Prévia do material em texto
Fundamentos emocionais da inteligência O conceito e os pilares da inteligência emocional, no estudo sobre emoção, habilidades socioemocionais e os processos que envolvem emoção e inteligência, e construção de relações e aprendizagens. Prof.ª Letícia Fonseca Reis Ferreira de Castro 1. Itens iniciais Propósito Conhecer a inteligência emocional amplia as possibilidades de aprender sobre as próprias emoções, conciliar aspectos emocionais e racionais do cérebro, favorecendo o desenvolvimento de habilidades e aprendizagens. Com a compreensão dos pilares da inteligência emocional é possível construir, assistir e intervir em relações mais saudáveis e tomar decisões pessoais e profissionais mais conscientes. Objetivos Identificar os conceitos teóricos e os pilares da inteligência emocional e suas abordagens. Analisar as principais perspectivas sobre emoções e o desenvolvimento de habilidades emocionais para a aprendizagem. Introdução Para pensarmos acerca do campo de investigação que envolve a inteligência emocional é necessário que alguns pontos sejam colocados em reflexão: Qual a relação entre inteligência, cérebro e emoção? Sem emoção há aprendizagem? Como o cérebro processa as emoções? Como as emoções influenciam os registros das memórias? Quais são as áreas cerebrais envolvidas nesse processo? Quais estratégias e ações podemos usar para potencializar o aprendizado? Sabemos que a inteligência emocional constitui um dos aspectos da inteligência entre os mais discutidos nos dias de hoje. De acordo com estudos e pesquisas sobre inteligência emocional, esse construto reflete e abrange o estudo das interações entre emoção e inteligência. É necessário compreender e ampliar o conceito do que se entende como inteligência/inteligente, incluindo, nos domínios da inteligência, aspectos relacionados ao mundo das emoções e dos sentimentos. Neste conteúdo, analisaremos os pilares da inteligência e a importância das emoções nessa constituição, partindo de estudos teóricos e reflexões sobre concepções acerca do tema. Veremos, também, estudos que trazem concepções alternativas/mistas da inteligência emocional, definidas a partir de outros campos, incorporando conceitos não intelectivos. Por fim, identificaremos como a inteligência emocional tem sido compreendida e aplicada em propostas práticas para pensar a aprendizagem e o controle emocional nesse processo. • • 1. Fundamentos teóricos da inteligência emocional A relação entre emoção e outras funções Para iniciarmos a reflexão sobre inteligência emocional, é imprescindível a compreensão do conceito de emoção na perspectiva de autores que baseiam a perspectiva da inteligência. Segundo Damásio (2000), as emoções são entendidas como adaptações singulares integradas ao mecanismo de sobrevivência fisiológica e social que os organismos necessitam, além de serem fundamentais para aprendizagem, uma vez que são sensores que atuam nas relações entre nós e o ambiente em que vivemos. Emoção é, por definição, uma resposta instintiva que temos, quando passamos pelas diversas situações da vida cotidiana. Entende-se que sem as emoções, as pessoas não percebem o significado nos acontecimentos do dia a dia. Desse modo, a emoção é percebida a partir de um estado afetivo intenso e de curta duração, percebido como uma reação do sujeito a certas condições e circunstâncias conscientes ou inconscientes. As emoções, muitas vezes, influenciam as pessoas em suas decisões e, por isso, é fundamental que o sujeito utilize sua capacidade mental de raciocinar, planejar, resolver problemas, abstrair e compreender ideias em prol de suas emoções e vice-versa. Em outras palavras, o que sentimos nos permite construir uma compreensão mais completa do que pensamos e, por outro lado, o que pensamos nos permite diferenciar melhor o que sentimos em um momento determinado. Estudos sobre as emoções, a partir de Vygotsky (2004) e Toassa (2009), demonstram como o desenvolvimento histórico-social do homem leva à sua consequente evolução psíquica, culminando no que Vygotsky denomina funções psicológicas superiores. Entre essas funções estão: Memória; Consciência; Percepção; Atenção; Fala; Pensamento; Vontade; Formação de conceitos; Emoção. Essas funções, juntas, formam um sistema psicológico em que todas se relacionam entre si, fomentando condições para o desenvolvimento dos sujeitos. Fato importante é que o aparecimento das funções psicológicas superiores (FPS) está subordinado às incitações do ambiente que permeiam as experiências do sujeito desde seu nascimento. Assim, as funções psicológicas passam de básicas e naturais a culturais e superiores quando mediadas nas relações e interações. • • • • • • • • • Nesse sentido, podemos entender que a emoção, sendo uma função psicológica superior/cultural, emerge de um processo de construção, que ocorre quando as funções psicológicas se combinam para gerar um significado emocional influenciado por fatores sociais. Comentário Nas linhas de pesquisa nessa área, as emoções estão relacionadas à sobrevivência humana, e atreladas à perspectiva de que as funções psicológicas superiores se relacionam e formam um sistema no qual encontramos emoção e outras funções fundamentais intimamente interligadas. Desse modo, ao compreender que memória, consciência, percepção, atenção, fala, pensamento, vontade, formação de conceitos e emoção formam um importante sistema, podemos afirmar que, tal como postulado por Vygotsky, há no sujeito uma importante capacidade de regular as próprias emoções. Se as emoções evoluem pela mediação da cultura, "[...] as emoções também são funções mediadas, são sentimentos humanos superiores, pois, até o próprio organismo reage a significados de forma que as sinapses cerebrais são mediadas socialmente" (SAWAIA, 2000, p. 14). Nesse caminho, a principal relação entre emoção e inteligência, pode ser pensada a partir do potencial de autorregulação existente no sujeito. Segundo Antunes (2010), a inteligência emocional pode ser entendida como a capacidade de identificarmos nossos próprios sentimentos, assim como os sentimentos de outras pessoas, gerenciando positivamente as emoções dentro de nós e em nossos relacionamentos. A inteligência emocional é compreendida como um tipo de inteligência que abrange as emoções voltadas para si mesmo, ou seja, dentro de um processo de regulação emocional. Parte-se da ideia de que o sujeito precisa de inteligência intelectual, flexibilidade mental, clareza em seus objetivos, e equilíbrio emocional. Nesse equilíbrio emocional, podemos identificar as habilidades para adquirir capacidade de se autoconhecer, assim como de regular sentimentos e emoções para relacionar-se com o emocional de outras pessoas. Definição de inteligência emocional: Goleman Na busca pela compreensão do conceito de inteligência emocional é fundamental iniciarmos com a definição de um dos autores mais conhecidos que discorre de forma clara sobre o tema. Goleman (2011) traz o conceito de inteligência emocional, a partir da possibilidade do ser humano aprender a gerir as próprias emoções e usufruí-las em benefício de si mesmo, partindo da premissa de que, ao desenvolvermos nossa inteligência emocional, conseguimos conciliar o lado emocional e racional do cérebro e lidar com situações, a partir do controle e gerenciamento de nossas emoções. Entender os pilares da inteligência emocional e aplicá-los em nossa vida cotidiana, possibilita a construção de relações mais saudáveis e direcionadas de modo intencional. Além disso, segundo o autor, a partir da compreensão desses pilares, seria possível a tomada de decisões conscientes. Acredita-se que a partir dessa perspectiva, o indivíduo possa tomar atitudes menos impulsivas e, portanto, não sinta arrependimentos por atos e ações realizadas sem planejamento. Goleman (2011) elenca cinco pilares da inteligencia emocional (IE) que, segundo ele, sustentam o conceito apresentado: Conhecer as próprias emoções O primeiro pilar é entendido como achave para inteligência emocional. O primeiro passo é conhecermos a nós mesmos, analisarmos nossas próprias emoções e as ações que fazemos em resposta aos estímulos recebidos. Como ponto fundamental, o autor aponta a importância de estarmos cientes de que a inteligência emocional é um processo gradual e que varia de pessoa para pessoa. Para esse primeiro pilar, é fundamental que cada pessoa conheça as próprias emoções, portanto, reflita sobre seus sentimentos e possíveis ações e pense de forma profunda sobre o que observou. Assim, ter consciência do que sente e como age é ponto fundamental para iniciar o processo. Controlar as emoções Nesse pilar, encontramos um pressuposto importante: todos nós passamos por momentos estressantes ou sentimos ansiedade em alguma medida, por algum motivo. Aprender a lidar com as emoções é um desafio motivado pela ideia de autocontrole. Entende-se que devemos evitar pensamentos focados em resultados negativos. Elege-se o otimismo como importante ferramenta, uma vez que se acredita que podemos olhar para as diversas situações entendendo que elas possuem várias saídas. Assim, quando estiver sob pressão, é fundamental manter a calma, encontrar distração, realizar uma atividade prazerosa e canalizar a ansiedade até que a mente tenha mais clareza e as ações se tornem mais objetivas, por exemplo. Automotivação Antes de tomarmos decisões, é imprescindível refletir se tal escolha trará benefícios e evitará, em potencial, conflitos e arrependimentos. Entende-se aqui que, ao saber utilizar adequadamente as emoções, os objetivos serão mais facilmente alcançados. Esse processo é consciente e ajuda a aprender a responder aos seus estímulos. Um desafio importante pressupõe primeiramente analisar como nos sentimos, para depois realizar escolhas conscientes. Empatia A empatia é um pilar fundamental para a inteligência emocional. Aprender a se colocar no lugar do outro é um processo muito enriquecedor. Reconhecer as emoções alheias e entender os comportamentos de outras pessoas nos torna mais sensíveis e abertos, possibilitando compreender o olhar do outro. A empatia é a base da inteligência emocional. Saber se relacionar interpessoalmente Partindo do pressuposto de que precisamos conhecer nossas emoções, um ponto-chave para a inteligência emocional é saber manejar as relações e guiar as emoções dos outros. Esse pilar propõe que a partir do cuidado com as relações poderemos auxiliar a criação de um ambiente positivo em nosso entorno, promovendo melhoras na própria qualidade de vida. Desenvolvimento emocional: da infância à vida adulta Vygotsky (2004) e Wallon (1998) são importantes autores da psicologia do desenvolvimento e grandes referências para estudos que envolvem a importância da interação com o meio e com outros sujeitos para nosso desenvolvimento psicológico, emocional e cognitivo. Cada autor em sua vertente nos mostra que o processo biológico, em alguma medida, tem influência direta nas interações e nos processos sociais nos quais estamos inseridos e vice-versa. Assim, pensando em desenvolvimento humano, é imprescindível compreendê-lo como um processo não linear, no qual, na medida em que vamos nos desenvolvendo, vamos também encontrando possibilidades que nos permitem controlar emoções e diversas situações. Wallon (1998), em seus estudos, investigou a emoção e a retratou como a primeira manifestação de necessidade afetiva do ser humano, ainda bebê. Ele ressalta que a partir da emoção estabelecemos um elo com o meio, tanto biológico como social. Partindo dessa perspectiva, a pessoa é permeada por emoção quando nasce. Esse fato nos permite compreender que quando bebês e crianças não temos ainda condições racionais de reagir às coisas, o que interfere na maneira de lidar com as circunstâncias que nos envolvem. Desse modo, na infância, encontramos maiores incidências de momentos de crise emocional, uma vez que tais turbulências são manifestações emocionais que fazem parte da construção do “eu” da criança, que vai se delineando pouco a pouco, até que ela tenha condições de compreender eventos mais racionalmente. Recomendação Nesse contexto, é fundamental pensar no papel do adulto. O profissional que trabalha com a infância precisa estar preparado e capacitado para lidar com esse processo e apresentar condições socioeducativas para guiar a criança na busca pela inteligência emocional. Assim, adultos com uma boa inteligência emocional oferecem mais chances de criar infantes com maior inteligência emocional também. Um ambiente favorável envolve o controle de situações ameaçadoras, que podem atrapalhar ou travar as inteligências. A postura empática e acolhedora do educador/ adulto pode trazer confiança e auxiliar no processo, trazendo benefícios para a vida da criança, para o desenvolvimento de suas inteligências e das relações ali instituídas. Nesse panorama, pensando na inteligência emocional da infância até a vida adulta, considera-se que a inteligência emocional e o controle das emoções, na tomada de decisões, são fatores imprescindíveis para as relações interpessoais e para a capacidade adaptativa, adquiridos de forma processual. Inteligência interpessoal e intrapessoal Na busca pela definição completa do conceito de inteligência emocional, encontramos com frequência processos e fatores diversos que circunscrevem um universo vasto de possibilidades, procurando identificar uma área de abrangência. Assim, temos alguns elementos encontrados associados à definição de inteligência emocional, como: Empatia; Motivação; Persistência e resiliência; Controle de impulsos; Capacidade de canalizar emoções para situações apropriadas; Prática da gratificação prorrogada; Capacidade de engajar terceiros em objetivos de interesses comuns. Seguindo esse percurso, Goleman (2011), utilizando o conceito de múltiplas inteligências, do psicólogo Howard Gardner, faz um mapeamento da inteligência emocional em cinco áreas de habilidades relacionadas a dois tipos de inteligências: a intrapessoal e a interpessoal. De acordo com essa perspectiva, algumas pessoas possuem maior aptidão para o desenvolvimento dessas habilidades – tanto em função de uma característica genética, como em razão de estímulos que recebem quando crianças – o que oportuniza uma maior predisposição para desenvolver tais inteligências ao longo da vida adulta. Para entender um pouco mais sobre essas áreas de habilidades, vamos aos conceitos: Inteligência interpessoal Abrange as habilidades relativas às interações sociais. É a capacidade que uma pessoa tem de se relacionar com as outras pessoas, sendo capaz de criar relacionamentos entendidos como saudáveis. Aqueles que se destacam por esse tipo de inteligência apresentam características relacionadas à empatia: Facilidade para conhecer novas pessoas; Compreensão das normas sociais; Simpatia e carisma; Conquista de confiança; Habilidade de comunicação; Facilidade de compreensão e interação. • • • • • • • • • • • • • Inteligência intrapessoal Como o próprio nome sugere, envolve características individuais e singulares do sujeito. É compreendida como a habilidade que uma pessoa tem de controlar e identificar suas próprias emoções. Envolve características como: Autoconhecimento; Equilíbrio; Foco; Ética; Autoestima; Persistência; Dedicação. Goleman (2011), ao correlacionar emoções e inteligência emocional, aponta que as emoções têm profunda e estreita relação com a inteligência, uma vez que a inteligência requer controle emocional para ser potencializada em seus diversos aspectos. Segundo o autor, a inteligência emocional tem mais responsabilidade sobre nosso sucesso que o próprio QI (coeficiente de inteligência), e isso vai além de sucesso em contextos profissionais, considerando as várias circunstâncias da nossa vida, em especial em nossas relações pessoais. Nesse sentido, o controle das emoções tem profunda relação com a gestão das relações. Comentário Goleman (2011) destaca a gestão de relações comoum importante domínio da inteligência emocional. A gestão das relações é definida pelo autor como a competência social que engloba um aspecto fundamental: a capacidade de ser honesto e ético, de forma assertiva. Tal competência traz consigo facilitadores para os relacionamentos, uma vez que inspira confiança no grupo em relação, e promove outros facilitadores relacionados à persuasão e à gestão de conflitos, bem como disponibilidade e colaboração para a mudança. Assim, a inteligência emocional para Goleman (2011) é a capacidade de reconhecer nossos próprios pensamentos e os dos outros para nos motivarmos e gerirmos as emoções em nós mesmos e nas relações interpessoais. Aprendizagem, memória e emoções Vamos, agora, buscar compreender como os estudos reconhecem a importância da relação entre as emoções e a memória. Partindo do pressuposto de que memória é a aquisição, a evocação e a conservação de informações, e sendo a aquisição também conhecida como aprendizagem, podemos afirmar que só lembramos daquilo que está conservado, gravado, portanto, aprendido. Segundo Machado (2011), existem vários tipos de memórias, classificadas de acordo com a sua função, tempo que duram e conteúdo. Cada uma dessas memórias também está relacionada, de alguma maneira, com • • • • • • • experiências emocionais, uma vez que sabemos que as emoções influenciam diretamente na forma de recordar fatos e acontecimentos. Os estados de ânimo, as emoções, o nível de alerta, a ansiedade e o estresse modulam fortemente as memórias. Em uma sala de aula, um aluno estressado ou pouco alerta não forma corretamente memórias. Um aluno que é submetido a um nível alto de ansiedade depois de uma aula pode esquecer aquilo que aprendeu. Um aluno estressado, na hora de evocação (em uma prova por exemplo) apresenta dificuldades para evocar. Isso se deve à operação de vários sistemas moduladores, cuja natureza e modo de ação hoje são bem conhecidos. (MACHADO, 2011, p. 43) Desse modo, podemos afirmar que a memória e a aprendizagem possuem estreita relação com as emoções, uma vez que lidam com a capacidade do cérebro de mudar o seu funcionamento em resposta a experiências. A aprendizagem se relaciona com a forma como a experiência altera o cérebro, enquanto a memória se relaciona com a maneira como essas mudanças são armazenadas e posteriormente ativadas, sempre por intermédio das experiências e emoções vivenciadas. Alicerçados também nos estudos de Goleman (2011), tais fundamentos possuem estreita relação com o pilar de controle e gestão das emoções pertencente ao conceito de inteligência emocional. Ao tecer reflexões sobre inteligência emocional, Goleman (2011) discorre acerca da existência de duas mentes: Racional Emocional Essas duas mentes são compreendidas como faculdades semi-independentes, que refletem o funcionamento de circuitos interligados, no cérebro. Goleman (2011), ao dimensionar a importância da mente racional e emocional, ressalta que “os sentimentos são essenciais para o pensamento e vice-versa”. Nesse sentido, ao pensarmos em articular práticas em sala de aula que vislumbrem a necessária valorização das emoções para a aprendizagem, é necessário entender que a compreensão desses conceitos – sobre a influência da emoção para memória e aprendizagem – deve fazer parte do currículo escolar de modo a atravessar as relações e constituir ações cotidianas no âmbito escolar. Desse modo, As reações emocionais exercem uma influência essencial e absoluta em todas as formas de nosso comportamento e em todos os momentos do processo educativo. Se quisermos que os alunos recordem melhor ou exercitem mais seu pensamento, devemos fazer com que essas atividades sejam emocionalmente estimuladas. A experiência e a pesquisa têm demonstrado que um fato impregnado de emoção é recordado de forma mais sólida, firme e prolongada que um feito indiferente. (VYGOTSKY, 2010, p. 121) De acordo com Vygotsky (2004), o afeto é uma emoção e está presente nos processos e nas relações sociais, portanto, na constituição do sujeito. A afetividade está no relacionamento com o “outro social”, por toda a sua vida, desde seu nascimento. Importância das emoções na aprendizagem e memória Compreenda o efeito modulador das emoções nos processos de aprendizagem e memória. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. A relação entre emoção e outras funções Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Definição de Inteligência Emocional: Goleman Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Inteligência Interpessoal e Intrapessoal Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado Questão 1 De acordo com os conceitos trazidos, sobre as características das emoções correlacionadas a Inteligência emocional, assinale a alternativa correta: A A inteligência emocional é a capacidade de reconhecer nossos próprios pensamentos e os dos outros para nos motivarmos e gerirmos as críticas em nós mesmos e nas relações interpessoais. B A inteligência emocional é a capacidade de reconhecer nossas próprias emoções e as dos outros para nos controlarmos e gerirmos os pensamentos em nós mesmos e nas relações afetivas. C A inteligência emocional é a capacidade de reconhecer nossos próprios pensamentos e os dos outros para nos controlarmos e gerimos os julgamentos em nós mesmos e nas relações profissionais. D A inteligência emocional é a capacidade de reconhecer nossos próprios pensamentos e os dos outros para nos motivarmos e gerirmos as emoções em nós mesmos e nas relações interpessoais. E A inteligência emocional é a capacidade de reconhecer, organizar e gerenciar as demais inteligências, separando-as e compreendendo que a simpatia é o principal pilar para seu desenvolvimento. A alternativa D está correta. A inteligência emocional está relacionada a habilidades que envolvem conceitos de motivação a si mesmo. Para além disso, entende-se que a inteligência emocional está associada à capacidade de reconhecer os próprios pensamentos e os dos outros para nos motivarmos e gerirmos as emoções em nós mesmos e nas relações interpessoais. Questão 2 Os estudos de Goleman a respeito de inteligência emocional foram fundamentados em pesquisas da área da neurologia. Leia as alternativas a seguir e assinale a ideia que concorda com o autor: A O conceito de inteligência emocional reflete o funcionamento de circuitos interligados, mas opostos aos estudos sobre o cérebro. B Os sentimentos não são essenciais para o pensamento, apenas para a saúde física. C Goleman mapeia a inteligência emocional em cinco áreas de habilidades, mas nenhuma relacionadas às relações interpessoais. D Na sua obra inteligência emocional, Goleman discorre acerca da existência de duas mentes: a racional, objeto tradicional de estudo, e a emocional. E Inteligência intrapessoal é a habilidade de se relacionar com o outro e cuidar de forma construtiva da relação afetiva. A alternativa D está correta. Os estudos de Goleman a respeito de inteligência emocional foram fundamentados em pesquisas da área da neurologia. Na sua obra Inteligência Emocional, Goleman discorre acerca da existência de duas mentes: a racional, objeto tradicional de estudo, e a emocional. Ambas são faculdades semi-independentes, que refletem o funcionamento de circuitos interligados, mas distintos do cérebro. "Os sentimentos são essenciais para o pensamento e vice-versa". 2. Controle emocional no processo de aprendizagem Emoções e humores: estímulos, reações e experiências Sabemos que o conceito de emoção está atrelado a um conjunto de respostas fisiológicas subjacentes às respostas comportamentais básicas e necessárias à sobrevivência. As emoções surgiram no processo evolutivo como um recurso para favorecer a sobrevivência, um mecanismo para sofisticar os recursosde sobrevivência, funcionando como um sensor entre nós e as circunstâncias, mobilizando reações rápidas. Certos aspectos das emoções são inconscientes e involuntários, como um gatilho que dispara a emoção, assim como as reações fisiológicas. Embora sejam involuntárias, podem se tornar conscientes. O processo que envolve a geração de emoções deve considerar, em primeira instância, a estrutura cerebral do ser humano e a existência de estímulos relevantes para o organismo, que preparam reações comportamentais como respostas. Assim, as definições de emoções encontradas na literatura sobre o tema levam em consideração três importantes características: Tendências de ação Reações fisiológicas Experiência subjetiva Vale mencionar que ao buscar a definição de “emoção”, encontramos inúmeras comparações entre dois conceitos diferentes: emoções e humores. Para Damásio (2000), as emoções são entendidas como uma forma de sentimento, de curta duração e direcionadas a um objeto ou evento. Sendo assim, podemos afirmar que as emoções são reações agudas, como: a raiva, a tristeza, o medo e a alegria. Já os humores são considerados mais difusos, menos intensos e independentes de estímulos ou eventos desencadeadores. Assim, podem ser exemplificados a partir da ansiedade, da depressão, da irritação e da felicidade, sendo menos específicos ou direcionados a circunstâncias ou objetos. Dessa maneira, podemos dizer que as emoções são “estados” mentais e também fisiológicos, constituídos por características imediatas e que provocam inúmeras reações nos aspectos motoras e hormonais. Além disso, as emoções podem alterar o curso de processos de aprendizagem e de comportamento, podendo ser definidas como reações afetivas agudas, de aspecto momentâneo, desencadeadas por estímulos significativos. Partindo desses entendimentos, compreende-se que as funções comportamentais estão diretamente relacionadas à emoção. Dessa maneira, é fundamental compreender que as emoções constituem além da atividade cerebral, também o comportamento e o humor, uma vez que elas influenciam o modo como nos envolvemos com outras pessoas em nosso dia a dia e afetam as decisões que tomamos. Assim, ao compreender os diferentes tipos de emoções, e encontrar formas de gerenciá-las/ controlá-las, você pode entender a melhor forma de expressar e mensurar o impacto que elas têm no seu comportamento e a forma como elas repercutem nas relações em que você está inserido. Além de pensarmos nas formas de lidar com as emoções, é preciso lembrar que nenhuma emoção é uma ilha. As emoções que sentimos têm muitas facetas e são complexas também em suas apresentações, trabalhando juntas para criar um intermeio diverso e cheio de combinações em nosso cérebro, possibilitando uma grande complexidade de nossa vida emocional. Emoções e estrutura cerebral Para compreender como as emoções se movimentam é importante conhecer um pouco mais sobre a estrutura cerebral com as quais estão relacionadas. De acordo com Damásio (2000), as emoções estão localizadas no encéfalo (estrutura cerebral) na regiões do hipocampo, área pré-frontal e sistema límbico. O sistema límbico é responsável pelas emoções, compreendidas como sentimentos subjetivos que suscitam manifestações fisiológicas e comportamentais. Damásio (2000), buscando compreender a estrutura cerebral e o comportamento em humanos, aponta que as emoções são divididas em dois tipos: Primárias São aquelas caracterizadas por necessidades básicas e mais primitivas. Secundárias São as memórias, ansiedades e outros sentimentos mais subjetivos e complexos. As regiões que produzem e controlam as emoções dentro do encéfalo foram descobertas a partir de estudos que envolviam as lesões frontais. Assim, conhecemos um pouco mais a fundo como as emoções influenciam nas funções comportamentais. Estudiosos da área buscaram pensar nesse funcionamento e em possibilidades de ações para que o comportamento emocional, por meio da articulação corpo e mente, pudesse favorecer o controle das emoções, ajudando o desenvolvimento emocional, cognitivo e relacional. Com relação às emoções secundárias, encontramos uma associação direta com a memória, que permite compreender o quanto somos capazes de avaliar afetivamente as circunstâncias da vida, estabelecendo um comportamento emocional que apresenta padrões de reação distintos. Seres humanos, em contraposição ao sistema biológico animal, possuem condições e estruturas cerebrais que fomentam comportamentos para além de primários, e voltados para sobrevivência. Nós, humanos, temos, além de emoções primárias, emoções junto da racionalização, e esse fato pode aumentar a capacidade cognitiva geral. Portanto, nossa estrutura cerebral é composta pela influência que nossa condição humana propõe. Assim, os estímulos ambientais são associados aos comportamentos impulsionados pela área do neocórtex (área relativa ao livre-arbítrio, às condições de planejamento e à tomada de decisões). Fomentado também pelo sistema límbico, esses estímulos trazem emoções que envolvem medo ou prazer, resultando em comportamentos de sobrevivência diferentes do sistema biológico e cerebral que constituem os animais. Os medos e sentimentos que trazem hesitação são condicionados, aprendidos pela memória, portanto, permeados por emoções secundárias. A despeito desses conhecimentos já construídos e aqui trazidos, podemos dizer que na busca por compreender os sistemas das emoções, e seus impactos na ação cognitiva e nos processos de ensino e aprendizagem, temos um longo percurso ainda a ser trilhado, tanto para que possamos adquirir melhor compreensão dos mecanismos neurobiológicos relacionados às emoções como para nos conduzir à compreensão de como lidar com tais emoções e nossa própria condição humana. Emoções, aprendizagem e sala de aula Sabemos que os aspectos emocionais têm papel determinante no processo de desenvolvimento, na constituição do indivíduo e na construção da memória. Desse modo, como já explicamos, é possível afirmar que as emoções desempenham um importante papel no processo de construção de significados que envolvem os processos de ensino-aprendizagem. Pensando em contextos de sala de aula, Moreira (2005) afirma que as emoções estão diretamente relacionadas aos impulsos, interesses e às motivações dos estudantes e do professor no trabalho com o conhecimento científico nas aulas. Uma vez que as emoções desempenham uma função na comunicação de significados e podem ter também papel na orientação cognitiva, estabelece-se uma estreita relação entre cognição e emoção. Essa relação, segundo Moreira (2005), também é referenciada aos sentimentos de fundo (humores), que contribuem ou funcionam como um obstáculo para posicionamentos durante as aulas. Assim, para compreendermos as emoções e os sentimentos que permeiam as interações em aula é imprescindível perceber como elas influenciam e são determinantes no envolvimento e motivação do estudante. A construção de emoções e sentimentos de fundo parecem assim exigir, do professor, uma constante reavaliação de suas estratégias e reflexão sobre os comportamentos verbais e não verbais em relação aos diferentes alunos. Além disso, pensando nessa díade professor- aluno, é necessário compreender como essa relação pode ser construída de modo a favorecer o processo de ensino-aprendizagem. A sala de aula é um espaço permeado por sentimentos, emoções, afetos e relações que podem ou não favorecer o processo de aprendizagem. Sendo assim, a habilidade de gerir as emoções, assim como de gerir as relações – permeando a inteligência emocional – é cada vez mais um pilar importante para o currículo escolar. Nesse contexto, é preciso considerar que as emoções permeiam as relações construídas em sala de aula, e uma boa relação entre professor-aluno promove um ambiente agradável, consequentemente, uma aprendizagem significativa. Recomendação Um dos pilares da aprendizagem socioemocional é o reconhecimento das emoções. Saber reconhecer as próprias emoções e, principalmente,as das outras pessoas é fundamental para facilitar as construções das habilidades sociais, como amizade, respeito e empatia. O professor deve procurar utilizar as emoções como fonte de energia, e quando possível, as expressões emocionais dos alunos como facilitadores do conhecimento. É necessário encarar o afetivo como parte do processo de conhecimento, já que ambos são inseparáveis (ALMEIDA, 1999, p. 103). Nesse sentido, estudos recentes apontam para uma nova perspectiva do currículo escolar, que transcende os conteúdos a serem aprendidos para dar à luz o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como base para aprendizagem e desenvolvimento pessoal. Tais habilidades ultrapassam a dimensão cognitiva e envolvem de forma muito mais profunda os aspectos emocionais do ser humano. À medida que se percebe o quão importante são os pilares da inteligência emocional para construção de saberes e relações, essas competências mostram-se cada vez mais necessárias para integração do currículo escolar. As habilidades socioemocionais dizem respeito a um trabalho de autoconhecimento e autorregulação, entende- se que, a partir do entendimento e gerenciamento das próprias emoções e sentimentos, a pessoa desenvolve maior autoconfiança e responsabilidade, o que possibilita enfrentamentos e escolhas assertivas, comunicação clara e tomada de decisões conscientes. Desse modo, uma proposta escolar que pense no desenvolvimento das habilidades socioemocionais valoriza a construção de relações dinâmicas e positivas de socialização, considerando resolução de conflitos, cooperação e colaboração como pilares de sustentação para a aprendizagem. Vale frisar que as competências socioemocionais estão diretamente relacionadas às inteligências interpessoal e intrapessoal, que embasam a inteligência emocional. Assim, o sujeito com competências socioemocionais adquire habilidades necessárias para respeitar diferenças e agir positivamente para o bem comum. Tais posturas valorizam o entendimento e gerenciamento das emoções como fundamentais para administrar as situações do cotidiano, estabelecer bons relacionamentos e realizar escolhas de maneira responsável. Alfabetização emocional Partindo do pressuposto de que a escola deve pensar o processo de ensino-aprendizagem para além de conteúdos curriculares e competências técnicas, acredita-se ser imprescindível que crianças e jovens sejam estimulados a desenvolver e (re)conhecer as habilidades socioemocionais. Para que possamos compreender a relação entre emoções e comportamento, vale a pena iniciarmos a reflexão pensando em como as emoções são importantes no nosso dia a dia e para nossa vida em geral. Em nosso cotidiano, percebemos que qualquer inadequação nas reações emocionais das pessoas é facilmente notada por outras. Não precisamos nem mesmo ser estudiosos ou especialistas para perceber expressões emocionais indevidas, porque nosso comportamento emocional é, de maneira geral, socialmente padronizado e mudanças nesses padrões das expressões emocionais acabam sendo evidentes, mesmo para pessoas leigas. A expressão adequada das emoções é algo tão importante para as interações sociais bem- sucedidas, que utilizamos tais expressões como ferramentas principais para comunicação não verbal. Para além da comunicação, as emoções são igualmente importantes, ao pensarmos sobre as reações emocionais e o quanto elas são imprescindíveis para a sobrevivência de nossa espécie a um ambiente perigoso ou ameaçador. Partindo disso, entendemos que compreendemos a inteligência emocional pelo modo como as pessoas lidam com suas próprias emoções, e também como estabelecem relações com outros. Reflexão De acordo com o conceito de inteligência emocional apresentado aqui e embasado nas premissas já refletidas, vale frisar que, para aprendermos a gerir emoções e a lidar com nossos sentimentos, favorecendo nossas relações, interações e aprendizagens, devemos iniciar esse processo ainda quando pequenos. Assim, Goleman (2001), ao falar sobre inteligência emocional e alfabetização emocional, defende a ideia de que alfabetização emocional significa refletir sobre a real função da escola na vida do aluno. A alfabetização emocional engloba a proposta de desenvolvimento de habilidades socioemocionais e, apoiada pelas propostas da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), amplia nossa visão acerca do que é a escola e de quais são os principais componentes de um currículo. Desse modo, a escola, anteriormente entendida como um espaço de reprodução de conteúdo e local de isenção de críticas, hoje em dia é compreendida como um agente social encarregado de promover a interlocução de ensinamentos essenciais para a vida, por meio de experiências e reflexões. Isso significa um projeto mais amplo e complexo que exige ir além do currículo como conteúdo, com o aproveitamento das oportunidades, de avanços e desenvolvimentos que ocorrem dentro e fora das salas de aula, proporcionando que os alunos transformem momentos de crise pessoal em lições de competência emocional. O conceito de alfabetização emocional é entendido por Goleman (2001) como uma importante ferramenta para que o sujeito possa compreender, gerenciar e expressar os valores e aspectos sociais e emocionais da vida, manejando as tarefas cotidianas em prol de seu crescimento e desenvolvimento. Dessa maneira, ao considerar a importância de desenvolver atividades que visem à promoção do conhecimento e ao manejo das emoções em sala de aula, a alfabetização emocional é entendida como uma importante estratégia de trabalho para o professor em sala de aula. Os professores, nessa visão, são considerados os principais responsáveis para a formação de cidadãos críticos, reflexivos, motivados e pensantes. Dentro dessa proposta de ensino, a aprendizagem aparece como um processo e também resultado de uma relação na qual busca, primeiramente, ensinar a lidar com as emoções. Alfabetizar emocionalmente é uma proposta de ensino que não tem período/ etapa ou segmento. Deve ocorrer por intermédio das relações e principalmente, pensando no contexto escola, na díade professor-aluno, em conversas claras com as crianças/ adolescentes/ adultos e com a elaboração de situações de ensino que os levem a se posicionar e se expressar. Estratégias pedagógicas e reformulação do currículo Partindo da premissa de que a escola deve incorporar em seus currículos as habilidades socioemocionais para assegurar a formação integral dos estudantes, a Base Comum Curricular (BNCC) trouxe, em suas competências gerais, premissas que abarcam tais preceitos e propostas. Apesar de as teorias de pensadores clássicos da educação englobarem reflexões que tratam dos aspectos sociais, foi preciso a implementação da BNCC para que a valorização das competências e habilidades socioemocionais ganhasse mais espaço e visibilidade. Das dez competências gerais da BNCC para o trabalho na educação básica, algumas trazem o ensino das competências socioemocionais de maneira mais clara. Essas competências apontam para questões que devem ir além do modelo conteudista de educação e assegurar a formação dos alunos em uma dimensão social e emocional. São elas: Autoconsciência Autogestão Consciência social Habilidades de relacionamento Tomada de decisão responsável Para que tais habilidades sejam trabalhadas, é necessário que nesse processo, educadores, professores, gestores e todos os demais agentes da comunidade escolar compreendam seu papel no desenvolvimento dos alunos e seu compromisso com uma educação integral. Para que isso de fato ocorra, é fundamental assegurar que as atividades que fomentem um trabalho com as habilidades socioemocionais não sejam percebidas como metas teóricas do currículo escolar, nem trabalhadas de forma extras ou isoladas. Dessa maneira, é imprescindível que as práticas pedagógicas sejam pensadas com significado e estejam alinhadas ao Projeto Pedagógico (PP) das escolas, propondo de forma integrada atividades relacionadas as habilidades socioemocionais, permitindoque elas permeiem transversalmente o currículo e estejam vinculadas ao desenvolvimento cognitivo dos estudantes. Partido de tais reflexões, vamos aqui propor possibilidades de atividades escolares que podem ser estruturadas a partir do currículo e que estimulem o desenvolvimento das competências socioemocionais permeando as relações construídas no ambiente escolar. Vale lembrar que a escolha dos procedimentos e ferramentas apresenta uma dimensão relacionada à adequação da atividade escolhida. Para desenvolver atividades sobre sentimentos e emoções, é sempre importante criar um espaço de escuta ativa e acolhimento. Sugestões de atividades Descrevemos 3 tipos de atividades a seguir: Roda de convivência Delimitar um tema e abrir espaço para discussão em etapas: Participantes descrevem o problema individualmente com próprio repertório; Participantes elaboraram como estão se sentindo em relação a essa questão; Participantes debatem soluções, questionam o que pode ser feito para que a questão seja diferente. O educador assume o papel de um mediador, incentivando outros desdobramentos para o debate. • • • Cartas para o futuro – cápsula do tempo Proposta de escrita de cartas. Escrever uma carta para o você do futuro! A ideia é guardar os relatos para serem revisitados depois de algum tempo e conversar com os participantes sobre o que mudou nesse intervalo. Obs: Estudantes e educadores podem levar referências de cartas, explorando bem os elementos da contação de histórias e das emoções. Diário de sentimentos Realizado individualmente e compartilhado, criando uma narrativa coletiva. Atividade que pode aprofundar as conexões e o senso de empatia entre os participantes. Como possibilidade de desdobramento, há a devolutiva individual, com o objetivo de reconhecer aquele sentimento e ajudar a encontrar soluções possíveis. As habilidades socioemocionais e o currículo escolar Reflita agora sobre a valorização das competências e habilidades socioemocionais na sala de aula, como parte ativa do currículo escolar. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Vem que eu te explico! Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar. Emoções e estrutura cerebral Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Emoções, aprendizagem e sala de aula Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Alfabetização emocional Conteúdo interativo Acesse a versão digital para assistir ao vídeo. Verificando o aprendizado Questão 1 Sobre conceitos e definições a respeito das emoções e formas de expressão, assinale a alternativa correta: A As emoções não são fenômenos inconscientes e involuntários, todos são conscientes. B Todos os aspectos das emoções são inconscientes e involuntários, desde o gatilho que dispara a emoção. C As reações fisiológicas são experiências da emoção involuntárias e fixas, não podem se tornar conscientes. D As emoções surgiram no processo evolutivo como um recurso para a sobrevivência, mas não se tornaram conscientes. E As emoções surgiram nos mamíferos como um mecanismo para sofisticar os recursos de sobrevivência, sendo um sensor entre nós e as circunstâncias, mobilizando reações rápidas. A alternativa E está correta. Certos aspectos das emoções são inconscientes e involuntários, como o gatilho (que dispara a emoção) e as reações fisiológicas (experiência da emoção, embora esta seja involuntária, mas pode se tornar consciente), mas outros podem ser percebidos e identificados (nossa reação e comportamento). As emoções surgiram no processo evolutivo como um recurso para favorecer a sobrevivência, como um mecanismo para sofisticar os recursos de sobrevivência, sendo um sensor entre nós e as circunstâncias, mobilizando reações rápidas. Questão 2 Sobre alfabetização emocional, Goleman (2001) defende que falar em alfabetização emocional significa refletir sobre a real função da escola na vida do aluno. Leia atentamente as alternativas e assinale a correta: A A alfabetização emocional restringe a visão de escola, explicitando-a como um agente da sociedade encarregado de constatar se as crianças estão com depressão ou outras dificuldades emocionais. B Alfabetizar emocionalmente exige funções específicas no currículo, como o aproveitamento das oportunidades estritamente relacionadas às disciplinas da matriz curricular. C Para ajudar os alunos a transformar momentos de crise pessoal em lições de competência emocional é importante desenvolver atividades que promovam o conhecimento das emoções em sala de aula. D A alfabetização emocional é uma estratégia essencial para o professor trabalhar com seus alunos que envolve a promoção de atividades de escrita sobre problemas de saúde mental e tratamentos. E Alfabetizar emocionalmente requer aplicar um conjunto de habilidades necessárias ao ser humano para compreender, gerenciar e expressar as dificuldades e buscar ajuda, encaminhamento e medicação no espaço escolar. A alternativa C está correta. Goleman (2001) defende que falar em alfabetização emocional significa refletir sobre a real função da escola na vida do aluno. A alfabetização emocional amplia nossa visão acerca do que é a escola, explicitando-a como um agente da sociedade encarregado de constatar se as crianças estão obtendo os ensinamentos essenciais para a vida – isso significa um retorno ao papel da educação. Esse projeto maior exige, além de qualquer coisa específica no currículo, o aproveitamento das oportunidades, dentro e fora das salas de aula, para ajudar os alunos a transformar momentos de crise pessoal em lições de competência emocional. Considerando a importância de desenvolver atividades que promovam o conhecimento das emoções em sala de aula, a alfabetização emocional é uma estratégia essencial para o professor trabalhar com seus alunos. 3. Conclusão Considerações finais A partir do estudo aqui realizado, foi possível evidenciar o valor adaptativo das emoções, sua importância para nossa condição humana e a premissa fundamental de sua função na interação social, desenvolvimento e aprendizagem. De acordo com a perspectiva abordada, entendemos que as emoções são um importante recurso para favorecer a sobrevivência, e que, embora sejam involuntárias, podem se tornar conscientes. Desse modo, estudos recentes fomentam reflexões acerca de como podemos manejar nossas emoções em prol de nosso próprio desenvolvimento, demonstrando que por meio da inteligência emocional podemos aprimorar nossa capacidade de reconhecer os próprios pensamentos e os dos outros, motivando e gerindo as emoções em nós mesmos e nas relações interpessoais. Assim, foi possível compreender que as emoções constituem para além da atividade cerebral, o nosso comportamento e o humor, influenciando no modo como nos envolvemos com outras pessoas em nosso dia a dia e nas decisões que tomamos. Ao compreender os diferentes tipos de emoções, e aprender como geri-las, é possível entender a melhor forma de expressar e mensurar o impacto que elas têm em nosso comportamento e a forma como ela repercute nas relações em que estamos inseridos. Podcast Para encerrar, ouça mais sobre os conceitos teóricos e os pilares da Inteligência Emocional e suas abordagens, assim como as principais perspectivas sobre emoções e o desenvolvimento de habilidades emocionais para a aprendizagem. Conteúdo interativo Acesse a versão digital para ouvir o áudio. Explore + Confira as indicações que separamos especialmente para você! Procure assistir aos filmes de animação que abordam a temática inteligência emocional: A Família do futuro O filme conta a história de Lewis, um jovem responsável por invenções brilhantes e surpreendentes. Seu mais recente trabalho é o digitador de memória, uma máquina que o ajudará a encontrar sua mãe biológica, o que permitirá que ele, enfim, tenha uma família. Esse filme traz maravilhosas mensagens, de como aprender com os erros e seguir em frente,sobre encorajamento, força de vontade e persistência. O Touro Ferdinando Este filme transmite mensagens de tolerância, aceitação, amizade, valorização de momentos simples da vida e de cuidados com a natureza. A animação também aborda muito bem os sentimentos, ao mostrar o amor entre Ferdinando e o pai, o vínculo de carinho que o protagonista tem com os amigos e dá exemplos de como devemos dar atenção ao que estamos sentindo, aceitando cada sentimento como importante. Operação Big Hero É uma belíssima animação que aborda temas como perda, sacrifícios, educação, confiança, amizade e a opção pelo caminho correto. É muito mais do que um desenho para crianças, ajuda aqueles que o assistem a repensar escolhas, caminhos e decisões. Divertidamente Este filme é um dos melhores para abordar a inteligência emocional. Aborda em um formato bem-humorado e divertido as emoções primárias, que são a alegria, a tristeza, o nojo, o medo e a raiva. Um filme de animação maravilhoso e que possibilita uma viagem pelas emoções! Busque pelo livro Inteligência Emocional: a teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente, escrito por Daniel Goleman e veja como o autor aborda a proposta de inteligência emocional e propõe reflexões acerca da relação das emoções e a aprendizagem. Referências ALMEIDA, A. R. S. A emoção na sala de aula. São Paulo: Papirus, 1999. ANTUNES, C. Alfabetização Emocional: novas estratégias. Petrópolis: Vozes, 1999. DAMÁSIO, A. O Mistério da Consciência: do corpo e das emoções do conhecimento de si. São Paulo: Companhia das Letras. 2000. GOLEMAN, D. Inteligência emocional: a teoria revolucionária que define o que é ser inteligente. 45. ed. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001. GOLEMAN, D. Inteligência emocional. Rio de Janeiro, RJ: Objetiva, 2011. MOREIRA, M. A. Aprendizagem Significativa Crítica. Porto Alegre, 2005. MACHADO, V. M. P. S. A Influência da emoção na memória e no aprendizado. 2011. Monografia (Especialista em Neurociência Pedagógica) Universidade Cândido Mendes, Rio de Janeiro, RJ, 2011. SAWAIA, B. B. A emoção como locus de produção do conhecimento: uma reflexão inspirada em Vygotsky e seu diálogo com Espinosa. In: Anais da III Conferência de Pesquisa Sociocultural, Campinas, p.1-25, 2000. TOASSA, G. Emoções e vivências em Vygotsky: investigação para uma perspectiva histórico-cultural. 2009. (Tese de doutorado não publicada). Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, 2009. VYGOTSKY, L. S. Teoría de las emociones. Madrid: Ediciones Acal. 2004. VYGOTSKY, L. S. Sobre os sistemas psicológicos. In: VYGOTSKY, L. S. Teoria e método em psicologia. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 103-135. WALLON, H. A evolução psicológica da criança. Lisboa: Edições 70, 1998. Fundamentos emocionais da inteligência 1. Itens iniciais Propósito Objetivos Introdução 1. Fundamentos teóricos da inteligência emocional A relação entre emoção e outras funções Comentário Definição de inteligência emocional: Goleman Conhecer as próprias emoções Controlar as emoções Automotivação Empatia Saber se relacionar interpessoalmente Desenvolvimento emocional: da infância à vida adulta Recomendação Inteligência interpessoal e intrapessoal Inteligência interpessoal Inteligência intrapessoal Comentário Aprendizagem, memória e emoções Racional Emocional Importância das emoções na aprendizagem e memória Conteúdo interativo Vem que eu te explico! A relação entre emoção e outras funções Conteúdo interativo Definição de Inteligência Emocional: Goleman Conteúdo interativo Inteligência Interpessoal e Intrapessoal Conteúdo interativo Verificando o aprendizado 2. Controle emocional no processo de aprendizagem Emoções e humores: estímulos, reações e experiências Tendências de ação Reações fisiológicas Experiência subjetiva Emoções e estrutura cerebral Primárias Secundárias Emoções, aprendizagem e sala de aula Recomendação Alfabetização emocional Reflexão Estratégias pedagógicas e reformulação do currículo Autoconsciência Autogestão Consciência social Habilidades de relacionamento Tomada de decisão responsável Sugestões de atividades Roda de convivência Cartas para o futuro – cápsula do tempo Diário de sentimentos As habilidades socioemocionais e o currículo escolar Conteúdo interativo Vem que eu te explico! Emoções e estrutura cerebral Conteúdo interativo Emoções, aprendizagem e sala de aula Conteúdo interativo Alfabetização emocional Conteúdo interativo Verificando o aprendizado 3. Conclusão Considerações finais Podcast Conteúdo interativo Explore + Referências