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Importância das emoções na
aprendizagem
Definição e conceituação teórica dos fundamentos sobre a emoção e a cognição baseados na perspectiva
psicopedagógica, bem como suas aplicações em processos de aprendizagem.
Prof.ª Crismarie Casper Hackenberg
1. Itens iniciais
Propósito
Compreender o conceito de regulação emocional e conhecer as mais recentes descobertas das neurociências
sobre esse tema amplia nossas possibilidades de atuação no que se refere ao manejo da interação entre
emoção e cognição. Isso é particularmente útil no campo da Neuropsicopedagogia, que tem se mostrado uma
área de muita importância para a educação infantil e juvenil.
Objetivos
Relacionar as emoções primárias e secundárias com a aprendizagem.
Identificar as abordagens sobre razão e emoção, relacionando a interação dos processos cognitivos
com as emoções.
Reconhecer a teoria da avaliação, apresentando o modelo baseado no processo de regulação da
emoção.
Introdução
Você já parou para pensar no quanto a emoção pode alavancar o nosso processo de aprendizagem? Basta
buscarmos pela memória que rapidamente nos lembramos de alguns exemplos do efeito que um estado
emocional positivo tem para uma atividade de aprendizagem. É fácil recordar os métodos que foram utilizados
para que pudéssemos aprender determinado assunto, a motivação que tivemos naquele momento para
concluir uma atividade e seguir para a próxima, bem como reviver os resultados positivos que obtivemos e os
elogios que recebemos na ocasião. Essas são algumas das situações de impacto desse estado emocional
funcional. 
Cada vez mais o estudo do fenômeno emocional vem sendo relacionado à aprendizagem. Muitos autores
buscaram compreender a natureza da emoção para saber se ela é inata em nossa espécie e o quanto de
emoções que resultam de nossas interações sociais. Eles descobriram que, de fato, algumas emoções como
alegria, raiva e tristeza são consideradas inatas ou primárias e estão ligadas ao nosso instinto de
sobrevivência. Por outro lado, também temos emoções secundárias, que são mais complexas, pois envolvem o
pensamento e fatores socioculturais. Elas são emoções aprendidas e integradas a memórias, podendo ser
avaliadas como boas ou ruins. Alguns exemplos são a simpatia, o ciúme, o orgulho, a vergonha, a admiração e
a culpa. 
Durante muitos séculos a emoção foi vista em oposição à razão, como se uma fosse completamente
independente da outra. Contudo, hoje já sabemos que os processos de raciocínio e de tomada de decisão
estão integrados à emoção. Isso significa que com a habilidade de regular nosso campo emocional podemos
diminuir, intensificar ou prolongar uma determinada emoção. Essa área é de suma importância para o campo
da Educação, incluindo a Psicopedagogia, que deve expandir seu conhecimento pelos processos cognitivos e
emocionais envolvidos na aprendizagem. 
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• 
1. Emoções primárias e secundárias na aprendizagem
Emoção e cognição
Você já tinha notado que a emoção é muito importante no seu processo de aprendizagem? Sabia que o
funcionamento das emoções depende de recursos do pensamento e da forma de organização das
informações que todos nós recebemos em uma experiência? 
Cada pessoa sentirá e organizará essas
informações de maneira diferente! Se pararmos
para pensar no quanto a emoção pode
alavancar o processo de aprendizado, basta
lembrarmos aqui do quanto a motivação foi
importante em nosso processo escolar.
Percebemos que nosso estado emocional nos
fez gostar mais de algumas formas de
aprendizagem do que de outras, e isso definiu
como aprendemos, como tivemos vontade de
prosseguir para a próxima atividade, como nos
lembramos dos resultados positivos e do
reconhecimento que obtivemos dos outros.
Nosso aprendizado na vida ocorre porque a
emoção dirige, conduz e guia a cognição. Por sua vez, a cognição depende de duas etapas:
 
A percepção
A atenção
Isso quer dizer que as nossas emoções podem afetar a nossa aprendizagem porque, quanto mais envolvido
estiver nosso estado emocional, mais mobilizadas serão as funções cognitivas da atenção, da percepção e da
memória, resultando em funções executivas de monitorização, planificação e verificação de respostas com
melhor gerenciamento. 
Não podemos compreender o processo de aprendizagem sem reconhecermos o papel da emoção
como uma função adaptativa humana. Ou seja, são as habilidades conceituais, sociais e práticas que
permitem a adaptação humana ao ambiente. 
As neurociências têm contribuído muito para as áreas de aprendizagem, tais como a Educação e a
Psicopedagogia, oferecendo imagens sobre o funcionamento do cérebro durante a aprendizagem, e isso tem
comprovado que existe uma interdependência da emoção e da cognição em nosso processamento neuronal
(MORAIS, 2020). Podemos dividir nosso sistema de aprendizagem em três vias importantes: 
Princípios básicos do Desenho Universal para a Aprendizagem (com base nas
diretrizes do National Center on Universal Design for Learning, 2014)
1. 
2. 
Vamos conhecer cada um deles detalhadamente:
Redes de conhecimento
Proporcionam múltiplos meios de representação na aprendizagem. Os educadores podem acessar
seus alunos apresentando a informação e o conteúdo em múltiplos formatos para que todos tenham
acesso. Exemplo: criar um planejamento de aulas que estimulem a percepção e meios de
personalização, com alternativas visuais e auditivas.
Redes estratégicas
Proporcionam múltiplos meios de ação e expressão na aprendizagem. Os educadores podem permitir
alternativas de expressão e demonstração das aprendizagens por parte dos alunos. Exemplo:
elaborar um roteiro de aprendizagem estimulando ações e expressões, utilizando métodos com
atividades físicas, conversas e instrumentos tecnológicos todos ao mesmo tempo e de forma
complementar. 
Redes afetivas
Proporcionam múltiplos meios de envolvimento na aprendizagem. Os educadores podem estimular o
interesse dos alunos e motivá-los de diversas formas. Exemplo: oferecer uma proposta educativa com
escolhas, dando autonomia ao aprendiz, otimizando valores pessoais e minimizando insegurança e
ansiedade na aprendizagem. 
Se pensarmos na evolução humana, começando pela educação infantil até a educação de adultos e
acompanhando o processo de aprendizado ao longo de toda uma vida, vemos que todas essas três vias
evoluem juntas e são, de modo neurofuncional, inseparáveis. A rede afetiva está em nosso “hardware” de
aprendizagem.
Assim, podemos considerar que se a emoção desempenha uma função tão importante na aprendizagem e tem
um papel relevante no sucesso das nossas performances e habilidades, por outro lado, ela também é crítica
para a aprendizagem. O processo de ensino-aprendizagem pode ser atingido diretamente pela motivação.
Tanto o aluno terá sua prática de estudos afetada, como também o próprio professor sofrerá essa influência
na sua forma de ensinar, de elaborar aulas e de transmitir o conhecimento (MORAIS, 2020).
Uma pesquisa de Ângela Duckworth (2007) foi desenvolvida para avaliar as possíveis causas e
implicações do sucesso dos alunos e quais seriam os fatores que poderiam estar contribuindo para
isso em alunos estadunidenses. A cientista concluiu que a característica que distingue alunos que
atingem algum sucesso não é o quociente de inteligência, idade, gênero, nível econômico ou
características da escola, mas sim os níveis de persistência de cada aluno (DUCKWORTH, 2007). 
Assim, em épocas passadas, as emoções foram separadas do processo cognitivo nas escolas e nas salas de
aula, mas, neste século XXI, quando já dispomos de tanto conhecimento neurofisiológico sobre as emoções,
não podemos mais desassociá-las e é preciso afirmar a sua integração. Os resultados da interação entre a
emoção e a cognição têm mostrado que elas estão conectadas a um nível neurofuncional tão básico que uma
não funciona sem que a outra também seja afetada consideravelmente. 
Paul Ekman (1993)
Resumindo
São as emoções que conduzem a maneira como os indivíduos se comportam, se expressam verbalmente
e com o corpo nosaprendizado e emoção com a neurocientista Carla Tieppo para entender as emoções
dos seus alunos e saber o que fazer para impulsioná-los rumo ao sucesso na escola e na vida. O vídeo está
disponível no YouTube, no canal de Carla Silva, sob o título de Aprendizado e emoção segundo a
Neurociência.
Referências
CHEVALIER, C. S. Neurociência das emoções. Curitiba: Contentus, 2020.
 
DAMÁSIO, A. O erro de Descartes: emoção, razão e o cérebro humano. São Paulo: Companhia das Letras,
1996.
 
DAMÁSIO, A. O sentimento de si: corpo, emoção e consciência. Lisboa: Temas e Debates, 2013.
 
DUCKWORTH, A. L. et al. Grit: perseverance and passion for long-term goals. Journal of Personality and Social
Psychology, 92(6), 1087-1101, 2007.
 
EKMAN, P. Facial expression and emotion. American Psychologist, Washington, v. 48, p. 384-392, 1983.
 
EYSENCK, M. W.; KEANE, M. T. Manual de psicologia cognitiva. Grupo A, 2017.
 
FERREIRA, M. G. R. Neuropsicologia e aprendizagem. Curitiba: Intersaberes, 2014.
 
FONSECA, V. Importância das emoções na aprendizagem: uma abordagem neuropsicopedagógica. Revista
Psicopedagia, São Paulo, v. 33, n. 102, p. 365-384, 2016.
 
GAZZANIGA, M.; HEATHERTON, T.; HALPERN, D. Ciência psicológica. Porto Alegre: Artmed, 2018.
 
IZARD, C. E. Facial expressions and the regulation of emotions. Journal of Personality and Social Psychology,
Washington, v. 58, n. 3, p. 487-498, 1990.
 
LAZARUS, R.; FOLKMAN, S. Stress appraisal and coping. New York: Springer, 1984.
 
LEDOUX, J. O cérebro emocional: os misteriosos alicerces da vida emocional. Rio de Janeiro: Objetiva, 1998.
 
LENT, R. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de Neurociência. São Paulo: Atheneu, 2010.
 
MORAIS, E. A. Neurociência das emoções. Curitiba: Intersaberes, 2020.
 
REEVE, J. Motivação e emoção. 4. ed. Grupo GEN, 978-85-216-2366-3, 2006.
 
SACKS, O. W. Um antropólogo em marte: sete histórias paradoxais. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
	Importância das emoções na aprendizagem
	1. Itens iniciais
	Propósito
	Objetivos
	Introdução
	1. Emoções primárias e secundárias na aprendizagem
	Emoção e cognição
	Redes de conhecimento
	Redes estratégicas
	Redes afetivas
	Resumindo
	Emoções primárias
	Reflexão
	Emoções secundárias
	Exemplo 1
	Exemplo 2
	Resumindo
	Emoções na aprendizagem
	Atenção
	Emoção primária na escola: o medo
	Atividade discursiva
	Motivação: ponto de ligação entre a cognição e a aprendizagem
	Emoção secundária na escola: a vergonha
	Motivação: ponto de ligação entre a cognição e a aprendizagem
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Emoção primária na escola: o medo
	Conteúdo interativo
	Emoção secundária na escola: a vergonha
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	2. Interação entre processos cognitivos e emocionais
	Processos cognitivos e a relação razão-emoção
	Exemplo 1
	Exemplo 2
	Operação dos processos cognitivos
	Exemplo
	Sensação
	Percepção
	Atenção
	Memória
	Pensamento
	Linguagem
	Como os processos cognitivos atuam na aprendizagem?
	Dois sistemas no equilíbrio da cognição e da
 emoção
	Saiba mais
	O sistema bottom-up
	O sistema top-down
	Exemplo
	Emoção e cognição incorporadas na aprendizagem e infância
	Emoções e aprendizagem significativa
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Como os processos cognitivos atuam na aprendizagem?
	Conteúdo interativo
	Dois sistemas no equilíbrio da cognição e emoção
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	3. Regulação emocional
	Manejo ou controle emocional
	Cognição e o impacto nas emoções
	Emoções e seu impacto na cognição
	O que é regulação emocional?
	Teoria da avaliação
	Regulação das emoções
	Exemplo
	Escolha de situação
	Modificação da situação
	Redirecionamento da atenção
	Mudança cognitiva
	Modulação da resposta
	Regulação da emoção
	Psicopedagogia e a regulação emocional
	Fatores biológicos
	Fatores sociais
	Reflexão
	Estratégias e abordagem na Psicopedagogia
	Regulação emocional e cidadania
	Conteúdo interativo
	Vem que eu te explico!
	Emoções e o impacto na cognição
	Conteúdo interativo
	A Psicopedagogia e a regulação emocional
	Conteúdo interativo
	Verificando o aprendizado
	4. Conclusão
	Considerações finais
	Podcast
	Conteúdo interativo
	Explore +
	Referênciasmais diversos ambientes. Assim, será impossível pensarmos em separar a emoção da
aprendizagem ou a emoção da cognição ou da razão. 
Vamos aprofundar um pouco mais o nosso conhecimento sobre os níveis emocionais que poderiam estar
envolvidos na aprendizagem. A seguir, veremos dois tipos de emoções que servem de interface entre os
meios interno e externo de um indivíduo: as emoções primárias (ou básicas) e as emoções secundárias (ou
sociais).
Emoções primárias
Vamos, então, seguir pelo campo da teoria das
emoções básicas, que foi desenvolvida por Paul
Ekman (1993). Ekman, como um pensador da
corrente evolucionária, desenvolveu estudos a
partir de avaliações socioculturais dos
ambientes onde o indivíduo aprende a se
expressar, comprovando que as emoções
básicas podem ocorrer de forma automática e
involuntária.
Nesse trabalho, as emoções primárias foram
amplamente discutidas por Ekman (1993), que
concluiu que elas são inatas e que serviriam
para garantir a sobrevivência humana, sendo,
portanto, encontradas em qualquer cultura. Ele defende a existência de sete emoções primárias, básicas ou
universais. Seriam elas:
Medo;
Raiva;
Tristeza;
Alegria;
Surpresa;
Aversão;
Desprezo.
Depois foram identificadas as emoções sociais ou secundárias:
Vergonha;
Inveja;
Ciúme;
Empatia;
Embaraço;
Orgulho;
Culpa.
1. 
2. 
3. 
4. 
5. 
6. 
7. 
1. 
2. 
3. 
4. 
5. 
6. 
7. 
Damásio (2013) vai distinguir igualmente as emoções em primárias ou universais, e secundárias ou sociais,
acrescentando também as emoções de fundo. São exemplos: 
Bem-estar ou mal-estar;
Calma;
Tensão.
É importante mencionar que a expressão de alterações fisiológicas também é utilizada e está relacionada ao
campo das emoções. Elas seriam alterações que decorrem de um plano inicial inato, ou seja, estão ligadas ao
indivíduo desde o seu nascimento (MORAIS, 2020).
Segundo Gazzaniga, Heartherton e Halpern (2018), as emoções primárias são compartilhadas culturalmente
de forma evolutiva e adaptativa. A análise das emoções primárias ganha mais evidência com o trabalho de
António Damásio (2013), que considera que as emoções primárias são iniciais, preestabelecidas e acionadas
sem a ação de experiências prévias, ou seja, é como se a ativação não dependesse de vivências e elas apenas
fluíssem de maneira autônoma e sem avaliação subjetiva, sendo organizadas e repassadas de forma
hereditária.
Reflexão
Vamos pensar um pouco como essas reações psicofisiológicas, denominadas de emoções primárias ou
básicas, ocorrem e são readaptadas para um contexto de sobrevivência. 
Por exemplo, se considerarmos a emoção do nojo (repugnância ou repulsa), podemos perceber que ela tinha
por objetivo impedir que um indivíduo bebesse ou comesse algo venenoso (CHEVALIER, 2020).
O medo também está em nossa evolução e adaptação humana, tendo uma importância fundamental para a
preservação da espécie e atuando no cuidado com determinados comportamentos temerários que envolvem
a autopreservação. A autopreservação está intimamente ligada às emoções primárias em diversos contextos,
tais como a alimentação, o trabalho, o cuidado, a preservação da espécie, a esquiva, a fuga, entre outros.
Assim, podemos inferir que as emoções auxiliam na perpetuação da espécie humana, bem como afirmar que
as emoções primárias são organizadas tendo em vista duas condições: o bem-estar e a sobrevivência
(FONSECA, 2016). 
As emoções podem ser tratadas ainda por valência, como
positivas e negativas, mas essa seria uma classificação
simplificada demais. O ideal seria classificá-las como
agradáveis ou desagradáveis, ou ainda como adaptativas ou
não adaptativas. Um exemplo de emoção adaptativa, porém
desagradável, é a perda de um ente querido. Com essa
perda é acionada a tristeza, que poderia ser considerada
negativa, mas é a partir dela que também ocorre um
processo adaptativo importante (MORAIS, 2020).
Concluindo, assim são as funções das emoções na
aprendizagem, que operam e que validam os processos
cognitivos e dos pensamentos. Seja pelo medo que
experimentamos quando nos deparamos com um animal
feroz, ou pela raiva que sentimos diante de uma injustiça, as emoções contribuem significativamente para a
disposição de resistir a uma adversidade. 
Emoções secundárias
1. 
2. 
3. 
Vamos nos perguntar um pouco mais sobre o que já sabemos de emoções primárias:
 
Será que as emoções ficam apenas nesse estágio primário?
É possível que cada emoção tenha a sua especificidade e não se relacione com as outras emoções?
Será que a alegria influencia a raiva, que o medo tem alguma ligação com a repulsa, ou ainda, que a
surpresa não tem uma ligação com a tristeza?
Conceitualmente, as emoções estão relacionadas a demandas de estímulos internos e externos. Contudo, elas
estão vinculadas também ao contexto onde elas podem ocorrer, e isso gera uma ligação, ou seja, uma
integração entre elas. Então, respondendo às perguntas do parágrafo anterior, podemos definir que o que
caracteriza as emoções secundárias será a mistura das emoções primárias. 
Entenda a diferença entre emoções primárias e secundárias:
Segundo a teoria de Damásio (2013) acerca das emoções secundárias, podemos dizer que elas estão muito
próximas do que ele conceituou como sentimentos, pois não é possível afirmar que, para que uma emoção
secundária se manifeste, nós precisamos estar conscientes do estímulo social que a desencadeou. Vejamos
alguns exemplos dessas interações entre as emoções a seguir:
Exemplo 1
Vamos supor que você foi selecionado(a) para uma entrevista de emprego e sente uma alegria muito
grande, pois estava esperando essa vaga há muito tempo. Por outro lado, o medo de não conseguir
passar no processo seletivo gera uma emoção secundária, que é a ansiedade (GAZZANIGA et al.,
2018).
Exemplo 2
Imagine que um amigo seu tenha sido demitido do trabalho mesmo ele sendo muito competente e um
dos melhores colaboradores da empresa. A tristeza do desligamento de seu amigo misturada com a
raiva de uma situação teoricamente “injusta” pode levar você a acionar a empatia (GAZZANIGA et al.,
2018).
Dessa forma, diferentemente das emoções primárias, que são automáticas e de funcionamento biológico, as
emoções secundárias são adquiridas ou aprendidas a partir das primárias, mas serão resultado da construção
de cada indivíduo, de sua forma de interpretação de cada emoção. O caráter social estará muito ligado ao
desenvolvimento das emoções, contudo, as emoções secundárias serão conhecidas também como emoções
evolutivas e sociais, pois a maneira de vivenciar a emoção para um indivíduo pode ser totalmente diferente
para outro. Outro fator mapeado no corpo humano é a relação das emoções durante a atividade fisiológica.
Dependendo da emoção acionada, ela pode produzir maior ou menor intensidade desse tipo de atividade. 
Na imagem a seguir, as partes realçadas com cores quentes (vermelho, laranja e amarelo) representam maior
atividade, e as partes com cores frias (azul, verde e violeta), menor atividade.
• 
• 
• 
Emoções primárias 
Básicas;
Inatas;
Universais;
Desde o nascimento;
Função de sobrevivência.
Emoções secundárias 
Combinação das primárias;
Aprendidas;
Dependem do entorno e cultura;
A partir dos 2/3 anos;
Outras funções.
Descrição ilustrativa da atividade corporal em relação às emoções
Depois de olharmos esse quadro, podemos compreender como as emoções têm profunda relação com fatores
comportamentais como sudorese, mudança de expressão facial e batimentos cardíacos. 
Em um contexto de aprendizagem, todo(a) aprendiz pode se deparar com sentimentos adversos, como a
frustração, a vergonha, o ciúme, a culpa, e também sentimentos mais positivos, como o entusiasmo, o
interesse e a motivação. Essas emoções podem ser classificadas como desagradáveis ou agradáveis e
dependentes de eventos disparadores, que podem ser internos ou externos de cada indivíduo.
Resumindo
Podemos então usar o termo “emoção” para nos referirmos tanto às emoções primárias quanto às
secundárias. A rigor, as emoções primárias seriamaquelas que se manifestam de modo espontâneo e
subitamente, sendo caracterizadas por uma alta intensidade. Já as secundárias podem ser sentidas por
mais tempo e se caracterizam por reações bem marcadas e definidas. 
Emoções na aprendizagem
Essa sequência descritiva que vamos utilizar para representar a aprendizagem é estudada no behaviorismo
radical e se chama tríplice contingência. Todos nós nos comportamos de alguma maneira e grande parte
desses comportamentos opera no ambiente onde cada um está inserido. Isso quer dizer que, quando algo
acontece no ambiente (estimulo – S), isso nos faz emitir um comportamento (resposta – R) que produzirá,
posteriormente, alguma consequencia (C) no ambiente no qual estamos inseridos e que nos afetará
novamente, conforme imagem:
A tríplice contingência
As consequências produzidas pelos comportamentos podem ser reforçadoras ou punitivas. Quando são
reforçadoras, elas aumentam a probabilidade de o comportamento voltar a ocorrer. 
Isso acontece porque, quando estamos sob o efeito daquilo que nos é reforçador, o circuito
dopaminérgico entra em atividade, e esse circuito é responsável pelas emoções que nos são
prazerosas.
Logo, podemos inferir que emoções distintas podem levar a comportamentos motivados, e que talvez o único
elemento em comum existente entre elas seja o reforço, responsável por motivar, prolongar ou encerrar um
comportamento ou experiência emocional (LENT, 2010).
Em contraponto, quando um determinado comportamento tem como consequência algo que nos é punitivo, a
probabilidade de ele voltar a acontecer diminui. Aqui é importante fazermos uma ressalva, pois a punição em
si não tem o efeito de eliminar ou enfraquecer comportamentos. Na verdade, os resultados dela são muito
complicados por gerarem consequências aversivas. 
Atenção
Quando usada em excesso, a punição não favorece a aprendizagem, pois só faz com que nos
comportemos de maneira a escapar do que é aversivo (CHEVALIER, 2020). 
Vale lembrar que o raciocínio de que uma emoção é boa ou má não é muito funcional e aplicável na
aprendizagem. A alegria não é necessariamente uma emoção boa e a raiva e o medo não são
necessariamente emoções más (IZARD, 1990). Todas as emoções são benéficas porque dirigem a atenção e
canalizam o comportamento para onde é necessário, segundo as circunstâncias enfrentadas. Com isso, cada
emoção fornece uma prontidão única para responder a uma situação em particular.
Veja a tabela a seguir, acompanhando a emoção, a situação de estímulos e o comportamento que será
vinculado à experiência individual e à aprendizagem cultural, que expandem muito os itens e as funções da
emoção. 
Visão funcional do comportamento emocional
Emoção primária na escola: o medo
Toda criança, em algum momento, diz “não sei”
antes mesmo de tentar realizar qualquer
atividade. Isso acontece muito em sala de aula,
onde há um turbilhão de emoções que levam o
aluno a dar essa resposta. Uma delas é o medo.
São muitos medos grandiosos em uma palavra
tão pequena: o medo de errar, o medo de
tentar, o medo de ouvir que errou e o medo de
dizer que não sabe.
Podemos perceber que existe ainda o medo de
ouvir palavras grosseiras dos colegas de classe
e o medo de passar por uma situação de humilhação. Dizer que não sabe algo na frente dos outros pode
também representar a confirmação de uma opinião dada anteriormente: “você não sabe”, “ele(a) realmente
não sabe de nada”.
Por outro lado, esse mesmo aluno pode ter sido incentivado a tentar fazer, a tentar realizar e a se expor, o que
gera um entendimento de que na vida cometemos erros e acertos. Se diante de um erro a professora
parabenizou o aluno pela garra de tentar acertar, essa é uma educação que promove uma importante função
da aprendizagem: a adaptação do organismo ao ambiente. Ou seja, aprender é mudar e buscar o equilíbrio. 
Podemos chamar esse estado que promove um ajuste emocional de autorregulação, que é a função
adaptativa de toda emoção. 
Se voltarmos ao aluno que erra e tem um reforço punitivo da professora, veremos que esse aluno
provavelmente encontrará uma forma de se proteger fugindo da atividade devido ao medo de errar. Podemos
refletir aqui sobre o papel do erro no processo de aprendizagem. 
Atividade discursiva
De que modo você acredita que professores e professoras devem agir frente aos erros cometidos pelo(a)
educando(a)?
Chave de resposta
Com base nos exemplos, percebemos que professores e professoras devem mudar sua abordagem frente
aos erros cometidos pelo(a) educando(a), evitando estigmas que levem a emoções como o medo e a
vergonha.
Para Piaget (1896-1980), o erro faz parte do processo de assimilação que indica as tentativas de
adaptação do novo conhecimento que as estruturas cognitivas do indivíduo podem alcançar (MORAIS,
2020). Essas tentativas de acerto que chamamos de erro devem ser avaliadas e interpretadas pelos
educadores como indicadores dos ritmos e níveis de aprendizagem nos quais o aprendiz se encontra.
Motivação: ponto de ligação entre a cognição e a
aprendizagem
Emoção secundária na escola: a vergonha
Segundo Damásio (2013), a vergonha é categorizada como uma emoção secundária em sua classificação de
emoções, pois ela depende de questões socioculturais para se manifestar. As emoções secundárias surgem
das relações interpessoais. Vamos continuar analisando a situação de sala de aula na qual um aluno tem medo
de errar. Já vimos que ouvir de alguém na escola “você não sabe” ou “ele(a) não sabe de nada” é muito difícil,
ainda mais se vier de algum professor. Essa pode ser uma situação bastante desagradável e capaz de gerar
muita vergonha. 
A vergonha gera um estado emocional desagradável no qual a pessoa sente o desejo de se livrar
daquela situação, o que provoca uma confusão mental. 
Essa emoção é classificada como uma emoção autoconsciente, pois representa uma avaliação do próprio eu
do indivíduo. Dessa forma, podemos entender quando um aluno se recusa a fazer uma atividade em conjunto
com a turma, mas consegue realizá-la quando estão presentes somente os colegas que compartilham da
mesma dificuldade que ele. 
Essa situação exemplifica a estratégia de evitar uma
situação de constrangimento no caso de haver algum
desnivelamento de alunos nas turmas. Se o medo e a
vergonha forem misturados, o aluno poderá ser levado à
tristeza e à ansiedade, o que vai refletir diretamente no seu
processo de aprendizagem.
Motivação: ponto de ligação entre a
cognição e a aprendizagem
Entenda agora a motivação, como ponto de ligação entre a
cognição e a aprendizagem, e a sua importância para o processo escolar.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Emoção primária na escola: o medo
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Emoção secundária na escola: a vergonha
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Existe uma emoção básica que está vinculada a uma atitude de suavizar as circunstâncias que provocam
angústia para evitar que ela ocorra novamente. Essa emoção motiva um indivíduo a fazer o ambiente voltar à
condição emocional anterior, desfazendo o estado de angústia. Pelo fato de nos sentirmos com essa emoção
básica, somos mais propensos a pedir desculpas e a oferecer reparações. Qual resposta determina a emoção
correta destacada no enunciado?
A
Tristeza
B
Alegria
C
Medo
D
Nojo
E
Raiva
A alternativa A está correta.
As emoções básicas que aparecem nas alternativas de respostas como alegria, medo, nojo e raiva não
estão alinhadas com a definição do enunciado. O texto descreve uma emoção muito reparadora, e dentre
as emoções básicas, a tristeza é a que está vinculada a uma atitude de suavizar as circunstâncias que
provocam angústia e tende a evitar que ela ocorra novamente. As outras emoções dispostas como opção
não têm esse perfil tão reparador como a tristeza.Questão 2
As emoções secundárias podem surgir por diferentes razões, tais como questões de heranças familiares,
convenções sociais, religiosas, econômicas e até mesmo motivos culturais. Sobre as emoções secundárias e a
suas características, qual a única resposta correta?
A
Há pouca diversidade de emoções.
B
Há pouca quantidade de emoções.
C
São formadas pela ligação e a interação das emoções primárias.
D
São conhecidas como emoções evolutivas e cognitivas.
E
São vivenciadas da mesma forma pelos indivíduos.
A alternativa C está correta.
A partir da mistura das emoções primárias, cada emoção se relaciona com as demais, e assim surgem as
emoções secundárias. As outras opções são relacionadas às emoções secundárias, mas não estão
completamente corretas. As emoções secundárias são inúmeras e têm uma grande diversidade. Elas são
conhecidas como emoções evolutivas e sociais, e não cognitivas, sendo uma de suas caraterísticas
importantes o fato de que cada indivíduo tem uma forma particular de processar e significar essa gama de
emoções.
2. Interação entre processos cognitivos e emocionais
Processos cognitivos e a relação razão-emoção
Durante muitos séculos a emoção tem sido analisada em oposição à razão, como se uma fosse
completamente independente da outra.
A partir das investigações das neurociências, descobriu-se que os processos de raciocínio e de tomada de
decisão estão integrados à emoção. Foi o trabalho de António Damásio (1996) que identificou que a
possibilidade de a emoção ser reduzida ou intensificada seria prejudicial para a racionalidade humana. 
Em seus estudos realizados com indivíduos
portadores de lesões neurológicas, Damásio
(1996) ofereceu uma nova visão para essa
dicotomia entre razão e emoção. Por meio de
suas pesquisas, podemos rever um mito secular
que afirma que a razão é mais eficiente na
ausência da emoção, o que, na verdade, seria o
contrário. Segundo o autor, é provável que o
campo emocional auxilie o campo racional. 
Hoje, com o avanço de vários outros estudos
das neurociências, já podemos afirmar que as
emoções e os sentimentos são aspectos
fundamentais da regulação biológica e podem
elaborar uma ponte de conexão entre os processos racionais e os não racionais. 
Dois casos narrados pelo neurocientista Oliver Sacks (1995) são bons exemplos que mostram bem essa
interação entre processos cognitivos e emocionais e as limitações humanas:
Exemplo 1
O caso de um juiz que sofreu uma lesão no lobo frontal do cérebro como consequência da perfuração
de fragmentos de uma granada. Em função da lesão, ele percebeu que não podia mais entender com
compaixão as motivações de uma outra pessoa e, por essa razão, pediu a aposentadoria. O juiz
alegou que a falta de emoção tornaria suas decisões parciais e pouco humanas. Assim, ele não se
sentia mais qualificado para realizar o seu trabalho, já que a justiça, na sua opinião, envolveria
também sentimentos, e não apenas o pensamento lógico.
Exemplo 2
O caso de Temple Grandin, uma autista americana que tinha alguns problemas na área da afetividade.
Seu campo emocional não apresentava deficiência, mas existia uma limitação concreta das emoções
que não desempenhavam experiências humanas complexas. Sem as emoções não era possível
executar as funções na comunicação de significados, ter orientação cognitiva e compreensão das
mensagens e de seu conteúdo. Por causa disso, Grandin não tinha aderência em relações sociais,
códigos e regras habituais do relacionamento humano. Apesar disso, ela revolucionou a pecuária ao
observar em sua fazenda os mugidos do rebanho, percebendo em quais etapas do manejo esses
mugidos se intensificavam e o porquê dessa intensificação. Grandin realizou essa pesquisa sobre
manejo do gado de forma racional e comprovou que com um sistema de rebanho diferente seria
possível aumentar a produtividade, diminuir custos e aumentar a qualidade do produto. 
Operação dos processos cognitivos
A cognição está relacionada a uma atividade mental do cérebro que todos os seres humanos realizam durante
a vida. O processo cognitivo é baseado na interpretação interna das informações que cada indivíduo tem
armazenadas no cérebro. Esse processo se dá a partir da captação de informações do ambiente que
promovem outras ações, tais como compreender a sua natureza humana, entender as próprias ideias, refletir
como agir e reconhecer suas qualidades e limitações.
Exemplo
A tomada de decisão, que se reflete na análise sobre vantagens e desvantagens de mudar ou continuar
no emprego, escolher o que comer, mudar de carro, escolher a carreira profissional que vai estudar,
entre tantos outros dilemas da vida, é um exemplo claro de cognição. 
Aparentemente, nós, seres humanos, temos o hábito de pensar nesse tipo de coisa sem muito esforço, mas
nada disso seria possível sem os processos cognitivos básicos (FERREIRA, 2014). São esses processos que
nos ajudam a pensar, analisar, refletir, categorizar, escolher, entre outras ações. Os processos cognitivos
básicos são os seguintes:
 
Sensação;
Percepção;
Atenção;
Memória;
Pensamento;
Linguagem.
Os processos cognitivos superiores podem ser definidos como a união ou integração das informações
provenientes dos processos cognitivos básicos. Um exemplo de processo cognitivo superior é o aprendizado,
pois é representado pela combinação de processos como a atenção, a memória e o pensamento. 
Vamos saber mais sobre os processos cognitivos básicos de acordo com a Psicologia.
Sensação
Este é um processo inconsciente, no qual um estímulo apenas produz alteração no organismo, sem
ocorrer ainda a sua interpretação. Esse processo da sensação se refere à identificação dos estímulos
recebidos, feita com base em um conjunto de fatores. A sensação pode ser dividida em visual,
auditiva, tátil, olfativa e gustativa.
Percepção
Este é um processo mental que organiza todas as informações provenientes do ambiente externo e
do interno, e gera as informações que permitem dar significado. A personalidade de cada pessoa é
geradora da interpretação que os seres humanos fazem do mundo. Isso quer dizer que a estrutura
biológica de nosso cérebro é responsável pelos nossos interesses e pelo enquadramento das
experiências que adquirimos ao longo da nossa vida.
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Atenção
Um processo cognitivo básico fundamental e extremamente importante, que seleciona apenas
aqueles estímulos que serão úteis, deixando de lado os que não serão úteis em determinados
momentos. Caso nossa atenção seja dividida com alguns elementos de distração, podem ocorrer
perdas de informações, pois é realizado um esforço mental maior, já que várias fontes de informações
estão competindo entre si.
Memória
É um processo cognitivo básico muito importante que tem a função de receber, interpretar e
armazenar todas as informações que chegam ao nosso cérebro. Pode-se dizer que a memória é um
processo fundamental para o desenvolvimento da aprendizagem e, inclusive, para que os seres
humanos possam ter uma identidade individual. Podemos classificar a memória em dois tipos:
memória de longo prazo e memória de curto prazo. A memória de longo prazo é responsável por
armazenar todas as lembranças, experiências e/ou conhecimentos durante muito tempo. Por outro
lado, a memória de curto prazo armazena apenas as informações temporariamente.
Pensamento
Responsável por processar todos os tipos de imagens, ideias, experiências, sons, símbolos etc.
graças à estimulação de diversos componentes do sistema nervoso. Segundo o modelo cognitivo da
Psicologia, podemos regular e transformar todas as informações que armazenamos na memória por
meio do pensamento. O pensamento analisa, avalia, classifica, compara, faz julgamentos e sabe como
aplicar adequadamente todos esses conhecimentos. Guardaremos na mente todas as experiências
para resolver problemas e criar coisas novas, aproveitando todas as informações. 
Linguagem
Todos os elementos que fazem parte da linguagem, como as frases, as orações, os sons das letras,
as sílabas e as palavrasse encaixam para oferecer uma informação com seu próprio significado. O
estudo da linguagem se refere à pesquisa dos elementos que a representam e constituem uma
gramática da linguagem. A linguagem pode ser preservada ao longo do tempo e foi transmitida de
geração em geração na sociedade, pois permite que possamos expressar nossos pensamentos,
ideias, emoções e sentimentos aos outros. Essa atividade que, à primeira vista, pode parecer tão
simples, é extremamente complexa e nos permite ter relações interpessoais. Tudo isso mediante a
materialização de certos símbolos que explicam nossos estados emocionais. 
Como os processos cognitivos atuam na aprendizagem?
Para Lent (2010), cognição é o termo que os neurocientistas utilizam para se referir à razão. Ela pode ser
definida como as ações mentais destinadas a conhecer o mundo e a nós mesmos, equivalendo ao que
conhecemos por pensamento. Sternberg (2008) estabelece que a cognição é um processo contínuo, no qual
uma nova informação é adquirida e transformada em conhecimento.
Vamos fazer um exercício. Observe as seguintes imagens e procure interpretar as mesmas:
Ao observarmos essas imagens e percebermos que nos processos cognitivos básicos a condição da
estimulação visual inicialmente gera uma “confusão” na interpretação do estímulo, notamos que a percepção
engloba diversos fenômenos de ordem psicológica. Em muitos casos a sensação e a percepção distorcidas
das imagens podem ocasionar uma dificuldade de análise. Ao mesmo tempo que vemos rostos nas imagens,
também observamos um jarro e podemos ficar trocando de perspectiva. Essa mesma percepção pode criar
uma ilusão de óptica dependendo da forma como a figura é apresentada.
Todas essas informações e organizações dos estímulos demandam certa aprendizagem. Esses dois processos
nervosos, sensação e percepção, são a base do funcionamento do ato de aprender. Em um ambiente
estimulador, há inúmeros sons, imagens, odores, aromas, texturas, entre outros. O ser humano aprende a
identificar, por exemplo, cheiro de café, o pão fresquinho pela manhã, as cores do arco-íris, superfícies
ásperas e lisas, além de sabores diversos, como salgado e azedo (CHEVALIER, 2020).
Continuamente, a aprendizagem é intrínseca aos processos fisiológicos, que ocorrem do seguinte modo:
 
Sensação: Acontece primeiro.
Percepção: Ocorre em segundo.
Cognição: Transcorre em terceiro, em um nível mais profundo.
A cognição, por sua vez, corresponde à interação e integração dos estímulos aprendidos a partir da
elaboração dos processos cognitivos básicos e superiores. Aprendemos também com o tempo de maturação,
que pode aprimorar os sentidos. Esse amadurecimento vai sendo alcançado no decorrer do tempo e conforme
a apresentação de estímulos, cada um em sua especificidade. 
A aprendizagem passa por vários vieses, ou seja, ela ocorre pelas vias motoras, verbal, visual e
auditiva, cujos mecanismos vão desde os mais amplos, ou mesmo instintivos, até os mais
complexos, que exigem um alto nível de raciocínio lógico (MORAIS, p. 62).
A aprendizagem e a cognição são duas das bases mais importantes do desenvolvimento humano, pois sua
organização e reorganização compreendem o funcionamento dos processos fisiológicos, comportamentais,
emocionais, entre outros. 
Dois sistemas no equilíbrio da cognição e da emoção
A discussão sobre a natureza da razão e da emoção já existe há muitos séculos, pois essas são perguntas que
muitos filósofos e cientistas já se fizeram:
 
Quem vem primeiro ou quem controla quem: emoção ou razão?
Nós podemos controlar as emoções ou são as emoções que nos controlam?
Essa última pergunta foi feita pelo neurocientista francês Joseph LeDoux (1998), que tem demonstrado que a
relação entre emoção e cognição possui origens desde a Grécia Antiga. Platão, por exemplo, já dizia que
paixões, sentimentos e emoções podem impedir os seres humanos de pensar claramente. Essa discussão foi
tão intensa para o filósofo que ele chegou a comparar as emoções à imagem de cavalos selvagens que
deveriam ser dominados pela capacidade intelectual. 
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Por esse motivo e pelas ações movidas pelas emoções é que se acreditava que seria necessário atuar com
uma ação de controle sobre a paixão e o amor, por exemplo. O importante é lembrarmos que esse controle
seria da nossa mente e da nossa capacidade intelectual. Vamos, então, a partir de agora, entrar no campo das
ciências cognitivas e conhecer como as neurociências já contribuíram para aumentar esse conhecimento. 
Saiba mais
Eysenck e Keane (2017), em seu Manual de Psicologia Cognitiva, discutem a influência dos processos
cognitivos nas emoções. Como a linguagem, a memória e a atenção, por exemplo, interferem em
emoções como o medo, a alegria, a tristeza, a raiva, o remorso, a culpa, a ansiedade, entre outras tantas.
Segundo esses autores, a experiência relacionada ao sistema emocional depende de processos que
podem envolver estímulos e avaliação por meio de informações já armazenadas e que são semelhantes a
novas situações. Esses dois processos foram chamados por Eysenck e Keane (2017) de bottom-up
(sistema de baixo para cima, processamento direcionado por estímulos externos, envolvendo atenção e
percepção - processo emoção-cognição) e top-down (sistema de cima para baixo, análise e avaliação
subjetiva de uma situação que envolve o conhecimento de situações semelhantes e outras já
vivenciadas - processo cognição-emoção). 
A imagem a seguir ilustra a relação do processo emocional com a cognição humana. 
Processos de ativação cerebral top-down e bottom-up
As regiões na coloração azul apresentam mais atividade cerebral no processo top-down, que corresponde
basicamente ao controle inibitório, uma das funções mais importantes na cognição humana. Essa ativação
ocorre, principalmente, pelo lobo frontal, nesse caso, relacionado com a ativação da amígdala, uma das
principais estruturas envolvidas na emoção por estar localizada no centro do sistema límbico. As regiões com
coloração amarela e vermelha apresentam uma intensa ativação nas estruturas dos lobos occipital, temporal e
parietal, além de ativação intensa da amígdala. 
A pesquisa de Eysenck e Keane (2017) conseguiu demonstrar uma relação entre o controle inibitório frente a
situações aversivas e às ativações das emoções. Relembrando as funções do cérebro, o funcionamento desse
sistema envolve muitas estruturas, mas principalmente todo o sistema límbico e a amígdala, que serão
responsáveis pela ativação das emoções.
As evidências mostraram que: 
O sistema bottom-up
É aquele que envolve os aspectos emocionais,
sobretudo a regulação dos afetos negativos.
O sistema top-down
Envolve os processamentos do córtex frontal
que está ligado ao funcionamento do regulador
cognitivo.
Resumindo, os processos cognitivos como a tomada de decisão, o raciocínio lógico e o controle inibitório são
altamente complexos, contudo, eles podem ser relacionados diretamente ao sistema emocional. 
Exemplo
Um jovem estudante está na época de prestar vestibular e se encontra muito indeciso sobre qual curso
de graduação vai escolher. Só que essa decisão não se trata apenas de escolher um curso entre as
áreas de humanas, exatas ou ciências biológicas, pois esse estudante está pensando em estudar fora da
sua cidade ou ainda tentar estudar fora do país. Ele tem que pensar sobre essa mudança, avaliar a nova
cidade, o clima, a disponibilidade de emprego, a distância da família, entre tantos outros fatores. São
tantas rotinas diferentes que essa escolha acaba se tornando muito complexa. 
Note que para tomar essa decisão não se trata de estar na dúvida entre os cursos de Psicologia e
Psicopedagogia, pois, nesse caso, esse estudante teria que observar diversos fatores que mudariam
totalmente a sua rotina de vida. Perceba que existe um componente emocional que pode ser a alegria de
ingressar em uma universidade e o medo de não ser aquilo que tinha sido sonhado. Nesse contexto, não
existe apenas uma condição de razão ou paixão, pois aqui percebemoscomo a emoção tem uma relação
profunda com os processos cognitivos. O controle inibitório tem grande responsabilidade no que diz respeito à
tomada de decisão e será fundamental na escolha feita pelo nosso estudante universitário.
Vamos lembrar da pergunta de LeDoux sobre a razão e as emoções:
Nessa imagem, que representa bem as descobertas neurocientíficas sobre emoção e cognição, podemos ver
como existem processos somáticos que estão exclusivamente endereçados ao corpo, que existem processos
de razão superior e pensamentos que estão relacionados exclusivamente à cognição. Contudo, a área de
inter-relação e sobreposição da emoção e cognição é estabelecida pelas nossas conexões neurais do cérebro.
Essa área de conexão pode ser mapeada como um pensamento emocional e contempla para os
neurocientistas uma plataforma de aprendizagem. Eysenck e Keane (2017) acreditam que nesse pensamento
emocional, a emoção seria um produto gerado pela avaliação cognitiva e, de certa forma, seria determinada
por um padrão que cada indivíduo constrói a partir do seu ambiente. Sendo assim, podemos resumir, sob a
ótica da Neurofisiologia, que utilizamos os processos emocionais e cognitivos de forma inseparável e de forma
concomitante (ao mesmo tempo). 
Emoção e cognição incorporadas na aprendizagem e
infância
Ao longo da infância é a emoção que abre o
caminho para o desenvolvimento da cognição,
ou seja, as funções cognitivas superiores das
aprendizagens humanas mais complexas. Com
o passar dos anos, os processos cognitivos vão
se construindo e reconstruindo a partir das
reações comportamentais, emocionais e
afetivas. Assim se consolida a maturação do
cérebro humano e, consequentemente, todo o
neurodesenvolvimento da criança.
 
Entretanto, a afetividade será fundamental nos
primeiros meses de vida, pois as carências afetivas, a privação ou a perturbação das relações familiares
(principalmente mãe-filho), ou ainda a ausência de cuidadores afetivos, serão condições que podem
comprometer todo o desenvolvimento mental futuro da criança.
Dessa mesma forma, a relação precoce professor-aluno pode ter sequelas no desenvolvimento afetivo. Essa
relação deverá facilitar, mediar e acolher para que as aprendizagens escolares iniciais sejam eficientes e não
evoquem sofrimento emocional nessa fase.
Podemos então concluir que a emoção e a cognição se juntam para produzir aprendizagem, e isso
ocorre porque a emoção é emanada do organismo. 
As manifestações corporais (múltiplas sensibilidades) e os aspectos motores (múltiplas motricidades), por
meio da interação com o ambiente, geram uma multiplicidade de fenômenos psíquicos complexos. Esses
fenômenos podem ser identificados com a importância das emoções e da afetividade nas aprendizagens.
Atualmente, sabemos que, nos primeiros anos de vida, as crises emocionais são mais frequentes e intensas na
formação do desenvolvimento humano. 
Dessa forma, a socialização da criança e as suas
dificuldades de aprendizagem na escola podem ser
comprometidas de maneira irremediável. O surgimento de
crises emocionais ao longo dos processos de aprendizagem
pode influenciar as ações de aprender a ler, escrever,
calcular e resolver problemas.
Assim, faz-se cada vez mais necessário e importante o
conhecimento do campo emocional dos aprendizes na
Psicopedagogia para que a aplicação de estratégias no
processo de aprendizagem seja eficiente. Ainda hoje, a
emoção tem sido pouco estudada, pelo menos de forma objetiva, já que ela é menos mensurável que a
cognição. Devemos reconhecer que ela faz parte do desenvolvimento da criança e do jovem e que é parte
integrante das suas aprendizagens. 
Emoções e aprendizagem significativa
Fique agora com uma reflexão sobre a aprendizagem significativa, destacando as contribuições das emoções
dentro desse processo.
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Como os processos cognitivos atuam na aprendizagem?
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Dois sistemas no equilíbrio da cognição e emoção
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Durante o processo decisório, alguns processos cognitivos altamente complexos são requisitados. A tomada
de decisão, o raciocínio lógico e o controle inibitório podem ser relacionados diretamente com o sistema
emocional. O sistema bottom-up (de baixo para cima) será responsável pela regulagem de aspectos
específicos. Sobre esses aspectos, qual a única resposta correta?
A
Regulação dos afetos positivos.
B
Ativação do regulador cognitivo.
C
Processos de pensamento e julgamento.
D
Inibição da ativação da amígdala.
E
Regulação dos afetos negativos.
A alternativa E está correta.
O sistema bottom-up (de baixo para cima) será responsável pela regulação dos afetos negativos em virtude
da intensa ativação das estruturas envolvidas na emoção, como a amígdala, que atua muito diante de
situações aversivas. As alternativas não apresentam os aspectos do processo de bottom-up e precisam ser
corrigidas. Os afetos positivos não estão relacionados às funções do processo de regulação de bottom-up
(de baixo para cima), pois não haverá inibição das reações dos afetos negativos produzidos pela amígdala.
Essa é uma resposta fisiológica, automática e de potencial inato. Os aspectos da ativação do regulador
cognitivo e os processos de pensamento e julgamento estão relacionados ao processo do top-down (de
cima para baixo).
Questão 2
O primeiro passo para se sentir o mundo é dado por unidades neurais especializadas ou células receptoras
que reagem a tipos específicos de energia. Existe um processo que se refere ao processo inicial de detecção
e codificação da energia ambiental. Os sinais de energia são transformados em um código neural bioelétrico e
enviados ao cérebro por meio dos sentidos de forma inconsciente. A esse processo damos o nome de
A
percepção.
B
cognição.
C
sensação.
D
percepção visual.
E
ambientação.
A alternativa C está correta.
A sensação é pertinente ao contato inicial entre o organismo e seu ambiente. As células receptoras reagem
a tipos específicos de energia provindos do ambiente (tais como a luz, a pressão, o calor, as substâncias
químicas e assim por diante) com nossos órgãos dos sentidos – nossas janelas para o ambiente. Os sinais
de energia são transformados em um código neural bioelétrico e enviados ao cérebro. Sobre as outras
alternativas, de acordo com o enunciado elas estão incorretas e vamos saber por quê. Percepção, cognição
e percepção visual são estágios superiores que acontecerão após o primeiro contato sensorial. A
ambientação não é um conceito de um processo neurofisiológico, mas sim uma das características da
percepção visual.
3. Regulação emocional 
Manejo ou controle emocional
Cognição e o impacto nas emoções
Se pensarmos de uma forma mais pedagógica, podemos dizer que a emoção é um impulso neurobiológico que
impele o organismo para uma ação. Cada indivíduo acumula no cérebro uma informação emocional a partir da
sua experiência, e esse conhecimento será usado para agir com vantagem adaptativa e estratégica em
possíveis situações futuras.
Podemos, então, refletir que a emoção guia e acompanha todo o processo de aprendizagem como um
processo neurológico básico. A emoção estabiliza a gestão e executa a “pilotagem” dos processos cognitivos,
conativos e executivos que estão no cenário da aprendizagem (FONSECA, 2016). 
Uma das chaves do nosso triunfo adaptativo como espécie foi a sobreposição da cognição sobre a
emoção. 
Ou seja, nossa capacidade de resolução de problemas e elaboração de inovações tecnológicas só é possível
porque existe uma interdependência que integra a emoção e a cognição de forma neurofuncional.
Para que nosso processo de aprendizagem seja realizado com sucesso, teremos, então, a implicaç��o de três
componentes em interação sistêmica.São eles:
 
Regulação emocional
Conhecimento consciente
Estratégias cognitivas
Esses três componentes precisam estar alinhados e integrados, caso contrário, um aluno terá muitas
dificuldades, perdendo a capacidade de aplicação do que aprendeu. 
Uma dificuldade recorrente em sala de aula é
que muitos alunos não aprendem porque não
sentem a conexão íntima entre a emoção e a
cognição com as experiências de
aprendizagem. Isso ocorre, muitas vezes,
porque as atividades exclusivamente
compostas por memorização podem acarretar
conteúdos escolares ou acadêmicos com pouca
significância emocional para os alunos. É
preciso que a cognição refletida no
conhecimento a ser analisado desencadeie
reações emocionais positivas nos alunos. Na
aprendizagem, espera-se que essas emoções
que atuam na cognição com qualidade
influenciem nas decisões e nas condutas de
estudo, produzindo funções executivas, como a iniciativa, a perseverança, o esforço, a atenção sustentada e a
determinação (MORAIS, 2020).
Resumindo, a aprendizagem, a atenção, a percepção, o processamento de informação, a memória, a
planificação, a tomada de decisão e a própria criatividade decorrem da sinergia entre o pensamento
emocional e o racional. 
Emoções e seu impacto na cognição
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Se refletirmos sobre a função das emoções nos processos cognitivos poderemos comentar sobre as
necessidades de coerência, relevância e significação nos diversos processos mentais, tais como a atenção, a
percepção, a memória, a planificação e a execução de respostas adaptativas. Os fatores emocionais têm a
função de motivar e sustentar os processos de aprendizagem do ser humano desde as crianças até os idosos,
pois as emoções estão engajadas nos comportamentos e nas respostas corpóreas e motoras adaptativas de
todas as pessoas (FONSECA, 2016).
Devido a essa interação, sabemos que um indivíduo é capaz de investir mais no aperfeiçoamento de suas
competências e aprender melhor e continuamente se tiver as condições favoráveis à sua autorrealização. Isso
quer dizer que, na aprendizagem, vale muito o estado de bem-estar do aprendiz. Assim, contam como
elementos desse estado as necessidades atendidas, as motivações (extrínsecas e/ou intrínsecas), as
aspirações, os objetivos, os planos e os sonhos (de curto, médio ou longo prazo). 
Em síntese, as emoções atuam sobre as cognições e sobre as ações específicas que permitem ao
ser humano, primeiro, adaptar-se, e depois, aprender a aprender (MORAIS, 2020).
Dessa forma, estudantes autorrealizados, chamados de bons alunos, vivem de acordo com o seu potencial de
aprendizagem. Eles se sentem realizados porque precisam estudar para atingir os seus objetivos e satisfazer
os seus sonhos, sem se remeterem a uma zona de sacrifício como dor, aversão, preguiça e procrastinação.
O sentimento de autoeficácia que pode ser notado em estudantes motivados é ressaltado por Albert Bandura
na teoria sociocognitiva. Essa teoria da autoeficácia aplicada à aprendizagem diz respeito ao fato de que todo
aprendiz assume expectativas pessoais de sucesso ou de fracasso. Contudo, as expectativas de sucesso
somadas à persistência levam o aluno a ter mais motivação para estudar, pois ele acredita que os seus
esforços serão recompensados com melhores avaliações. Assim, as emoções, quando gerenciadas de forma
equilibrada e sadia, propiciam aprendizagens benéficas e prazerosas, que são componentes indispensáveis
para o desenvolvimento intelectual e cognitivo de todo aluno. 
O que é regulação emocional?
O processo de regulação emocional é um elemento que confere ao indivíduo as competências necessárias
para que respostas flexíveis sejam dadas às exigências do ambiente sobre a condição humana.
Dentro desse contexto, destacam-se
Teoria da avaliação
É descrita por Eysenck e Keane (2017) como uma premissa teórica que considera que as respostas
relacionadas às emoções são produzidas pelo organismo com base na avaliação da relevância das
mudanças no ambiente e dos benefícios que estas últimas trazem ao indivíduo. Esses autores
acreditam que a emoção é um produto gerado pela avaliação, que, por sua vez, de certa forma, é
determinada por um padrão que cada indivíduo constrói. 
Regulação das emoções
Essa abordagem teórica supõe que o nível de intensidade emocional aumenta de acordo com o
passar dos anos. Nesse modelo, a partir da habilidade de regular nosso campo emocional, podemos
diminuir, intensificar ou manter a emoção. O manejo das emoções é feito dependendo dos objetivos,
que exercem uma influência sobre a forma como elas são experienciadas e expressas (EYSENCK;
KEANE, 2017). 
Para entendermos melhor o modelo da regulação emocional, vamos refletir sobre a forma como atuamos e
compreendemos os estímulos externos, que podem ser positivos ou negativos. Esses estímulos promovem a
interconexão entre nossas cognições e emoções, gerando comportamentos e reações.
Existem momentos nos quais somos capazes de acolher nossas emoções de maneira positiva e resolver os
conflitos, mesmo inundados de sentimentos negativos. De fato, somos capazes de manejar sentimentos
funcionais e disfuncionais e de reagirmos de forma proporcional e desproporcional. 
Exemplo
Imagine uma pessoa que tem tido problemas para enfrentar suas próprias emoções e que vem se
sentindo vulnerável constantemente. Sendo assim, precisamos de uma mediação emocional para que
essa pessoa possa lidar com os eventos do cotidiano de maneira mais produtiva. Podemos dizer que,
para que ela possa agir de forma funcional, será necessária uma regulação emocional. Com isso,
podemos afirmar que a regulação emocional é um estilo de enfrentamento das situações do dia a dia
(EYSENCK; KEANE, 2017). 
Na busca de uma vida mais funcional e que possa ser vivida de uma forma mais positiva, vamos apresentar
cinco fatores cruciais para que um indivíduo possa regular suas emoções. Esses fatores se referem a
processos de regulação emocional. São eles: 
Escolha de situação
Onde será aplicada a habilidade de regulação de emoções. Avaliar situações nas quais é possível o
surgimento de uma emoção desejável ou indesejável.
Modificação da situação
Atuar com esforços para modificar diretamente a situação e, assim, alterar o seu impacto emocional.
Redirecionamento da atenção
É a habilidade de escolha de para onde dirigir a atenção em uma dada situação e, assim, influenciar
as suas emoções.
Mudança cognitiva
É a habilidade de alterar a forma como uma situação é avaliada, de modo a modificar o seu significado
emocional.
Modulação da resposta
Observação das influências fisiológicas, experienciais ou comportamentais exercidas na resposta.
O esquema a seguir apresenta o modelo baseado na regulação da emoção:
A construção da regulação emocional tem início na relação familiar e a tendência é que haja uma reprodução
do modelo aprendido dentro de casa na vida adulta. Contudo, temos em nosso organismo um termostato para
o ambiente, e a regulação emocional propõe que possamos avaliar e perceber esse mundo externo e essa
resposta interior aos estímulos externos, remanejando nossas próprias programações emocionais.
Segundo Damásio (2013), as pessoas, desde o início da
vida, já estão preparadas para enfrentar adversidades e
situações que exigem um processo de adaptação. Crianças
podem ter habilidade para regular suas emoções a partir da
percepção das relações causais das próprias experiências
emocionais. 
Esse processo da regulação emocional pode ser
considerado como uma peça central entre a expressão
emocional parental e as capacidades sociais. Crianças com
quatro anos de idade já percebem que as emoções perdem
a intensidade com o passar do tempo. Aos seis anos, elas já adquirem a capacidade de notar que a emoção
some quando ela para de pensar nela. É a partir dessa compreensão que a criança aprende que pode mudar
as suas emoções e passa a adquirir a capacidade de regulá-las. 
Uma vez que a emoção pode ser regulada, algumas situações e sentimentos se apresentam
favoráveis para a aprendizagem. O tipo de emoção que acriança vivencia durante o processo de
aprendizagem é determinado pelas estratégias utilizadas para sua realização. 
Em um cenário de adversidade, algumas pessoas podem utilizar formas disfuncionais para lidar com o seu
processo de desregulação emocional, pois, assim, conseguem um certo alívio momentâneo para a angústia
que sentem. As consequências são quase sempre negativas. Podemos encontrar no comportamento:
 
As posturas autolesivas, com o uso excessivo de álcool ou drogas;
A utilização de comportamentos de fuga ou evitação;
Adoção da confrontação; e
Comportamentos passivo-agressivos.
Além disso, a intensa onda de emoções pode ser vivida pelo indivíduo como uma maneira opressora, intrusiva,
problemática ou até em forma de pânico, terror, temor, trauma ou senso de urgência. A desativação das
emoções inclui experiências dissociativas, de despersonalização, de desrealização ou entorpecimento
emocional.
Sendo assim, o processo de desregulação emocional pode ser considerado como um estilo de enfrentamento,
no qual o indivíduo experimenta a intensificação excessiva das emoções ou sua total desativação. 
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Regulação da emoção
Psicopedagogia e a regulação emocional
A questão de regulação emocional e
aprendizado no campo da Psicopedagogia é um
tema atual e de muito interesse para a
educação infantil e juvenil. Desde 2020, o
mundo vive os efeitos da pandemia da covid-19
em diversas áreas e podemos notar grande
impacto negativo na saúde mental, o que vem
gerando mudanças sociais, emocionais e
pedagógicas para a educação. 
Segundo os dados da UNICEF, o Brasil foi um
dos 21 países que participaram da pesquisa
conduzida pelo UNICEF e o Gallup. Esse relatório sobre a situação mundial da infância em 2021 apresenta
dados que mostram que 22% dos adolescentes e jovens brasileiros de 15 a 24 anos que foram entrevistados
disseram que, muitas vezes, se sentem deprimidos ou têm pouco interesse em fazer atividades sociais e
escolares. 
A pandemia afetou profundamente a saúde mental de todas as pessoas e representa um desafio para a
educação das crianças e dos adolescentes de todo o mundo, pois a motivação, a autoestima e a autoeficácia
estão muito prejudicadas, e esse será um novo e grande impulso de trabalho para educadores e
psicopedagogos nos próximos anos. Nunca se fez tão necessária a compreensão e a aplicação da regulação
emocional nos processos educativos e sociais como nesta etapa pós-pandemia.
A área da Psicopedagogia é representada como uma relação e integração de três campos de estudo:
 
Psicologia
Pedagogia
Neurologia
O tema da regulação emocional pode ser encontrado nos três enfoques, no entanto, vamos aprofundá-lo aqui
com uma perspectiva global da Psicopedagogia. 
Quais seriam os fatores que atuam na regulação emocional? 
Devemos mencionar dois campos de estudo que impactam as emoções no aprendizado e que estão
relacionados a uma teoria biopsicossocial para a regulação emocional na Psicopedagogia: 
Fatores biológicos
Ressaltam que cada indivíduo pode nascer com uma tendência a apresentar maior ou menor
sensibilidade e controle de impulsos. Assim, nascemos biologicamente predispostos a sermos mais
impulsivos ou mais sensíveis do que outras pessoas. 
Fatores sociais
Nos fazem aprender a validar ou invalidar as emoções e poder regulá-las, pois isso está na esfera do
aprendizado social e das relações familiares e escolares para crianças e adolescentes. 
Esse é um campo muito importante para psicólogos educacionais e psicopedagogos, pois deverão ser
relevadas as características biológicas de maior ou menor sensibilidade nos processos de regulação
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emocional. A qualidade das emoções se revela um fator de impacto na fase de aprendizado, e essa regulação
emocional será aprendida pelos indivíduos no contato com o mundo e nas interações com as pessoas, no
âmbito social. 
O desenvolvimento emocional ocorre em conjunto com o desenvolvimento cognitivo e o motor. Essa
constatação é muito importante de ser feita, principalmente em diagnósticos. Muitas vezes, o psicopedagogo
está mais interessado na avaliação cognitiva e motora e tem menor interesse na observação dos aspectos
afetivos. Vale lembrar que os aspectos cognitivos, comportamentais e emocionais ocorrem juntos e durante os
ciclos do desenvolvimento humano. Eles são nutridos pelas interações sociais, pelas mensagens que as
pessoas significativas oferecem e pela forma como essas experiências são interpretadas por cada pessoa. 
Reflexão
Como podemos refletir então sobre as mensagens e a forma de comunicação dos adultos com as
crianças e adolescentes? Para os pequenos e os jovens, tudo o que eles ouvem se transforma em
afirmações como: “Eu sei que eu sou assim”. Ao longo do tempo, os feedbacks fortalecem o que cada
pessoa acredita sobre si mesma, tornando-se, assim, um processo de confirmação de crenças sobre
autoimagem, autoestima e autoconceito. 
Sobre o controle inibitório na regulação das emoções, devemos entender que o nível da intensidade emocional
pode aumentar no decorrer dos anos. Dessa forma, todas as estratégias de controle e manejo de emoções
contribuem para o enfrentamento das adversidades e das situações cotidianas que nos exigem decisões por
toda a vida. Entretanto, na infância e na juventude, quando nosso cérebro ainda está em formação e nossas
emoções são mais vulneráveis, observamos que a regulação emocional será aprendida de forma
neurofuncional, junto da maturação das funções executivas. 
Estratégias e abordagem na Psicopedagogia
É recomendado que o profissional de
Psicopedagogia observe, além dos aspectos
cognitivos e motores, também os aspectos
emocionais, pois esse campo emocional do
cliente aprendiz será muito importante para o
psicopedagogo na sua abordagem e nas
escolhas de estratégias de intervenção.
O campo das emoções poderá ser sempre uma
distração no encaminhamento do processo de
aprendizagem de um aprendiz. Essas
distrações e ruídos emocionais poderão alterar
a motivação, a autoestima e a autoeficácia dos alunos em atividades escolares, esportivas, artísticas e de
performance. Algumas características desse campo emocional podem ser avaliadas em uma entrevista feita
pelo psicopedagogo com os pais. 
A seguir, vejamos alguns passos para podermos realizar uma investigação dos aspectos emocionais de um(a)
aprendiz com a família:
Realizar uma anamnese.
Investigar a estrutura e a dinâmica familiar.
Observar o comportamento social do(a) aprendiz.
Perguntar sobre as atitudes em relação a si mesmo, seu aprendizado, amigos e professor.
Saber sobre as horas de sono (higiene do sono).
Conhecer o comportamento alimentar e tipos de alimentos.
Perguntar sobre as emoções mais frequentes.
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Saber quem da família o(a) acompanha nas atividades escolares.
Buscar conhecer as características e os aspectos emocionais reativos.
Perguntar sobre as qualidades da personalidade e as habilidades.
Perguntar sobre as dificuldades emocionais mais frequentes.
Conhecer as estratégias que já foram utilizadas e que foram mais e menos eficazes na aprendizagem.
Outras características do campo emocional podem ser avaliadas e compreendidas por meio de uma entrevista
com o(a) professor(a). Seguem alguns passos para realizar uma investigação do(a) aprendiz, criança ou
adolescente, no ambiente da escola: 
Quais são suas características comportamentais na escola?
Quais são as qualidades de sua personalidade e suas habilidades?
Quais as dificuldades emocionais mais frequentes?
Quais são suas atitudes no processo de aprendizagem?
Quais as principais dificuldades emocionais na escola?
Quais tentativas de solução já foram feitas? Quais delas foram eficazes e quais falharam?
Podemos destacar algumas estratégias de regulação emocional que são muito importantes para o equilíbrio
do processo de aprendizagem e que têm impacto direto no campo das emoções. 
Fazer atividade física.
Desenvolver práticas de atenção plena como mindfulness e yoga.
Promover a autoaceitaçãoe o não julgamento, cultivar a gratidão e a compaixão por si e pelos outros.
Regular a alimentação; promover alimentos com pró e prebióticos para aumentar a quantidade e
diversidade da flora intestinal e com ômega 3.
Promover higiene do sono.
Medicina de Estilo de Vida
Assim, concluindo nosso percurso de aprendizagem, podemos dizer que a saúde mental deve ser observada e
cultivada constantemente, pois está intrinsecamente relacionada ao nosso estilo de vida saudável. As boas
escolhas em nosso estilo de vida potencializarão os dois campos, o emocional e o cognitivo, gerando um
melhor desenvolvimento e uma aprendizagem mais efetiva.
Regulação emocional e cidadania
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Entenda agora as contribuições da regulação emocional para o exercício da cidadania, com exemplos de
comportamentos para uma vida mais funcional.
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Vem que eu te explico!
Os vídeos a seguir abordam os assuntos mais relevantes do conteúdo que você acabou de estudar.
Emoções e o impacto na cognição
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A Psicopedagogia e a regulação emocional
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Verificando o aprendizado
Questão 1
Em um ambiente estimulador há inúmeros sons, imagens, odores, aromas e texturas. O ser humano aprende a
identificar o cheiro do café, as cores do arco-íris e o doce da sobremesa, e tudo isso é aprendizagem
intrínseca à experiência. Dessa forma, podemos dizer que existe uma ordem sequencial nesse processo do
aprender. Assinale a única resposta correta.
A
(1) Sentir – (2) Perceber – (3) Compreender.
B
(1) Perceber – (2) Sentir – (3) Compreender.
C
(1) Compreender – (2) Perceber – (3) Sentir.
D
(1) Compreender – (2) Sentir – (3) Perceber.
E
(1) Sentir – (2) Compreender – (3) Perceber.
A alternativa A está correta.
Em um primeiro momento, ocorre a sensação (sentir), posteriormente, a percepção (perceber) e, em um
nível mais profundo, ocorre a cognição (compreender), que corresponde à interação e à integração dos
estímulos aprendidos. As opções de resposta estão com os sentidos da aprendizagem trocados.
Questão 2
O processo cognitivo denominado autocontrole é um dos responsáveis diretos pela coordenação e regulação
das emoções. O autocontrole é importante
A
no controle e regulação apenas das emoções primárias, pelo motivo de serem inatas e importantes na
adaptação humana diante dos perigos e situações que ativam o medo.
B
na regulação apenas da tristeza, em razão de esse processo cognitivo estar ligado às emoções secundárias, e
não às primárias, pois todo o indivíduo precisa desse aspecto emocional para se autocontrolar.
C
no controle e regulação das emoções, pois o nível de intensidade emocional pode aumentar com o decorrer
dos anos. Esse controle contribui para criar estratégias e enfrentar situações do cotidiano que exijam tomadas
de decisão.
D
na regulação da cognição primária, pois ela se liga às funções cerebrais mais complexas e relacionadas ao
sistema de pensamento top-down, que funciona de forma inconsciente e não está relacionada à tomada de
decisão.
E
na regulação das emoções primárias nos momentos em que há situações de grande irritabilidade, mas sem
relação com as emoções secundárias.
A alternativa C está correta.
No processo da regulação das emoções, uma pessoa com alto nível de ansiedade, com o passar do tempo,
pode selecionar os locais aos quais irá e as pessoas com as quais conviverá, criando, assim, menos
possibilidade de estresse. Por meio da utilização de processos cognitivos como atenção concentrada e
seletiva, essa pessoa pode construir uma estratégia emocional para não se deparar com a condição de
intensidade emocional.
4. Conclusão
Considerações finais
Neste conteúdo, aprendemos um pouco sobre o fenômeno emocional e entendemos como ele está
profundamente relacionado com as funções cognitivas e com a nossa forma de aprender. Vimos como muitos
autores buscam compreender, por meio de pesquisas e dos exames possibilitados pelas neurociências, saber
mais sobre a natureza da emoção, seus processos psicofísicos e as relações entre a emoção e a razão. 
Você agora já é capaz de contextualizar as emoções primárias e secundárias relacionando-as com a
aprendizagem, e já sabe que as emoções primárias são inatas e de sobrevivência, enquanto as emoções
secundárias são elaboradas em contexto e por meio das relações sociais. Além disso, pôde ter uma noção da
importância da investigação afetiva para a Psicopedagogia, bem como a observação dos aspectos cognitivos
e motores. 
Continue essa jornada de aprendizado e descubra mais sobre as teorias de aprendizagem e desenvolvimento
humano. Este conteúdo contribuiu para você se interessar e conhecer mais sobre o assunto, sendo uma parte
relevante na evolução da sua formação acadêmica. 
Podcast
Para encerrar, ouça a importância das emoções para a aprendizagem, com exemplos da atuação
psicopedagógica.
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Explore +
 
Saiba mais sobre as emoções primárias e secundárias em uma entrevista com o neurocientista António
Damásio, disponível no YouTube, no canal de David Pires, e intitulada António Damásio – a diferença entre
emoção e sentimento.
 
Saiba mais sobre as emoções primárias e secundárias em uma entrevista com o neurocientista António
Damásio, disponível no YouTube, no canal de David Pires, e intitulada António Damásio – a diferença entre
emoção e sentimento.
 
Assista a uma excelente aula com o professor Vitor Geraldi Haase, organizada pela Sociedade Brasileira de
Neuropsicologia, e conheça algumas das contribuições da neurociência para o campo da Educação. O vídeo
está disponível no YouTube, no canal da SBNp, e intitulado SBNp – Ciência Cognitiva e Educação:
Neurociência e Aprendizagem.
 
Assista a uma excelente aula com o professor Vitor Geraldi Haase, organizada pela Sociedade Brasileira de
Neuropsicologia, e conheça algumas das contribuições da neurociência para o campo da Educação. O vídeo
está disponível no YouTube, no canal da SBNp, e intitulado SBNp – Ciência Cognitiva e Educação:
Neurociência e Aprendizagem.
 
Entenda um pouco mais a teoria de Paul Ekman sobre as emoções básicas assistindo a uma análise do filme 
Divertidamente (2015), que mostra a vida de Riley e as cinco emoções que vivem dentro de uma adolescente:
alegria, tristeza, nojo, medo e raiva. O vídeo está disponível no YouTube, no canal Como a Mente Funciona, e
intitulado Entenda as emoções de Divertidamente na Psicologia.
 
Entenda um pouco mais a teoria de Paul Ekman sobre as emoções básicas assistindo a uma análise do filme 
Divertidamente (2015), que mostra a vida de Riley e as cinco emoções que vivem dentro de uma adolescente:
alegria, tristeza, nojo, medo e raiva. O vídeo está disponível no YouTube, no canal Como a Mente Funciona, e
intitulado Entenda as emoções de Divertidamente na Psicologia.
 
Continue refletindo sobre esse mesmo filme, dessa vez assistindo ao vídeo Divertidamente – entendendo os
processos psicológicos básicos da memória e emoção, disponível no canal de Jemima Giron, do YouTube.
Nele, você vai compreender melhor as teorias de Paul Ekman sobre esses outros dois processos.
 
Continue refletindo sobre esse mesmo filme, dessa vez assistindo ao vídeo Divertidamente – entendendo os
processos psicológicos básicos da memória e emoção, disponível no canal de Jemima Giron, do YouTube.
Nele, você vai compreender melhor as teorias de Paul Ekman sobre esses outros dois processos.
 
Assista a uma aula sobre aprendizado e emoção com a neurocientista Carla Tieppo para entender as emoções
dos seus alunos e saber o que fazer para impulsioná-los rumo ao sucesso na escola e na vida. O vídeo está
disponível no YouTube, no canal de Carla Silva, sob o título de Aprendizado e emoção segundo a
Neurociência.
 
Assista a uma aula sobre

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