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História da educação no Brasil: Redemocratização
Prof.ª Pâmela de Almeida Resende
Descrição
Série de mudanças que ocorreram no âmbito da Educação brasileira,
dos anos 1960 até a Redemocratização, incluindo as transformações
econômicas, sociais e políticas que influenciaram reformas, leis e
decretos criados para embasar os projetos de governo.
Propósito
Compreender as diversas mudanças e os discursos que pautaram as
diferentes reformas, decretos e leis para a Educação brasileira no
processo de redemocratização, com a identificação das iniciativas que
permanecem em nossas práticas pedagógicas e estruturas de ensino.
Objetivos
Módulo 1
Reformas na organização da Educação
brasileira
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Identificar as reformas ocorridas na organização da Educação
brasileira durante o Regime Militar.
Módulo 2
Constituição Federal de 1988 e a Lei de
Diretrizes e Bases
Reconhecer a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e
Bases como promotoras de avanços na Educação brasileira.
Introdução
A discussão sobre a educação atual no Brasil passa pela
identificação de duas grandes matrizes de pensamento
educacional que claramente se subdividem. A primeira é a
proposta da ditadura civil-militar, que era marcada por um
modelo tecnicista, com primeiros empreendimentos de
popularização, mas com a manutenção de uma hierarquia
claramente estruturada. Seu foco era o nacionalismo e a
formação do brasileiro. A segunda é influenciada pela
Constituição de 1988 e pela LDB 1996, focada em
princípios de liberade e cidadania, mas que tem como
desafio a popularização, o aumento de alunos por classe e
o custo do novo modelo.

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1 - Reformas na organização da Educação brasileira
Ao �nal deste módulo, você será capaz de identi�car as reformas ocorridas na organização da
Educação brasileira durante o Regime Militar.
Educação na década de 1960
A segunda metade da década de 1960 foi marcada por importantes
transformações políticas, econômicas e sociais. O clima político no
Brasil encontrava-se absolutamente conturbado. No dia 13 de dezembro
de 1968, o general Arthur da Costa e Silva baixou o que ficou conhecido
como AI-5 ou Ato Institucional nº 5. Estudantes, professores,
trabalhadores urbanos e rurais: naquele momento, centenas de pessoas
encontravam-se na clandestinidade, exilados, mortos ou presos. Veja, a
seguir, as manchetes do jornal da época:
Ato Institucional nº 5
Um dos instrumentos jurídicos que caracterizam o período do
governo civil-militar como uma ditadura é o uso dos Atos
Institucionais. Instrumento vinculado ao presidente que estabelecida
ditames a serem seguidos de imediato sem a necessidade de
aprovação do Legislativo ou Judiciário, transformando o poder do
Executivo em condição de superioridade diante dos demais poderes.
O Ato Institucional nº 5 é um dos mais famosos e considerado uma
virada do momento político. A roupagem democrática fora mantida
até o governo de Costa e Silva, porém a promulgação do AI-5 serviu
para fomentar a censura, influir juridicamente, instaurar mudança em
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Jornal Última hora
Ao mesmo tempo, o regime fazia questão de imprimir certa aparência
de normalidade ao cotidiano das pessoas, lançando mão de recursos
midiáticos de forma doutrinária, como veremos no próximo vídeo.
Propaganda: veículo de difusão
ideológica
Assista ao vídeo para ver que as propagandas ufanistas eram utilizadas
como forma de educação e difusão ideológica.
No vídeo anterior, vimos o quanto as propagandas visavam à
doutrinação ideológica pelo seu teor nacionalista. Quando falamos
desse momento para a Educação, é importante lembrarmos que o
objetivo da criação das disciplinas Educação Moral e Cívica e
Organização Social e Política do Brasil era incutir na mentalidade dos
estudantes valores como civismo e patriotismo.
Civismo

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A palavra civitas vem do latim. Faz referência a cidadão. O mundo
romano na Antiguidade tinha como principal característica a
República construída a partir de seus cidadãos. São muitas as
derivações decorrentes, mas sempre com o mesmo sentido: sujeito
de direitos em determinada sociedade, defensor dos valores e do
interesse coletivo dessa sociedade. Logo, a missão de ensinar
civismo visava a que o sujeito aprendesse sobre os valores e
passasse a lutar por eles.
Comentário
Durante a Semana da Pátria (7 de Setembro), era obrigatório cantar o
Hino Nacional e hastear a bandeira brasileira. Em muitas escolas –
públicas ou particulares –, essa prática foi incorporada sem muito
questionamento. É muito comum nos depararmos, ainda, com escolas
que repetem esses rituais durante a Semana da Pátria ou mesmo
semanalmente.
Na sua escola isso acontecia? Você consegue se recordar de outros
elementos punitivos, durante sua trajetória escolar, que possam ser
herança de uma cultura autoritária? Você ainda entende isso como algo
importante?
1964: a página infeliz da nossa
história
O período entre 1964 e 1985 ficou conhecido em função da interrupção
do processo democrático brasileiro e pela instauração de uma ditadura
que duraria 21 anos. Uma ditadura é geralmente caracterizada pela
imposição de uma visão de mundo, muitas vezes à base da força. Por
isso, aqueles anos foram marcados pela extinção dos partidos políticos,
cassação de direitos, censura, perseguição de opositores políticos,
mortes e desaparecimentos.
Você pode estar se perguntando: como a Educação foi afetada durante
a Ditadura Militar? O ambiente escolar mudou? E os educadores
progressistas, eles também foram alvos de perseguições e forçados a
interromper suas atividades?
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Repressão militar na Praça da Sé.
Uma das bandeiras levantadas pelos defensores dessa escola nova era
o potencial da Educação como instrumento de emancipação dos
indivíduos. Isso significa que o governo civil-militar conhecia o poder
transformador da Educação e, para atender o lema de recuperar a ordem
e a estabilização de seu projeto, a Educação passou a ser pauta do dia
durante esse período. Contudo, após o golpe de 1964, muitos
educadores foram mortos, perseguidos e exilados em função de suas
ideias ou posturas políticas, como os citados a seguir:
Professores perseguidos durante a ditadura militar.
Professores (da esquerda para direita): Ana Rosa
Kucinski, Tito Arcoverde Cavalcanti, Anísio Teixeira,
Fernando Henrique Cardoso, Darcy Ribeiro, Heleneide
Nazaré, Haity Moussatché.
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Professores perseguidos durante a ditadura militar.
Professores (da esquerda para direita): Luiz
Hildebrando Pereira da Silva, Rubim Aquino, Victor
Nunes Leal, Walter Oswaldo Cruz, Paulo Freire, Maria
Yedda Linhares, Erney Camargo e Eulália Lobo.
O ambiente escolar tornou-se cada vez mais hostil para qualquer pessoa
que contestasse a ordem vigente, fosse aluno, funcionário ou professor.
Saiba mais
No mesmo dia em que os militares deram um golpe de Estado
instaurando a Ditadura Militar (1° de abril de 1964), eles invadiram e
incendiaram a sede da maior representação estudantil, União Nacional
dos Estudantes (UNE). Muitos líderes estudantis foram presos naquela
ocasião. Durante todo o regimemilitar, a UNE, mesmo na ilegalidade,
atuou combativamente contra o projeto de educação implementado
pelos militares.
Naquela época, era prática comum que a direção das escolas públicas
fosse indicada pelos políticos locais. Para isso, tinham por base:
Mérito
Ampliação efetiva do número de vagas e formalização de que era
função do Estado garantir a Educação.
Problema
Promoção de um clima de vigilância contra algum conteúdo ou ideias
consideradas subversivas para os alunos.
Você consegue se lembrar disso?
Como a Ditadura Militar era trabalhada nos livros
didáticos que utilizou durante sua formação escolar?
Se você tem mais de quarenta anos, provavelmente
estudou com livros que citam a “Revolução de 1964”
ou “movimento de março de 1964”.
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Movimento de março de 1964
Esse é o caso do livro História do Brasil, publicado em 1976, de
autoria de Francisco de Assis Silva e Pedro Ivo Bastos. A Ditadura
Quem iniciou a formação escolar nos anos 1990 e 2000, provavelmente
presenciou uma mudança de abordagem. Os livros didáticos,
acompanhando, em parte, as renovações na historiografia sobre o
período da Ditadura, são quase unânimes em classificar o período entre
1964-1985 como uma época de interrupção da democracia, ou seja, um
golpe de Estado protagonizado pelas Forças Armadas.
Tente fazer esse exercício e busque em sua memória como eram os
livros didáticos que você já utilizou. Busque por algum livro didático em
sua casa ou na biblioteca mais próxima de você.
Observe a divisão dos assuntos, veja quais temas são abordados e,
sobretudo, verifique o ano de produção desse livro.
Esse exercício é importante, pois nos ajuda a contextualizar essa obra,
lembrando que todo livro didático é reflexo do seu tempo.
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Durante todo o período da Ditadura Militar, tivemos diversas
intervenções que atingiram diretamente o setor educacional. Veja
algumas intervenções promovidas pela Constituição de 1967:

A União e os estados estavam desobrigados a investirem um percentual
mínimo na Educação, contrariando o que estava disposto na LDB de
1961.

A transferência de recursos públicos para instituições privadas de
ensino foi outra alteração promovida por essa carta constitucional.
Confira o que Dermeval Saviani argumenta no artigo O legado
educacional do regime militar:
A Constituição de 24 de janeiro de
1967, baixada pelo regime militar,
eliminou a vinculação orçamentária
constante das Constituições de
1934 e de 1946, que obrigava a
União, os estados e os municípios a
destinar um percentual mínimo de
recursos para a educação. A
Constituição de 1934 havia fixado
10% para a União e 20% para
estados e municípios; a
Constituição de 1946 manteve os
20% para estados e municípios e
elevou o percentual da União para
12%. A Emenda Constitucional nº1,
baixada pela Junta Militar em 1969,
também conhecida como
Constituição de 1969 porque
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redefiniu todo o texto da Carta de
1967, restabeleceu a vinculação de
20%, mas apenas para os
municípios.
(SAVIANI, 2008, p. 291)
1968: movimento brasileiro de
alfabetização (Mobral)
No mesmo ano da aprovação da Constituição de 1967, foi criado o
Movimento Brasileiro de Alfabetização. O Mobral foi um órgão do
governo instituido pelo decreto no 62.455, de 22 de março de 1968,
conforme autorizado pela Lei nº 5379, de 15 de dezembro de1967. No
entanto, só passou a vigorar em1971. Veja, a seguir, a propaganda feita
pela revista Veja para disseminá-lo:
Propaganda veiculada na revista Veja, em setembro de 1973.
Dessa forma, alguns questionamentos referentes ao órgão são feitos,
como:
Esse programa tinha como objetivo erradicar o analfabetismo no
Brasil.
Qual era o objetivo dos militares com a criação do Mobral? 
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Os militares extinguiram o projeto de alfabetização “De pé no
chão também se aprende a ler”, inspirado na pedagogia freiriana,
e colocaram no seu lugar o Mobral.
O programa se fundamentava na metodologia de alfabetização
de Paulo Freire no sentido técnico do termo, mas se distanciava
na dimensão da formação da consciência crítica e cidadã. Ao
julgar a realidade, é preciso usar uma lente que possa
compreender, em seu tempo histórico, cada situação.
Professores e alunos, educandos e educadores devem interagir
com o conhecimento e aprender juntos. Nesse sentido, o diálogo
ganha força como proposta de interação e recriação,
respondendo à lógica da determinação com o poder
transformador. Para Freire, o diálogo é uma exigência existencial,
pois é o encontro dos que se solidarizam para refletir sobre o seu
próprio agir, seus desejos de deliberações e construções de
novas determinações. Por isso, o diálogo é um ato de criação.
Para que fosse efetivo, o governo militar criou um sistema de
treinamento para professores leigos (sem diploma), que
recebiam rudimentos de leitura e escrita preparados para
constituir aulas em suas cidades e rincões do Brasil. Essas aulas
utilizavam cartilhas distribuídas nacionalmente. Infelizmente, o
projeto tornou-se marca de pessoas falsamente formadas ou
“malformadas”, chegando a virar xingamento.
O Mobral tem como ponto positivo ter alcançado rincões
inimagináveis do Brasil. No entanto, a falta de controle, o número
de formações absolutamente indevidas pela ausência de
profissionais capacitados, levaram o programa ao colapso. De
Qual foi a metodologia de implementação do programa? 
Qual foi o fundamento teórico que inspirou o Mobral? 
Como o Mobral funcionava? 
Resultado 
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grande projeto de educação virou uma piada, em que alguém de
baixa capacidade intelectual passou a ser chamado de “Mobral”.
1969: inclusão das disciplinas
Educação Moral e Cívica e
Organização Social e Política do Brasil
Em 1969, os militares determinaram a retirada do ensino de Filosofia e
Sociologia das escolas. Sob o Decreto-lei nº 869, passou a ser
obrigatória a disciplina Educação Moral e Cívica (EMC) nas escolas
brasileiras, como mostrado a seguir:
Decreto-lei nº 869
O Decreto-lei nº 869, de 12 de setembro de 1969, dispõe sobre a
inclusão da Educação Moral e Cívica como disciplina obrigatória nas
escolas de todos os graus e modalidades dos sistemas de ensino no
país e dá outras providências:
Art. 1º É instituída, em caráter obrigatório, como disciplina e,
também, como prática educativa, a Educação Moral e Cívica nas
escolas de todos os graus e modalidades, dos sistemas de ensino no
País (...).
Art. 3º A Educação Moral e Cívica, com disciplina e prática educativa,
será ministrada com a apropriada adequação, em todos os graus e
ramos de escolarização § 1º Nos estabelecimentos de grau médio
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Manchete de jornal.
A implantação dessa disciplina fazia parte de um contexto em que a
moral e o civismo estavam em alta. O ano de 1970, por exemplo, foi o
ano da campanha do Civismo Brasileiro. Nesse período, além da
Educação Moral e Cívica, ganhou destaque também a instituição, no
Segundo Grau, da disciplina Organização Social e Política do Brasil
(OSPB), responsável por difundir o nacionalismo e o patriotismo entre
os alunos.
Civismo Brasileiro
“A escola era o centro das atividades cívicas,dela o civismo deveria
irradiar para toda a comunidade; assim planejava o Estado. No
entanto, não deixava essa missão somente para a escola,
mobilizando também a imprensa e órgãos de movimentos sociais,
como associações de bairros e sindicatos, esses dois últimos por
ação mais violenta do que coercitiva.
Era de responsabilidade da escola se certificar que, no dia da
comemoração do sesquicentenário do Marechal Deodoro da
Fonseca, as crianças colorissem gravuras do referido marechal,
aprendesse mais sobre a vida e importância dele para a história do
Brasil e de como ele contribuiu para o desenvolvimento atual do
Nacionalismo e o patriotismo entre os alunos
Sobre a difusão do nacionalismo e do patriotismo entre os alunos,
ainda em 1970, aconteceu a Copa do Mundo no México. Os cantores
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Dom e Ravel conquistaram o país com o Eu te Amo, meu Brasil, que
estourou nas paradas de sucesso. Essa canção foi utilizada pelo
governo militar nos eventos cívicos e cantada nas escolas.
Veja alguns versos da canção Este é um país que vai pra frente, que
também foi muito utilizada e inspirada pelos ideais do Positivismo:
Este é um país que vai pra frente.
De um povo unido.
De grande valor.
Os conteúdos tinham cunho moralizante, pautados em preceitos
considerados fundamentais à sociedade. A Educação era empreendida
também em meios não formais.
Com base nos mesmos conteúdos moralizantes, foram constituídos, por
exemplo, personagens como o Sujismundo para que, na prática do
cotidiano, as pessoas pudessem trazer para si o sentimento de
civilidade, cuja falta era entendida como um dos males brasileiros.
Sujismundo
Ensino Superior: tendência
pedagógica tecnicista e
neopositivista
Assista ao vídeo para ver qual foi o tratamento dado às universidades
brasileiras pelo governo da época, no contexto em que ganharam

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destaque as tendências pedagógicas pautadas no ensino tecnicista,
neopositivista e no modelo behaviorista de Psicologia.
1971: a reforma de 1° e 2° graus
A Lei nº 5692/1971, chamada de Lei de Diretrizes e Bases de forma
errônea, refere-se exclusivamente a dois segmentos da Educação, que
correspondem ao que, atualmente, chamamos de Educação Básica.
Essa lei não tratava também dos objetivos gerais e finalidades da
Educação para o país, apenas era específica para dois segmentos do
ensino. Como vimos, a reforma universitária de 1968 voltou suas
atenções para o ensino superior.
A Lei nº 5692/1971 foi criada por um grupo de trabalho instituído pelo
presidente Emílio Médici, que tinha por objetivo adequar o ensino ao
momento político instaurado pelo Golpe de 1964 e às necessidades
sociais e econômicas que o governo militar se empenhava em garantir.
O país precisava de trabalhadores, porém, mais do que isso, precisava
de mão de obra especializada. Em linhas gerais, ela criou a estrutura de
ensino que se organizava em 1º e 2º graus.
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Médici na biblioteca do palácio.
Vamos entender melhor as principais alterações na Educação Básica
em decorrência da reforma de 1971:
 Primeiro grau passou a abranger os antigos
primário e ginásio, atendendo às crianças dos 7 aos
14 anos.
 Ampliação da obrigatoriedade escolar de 4 para 8
anos.
 Transformação do antigo curso secundário em
ensino de segundo grau.
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Com a promulgação da lei, o segundo grau passou a combinar a
seguinte dupla característica:

Garantia a terminalidade para aqueles que
pretendiam a formação em nível técnico.

Garantia a continuidade para os que
desejavam prestar o vestibular.
Atividade discursiva
Como o ensino profissionalizante contribuiu para a elitização do ensino
superior?
Digite sua resposta aqui...
Chave de resposta
É importante observar que a necessidade de formar mão de obra
levou o governo a alterar radicalmente o ensino básico. Apesar de
essa lei valer para o ensino público e para o ensino privado, o que
se verificou, na prática, foi a concentração da adoção do ensino
profissionalizante no ensino público, de modo que os filhos da elite
 Segundo grau passou a ser obrigatoriamente
profissionalizante.

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continuaram a ser preparados para o ingresso nas carreiras
universitárias.
Veja algumas consequências dessa reforma:
Além da instituição do ensino profissionalizante, um deslocamento
cada vez maior de recursos públicos para o setor privado;
A Lei n° 5692/1971 também foi a primeira legislação educacional
que criou um capítulo para tratar do ensino supletivo;
Além disso, a Lei n°5692/1971 introduziu algumas propostas que
contribuíram para o debate pedagógico, pois previa a integração
vertical e a integração horizontal.
A valorização do magistério é outra questão presente na lei. Foi
citada especialmente buscando a crescente profissionalização dos
professores, o aperfeiçoamento daqueles já formados, e adequando
os vencimentos salariais segundo os critérios do nível de formação,
ao contrário do nível que ministrava.
Ensino supletivo
Art. 24. O ensino supletivo terá por finalidade:
a) suprir a escolarização regular para os adolescentes e adultos que
não a tenham seguido ou concluído na idade própria;
b) proporcionar, mediante repetida volta à escola, estudos de
aperfeiçoamento ou atualização para os que tenham seguido o
ensino regular no todo ou em parte;
Parágrafo único. O ensino supletivo abrangerá cursos e exames a
serem organizados nos vários sistemas de acordo com as normas
baixadas pelos respectivos Conselhos de Educação.
A integração vertical e a integração horizontal
A integração vertical se dava nos dois graus, entre os níveis (o
primeiro e o segundo segmento do primeiro grau), e entre todas as
séries de ensino das atividades, áreas de estudo e disciplinas, com o
propósito de garantir um trabalho de continuidade desde a 1ª série
do primeiro grau até a última série do segundo grau.
A integração horizontal, que buscava eliminar a diferença entre os
antigos ramos de ensino: agrícola, comercial, industrial e normal,
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articulando as várias áreas do conhecimento no interior de cada
série.
Ao contrário do nível que ministrava
Art. 39. Os sistemas de ensino devem fixar a remuneração dos
professores e especialistas de ensino de 1º e 2º graus, tendo em
vista a maior qualificação em cursos e estágios de formação,
aperfeiçoamento ou especialização, sem distinção de graus
escolares em que atuem.
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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
Durante o período da Ditadura Civil-Militar, a reforma educacional
empreendida em 1971 é frequentemente chamada de Lei de
Diretrizes e Bases de forma errônea. A Lei n°5692/1971 não tratava,
também, dos objetivos gerais e finalidades da Educação para o
país. Quais eram os assuntos tratados nessa lei?
A
Reformulação específica de dois segmentos da
Educação – fundamental e médio – , que
correspondem ao que chamamos de Educação
Básica.
B
Reformulação das universidades com a
implementação dosistema de vestibulares e as
Diretrizes Curriculares Nacionais.
C
Reformulação da educação infantil para garantir
acesso a todas as crianças à Educação Básica.
D
Reformulação da educação de jovens e adultos com
a implementação do Mobral.
E
Reformulação da Educação para princípios
democráticos.
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Parabéns! A alternativa A está correta.
Muitos autores defendem que, em 1971, tivemos uma nova LDB,
mas, na prática, não. Essa é quase que uma edição complementar
que atua sobre os componentes curriculares, a separação e
estruturação idade série, proposta de conteúdos mínimos a serem
lecionados e seu objetivo. Para ser diretrizes da Educação, é
necessário abordar todos os componentes institucionais da
educação, regulamentando seus segmentos e estruturas. Tais
pontos não foram objetos, focando somente nos aspectos
mencionados na resposta.
Questão 2
O Mobral, criado em 1967, tinha o objetivo de erradicar o
analfabetismo no país. Esse órgão foi criado como alternativa ao
projeto “De pé no chão também se aprende a ler”. Identifique as
características do Mobral:
Parabéns! A alternativa A está correta.
A
Mantinha, de forma sintética, as bases do projeto de
alfabetização de Paulo Freire.
B
Reforçava o modelo tecnicista da Educação e o
direcionamento para o trabalho.
C
Era institucionalizado em uma base de educação
moralizante.
D
Pautava-se no processo de difusão de professores
formados pelos grandes centros para todo o Brasil.
E
O Mobral era focado nos jovens infratores e no seu
apoio para terem escolarização.
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Durante o governo militar, a educação esteve em voga com muitas
reformas. No entanto, nenhuma alterou a base central de 1961, mas
optou-se por reformas específicas, como a sinalizada em 1971. O
Mobral é um exemplo disso. Mantinha-se a preocupação em
alfabetizar adultos e utilizar um método próprio, tal qual no
documento de 1961.
2 - Constituição Federal de 1988 e a Lei de Diretrizes e Bases
Ao �nal deste módulo, você será capaz de reconhecer a Constituição Federal de 1988 e a Lei de
Diretrizes e Bases como promotoras de avanços na Educação brasileira.
Fim do Regime Militar, promulgação
da Lei de Anistia e nova Constituição
Chamada de “Constituição Cidadã” pelo deputado Ulysses Guimarães, o
novo texto que regeria a vida de milhares de brasileiros tinha como
desafio imediato restituir direitos fundamentais negados durante muito
tempo à sociedade brasileira. Além disso, tinha como tarefa olhar para o
futuro.
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Ulysses Guimarães segurando uma cópia da Constituição de 1988.
A transição política do Brasil em sua
redemocratização
Veja uma explicação sobre a transição política do Brasil em sua
redemocratização.
Politicamente, a abertura lenta e gradual foi ampliando a participação
popular nas votações, primeiro para prefeitos, depois governadores até
a querela sobre quando seriam as primeiras eleições diretas.
Manifestação do movimento Diretas Já.

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Apesar do movimento Diretas Já, a emenda que pretendia antecipar as
eleições foi derrotada. Em uma articulação política, foi eleito Tancredo
Neves pelo colegiado dos deputados, tendo como vice-presidente José
Sarney. O presidente da Câmara era o deputado Ulysses Guimarães.
Movimento Diretas Já
Foi um movimento político da década de 1980 que exigia que as
eleições para presidente de 1985 fossem por voto popular e direto, e
não por voto do colegiado dos deputados.
Educação no contexto da transição
de regime
Nesse contexto, a Educação brasileira seguia os moldes de 1971. As
mudanças, no entanto, não acontecem nesse campo de maneira
uniforme até o fim da década. Foram tomadas ações peculiares em
capitais e estados. Os dois exemplos importantes vêm do Distrito
Federal e do Rio de Janeiro:
Brasília
Um modelo de educação integral que aproximasse a universidade –
principalmente de Brasília – das escolas de Educação Básica foi
proposto. O principal nome desse projeto foi Cristovam Buarque.
Rio de Janeiro
A controversa eleição de Leonel Brizola propõe uma intensa ruptura na
educação. Darcy Ribeiro foi chamado para liderar esse projeto, que
protegia o trabalhador e as crianças.
Crianças
Era necessário que elas fossem acolhidas, educadas, ficando longe
dos ambientes de conflito e criminalidade, que já eram notórios na
cidade.
Os Centros Integrados de Educação Pública (CIEP) trabalhavam com a
compreensão de que não se forma o sujeito em conteúdos, pois o
sujeito deve ser preparado para ser cidadão e lutar pela cidadania e pelo
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coletivo. O projeto, moderno em termos pedagógicos, foi bastante
atacado em virtude da sua operacionalização e uso político. Foi
descaracterizado a partir da eleição de outros grupos que se opunham
às políticas brizolistas.
Centro Integrado de Educação Pública (CIEP).
Signi�cado das reformas da
educação brasileira na
redemocratização
Constituição
Para que seja possível entender esse longo processo, é importante que
possamos conhecer e entender um pouco mais sobre o que significam
as reformas da Educação brasileira na sua redemocratização,
conhecendo alguns dos seus direcionamentos como, por exemplo, a
Constituição.
As resoluções e garantias para a Educação brasileira na Constituição de
1988 estão apresentadas no Título VIII, que trata da Ordem Social; no
Capítulo III, intitulado da Educação, da Cultura, do Desporto;
especificado na Seção I, chamada da Educação; entre os artigos 205 e
214.
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No artigo 205, a Carta Constitucional estabelece a Educação como
direito de todos e dever do Estado e da família. É interessante notar
como o dever do Estado parece o da família, o que realmente demonstra
a importância do poder público em garantir ensino para a população,
como se pode ver a seguir. Os princípios do ensino foram especificados
no artigo 206. Podemos destacar:

Garantia de igualdade de acesso e permanência na escola.

Liberdade de ensinar e aprender.

Gratuidade nas escolas públicas.

Gestão democrática nas escolas da rede pública.

Valorização dos profissionais da Educação, que inclui plano de carreira e
piso salarial para o magistério.
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Atual Lei de Diretrizes e Bases da
Educação
Com a promulgação da Constituição de 1988 , a LDB anterior
(4024/1961) foi considerada obsoleta, mas apenas em 1996 o debate
sobre a nova lei foi concluído. A atual LDB (9394/1996) foi sancionada
pelo presidente Fernando Henrique Cardoso e pelo ministro da
Educação, Paulo Renato, em 20 de dezembro de 1996.
Baseada no princípio do direito universal à Educação para todos, a LDB
de 1996 trouxe diversas mudanças em relação às leis anteriores, tais
como:

Gestão democrática do ensino público e progressiva autonomia
pedagógica e administrativa das unidades escolares (art. 3º e 15).

Carga horária mínima de 800 horas distribuídas em 180 dias letivos na
Educação Básica (art. 24).

Orientação do gasto da União em, no mínimo, 18% e os estados e
municípios, no mínimo, 25% de seus orçamentospara a manutenção e
desenvolvimento do ensino público (art. 69).

Criação do Plano Nacional de Educação (art. 87).
Plano Nacional de Educação
O Plano Nacional de Educação é um documento editado
periodicamente, através de lei, que compreende desde diagnósticos
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sobre a educação brasileira até a proposição de metas, diretrizes e
estratégias para o desenvolvimento do setor. Segundo a LDB de
1996, o PNE seria elaborado pela União, com colaboração dos
demais entes federativos (estados, municípios e Distrito Federal).
Essa LDB aponta em seu artigo 22 para uma formação do indivíduo que
atenda a três dimensões da condição humana: cidadania, estudo e
trabalho. A ideia é que os currículos escolares e os saberes
compartilhados no ambiente escolar estejam atentos às distintas
realidades sociais, além de funcionarem como instrumentos em que os
alunos consigam praticar o exercício da cidadania na busca por uma
sociedade mais justa e igualitária.
A LDB pressupõe uma série de ações que foram, desde então,
desenvolvidas e que passamos a enunciar.
Artigo 22
“A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando,
assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da
cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em
estudos posteriores”.
Fundo para Desenvolvimento da
Educação Básica (FUNDEB)
Como surgiu o FUNDEB? Quando, durante o governo FHC, houve a
intensa discussão de que era preciso ampliar o número de vagas,
garantir o acesso às escolas e, o mais crítico, trabalhar contra a evasão
escolar, o ministro Paulo Renato tomou isso como meta e modelo,
"ameaçando" os estados e municípios de que deveriam atingir essas
metas ou não receberiam dinheiro.
Com a criação do FUNDEB, prevista na própria LDB, muitas prefeituras e
governos criaram programas, deixando de lado a qualidade em prol da
continuidade – aprovações automáticas, criação de projetos em que
separavam potenciais alunos repetentes, entre outros.
Quais as vantagens e as desvantagens do FUNDEB? Veja a seguir cada
uma delas:
FUNDEB
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No governo Fernando Henrique o nome do projeto era FUNDEF
(Fundo da Educação Fundamental), mudou em 2006 para FUNDEB
(Fundo da Educação Básica), que amplia o programa, mas o sentido
é o mesmo.
O Fundo para Desenvolvimento da Educação Básica foi criado para
regulamentar o auxílio da União a estados e municípios, sem
precisar pedir a cada nova demanda.
Vantagem
Tem como mérito a
ampliação do número
de pessoas com
alguma formação. A
maior parte do Brasil
passa pela escola.
Desvantagem
Tem como demérito,
por sua vez, a perda de
qualidade mensurável.
Problemas dos modelos anteriores
Com as reprovações, as escolas dos modelos anteriores atingiam
números grandes de evasão e distorção idade/série. A imagem de que
elas eram “melhores” é uma ilusão provocada pela reprovação, uma vez
que poucos conseguiam obter a formação.
Esses programas, apesar de importantes, jogaram a Educação Básica
em uma situação complexa, ainda que inequivocamente mais
democrática, pois exigiram mais investimento, diversificação, o que é
custoso e, sem o foco específico, faz com que os números se arrastem
quando comparados a índices internacionais. Observe o seguinte
gráfico:

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Gráfico: Dados de reprovações
Parâmetros Curriculares Nacionais
(PCN)
Os Parâmetros Curriculares Nacionais foram organizados também no
processo de redemocratização nacional, impulsionados pela nova
LDB/1996. Esses parâmetros curriculares podem ser caracterizados
como orientações explicitamente práticas da legislação, ou seja,
funcionam como um importante referencial para aquilo que oficialmente
se espera da Educação, do professor e do aluno – muito embora essa
função não corresponda à necessária clareza conceitual do documento.
PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais
Assim como os PCN, os PCNEM (Parâmetros Curriculares para o Ensino
Médio) responderam pela intenção de estabelecer uma base curricular
nacional comum e introduziram o que passou a ser designado de ensino
por competências.
Considerando exatamente o termo parâmetros, os PCNEM têm como
princípio servir de referência básica e geral à comunidade escolar
(professores, coordenadores pedagógicos, alunos etc.) na organização
e implementação do projeto educativo das escolas, com o intuito de
garantir uma base nacional comum ao currículo da Educação Básica.
As disciplinas no PCNEM foram distribuídas de modo que as variadas
áreas do conhecimento fossem contempladas. O próprio termo
tecnologias caracteriza as contribuições de cada uma das áreas para a
proposta curricular.
Proposta curricular
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias – inclui as disciplinas
conhecidas pelas denominações de Língua Portuguesa, Literatura e
Língua Estrangeira, bem como Artes, Educação Física e Informática.
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Ciências da Natureza, Matemática e suas tecnologias – engloba as
disciplinas Biologia, Física, Química e Matemática.
Ciências Humanas e suas Tecnologias – inclui o conteúdo das
disciplinas de Geografia, História, Sociologia e Filosofia, dialogando
metodologicamente com as demais áreas das Ciências Sociais.
A leitura interdisciplinar dos fenômenos sociais permite a articulação
de fatos conceitos processos e tendências de forma
Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) e as perspectivas para a
Educação
Depois dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a grande novidade para
a Educação foi a homologação, no ano de 2018, da Base Nacional
Comum Curricular (BNCC). Trata-se de um documento normativo para a
Educação Básica (Educação Infantil, Ensinos Fundamental e Médio). A
BNCC, ao ser elaborada, teve os PCN e as DCNEB (Diretrizes
Curriculares Nacionais para a Educação Básica) como pano de fundo.
Veja o fluxograma das competências gerais da Educação Básica:
DCNEB
Com origem na LDB/1996, as DCNEB são normas obrigatórias para a
Educação Básica. Qualquer documento ou legislação elaborada para
a educação brasileira deve levá-la em consideração.
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Base Nacional Comum Curricular (BNCC)
Você pode estar se perguntando: qual é a novidade e a importância da
BNCC? Levando em consideração a LDB/1996, os PCN e as DCNEB, a
inovação trazida pela BNCC é a clareza dos objetivos de aprendizagem
de cada ano escolar. Ou seja, ela estabelece os conteúdos norteadores
que serão ensinados.
A BNCC tornou-se obrigatória nos currículos de todas as redes do país,
públicas e particulares. Dessa forma, os documentos anteriores devem
continuar sendo consultados, mas apenas como documentos
orientadores, sem caráter obrigatório.
Diferentemente da BNCC, os PCN foram orientações e
não legislação. Eles não geraram uma base comum,
mas apontaram sugestões para um currículo escolar
diversificado e significativo, levando em conta o
respeito às diversidades regionais, culturais e políticas.
A BNCC, prevista no artigo 10 da Constituição de 1988, instituída pela
LDB n° 9.394/1996 e fundamentada pelas Diretrizes Curriculares
Nacionais, define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens
essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas
e modalidades da Educação Básica.
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Atenção!
Os currículos de todas as escolas públicas e privadas de Educação
Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio do Brasil serão norteados
por ela. A BNCC operacionalizará os fundamentos das Diretrizes,
indicando os conteúdos de cada ano de escolaridade da parte comum
do currículo, ou seja, o que deve ser ensinado em todo território nacional
e o que se espera alcançar em cada etapa da Educação Básica.
Pelo menos dois aspectos são fundamentais para compreendermos
melhor a importância da BNCC:
Ela foi pensada na esteira da LDB/1996, dos PCN e das DCNEB.
Dessa forma, faz sentido pensar em todos esses documentos
conjuntamente, como se um auxiliasse e completasse o outro.
A BNCC é mais do que um documento que estabelece como,
quando e por que determinados conteúdos serão ensinados, ou
seja, o que importa é construir um projeto educacional que
contemple todas as dimensões do desenvolvimento humano, como
os aspectos cognitivo e socioemocional, o desenvolvimento físico,
cultural etc. A ideia é que o aluno consiga aplicar o conhecimento
aprendido na escola no seu cotidiano. O objetivo é formar o
indivíduo para a vida cidadã, mediante a transmissão de valores que
permitam a boa convivência social.
Além disso, veja dois aspectos importantes sobre a BNCC:
A BNCC não é uma medida vinculada a um determinado governo
ou partido. Ela é uma política de Estado, prevista no Plano
Nacional de Educação, na LDB/1996 e na Constituição de 1988.
A palavra-chave da Base Nacional Comum Curricular é
competências. Ela propõe o desenvolvimento de competências
distribuídas nas disciplinas curriculares, que devem, por meio do
desenvolvimento das diversas habilidades, ser respondidas pelas
Política de Estado 
Desenvolvimento de competência 
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atitudes concretas do aluno em todos os locais de sua
convivência.
Os rumos da educação nos trilhos da
redemocratização
Assista ao vídeo, a seguir, para ver uma retomada reflexiva sobre os
rumos da educação nos trilhos da redemocratização.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.
Vamos praticar alguns conceitos?
Questão 1
A atual Constituição brasileira foi promulgada no ano de 1988, num
contexto de retomada da democracia. O artigo 205 reflete o modo
como a Educação seria encarada a partir daquele momento. O que
é correto afirmar sobre o artigo 205?
A Instituiu o ensino religioso.
B Tornou obrigatório o ensino profissionalizante.
C
Educação passa a ser entendida como um direito de
todos.
D Obrigatoriedade da disciplina Moral e Cívica.
E Estabeleceu a reforma do Ensino Superior.
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Parabéns! A alternativa C está correta.
A educação como direito de todos, grande avanço conquistado pela
Constituição Federal de 1988, consta no Capítulo III, art. 205.
Questão 2
No Capítulo III (Da Educação, da Cultura e do Desporto) da
Constituição Federal de 1988, estão presentes algumas resoluções
para a educação. Assinale a alternativa correta em relação ao que
está disposto no artigo 206:
Parabéns! A alternativa D está correta.
Entre as prerrogativas para o ensino, previstas no art. 206 da
Constituição Federal de 1988, consta a gratuidade para as escolas
públicas.
Considerações �nais
A Defesa do ensino privado.
B Influência tecnicista.
C Extinção do sistema de cátedras.
D Gratuidade nas escolas públicas.
E Educação voltada para a elite.
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O contexto educacional dos anos 1960 deveria ser, ao menos,
inspirador. Afinal, em 1961, foi publicada nossa primeira LDB (Lei 4.024),
ainda que tenha demorado trinta anos desde a criação do Ministério da
Educação e Saúde, em 1930. Com o Regime Militar instaurado em 1964,
não somente a política e as relações sociais sofreram abalo, mas
também a Educação.
Com a visão de uma educação estritamente tecnicista, sob a
justificativa de desenvolvimento industrial do país, tornou-se necessária
a publicação de novas leis de cunho educacional. A mais importante
delas, a Lei 5.692 de 1971, chamada por alguns de Segunda LDB, tinha
um caráter estritamente reformador: a definição clara dos segmentos da
Educação: 1º e 2º Graus (atual Educação Básica: Ensino Fundamental e
Médio). Ela definia, por exemplo, que todo estudante deveria sair do 2º
Grau tendo uma formação técnica. Outra mudança foi a substituição do
projeto “De pé no chão também se aprende a ler”, fundamentado nas
ideias de Paulo Freire, pelo Mobral, em 1967. Embora ambos tivessem o
objetivo de erradicar o analfabetismo do país, o projeto militar
esvaziava-se do caráter de “educação crítica” do anterior.
Com o fim do Regime Militar, em 1984, e a definição da chamada Nova
República, ainda que com muitos aspectos de transição do antigo
modelo político-econômico, a necessidade de uma nova Constituição e
de uma reforma educacional foi imediatamente percebida. Assim, em
1988, com a promulgação da Constituição Cidadã (como ficou
conhecida), já era possível perceber mudanças significativas na
Educação como, por exemplo, a redefinição dos Sistemas de Educação,
responsabilizando federação, estados e municípios e trazendo o famoso
artigo 205: “A Educação é direito de todos e dever do Estado e da
família”.
A partir daí, vários educadores (destaca-se a figura de Darcy Ribeiro)
começam a pensar e estruturar uma nova LDB, que, no entanto, somente
foi publicada em 1996 (Lei 9.394). Apesar de ela já ter sido bastante
alterada, através de leis complementares, trouxe propostas que, embora
não correspondessem às expectativas de todos os educadores
envolvidos, trazia pontos relevantes para a Educação no país: a proposta
de uma “gestão democrática” para as unidades escolares, valorizando
muito mais o papel das equipes pedagógicas, o aumento da carga
horária mínima para o ano letivo (800h/180 dias, na Educação Básica) e
a criação do Plano Nacional de Educação.

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Textos:
Educação e desenvolvimento: o debate nos anos 1950;
O legado educacional do regime militar;
A educação moral e cívica – doutrina, disciplina e prática educativa;
O legado da ditadura para a educação brasileira.
Vídeos:
A educação na ditadura – a marca da repressão;
A educação era melhor na época da ditadura?.
Referências
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associados/ Cortez, 1982.
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