo, v. 10, n. 2, p. 289-303, jul./
dez., 2017.e fundamentos de uma escola inclusiva Capítulo 1
Vale considerar ainda as barreiras atitudinais referentes à cultura, à religião, à raça, ao 
gênero, entre outras. Ribeiro, Simões e Paiva (2017, p. 11) explicam que:
Os problemas referentes à inclusão social não se finalizam apenas em inserir 
alunos com deficiência em escolas regulares. Os indivíduos e as instituições que 
representam as formas dominantes de cultura e as estruturantes da educação 
regular buscam manter sua posição privilegiada, naturalizando seus bens culturais. 
O modelo, tal qual se apresenta na atualidade, obriga aqueles que não são 
pertencentes à classe dominante a se adequarem à cultura de elite via adaptação 
de seus bens culturais. Os sujeitos que não se adequam são marginalizados.
De acordo com Campbell (2016), a inclusão de alunos com necessidades educacionais 
especiais, no ensino regular comum, exige várias mudanças e adaptações na estrutura 
social e educacional, o que proporciona mudanças de valores, já que a ideia central 
de inclusão é uma alteração na forma de compreender a pessoa com necessidades 
educacionais especiais, proporcionando uma sociedade para todos. 
Veja que a inclusão busca o rompimento das barreiras atitudinais, e, para isso, os 
profissionais que atuam no ambiente escolar precisam entender que o êxito das escolas 
inclusivas depende da identificação precoce, avaliação e estimulação, desde cedo, das 
crianças com necessidades educacionais especiais.
FIGURA 1
Inclusão na sala de aula
FONTE
Freepik
Fundamentos da Educação Inclusiva Princípios e fundamentos de uma escola inclusiva Capítulo 1
Nesse contexto, não podemos deixar de evidenciar que os professores que atuam em 
salas de ensino regular têm um papel importante na identificação dos alunos com 
necessidades educacionais e no rompimento dessas barreiras, pois eles têm contato 
direto e diário com os estudantes. Logo, o professor deve reconhecer que todos os 
seus alunos são diferentes e que cada um tem o seu tempo e processo individual de 
aprendizagem.
Lei n.º 9.394/1996
Vamos, a partir de agora, retomar a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 
– Lei n.º 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Como você já sabe, é por meio da legislação 
que os princípios e fundamentos da educação inclusiva são regulamentados. Essa lei 
estabelece as regras básicas para o funcionamento do sistema educacional público e 
privado do país, os recursos financeiros e a formação dos profissionais que atuam na 
educação. Então, vamos lá?
De acordo com Caldeira (2021), as políticas apresentam regras e normativos para que 
todos sejam incluídos. Nessa perspectiva, a inclusão é parte integrante de uma estratégia 
estatal que mobiliza formas específicas de autoridade para promover a participação de 
todos na economia capitalista, uma vez que, neste contexto histórico, não é possível que 
haja pessoas completamente alijadas dos vários processos sociais. Elas devem viver em 
um estado ambíguo e instável de inclusão/exclusão, um processo que é influenciado 
por relações de poder que definem os critérios e as normas para determinar quem está 
dentro ou fora.
Ainda segundo Caldeira (2021, p. 8),
[a] lógica da in/exclusão parte do princípio de que o “jogo formal de 
desigualdades do neoliberalismo, não garante condições de igualdade entre os 
sujeitos” (LOCKMAN, 2020, p. 69), o que faz com que as formas de exclusão sejam 
vividas de maneiras diferentes por indivíduos distintos. Apesar desses “gradientes 
de inclusão”, Lockman (2020, p. 69) afirma que, ao longo da última década, 
“considerando o contexto brasileiro, a inclusão se constituiu em um imperativo de 
Estado”.
Fundamentos da Educação Inclusiva Princípios e fundamentos de uma escola inclusiva Capítulo 1
O art. 4.º da LDB estabelece que também é dever do Estado com a educação escolar 
pública garantir a educação básica (Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino 
Médio) obrigatória e gratuita para todos, conforme descrito: “I - educação básica 
obrigatória e gratuita dos 4 (quatro) aos 17 (dezessete) anos de idade, organizada da 
seguinte forma: pré-escola; ensino fundamental; ensino médio” (Brasil, 1996, on-line). 
Com relação à educação inclusiva, a LDB determina que também é dever do Estado:
III - atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com deficiência, 
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, 
transversal a todos os níveis, etapas e modalidades, preferencialmente na rede 
regular de ensino. (Brasil, 1996, on-line)
Não podemos deixar de mencionar que o Estado também deve garantir:
VIII - atendimento ao educando, em todas as etapas da educação básica, 
por meio de programas suplementares de material didático-escolar, transporte, 
alimentação e assistência à saúde. (Brasil, 1996, on-line)
 
Caso o direito à educação básica não seja cumprido, a(s) pessoa(s) pode(m) acionar 
o Ministério Público para exigi-lo:
Art. 5º. O acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo 
qualquer cidadão, grupo de cidadãos, associação comunitária, organização 
sindical, entidade de classe ou outra legalmente constituída e, ainda, o Ministério 
Público, acionar o poder público para exigi-lo. (Brasil, 1996, on-line)
Veja que, na LDB, está bem claro que todos têm direito à educação básica, sem qualquer 
discriminação. Nela, encontramos um capítulo todo dedicado à educação especial, no 
qual está explicitado:
Art. 58o. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade 
de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, 
para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação.
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, 
para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
Fundamentos da Educação Inclusiva Princípios e fundamentos de uma escola inclusiva Capítulo 1
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços 
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não 
for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, nos termos do caput deste artigo, tem início na 
educação infantil e estende-se ao longo da vida, observados o inciso III do art. 4º e 
o parágrafo único do art. 60 desta Lei. (Brasil, 1996, on-line)
A LDB, no art. 59, determina ainda que as escolas deverão assegurar aos estudantes 
métodos, currículo e recursos de acordo com as suas necessidades. Você estudará, 
mais adiante, sobre estas questões.
Observe que, no art. 1.º, há a determinação de que
A educação abrange os processos formativos que se desenvolvem na vida familiar, 
na convivência humana, no trabalho, nas instituições de ensino e pesquisa, nos 
movimentos sociais e organizações da sociedade civil e nas manifestações 
culturais. (Brasil, 1996, on-line).
Essa lei é fundamental para o funcionamento e a organização da educação no Brasil e 
tem impacto direto sobre escolas, professores, alunos e gestores educacionais em todo 
o território nacional.
 
Saiba Mais
Para saber mais sobre a LDB, clique aqui.
 
Fundamentos da Educação Inclusiva Princípios e fundamentos de uma escola inclusiva Capítulo 1
Lei n.º 13.146/2015
Não podemos deixar de estudar também a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com 
Deficiência (LBI) – Lei n.º 13.146 de 6 de julho de 2015. 
O art. 1.º explicita que ela é “destinada a assegurar e a promover, em condições de 
igualdade, o exercício dos direitos e das liberdades fundamentais por pessoa com 
deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania” (Brasil, 2015, on-line). A LBI define 
pessoa com deficiência como:
Aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual 
ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua 
participação plena e efetiva nasociedade em igualdade de condições com as 
demais pessoas. (Brasil, 2015, on-line)
Mas, afinal, como é realizada a avaliação da deficiência? De acordo com a LBI, esta 
avaliação será realizada somente quando necessária, por uma equipe multiprofissional 
e interdisciplinar, que deverá analisar:
I - os impedimentos nas funções e nas estruturas do corpo; 
II - os fatores socioambientais, psicológicos e pessoais; 
III - a limitação no desempenho de atividades; e
IV - a restrição de participação. 
§ 2º O Poder Executivo criará instrumentos para avaliação da deficiência. 
(Brasil, 2015, on-line)
Nessa lei, também são citadas várias barreiras que impedem a participação social 
da pessoa com deficiência, tais como: urbanísticas, de transportes, de comunicação, 
tecnológicas, mobiliárias, entre outras. Veja, no quadro a seguir, as barreiras que 
impedem a inclusão escolar das pessoas com deficiência na rede regular de ensino.
Fundamentos da Educação Inclusiva Princípios e fundamentos de uma escola inclusiva Capítulo 1
No que se refere ao direito à educação, a LBI, em seu art. 27, considera que
A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados no sistema 
educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a 
vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e 
habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, 
interesses e necessidades de aprendizagem. Parágrafo único. É dever do Estado, da 
família, da comunidade escolar e da sociedade assegurar educação de qualidade 
à pessoa com deficiência, colocando-a a salvo de toda forma de violência, 
negligência e discriminação. (Brasil, 2015, on-line)
 
Ainda, no art. 28, especifica-se que é responsabilidade do Poder Público criar, garantir, 
desenvolver, implementar, incentivar, acompanhar e avaliar, em todas as modalidades 
(Educação Básica e Ensino Superior), o sistema educacional inclusivo. 
QUADRO 1
Barreiras para a inclusão escolar
FONTE
Adaptado de Silva (2012, p. 127).
• Prédios escolares pouco ou nada adaptados, por exemplo, prédios sem 
rampas, barras de apoio, banheiro adaptado, passagem para cadeira de 
rodas etc.
• Adaptação insuficiente no mobiliário escolar, como falta de mesa e cadeiras 
adaptadas de acordo com as características dos alunos.
• Número elevado de alunos por sala de aula.
• Falta de recursos materiais, como material didático, adaptado em Braile, 
livros falados e equipamentos específicos, por exemplo, computador com 
sintetizador de voz etc.
• Falta de software educativo específico.
• Falta de recursos humanos: contratação de profissionais especializados, 
como intérprete de Libras, professor com formação em educação especial, 
psicólogo, fonoaudiólogo etc.
Fundamentos da Educação Inclusiva Princípios e fundamentos de uma escola inclusiva Capítulo 1
Na LBI, também está explicitado que o projeto pedagógico da escola deve oficializar o 
atendimento educacional especializado,
Assim como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às 
características dos estudantes com deficiência e garantir o seu pleno acesso ao 
currículo em condições de igualdade, promovendo a conquista e o exercício de 
sua autonomia. (Brasil, 2015, on- line)
É importante destacar que, por meio desta lei, fica reconhecido que Libras é a primeira 
língua das pessoas com deficiência auditiva e a língua portuguesa é a segunda. Por isso, 
é necessária a oferta de uma educação bilíngue nas escolas. Veja, no quadro, a seguir, 
alguns direitos que devem ser garantidos às pessoas com deficiência na rede de ensino 
regular, para uma educação inclusiva.
XV - acesso da pessoa com deficiência, em igualdade de condições, a jogos e
a atividades recreativas, esportivas e de lazer, no sistema escolar;
XVI - acessibilidade para todos os estudantes, trabalhadores da educação e 
demais integrantes da comunidade escolar às edificações, aos ambientes e às 
atividades concernentes a todas as modalidades, etapas e níveis de ensino;
§ 1º Às instituições privadas, de qualquer nível e modalidade de ensino, aplica-se 
Saiba Mais
Consulte a Lei n.º 13.146, clicando aqui.
 
Fundamentos da Educação Inclusiva Princípios e fundamentos de uma escola inclusiva Capítulo 1
A LBI, portanto, visa promover a igualdade de oportunidades e a participação ativa das 
pessoas com deficiência em todos os aspectos da vida social, econômica e cultural do 
Brasil. É uma importante ferramenta para garantir seus direitos e promover a inclusão 
plena na sociedade.
QUADRO 2
Lei n.º 13.146 - LBI
FONTE
Adaptado de Brasil (2015, on-line).
obrigatoriamente o disposto nos incisos I, II, III, V, VII, VIII, IX, X,
XI, XII, XIII, XIV, XV, XVI, XVII e XVIII do caput deste artigo, sendo vedada a cobrança 
de valores adicionais de qualquer natureza em suas mensalidades, anuidades e 
matrículas no cumprimento dessas determinações.
§ 2º Na disponibilização de tradutores e intérpretes da Libras a que se
refere o inciso XI do caput deste artigo, deve-se observar o seguinte:
I - os tradutores e intérpretes da Libras atuantes na educação básica devem, no
mínimo, possuir ensino médio completo e certificado de proficiência na Libras;
II - os tradutores e intérpretes da Libras, quando direcionados à tarefa de 
interpretar nas salas de aula dos cursos de graduação e pós-graduação, 
devem possuir nível superior, com habilitação, prioritariamente, em Tradução e 
Interpretação em Libras.
Saiba Mais
Assista ao vídeo “Educação Inclusiva – Sala Debate Canal Futura”, 
disponível aqui.
 
Fundamentos da Educação Inclusiva Princípios e fundamentos de uma escola inclusiva Capítulo 1
Resumindo
Neste capítulo, você aprendeu que a escola regular precisa ser 
reestruturada para atender às especificidades de cada estudante, 
proporcionando um ambiente no qual eles tenham sucesso acadêmico. 
Por isso, uma escola que pretende ser inclusiva não pode se preocupar 
apenas com a adaptação da infraestrutura física do ambiente, ela 
precisa reformular os currículos, as formas de avaliação e a formação dos 
professores. É importante também lembrar da necessidade de eliminar 
as barreiras atitudinais, isto é, atitudes referentes às relações entre as 
pessoas que se concentram nas limitações dos indivíduos e não em suas 
habilidades. Apesar de o direito à inclusão das pessoas com deficiência, 
negros, índios etc. estar garantido por leis e os movimentos sociais 
buscarem a efetivação dessas leis, ainda existem muitos preconceitos e 
ideologias que não acreditam no potencial desses sujeitos. Logo, a escola 
precisa ser um espaço que possibilite a eliminação dessas atitudes com 
reflexões, metodologias, recursos didáticos etc. Além disso, é função de 
uma escola inclusiva exigir do governo políticas educacionais voltadas 
para a diversidade, que deve ser aceita, respeitada e, principalmente, 
valorizada.
@faculdadelibano_
2
Adaptações 
curriculares para a 
inclusão
Fundamentos da Educação Inclusiva Capítulo 2
Adaptações curriculares 
para a inclusão
Objetivos
Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender as 
adaptações curriculares necessárias para que uma escola do ensino 
regular seja inclusiva. Essas adaptações são necessárias para propiciar 
a aprendizagem de todos os alunos. E, então? Motivado para desenvolver 
esta competência? Vamos lá!
Introdução
Salend (2008 apud Silva, 2012) elege quatro princípios fundamentais a serem seguidos 
para que uma inclusão escolar seja bem-sucedida:
1. Acesso para todos os alunos – garantido pela Lei n.º 9.394/1996 e pela Lei n.º 13.146/2015.
2. Aceitação dos pontos fortes e desafiadores dos alunos, assim como da diversidade 
– eliminação das barreiras atitudinais.
3. Práticas reflexivas e instruções diferenciadas.
4. Noções de comunidade e colaboração.
Fundamentos da Educação Inclusiva Adaptações curriculares para a inclusão Capítulo 2
Currículo escolar
Na educação formal, são diversasas mudanças que vêm acontecendo. Por isso, a busca 
é constante por práticas críticas e reflexivas para a construção do saber de qualidade, 
que visa à aprendizagem de todos. Nesse contexto, a escola tem o currículo para orientar 
seu processo de aprendizagem. Segundo Sacristán (2000), o currículo escolar se refere 
à trajetória de formação dos alunos. Esse autor explica que o currículo faz parte dos 
múltiplos tipos de práticas e sugere três grandes grupos de problemas na elaboração 
de um currículo:
• currículo como projeto cultural, em que conteúdos são selecionados;
• determinações políticas, administrativas e institucionais que modelam a seleção de 
conteúdo, inclusive os não explicitados, que seria o currículo oculto;
• uma sequência histórica, o que implica na seleção de conteúdo a partir de um campo 
social, condicionada por uma realidade ampla.
Nesse contexto, as considerações de Sacristán (2000) instigam um conjunto de questões 
para a formulação de um currículo, entre elas:
• quais conhecimentos devem ser ensinados?
FIGURA 2
Princípios 
fundamentais para 
inclusão escolar
FONTE
Elaborada pela 
autoria (2023).
Fundamentos da Educação Inclusiva Adaptações curriculares para a inclusão Capítulo 2
• quais as competências e habilidades que os alunos precisam ter?
• quais os critérios de seleção de tais conhecimentos?
• a quem esse currículo se destina?
• que cidadão ou cidadã se pretende formar?
Essas questões foram respondidas a partir dos dilemas sociais da época. No momento 
atual, estamos vivendo o dilema da educação inclusiva no ensino regular. Então, a partir 
desses questionamentos, podemos refletir sobre as adaptações curriculares para a 
inclusão.
FIGURA 3
Adaptação para inclusão
FONTE
Pixabay
É importante lembrar que as adaptações curriculares em uma escola inclusiva são 
necessárias, pois a inclusão deve ser de todos, independentemente, de suas necessidades 
educacionais especiais, origem socioeconômica, cultural ou religião. A escola e a sala 
de aula são ambientes em que as necessidades dos estudantes devem ser atendidas e 
desenvolvidas. Diante desse contexto, Silva (2012) explica que o sistema educacional, na 
inclusão escolar, precisa ser reorganizado para atender às necessidades dos estudantes, 
proporcionando meios para que esses alunos alcancem progressos escolares e sucesso 
acadêmico. Mas, afinal, quais são as adaptações curriculares necessárias para uma 
escola inclusiva?
O Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, redigido por Fernando de Azevedo e 
assinado por mais de 25 educadores e/ou escritores para o Governo, determina que o 
currículo escolar para educação deve ser funcional e ativo, bem como que os currículos 
devem adaptar-se aos interesses naturais dos alunos, que são o eixo da escola e o 
centro de gravidade do problema da educação.
Fundamentos da Educação Inclusiva Adaptações curriculares para a inclusão Capítulo 2
Nessa perspectiva, os princípios da Escola Nova: baseiam- se na iniciativa do estudante; 
preocupam-se com o que a criança pode realmente aprender; valorizam as tendências 
espontâneas da criança; os professores sugerem, orientam e coordenam; os métodos, 
programas e horários são maleáveis; visam às noções utilizáveis; são essencialmente 
educativos; estão mais próximos do meio natural de vida; buscam o aperfeiçoamento; 
elevam a natureza moral do aluno; procuram individualizar o ensino, produzindo 
satisfação; atendem mais ao presente; tratam a criança como criança; propõem uma 
atividade produtiva e obtêm a disciplina voluntária.
 
Currículo e a inclusão escolar
As adaptações curriculares são necessárias, pois têm como objetivo buscar alternativas 
para o desenvolvimento e a aprendizagem dos estudantes com necessidades 
educacionais especiais. É importante evidenciar que a menção da adaptação curricular 
está presente tanto na Lei n.º 13.146/2015 (art. 28) quanto na Lei n.º 9.394/1996 (art. 59), 
respectivamente:
Art. 28. Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, 
implementar, incentivar, acompanhar e avaliar: III - projeto pedagógico 
que institucionalize o atendimento educacional especializado, assim 
como os demais serviços e adaptações razoáveis, para atender às 
características dos estudantes com deficiência e garantir o seu 
pleno acesso ao currículo em condições de igualdade, promovendo 
a conquista e o exercício de sua autonomia. (Brasil, 2015, on-line, 
grifos da autoria)
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com 
deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas 
habilidades ou superdotação: I - currículos, métodos, técnicas, 
recursos educativos e organização específicos, para atender às suas 
necessidades. (Brasil, 1996, on-line, grifos da autoria)
Apesar de a adaptação curricular estar regulamentada em lei, não está especificada 
como deve ser realizada. Os autores Oliveiro e Machados (2007 apud Santana et al., 
2020) afirmam que essas adaptações implicam no número de alunos em sala de aula, 
na cooperação entre os professores do ensino regular e do ensino especial e, ainda, no 
Fundamentos da Educação Inclusiva Adaptações curriculares para a inclusão Capítulo 2
tempo de permanência do estudante em uma determinada série. Os autores explicam 
que esse ajuste, na promoção do aluno de uma série para outra, precisa prever um 
atendimento de suplência para apoiá-lo, caso não seja esgotado o plano de ensino da 
classe anterior. Portanto, compreende-se por adaptação curricular,
as modificações realizadas no planejamento, dos objetivos da escola, nos 
conteúdos, nas atividades, nas estratégias de aplicação deste conteúdo e da 
avaliação, no currículo como um todo ou um aspecto dele. (Oliveiro; Machados, 
2007 apud Santana et al., 2020, p. 3)
Essa adaptação é um desafio, já que os professores deverão buscar uma educação que 
possibilite não apenas a aquisição do conhecimento, mas também o desenvolvimento 
de capacidades dos estudantes de transformarem e conviverem com as diferenças. 
Vamos aprofundar mais adiante nos estudos sobre os desafios para os professores na 
educação inclusiva.
De acordo com Santana et al. (2020), as adaptações curriculares são um caminho 
para o atendimento dos estudantes com necessidades específicas. No entanto, para 
compreender essas necessidades, deve ser realizada uma avaliação para identificar 
as necessidades de aprendizagem específicas de cada aluno. Essa avaliação 
deve ser realizada por uma equipe interdisciplinar do setor. No momento em que essas 
necessidades educacionais específicas são identificadas, a escola precisa modificar as 
suas ações e expectativas em relação aos alunos, bem como organizar um ambiente 
escolar em que todos tenham ciência dessas especificidades dos estudantes (Santana 
et al., 2020).
 
É importante destacar que as adaptações curriculares devem considerar todos os 
aspectos, já que a educação é muito mais que a transmissão do conhecimento. Por 
isso, a necessidade da participação de todos: da família, da comunidade acadêmica 
e da sociedade. Em uma sala de aula, as necessidades são diversas. Ela não deve se 
limitar apenas aos estudantes com necessidades especiais. Assim, há a necessidade de 
se pensar no currículo com foco principal no ser humano (Santana et al., 2020). Nessa 
perspectiva, o currículo:
representa muito mais do que um programa de estudos, um texto em sala de 
aula ou o vocabulário de um curso. Mais do que isso, ele representa a introdução 
Fundamentos da Educação Inclusiva Adaptações curriculares para a inclusão Capítulo 2
de uma forma particular de vida; ele serve, em parte, para preparar os estudantes 
para posições dominantes ou subordinadas na sociedade existente. O currículo 
favorece certas formas de conhecimento sobre outras e afirmar os sonhos, 
desejos e valores de grupos seletos de estudantes sobre outros grupos, com 
frequência discriminando certos grupos raciais, de classe ou gênero. (Maclaren, 
1998, p. 116 apud Santana et al., 2020,p. 4)
Nesse contexto, Santana et al. (2020) afirmam que as modificações curriculares devem 
influenciar todos que estão envolvidos no processo, para que seja uma preparação para 
vida. Devem solucionar os conflitos e as inquietações que surgem, a partir de uma nova 
perspectiva e, ainda, que todos se entendam e se respeitem cada vez mais.
Vale salientar ainda que o currículo deve ser adaptado às necessidades educacionais 
dos estudantes. Logo, a função da escola é oferecer currículos que se adaptem à 
diversidade de estudantes que ela tem, isto é, o currículo deve ser organizado, respeitando 
os interesses, as potencialidades e capacidades de cada um. Além disso, de acordo 
com Santana et al. (2020, p. 5), a escola precisa estar atenta para o fato que
as necessidades não são estabelecidas de forma definitiva, mas se constituem 
no fazer pedagógico cotidiano, na busca de caminhos e respostas, indo além 
das dificuldades, possibilitando ao aluno um desenvolvimento pleno, norteado 
pelo horizonte da participação social, e não mais pelo patamar dos limites de sua 
deficiência – o que gera a sua exclusão social.
FIGURA 4
Todas as pessoas 
devem seguir juntas nas 
modificações curriculares
FONTE
Pixabay
Fundamentos da Educação Inclusiva Adaptações curriculares para a inclusão Capítulo 2
Não podemos deixar de mencionar que, em alguns casos, as adaptações curriculares 
exigem recursos para que elas aconteçam de forma efetiva dentro do sistema 
educacional. 
Entre esses recursos, podemos citar: intérprete de Libras para estudantes surdos; 
diferentes materiais didáticos para o desenvolvimento da percepção tátil para os alunos 
com deficiência visual; mobiliário; recursos pedagógicos e estratégias adequadas que 
motivam e possibilitam a aprendizagem dos estudantes com necessidades educacionais 
especiais, entre outros.
As adaptações de acessibilidade ao currículo se referem à eliminação de barreiras 
arquitetônicas e metodológicas, sendo pré- requisito para que o aluno possa 
frequentar a escola com autonomia e participar das atividades acadêmicas para 
os demais alunos. Estas incluem as condições físicas, materiais e de comunicação, 
como por exemplo, rampas, de acesso e banheiros adaptados, apoio de intérpretes 
de LIBRAS e/ou capacitação do professor e demais colegas, transição de textos 
BRAILLE e outros recursos de recursos pedagógicos adaptados para deficientes 
visuais, uso de comunicação alternativa com alunos com paralisia cerebral ou 
dificuldades de expressão oral, entre tantos outros. (Santana et al., 2020, p. 8)
Importante
A Resolução n.º 2, de 11 de setembro de 2001, institui as Diretrizes Nacionais 
para Educação Especial, na Educação Básica. Referente à adaptação do 
currículo, fica estabelecido que:
Art. 8º As escolas da rede regular de ensino devem prever e prover na 
organização de suas classes comuns:
III -flexibilizações e adaptações curriculares que considerem o significado 
prático e instrumental dos conteúdos básicos, metodologias de ensino e 
recursos didáticos diferenciados e processos de avaliação adequados 
ao desenvolvimento dos alunos que apresentam necessidades 
educacionais especiais em consonância com o projeto pedagógico da 
escola, respeitada a frequência obrigatória;
V – Serviços de apoio pedagógico especializado em salas de 
Fundamentos da Educação Inclusiva Adaptações curriculares para a inclusão Capítulo 2
Para Santana et al. (2020), a educação especial precisa ser vista como um conjunto 
de medidas que a escola regular disponibiliza ao serviço de resposta adaptada à 
diversidade dos seus estudantes. 
Nessa mesma linha de pensamento, Silva (2012) afirma que a inclusão escolar se trata 
de um processo que exige mudanças de posturas e práticas no ambiente escolar.
Tornar real as adaptações curriculares é o melhor caminho para o atendimento 
às necessidades específicas de aprendizagem dos alunos. Identificar essas 
“necessidades” requer que os sistemas educacionais modifiquem não apenas 
suas atividades e expectativas em relação a esses alunos, mas que se organizem 
para construir uma real escola para todos, que dê conta dessas especificidades. 
A inclusão de alunos com necessidades especiais na classe regular implica o 
desenvolvimento de ações adaptativas, visando a flexibilização do currículo, para 
que ele possa ser desenvolvido de maneira efetiva em sala de aula, e atender as 
necessidades individuais de todos os alunos. (Santana et al., 2020, p. 8)
recursos, nas quais o professor especializado em educação especial 
realize a complementação ou suplementação curricular, utilizando 
procedimentos, equipamentos e materiais específicos;
VIII – temporalidade flexível do ano letivo para atender as necessidades 
educacionais especiais de alunos com deficiência mental ou com graves 
deficiências múltiplas, de forma que possam concluir em tempo maior 
o currículo previsto para a série/etapa escolar, principalmente nos anos 
finais do ensino fundamental, conforme estabelecido por normas dos 
sistemas de ensino, procurando-se evitar grande defasagem de idade/ 
série. (Brasil, 2001, on-line)
Saiba Mais
A adaptação curricular é uma etapa indispensável para que a educação 
inclusiva seja efetivamente discutida na rede de ensino regular. Para 
saber mais sobre esse processo, leia o artigo “Educação Inclusiva: um 
Fundamentos da Educação Inclusiva Adaptações curriculares para a inclusão Capítulo 2
Diante desse contexto, fica evidenciado que a prática pedagógica tradicional, 
fundamentada na transmissão de conhecimento, torna-se ineficaz para o processo 
de aprendizagem dos alunos, pois desconsidera as outras formas de aprendizagem. 
Essa proposta homogeneizada do currículo provoca dificuldades de aprendizagem, 
desistência, repetência, fracasso escolar etc. e não atende à diversidade dos estudantes 
presentes no ambiente escolar.
olhar sobre as adaptações curriculares”, de Caroline Borges Zanato e 
Roberto Gimenez (2017). Para realizar a leitura, clique aqui:
 
Resumindo
Neste capítulo, você aprendeu que currículo escolar é o percurso de 
formação dos estudantes e que existem três grandes problemas em sua 
elaboração: currículo como projeto cultural; determinações políticas, 
administrativas e institucionais e uma sequência histórica. Diante deste 
contexto, ao formular um currículo, é necessário responder algumas 
perguntas, tendo em vista problemas sociais da época. Você estudou a 
complexidade que envolve a elaboração das adaptações curriculares 
que podem propiciar a aprendizagem de todos os estudantes. Em 
alguns casos, essas mudanças no currículo exigiriam recursos para a 
aprendizagem acontecer de forma efetiva. Colocar em prática esse 
currículo requer muita determinação da docência, pois o profissional 
precisa estar disposto a examinar suas atitudes, buscar diferentes 
formas de ensinar, avaliar e organizar a sala de aula.
@faculdadelibano_
3
Os desafios dos 
professores 
na educação 
inclusiva
Fundamentos da Educação Inclusiva Capítulo 3
Os desafios dos professores 
na educação inclusiva
Objetivos
Ao término deste capítulo, você será capaz de compreender os desafios 
enfrentados pelos professores para implantar e manter uma educação 
inclusiva, as dificuldades e as resistências impostas pelo sistema 
de ensino e pela sociedade como um todo. E, então? Motivado para 
desenvolver esta competência? Vamos lá!
O papel e os desafios dos professores na educação inclusiva
Para iniciar os estudos, reflita sobre a seguinte questão: “Qual o perfil de aluno que 
precisamos formar para sociedade?” Com o acesso fácil à informação, por meio dos 
recursos tecnológicos presentes no dia a dia dos estudantes, a escola e os professores 
precisam rever sua metodologia para buscarem formar um aluno integral.
Assim, Delors (2003) apresenta os quatro pilares da educação adequados ao cenário 
vivenciado pelos alunos:
• aprender a ser;
• aprender a conhecer;
• aprender a fazer;
• aprender a conviver.
Veja oquadro a seguir. Observe que os quatro pilares estão relacionados com a educação 
do mundo contemporâneo, no qual está a educação inclusiva. Esses pilares abordam 
pontos que estão diretamente ou indiretamente relacionados com a perspectiva da 
educação inclusiva, não somente no Brasil, mas no mundo.
Fundamentos da Educação Inclusiva Os desafios dos professores na educação inclusiva Capítulo 3
QUADRO 2
Os quatro pilares da educação
FONTE
Adaptado de Delors (2003).
Fundamentos da Educação Inclusiva Os desafios dos professores na educação inclusiva Capítulo 3
Veja que esses quatro pilares estão relacionados com a proposta da educação inclusiva, 
em que a inclusão é ir além da inserção do estudante com necessidades educacionais 
especiais no sistema regular de ensino. Essa inclusão tem uma jornada e um propósito, 
com vários obstáculos durante todo o processo. Então, vamos juntos conhecer estes 
desafios?
Os professores desempenham um papel importante durante todo o processo de 
aprendizagem dos estudantes com necessidades especiais. É com o apoio desses 
profissionais que os alunos vão desenvolver e ampliar as habilidades que já possuem.
Na sala de aula, o professor é o responsável por organizar o ambiente, guiar e orientar 
as atividades durante o processo de aprendizagem para aquisição do conhecimento e 
das competências. Para nortear e adaptar, quando necessário, a sua prática, o professor 
tem como apoio o projeto pedagógico da escola, que indica ações que ele deverá 
assumir diante da diversidade presente na sala de aula. Por isso, sua participação na 
construção desse documento é relevante. A partir desse documento, ele poderá propor 
adaptações curriculares individualizadas com foco no atendimento às particularidades 
de cada aluno.
Além disso, o professor é o responsável por proporcionar uma sala de aula de cooperação 
e oportunidade para todos. É um desafio para os professores proporcionarem esse 
ambiente perante a diversidade presente em sala de aula. Salend (2008 apud Silva, 
2012) explica que os professores precisam considerar os diversos fatores que tornam 
os indivíduos únicos, como raça, gênero, língua, comprometimento e nível econômico, 
pois esses fatores interagem e influenciam o desempenho acadêmico e social dos seus 
estudantes. 
Por isso, “as salas de aulas inclusivas são aquelas que promovem aceitação e equidade, 
que valorizam a capacidade que todos os indivíduos possuem para aprender e contribuir 
com a sociedade” (Silva, 2012, p. 103).
Fundamentos da Educação Inclusiva Os desafios dos professores na educação inclusiva Capítulo 3
Um outro desafio para o docente é refletir sobre a sua prática educativa, pois, na 
educação inclusiva, esse profissional tem que estar disposto a avaliar suas ações e 
buscar diferentes formas de ensinar, avaliar e organizar a sala para proporcionar e 
garantir um ambiente que atenderá as necessidades dos estudantes, contribuindo para 
a evolução e experiência escolar significativas.
FIGURA 5
Desafio para o professor
FONTE
Freepik
Importante
Para que a inclusão escolar seja efetivada com êxito, não basta que 
apenas alguns professores dentro de uma escola acreditem nela. 
Pelo contrário, é necessário que toda a comunidade escolar, incluindo 
familiares e alunos, acreditem e sigam os princípios básicos da inclusão, 
ou seja, democracia, igualdade, busca de uma educação de qualidade 
para todos os alunos com necessidades educacionais especiais no 
ensino regular (Shaffner; Buswell, 1999 apud Silva, 2012, p. 104).
É importante evidenciar que os professores precisam do apoio dos gestores da escola 
na implantação de uma educação inclusiva de qualidade para todos. Shaffner e 
Buswell (1999 apud Silva, 2012) afirmam que são os gestores das escolas responsáveis 
por definirem os objetivos que a escola deverá alcançar para se tornar uma instituição 
inclusiva, garantirem que as ações sejam implantadas para que se alcance esses 
objetivos e por fornecerem apoio para as interações e os processos elaborados de 
Fundamentos da Educação Inclusiva Os desafios dos professores na educação inclusiva Capítulo 3
acordo com a perspectiva de inclusão escolar.
Frente aos desafios impostos pelo processo de inclusão escolar, os gestores de 
ensino devem apresentar uma postura firme de defesa dos direitos dos alunos 
de receberem educação de qualidade na sala comum da escola regular, sem 
demonstrar ambivalência, porque isso pode ocasionar insegurança entre os 
membros da comunidade escolar e comprometer todo o processo. (Silva, 2012, p. 
105)
Uma dificuldade encontrada pelos professores é a resistência de outros profissionais 
ou até mesmo de outros professores em aceitar a inclusão escolar. De acordo com 
Plaisance (2005 apud Silva, 2012), as escolas estão acomodadas com as suas rotinas e, 
por isso, têm dificuldades em aceitar qualquer mudança ou inovação que implique em 
reestruturação de um sistema já estabelecido. Outra dificuldade mencionada por este 
autor é o moralismo abstrato:
a inclusão escolar muitas vezes é tratada como um apelo sentimental, como 
uma missão a ser cumprida por professores que possuem amor ao próximo e 
alguma vocação especial que lhes possibilita acolher alunos com necessidades 
educacionais especiais. Esse moralismo abstrato é muito perigoso, já que o amor 
ao próximo e o simples acolhimento daqueles que são diferentes não garantem 
que a inclusão seja efetivada e, principalmente, que os alunos com necessidades 
educacionais especiais consigam obter sucesso acadêmico. (Plaisance, 2005 
apud Silva, 2012, p. 129)
Nesse sentido, Silva (2012) explica que a inclusão escolar precisa garantir que os estudantes 
com necessidades especiais tenham acesso a um ensino regular de qualidade, para 
que todas as necessidades sejam consideradas e supridas. Para isso, a escola deve ir 
além do discurso “escola para todos e todas”. Ela precisa de profissionais especializados 
e que os professores sejam formados para responderem da melhor maneira possível à 
diversidade em sala de aula.
Além disso, deve ser garantido a esses estudantes materiais didáticos adaptados, 
mobiliários adaptados e infraestrutura física adaptada, pois, como sabemos, às vezes, a 
escola já tem os profissionais capacitados para uma educação inclusiva de qualidade, 
entretanto, ela não fornece os recursos necessários para que isso se torne possível.
Fundamentos da Educação Inclusiva Os desafios dos professores na educação inclusiva Capítulo 3
A criação de uma escola inclusiva, portanto, é um objetivo fundamental para promover 
a igualdade de oportunidades e o sucesso educacional de todos os estudantes, 
independentemente de suas habilidades ou características individuais. Para alcançar 
essa visão inclusiva, Stainback e Stainback (2003, p. 265 apud Capellini; Fonseca, 2017, p. 
113) propuseram um plano estratégico abrangente, destacando os principais elementos 
necessários para o desenvolvimento de uma filosofia inclusiva no ambiente escolar.
Fundamentos da Educação Inclusiva Os desafios dos professores na educação inclusiva Capítulo 3
QUADRO 3
As principais características da escola inclusiva
FONTE
Adaptado de Stainback e Stainback (2003 apud Capellini; Fonseca, 2017).
Na educação inclusiva, não podemos deixar de mencionar que também é um desafio 
para o professor a busca permanente de aprendizagem. Esse profissional precisa estar 
constantemente se atualizando, pois ele deve ir além da implantação de currículos 
Fundamentos da Educação Inclusiva Os desafios dos professores na educação inclusiva Capítulo 3
e programas estabelecidos pela escola. De acordo com Campbell (2016), o professor 
precisa ter condições para escolher atividades, conteúdos ou experiências que sejam 
mais adequados ao desenvolvimento das capacidades do grupo de alunos, sempre 
levando em consideração o nível e as necessidades de cada um.
A educação inclusiva veio tornar mais complexa e mais desafiadora a tarefa dos 
educadores e evidenciou que sua formaçãonunca está acabada. Eles precisarão 
estudar o que estavam dispensados de estudar, aprender técnicas sobre as quais antes 
não pensavam, adequar seu ritmo ao de seus alunos, aprender a “ouvir” por outros meios 
diferentes da audição, terão de rever suas expectativas, as formas de ensinar, avaliar, 
aprovar e reprovar (Campbell, 2016).
De acordo com Campbell (2016, p. 158), o professor precisa urgentemente “descer de 
seu pedestal e admitir que não se considera capaz de lidar, sem o apoio de colegas 
ou profissionais de áreas afins, com a diversidade de problemas que se apresentam 
em seu cotidiano”. Esse é um papel do professor na educação inclusiva, assumir as 
suas dificuldades e compartilhar com seus colegas ou profissionais da área para juntos 
buscarem um caminho para atenderem com qualidade às necessidades educacionais 
do estudante.
É importante lembrar que outro desafio do professor é conhecer as necessidades 
educacionais do seu aluno, saber o que ele já domina e quais são as possibilidades de 
desenvolver esses conhecimentos. Para isso, o professor precisa conversar com os pais 
e os professores anteriores, para conhecer melhor o perfil do seu estudante e, ainda, ter 
acesso ao seu histórico escolar.
Professor eficiente é aquele que observa seus alunos, percebendo suas 
dificuldades, potencialidades, e desenvolve práticas que viam, ao máximo, 
ao desenvolvimento de cada um e de todos, utiliza métodos diferenciados de 
ensino e de avaliação, respeitando as limitações de cada um, buscando formas 
cooperativas e colaborativas que propiciem a integração do conjunto de seus 
alunos. (Campbell, 2016, p. 159)
Campbell (2016) considera que o professor precisa mudar o foco das incapacidades 
dos seus estudantes para as potencialidades que eles possuem. Isso pode ser um 
desafio para o docente, pois ele precisará buscar novas estratégias para evidenciar 
Fundamentos da Educação Inclusiva Os desafios dos professores na educação inclusiva Capítulo 3
essas potencialidades do estudante. De acordo com Campbell (2016, p. 159), “novas 
estratégias, para o alcance de seus objetivos é um bom começo para tornar eficiente o 
trabalho do educador, qualquer que seja o tipo de escola em que atue”.
Sabemos que é necessário mudar a forma de ensinar, tornando mais atraente os 
conteúdos a serem ministrados, não só integrando a realidade, mas também a 
transformando, aliando-a aos interesses dos alunos, tornando prazeroso e mais 
efetivo o ato educativo. (Campbell, 2016, p. 159)
Não podemos deixar de mencionar que outro desafio do professor, dentro do ambiente 
escolar, é fazer com que os estudantes com necessidades especiais se sintam 
pertencentes àquela sala de aula, que também fazem parte daquele grupo e podem, 
de alguma forma, contribuir para o crescimento do grupo.
Reflita
Quais são as características do professor inclusivo? Você consegue listá-
las?
Conhece cada um dos seus estudantes e ainda os educa, dando ênfase 
à aprendizagem significativa;
Criar tarefas de acordo com a capacidade do aluno, entretanto, 
desafiadoras;
Acredita na capacidade do aluno, proporcionando diversas experiências 
para que a aprendizagem seja desenvolvida e efetiva;
Proporciona um ambiente positivo dentro da sala, incentivando os 
estudantes a trabalharem em colaboração, fazendo com que todos se 
sintam pertencentes ao grupo;
Reconhece e valoriza os esforços e os resultados alcançados pelos 
estudantes, mesmo quando esse resultado não alcance o objetivo 
esperado;
Sempre busca dar feedback para os seus alunos, orientando os seus 
progressos e dando condições para eles progredirem tanto nos estudos, 
como no relacionamento com outros indivíduos.
Fundamentos da Educação Inclusiva Os desafios dos professores na educação inclusiva Capítulo 3
O trabalho desenvolvido pelo professor, dentro da sala de aula, em uma turma mista 
(com alunos sem nenhuma necessidade educacional especial ou com necessidade 
educacional especial) é difícil, mas é possível com o sistema de ensino, da família e até 
da comunidade. As mudanças, nesse ambiente, para uma educação inclusiva, requerem 
mudanças dos conceitos, das práticas pedagógicas e de recursos necessários para 
uma educação inclusiva de qualidade.
Resumindo
Neste capítulo, você compreendeu que o professor tem um papel 
fundamental durante todo o processo de aprendizagem de seus alunos 
com necessidades educacionais especiais, pois são eles que auxiliarão 
os alunos a desenvolverem e ampliar as habilidades que já possuem. 
O professor tem o projeto pedagógico da escola que serve de apoio 
para nortear e adaptar, quando necessário, a sua prática docente. Este 
projeto é importante para o docente, pois ele sinaliza ações que deverá 
assumir diante da diversidade presente na escola (cultural, ética, racial, 
religiosa etc). Por isso, a sua participação na construção deste projeto 
é tão importante. Mas, apesar disso tudo, a situação não é tão simples! 
É necessário ainda o apoio da família, da comunidade e do próprio 
sistema de ensino. Uma educação inclusiva requer a mudança de 
conceitos, práticas e recursos. Entretanto, nem todos estão abertos para 
essa mudança. Um dos maiores desafios da educação inclusiva é a 
formação dos professores para lidarem com as diversidades de alunos 
presentes na escola.
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4
Capacitação docente 
para educação 
inclusiva
Fundamentos da Educação Inclusiva Capítulo 4
Capacitação docente para 
educação inclusiva
Objetivos
Ao término deste capítulo, você será capaz de identificar os requisitos 
curriculares e as competências a serem desenvolvidas no processo de 
capacitação docente para atuar na educação inclusiva. A capacitação 
é tão importante que ela está regulamentada pelas políticas públicas. E, 
então? Motivado para desenvolver esta competência? Vamos lá!
Formação docente
O docente deve sempre considerar e reconsiderar as suas práticas educativas, tendo 
em vista o contexto social em que essas práticas acontecem, a vivência acadêmica, 
mas também a sociedade em que a escola está inserida. Ele não pode descartar as 
experiências já desenvolvidas e vivenciadas em outros momentos e espaços, mas ele 
precisa também buscar se atualizar. De acordo com Grochoska (2012, p. 128), “o professor 
deve estar preparado tanto teoricamente quanto em sua prática para interagir de 
maneira conjunta com os diversos elementos que compõem a dinâmica escolar”.
É importante destacar que a formação docente está também estabelecida nas 
políticas públicas para a educação, conforme está descrito na Lei n.º 9.394/1996:
Parágrafo único. A formação dos profissionais da educação, de modo a atender 
às especificidades do exercício de suas atividades, bem como aos objetivos das 
diferentes etapas e modalidades da educação básica, terá como fundamentos:
I – a presença de sólida formação básica, que propicie o conhecimento dos 
fundamentos científicos e sociais de suas competências de trabalho;
II - a associação entre teorias e práticas, mediante estágios supervisionados e 
capacitação em serviço;
III – o aproveitamento da formação e experiências anteriores, em instituições de 
ensino e em outras atividades. (BRASIL, 1996, on-line)
Fundamentos da Educação Inclusiva Capacitação docente para educação inclusiva Capítulo 4
Também, referente à formação docente, a Resolução CNE/CP n. 2, de 20 dezembro de 
2019, em seu art. 2.º estabelece que:
Art. 2º. A formação docente pressupõe o desenvolvimento, pelo licenciando, 
das competências gerais previstas na BNCC-Educação Básica, bem como 
das aprendizagens essenciais a serem garantidas aos estudantes, quanto aos 
aspectos intelectual, físico, cultural, social e emocional de sua formação, tendo 
como perspectiva o desenvolvimento pleno das pessoas, visando à Educação 
Integral. (Brasil, 2020, on-line)
Importante
A Resolução CNE/CP n.º 2, de 20 de dezembro de 2019, em seu anexo “Base 
Nacional Comum para a Formação Inicial de Professores da Educação 
Básica (BNC-FORMAÇÃO)”,lista as competências gerais e específicas 
para os docentes. Saiba mais, clicando aqui.
Com base nessas competências, compreende-se que a formação docente deve 
ser vivenciada em uma perspectiva integral, pois, além de dominar os conteúdos, o 
professor também precisa saber planejar a sua prática, ter engajamento profissional e 
compreender como uma escola é estruturada.
Grochoska (2012) explica que o docente precisa conhecer os processos de aprendizagem 
para buscar oferecer o melhor atendimento para o estudante com necessidades 
educacionais especiais.
Tornar-se exímio pesquisador também é requisito para a formação docente, 
visto que o professor é um sujeito do processo. Assim, é preciso que os sistemas de 
ensino proponham estratégias de formação inicial e continuada, a fim de melhor 
preparar esse profissional para o exercício da sua profissão, inclusive prevendo 
seus planos de carreira a ascensão para aqueles que manifestarem interesse 
nessa formação. (Grochoska, 2012, p. 128)
Fundamentos da Educação Inclusiva Capacitação docente para educação inclusiva Capítulo 4
É importante destacar que a escola é um local de aprendizagem para o desenvolvimento 
profissional dos docentes. Conforme é explicado por Saviani (2009 apud Nascimento; 
Almeida; Passos, 2016), a formação pedagógico-didática dos docentes acontecerá em 
decorrência do domínio dos conteúdos e da própria prática docente. 
Entretanto, infelizmente, existe um distanciamento entre a formação dos professores 
e a realidade escolar. Consequentemente, essa formação desvinculada da realidade 
escolar é a responsável pela ineficácia do sistema escolar.
Nesse contexto, Nascimento, Almeida e Passos (2016) indicam que a formação inicial 
deve consistir em aprender a aprender com a experiência. 
Diante dessa perspectiva, os autores afirmam que é preciso entender que existe uma 
relação entre a formação e o trabalho docente e que essa relação pode ser traduzida 
em um somatório de momentos formais e não articulados.
Não podemos deixar de mencionar a importância da formação docente continuada, 
que também está regulamentada na LDB – Lei n.º 9.394/1996:
§ 2º A formação continuada e a capacitação dos profissionais de magistério 
poderão utilizar recursos e tecnologias de educação a distância.
[...]
Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para os profissionais a que 
se refere o caput, no local de trabalho ou em instituições de educação básica e 
superior, incluindo cursos de educação profissional, cursos superiores de graduação 
plena ou tecnológicos e de pós-graduação. (Brasil, 1996, on-line)
E, também, na LBI – Lei n.º 13.146/2015, no art. 28:
Incumbe ao poder público assegurar, criar, desenvolver, implementar, incentivar, 
acompanhar e avaliar:
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação 
inicial e continuada de professores e oferta de formação continuada para o 
atendimento educacional especializado;
XI - formação e disponibilização de professores para o atendimento educacional 
especializado, de tradutores e intérpretes da Libras, de guias intérpretes e de 
profissionais de apoio. (Brasil, 2015, on-line)
Fundamentos da Educação Inclusiva Capacitação docente para educação inclusiva Capítulo 4
A formação docente continuada é importante para o exercício da docência e se justifica 
pela fragilidade na formação inicial e, também, pela necessidade de compreender a 
complexidade e a diversidade da sala de aula.
Segundo Vieira e Omote (2021, p. 745),
[...] a capacitação de professores, da formação inicial à formação continuada, 
precisa levar em consideração suas variáveis pessoais. Não é suficiente o 
conhecimento sobre os variados fundamentos da Educação Especial e da 
Educação Inclusiva nem o domínio de procedimentos e recursos avançados. As 
atitudes sociais em relação à inclusão favorável representam uma possibilidade 
de que os conhecimentos e os recursos disponíveis são mobilizados para a 
construção da Educação Inclusiva.
Nessa perspectiva, observa-se que a formação continuada dos docentes deve ser 
contínua, para que sejam aperfeiçoados os conhecimentos necessários à sua prática 
profissional, no contexto atual, em que a informação está disponível para todos e 
todas nas redes de comunicação. Entretanto, essa informação somente poderá ser 
considerada conhecimento quando ela tem sentido para os estudantes.
Vieira e Omote (2021) destacam que, no contexto do cotidiano escolar, os professores 
enfrentam inúmeras dificuldades. Além de mediar o processo de construção do 
conhecimento, eles são confrontados com a complexidade dessa tarefa e com a 
necessidade de assumir novos papéis e responsabilidades no âmbito da educação 
inclusiva. 
Independentemente de sua posição política ou da abordagem pedagógica adotada, 
os professores desenvolvem crenças, expectativas e atitudes sociais que influenciam 
suas interações e ações com os alunos. 
Por conseguinte, é crucial levar em consideração as características individuais 
dos professores para alcançar uma educação de qualidade. Compreender essas 
particularidades pessoais e aprender a empregá-las, em benefício do trabalho docente, 
é essencial na formação dos professores.
É necessário aguçar a capacidade do professor de refletir sobre a sua própria prática, autoavaliar-
se e reconstruir suas condutas com autonomia, em conformidade com a realidade que se 
Fundamentos da Educação Inclusiva Capacitação docente para educação inclusiva Capítulo 4
apresenta na sala de aula. A auto-observação, a reflexão e a busca de transformação pessoal 
devem ser contínuas. Devem ampliar-se espaços de encontro entre os professores e destes com 
outros setores da escola, que, em interação, caminhem para a construção de uma cultura escolar 
inclusiva [...]. (Vieira; Omote, 2021, p. 750)
Diante do atual contexto, em que a diversidade faz parte do cotidiano escolar, uma vez 
que o acesso das pessoas com deficiência no ensino regular está regulamentado pelas 
políticas públicas, fica mais evidente a necessidade da formação continuada docente.
Além disso, de acordo com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais 
Anísio Teixeira – Inep (2019), tem aumentado gradualmente o percentual de alunos com 
deficiência (transtornos globais do desenvolvimento ou altas habilidades) matriculados 
em classes comuns em todas as etapas da educação. 
Conforme o Inep, 88% dos alunos estavam incluídos em classe comuns, em 2018, e a 
maior proporção de estudantes incluídos é observada no ensino médio, em que 98,9% 
deles se encontram nessa posição. Mas, entre 2014 e 2018, o maior aumento na proporção 
de alunos incluídos foi observado, na educação infantil, um aumento de 11,5%. Veja o 
gráfico a seguir.
FIGURA 6
Percentual de alunos com deficiência matriculados em classes comuns
FONTE
Inep (2019)
Fundamentos da Educação Inclusiva Capacitação docente para educação inclusiva Capítulo 4
Destaca-se aqui o Plano Nacional de Educação (PNE), cuja meta 4 se refere à educação 
especial inclusiva para a população de 4 a 17 anos de idade com deficiência, transtornos 
globais de desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Observando a imagem 
a seguir, verifica-se que o percentual de matrículas de alunos incluídos em classe 
comum vem aumentando gradativamente ao longo dos anos. Em 2014, o percentual 
de alunos incluídos era de 87,1%; em 2018, esse percentual passou para 92,1%. Além disso, 
considerando a mesma população de 4 a 17 anos, verifica-se que o percentual de alunos 
que estão incluídos em classes comuns e que têm acesso às turmas de atendimento 
educacional especializado (AEE) também cresceu no período, passando de 37,1% em 
2014 para 40,0%, em 2018 (INEP, 2019).
A partir desses dados, vamos estudar a importância da formação docente na educação 
inclusiva. Conforme Campbell (2016), é necessário conhecimento e habilidades para que 
os docentes atuem com sucesso na inclusão. De acordo com a autora, esse sucesso 
será possível desde quea boa prática de ensino inclua a avaliação das necessidades 
educacionais especiais dos estudantes, adaptação do conteúdo curricular, a utilização 
de tecnologia, individualização dos processos de ensino-aprendizagem, entre outras 
habilidades.
FIGURA 7
Percentual de matrícula de alunos de 4 a 17 anos com deficiência
FONTE
Inep (2019)
Fundamentos da Educação Inclusiva Capacitação docente para educação inclusiva Capítulo 4
A formação docente e a educação inclusiva
O professor tem um papel muito importante na formação educacional dos alunos, pois 
ele é o indivíduo que convive diariamente com estudantes. Nesse contexto, o professor 
é responsável por mediar a construção do conhecimento dos estudantes, mas também 
de valorizar e incentivar a relação entre os seus estudantes, no que se refere ao respeito 
às diferenças.
De acordo com Adams, Tartuci e Procópio (2017), a formação continuada é uma forma 
de superar as precariedades na formação inicial, mas também deve ser articulada às 
mudanças socioculturais. Assim, os autores explicam a necessidade de se discutir sobre 
o papel do professor para o atendimento às diferenças: uma formação de professores 
voltada também para a educação especial, já que ele é o sujeito responsável por criar 
condições que garantam um processo de ensino e aprendizagem efetivo aos estudantes.
Saiba Mais
Para saber mais sobre a formação docente continuada, leia aqui o artigo 
“Formação docente continuada e práticas de ensino no atendimento 
educacional especializado”, de Pinto e Amaral (2019). Nesse artigo, os 
autores abordam a importância da formação teórica de qualidade para 
os docentes, a necessidade de um maior engajamento deles na política 
por uma educação de qualidade e para que eles tenham maior clareza 
do que fundamenta as suas práticas.
A formação docente inicial e continuada de professores é um desafio, pois, segundo 
Adams, Tartuci e Procópio (2017), esses cursos devem desenvolver conhecimentos que 
possibilitem promover nesses profissionais novas atitudes e a compreensão das diversas 
e complexas situações de ensino. Isso pode garantir aos docentes a oportunidade de 
realizarem de maneira responsável e satisfatória seu papel no processo de ensino e 
aprendizagem para a diversidade.
O conhecimento e as habilidades requeridas para que os professores atuem com 
sucesso na inclusão dizem respeito principalmente à boa prática de ensino e 
Fundamentos da Educação Inclusiva Capacitação docente para educação inclusiva Capítulo 4
incluem a avaliação de necessidades especiais, adaptação do conteúdo curricular, 
utilização de tecnologia de assistência, individualização de procedimentos de 
ensino de forma que abarquem uma variedade de habilidades etc. (Campbell, 
2016, p. 154)
De acordo com Campbell (2016), deve ser dada uma atenção especial tanto à formação 
inicial quanto continuada dos docentes, pois eles precisam aprender a exercer a 
autonomia e aplicar suas habilidades na adaptação do currículo e na sua prática 
docente, a fim de atender às necessidades especiais dos estudantes. Além disso, nessas 
formações, é preciso evidenciar a importância da colaboração dos professores com os 
especialistas e a cooperação com os pais.
Não se pode deixar de mencionar que a escola, de acordo com Campbell (2016), deve 
propiciar condições dignas de trabalho para os professores comuns e especializados. 
Segundo o autor, a escola precisa compreender que nem todos os professores 
têm condições psíquicas e profissionais adequadas ao trabalho com alunos com 
necessidades educacionais especiais, precisando de orientação, preparo e apoio.
Os professores precisam repensar sua prática pedagógica, ela não pode ser 
fundamentada apenas no senso comum, pois isso dificulta a detecção dos problemas 
de aprendizagem de seus estudantes. Eles precisam ter conhecimento referente à 
deficiência do estudante, pois, conforme explica Campbell (2016, p. 158):
A educação inclusiva veio tornar mais complexa e mais desafiadora a tarefa dos 
educadores e evidenciou que sua formação nunca está acabada. Eles precisarão 
estudar o que antes estavam dispensados de estudar, aprender técnicas nas quais 
antes não pensavam, adequar seu ritmo ao de seus alunos, aprender a “ouvir” por 
outros meios diferentes de audição, terão de rever suas expectativas, as formas de 
ensinar, avaliar, aprovar, reprovar.
Referente às atitudes dos professores sobre inclusão existem diversas pesquisas sobre 
essas atitudes, Vieira e Omote (2021) listam as seguintes atitudes:
• impacto da idade cronológica nas atitudes sociais emrelação à inclusão:
• pesquisas revelam resultados contraditórios em relação à idade dos professores 
e suas atitudes sociais;
Fundamentos da Educação Inclusiva Capacitação docente para educação inclusiva Capítulo 4
• alguns estudos sugerem que professores mais jovens podem apresentar atitudes 
mais favoráveis à inclusão, enquanto outros estudos indicam o oposto ou não 
encontram diferenças significativas;
• experiência docente e atitudes sociais em relação à inclusão:
• estudos mostram que professores com maior tempo de experiência podem 
ter atitudes mais desfavoráveis à inclusão, mas também há pesquisas que 
apresentam resultados divergentes;
• a qualidade das experiências dos professores com alunos com deficiência, em 
sala de aula, pode influenciar positivamente suas atitudes sociais;
• formação profissional e atitudes sociais em relação à inclusão:
• a escolha da área de formação e/ou atuação profissional pode estar relacionada 
às atitudes sociais dos professores em relação à inclusão;
• alguns estudos indicam que professores com formação específica em educação 
especial podem apresentar atitudes mais favoráveis à inclusão do que aqueles 
sem essa formação;
• impacto das variáveis pessoais e demográficas nas atitudes sociais em relação à 
inclusão:
• habilidades sociais, autoeficácia e região geográfica onde os professores atuam 
também podem estar associadas às suas atitudes sociais em relação à inclusão;
• condições do ambiente de trabalho, carga horária docente, acesso a recursos e 
apoio recebido também são fatores relevantes.
Essas atitudes sociais dos professores em relação à inclusão são influenciadas por 
uma variedade de fatores e podem ter impacto direto na maneira como os professores 
lidam com a diversidade e promovem a inclusão em sala de aula. A compreensão 
dessas atitudes é fundamental para o desenvolvimento de programas de formação 
e capacitação de professores que promovam uma educação inclusiva de qualidade 
para todos os estudantes.
Antes de encerrar este capítulo, não podemos deixar de destacar que a formação 
continuada está regulamentada pelas políticas públicas do Brasil. Na LDB, Lei n.º 
9.394/1996:
Parágrafo único. Garantir-se-á formação continuada para os profissionais a que 
se refere o caput, no local de trabalho ou em instituições de educação básica e 
superior, incluindo cursos de educação profissional, cursos superiores de graduação 
plena ou tecnológicos e de pós-graduação. (Brasil, 1996, on-line)
Fundamentos da Educação Inclusiva Capacitação docente para educação inclusiva Capítulo 4
E na LBI, Lei n.º 13.146/2015:
X - adoção de práticas pedagógicas inclusivas pelos programas de formação 
inicial e continuada de professores e oferta de formação continuada para o 
atendimento educacional especializado. (Brasil, 2015, on-line)
Essas leis são cruciais para garantir que todos os estudantes, independentemente de 
suas habilidades ou deficiências, tenham a oportunidade de receber uma educação 
de qualidade em ambientes inclusivos. No entanto, é importante observar que a 
implementação eficaz dessas leis depende da cooperação de governos, escolas, 
educadores e da sociedade em geral.
Resumindo
Neste capítulo, vimos a importância da formação inicial e continuada 
para a educação e ainda como essa formação pode contribuir para 
uma educação inclusiva de qualidade. Para isso, foi analisado que o 
docente deve estar sempre

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