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Psicologia Jurídica 
• A Psicologia Jurídica atua na interface 
com o Direito. 
• Pode ser definida como uma 
especialidade que se relaciona com o 
sistema de justiça em todos os níveis. 
• Adota-se o termo “jurídica” por ser mais 
abrangente e por considerar como 
objeto de estudo todos os 
procedimentos ocorridos nos tribunais, 
assim como aqueles que são do 
interesse do jurídico ou do direito 
(FRANÇA, 2004). 
• Nasceu da Psicologia Clínica – mais 
notadamente da área de avaliação 
psicológica –, pois a Justiça precisava 
de investigações psicológicas para 
compreender o comportamento 
humano, principalmente dos indivíduos 
“criminosos”. 
• Inserção de psicólogos em processos 
judiciais – forma lenta e gradual e 
sempre por intermédio de trabalhos 
voluntários – quando solicitados a 
emitir um parecer sobre um 
determinado caso. 
• Área criminal: adultos criminosos ou 
adolescentes em conflito com a lei. 
• Década de 1980: primeiro concurso 
público para inserção de psicólogos no 
Tribunal de Justiça de São Paulo e 
promulgação da Lei Federal de 
Execução Penal (Lei nº 7.210/84) – o 
trabalho do psicólogo no sistema 
prisional foi reconhecido legalmente. 
• Em 1990, com a promulgação do 
Estatuto da Criança e do Adolescente 
(Lei nº 8.069/90), os Juizados da 
Infância e Juventude passaram a exigir 
a presença de psicólogos nas equipes 
mínimas de trabalho (juízes, 
promotores, assistentes sociais e 
psicólogos) – art. 150 e 151 do ECA. 
• Objetivo destas equipes: prestar 
atendimento de orientação e 
encaminhamento às pessoas e famílias 
que recorrem ao judiciário, assim como 
o de auxiliar Juiz na aplicação e 
administração da Justiça (BRASIL, 
1990). 
Atuação do psicólogo jurídico 
• O psicólogo pode atuar como perito ou 
como assistente técnico em casos de 
demanda judicial. 
• O perito é de confiança do Juiz e será 
por ele determinado. Deve responder a 
quesitos elaborados pelas partes e 
manter a isenção em sua avaliação, 
além de trabalhar a partir de um rigor 
técnico e ético. 
• Os assistentes técnicos são 
contratados das partes e imbuídos pela 
lógica adversarial. Pretendem que o 
resultado da demanda judicial seja 
favorável a quem a contratou, não 
existindo nenhuma obrigatoriedade de 
imparcialidade ou isenção. 
• A avaliação psicológica deve ser 
traduzida em um relatório – chamado 
de laudo pericial – que será juntado aos 
autos e servirá de base para a decisão 
do Juiz. 
• O psicólogo jurídico pode atuar ainda: 
o no planejamento e realização de 
programas de prevenção, 
tratamento, reabilitação e 
integração de atores jurídicos no 
meio penitenciário; 
o em campanhas de prevenção 
social em meio de comunicação; 
o em pesquisa. 
• Atenção às vítimas de crimes e maus 
tratos: 
o Direito de Família – disputa de 
guarda – regulamentação de 
visitas; 
o perícia para interdições e 
indenizações – Direito Civil e 
Direito Trabalhista; 
o mediação de conflitos – 
instituições de saúde – 
instituições de ensino – 
Defensoria Pública – instituições 
de atendimento comunitário; 
o na Assistência Social – 
programas sociais nos CRAS e 
CREAS; 
o delegacias de defesa da mulher. 
Trabalho dos psicólogos como peritos nas 
Varas de Família 
• Objetivo básico do Serviço de 
Psicologia no Poder Judiciário é 
elaborar um esboço fidedigno acerca 
da situação das crianças e de suas 
famílias – processo de separação e 
disputa de guarda. 
• É possível tentar uma mediação, 
buscando-se um acordo e evitando-se 
assim uma demanda judicial 
desgastante. 
• Quando não é possível, a avaliação 
e/ou perícia deve avaliar os motivos 
que levaram o casal ao litígio e os 
conflitos subjacentes que impedem um 
acordo. 
• Avaliação (não há protocolo 
específico): são feitas entrevistas 
semidirigidas e, se necessário, 
aplicação de testes e até visitas 
domiciliares e entrevistas com 
terceiros. 
• “Síndrome de Alienação Parental”: 
situação caracterizada por um 
processo que consiste em programar 
uma criança para que esta odeie um de 
seus genitores sem justificativa, por 
influência do outro genitor com que a 
criança mantém um vínculo de 
dependência afetiva. 
• Quando esta síndrome se instala, o 
vínculo da criança com o genitor 
alienado torna-se destruído 
Vara da Infância e Juventude – medidas 
protetivas 
• O ECA (BRASIL, 1990), em seu artigo 
4º: 
o “É dever da família, da 
comunidade, da sociedade em 
geral e do poder público 
assegurar, com absoluta 
prioridade, a efetivação dos 
direitos referentes à vida, à 
saúde, à alimentação, à 
educação, ao esporte, ao lazer, 
à profissionalização, à cultura, à 
dignidade, ao respeito, à 
liberdade e à convivência 
familiar e comunitária.” 
o Deve ser primazia do Estado e 
da sociedade em geral – 
elaboração de políticas públicas 
voltadas às crianças e aos 
adolescentes. 
• O ECA (BRASIL, 1990) ainda 
determina que toda criança e 
adolescente precisa ter assegurado o 
direito de viver em uma família 
saudável e funcional – e em um 
ambiente livre de substâncias 
entorpecentes e de situação de 
violência doméstica. 
• Quando qualquer um destes direitos 
são violados, é possível que as 
crianças e/ou adolescentes nesta 
condição sejam retirados 
temporariamente de suas famílias de 
origem e sejam encaminhados, em 
caráter experimental, à uma família 
extensa ou substituta. Esta medida tem 
condição provisória e será aplicada 
excepcionalmente. 
Vara da Infância e Juventude – medidas 
protetivas 
• Trabalho do psicólogo: avaliar e 
ponderar a capacidade das famílias 
extensas ou substitutas em acolher a 
criança em situação de vulnerabilidade. 
• Além disso, é preciso que se avalie 
também a real necessidade da retirada 
da criança da família natural e sua 
potencialidade para novos ajustes e 
convivência saudável. 
• Nada é comparado à família de origem 
em termos de acolhimento e 
convivência, mas esta precisa estar 
organizada para que possa 
proporcionar um bom desenvolvimento 
à criança e ao adolescente. 
• Quando a criança vive em ambiente 
permeado pela violência doméstica, 
isto trará prejuízos irreparáveis à sua 
história e o Poder Judiciário pode 
decidir pela retirada desta de seu lar e 
a destituição temporária do poder 
familiar dos pais. 
• Esta família deverá ser encaminhada a 
programas de orientação e auxílio e 
será periodicamente reavaliada. Tão 
logo o Juiz entenda que esta família 
tem condições de receber suas 
crianças de volta, o poder familiar será 
restaurado e esta será a medida 
adotada em preferência a qualquer 
outra. 
Vitimização de crianças e adolescentes 
• Crianças e adolescentes vítimas de 
violência apresentam sinais e sintomas 
bem característicos. 
• Muitas vezes a violência tende a ser 
encoberta, principalmente quando as 
crianças e adolescentes são vítimas 
dos próprios pais e/ou parentes 
próximos. 
• “Complô do silêncio”: envolve todo o 
contexto da violência e todos que dela 
fazem parte compactuam para a 
perpetuação das respostas violentas. 
Este silêncio dentro do núcleo familiar 
cria um “segredo” entre vítima e 
agressor, o que também afasta esta 
família do convívio com outras pessoas 
– vivem isoladas protegendo o 
segredo. 
• “Revelação”: momento certo que este 
segredo deve ser desvendado. Para 
algumas vítimas, significa a 
possibilidade da quebra do ciclo de 
violência, mas também o desamparo 
da família. Isto gera muita angústia e 
dúvida sobre o que e como fazer. 
• A revelação pode ser vivenciada como 
algo tranquilo para alguns e devastador 
emocionalmente para outros – o 
psicólogo deve ser cuidadoso ao 
extremo nesta entrevista. 
• O vínculo entre o profissional e a vítima 
deve ser cuidado e está precisa sentir-
se acolhida e à vontade, percebendo 
que pode confiar no profissional. 
• Alterações de comportamento. 
• Queixas somáticas.• Alterações psicológicas e de humor. 
• Queda no desempenho escolar. 
• Afastamento das pessoas e medo do 
inesperado. 
o São todos sinais e sintomas 
que, isolados ou combinados, 
são característicos e muito 
comuns em crianças e 
adolescentes vitimizados. 
o A observação e discriminação 
destes sinais são fundamentais 
para o diagnóstico e para o 
encaminhamento mais 
adequado. 
• “Transgeracionalidade da violência”: 
padrões de comportamento violento 
que se repetem de geração em 
geração, ou seja, estudos demonstram 
que os agressores de hoje foram 
crianças e/ou adolescentes vítimas de 
violência. 
• Condição preocupante, pois, se esta 
situação perdurar, as vítimas de 
violência hoje também serão 
perpetuadoras e perpetradores de 
violência amanhã, reforçando o ciclo da 
violência neste núcleo familiar.  Nota-
se também o alto consumo de álcool e 
drogas entre os responsáveis pelo ciclo 
da violência nos núcleos familiares. 
• Tipos de violência 
o Violência física: atos violentos 
com uso da força física de forma 
intencional a ferir a criança e/ou 
o adolescente. 
o Violência sexual: todo ato ou 
jogo sexual (hetero ou 
homossexual) cujo agressor 
está em estágio de 
desenvolvimento psicossexual 
mais adiantado que a vítima. 
Para ser considerado violência, 
não é necessário que haja 
relação sexual de fato – 
produção de fotos e vídeos, 
manipulação de genitais e até 
prostituição infantil são formas 
de violência sexual 
• Negligência e maus tratos: omissões 
dos pais e/ou responsáveis em prover 
as necessidades básicas para o 
desenvolvimento físico, emocional e 
social da criança e/ou adolescente. Um 
exemplo é não dar comida e remédio 
corretamente, não agasalhar a criança 
no frio e até mesmo a omissão em levá-
la à escola. 
• Violência psicológica: rejeição, 
depreciação, discriminação, 
humilhação – todas condições 
utilizadas para atender às 
necessidades psíquicas dos adultos. É 
o tipo de violência que não deixa 
marcas, mas talvez seja também a 
mais devastadora de todas. 
Violência contra a mulher 
• Violência doméstica contra a mulher: é 
apresentada de diversas formas – 
violência física, violência psicológica e 
violência sexual –, sempre cometida 
por parceiros íntimos. 
• As famílias patriarcais entendem que a 
mulher deve respeito absoluto ao 
homem e as mulheres sentem-se 
subjugadas a seus maridos – inclusive 
quando são violentadas. 
• Não compartilham sua história com 
ninguém, muitas vezes por medo e/ou 
vergonha. 
• Brasil, 2006 – Lei Maria da Penha: 
mecanismos para coibir e prevenir a 
violência doméstica e familiar contra a 
mulher. 
• Observa-se que a violência física é 
sempre precedida pela violência 
psicológica e muitas vítimas têm 
dificuldade de perceber e reconhecer a 
violência psicológica se instalando. 
o Ciúme exagerado e patológico. 
o Intimidações. 
o Ameaças. 
o Exigência. 
o Xingamentos. 
• A violência psicológica tem como 
principal objetivo controlar e manter a 
mulher sob controle do homem, e a 
violência física torna-se uma 
consequência. 
• A violência física caracteriza-se por 
empurrões, tapas, queimaduras, 
pontapés, puxões de cabelo, causando 
lesões internas, externas ou ambas. 
• A violência contra a mulher torna-se um 
processo contínuo e repetitivo. 
Apresenta-se em ciclos e é composta 
por quatro fases distintas, mas que se 
retroalimentam. 
Fases da violência (MOREIRA e PRIETO, 
2010) 
• Fase 1 – construção da tensão: A 
violência não aparece diretamente e 
ocorrem agressões verbais, silêncios 
hostis, ameaças. Nada do que a mulher 
faça controla ou modifica a situação. O 
agressor tende a responsabilizar a 
vítima por todos os problemas. 
• Fase 2 – fase da agressão: A tensão 
aumenta e atinge seu ponto máximo – 
o agressor perde o controle e surgem 
as agressões físicas. O agressor pode 
ainda forçar a companheira a manter 
relações sexuais com o objetivo de 
obter maior dominação. 
• Fase 3 – fase do pedido de desculpas: 
O agressor tende a minimizar seu 
comportamento agressivo – arrepende-
se e tenta encontrar uma explicação 
para o seu comportamento. O homem 
pede perdão, “jura” que tais 
comportamentos não vão mais ocorrer 
e que irá procurar ajuda. 
• Fase 4 – fase de lua de mel: Os 
ataques violentos cessam e a tensão 
torna-se ausente. O marido torna-se 
amoroso e atencioso. Aqui as mulheres 
acreditam que este homem mudou e 
esquece todas as agressões sofridas. 
• Fase 3 – fase do pedido de desculpas: 
O agressor tende a minimizar seu 
comportamento agressivo – arrepende-
se e tenta encontrar uma explicação 
para o seu comportamento. O homem 
pede perdão, “jura” que tais 
comportamentos não vão mais ocorrer 
e que irá procurar ajuda. 
• Fase 4 – fase de lua de mel: Os 
ataques violentos cessam e a tensão 
torna-se ausente. O marido torna-se 
amoroso e atencioso. Aqui as mulheres 
acreditam que este homem mudou e 
esquece todas as agressões sofridas. 
Adoção 
• Adoção sempre foi vista como forma de 
manutenção da família ou para 
perpetuar o culto ancestral doméstico. 
• No passado, a adoção tinha como 
objetivo suprir as necessidades de 
casais inférteis, que nem sempre 
buscavam o bem-estar da criança 
adotada. 
• Adoção clássica: busca o melhor 
interesse do adotante. 
• Adoção moderna: busca garantir o 
direito a toda criança de crescer e ser 
educada em uma família. 
• Brasil – abandono de crianças faz parte 
de sua história. 
• Período colonial e imperial – crianças 
legítimas e ilegítimas, porém 
indesejadas – eram abandonadas em 
locais públicos. Estas crianças eram 
chamadas de “enjeitadas” ou 
“expostas” – Roda dos Expostos: 
abandono anônimo de bebês – 
existiram até a década de 1950. 
• A antiga legislação brasileira (Código 
Civil de 1916 e Código de Menores de 
1927) não facilitava os processos de 
adoção – eram excessivamente rígidos 
e burocráticos. 
• Com a promulgação do Estatuto da 
Criança e do Adolescente de 1990 (Lei 
8.069/90) – a adoção tornou-se um 
processo simples e irrevogável, e, 
ainda, será obrigatoriamente deferido 
quando apresentar reais vantagens 
para o adotando e fundamentar-se em 
motivos legítimos. 
• ECA (Brasil, 1990) – determina que o 
Poder Judiciário cuidará de todas as 
providências e procedimentos 
referentes à adoção e contará com 
uma equipe interprofissional para atuar 
nas diversas etapas do processo 
• Todo pretendente à adoção participa 
de um processo avaliativo – este 
estudo tem uma proposta profilática – 
interrogando seu desejo e 
considerando as singularidades da 
intenção de adotar. 
• O discurso do pretendente revela seu 
funcionamento psíquico – encenando o 
desejo manifesto e o desejo 
inconsciente na proposta de adotar. 
• Quando os pretendentes observam-se 
sendo avaliados, podem sentir-se 
incomodados e obrigados a responder 
pautados nas convenções sociais – 
menos espontâneos. 
• No decorrer da avaliação, esta postura 
pode se modificar – cede lugar a um 
contato mais franco e autêntico. 
• É prudente que se realizem várias 
entrevistas com os pretendentes – 
individuais e em conjunto –, é preciso 
saber o que cada um pensa e o que o 
casal pensa. 
• Casais com filhos – estes também 
precisam ser ouvidos em relação ao 
processo, assim como a família 
extensa. Quando se adota uma 
criança, é sempre uma família que a 
adota. 
• Estágio de convivência 
o Importante etapa para se 
conhecer a adaptação da 
criança com os novos pais e 
vice-versa. 
o Também é imprescindível saber 
de que forma os adotantes 
conseguem integrar aquela 
criança à condição de filho e 
agora membro integrante e 
permanente neste núcleo 
familiar.  Uma vez que a 
adoção tem caráter irrevogável, 
não se pode correr o risco de a 
criança voltar a viver em 
vulnerabilidade ou viver em um 
ambiente permeado porviolência. 
Adolescentes em conflito com a lei 
• Adolescente que comete um delito – 
adolescente “infrator” e seu delito será 
considerado como um “ato infracional”. 
• Todo adolescente que comete um ato 
infracional deverá, segundo 
determinação judicial, cumprir uma 
“medida socioeducativa”. 
• ECA – Art. 112 – sete medidas ao todo 
que podem ser cumpridas em meio 
aberto ou fechado e para efeitos desta 
lei – adolescente é aquele que tem 
idade compreendida entre 12 anos 
completos e 18 anos incompletos. 
• Medidas socioeducativas em meio 
aberto – cumprem-na com 
responsabilidade sem perder o direito 
de ir e vir – Liberdade Assistida (LA) e 
Prestação de Serviço a Comunidade 
(PSC). 
• A aplicação de “medida 
socioeducativa” e não pena criminal 
tem por finalidade o caráter pedagógico 
da própria medida. 
• Para obter resultados, as medidas 
devem ser disponibilizadas em 
programas capazes de fazer com que 
o adolescente reflita sobre seu ato e 
supere esta vulnerabilidade de forma 
adequada. 
• Psicólogo no cumprimento da medida – 
acompanhar o adolescente durante 
seu trabalho com o objetivo de fazer 
com que ele elabore todas as questões 
emocionais envolvidas –no ato 
infracional, seu contexto e finalização 
do processo. 
• Medidas socioeducativas 
o 1. Advertência: repreensão 
verbal feita pelo juiz. 
o 2. Obrigação de reparar o dano: 
quando houver danos ao 
patrimônio, o juiz pode 
determinar que o adolescente 
repare o dano, devolva a coisa 
ou indenize quem foi lesado pelo 
ato. 
o 3. Prestação de Serviço a 
comunidade: realização de 
tarefas gratuitas em instituições 
assistenciais ou programas 
comunitários ou 
governamentais. As tarefas 
devem ser atribuídas de acordo 
com as aptidões do adolescente 
e não pode atrapalhar seus 
estudos. 
o 4. Liberdade Assistida: durante 
o cumprimento da medida, o 
adolescente fica sob a 
supervisão de um orientador e 
este é uma pessoa capacitada 
que tem condições de 
acompanhar e orientar o 
adolescente no que for 
necessário. 
o 5. Semiliberdade: possibilita ao 
adolescente a realização de 
atividades externas, 
independente da autorização 
judicial. É aplicada como 
transição do meio aberto, uma 
forma de progressão de regime 
que beneficia aqueles que já se 
encontram privados de 
liberdade e que ganham direito a 
uma medida mais favorável e à 
profissionalização. 
o 6. Internação: medida privativa 
de liberdade, e deve ser 
cumprida em entidade exclusiva 
para adolescentes. Em 
nenhuma hipótese o prazo 
máximo para internação 
excederá 03 anos, após este 
período poderá ser determinado 
a conversão para outra medida. 
• O adolescente em conflito com a lei – 
muitas vezes – vem de um ambiente 
familiar comprometido e disfuncional. 
• Todo trabalho que envolver o 
adolescente em conflito com a Lei deve 
respeitar sua condição de sujeito em 
desenvolvimento, mas igualmente 
deve incorporar a família no processo – 
do contrário, o trabalho não será eficaz 
e existirá uma grande chance de o 
adolescente recair e regredir em seus 
desenvolvimento e ganhos. 
Atuação dos psicólogos no sistema penal 
• A inserção do psicólogo neste sistema 
deu-se de forma lenta e gradual – além 
de experimental, por contar com pouco 
material teórico discutindo e 
fundamentando esta atuação. 
• No sistema penitenciário, observa-se a 
presença de sujeitos que não 
internalizaram regras de convivência 
mínima na sociedade, nem mesmo 
“autorregras” que determinam o que é 
certo ou errado. 
• O comportamento criminoso está em 
ascensão em nossa sociedade e os 
criminosos estão cada vez mais 
audaciosos e utilizando-se de 
crueldade mais assustadores. 
• Isto desperta, nos estudiosos e na 
sociedade em geral, a curiosidade e a 
necessidade de conhecer mais sobre o 
comportamento antissocial. 
• Atualmente, considera-se a 
criminalização como algo não natural, 
nem mesmo regido por causas 
biológicas e/ou individuais, mas como 
um processo social e histórico, 
delimitado por uma definição de crime 
como determinado socialmente e de 
acordo com determinado momento 
histórico. 
• Infelizmente, vários estudos têm 
demonstrado que as prisões, como são 
hoje, não produzem uma “reforma 
interna” nos apenados e sim os 
criminalizam mais, portanto não são 
eficazes em sua proposta inicial. 
• Muitos se questionam qual seria o 
modelo ideal de internação e 
consequente cumprimento da pena ao 
criminoso imposta, mas nota-se que 
esta é uma condição utópica se a 
própria sociedade não mudar sua 
história e forma de funcionamento. 
• A partir deste panorama surge o 
trabalho do psicólogo no sistema 
prisional que pode ter várias vertentes 
– ajudar o apenado em relação ao 
sofrimento produzido pelo cárcere 
(distância da família, ambiente 
insalubre e a privação da própria 
liberdade), assim como a possibilidade 
de ressocialização, buscando melhores 
estratégias de enfrentamento para um 
possível retorno à comunidade. 
• Em 1984, foi publicada a Lei 7.210/84 
– Lei de Execução Penal – e 
estabeleceu em seu artigo 1o o objetivo 
de “efetivar as disposições de sentença 
ou decisão criminal e proporcionar 
condições para a harmônica integração 
social do condenado e do internado” 
(Brasil, 1984). 
• Aqui o psicólogo fazia parte de uma 
equipe (Comissão Técnica de 
Classificação) que avaliava o apenado, 
podendo ou não lhe dar a oportunidade 
da progressão da pena, por meio da 
previsibilidade dessua presumida 
adaptabilidade social. 
•  As CTCs tinham a incumbência de 
classificar os apenados e isto 
determinaria sua história na execução 
da pena. O psicólogo passou a ter um 
lugar de perito para subsidiar o juiz nas 
suas decisões de concessão ou não da 
progressão de regime. 
• Em 2003, a Lei de Execução Penal foi 
alterada e retirada à importância da 
CTC e sua responsabilidade da 
execução penal e a exigência do 
exame criminológico – tirando do 
psicólogo a sua função de perito, 
atuando agora na atenção à saúde do 
detento. 
Mediação e conciliação 
• Quando as pessoas não se comunicam 
de forma adequada, surgem os 
conflitos e as pessoas participantes 
desta situação sentem-se ameaçadas 
e temerosas em relação ao futuro. 
• O conflito é o conjunto de propósitos, 
métodos ou condutas divergentes, 
oposto de congruência. É algo inerente 
à vida e por meio dele a evolução se 
processa. 
• A comunicação pode colocar algumas 
armadilhas e, para evitá-las, é preciso 
que se criem condições para o diálogo. 
• É comum que os litigantes precisem de 
um interlocutor para que a conversa 
flua de forma natural e eficaz – e, para 
isso, podem lançar mão de um 
mediador, conciliador ou negociador. 
Esses facilitadores da comunicação 
passam a fazer parte do problema a ser 
discutido, do diálogo e da solução. 
• Conciliação: Este é um método 
cooperativo e seu objetivo é colocar fim 
ao conflito e não há interesse em 
buscar ou identificar razões ocultas que 
levaram ao conflito e outras questões 
pessoais dos envolvidos. 
• A mediação busca cooperação e 
colaboração entre os litigantes, sem 
privilegiar o lado adversarial da disputa. 
A técnica da mediação caracteriza-se 
por fortalecer a capacidade do diálogo, 
visando a uma solução negociada dos 
conflitos e reconhece que as emoções 
são parte tanto do problema quanto da 
solução e, por isso, devem ser 
clareadas e resolvidas, facilitando a 
negociação das opções mais 
adequadas. 
• Mediação: O mediador atua para 
promover a solução do conflito por 
meio do diálogo e do reajustamento 
das opiniões das partes envolvidas. O 
mediador ajuda as pessoas a 
aceitarem o diferente e observaremos 
outro de igual para igual. A mediação 
busca o resgate da comunicação e a 
solução do conflito vem naturalmente 
em consequência do próprio diálogo. 
• Estas práticas alternativas de 
resolução deconflitos estão sendo 
cada vez mais utilizadas pelo judiciário 
na intenção de “desafogar” o próprio 
sistema e sempre de uma forma mais 
célere e apropriada.

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