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REGISTRO DO EMPRESÁRIO É obrigação legal imposta a todo e qualquer empresário (empresário individual ou sociedade empresária) se inscrever na Junta Comercial antes de iniciar a atividade, sob pena de começar a exercer a empresa irregularmente (art. 967 do CC). REGISTRO DO EMPRESÁRIO Caso o empresário individual ou a sociedade empresária não se registrem na Junta Comercial antes do início de suas atividades, tal fato não implicará a sua exclusão do regime jurídico empresarial nem fará com que eles não sejam considerados, respectivamente, empresário individual e sociedade empresária. • Enunciado 199 da III Jornada de Direito Civil do CJF: “a inscrição do empresário ou sociedade empresária é requisito delineador de sua regularidade, e não da sua caracterização. REGISTRO DO EMPRESÁRIO Para fazer a inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis, realizado pela Junta Comercial, o empresário individual terá de obedecer às formalidades legais previstas no art. 968 do CC, ou seja, fazer requerimento que contenha: “I – o seu nome, nacionalidade, domicílio, estado civil e, se casado, o regime de bens; II – a firma, com a respectiva assinatura autógrafa; III – o capital; IV – o objeto e a sede da empresa. REGISTRO DO EMPRESÁRIO Já a sociedade empresária deverá levar a registro o ato constitutivo (contrato social ou estatuto), que conterá todas as informações necessárias. Somente as sociedades simples estão sujeitas ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas. REGISTRO DO EMPRESÁRIO De acordo com o art. 969 do CC, “o empresário que instituir sucursal, filial ou agência, em lugar sujeito à jurisdição de outro Registro Público de Empresas Mercantis, neste deverá também inscrevê-la, com a prova da inscrição originária”. Parágrafo único do art. 969 do CC: “em qualquer caso, a constituição do estabelecimento secundário deverá ser averbada no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede. REGISTRO DO EMPRESÁRIO Filial é a sociedade empresária que atua sob a direção e administração de outra, chamada de matriz, mas mantém sua personalidade jurídica e o seu patrimônio, bem como preserva sua autonomia diante da lei e do público. Agência é a empresa especializada em prestação de serviços que atua especificamente como intermediária. Sucursal é o ponto de negócio acessório e distinto do ponto principal, responsável por tratar dos negócios deste e a ele subordinado administrativamente. REGISTRO DO EMPRESÁRIO Enunciado 363 da súmula do STF: “a pessoa jurídica de direito privado (gênero do qual a sociedade empresária é espécie) pode ser demandada no domicílio da agência, ou estabelecimento, em que se praticou o ato”. Art. 75 do CC: Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é: (...) IV- das demais pessoas jurídicas, o lugar onde funcionarem as respectivas diretorias e administrações, ou onde elegerem domicílio especial no seu estatuto ou atos constitutivos. REGISTRO DO EMPRESÁRIO • Art. 75, § 1° do CC: “Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados”. A única exceção em relação à obrigatoriedade do registro é a referente aos exercentes de atividade econômica rural, os quais possuem a simples faculdade de registrar-se na Junta Comercial (Art. 971 do CC). REGISTRO DO EMPRESÁRIO • Lei de Registro Público de empresas mercantis (Lei 8.934/ 1994). DNRC • SINREM Juntas Comerciais • SINREM (Sistema Nacional de Registro de Empresas Mercantis) – sistema que regula o registro de empresa no Brasil. REGISTRO DO EMPRESÁRIO • DNRC (Departamento Nacional de Registro do Comércio) – órgão central do SINREM com funções supervisora, orientadora, coordenadora e normativa, no plano técnico; e supletiva, no plano administrativo. • Juntas Comerciais – são órgãos locais com funções executora e administradora dos atos de registro. REGISTRO DO EMPRESÁRIO A doutrina costuma destacar que as Juntas Comerciais, por fazerem parte da estrutura administrativa dos Estados, mas se sujeitam, no plano técnico, às normas e diretrizes baixadas pelo DNRC, órgão central do SINREM e que integra a estrutura administrativa federal, possuem uma subordinação hierárquica híbrida. REGISTRO DO EMPRESÁRIO Quando se tratar de demanda que envolve apenas questões particulares, como conflitos societários, a competência será da Justiça Estadual, ainda que no processo esteja sendo discutido um ato ou registro praticado pela Junta Comercial. REGISTRO DO EMPRESÁRIO • Agravo regimental no conflito de competência. Ação declaratória de falsidade de documento público. Junta Comercial. Anulação de alteração contratual. Ato fraudulento. Terceiros. Indevido registro de empresa. Atividade federal delegada não afetada. Competência da Justiça Estadual. Agravo regimental improvido (AgRg no CC 101.060/RO, Rel. Min. Massami Uyeda. 2ª Seção, j. 23.06.2010, DJe 30.06.2010). REGISTRO DO EMPRESÁRIO Quando em um processo estiver sendo discutido o reajuste de servidores da Junta Comercial, a competência será da Justiça Estadual , porque nesse caso a lide versa sobre matéria eminentemente administrativa. Conflito negativo de competência. Junta Comercial. Servidor aposentado. Mandado de segurança. Inclusão de vantagens remuneratórias. REGISTRO DO EMPRESÁRIO Não configurado o exercício de função pública federal delegada. Competência da Justiça Comum. 1. O ato administrativo impugnado no mandado de segurança impetrado por servidor estadual inativo, consistente no cálculo a menor de seus proventos, não foi praticado no exercício de delegação de função pública federal, referente aos atos de registro de comércio arrolados na Lei n° 8.934/94, mas a partir da exegese de leis estaduais de regência da remuneração de cargos e proventos de aposentadoria dos funcionários da junta comercial mineira. REGISTRO DO EMPRESÁRIO 2. Se houve ou não ilegalidade na prática do referido ato administrativo, é questão a ser dirimida na Justiça Comum Estadual, e não na Justiça Federal, pois a hipótese em apreço não é de exercício de função pública federal delegada. 3. Conflito conhecido para declarar a competência do juízo de Direito da 7ª Vara da Fazenda Pública e Autarquias de Belo horizonte/MG, ora suscitado (CC 54.590/MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 3ª. Seção, j. 11.10.2006, DJ 30.10.2006, p.241). REGISTRO DO EMPRESÁRIO A competência só será da Justiça Federal quando a Junta Comercial estiver agindo no exercício de delegação de função pública federal, referente aos atos de registro previsto na Lei 9.934/1994. Sempre que o provimento jurisdicional pretendido disser respeito à atuação da Junta, em sua qualidade de órgão que atua no exercício de delegação federal, a competência será da Justiça Federal, atendido o artigo 109, VIII, da CF. REGISTRO DO EMPRESÁRIO Se o objeto da demanda é a relação entre sócios ou qualquer outro litígio afim, para o qual o órgão não seja tomado especificamente na sua condição de delegatário de funções federais, a competência será da Justiça Comum. As Juntas Comerciais executam os atos de registro dos empresários individuais, das sociedades empresárias e dos seus auxiliares. Os atos de registro praticados pelas Juntas Comerciais são: matrícula; arquivamento; autenticação (art. 32 da Lei 8.934/1994). REGISTRO DO EMPRESÁRIO Matrícula é um ato de registro praticado pela Junta que se refere a alguns profissionais específicos, os chamados auxiliares do comércio: leiloeiros, tradutores públicos, intérpretes, etc. Arquivamento é o ato de registro que diz respeito aos atos constitutivos da sociedade empresária ou do empresário individual ( art. 32, inciso II, da Lei 8.934/1994) REGISTRODO EMPRESÁRIO Autenticação é ato de registro que se refere aos instrumentos de escrituração contábil do empresário (livros empresariais) e dos agentes auxiliares do comércio. Art. 1.154 do CC: “ o ato sujeito a registro não pode ser oposto a terceiros antes do cumprimento das formalidades exigidas, salvo se houver prova de que o terceiro o conhecia”.
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