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AULA 1: LÍNGUA E LINGUAGEM 
Linguagem é toda forma que o ser humano utiliza para se comunicar. A linguagem inclui a 
língua que, por sua vez, é um sistema convencionado pelos seres humanos e utilizados por 
determinados grupos. Um desses sistemas convencionados é a Gramática, ou seja, as 
regras que estabelecem o uso de uma língua. 
 
Língua: conjunto organizado de elementos, desenvolvido pelos seres humanos para se 
comunicar e comum a um grupo. Exemplo de língua: Língua Brasileira de Sinais (Libras). 
Linguagem: qualquer forma de expressão utilizada pelas pessoas para se comunicar. 
Exemplos de linguagem: arte, música, dança, placas sinalizadoras, semáforo etc. 
 
Diferença entre língua e linguagem 
A língua (falada ou escrita) é uma das formas de linguagem. 
 
Tipos de linguagem 
Linguagem verbal é aquela que utiliza palavras para transmitir uma mensagem. Exemplos: 
e-mail, jornal, livro. 
Linguagem não-verbal é aquela que utiliza imagens, sinais, gestos, entre outros para 
transmitir uma mensagem. 
 
Linguagem oral e escrita: diferenças 
A linguagem oral e a linguagem escritas são duas manifestações da linguagem verbal (feita 
através de palavras). 
 
Características da linguagem oral 
• Maior aproximação entre emissor e receptor. 
• Contato direto com o destinatário. 
• Mais espontânea e informal. 
• Maior tolerância quanto ao cumprimento da norma culta. 
• É passageira e encontra-se em permanente renovação. 
• Não requer escolarização, sendo um processo aprendido socialmente. 
• Usa recursos extralinguísticos como entonação, gestos, postura e expressões faciais 
que facilitam a compreensão da mensagem. 
• Não exige linearidade de pensamento, sendo possível a existência de rupturas e 
desvios no raciocínio. 
• Apresenta repetições e erros que não podem ser corrigidos. 
• Apresenta um vocabulário reduzido e construções frasais mais simples. 
 
Características de linguagem escrita 
• Maior distanciamento entre emissor e receptor. 
• Contato indireto com o destinatário. 
• Mais formal, sendo mais pensada e planejada. 
• Maior rigor gramatical e exigência de cumprimento da norma culta. 
• Tem duração no tempo e pode ser relida inúmeras vezes porque tem registro 
escrito. 
• Requer escolarização e aprendizagem formal da escrita. 
• Todas as indicações necessárias para a compreensão da mensagem são feitas 
através de pontuação e das próprias palavras. 
• Exige linearidade, ou seja, a existência de uma sequência de pensamento clara e 
estruturada. 
• Possibilita a revisão do conteúdo e a correção dos erros. 
• Deve apresentar um vocabulário variado e construções frasais mais elaboradas. 
 
 
Quando usar a linguagem oral e a linguagem escrita? 
 
A linguagem oral é usada em: 
• conversas; 
• diálogos; 
• apresentações; 
• telefonemas; 
• aulas; 
• entrevistas; 
 
A linguagem escrita é usada em: 
• cartas; 
• e-mails; 
• bilhetes; 
• jornais; 
• revistas; 
• sites; 
• livros; 
 
Apesar das diferenças existentes entre a linguagem oral e a linguagem escrita, não 
podemos considerar uma mais complexa ou importante do que a outra, uma vez que 
existem vários níveis de formalidade e informalidade na oralidade e na escrita. 
Há momentos que exigem uma linguagem falada extremamente cuidadosa, como 
entrevistas de emprego, discursos e apresentações públicas. Há também situações em que 
uma linguagem escrita mais descontraída e próxima da oralidade é aceitável, como em 
chats, fóruns, mensagens do celular etc. 
 
NÍVEIS DE LINGUAGEM 
Os níveis de linguagem — também chamados de níveis de fala — são as variações 
no uso da língua que ocorrem em função das diferentes situações sociais em que 
estamos inseridos. Ou seja, a situação ou o local em que estamos, a escolarização 
que temos e as pessoas com quem estamos falando em um determinado 
momento são elementos que influenciam a linguagem utilizada. Por exemplo, um 
juiz não falará em tribunal tal como fala num jantar com família e amigos. Ou, uma 
professora que dá aula para crianças, certamente usaria uma linguagem diferente 
se lecionasse para adultos. 
 
Nível 1: norma culta 
Toda língua possui uma estrutura, ou seja, um conjunto de regras responsável pelo 
funcionamento dos elementos linguísticos. Esse conjunto de regras é conhecido 
como gramática normativa. Nela, os usuários da língua encontram a norma-padrão 
de funcionamento da língua, a chamada língua padrão ou culta. Esse nível de 
linguagem deve, ou pelo menos deveria, ser de conhecimento e acessível a todos 
os falantes da mesma comunidade linguística. Ou seja, é ela que aprendemos na 
escola, utilizamos em documentos oficiais e está presente nos dicionários. 
 
Esse é o nível da Língua Portuguesa em que aprendemos sobre a gramática 
(conjunto de regras). 
 
Sintaxe: relação que os termos da frase têm, exercendo influência um sobre o 
outro. 
Morfologia: a estrutura, a forma e a categoria de cada palavra. 
Fonética: modo como pronunciamos as palavras e os símbolos. 
Léxico: o nosso vocabulário e todo o repertório que vamos adquirindo na vida. 
Semântica: estudo do sentido das palavras e da interpretação das sentenças. 
 
Nível 2: linguagem coloquial 
A linguagem coloquial é aquela que utilizamos de maneira mais espontânea e 
corriqueira no dia a dia. Esse nível de linguagem não segue a rigor todas as regras 
da gramática normativa, pois está mais preocupado com a função da linguagem 
do que com a forma. Ao utilizar a linguagem coloquial, o falante foca mais em 
transmitir o conteúdo da mensagem do que em como esse conteúdo vai ser 
estruturado. De maneira geral, os falantes utilizam a linguagem coloquial nas 
situações comunicativas mais informais, isto é, nos diálogos entre amigos, 
familiares, entre outros. Exemplo de linguagem coloquial: 
• Cê foi pra aula ontem? 
• Tava indo tudo no nosso namoro. 
• Tô com dor de cabeça! 
 
Nível 3: regionalismo 
A linguagem regional está relacionada com as variações que ocorrem, 
principalmente na fala, nas mais variadas comunidades linguísticas. O Brasil, por 
exemplo, apresenta uma imensa variedade de regionalismos na fala dos nativos de 
cada uma de suas cinco regiões. Por exemplo: é bem provável que uma pessoa que 
more no nordeste desconheça algumas palavras comuns para quem mora no sul 
do país, e vice-versa. Exemplos de expressões regionais: 
• Até o tucupi – significa que algo ou algum lugar está cheio de algo 
(Expressão da região norte). 
• Cacetinho – Pão Francês (Vocabulário da região sul). 
• Trem – pode ser qualquer coisa, sinônimo de coisa, refere-se a substantivo. 
(vocabulário da região sudeste, Minas Gerais). 
• Ficar de bubuia – ficar tranquilo, relaxado (Expressão da região norte, 
Amazonas). 
• Avexado – o mesmo que apressado. (Expressão da região nordeste). 
 
Nível 4: gírias 
A gíria é um estilo associado à linguagem coloquial/popular como meio de 
expressão cotidiana. Elas surgem em ambientes informais e são criadas por 
determinados nichos sociais. Esses fenômenos linguísticos são muito utilizados 
entre os jovens, principalmente. De maneira geral, as gírias são utilizadas durante 
um tempo por um certo grupo de pessoas e depois são substituídas por outras, 
com a mudança de gerações. É o caso, por exemplo, da gíria “chuchu, beleza'', 
bastante utilizada nas décadas de 80 e 90. Exemplos: 
• Crush – o antigo paquera. 
• Rolê – passeio com os amigos. 
• Cringe – referente a situações constrangedoras, tem sido muito utilizada 
como símbolo de um conflito geracional. 
 
 
 
Nível 5: linguagem vulgar 
A linguagem vulgar é exatamente oposta à linguagem culta/padrão. Nela, as 
estruturas gramaticais não seguem regras ou normas de funcionamento. Contudo, 
mesmo de maneira bem rudimentar, os falantes conseguem compreender a 
mensagem e seus efeitos de sentido nas trocas de mensagens. Exemplos: 
• A gente vamo. 
• Vamo ir. 
• Nós fala sobre isso mais tarde. 
 
Leia o texto Rui Barbosa, o ladrão de galinhas e o juridiquês, escrito por Márcio 
Barbosa Maia e disponibilizado no drive da disciplina (link na descriçãodo grupo 
do WhatsApp).

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