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A EPIDEMIOLOGIA NO
SISTEMA ÚNICO DE
SAÚDE.
Aula 1
EPIDEMIOLOGIA NA
FORMULAÇÃO DE
POLÍTICAS DE SAÚDE
Epidemiologia na Formulação de
Políticas de Saúde
Seja bem-vindo ä disciplina de Saúde Pública!
Convidamos você para esta videoaula sobre os fundamentos da
epidemiologia. Exploraremos os indicadores de saúde, ferramentas
fundamentais na avaliação do estado de saúde de uma população.
Compreenderemos como esses indicadores refletem as condições
de vida, acesso a serviços de saúde e outros fatores determinantes!
Ponto de Partida
A nossa meta com esta videoaula é oferecer uma compreensão
abrangente sobre a epidemiologia, uma ciência que vai além de
números e estatísticas, explorando o processo saúde-doença em
comunidades. Vamos aprender como esta disciplina analisa a
distribuição, os fatores determinantes das enfermidades e os
eventos associados à saúde coletiva.
Descobriremos a evolução do conceito de epidemiologia, desde as
suas raízes históricas até a sua abordagem contemporânea.
Compreenderemos os princípios básicos da epidemiologia, que
fundamentam a análise dos eventos relacionados à saúde em
populações.
Vamos Começar!
A epidemiologia se constitui, atualmente, na principal ciência da
informação em saúde, base da medicina, da saúde coletiva e das
outras formações profissionais em saúde. Pode-se defini-la como a
abordagem dos fenômenos da saúde-doença-cuidado, por meio da
quantificação, usando bastante o cálculo matemático e as técnicas
estatísticas de amostragem e de análise (ALMEIDA FILHO;
BARRETO; ROUQUAYROL, 2017).
Epidemiologia pode ser definida como a ciência que estuda o
processo saúde-doença em coletividades humanas, analisando a
distribuição e os fatores determinantes das enfermidades, danos à
saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas
específicas de prevenção, controle ou erradicação de doenças e
fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento,
administração e avaliação das ações de saúde (ROUQUAYROL;
GOLDBAUM; SANTANA, 2013).
Etimologicamente, “epidemiologia” (epi = sobre; demo = população;
logos = tratado) significa o estudo do que afeta a população. O
conceito original de epidemiologia, que se restringia ao estudo de
epidemias de doenças transmissíveis, prevaleceu por longo tempo.
Recentemente, o conceito evoluiu de modo a abranger praticamente
todos os eventos relacionados à saúde das populações:
Descrever as condições de saúde da população.
Identificar quais são os fatores determinantes da situação de
saúde.
Avaliar o impacto das ações e políticas de saúde.
Por exemplo, uma das principais razões para internações em idosos
é a pneumonia, enquanto outra causa significativa é a gripe. Diante
dessa realidade preocupante, o Ministério da Saúde passou a
oferecer gratuitamente a vacina contra a influenza para indivíduos
com 60 anos de idade ou mais há alguns anos. Uma análise revelou
que "houve uma redução nos picos sazonais da proporção de
internações e nas taxas por mil habitantes após a implementação da
vacinação em ambos os sexos, indicando um possível impacto das
vacinas disponibilizadas pelo Programa de Vacinação do Idoso".
Certamente, novas pesquisas estão em andamento e, a partir
desses achados epidemiológicos, os gestores de saúde poderão
embasar suas decisões.
A epidemiologia concentra-se em populações inteiras ou em suas
amostras, utilizando indicadores de saúde e outros dados
epidemiológicos obtidos por meio da coleta e análise de dados com
métodos estatísticos. Essa abordagem visa realizar diagnósticos de
saúde que subsidiem a implementação de medidas coletivas para
promoção da saúde e prevenção de doenças (MEDRONHO, 2005;
ROUQUAYROL e ALMEIDA FILHO, 2033).
Portanto, a habilidade de aplicar o método epidemiológico é
essencial para todos os profissionais de saúde que buscam reduzir
doenças, promover saúde e aprimorar os níveis de saúde da
população. Isso é especialmente crucial para aqueles que atuam na
Estratégia e Saúde da Família, pois necessitam compreender
integralmente as complexidades e as peculiaridades de uma área do
conhecimento tão abrangente.
Siga em Frente...
Um dos propósitos da epidemiologia é fornecer uma descrição das
condições de saúde da população, quantificando a frequência com
que ocorrem problemas de saúde em grupos humanos. Para realizar
essa análise, são empregadas as medidas de incidência e
prevalência.
A incidência diz respeito à frequência com que surgem novos casos
de uma doença em um determinado intervalo de tempo,
assemelhando-se a um "filme" que retrata a ocorrência da doença,
em que cada quadro pode representar um novo caso ou casos
adicionais (PEREIRA, 2013). Essa medida é dinâmica, focando nos
casos novos ou incidentes, ou seja, aqueles indivíduos que não
estavam doentes no início do período de observação, mas
desenvolveram a enfermidade ao longo desse período. Detectar
esses casos requer a observação de cada indivíduo pelo menos
duas vezes ou o conhecimento da data do diagnóstico.
Por outro lado, a prevalência refere-se ao número de casos
existentes de uma doença em um momento específico,
proporcionando uma "fotografia" da sua ocorrência e sendo,
portanto, uma medida estática. Inclui os casos existentes daqueles
que adoeceram em algum momento do passado, somados aos
casos novos daqueles que ainda estão vivos e doentes
(MEDRONHO, 2005; PEREIRA, 2013).
As principais métricas de ocorrência de doenças e os indicadores
essenciais de saúde são utilizados para avaliar o panorama
epidemiológico de uma população e estimar o seu nível de
desenvolvimento social e econômico. É importante notar que vários
indicadores de saúde refletem de maneira indireta a carência de
infraestrutura e organização nos serviços de saúde, assim como a
falta de educação e informação em saúde na sociedade.
Como o termo já sugere, medidas de frequências de doenças são
indicadores construídos com o objetivo de mensurar a ocorrência de
doenças na população.
Os indicadores de saúde podem ser categorizados em (PEREIRA,
2013):
mortalidade e sobrevida;
morbidade;
nutrição, crescimento e desenvolvimento;
aspectos demográficos;
condições socioeconômicas e saúde ambiental.
Terminologias comuns em epidemiologia:
Epidemiologia: ciência que estuda a distribuição e os
determinantes de eventos relacionados à saúde em populações
humanas, além de desenvolver métodos para controle e
prevenção de doenças.
Saúde Coletiva: área da saúde que abrange a promoção,
proteção e recuperação da saúde, considerando aspectos
populacionais e coletivos.
Incidência: número de novos casos de uma doença em uma
população durante um período de tempo específico.
Prevalência: número total de casos de uma doença em uma
população em um determinado momento.
Surto Epidemiológico: aumento inesperado de casos de uma
doença em uma área geográfica específica e em um curto
período.
Endemia: presença constante e habitual de uma doença em
uma determinada área geográfica.
Pandemia: epidemia que se espalha por vários países ou
continentes.
Fator de Risco: característica ou exposição que aumenta a
probabilidade de ocorrência de uma doença.
Coorte: grupo de pessoas que compartilham uma característica
comum e são acompanhadas ao longo do tempo para avaliar a
incidência de doenças.
Estudo Caso-controle: método de pesquisa epidemiológica que
compara indivíduos com uma doença (casos) com aqueles sem
a doença (controles) para identificar fatores de risco.
Morbidade: frequência de doenças em uma população,
incluindo a prevalência e a incidência.
Mortalidade: número de óbitos em uma população em um
determinado período.
Letalidade: proporção de casos de uma doença que resultam
em morte.
Vigilância Epidemiológica: coleta sistemática, análise,
interpretação e disseminação contínua de dados relacionados à
saúde para controle e prevenção de doenças.
Intervenção Epidemiológica: medidas tomadas com base em
resultados epidemiológicos para prevenir ou controlar a
disseminação de doenças.
Estudo Transversal: pesquisa que examina a ocorrência de
doenças em uma população em umúnico ponto no tempo.
Desfecho: resultado de interesse em um estudo
epidemiológico, como o desenvolvimento de uma doença.
Determinantes Sociais da Saúde: condições sociais e
econômicas que influenciam a saúde de indivíduos e
comunidades.
Curva Epidêmica: representação gráfica do número de casos
de uma doença ao longo do tempo.
Ecossistema de Saúde: abordagem que considera a interação
complexa de fatores biológicos, sociais, econômicos e
ambientais na determinação da saúde.
Vamos Exercitar?
O que são indicadores de saúde?
São medidas quantitativas que fornecem informações sobre o
estado de saúde de uma população, permitindo avaliar o seu nível
de bem-estar, identificar problemas de saúde, monitorar tendências
ao longo do tempo e orientar a formulação de políticas e
intervenções. Essas medidas são fundamentais para a prática da
epidemiologia e para o gerenciamento de serviços de saúde.
Como os indicadores de saúde podem
contribuir para o planejamento da
saúde pública?
Os indicadores de saúde desempenham um papel crucial no
planejamento da saúde pública, fornecendo informações valiosas
que orientam a tomada de decisões, o desenvolvimento de políticas
e a alocação de recursos.
Saiba Mais
Para estudar a aplicabilidade da epidemiologia, segue como
sugestão de leitura um artigo sobre o tema. Entendendo o
ressurgimento e o controle do sarampo no Brasil.
Para saber mais sobre os indicadores de saúde você, leia o seguinte
compêndio da Organização Panamericana de Saúde (OPAS).
Considerando que a epidemiologia desempenha um papel essencial
para o planejamento das ações de Saúde Pública, recomendamos a
leitura do seguinte artigo. Vigilância das coberturas de vacinação:
uma metodologia para detecção e intervenção em situações de
risco.
A Medicina Baseada em Evidências é um tema relevante para os
profissionais da saúde. Recomendo a seguinte leitura para
aprofundar o seu conhecimento sobre o assunto. ROUQUAYROL,
M. Z.; SILVA, M. G. C. Rouquayrol: epidemiologia & saúde. 8. ed. 
Rio de Janeiro: Medbook, 2018.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA-FILHO, N. D.; ROUQUAYROL, M. Z. Introdução à
Epidemiologia. 3. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2002.
FILHO, N. D. A.; BARRETO, M. L. Epidemiologia & Saúde -
Fundamentos, Métodos e Aplicações. Grupo GEN, 2011.
LIMA, J. R. C.; PORDEUS, A. M. J.; ROUQUAYROL, M. Z. Medida
da saúde coletiva. In: ROUQUAYROL, M. Z; GURGEL, M.
Epidemiologia & saúde. 7. ed. Rio 
de Janeiro: MedBook, 2013. cap. 3, p. 25-64.
MEDRONHO, R. D. A. Epidemiologia. São Paulo: Atheneu, 2005.
PAIM, J.S.; ALMEIDA FILHO, N. Saúde Coletiva: teoria e prática. 1.
ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2014.
https://www.scielo.br/j/ape/a/MmLDTx4fkq6hJy4Nzs3vDgx/
https://www.scielo.br/j/ape/a/MmLDTx4fkq6hJy4Nzs3vDgx/
https://www3.paho.org/hq/index.php?option=com_docman&view=download&category_slug=health-analysis-metrics-evidence-9907&alias=45251-indicadores-saude-elementos-conceituais-e-praticos-251&Itemid=270&lang=en
https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/vigilancia_coberturas_vacinacao.pdf
PEREIRA, M. G. (2023). Epidemiologia: Teoria e Prática. (Reimpr.).
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
ROUQUAYROL, M.Z.; ALMEIDA FILHO, N. D. Epidemiologia &
saúde. Ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2003. p. 138.
ROUQUAYROL, M. Z.; GOLDBAUM, M.; SANTANA, E. W. D. P.
Epidemiologia, história natural e prevenção de doenças. In:
ROUQUAYROL, M. Z; GURGEL, M. 
(Orgs.). Epidemiologia & saúde. 7. ed. Rio de Janeiro: Medbook,
2013. cap. 2, p. 11–24.
ROUQUAYROL, M. Z.; SILVA, M. G. C. Rouquayrol: epidemiologia
& saúde. 8. ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2018.
Aula 2
COMPREENDER O IMPACTO
EPIDEMIOLÓGICO DE
INTERVENÇÕES EM SAÚDE
PÚBLICA.
Compreender o impacto
epidemiológico de intervenções em
saúde pública
Seja bem-vindo à disciplina de Saúde Pública!
Convidamos você para esta videoaula, na qual abordaremos os
conceitos essenciais das doenças infectocontagiosas, suas formas
de transmissão, além de medidas preventivas.
Sua participação é muito importante!
Ponto de Partida
Nesta videoaula, abordamos as doenças transmissíveis, destacando
os avanços no controle que resultaram na redução da incidência,
especialmente em países desenvolvidos. Refletimos sobre o
passado, quando essas doenças eram predominantes, e como a
industrialização contribuiu para o seu controle, marcando a transição
para as doenças não transmissíveis. Exploramos conceitos
fundamentais, como período de latência, reservatórios, hospedeiros
e modos de transmissão. Concluímos examinando exemplos
específicos de doenças causadas por diferentes agentes
infecciosos, oferecendo uma visão abrangente do papel fundamental
da epidemiologia na compreensão e controle dessas condições.
Vamos Começar!
Doença transmissível refere-se a qualquer condição patológica
originada por um agente infeccioso específico ou por seus produtos
tóxicos. Esta manifesta-se pela transmissão do agente ou de seus
subprodutos, seja diretamente de um hospedeiro ou animal
infectado para um hospedeiro suscetível, ou de forma indireta por
meio de um hospedeiro intermediário, seja de natureza vegetal ou
animal, de um vetor ou do meio ambiente inanimado.
Os avanços no conhecimento e no controle das doenças
transmissíveis resultaram em uma notável redução de sua
incidência e mortalidade em escala global, especialmente em países
desenvolvidos e nos grupos populacionais em risco, beneficiados
por programas de saúde pública.
No entanto, o cenário das doenças transmissíveis está em constante
evolução, influenciado por profundas mudanças sociais e ambientais
contemporâneas. O aumento populacional, a expansão da pobreza,
a migração urbana e a globalização tecnológica são algumas das
transformações que impactam a suscetibilidade ao risco de
exposição a agentes infecciosos.
Anteriormente, as doenças transmissíveis eram a principal causa de
óbito global. Os efeitos da industrialização, incluindo melhorias na
nutrição, habitação, saneamento, acesso à água potável, drenagem,
bem como avanços em antibióticos, vacinas e o estabelecimento de
sistemas de vigilância epidemiológica, contribuíram para o controle
relativo dessas doenças. Esses progressos, combinados com a
redução da mortalidade infantil e iniciativas de promoção da saúde,
resultaram em um aumento na expectativa de vida.
Contudo, com o controle relativo das doenças transmissíveis,
observou-se um aumento na morbidade e mortalidade por doenças
não transmissíveis, muitas delas crônicas. Nos países
industrializados, isso trouxe uma transformação significativa no perfil
de mortalidade ao longo dos últimos cem anos. Atualmente, as
principais causas de óbito são as doenças cardiovasculares e
neoplasias malignas, enquanto as doenças transmissíveis, como
pneumonia ou influenza, contribuem para uma proporção reduzida
de mortes.
Por outro lado, nos países não industrializados, a evolução é
diferente. A persistência de doenças transmissíveis e desnutrição
continua a ser uma causa significativa de morbidade e mortalidade,
ao mesmo tempo em que há um aumento expressivo na mortalidade
por doenças não transmissíveis.
Nas doenças transmissíveis, o período de latência é o tempo que
transcorre desde a infecção até que a pessoa se torne infectada. O
período de incubação é o tempo que transcorre desde a infecção até
a apresentação dos sintomas.
Microrganismos, sejam patógenos ou não, habitam nichos naturais
específicos chamados reservatórios. Esses reservatórios podem ser
seres humanos, animais, artrópodes, plantas, solo ou matéria
inanimada, nos quais os agentes infecciosos vivem e se
reproduzem. No caso dos reservatórios humanos, como em
doenças como transmissão sexual, hanseníase e coqueluche, o ser
humano é o principal hospedeiro e foco das medidas de controle.
Além disso, animais também podem ser reservatórios para doenças
humanas, exemplificado por brucelose, leptospirose e raiva. A
relação entre organismos e doenças destaca a complexidade dos
reservatórios na manutenção e transmissão de agentes infecciosos.
Hospedeiro é uma pessoa ou animal vivo, incluindoas aves e os
artrópodes que, em circunstâncias naturais, permite a subsistência e
o alojamento de um agente infeccioso.
Vetor refere-se a um inseto ou portador vivo que transporta um
agente infeccioso de um indivíduo ou seus excrementos para um
indivíduo suscetível, sua comida ou seu ambiente imediato. O
agente pode ou não se desenvolver, propagar ou multiplicar dentro
do vetor.
O modo de transmissão é a forma em que o agente infeccioso se
transporta do reservatório ao hospedeiro.
Transmissão direta: envolve a transferência direta do agente
infeccioso de uma pessoa para outra. Isso pode ocorrer por meio de
gotículas expelidas durante espirro, tosse, fala ou canto, atingindo
as membranas mucosas do nariz, boca ou olhos. Além disso, o
contato direto, como toque, beijo ou relações sexuais, também pode
facilitar a transmissão. Em alguns casos, como nas micoses
sistemáticas, a transmissão ocorre por exposição direta de tecidos
suscetíveis a um agente presente no solo.
Transmissão indireta: veículos de transmissão ou fômites, envolve a
transmissão por objetos ou materiais contaminados, como
brinquedos, lenços, instrumentos cirúrgicos, água, alimentos, leite e
produtos biológicos, incluindo soro e plasma. O agente infeccioso
pode ou não ter se multiplicado no veículo antes de ser transmitido.
As doenças transmissíveis podem ser causadas por diferentes
agentes infecciosos, incluindo bactérias, vírus, parasitas e fungos.
Cada categoria de agentes infecciosos tem características distintas
e pode resultar em uma variedade de doenças. Vou fornecer alguns
exemplos para ilustrar:
Bactérias
Tuberculose: causada pela bactéria Mycobacterium
tuberculosis, afeta principalmente os pulmões.
Infecções Urinárias: podem ser causadas por várias bactérias,
incluindo Escherichia coli.
Pneumonia Bacteriana: diversas bactérias, como Streptococcus
pneumoniae, podem causar pneumonia.
Vírus
Gripe (Influenza): um vírus que afeta as vias respiratórias e
pode levar a complicações sérias.
HIV/AIDS: causado pelo vírus da imunodeficiência humana
(HIV), ataca o sistema imunológico. 
Herpes Simples: pode ser causado por herpes simplex vírus
tipo 1 (HSV-1) ou tipo 2 (HSV-2).
Parasitas
Malária: transmitida por mosquitos infectados, é causada por
parasitas do gênero Plasmodium.
Toxoplasmose: causada pelo parasita Toxoplasma gondii,
muitas vezes transmitido por alimentos contaminados.
Giardíase: uma infecção intestinal causada pelo parasita
Giardia lamblia.
Fungos 
Candidíase: infecção fúngica causada pelo fungo Candida,
pode afetar diversas partes do corpo.
Aspergilose: uma infecção fúngica oportunista causada pelo
fungo Aspergillus.
Tinea (Micose): infecções fúngicas da pele, cabelo ou unhas,
causadas por diferentes tipos de fungos.
Siga em Frente...
Antigamente, a epidemiologia tinha como foco as doenças que se
manifestavam de forma evidente, como epidemias, tais como cólera,
peste, tifo, varíola e febre amarela, que eram condições agudas
causando alarme na população e nas autoridades. No entanto, para
antecipar a detecção de epidemias, tornou-se claro que era
importante estudar as doenças durante os seus períodos
interepidêmicos, pois a epidemia representa apenas uma fase no
desenvolvimento do processo patológico na comunidade. Assim, os
pesquisadores começaram a monitorar de forma contínua a
ocorrência e a distribuição das doenças agudas na população. A
busca por agentes biológicos específicos para cada doença tornou-
se o principal objetivo das pesquisas etiológicas.
O sucesso dessa abordagem na investigação de doenças
infecciosas agudas levou à sua expansão para o estudo de doenças
infecciosas crônicas, como no caso da tuberculose. Outras
condições, cujo comportamento se assemelhava ao das doenças
transmissíveis, como as nutricionais (notavelmente a pelagra e o
beribéri), também passaram a ser investigadas da mesma maneira
(PEREIRA, 2023).
A diminuição da mortalidade por doenças infecciosas e carentes, o
envelhecimento progressivo da população e as mudanças no perfil
de morbidade, inicialmente observadas em nações consideradas
mais desenvolvidas, conduziram à ampliação do âmbito de
aplicação da epidemiologia. Agora, ela engloba não apenas as
doenças crônicas degenerativas, mas também as anomalias
congênitas e uma variedade de eventos, como acidentes e
envenenamentos. Embora esses eventos não se configurem como
doenças em si, justificam uma abordagem semelhante. Portanto, é
comum afirmar que a epidemiologia se dedica ao estudo de
qualquer dano ou agravo à saúde quando analisado em termos
populacionais.
Conforme Almeida-Filho e Rouquayrol (2002), a Ciência
Epidemiológica é utilizada para o estudo dos determinantes de
saúde/enfermidade; a análise das situações de saúde subsidiando
planejamento e gestão em saúde; e, ainda, a avaliação de
programas, atividades e procedimentos preventivos, diagnósticos e
terapêuticos.
Vamos Exercitar?
Como prevenir doenças infectocontagiosas?
Diversas estratégias são empregadas para prevenir a disseminação
dessas doenças, entre elas:
Vacinação: a vacinação é uma das medidas mais eficazes para
prevenir doenças infecciosas. Ela estimula o sistema
imunológico a produzir uma resposta de defesa contra agentes
patogênicos, conferindo imunidade.
Medidas de Higiene: a promoção de hábitos higiênicos, como
lavagem frequente das mãos, práticas adequadas de
saneamento básico e cuidados com a higiene pessoal, contribui
significativamente para evitar a propagação de microrganismos.
Isolamento: isolar indivíduos infectados é uma prática
importante para evitar a transmissão de doenças contagiosas.
Essa medida é especialmente fundamental durante surtos e
epidemias.
No âmbito do controle e erradicação, alguns casos notáveis incluem
a bem-sucedida erradicação da varíola. O programa de erradicação
da varíola foi uma iniciativa global que envolveu intensa vacinação,
vigilância epidemiológica e isolamento de casos. Esse esforço
conjunto resultou na erradicação completa da varíola em 1980,
tornando-se um marco na história da saúde pública.
Outros exemplos de programas de controle incluem campanhas de
vacinação em larga escala para doenças como a poliomielite e o
sarampo. Essas estratégias visam reduzir a incidência e controlar a
disseminação dessas enfermidades, buscando eventualmente a sua
erradicação.
É importante ressaltar que o sucesso dessas iniciativas depende da
colaboração entre governos, organizações de saúde, profissionais
da área e a participação ativa da comunidade.
Saiba Mais
No Brasil, o último caso de infecção pelo poliovírus selvagem
ocorreu em 1989, na cidade de Souza/PB. A estratégia adotada para
a eliminação do vírus no país foi centrada na realização de
campanhas de vacinação em massa com a vacina oral contra a
pólio (VOP).
No ano de 2009, tivemos uma epidemia que foi controlada
rapidamente. Esta publicação da FIOCRUZ traz informações de
como foi essa experiência exitosa. Combate à epidemia de H1N1:
um histórico de sucesso.
A Saúde Pública desempenha um trabalho fundamental para o
controle das doenças infectocontagiosas. Explore dados relativos à
Vigilância de Doenças Transmitidas por Vetores.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA-FILHO, N. D.; ROUQUAYROL, M. Z. Introdução à
Epidemiologia. 3. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2002.
PAIM, J.S.; ALMEIDA FILHO, N. Saúde Coletiva: teoria e prática. 1.
ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2014. [MINHA BIBLIOTECA].
PEREIRA, M. G. (2023). Epidemiologia: Teoria e Prática. (Reimpr.).
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.
ROUQUAYROL, M. Z.; SILVA, M. G. C. Rouquayrol: epidemiologia
& saúde. 8. ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2018. [MINHA
BIBLIOTECA].
SOLHA, R. K. T. Sistema único de saúde: componentes, diretrizes
e políticas públicas. São Paulo: Érica, 2014. [MINHA BIBLIOTECA].
Aula 3
https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Poliomielite
https://cee.fiocruz.br/?q=node/1314#:~:text=At%C3%A9%20o%20momento%2C%20a%20campanha,e%202.146%20mortes%20em%202009
https://www.saude.pr.gov.br/Pagina/Vigilancia-de-Doencas-Transmitidas-por-Vetores-DVDTVBASES DA VIGILÂNCIA EM
SAÚDE
Bases da Vigilância em Saúde
Seja bem-vindo à disciplina de Saúde Pública!
Durante esta videoaula, você vai compreender a importância
fundamental do estudo da vigilância em saúde. Essa área
desempenha um papel essencial no fortalecimento dos sistemas de
saúde, na promoção da saúde pública e na busca contínua pela
melhoria da qualidade de vida da população. 
Serão explorados temas como a prevenção, controle e resposta
eficaz a desafios e ameaças à saúde, destacando como a vigilância
em saúde desempenha um papel central nesse processo. Além
disso, serão abordadas questões relacionadas ao monitoramento de
epidemias, identificação precoce de casos, implementação de
medidas preventivas e avaliação da eficácia das intervenções.
Ponto de Partida
Nos últimos anos, observou-se a consolidação do conceito de
"vigilância em saúde pública", resultando na diminuição da utilização
do termo "vigilância epidemiológica" na prática diária. É relevante
destacar que essa questão terminológica se originou da
discrepância em relação a três aspectos fundamentais sobre a
abrangência da vigilância como atividade de saúde pública.
Devemos salientar que essa evolução do conceito de "vigilância"
está inserida no processo mais amplo de consolidação da
epidemiologia moderna como disciplina fundamental da saúde
pública. Essas mudanças foram, portanto, influenciadas, em certa
medida, pela alteração de paradigmas. Na prática, o foco da
vigilância expandiu-se de doenças transmissíveis para não
transmissíveis, abrangendo determinados fatores de risco e outras
condições relevantes para a saúde pública. Assim, no contexto do
atual modelo de determinantes da saúde, considera-se que o termo
"vigilância em saúde pública" expressa de maneira mais apropriada
a visão abrangente necessária para implementar a epidemiologia
nos serviços de saúde locais.
Vamos Começar!
Em uma abordagem prática, a vigilância é compreendida como a
observação sistemática e contínua da frequência, distribuição e dos
determinantes dos eventos de saúde, incluindo as suas tendências
na população. É fundamental que todo sistema de vigilância seja
respaldado por um arcabouço legal estabelecido pelo Estado para
garantir a eficiência operacional desse sistema.
Esse conceito engloba dois componentes operacionais:
A mensuração sistemática de problemas prioritários de saúde
na população, registrando e transmitindo dados.
A comparação e interpretação desses dados com o intuito de
identificar possíveis alterações no estado de saúde da
população e em seu ambiente.
O funcionamento de um sistema de vigilância envolve três
componentes essenciais: a população afetada pela doença, a
rede de serviços de saúde e a autoridade de saúde pública. O
processo se inicia na população em que a doença ocorre e se
encerra na população na qual são implementadas as medidas
de prevenção e controle da doença.
Destaca-se o papel crucial desempenhado pela rede de serviços de
saúde nesse contexto, sendo responsável por identificar, notificar e
confirmar os eventos de saúde sob vigilância. Além disso, é por
meio dessa rede que os programas de prevenção e controle
executam diversas ações. A eficiência do sistema de vigilância
depende, em grande medida, do nível de organização,
infraestrutura, capacitação e compromisso das redes de serviços de
saúde locais. 
Um aspecto prático relacionado ao funcionamento dos serviços de
vigilância é a seleção criteriosa dos eventos de saúde a serem
monitorados. Dentro da priorização desses eventos, é fundamental
que sejam específicos, mensuráveis e suscetíveis a intervenções. A
escolha das doenças ou condições a serem vigiadas deve orientar-
se pelos princípios de clara importância em saúde pública, na
existência de ações específicas passíveis de serem implementadas
e disponibilidade fácil dos dados relevantes para a vigilância.
Siga em Frente...
Para atender a esses princípios, é essencial que o sistema de
vigilância seja realista, oportuno e conte com uma infraestrutura
mínima. A prática eficaz da saúde pública no nível local não apenas
se apoia na eficiência dos sistemas de vigilância, mas também na
condução de investigações epidemiológicas e na coordenação
efetiva dos programas de prevenção e controle.
A vigilância em saúde tem como objetivo a observação e a análise
contínuas da situação de saúde da população, visando controlar
determinantes, riscos e danos à saúde em territórios específicos.
Inclui ações de vigilância, promoção, prevenção e controle de
doenças, abordando tanto aspectos individuais quanto coletivos, e
atua em diversos campos, como vigilância epidemiológica, vigilância
das doenças não transmissíveis, vigilância da situação de saúde,
vigilância ambiental em saúde, vigilância da saúde do trabalhador e
vigilância sanitária. Essas ações devem ser incorporadas
diariamente em todos os níveis de atenção à saúde.
A vigilância epidemiológica compreende a coleta, processamento e
análise contínua de dados, investigação de casos e surtos,
divulgação de informações e recomendação de medidas de controle.
A vigilância da situação de saúde monitora indicadores relevantes
para um planejamento mais abrangente da saúde.
A vigilância em saúde ambiental busca detectar mudanças nos
fatores ambientais que afetam a saúde humana, recomendando
medidas de prevenção e controle. A vigilância da saúde do
trabalhador visa à promoção e proteção da saúde de trabalhadores
expostos a riscos ocupacionais.
A vigilância sanitária atua na eliminação, redução ou prevenção de
riscos à saúde, abrangendo desde a produção até o consumo de
bens e serviços relacionados à saúde. A promoção da saúde busca
elevar a qualidade de vida, reduzir vulnerabilidades e riscos por
meio de ações específicas.
O Sistema Nacional de Vigilância em Saúde, coordenado pela
Anvisa, integra subsistemas de vigilância epidemiológica e saúde
ambiental. Além disso, envolve o Sistema Nacional de Laboratórios
de Saúde Pública, sistemas de informação, programas de
prevenção e controle de doenças, incluindo imunizações, e as
políticas nacionais de saúde do trabalhador e promoção da saúde.
As principais vigilâncias foram previstas desde a Constituição
Federal de 1988, sendo caracterizadas em sucessivas normativas
posteriores, sendo as principais: 
Lei 8.080/1990: coloca as formas de vigilância no campo de atuação
do SUS; executa as ações de vigilância sob responsabilidade
municipal.
Política Nacional de Vigilância em Saúde (2018): regionalização da
vigilância, com a sua inclusão nas Redes de Atenção à Saúde;
intervenções individuais ou coletivas em todos os pontos de
atenção.
Pacto pela Saúde (2006): inclui vigilância em saúde no Plano Diretor
de Investimento (PDI); cria um bloco de financiamento direcionado
para a vigilância; todos os municípios se responsabilizam pela
vigilância.
Os sistemas de informação em saúde são instrumentos
padronizados de monitoramento e coleta de dados, que têm como
objetivo primordial o fornecimento de informações para análise e
melhor compreensão de importantes problemas de saúde da
população, subsidiando a tomada de decisões nos níveis municipal,
estadual e federal. A seguir, vamos conhecer alguns desse sistemas:
Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM): coleta dados
sobre óbitos, fornecendo informações para o monitoramento da
mortalidade e embasando políticas de saúde.
Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (SINASC):
registra informações sobre nascidos vivos, essenciais para o
planejamento e avaliação de políticas materno-infantis.
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN):
coleta dados sobre doenças de notificação compulsória,
permitindo o controle de surtos e epidemias.
Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações
(SI-PNI): registra dados relacionados à imunização, facilitando
o controle de doenças imunopreveníveis.
Sistema do Programa Nacional de Controle da Dengue
(SISPNCD): monitora e controla a ocorrência de casos de
dengue, contribuindo para a prevenção e resposta a surtos.
Sistemade Informação de Câncer (SISCAN): registra
informações sobre casos de câncer, auxiliando na análise da
incidência e no planejamento de políticas de prevenção e
tratamento.
A relação de doenças e agravos sujeitos à notificação compulsória,
abrangida pelo SINAN, abarca tanto as doenças infectocontagiosas
quanto causas externas (como acidentes de trabalho, violência
doméstica e sexual). Essa lista possui alcance nacional, permitindo
que cada estado e município tenham a faculdade de considerar
outros eventos relevantes para inclusão no monitoramento.
Os eventos sujeitos à notificação compulsória são categorizados
como suspeitos ou confirmados. Quando um evento notificado é
classificado como 'suspeito', ele é encaminhado para investigação,
podendo envolver comprovação laboratorial.
Essa prática é fundamental para o monitoramento epidemiológico,
permitindo a identificação precoce de surtos, o planejamento de
ações de controle, a alocação eficiente de recursos, a realização de
estudos epidemiológicos e a implementação de estratégias de
prevenção. Além disso, a notificação compulsória atua como um
alerta para profissionais de saúde, possibilitando respostas rápidas
no diagnóstico, tratamento e controle de doenças.
Vamos Exercitar?
Como as ações de vigilância em saúde
podem impactar no planejamento da saúde
pública?
A vigilância em saúde detém conhecimentos e metodologias que
auxiliam a gestão para o conhecimento da realidade, na
identificação de problemas, no estabelecimento de prioridades de
atuação e melhor utilização dos recursos em busca de resultados
efetivos, fundamentais para a elaboração do planejamento.
Saiba Mais
São de comunicação obrigatória à autoridade de saúde a suspeita
ou a confirmação de eventos de saúde pública, doenças e agravos
listados, de acordo com a Portaria vigente, bem como a notificação
de surto, a serem realizadas pelos profissionais de saúde ou
responsáveis pelos estabelecimentos de saúde públicos ou
privados. Veja mais sobre o assunto no seguinte artigo. DOENÇAS
E AGRAVOS DE NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA.
Na área da saúde, a vigilância está relacionada às práticas de
atenção e promoção da saúde dos cidadãos e aos mecanismos
adotados para prevenção de doenças. Para obter informações
adicionais sobre o assunto acesse: Vigilância em Saúde.
As emergências em saúde pública são caracterizadas como
situações que exigem a adoção de medidas urgentes de prevenção,
controle e contenção de riscos, sejam decorrentes de surtos e
epidemias, desastres ou desassistência à população e que
contribuem de forma expressiva na morbimortalidade no mundo,
muitas vezes com efeitos limitantes ao trânsito de pessoas e/ou ao
comércio entre os países. Diante desse cenário, é crucial contar
com um planejamento eficaz para lidar com possíveis emergências
em saúde pública. Consulte: PLANO DE RESPOSTA ÀS
EMERGÊNCIAS EM SAÚDE PÚBLICA.
Vigilância em Saúde do Trabalhador na perspectiva de gestores e
tomadores de decisão.
https://epirio.svs.rio.br/wp-content/uploads/2024/01/NotificacaoCompulsoria_Final.pdf
https://epirio.svs.rio.br/wp-content/uploads/2024/01/NotificacaoCompulsoria_Final.pdf
https://pensesus.fiocruz.br/vigilancia-em-saude
https://www.vs.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/2022/03/PLANO-DE-RESPOSTA-AS-EMERGENCIAS-EM-SAUDE-PUBLICA.docx.pdf
https://www.vs.saude.ms.gov.br/wp-content/uploads/2022/03/PLANO-DE-RESPOSTA-AS-EMERGENCIAS-EM-SAUDE-PUBLICA.docx.pdf
A Vigilância em Saúde do Trabalhador faz parte das iniciativas de
Vigilância em Saúde, concentrando-se na promoção da saúde dos
trabalhadores e na prevenção de riscos decorrentes das condições
de trabalho, que podem resultar em acidentes e doenças
ocupacionais. Para obter mais informações sobre o tema, consulte o
artigo: Vigilância em Saúde do Trabalhador na perspectiva de
gestores e tomadores de decisão.
Para obter mais informações sobre o assunto, recomendamos a
leitura do primeiro capítulo do livro COSTA, A. A. Z.; HIGA, C. B. D.
O. Vigilância em Saúde. Revisão técnica: Márcia Otero Sanches.
Porto Alegre: SAGAH, 2018.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA-FILHO, N. D.; ROUQUAYROL, M. Z. Introdução à
Epidemiologia. 3. ed. Rio de Janeiro: MEDSI, 2002.
COSTA, A. A. Z.; HIGA, C. B. D. O. Vigilância em Saúde [recurso
eletrônico]. Revisão técnica: Márcia Otero Sanches. Porto Alegre:
SAGAH, 2018. [MINHA BIBLIOTECA].
PAIM, J.S.; ALMEIDA FILHO, N. Saúde Coletiva: teoria e prática. 1.
ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2014. [MINHA BIBLIOTECA].
PEREIRA, M. G. Epidemiologia: Teoria e Prática. (Reimpr.). Rio de
Janeiro: Guanabara Koogan, 2023.
ROUQUAYROL, M. Z.; SILVA, M. G. C. Rouquayrol: epidemiologia
& saúde. 8. ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2018. [MINHA
BIBLIOTECA].
SOLHA, R. K. T. Sistema único de saúde: componentes, diretrizes
e políticas públicas. São Paulo: Érica, 2014. [MINHA BIBLIOTECA].
https://www.scielo.br/j/rbso/a/m4BkW8bST7VHMycCscgzCXf/
https://www.scielo.br/j/rbso/a/m4BkW8bST7VHMycCscgzCXf/
Aula 4
ESTUDOS
EPIDEMIOLÓGICOS
Estudos epidemiológicos
Seja bem-vindo à disciplina de Saúde Pública!
Esta videoaula permitirá que você compreenda a importância dos
estudos epidemiológicos na identificação de causas, fatores de risco
e no desenvolvimento de estratégias preventivas para a saúde
pública.
Vamos lá!
Ponto de Partida
Estudos epidemiológicos são pesquisas científicas que investigam a
distribuição e os determinantes de doenças e eventos de saúde em
populações humanas. O objetivo principal é identificar padrões,
fatores de risco e associações que influenciam o surgimento, o
desenvolvimento e a propagação de doenças. Esses estudos são
essenciais para o planejamento de políticas de saúde pública,
prevenção de doenças e promoção da saúde.
Vamos Começar!
A realização de estudos epidemiológicos é essencial para identificar
causas e fatores de risco de doenças, desenvolvendo estratégias
preventivas. Esses estudos visam reduzir a exposição a riscos, com
foco principal na diminuição de incidência e mortalidade de
enfermidades. A seguir, abordaremos alguns dos estudos mais
comuns.
Estudos observacionais oferecem à natureza a oportunidade de
determinar seu curso, em que o pesquisador realiza medições, mas
não interfere. Esses estudos podem ser divididos em descritivos e
analíticos.
Um estudo descritivo limita-se a descrever a ocorrência de uma
doença em uma população, frequentemente marcando o primeiro
passo de uma investigação epidemiológica.
Um estudo analítico aprofunda as relações entre o estado de saúde
e outras variáveis.
A maioria dos estudos epidemiológicos é de natureza analítica, com
estudos descritivos puros sendo raros, mais comuns em estatísticas
vitais. No entanto, estes constituem uma fonte relevante para o
desenvolvimento de novas pesquisas epidemiológicas.
Por outro lado, os estudos experimentais ou de intervenção buscam
modificar os determinantes de uma doença, como exposições ou
comportamentos, ou interromper o progresso de uma doença por
meio de tratamento. Semelhantes a experimentos em outras
ciências, os estudos experimentais enfrentam restrições
significativas, especialmente quando envolvem intervenções na
saúde das pessoas. Os principais delineamentos experimentais
incluem ensaios clínicos randomizados (com participantes sendo
pacientes); ensaios de campo (envolvendo pessoas saudáveis);
ensaios comunitários (nos quais os participantes são membros da
própria comunidade).
O início de estudos epidemiológicos envolve a formulação de um
problema de pesquisa associado a uma doença ou agravo
específico dentro de uma população definida. A investigação inclui a
análise de possíveis formas de controle da condição, contribuindo
para a promoção da saúde e a prevenção de complicações
associadas.
No âmbito desses estudos, a população em análise apresenta
variações, como sexo ou gênero, idade, peso e estatura, que podem
ser categorizadas como qualitativas ou quantitativas.
Variáveis quantitativas - mensuráveis em termos de frequência e
intensidade, subdividindo-se em:
Contínuas: aceitam qualquer valor numéricoem um intervalo
específico, como peso, pressão arterial, glicemia e idade.
Discretas ou descontínuas: assumem apenas valores inteiros
obtidos por contagem, como número de gestações e número
de habitantes.
Variáveis qualitativas: compreendem categorias distintas e se
subdividem em:
Ordinais: apresentam ordem ou hierarquia, exemplificadas por
escores de Apgar, Escala de Glasgow e classificações de
hipertensão.
Nominais: as categorias não possuem ordenação, sendo
exaustivas e mutuamente exclusivas. Exemplos incluem sexo
(masculino/feminino), estado de saúde (sim/não), situação
conjugal e ocupação.
Além dessa classificação, as variáveis são categorizadas como
independentes ou dependentes para destacar a relação entre elas. A
variável independente, ou variável preditora, influencia a mudança
no estado de saúde/doença, representando o fator de risco ou
exposição. Enquanto a variável dependente ou resposta é o efeito
observado, como a presença de doença ou agravo.
A mensuração das variáveis é crucial para evitar erros de aferição.
Portanto, os instrumentos utilizados para aferições, sejam dosagens,
medidas ou perguntas em questionários, devem possuir precisão e
acurácia para evitar erros aleatórios e sistemáticos,
respectivamente, assegurando a validade dos resultados do estudo
e sua generalização para a população em geral.
A precisão de uma medida refere-se à semelhança dos valores em
cada medição, enquanto a acurácia é a capacidade da variável de
representar o que está estabelecido, sendo influenciada por erros
sistemáticos decorrentes de viés do aferidor, do instrumento e do
sujeito.
A metáfora do alvo ilustra a relação entre precisão e acurácia.
Embora o número ideal de participantes para um estudo seja toda a
população, utiliza-se uma amostra devido ao tempo, obtenção de
resultados e custos associados à avaliação de toda a população.
A amostra deve ser representativa da população de referência,
permitindo a generalização dos resultados e a inferência estatística.
A amostragem pode ser probabilística, selecionando aleatoriamente
os participantes para obter significância estatística, ou por
conveniência, escolhendo participantes de forma mais acessível,
mas potencialmente não representativa da população.
A escolha de um desenho de estudo está condicionada à formulação
da hipótese, aos objetivos específicos e aos recursos disponíveis.
Abaixo, são apresentados alguns tipos de estudos:
Estudos Ecológicos: Este tipo de estudo compara indicadores
de saúde com indicadores gerais, como a incidência de
carcinoma de pulmão em relação à média de consumo de
tabaco. A comparação é realizada entre populações situadas
em diferentes áreas geográficas.
Estudos de Tendência ou Séries Temporais: Nesses estudos,
os indicadores de saúde são monitorados ao longo do tempo
dentro de uma mesma população. Por exemplo, a incidência de
carcinoma de pulmão é acompanhada ano a ano durante um
período específico, como dez anos.
Ensaios Comunitários: Embora pouco utilizados, esses estudos
exploram intervenções destinadas a problemas de saúde
específicos. Por exemplo, pode-se analisar a incidência de
carcinoma de pulmão após a proibição do tabagismo em
lugares públicos, comparando áreas onde a proibição foi
implementada com aquelas em que não foi.
Ensaios Clínicos: Esses estudos de intervenção, também
chamados de experimentos, têm o indivíduo como unidade de
coleta. Eles avaliam a eficácia e efetividade de procedimentos
diagnósticos, preventivos e terapêuticos, além de testar
hipóteses etiológicas. Exemplos incluem estudos comparativos
sobre tratamentos de doenças, analisando a eficácia de um
medicamento novo em comparação com um já amplamente
utilizado em grupos de pessoas com características
homogêneas.
Siga em Frente...
Agora, vamos explorar mais detalhadamente os inquéritos, estudos
de coorte e caso-controle, os quais são amplamente utilizados para
investigar hipóteses de causalidade em populações:
Estudo Transversal ou Inquérito: Esses estudos determinam a
exposição e o desfecho simultaneamente, fornecendo uma
"fotografia" em um ponto no tempo. Resultam na prevalência da
doença/agravo, sendo conhecidos como estudos de
prevalência.
Estudo de Caso-Controle ou Retrospectivo: Nesses estudos,
casos (indivíduos com a doença/agravo) são inicialmente
selecionados, bem como controles (indivíduos sem o desfecho
estudado) que são semelhantes aos casos. Os participantes
são recrutados após o efeito ter ocorrido, tornando-os já
doentes. A exposição ao fator de risco é investigada
retrospectivamente, dependendo da memória do paciente.
Estudo de Coorte: O estudo de coorte, também conhecido
como estudo de incidência, tem como objetivo avaliar o risco de
uma exposição ou fator desencadeador de uma doença. Para
isso, compara-se um grupo de indivíduos expostos com um
grupo não exposto. Esse tipo de estudo é único em sua
capacidade de confirmar hipóteses causais, pois acompanha
os indivíduos ao longo do tempo, desde a exposição até o
desenvolvimento da doença/agravo, permitindo a determinação
da incidência da doença. Ele começa com grupos homogêneos
de indivíduos não doentes, agrupados com base em uma
variável como ano de nascimento, área geográfica, entre
outras, formando o que é denominado de coorte. Registra-se a
exposição aos fatores de risco e, após um período de
seguimento geralmente longo, observa-se a ocorrência ou não
do desfecho em quatro grupos.
Existem dois tipos principais de estudos de coorte: 
Prospectivo ou Longitudinal ou Concorrente: o pesquisador
seleciona uma população inicialmente livre da doença e realiza
o acompanhamento ao longo do tempo até o desenvolvimento
da doença ou não.
Retrospectivo ou Coorte Histórico: seleciona-se uma população
ou coorte que possui registros de exposição ao fator de risco
obtidos no passado. Posteriormente, verifica-se a presença ou
ausência da doença no presente.
Essa abordagem permite uma análise detalhada da relação
temporal entre a exposição e o desfecho, fornecendo uma visão
abrangente sobre a associação entre os fatores de risco e o
desenvolvimento da doença.
Os Estudos Epidemiológicos desempenham um papel vital na
Saúde Pública, fornecendo uma base científica sólida e orientando
políticas com evidências. A sua contribuição se destaca na
Prevenção Primária, identificando riscos e promovendo práticas
saudáveis. Esses estudos aprimoram a Saúde Comunitária ao
direcionar estratégias específicas para grupos de risco. Contribuem
para a alocação eficiente de recursos, otimizando intervenções nas
áreas mais críticas. Além disso, melhoram a capacidade de resposta
do sistema de saúde, antecipando desafios e capacitando
autoridades para crises. Em resumo, os estudos epidemiológicos
são cruciais na orientação de práticas de saúde pública,
promovendo o bem-estar com base em evidências e adaptação às
necessidades comunitárias.
Vamos Exercitar?
Quais são as aplicações práticas dos
estudos epidemiológicos na saúde pública?
Identificação de Fatores de Risco: os estudos epidemiológicos
ajudam a identificar e quantificar os fatores de risco associados a
doenças, permitindo a implementação de estratégias preventivas
específicas.
Planejamento de Políticas de Saúde: contribuem para o
desenvolvimento de políticas públicas de saúde, fundamentadas em
dados sólidos sobre a prevalência e a distribuição de doenças na
população.
Avaliação de Intervenções: permitem avaliar a eficácia de
intervenções de saúde, como programas de vacinação, campanhas
de conscientização e políticas de prevenção.
Monitoramento de Doenças Endêmicas: facilitam o monitoramento
contínuo de doenças endêmicas, possibilitando uma resposta rápida
a surtos e epidemias. 
Avaliação de Impacto: permitem avaliar o impacto das intervenções
na saúde da população, medindo a redução da incidência de
doenças e melhoria nos indicadores de saúde.
Saiba Mais
Para aprofundar os seus conhecimentos sobre estudos
epidemiológicos segue uma sugestão de leitura. Tipos de estudos
epidemiológicos: conceitos básicos e aplicaçõesna área do
envelhecimento. e Tipos de estudos epidemiológicos.
Outra obra com uma linguagem acessível e de fácil compreensão:
Tipos de estudos epidemiológicos.
A Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) oferece um vídeo que
explora a discussão em torno do tema da epidemiologia, abordando
dois estudos epidemiológicos. Estudos Epidemiológicos- Estudos
de Corte e Intervenção.
 Recomendamos, também, a leitura do capítulo12, Métodos
Empregados em Epidemiologia, do livro PEREIRA, M. G.
Epidemiologia - Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Guanabara
Koogan, 2023: Grupo GEN, 1995.
Referências Bibliográficas
ALMEIDA-FILHO, N. D.; BARRETO, M. L. Desenhos de Pesquisa
em Epidemiologia. In: Epidemiologia & Saúde: fundamentos,
http://scielo.iec.gov.br/pdf/ess/v12n4/v12n4a03.pdf
http://scielo.iec.gov.br/pdf/ess/v12n4/v12n4a03.pdf
http://scielo.iec.gov.br/pdf/ess/v12n4/v12n4a03.pdf
http://www.capcs.uerj.br/tipos-de-estudos-epidemiologicos/
http://www.capcs.uerj.br/tipos-de-estudos-epidemiologicos/
https://www.canalsaude.fiocruz.br/canal/videoAberto/estudos-epidemiologicos-estudos-de-corte-e-intervencao-sbcm-pan-0004
https://www.canalsaude.fiocruz.br/canal/videoAberto/estudos-epidemiologicos-estudos-de-corte-e-intervencao-sbcm-pan-0004
métodos, aplicações. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2012. p.
165–174.
GORDIS, L. Epidemiologia. 4. ed. Rio de Janeiro: REVINTER, 2010.
PAIM, J.S.; ALMEIDA FILHO, N. Saúde Coletiva: teoria e prática. 1.
ed. Rio de Janeiro: MedBook, 2014.
PEREIRA, M. G. Epidemiologia - Teoria e Prática. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2023:.Grupo GEN, 1995.
ROUQUAYROL, M. Z.; SILVA, M. G. C. Rouquayrol: epidemiologia
& saúde. 8. ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2018.
SOLHA, R. K. T. Sistema único de saúde: componentes, diretrizes
e políticas públicas. São Paulo: Érica, 2014.
Encerramento da Unidade
A EPIDEMIOLOGIA NO
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE.
Videoaula de Encerramento
Esta aula será uma oportunidade valiosa para refletir sobre a
importância da epidemiologia na promoção da saúde pública.
Abordaremos temas essenciais relacionados à Vigilância em Saúde,
destacando a sua função central na prevenção, controle e resposta
a desafios à saúde. Além disso, exploraremos questões como
monitoramento de epidemias, identificação precoce de casos e
avaliação de intervenções. Também discutiremos a relevância dos
Estudos Epidemiológicos no planejamento de políticas de saúde e
promoção da saúde.
Vamos lá! 
Ponto de Chegada
Nesta videoaula, o nosso objetivo é proporcionar uma compreensão
da epidemiologia, uma ciência que vai além de números e
estatísticas, explorando o processo saúde-doença em comunidades.
Vamos aprender como esta disciplina analisa a distribuição e os
fatores determinantes das enfermidades, bem como os eventos
associados à saúde coletiva.
Exploraremos a evolução do conceito de epidemiologia, desde as
suas raízes históricas até a sua abordagem contemporânea.
Compreenderemos os princípios básicos que fundamentam a
análise dos eventos relacionados à saúde em populações.
No contexto das doenças transmissíveis, destacaremos os avanços
no controle que resultaram na redução da incidência, especialmente
em países desenvolvidos. Refletiremos sobre o passado, quando
essas doenças eram predominantes, e como a industrialização
contribuiu para o seu controle, marcando a transição para as
doenças não transmissíveis. Exploraremos conceitos fundamentais,
como período de latência, reservatórios, hospedeiros e modos de
transmissão. Concluiremos examinando exemplos específicos de
doenças causadas por diferentes agentes infecciosos, oferecendo
uma visão abrangente do papel crucial da epidemiologia na
compreensão e controle dessas condições.
A realização de estudos epidemiológicos é fundamental para
identificar as causas e os fatores de risco de doenças,
desenvolvendo estratégias preventivas. Abordaremos alguns dos
estudos mais comuns, como os observacionais, que permitem à
natureza determinar o seu curso, e os experimentais, que buscam
modificar determinantes de uma doença. Nosso enfoque será na
compreensão desses estudos como ferramentas essenciais para a
promoção da saúde pública.
É Hora de Praticar!
Estudo de caso: “Surto de toxoplasmose em local de trabalho”.
Em um ambiente de trabalho em que os funcionários rotineiramente
faziam as refeições e no qual o almoço era preparado no local,
emergiu um surto de sintomas associados à toxoplasmose. Esse
estabelecimento conta com um poço artesiano, utilizado pela
população local para obter água potável em galões de 20 litros
destinados ao abastecimento residencial. Após uma investigação
minuciosa realizada pela vigilância em saúde, inicialmente
suspeitou-se de contaminação da água do poço. No entanto, foi
posteriormente descoberto que a causa do surto estava relacionada
ao consumo de acelga crua contaminada com o microrganismo
responsável pela toxoplasmose.
Perguntas para Análise:
Identificação do Surto:
Quais foram os sintomas apresentados pelos funcionários
afetados pelo surto de toxoplasmose?
Como esses sintomas foram inicialmente associados ao local
de trabalho?
Investigação da Vigilância em Saúde:
Quais seriam os passos iniciais da investigação da vigilância
em saúde ao surgir o surto?
Como a possibilidade de contaminação da água do poço
artesiano foi considerada e investigada?
Identificação da Fonte:
Como a acelga crua foi identificada como a fonte de
contaminação?
Quais métodos seriam utilizados para confirmar a presença do
microrganismo causador da toxoplasmose na acelga?
Medidas de Controle e Prevenção:
Quais seriam as medidas imediatas a serem tomadas para
controlar o surto e evitar a propagação da toxoplasmose?
Como seriam orientados os trabalhadores sobre as práticas
seguras de preparo e consumo de alimentos?
Reflita
Quais foram os marcos históricos que contribuíram para a evolução
do conceito de epidemiologia?
De que maneira a abordagem contemporânea da epidemiologia
difere de suas raízes históricas?
Como a industrialização contribuiu para o controle de doenças
transmissíveis e a transição para doenças não transmissíveis?
Quais são os conceitos fundamentais, como período de latência e
modos de transmissão, que são essenciais para entender e
controlar doenças?
Em que medida os estudos observacionais, tanto descritivos quanto
analíticos, são essenciais para compreender a ocorrência de
doenças em uma população?
Quais são as limitações e os desafios enfrentados pelos estudos
experimentais ou de intervenção na modificação de determinantes
de doenças?
Resolução do estudo de caso
Identificação do Surto: os funcionários apresentaram alguns
sintomas, como febre, dor de cabeça e mal-estar geral, levando à
suspeita de uma doença transmitida por alimentos.
Investigação da Vigilância em Saúde: inicialmente, seria realizada
uma investigação epidemiológica para identificar padrões nos casos.
Realizar coleta de amostras de água do poço artesiano para análise
laboratorial, levando em consideração a fonte comum de água
potável para a população local.
Identificação da Fonte: com a investigação, descobriu-se que os
funcionários afetados compartilhavam o hábito de consumir acelga
crua nas refeições no local de trabalho. Análises microbiológicas
confirmaram a presença do microrganismo causador da
toxoplasmose na acelga.
Medidas de Controle e Prevenção: medidas imediatas incluíram a
interrupção da oferta de refeição no local de trabalho e do acesso a
água para população externa. Após esclarecimentos, foram
implementadas práticas rigorosas de higiene na manipulação de
alimentos e a promoção de cozinhar os vegetais antes do consumo.
Este estudo de caso destaca a importância da vigilância em saúde
na identificação e no controle de surtos, demonstrando como a
análise cuidadosa dos sintomas e a investigação sistemática
levaram à identificação precisa da fonte de contaminação e à
implementação de medidas eficazes de controle e prevenção.
Dê o play!
Assimile
Doenças de Notificação Compulsória: são de comunicação
obrigatória à autoridadede saúde a suspeita ou a confirmação de
eventos de saúde pública, doenças e agravos listados, de acordo
com a portaria vigente, bem como a notificação de surto, a serem
realizadas pelos profissionais de saúde ou responsáveis pelos
estabelecimentos de saúde públicos ou privados.
O ato de comunicar doenças de notificação compulsória não fere
regras éticas e é um dever legal. Não informar doenças e agravos
de notificação compulsória configura infração sanitária e é passível
de penalidades previstas no Código Sanitário do Município.
Referências
PEREIRA, M. G. Epidemiologia - Teoria e Prática. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2023: Grupo GEN, 1995. [MINHA BIBLIOTECA]
ROUQUAYROL, M. Z.; SILVA, M. G. C. Rouquayrol: epidemiologia
& saúde. 8. ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2018. [MINHA
BIBLIOTECA]
SOLHA, R. K. T. Sistema único de saúde: componentes, diretrizes
e políticas públicas. São Paulo: Érica, 2014. [MINHA BIBLIOTECA

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