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PROTEÇÃO AMBIENTAL CURSO DE INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA PROFESSORA; ENFª FRANCIDALVA Objetivos específicos Reconhecer os principais resíduos gerados no centro cirúrgico. Entender as normas e legislações ambientais relacionadas ao descarte hospitalar. Identificar ações sustentáveis aplicáveis ao ambiente cirúrgico. Refletir sobre a responsabilidade individual e coletiva com o meio ambiente. pacto da Tecnologia no Ensino e na aprendizagem A proteção ambiental no centro cirúrgico foca em duas áreas principais: biossegurança para evitar contaminação por microrganismos e sustentabilidade para reduzir o impacto ecológico. Na biossegurança, incluem-se controle de temperatura, umidade e pressão do ar com filtros HEPA, limpeza rigorosa, e higienização das mãos. Para a sustentabilidade, buscam-se agentes anestésicos com menor impacto, tecnologias de captura de gases, otimização do consumo de energia, substituição de descartáveis por reutilizáveis e gestão eficiente de resíduos. proteção ambiental O impacto ambiental de centros cirúrgicos O impacto ambiental de centros cirúrgicos provém da geração excessiva de resíduos (muitos de uso único) e de emissões de gases de efeito estufa, especialmente dos anestésicos voláteis como o desflurano, o que contribui para a contaminação do solo, água e ar, além do aquecimento global. Estratégias como o uso de anestesia de baixo fluxo, a adoção de materiais reutilizáveis, a gestão eficiente de resíduos e o otimização do consumo de energia e água são essenciais para mitigar esses efeitos e promover a sustentabilidade nessas unidades. Agentes anestésicos como o desflurano e o óxido nitroso possuem alto potencial de aquecimento global (PAG). Estudos indicam que o uso de desflurano por uma hora equivale à emissão de dióxido de carbono (CO₂) de um carro percorrendo 360 km, e pode permanecer por até 14 anos na atmosfera, além de possuir um PAG cerca de 20 vezes maior que o sevoflurano. https://www.google.com/search?cs=0&sca_esv=336f6c4ab6ad7231&sxsrf=AE3TifMo3ggiC-HbYZXYDGBx7Ygh0cl62g%3A1758297572508&q=reutiliz%C3%A1veis&sa=X&ved=2ahUKEwj548LxmOWPAxWJHbkGHQe7AIkQxccNegQIBBAB&mstk=AUtExfCPfmLkk7c6Qov9dEzw5935F_JgNkDxFNIsEU23wtLC32kakow_tSO9i4f2v_ybAKyP2tkNzQLr_5ouxZqdg1kTWo7R3vEbJq6Y-q4u3n9TLqypcD8UNLFRfc9x4I4nUkYXzz4MQYVyQsR_zhTh2v8uCBYK0rRY-p8FRdQwxLcUwaHI9bD0juAdMpnQVdDQt3DFUCsNggeOTc1rfYB41RNim_XjeDdttwjb02PDulwQMfZwCOuUtmYuWAnK0lxcz3kw1XLJyA1Enma2CCB7BwvFg1SwucDKhRUu4PGsuEmGVw&csui=3 https://portal.afya.com.br/pediatria/anestesicos-e-sedativos-tem-efeito-negativo-no-desenvolvimento-cerebral-de-criancas Consumo de água e energia: A esterilização de materiais e a lavagem de equipamentos consomem grandes quantidades de água, exigindo políticas de reuso e ajustes de equipamentos para reduzir o consumo. Emissões de gases de efeito estufa: Os anestésicos voláteis, como desflurano, isoflurano e sevoflurano, são potentes gases de efeito estufa. A redução do fluxo de gases frescos para menos de 1 L/min durante a anestesia minimiza seu consumo e emissão. Resíduos hospitalares: A gestão inadequada de resíduos gera contaminação de solo, água e ar por substâncias tóxicas e agentes infecciosos, além de expor profissionais de limpeza a riscos. Impacto ambiental do centro cirúrgico: Resíduos infecciosos: Resíduos hospitalares com risco biológico, como os do centro cirúrgico, se descartados de forma incorreta, podem levar à contaminação e ao aumento dos custos com o tratamento. Sustentabilidade e segurança: A adoção de protocolos de biossegurança para evitar infecções está ligada à sustentabilidade, exigindo um trabalho multidisciplinar para a redução de riscos e custos. Conexão entre infecções e impacto ambiental: Estratégias para reduzir o impacto: Passo 1 Ajustar equipamentos para evitar o consumo excessivo de água e energia. Otimizar o consumo de recursos: Passo 2 Reduzir o fluxo de gases anestésicos para diminuir as emissões de gases de efeito estufa. Anestesia de baixo fluxo: Passo 3 Considerar empresas que ofereçam o serviço de logística reversa para o descarte e tratamento de resíduos e materiais. Logística reversa: Passo 4 A vigilância das infecções sítio cirúrgico é essencial para reduzir sua incidência. Monitoramento de infecções: Passo 5 O treinamento dos profissionais de saúde em biossegurança e gestão de resíduos é fundamental. Educação continuada Tipos de resíduos hospitalares Os resíduos hospitalares são classificados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) em cinco grupos: Grupo A CLASSIFICADO COMO: RESÍDUO BIOLÓGICO - INFECTANTE, “RESÍDUOS COM A POSSÍVEL PRESENÇA DE AGENTES BIOLÓGICOS QUE, POR SUAS CARACTERÍSTICAS DE MAIOR VIRULÊNCIA OU CONCENTRAÇÃO, POSSAM APRESENTAR RISCO DE INFECÇÃO”. Subgrupos do Grupo A: A1: Culturas e estoques de micro-organismos, bolsas de sangue e seus derivados, sobras de amostras de laboratório. A2: Carcaças, vísceras e peças anatômicas de animais que foram submetidos a experimentação com inoculação de micro-organismos. A3: Partes de seres humanos (órgãos e tecidos) e resíduos de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos. A4: Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, filtros de ar e gases aspirados de áreas contaminadas. A5: Órgãos, tecidos e fluidos orgânicos de alta infectividade para príons, e materiais que tiveram contato com eles. GRUPO B RESÍDUOS QUÍMICOS SÃO AQUELES QUE CONTÊM SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS QUE PODEM APRESENTAR RISCO À SAÚDE PÚBLICA OU AO MEIO AMBIENTE, DEPENDENDO DE SUAS CARACTERÍSTICAS DE INFLAMABILIDADE, CORROSIVIDADE, REATIVIDADE E TOXICIDADE E ENQUADRAM-SE NESTA CATEGORIA OS SEGUINTES GRUPOS DE COMPOSTOS: O que são resíduos do grupo B: São resíduos que contêm substâncias químicas com potencial para causar danos à saúde ou ao meio ambiente. A classificação leva em conta características como: Inflamabilidade: Facilmente inflamáveis ou que se queimam rapidamente. Corrosividade: Capacidade de corroer materiais. Reatividade: Tendência a reagir de forma perigosa. Toxicidade: Capacidade de causar envenenamento ou danos à saúde. Exemplos comuns de resíduos do grupo B: Medicamentos (incluindo vencidos ou alterados), Reagentes de laboratório, Efluentes de reveladores e fixadores de processadores de imagem, Produtos de limpeza e desinfetantes, Resíduos contendo metais pesados. Grupo C RESÍDUOS RADIOATIVOS, QUE SÃO MATERIAIS CONTAMINADOS POR RADIONUCLÍDEOS (SUBSTÂNCIAS RADIOATIVAS) ACIMA DOS LIMITES PERMITIDOS, PRINCIPALMENTE EM LABORATÓRIOS DE ANÁLISES CLÍNICAS, MEDICINA NUCLEAR E RADIOTERAPIA. Exemplos do Grupo C: Natureza: São materiais que apresentam riscos radiológicos devido à presença de radioisótopos. Origem: Resultam de procedimentos diagnósticos e terapêuticos com substâncias radioativas, como resíduos de radiofármacos e materiais contaminados. Exemplos: Material de medicina nuclear, radiofármacos, equipamentos de radiografia industrial e dispositivos de diagnóstico que usam radiação ionizante. Grupo D RESÍDUOS COMUM, RESÍDUOS QUE NÃO APRESENTEM RISCO BIOLÓGICO, QUÍMICO OU RADIOLÓGICO À SAÚDE OU AO MEIO AMBIENTE, PODENDO SER EQUIPARADOS AOS RESÍDUOS DOMICILIARES. Exemplos do Grupo D: – sobras de alimentos e do preparo de alimentos; – resto alimentar de refeitório; – resíduos provenientes das áreas administrativas; – resíduos de varrição, flores, podas e jardins – resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde _ resíduos de uso sanitário ou de limpeza Embora não sejam perigosos, exigem um descarte adequado e seguro, muitas vezes com foco na reciclagem, e devem ser segregados dos outros tipos de resíduos para evitar contaminação. Grupo E RESIDUO PERFUROCORTANTES, COMO AGULHAS, LÂMINAS E SERINGAS, QUE APRESENTAM RISCO DE CAUSAR FERIMENTOS POR CORTE OU PERFURAÇÃO. ESTE GRUPO, DE ACORDO COM AS NORMAS DA ANVISA E DA RESOLUÇÃO CONAMA Nº 358, REQUER UM ACONDICIONAMENTO ESPECÍFICO EM RECIPIENTES RÍGIDOS E RESISTENTESPARA EVITAR ACIDENTES. O que são: Objetos com cantos, bordas, pontos ou protuberâncias rígidas capazes de cortar ou perfurar. Exemplos: Agulhas, seringas, lâminas, lamínulas, ponteiras, ampolas de vidro, bisturis e outros instrumentos que podem causar ferimentos. Acondicionamento e Manuseio: Recipientes: Devem ser acondicionados em caixas rígidas e resistentes, como as caixas "DescarteX", "Descarpack", etc. Identificação: Os recipientes devem ser claramente identificados com o símbolo de risco biológico e a inscrição "Resíduo Perfurocortante". Não Reutilizar: É proibido o reencape de agulhas e o esvaziamento desses recipientes para reaproveitamento. Capacidade: Os recipientes não devem ser preenchidos além de 2/3 da sua capacidade. Riscos Associados: Além do risco perfurocortante, estes resíduos podem estar contaminados com materiais infectantes ou químicos. Para resíduos contaminados com substâncias químicas, utiliza-se uma caixa laranja, e para aqueles com risco biológico, uma caixa amarela ou branca é utilizada, dependendo do protocolo da unidade. Legislação vigente A RDC 222/2018 da ANVISA regulamenta as Boas Práticas de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), estabelecendo diretrizes para o manejo, armazenamento, coleta, transporte e destinação final desses resíduos em estabelecimentos de saúde públicos e privados. A norma classifica os resíduos por grupos (A, B, C, D, E) e estabelece requisitos para os Planos de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS), exigindo que os estabelecimentos geradores dos resíduos sejam responsáveis por todo o processo de gerenciamento. O que é RDC e para que serve? RDC, sigla para Resolução da Diretoria Colegiada, nada mais é que um tipo de regulamentação técnica, proposta pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). As RDCs, portanto, servem para estabelecer processos regulatórios, práticas e padrões de qualidade para produtos e serviços sob regulamentação da agência. https://www.google.com/search?sca_esv=544fa928dd795f48&cs=0&sxsrf=AE3TifN7J5s8uCxjA9-6WmU4ikqMeq2MiQ%3A1758301008185&q=PGRSS&sa=X&ved=2ahUKEwilzeXXpeWPAxUnpZUCHRbvBacQxccNegQIAhAB&mstk=AUtExfAS8Lln2atcCBwpnEOl4Y0BMmrFB8ewwuuFIDSDMNkWG4OikO8IwUZOsusFEHoNuX9w2X22J6XJSdbMQR9UDR5yPIxD1BsvXFfzIP8JkBbzLMMiC0FhwskCRC0BEV-DjE24xDoRtMM1kFLO8SPkN8yHYTGkQkoC6wwS4fzWrGak8Mdc00u2oYM85ILbOlS5n7e3y4naKLbXg_zlWId33uraM2UAJLFL9bTakbCuSMNypqczjYkNxFONTW_61TfSjV9q9MzMf0-my9OJ9KdRNOSdRnuDz1Dudsbu1Vgxj66kXg&csui=3 https://www.google.com/search?sca_esv=544fa928dd795f48&cs=0&sxsrf=AE3TifN7J5s8uCxjA9-6WmU4ikqMeq2MiQ%3A1758301008185&q=PGRSS&sa=X&ved=2ahUKEwilzeXXpeWPAxUnpZUCHRbvBacQxccNegQIBBAB&mstk=AUtExfAS8Lln2atcCBwpnEOl4Y0BMmrFB8ewwuuFIDSDMNkWG4OikO8IwUZOsusFEHoNuX9w2X22J6XJSdbMQR9UDR5yPIxD1BsvXFfzIP8JkBbzLMMiC0FhwskCRC0BEV-DjE24xDoRtMM1kFLO8SPkN8yHYTGkQkoC6wwS4fzWrGak8Mdc00u2oYM85ILbOlS5n7e3y4naKLbXg_zlWId33uraM2UAJLFL9bTakbCuSMNypqczjYkNxFONTW_61TfSjV9q9MzMf0-my9OJ9KdRNOSdRnuDz1Dudsbu1Vgxj66kXg&csui=3 Ações sustentáveis no centro cirúrgico: Uso racional de materiais descartáveis. Redução do desperdício de medicamentos. Coleta seletiva e segregação correta. Reutilização de materiais esterilizáveis. Eficiência no consumo de água e energia Gestão de Resíduos: Segregação no ponto de uso: Utilização de lixeiras e hampees bipartidos (lixo comum/reciclável e infectante) para separar materiais no momento da geração. Descarte adequado: Implementação de coletores específicos para cada tipo de resíduo (perfurocortantes, químicos, etc.) e programas de coleta seletiva. Redução do desperdício: Protocolos para diminuir o uso excessivo de materiais descartáveis e a busca por soluções para reuso e tratamento de explantes e outros materiais cirúrgicos. Logística reversa: Parceria com empresas que oferecem soluções para o destino sustentável de resíduos e produtos utilizados. papel do instrumentador O instrumentador tem um papel crucial na gestão de resíduos hospitalares ao segregá-los e acondicioná-los corretamente na origem, garantindo a sua segurança, a proteção de outros profissionais e a preservação do meio ambiente, conforme estipula o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS). Ele deve usar o Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado e conhecer os diferentes tipos de resíduos e os riscos associados para garantir que o fluxo do material seja feito de forma segura desde a geração até o descarte final. Responsabilidades do Instrumentador: Segregação Correta: Separar os diferentes tipos de resíduos (infectantes, químicos, perfurocortantes, etc.) no local de geração. Acondicionamento Adequado: Colocar os resíduos nos recipientes apropriados para cada tipo, evitando acidentes. Uso de EPIs: Utilizar os equipamentos de proteção individual necessários para garantir a própria segurança e a dos outros profissionais. Conhecimento dos Riscos: Compreender os riscos associados a cada tipo de resíduo (contaminação, perigos químicos, radioativos) para tomar as devidas precauções. Participação no Plano de Gerenciamento: Contribuir ativamente para o Plano de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde (PGRSS) da instituição, assegurando que todas as normas sejam seguidas. Importância PROTEÇÃO: GARANTE A PROTEÇÃO DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE, PACIENTES E DO PÚBLICO EM GERAL CONTRA RISCOS DE CONTAMINAÇÃO E ACIDENTES. MEIO AMBIENTE: CONTRIBUI PARA A PRESERVAÇÃO DO MEIO AMBIENTE, IMPEDINDO A CONTAMINAÇÃO DO SOLO E DA ÁGUA PELO DESCARTE INCORRETO. CONFORMIDADE LEGAL: ASSEGURA QUE O HOSPITAL CUMPRA AS NORMAS DA LEGISLAÇÃO SANITÁRIA E AMBIENTAL, EVITANDO MULTAS E SANÇÕES. REDUÇÃO DE RISCOS: A SEGREGAÇÃO E O ACONDICIONAMENTO CORRETOS NA ORIGEM SÃO A PRIMEIRA E MAIS IMPORTANTE ETAPA PARA MINIMIZAR OS RISCOS EM TODO O PROCESSO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS. Referências Bibliográficas • Resolução da Diretoria Colegiada da ANVISA Nº 306 de 07 de Dezembro de 2004 • Resolução do Ministério do Meio Ambiente Conselho Nacional do Meio Ambiente No 358 de 29 de Abril de 2005 • Resolução do Ministério do Meio Ambiente Conselho Nacional do Meio Ambiente Nº 275 de 25 de Abril de 2001 • www.anvisa.com.br