Prévia do material em texto
Anatomia cabeça e pescoço Lorena Loureiro @Sinapsesdalore Anatomia do nariz e seios da face - É a parte do trato respiratorio acima do palato duro e contem o órgão periférico do olfato. - Septo nasal: divide o nariz em cavidades direita e esquerda. Nariz externo - É a porção do nariz que surge da face. - Formado por esqueleto osteofibrocartilaginoso. ▪ Parte óssea: ossos nasais, processos frontais das maxilas e parte nasal e espinha nasal do osso frontal. ▪ Parte cartilaginosa: 2 cartilagens laterais e 2 alares (formato de U) e uma cartilagem do septo nasal. Pirâmide nasal - BASE: formada pela abertura piriforme. - VÉRTICE: pela ponta nasal. - MARGENS: correspondem aos sulcos formados pelos encontros dos processos frontais e alveolares da maxila com as faces laterais do nariz externo e as asas do nariz. Septo Nasal: ósseo e cartilagíneo 1. Lâmina perpendicular do etmoide 2. Vômer: osso achatado e fino 3. Cartilagem do septo nasal Fraturas do nariz - Comuns em esportes e acidentes devido à proeminência do nariz. - Força lateral: epistaxe - Fraturas graves: luxação - Golpe direto: lâmina cribriforme do etmoide pode sofrer fatura. Rinorreia de liquido cerebrospinal - Resulta da fratura da lâmina cribriforme, dilaceração das meninges cranianas e extravasamento de liquido no nariz. - O liquido drena a partir do nariz dentro de 48 horas - Rinorreia persistente aumenta o risco de meningite. Desvio de septo nasal - Por lesão no nascimento/ trauma - Desvio da linha mediana. - Desvio muito acentuado: pode colar na parede lateral da cavidade nasal, podendo obstruir a respiração. Rinite -Túnica mucosa inflamada durante infecções do TRS e reações alérgicas; devido sua alta vascularização pode se espalhar para orelha media, seios paranasal, aparelho lacrimal, túnica conjuntiva. Epistaxe - Maioria dos casos: trauma e área de Kiesselbach. - Associada com infecções e hipertensão - Jatos de sangue no nariz: ruptura de artérias Cavidades nasais - Se abrem posteriormente na parte nasal da faringe através das coanas. - A túnica mucosa reveste as cavidades nasais, exceto o vestíbulo que é revestido com pele, vibrissas crescem a partir desta pele 1/3 superior: área olfatória 2/3 inferior: área respiratória (umidificador) Limites da cavidade nasal: 1. Teto: curvo e estreito, dividido em frontonasal, etmoidal e esfenoidal. 2. Assoalho: mais largo, formado por processo palatino da maxila e lamina horizontal do palatino. 3. Parede medial: formada pelo septo nasal. 4. Parede lateral: é irregular, por tres elevações enroladas (conchas nasais). 5. Meato: passagem na cavidade formada pelas conchas nasais. Conchas nasais: 1. Recesso esfenoetmoidal: supero-posterior à concha superior. 2. Meato nasal superior: entre as conchas superior e media. 3. Meato nasal médio: infundibulo etmoidal 4. Meato nasal inferior: ínfero-lateral à concha inferior Vascularização - A irrigação das paredes medial e lateral da cavidade nasal é feita através dos ramos das arterias esfenopalatina, etmoidais anterior e posterior, palatina maior, labial superior e ramos nasais laterais da arteria facial. * Zona de Kiesselbach: onde as cinco arterias se anastomosam na parte anterior do septo nasal - Drenagem venosa: feita pelo plexo venoso submucoso, que drena para as veias esfenopalatina, facial e oftálmica. Anatomia cabeça e pescoço Lorena Loureiro @Sinapsesdalore Inervação - É feita pelos nervos nasopalatino (septo nasal), palatino maior (parede lateral) e nervos etmoidais anteriores (parede anterossuperior da túnica mucosa). Seios Paranasais - São extensões cheias de ar da parte respiratoria da cavidade nasal no interior dos seguintes ossos do crânio. 1. Frontal 2. Etmoide 3. Esferoide 4. Maxila Seios Frontais - Localizados entre as laminas externa e interna do frontal, posterior aos arcos super ciliares e raiz do nariz. - Inervação: ramos dos nervos supra-orbitais. * Cada seio drena pelo ducto frontonaso para o infundíbulo, que se abre no hiato seminular do meato medio. Seios Etmodais: - Compreendem diversas cavidades: 1. Células etmoidais anteriores: drenam para o meato medio 2. Células etmoidais medias: se abrem no meato medio 3. Células etmoidais posteriores: se abrem no meato superior. - Inervação: ramos dos nervos nasociliares. Seios Esfenoidais: - Encontram-se no corpo do esfenoide, por isso o corpo do esfenoide é frágil. - Derivam de células etmoidais que invadem o esfenoide. - Inervação: arterias etmoidais posteriores e nervo etmoidais posteriores. Fisiologia Respiração - As cavidades nasais auxiliam a respiração por meio da purificação, do aquecimento e umidificação do ar inspirado. - Indivíduo normal em repouso realiza 12 a 24 movimentos respiratorios por minuto -> 30 L de ar por minuto. Filtragem - Realizado pelas vibrissas, pelo reflexo esternutatório, pela ação de adesão e bactericida do muco e pelos cilios do epitelio de revestimento da mucosa nasal. Aquecimento - Feito por meio da vascularização da mucosa nasal. Umidificação - É feita por meio das secreções nasais, da transdução serosa dos vasos da mucosa nasal e da secreção lacrimal. Sinusite - Inflamação e tumefação da túnica mucosa dos seios. - TC: padrão ouro para sinusite (Não se pede em pct abrem-se caminhos na parede medial da orbita -> cegueira -> neurite óptica. Seios maxilares: - São os maiores dos seios paranasais. - Ocupam os corpos das maxilas. * Seio maxilar -> óstio maxilar -> meato medio. - Inervação: arteria maxilar e palatina maior, nervos alveolares e maxilar. Transiluminação dos seios - É realizada em um quarto escuro -> luz brilhante -> palato duro -> brilho opaco crescenteforme abaixo da orbita. * Se seio com liquido, massa - brilho diminui. * Seios etmoidais e esfenoidais nao podem ser examinados Infecção dos seios maxilares - Sao os mais comumente infectados - Cabeça ereta = os seios nao drenam - Resfriado, alergia. Relação dos dentes com o seio maxilar - Dentes molares -> remoção -> fratura raiz -> cria uma comunicação entre a cavidade bucal e seio maxilar -> infecções + dor de dente molar Anatomia cabeça e pescoço Lorena Loureiro @Sinapsesdalore Anatomia da laringe - É um órgão musculocartilaginoso que desempenha uma série de atividades fisiológicas. Dentre elas, podem-se destacar a esfincteriana (protetora da via aérea), a respiratória e a fonatória. - Está situado na região infra-hióidea, no nível das vértebras C3 a C6. Ou seja, localiza-se a partir da porção laríngea da faringe até a margem inferior da cartilagem cricóidea Formação esquelética - O esqueleto da laringe é constituido por 9 cartilagens ao todo (3 impares e 3 pares) que se articulam através de membranas, ligamentos e pregas. - Cartilagens principais: epiglote, tireoidea e cricóidea. - A maior cartilagem chama-se tireoidea. Região posterior da laringe - EPIGLOTE · Cartilagem impar, elástica, revestida por mucosa. · Localizada no orifício superior da laringe. · Protetor das vias aéreas inferiores durante a deglutição. - CARTILAGEM TIREOIDEA · Constituída por 2 laminas, que formam a proeminência laríngea (pombo de Adão). · Músculo cricotireóideo. · Membrana tireo-hioidea. - CARTILAGEM CRICOIDE · Possui um anel completo (anel de sinete) · Situado abaixo da tireoide. - CARTILAGEM ARTEINOIDEAS · Sao pares, forma de pirámide triangular. · Estão apoiadas sobre a cricoidea. · Tem um processo vocal que se liga ao ligamento vocal e um processo lateral e posterior - muscular. - CARTILAGEM CORNICULADA Membranas Membrana quadrangular - Entre arotenoides e epiglote Membrana triangular - Forma ligamento vocal (parte das pregas vocais) Glotesque desencadeia a contração do músculo estapédio Via do reflexo contralateral - Estímulo dado na orelha direita, segue pela cóclea, segue pelo nervo coclear, segue pelo núcleo coclear e cruza a linha média e segue pelo complexo olivar superior e núcleo motor do facial e causa a contração do músculo estapédio do outro lado Ausência do reflexo 1- Lesão da aferência (PNS severa/profunda) 2- Lesão da eferencia (VII) ou patologia da OM 3- Lesão de tronco (presença ipsilateral e ausência contralateral) - cruza do tronco Audiologia basica Lorena Loureiro @Sinapsesdalore ? Caso clinico 1 - Idoso de 77 anos trazido pelos filhos com história de zumbido bilateral, dificuldade de compreensão da fala, embotamento afetivo e uso da televisão em volume muito alto em casa. ✓ Média tritonal = (30 + 30 + 35) / 3 = 31,66 → perda leve; a) Considerando a imitanciometria tipo A bilateral e a otoscopia normal, qual o diagnóstico audiológico e médico? Qual a possibilidade de tratamento você imagina possível? - Diagnostico audiológico:n Perda auditiva neurossensorial bilateral leve, por isso que ele escuta e tem dificuldade em entender, não há surdez. - Diagnóstico médico: Presbiacusia - O tratamento é feito com aparelho auditivo, e pode haver encaminhamento para psiquiatria devido ao embotamento afetivo. B) Se na otoscopia o idoso estivesse com cera bilateral e dificuldade de ouvir, qual a conduta? - Remoção do cerúmen e solicitação de exames audiológicos. Caso clinico 2 - Larissa é uma criança de 3 anos de idade, sem doenças prévias crônicas, e vem ao consultório com a mãe que diz que a filha troca as letras quando fala. Ronca alto à noite, e tem um sono incomodado. No exame físico, você percebe amígdalas grau III, com discreta rinorreia mucoide posterior. O teste da orelhinha era normal ao nascimento. A otoscopia que você fez e os exames médicos audiométricos trazidos pela mãe são os seguintes: A) Qual o diagnóstico audiológico? - Perda condutiva bilateral de grau moderado. - Condutiva porque a via óssea está normal e a via aérea rebaixada, e moderado porque a média tritonal = (40 + 45 + 45) / 3 = 43,33. B) Qual o diagnóstico médico otorrinolaringológico? - Otite média por efusão ou otite média serosa. C) Quais as causas para essa doença? - Presença de adenoide, histórico familiar de otite média por efusão, sexo feminino, crianças abaixo de 4 anos de idade em creches, doença do refluxo gastroesofáfigo, instabilidade da tuba auditiva, fendas palatinas e malformação craniofacial. - Principal suspeita para essa criança é obstrução das tubas auditivas devido às adenoides (ronca alto, sono incomodado, tonsila hipertrófica grau III). D) Qual a possibilidade de tratamento você imagina possível? - Timpanotomia para colocar tubo de ventilação para drenagem da secreção, e remoção das adenoides. Audiologia basica Lorena Loureiro @Sinapsesdalore ? ; M-='9'4-! 1-4=N,-.! ;O%2 criança deve estar quieta/calma, dormindo ?21'9!PV'" .%,&01-7!4'09%""',"%9-!2 Caso clinico - Criança com 30 dias de nascimento comparece na 1a consulta com médico da ESF: a) A criança possui fatores de risco para perda auditiva? Se sim, quais? - Sim, criança abaixo de 1,5kb, prematuridade, passagem pelo CTI, ventilação mecânica (possibilidade), alteração no teste. b) Concorda com a conduta da triagem auditiva? Se não, o que faria de diferente? - Não, como a criança tem fatores de risco, seria necessário fazer o PEATE e repeti-lo em 1 mês, ao invés de EO. A criança, por morar no interior do Amazonas, não conseguiu fazer nenhum seguimento. Aparece aos três anos, sem fala inteligível, com a avó que busca saber o que pode ser feito para este caso do neto. a) Qual o diagnóstico? - Perda auditiva neurossensorial profunda bilateral. b) O que você diria para esta avó quanto à fala da criança? - O desenvolvimento da linguagem oral depende da audição. Ele não fala porque ele não escuta. c) Qual a possibilidade de tratamento você imagina possível? - Implante coclear, fonoterapia, acompanhamento psicológico e social, desenvolvimento de linguagem não verbal (libras). Triagem Auditiva Neonatal Lorena Loureiro @Sinapsesdalore Obs: o ideal é fazer o diagnóstico até 3 meses de idade, e até 6 meses estabelecer a intervenção (tratamento). Introdução - Lembrar que na orelha interna ocorre a transdução de energia mecânica em energia elétrica. - Qualquer alteração nesse trajeto causa perda auditiva neurossensorial. - As doenças da cóclea e do nervo são tratáveis com aparelho, porém são irreversíveis. Vertigem: qualquer ilusão de movimento corporal, geralmente rotatório podendo ser espontânea ou desencadeada por algo. Tontura: percepção errônea de alteração do equilíbrio corpóreo sem ilusão de movimento Etiologia - Transtorno no desenvolvimento, hereditárias, sindrômicas e não sindrômicas: L Síndrome de Alport L Síndrome de Usher L Síndrome do Arqueduto Vestibular Alargado L Síndrome de Pendred L Síndrome de Treacher-Collins (malformação craniofacial) L Síndrome de Stickler. - Infecciosos: L Otite média labirintizada L Sífilis L CMV (citomegalovírus) L Parotidite epidêmica (caxumba). - Toxicidade farmacológica: L Aminoglicosídeos (gentamicina, vancomicina) L Diuréticos L Salicilatos L Antimaláricos L Cisplatina- Trauma: L Traumatismo encefálico L Induzido por ruído L Barotrauma e irradiação. - Doenças de origem neurológica: L Esclerose múltipla. - Doenças vasculares e hematológicas: L Enxaqueca L Crioglobulinemia L Anemia falciforme L Discrasias sanguíneas. - Distúrbios imunes: L Poliarteritenodosa L HIV. · Simbologia ~> específica para poder diferenciar: A) orelha direita da orelha esquerda B) condução aérea de condução óssea C) limiares mascarados de limiares não mascarados D) presença de reposta e ausência de resposta - Transtornos ósseos: L Otoesclerose L Doença de Paget L Osteossíntese imperfeita L Acromegalia. - Neoplasias: L Schwanoma vestibular L Meningioma. - Etiologia desconhecida: L Presbiacusia L Doença de Menière L Surdez súbita. Tratamento: - Programa multiprofissional; - AASI (aparelho de amplificação sonoraindividual): L Dispositivos eletrônicos que captam os sons ambientes e os amplificam de maneira que aumentam o sinal sonoro, permitindo sua percepção pelo usuário; - IOM (implantes de orelha média): L Amplificam o sinal sonoro e mantém o CAE livre; L Inseridos cirurgicamente, podem ser totalmente ou parcialmente implantáveis: Vibrant soundbridge, Carina, Esteem; L Perdas neurossensoriais de grau moderado a severo - IC (implante coclear): L As ondas sonoras são captadas e convertidas em um sinal elétrico, transmitido á cóclea por um feixe de eletrodos; L São transmitidos ao nervo auditivo e interpretados como som; L Porção externa: microfone, e porção interna: eletrodos estimulam diretamente a cóclea; L Indicações: perda auditiva neurossensorial severa ou profunda bilateral * Se não houver código linguístico bem estabelecido, não há indicação, por exemplo: criança com 5 anos de idade e que nasceu com surdez não deve usar. ** Ideal é realizar o implante coclear até 2 anos L Resultado ≤ 50% de reconhecimento de sentenças em formato aberto com uso de AASI em ambas as orelhas. - Terapia medicamentosa; - Terapias genéticas e de células tronco. Resultado audiológico (tipo, grau, configuração e lateralidade da perda auditiva.) A) Quanto ao tipo da perda auditiva: Transtorno do VIII Par Doenças da orelha interna @SinapsesdaloreLorena Loureiro Prevenção - Vacinas: H.influenzae e S. pneumoniae (meningite é uma causa de perda auditiva); - Protetores auriculares (EPIs) em atividades de alto risco para PAIR L Trabalho com metal, equipamentos elétricos, caça, motores de combustão, motores de POPA, e serras elétricas. Fisiología do equilibrio - Transformar as forças de aceleração e da gravidade em um sinal biológico (feito no labirinto posterior) - Informar aos centros nervosas sobre a velocidade e posição no espaço - Iniciar alguns reflexos necessários para a estabilização do olhar, da cabeça e do corpo. - Informações sensórias: L Sistema vestibular L Sistema visual – percepção espacial L Sistema proprioceptivo - As células despolarizam conforme movimento de aceleração - O movimento da cabeça faz com que a otoconia (na região da ampola) se movimente, esticando os estereocilios → influxo de sódio e efluxo de potássio → despolarização do VIII par; - Ocorre pelo VIII par com interação cerebelar e também relação com equilíbrio com movimentação dos olhos, vestíbulo cerebelar e fascículo longitudinal medial (responsáveis pelo trato do equilíbrio) - O equilíbrio tem 2 principais reflexos: L Reflexo Vestíbulo Ocular (RVO) – reflexo de estabilização do olhar; quando caminhamos, conseguimos ler informações, o olho fica estabilizado (não treme) – esse reflexo é realizado pelo labirinto, que mantém essa estabilidade ocular L Reflexo Vestíbulo Espinhal (RVE) - o ato de ficar em pé e movimentar-se é percebido pela cabeça, sistema vestibular e cerebelo; estabiliza a coluna e o cordão cervical; Tríade do equilibrio: (propriocepção) + OLHO + LABIRINTO + CEREBELO - Canais semicirculares (anterior, lateral e posterior): são responsáveis pela interpretação da posição da cabeça (eles que despolarizam e mandam a informação ao cérebro). Dentro do vestíbulo, existe o utrículo e o sáculo, que são perpendiculares; o utrículo dá informação sobre o deslocamento no plano horizontal (para frente e para trás) e o sáculo dá informação sobre o deslocamento vertical (subir e descer). Exames Vestibulares: No exame ORL: 1. Motricidade ocular: - III (oculomotor) - IV (troclear) - VI (abducente) 2. Sensibilidade da face: - V (trigêmio); 3. Motricidade da face: - VII (facial); 4. Audiometria. Exame do equilíbrio: 1. Estático: - Teste de Romberg; 2. Dinâmico: - Teste de Unterberger; 3. Coordenação: - Testes: index-index, index-nariz, index-joelho; 4. Eletronistagmografia 5. Provas calóricas; 6. Provas metabólicas. Vestibulopatias - O sistema de equilíbrio utiliza os estímulos sensoriais e as respostas motoras inatas e adquiridas; - Há um equilíbrio entre as respostas labirínticas. Deste modo, as assimetrias serão sempre sentidas como transtorno do equilíbrio; - A compensação central exerce papel importante de modo que a supressão labiríntica, mesmo que terapêutica, pode retardar a melhora (o paciente deve fazer uso de medicamento, mas esse deve ser suspenso após um tempo, pois é necessário que o cérebro aja de maneira a compensar). - A anamnese e o exame clínico devem estabelecer a hierarquia dos diagnósticos das possíveis localizações das lesões e, em seguida, confirmadas pelas imagens; exame físico e testes auxiliares; Transtorno do VIII Par Doenças da orelha interna @SinapsesdaloreLorena Loureiro Avaliação de nistagmo - Nistagmo de vertigem central é espontâneo e não obedece a um padrão. - Nistagmo de vertigem periférica é provocado (através de manobras) e ocorre dentro de alguns padrões; W0!2W0'9 !21'9!P/% =%&' =9%7%.!9 &'"'W0-2>T9-% Vertigem: L Origem periférica–labirinto; L Origem central – vias aferentes, nervo vestibular, cerebelo, tálamo, córtex vestibular, vias aferentes, visão, propriocepção e sistema motor Duração da vertigem (sensação de rotação) - Segundos: L Vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) – relacionada com o movimento da cabeça; - Minutos a hora: L Hidropsia endolinfática idiopática (doença de Menière) L Hidropsia endolinfática secundária (sd. De Menière); - Dias a semanas: L Neurite vestibular; - Duração variável: L Vestibulopatias metabólicas e hormonais L Físitula de orelha interna L Trauma e outras. Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) - 75% dos casos de vertigem - É caracterizada pelo aparecimento de vertigem rotatória com duração de segundos, desencadeada pela movimentação da cabeça, principalmente na hiperextensão cervical e lateralização. - Crises transitórias bruscas; - Associado a nistagmo posicional paroxístico; - Ocorre principalmente em idosos (aumenta risco de queda) Etiopatogenia - Teoria da canalolitíase: otocônicas se desprendem da mácula do utrículo, flutuam em um canal semicircular e desviam a cúpula ampular, causando excitação ou inibição, o que causa a vertigem - Teoria da cupololitíase: otólitos se aderem à cúpula e à tornam mais pesada que a endolinfa, tornando-a sensível a gravidade, o estímulo provocado pela alteração na cúpula causa contração dos músculos oculares extrínsecos (nistagmo) Manobras de posicionamento que auxiliam no diagnóstico - Manobra de Dix-Hallpike: testa os canais verticais posterior e anterior. A duração do nistagmo indica a forma da VPPB -> até 60 segundos é canalolitíase e maior que 60 segundos é cupulolitíase. - Manobra de girar a cabeça: testa os canais horizontais. Tratamento: * Manobras liberatorias e/ou de reposicionamento que dependem do canal acometido e do subtipo de VPPB. 1. Manobra de eplay - O tratamento é feito pela manobra de Epley, que visa oreposicionamento dos otólitos: - A partir da última posição da manobra de Dix-Hillpike, vira-se a cabeça do paciente para o lado contralateral (mantendo angulação de 30º) por cerca de 30 a 60 segundos. - O paciente vira-se para decúbito lateral, mantendo a rotação da cabeça, e permanece nesta posição por 30 a 60 segundos. - O paciente é levantado e mantido sentado na maca, ainda com a rotação da cabeça em 30o para a esquerda, por mais 30 a 60 segundos. Transtorno do VIII Par Doenças da orelha interna @SinapsesdaloreLorena Loureiro VERTIGEM Anamnese Exame clinico Testes labirínticos Sinais otológicos Sinais neurológicos Orelha media Orelha interna Central Periférico RNMTomografia O objetivo do médico generalista é identificar e diferenciar os comprometimentos centrais (SNC) e periféricos (labirinto) ; 2. Manobra de Lempert - Nos casos de presença de debris nos CSC laterais, a manobra terapêutica utilizada é denominada de Lempert, onde o paciente deita-se em decúbito dorsal com a orelha afetada para baixo. Em seguida, realiza-se a seguinte seqüência: girar a cabeça de modo que o nariz permaneça para cima, orelha intacta para baixo, nariz para baixo e por último a orelha afetada para baixo novamente. Cada posição deve ser mantida por 15 segundos consecutivos. 3. Manobra de Brandt-Daroff - Deve ser realizada repetidas vezes, por dias consecutivos, até a melhora do quadro de vertigem 4. Manobra de Semont - Tratamento da VPPB de canal posterior Doença de Menière - É uma alteração da orelha interna caracterizada por dois grupos de sintomas: os sintomas vestibulares e sintomas auditivos. - 25% dos casos de vertigem Fisiopatologia: - Hidropsia endolinfática Quadro clinico - Hipoacusia flutuante; - Vertigem recorrente; - Zumbidos (tinitus) – “Pressão no ouvido” geralmente unilateral. - Perda auditiva neurossensorial Diagnostico clinico - Doença de Menière definida: L Síndrome de vertigem episódica associada à perda auditiva neurossensorial de baixa a média frequência L Sintomas auditivos flutuantes (ouvido, zumbido e/ou plenitude) na orelha afetada. L Episódio de vertigem é limitado de 20 min á 12 horas - Doença de Menière provável: L Sintomas vestibulares episódicos (vertigem ou tontura) associados a sintomas flutuantes de aural que ocorrem num período de 20 minutos a 24 horas. Tratamento 1. Medicamentoso: - Crise L Internação L Uso de depressivos vestibulares; - Manutenção L 1ª linha – baixa ingesta de sal ( exercícios para diminuir a sensibilidade do labirinto Metabólicas: - Transtornos dos carboidratos; - Transtornos dos distúrbios hidroeletrolíticos. Hormonais: - Tireoide. Infecciosas. 4. Manobra de Semont - Tratamento da VPPB de canal posterior Doença de Menière - É uma alteração da orelha interna caracterizada por dois grupos de sintomas: os sintomas vestibulares e sintomas auditivos. - 25% dos casos de vertigem Fisiopatologia: - Hidropsia endolinfática Quadro clinico - Hipoacusia flutuante; - Vertigem recorrente; - Zumbidos (tinitus) – “Pressão no ouvido” geralmente unilateral. - Perda auditiva neurossensorial Transtorno do VIII Par Doenças da orelha interna @SinapsesdaloreLorena Loureiro CASO 1 CASO CLÍNICO Um paciente do sexo masculino, 42 anos, branco, vem ao consultório devido a tontura intensa com duração de cinco dias. O paciente apresenta história de hipertensão arterial, diabetes e dislipidemia. Ele relata que passa por episódios nos quais sente o ambiente girar e sua duração varia entre minutos e poucas horas. Ele afirma que ocorrem náuseas e sudorese associadas. Não há piora ou alívio com mudanças de posição da cabeça. Relata também ter apresentado infecção de vias respiratórias altas recentemente. O paciente utiliza as seguintes medicações: captopril, sinvastatina, ácido acetilsalicílico e metformina. O exame físico evidencia nistagmo horizontal com componente rápido à esquerda e mais intenso ao olhar para esse lado, além de perda auditiva à direita. Os sinais vitais verificados em decúbito são pressão arterial de 130/90 mmHg e 70 pulsos. Após 2 minutos de ortostatismo, a pressão arterial é de 130/85 mmHg e a frequência cardíaca é de 90 bpm. Qual o diagnóstico ? Neurite Vestibular secundária à infecção viral de vias respiratórias. Cite 3 diagnósticos diferenciais. 1. Doença de Meniére 2. AVE 3. Neurite vestibular Como você trataria este caso no PS? 1. Corticoides orais: prednisona ou prednisolona: 1 mg/Kg, via oral, de 24 em 24 horas, por 5 dias. Seguido de redução gradativa da dose por mais 15 dias. 2. Sedativos labirínticos ou antieméticos como o Dimenidrinato + Piridoxina, 50 mg, via oral, de 6/6 horas por 3 a 5 dias. 3. Encaminhamento para Reabilitação Vestibular: exercícios de reabilitação vestibular devem ser iniciados quando o estágio agudo com náuseas e vômitos tiver acabado. CASO 2 Estudante, 17 anos, vindo do Interior do Estado do Amazonas, 4 dias de evolução de hipoacusia esquerda aguda ao despertar pela manhã, com vertigem subjetiva intensa e sem zumbido. Sem comorbidades Otoscopia: normal RNM normais /Laboratório normal. Qual o diagnóstico ? Doença de Meniére: Provável Cite 3 diagnósticos diferenciais. 1. Shwanoma 2. Fístula perilinfática 3. VPPB X?6 =9'.'&' Y'09-1' X'"1-&% * ; Z [$!T-9-,1-1' [ \ .9],-.! I ^'9&! !0&-1-7!K ^'9&! &' 'W0-2-T9-% ' _04T-&% ` +%,109! AX!9-! 4-,,-.% ; ; ;e%9&'3 4fQ-! ;Z'"='91!9 ='2! 4!,para cima com a orelha direita voltada para baixo, assim como náuseas e tonturas leves. Os sintomas diminuíram quando a paciente se sentou na posição vertical. • A paciente foi por fim diagnosticada com vertigem posicional paroxística benigna (VPPB). Qual das seguintes afirmações sobre a epidemiologia e o fardo para a saúde da VPPB é verdadeira? a) Menos de 1% das pessoas com uma queixa primária de vertigem são diagnosticadas com VPPB. b) Em comparação com as mulheres, os homens são mais frequentemente afetados pela VPPB. c) A causa mais comum de VPPB é a enxaqueca. d) A VPPB de canal posterior é mais comum do que a VPPB de canal lateral/ horizontal. e) A maioria dos pacientes com VPPB se recupera espontaneamente dentro de um mês. CASO 4 Um carteiro de 43 anos de idade visitou uma clínica de atenção primária com queixa de tontura intermitente e instabilidade postural durante o mês anterior. Ele relatou que às vezes a tontura acontecia quando ele saía da van para entregar as correspondências e outras vezes enquanto estava separando cartas no escritório. Excetuando esta descrição, ele foi incapaz de determinar com precisão o que desencadeava o sintoma. Ele descreveu a tontura como intensa, embora geralmente durasse apenas alguns segundos. No entanto, a sensação de +9!1!4',1% &' 609&'3 "0T-1' ; .%91-.%-&' ,%1'1% !- ' X'91-L'4 I Y%4'!9 g 1%,109!h Q2010! desequilíbrio frequentemente persistia por vários minutos ou mais. • O paciente negou outros sintomas otológicos ou neurológicos, como perda de audição ou de visão, cefaleia ou fraqueza facial. Fazia uso de uma única medicação para hipertensão, mas não apresentava outros problemas médicos. Relatou não ter alergias ou histórico de cirurgia. Também informou que jogava basquete e flagbol com os amigos regularmente. • Ao exame físico, demonstrou estar aparentemente bem, sem distúrbios, e com sinais vitais normais. Não foi notado nada no exame geral, além do teste de Dix-Hallpike positivo ao virar a cabeça para a esquerda. O médico estava avaliando o que mais seria necessário para diagnosticar a VPPB. Qual das seguintes afirmações sobre o diagnóstico da VPPB é verdadeira?? a) Um teste positivo de Dix-Hallpike é caracterizado por vertigem associada ao nistagmo torsional que bate para baixo b) Não existe latência entre a conclusão da manobra de Dix-Hallpike e o aparecimento de vertigem e nistagmo na VPPB de canal posterior c) O teste de rotação da cabeça em supino é a técnica preferida para o diagnóstico da VPPB de canal lateral d) A RM cerebral ou dos canais auditivos internos é rotineiramente indicada para o diagnóstico de VPPB e) A videonistagmografia é necessária para o diagnóstico da VPPB +C Conceito - A Paralisia Facial Periférica (PFP) é uma afecção clínica decorrente de uma lesão do nervo facial em seu trajeto a partir do tronco encefálico até chegar à musculatura da mímica facial. - Pode causar uma deformidade facial, em maior ou menor grau. Nervo facial - É o sétimo nervo craniano - Responsável pela atividade motora dos músculos da mímica facial, pela estimulação das glândulas lacrimais e salivares (sublingual e submandibular), e pela gustação dos 2/3 anteriores da língua. Fisiopatologia - Na maioria das PFP ocorre uma lesão no trajeto intratemporal do nervo facial, durante o processo inflamatório ou traumático, apresentando edema, o que determina um bloqueio na transmissão elétrica neural e a paralisia das fibras musculares. - Se a agressão ao nervo for maior, o edema torna-se mais intenso, e o fluxo sanguíneo vascular reduz, levando a uma síndrome compartimental, devido a isquemia. - Quanto maior e por mais tempo for a agressão neural, mais fibras axonais sofrerão danos, consequentemente menor a possibilidade de regeneração e maior a possibilidade de sequelas. Etiologia - Paralisia de Bell (50% a 80%), diagnóstico por exclusão. - Em seguida aparece a causa traumática e, depois, tumores ou outras causas infecciosas. Causas congênitas: - Podem ser isoladas como agenesia de nervo facial ou sindrômicas quando associada a outras alterações (sequência de Möebius). Causas infecciosas: - Viral: Herpes simples tipo I (VHS), varicela zoster, Epstein-Barr, CMV, vírus da caxumba, sarampo e HIV. - Família herpes: reativação viral que ocasionara um processo inflamatório no nervo facial, sendo etiologia da paralisia de Bell. - SIDA: Causa neurite viral ou reativação de outros agentes Causas bacteriana: - Otite média aguda, otite externa necrotizante, otite média suprida, Doença de Lyme, Hanseniase, Otite média tuberculosa. Causas traumáticas (30% dos casos): - Fraturas do osso temporal e da mandíbula, lesões por arma de fogo ou arma branca e iatrogênicas) ou por calor (queimaduras) ou radiação nuclear. - Traumatismos cranioencefálicos decorrentes, de acidentes automobilísticos, agressão física ou quedas podem determinar lesões do nervo facial intratemporal, por contusão ou secção parcial ou total. Causas Vasculares: - Inflamação dos vasos que nutrem o nervo facial. - Granulomatose de Wegener (vasculite necrotizante), poliarterite nodosa, crise hipertensiva arterial. Causas metabólicas - Diabetes melito (desmelienização e degeneração das células de Schwann), hipotireoidismo (mixedema), gestação (edema). Causas neurológicas: - Síndrome de Guillain-Barré (principal causa de paralisia facial bilateral), miastenia gravis e esclerose múltipla. Causas neoplasicas: - Tumor de nervo facial: Schwannoma, lento e progressivo. - O nervo facial pode ser afetado por infiltração de tumores malignos como: carcinomas das orelhas externa e média; tumores malignos de parótida (carcinoma adenoide cístico, carcinoma indiferenciado, tumor mucoepidermoide); linfomas, rabdomiossarcomas, leucemias agudas; metástases de tumores de pulmão, mama, próstata, entre outros. - Tumores benignos afetam o nervo tardiamente quando há comprometimento da vascularização. Síndrome de Ramsay Hunt - Causada pelo varicela zóster (VVZ) - Corresponde a PFP e lesões cutâneas (vesículas e bolhas na concha auricular), podendo ainda estar associada a zumbido e vertigem. - Apresenta-se de forma clínica mais grave nos idosos e pode deixar sequelas faciais em torno de 50% dos casos Paralisia facial periferica @SinapsesdaloreLorena Loureiro ; ?8i Paralisia de Bell - Caracteriza-se por paralisia da hemiface, aguda, não contagiosa, isolada ou acompanhada, eventualmente, de dor retroauricular em hemiface, disgeusia, cefaleia, alteração da sensibilidade da faringe, redução ou aumento do lacrimejamento e hiperacusia. - É mais frequente dos 20 a 60 anos. Quadro clinico - A paralisia pode aparecer de forma súbita, com evolução em poucas horas e piorando em alguns dias. - Em alguns casos a paralisia é de instalação insidiosa e está frequentemente relacionada a lesões tumorais benignas ou doenças degenerativas. - Outros sintomas: sensação de olho seco e irritado devido à redução da produção lacrimal e pela incapacidade de oclusão ocular; redução da gustação; dor retroauricular e algiacusia. - Podemos ter sintomas auditivos como perda da audição, tonturas e zumbidos, em casos de tumores de orelha interna e média; sintomas gerais como perda de peso e fraqueza na leucemia e; cefaleia, nos casos de tumores cerebrais de ângulo pontocerebelar. Exame fisco Determinar se a paralisia é periférica ou central. - Paralisias centrais: paralisia apenas na parte inferior da hemiface contralateral à lesão. - Paralisias periféricas: toda a hemiface homolateral à lesão é afetada. Movimentação da musculatura facial na PFP - No repouso observam-se: abolição das rugas frontais da testa; rebaixamento da ponta da sobrancelha; olho mais aberto ou pálpebra inferior caída do lado afetado; nariz desviado em vírgula para o lado são; abolição do sulco nasolabial; desvio e depressão da comissura labial; lábio superior e inferior desabados e bochecha flácida pendendo em saco. - Em movimento, solicita- se paraque o paciente tente elevar as sobrancelhas, fechar os olhos, sorrir e fazer bico com os labios. Sinal de Bell - Examinador pede para o paciente fechar os olhos e, como há uma redução na oclusão palpebral, nota-se a rotação do globo ocular para cima, ação motora comandada por outros nervos cranianos. - Na evolução, pacientes podem apresentar sinais de contratura muscular e/ou sincinesias. Classificação de House-brackmann adaptação visual por larizini Avaliação topográfica - O diagnóstico topográfico visa identificar o local da lesão no nervo facial. Essa avaliação baseia-se no resultado de três exames principais: teste de Schirmer, pesquisa do reflexo estapediano e avaliação da gustação. Teste de Schirmer - Pesquisa do lacrimejamento. - Avalia-se a função das glândulas lacrimais através da colocação de papel-filtro posicionada no fórnice conjuntiva inferior bilateralmente por 5 minutos e mede-se a extensão de papel úmido. - Diferenças maiores que 27% entre os olhos apontam disfunção do nervo petroso superficial maior e, portanto, que o local da lesão é proximal ao gânglio geniculado, local de sua emergência. Paralisia facial periferica @SinapsesdaloreLorena Loureiro ; ?8i Reflexo estapediano ou do reflexo do músculo estapédio - Na paralisia facial, a presença do reflexo estapediano sinaliza lesão distal ao ponto de surgimento do nervo do músculo estapédio. Avaliação da gustação - Realizada pela estimulação das duas metades anteriores da língua. - Indica-se a utilização de cotonetes embebidos em sal (salgado), açúcar (doce), limão (azedo) e café. - Em situações em que o paciente não percebe o estímulo gustativo, admite -se disfunção do nervo corda do tímpano e, por conseguinte, lesão do nervo facial proximal à sua emergência. Exames complementares Depende da investigação etiológica - Audiometria tonal e vocal para função auditiva - Exame vestibular - Hemograma. - Eletroneurografia e eletromiografia - Solorogia - RM na investigação tumoral Tratamento Farmacológico Antiinflamatórios – Os corticoides são os mais utilizados na fase aguda da doença, em especial a prednisona na dose de 1 mg/kg/dia com redução gradativa a cada três dias. Drogas antivirais – O Aciclovir é recomendado na dose de 200 a 400 mg via oral a cada 4 horas, cinco vezes ao dia, por 7 a 10 dias. - Nos casos de Síndrome de Ramsay Hunt a dosagem pode ser dobrada. Antibióticos – Utilizados nos casos de otites agudas ou crônicas. Medicamentos oculares – Colírios à base de metilcelulose e pomadas oftálmicas para aplicação noturna são utilizados para evitar lesões da córnea. Toxina botulínica – Utilizada na fase tardia, de sequela, aplicada do lado normal de forma a obter simetria na face. Também utilizada nos casos com contratura muscular e/ou sincinesias no lado da hemiface afetada. Tratamento cirúrgico Descompressão do nervo facial – Aliviar a compressão neural dentro do canal ósseo intratemporal, de forma a melhorar a circulação sanguínea do nervo e criar condições para sua regeneração. Anastomose do nervo facial – Realizada quando há perda de substância do nervo facial, na fase aguda da paralisia. Pode ser realizada anastomose término- terminal ou por interposição de enxerto neural. Derivação neural – Utiliza fibras de outro nervo para anastomose. Na derivação hipoglosso-facial utilizam-se fibras do nervo hipoglosso. Na técnica cross-face ou contralateral, utilizam-se ramos do nervo facial da hemiface normal. Diferença entre paralisia facial central e periférica - As fibras axonais motoras seguem via trato corticonuclear, cruzam a linha média, chegam aos núcleos faciais contralaterais no tronco encefálico. De lá, os axônios seguem para toda a musculatura da mímica facial da hemiface oposta. Mas existem fibras neurais oriundas de cada córtex cerebral que não cruzam a linha média do tronco encefálico e vão estimular parte do núcleo facial responsável pela inervação da porção superior da hemiface homolateral. - Os músculos dos quadrantes superiores da face têm dupla inervação cortical, enquanto os quadrantes inferiores têm inervação apenas do hemisfério cortical contralateral. - Em função dessas características anatômicas, as lesões que ocorrem no córtex cerebral como o AVC determinam paralisia apenas do quadrante inferior da hemiface contralateral. Por outro lado, após o nervo facial emergir do tronco encefálico, as lesões do nervo comprometerão toda a hemiface homolateral ao lado lesado, resultando a PFP. - A PFC é decorrente de lesões supranucleares e, resulta na imobilidade apenas do terço inferior da face (orbicular da boca, bucinador e platisma), pois, a musculatura dos dois terços superiores permanece recebendo inervação do córtex ipsilateral. - Na paralisia facial periférica, como as lesões são nucleares ou infranucleares, ou seja, dos motoneurônios inferiores do nervo facial, ocorre imobilidade de toda a hemiface. Paralisia facial periferica @SinapsesdaloreLorena Loureiro ; ?8i Caso clinico 1 - Identificação: VCCT, 52 anos, natural e procedente de São Paulo, sexo feminino - HPP: nega comorbidades ou uso regular de medicações e cirurgias. - Alergia medicamentosa: nega - Hábitos de vida: tabagismo + e etilismo +. Prática atividade física 2x na semana - QP: otalgia intensa esquerda e ardor local - Paciente com 3 dias de otalgia esquerda, início súbito. Nega hipoacusia, nega mergulhos. - Exame físico: PA: 120x60 mmHg, Tax: 36,5º C, FC: 82 bpm, ansiosa. - ORL: palpaçao cervical , oroscopia e rinoscopia. Qual hipótese diagnostica? - SÍNDROME DE RAMPSAY-HUNT L Paralisia facial periférica de etiologia Herpética Qual seria o tratamento prescrito? - AINE (corticoide) - Antiviral (acicovlir) - Colírio (cuidados oftalmológicos) - Analgesia - Fisioterapia O tratamento será ambulatorial ou hospitalar? - Ambulatorial A paciente tem indicação cirúrgica? - Nao Cité 3 diagnósticos diferenciais: - AVE - Tumores na parótida - OMA Cite prováveis complicações: - Neuralgia pós-herpética, persistência da paralisia facial periférica, pericondrite (se for uma infecção bacteriana) Como classificar os graus de paralisia facial? - Grau III Paralisia facial periferica @SinapsesdaloreLorena Loureiro Fluxograma d Eletromiografia ; ?8i Introdução - É uma Emergência - 6% necessita de atenção médica - Tem baixo risco de Mortalidadehereditária ou Síndrome de Osler - Weber (95%) e de tumores nasais benignos e malignos. Manejo - ABCDE (ATLS) - Materiais utilizados (hemostatico): gelfoam, xeroform, ponteiras para cauterização química ou cauterização elétrica @SinapsesdaloreLorena Loureiro Epistaxe Sangramentos nasais Epistaxe grave: aquela com 2 origens distintas e irrigadas por sistemas artérias diferentes, Abordagem inicial - Localização do sangramento - Gravidade e repercussão clínica - Comportamento e evolução - Idade e estado geral prévio do paciente Tratamento - Na ausência de um especialista para a avaliação em casos de sangramento ativo, pode-se proceder a algumas manobras, como orientar o paciente a apertar as narinas contra o septo de 10 a 20 minutos na tentativa de estancar o sangramento, visto que a maior parte das epistaxes se origina na parte anterior do septo. Cauterização química - Algodão - Nitrato de prata ou acido tricloroacético ATA ou ácido crômico - Ao redor do sítio sangrante - Efeitos adversos : rinoreia e crostas - Complicações: lesões, rotura do vaso, piora do sangramento Cauterização elétrica - Unipolar ou bipolar - Sangramento pontual e localizado - Indicações: Persistente ou recorrente a cauterização química - Complicações: Ulceração e perfuração septal Cauterização endoscópica - Controle de epistaxes: eficácia de 82-92% - Endoscópio flexível ou rígido - Localização da região e cauterização - Vantagens: seletivo, atraumático, rápido, efetivo - Menor tempo de internação Cuidados após cauterização - Não manipular o local - Não assoar o nariz - Espirrar com a boca aberta - Evitar esforço físico por 7 dias - Elevar cabeceira - Evitar salicilatos - Usar creme lubrificante Drogas hemostáticas - Ácido tranexâmico (transamim) - Ácido épsilon aminocapróico (ípsilon) - Desmopressina - Estrógeno Epidemiologia - Estima-se que ocorre em 60% das pessoas. - Apenas 6% necessitam de tratamento médico Distribuição bimodal: - Antes dos 10 anos de idade (raro em nariz > faringe > laringe Manipulação prévia - Presente em cerca de 20 a 60% dos casos. - 11 a 50% das complicações são decorrentes de manipulação prévia. - 19 a 38% mencionaram manipulação previa do CE. - 15 a 78,9% foram manipulações por leigos - 4 a 21,1% por médicos não especialistas. Corpo estranho na orelha - O CE tem maior prevalência em orelha externa mas também pode acometer média e, mais raramente, interna. Classificação - Orgânicos/inorgânicos - Animados/inanimados - Metálicos/não metálicos - Higroscópicos (absorve água) ou não Motivação para introdução de CEs nas orelhas: - Crianças: curiosidade - Adultos: sintomas irritativos de prurido e/ou hábito que leva à manipulação do meato auditivo. Epidemiologia - 35 a 66,6% não são suspeitados pelo fato de não haver sintomatologia. - É mais prevalente na infância - Maior incidência no sexo masculino. Quadro clínico - Maioria das vezes assintomático ou oligossomático - Pode iniciar com hipoacusia, otorragia, otorréia ou zumbido - Outros: disacusia, autofonia, dor, incomodo e percepção exacerbada de sons corpóreos (mastigação, pulsação de vasos sanguíneos). Sinais e sintomas que alertam para um possível agravamento do quadro - Zumbido intenso, tontura ou vertigem e teste de weber sugestivo alertam para a ocorrência de perda neurossensorial –> avaliação emergencial com audiometria - Otorragia –> sugere lesão de MT e outras estruturas da OM - Otorreia e edema –> complicação infecciosa secundaria; mastoidite Diagnóstico - Otoscopia - Não há necessidade de exames complementares CE animados - Pode haver otalgia intensa de início súbito, desesperadora, frequentemente durante o sono, barulho intenso e algumas ferroadas - Pode evoluir para miíase, principalmente pacientes com otorreia previa. CE inanimados - Sementes, borrachas, correntes, espumas, botão, baterias, espinha de peixe. Diagnostico diferencial - Coleasteatoma - Otite Média Supurativa Abordagem geral @SinapsesdaloreLorena Loureiro Corpo Estranho Otorrinolaringologia sucesso !; L'1 Tratamento - A retirada de corpo estranho de orelha exige experiência e material adequado. - Iatrogenias podem levar a traumas da membrana timpânica, lacerações da pele do canal e traumatismo psicológico da criança. - Remoção cuidadosa: lavagem e/ou manipulação instrumental, com ou sem sedação. - A remoção pode ser feita por via transcanal (geralmente) ou com acesso retroauricular em casos que possuem grande edema da pele do meato. - O istmo do canal externo representa o maior desafio na remoção. Uso de irrigação do Conduto Auditivo Externo: - Método de escolha para quase todos corpos estranhos; - Contraindicado: em caso de perfuração timpânica e grãos e sementes vegetais. Uso de ganchos rombos e pinças - Indicado para sementes e suspeita de perfuração timpânica. - Em 5 a 10% há necessidade de remoção sob anestesia geral Animados (Insetos) - Remoção após aimobilização por afogamento em óleo mineral (vaselina) ou vegetal para evitar o desconforto do paciente pela movimentação do inseto. - Remover com lavagem, pinça de Hartman, ganchos, alças, jacaré ou aspiração - Lavagem (irrigação): seringa com água morna, de 20 ml Inanimados (Baterias) - Baterias elétricas devem ser removidas o mais rápido possível, sem a lavagem – Risco de oxidação; o extravasamento de substâncias químicas que compõem as baterias podem gerar uma inflamação no meato e dificultar sua remoção. Cerúmen oclusivo - Removido por lavagem otológica ou manipulação instrumental precedida de emolientes. Miíase - Larva de insetos, sobretudo moscas e pode ser primária ou secundária. - Primária: a larva invade o tecido saudável, considerada parasita – berne - Secundária: as larvas são parasitas ocasionais, pois se desenvolvem em tecidos necróticos e/ou cavidades corpóreas (“bicheira”) – situação favorecida em casos de OMC supurativa e/ou neoplasias de orelha externa. - Tratamento: L Livro: Ivermectina (Dose única VO, 6mg a cada 30kg de peso) + e/ou aplicações tópicas repetitivas de iodofórmio em pó L Aula: remoção das larvas sob otomicroscopia, Ivermectina VO – 6 mg, a cada 30 kg de peso (repete em 1 semana) + 5ml hipoclorito de sodio (solução que injeta na orelha, tampa e no outro dia remove). Complicações: - Sangramento e lacerações de Conduto Auditivo Externo; - Perfuração Timpanica; - Otite externa e otomicoses; CE na orelha média - Pode gerar reação inflamatória crônica, inclusive com formação de granuloma - Comum em casos de ferimentos por arma de fogo no osso temporal, onde resíduos do projétil alojados na fenda e/ou mastoide podem acarretar surgimento de colesteatoma. - Dispositivos implantáveis como próteses de estapedotomia e implantes cocleares ou substâncias inorgânicas utilizadas em procedimentos cirúrgicos (hidroxipatita) também podem atuar como CE na OM e devem ser removidos para o controle de status inflamatório. Corpos estranhos nasais - Qualquer CE na cavidade nasal e seios paranasais que dependendo da localização e do tipo são tratados como emergência otorrinolaringológica. Epidemiologia - São mais comuns na faixa etária pediátrica, entre 2 e 8 anos. - Em adultos os casos podem ser voluntários ou acidentais. - Os acidentais são causados principalmente por insetos. Complicações - Epistaxe - Asma - Infecções broncopulmonares decorrentes da aspiração do CE Locais frequentes - Frequentemente encontrado no assoalho nasal, logo abaixo da concha inferior. - Outra localização comum é a anterior à concha nasal média. @SinapsesdaloreLorena Loureiro Corpo Estranho Otorrinolaringologia Sempre fazer profilaxia tópica com antibiótico. Quando os pais presenciam a colocação do CE, é importante definir tipo, forma e então planejar a melhor maneira de remove-lo com o mínimo de trauma. Classificação - Inanimados: fragmentos de espuma, objetos de plásticos, feijão, papel. - A maioria provoca congestão da mucosa com possibilidade de causar necrose, ulceração e/ou epistaxe. - Animados: miiase, áscaris e insetos Tipos de CE Rinólito - CE bem aderido e impactado, pode ser incrustado, parcial ou completamente, por tecido de granulação e envolvido por cálcio, fosfato de magnésio e carbonato. Geralmente se forma no assoalho nasal e tem seu núcleo formado por diversos materiais (animal, vegetal ou mineral) e é radiopaco. Baterias - A liberação de metais pesados ocasiona vários tipos de lesão por pressão exercida sobre determinada área ou queimadura com reação tecidual intensa e necrose, evoluindo para perfuração septal, sinéquias e estenose de cavidade nasal. CE animados - Larvas são as mais comuns, produzindo graus variados de reação inflamatória – desde infecção localizada, até destruição óssea e cartilaginosa, com formação de cavernas com supuração. Quadro clinico - Espirros, coriza serosa e obstrução nasal, evoluindo em alguns dias para rinorréia unilateral fétida e purulenta - Rinólitos podem ser encontrados apenas anos depois por serem indolores. Nesses casos, a obstrução torna-se queixa quando o rinócito toma dimensões maiores dentro do nariz. No exame, observa-se massa endurecida irregular acinzentada no assoalho da fossa nasal. - Pacientes com CE animado: os sintomas tendem a ser bilaterais, obstrução nasal, cefaleia, espirros com descarga serossanguinolenta. O exame de cavidade pode revelar extensa destruição da mucosa, osso e cartilagem. Exames complementares - A rinoscopia anterior é capaz de evidenciar a maioria dos CEs. - Quando não, pode-se realizar uma videoendoscopia nasal com nasofaringoscópio flexível (especialmente na pediatria). - Radiografia simples pode ser útil em CEs metálicos ou calcificados. - TC de seios paranasais serve para confirmação diagnóstica em casos de rinolitíase, com identificação de lesão de superfície irregular e com atenuação de partes osseas. Também serve para a definição exata da anatomia nasal para exploração cirúrgica. Abordagem geral Tratamento - O CE deve ser removido com cooperação do paciente, instrumental adequado e com visualização. - Caso o CE esteja em posição mais difícil e paciente pouco colaborativo, opta-se por um ambiente hospitalar com sedação. - Instrumentos que podem ser utilizados: ganchos rombos, sondas de itard, pinças tipo baioneta/Hartmann e Aspiração. - Consistência dura: uso de sonda ou ganchos; - Consistência mole: preensão direta por pinças. - A técnica e o instrumental utilizado dependem da localização do objeto, forma e composição. O processo de remoção deve ser cuidadoso para que o CE não caia em rinofaringe e seja aspirado, principalmente por crianças com choro intenso. - Pode ser feita a lavagem com soro fisiológico a 0,9% ou aspiração da secreção. - Após a retirada, ambas as fossas nasais devem ser examinadas. Complicações - Fatores que favorecem: o tempo de permanência do CE, manipulação prévia e não cooperação do paciente. - Lesões na mucosa, sangramento, infecção, aspiração, perfuração septal e deformidade nasal. - Rinussinusite, broncoaspiração - Evolução para Rinólito no futuro. Corpo estranho na orofaringe - Usualmente são espinhas de peixe ou ossos delgados de galinha. - Locais mais comuns: parede posterior da faringe, tonsilas palatinas, base da língua, hipofaringe e valécula; - Podem levar a dor, disfagia e sialorréia. - Diagnostico fácil com visão direta do corpo estranho na orofaringoscopia; - Remoção é simples com retirada por pinças apropriadas com ou sem anestesia tópica. Epidemiologia - Predomínio de casos na infância, especialmente de 0-3 anos Hipofaringe e laringe - São menos frequentes que os de esôfago. - O acidente agudo de aspiração está presente na história; - Aparição imediata de disfonia e obstrução respiratória alta como dispneia e estridor; - Algumas vezes, necessário traqueostomia de urgência. @SinapsesdaloreLorena Loureiro Corpo Estranho Otorrinolaringologia Característica clinica do CE = rinorreia unilateral purulenta ou serossanguinolenta, associada ou não a obstrução nasal unilateral e vestibulite ipsilateral Nariz Sonda com balão Pressão positiva Aspiração Tumoração suspeita Remoção sem sucesso Edema, destruição óssea, tecido de granulação, CE crônico/rinólito baterias, botões, miçangas, etc ZCd j +!7!4%%%% 4%P! ,! Diagnostico - No momento da aspiração, a principal queixa é de engasgos, reflexos nauseosos e dor na faringe, seguidos de tosse. - Na orofaringe, o sintoma mais frequente é a odinofagia. - Obstrução parcial da laringe costuma causar rouquidão, afonia, estridor e dispneia; - Quando o CE migra distalmente na arvore respiratória, o paciente tende a apresentar sintomas respiratórios como dispneia, sibilos e tosse. Podem evoluir com pneumonias, atelectasias. Exame físico – Oroscopia - Se o paciente apresentar reflexo nauseoso muito exacerbado, pode ser utilizada solução de lidocaína em spray na concentração de 10%. Contraindicado emcasos de miastenia gravis e em história de reação alérgica. - CE na hipofaringe ou laringe L Laringoscopia indireta com espelho de Garcia L Videolaringoscopia com endoscópio rígido – primeira escolha. L Se não houver laringoscópio → TC de pescoço partes moles. - CE passou do esôfago: endoscopia digestiva alta Exames de imagem - TC em casos de suspeita de CE na faringe e laringe. - TC é indicada também em suspeitas de abscesso parafaríngeo e penetração do CE nas estruturas mais profundas do pescoço. Diagnostico diferencial - Estenose esofágica - Divertículo - Hérnia de hiato - Tumores na faringe ou laringe - Doença do refluxo faringolaríngeo. Abordagem geral Tratamento - O manejo clínico deve focar na preservação da via aérea, remoção do CE e tratamento de eventuais complicações; - Situações de emergencia: pacientes inaptos a manejar adequadamente secreções com alto risco de aspiração, CE pérfuro- cortantes ou baterias em esôfago (tolerância de até 6 horas para remoção). - CE na faringe: retirada com pinça hemostática ou Hartmann (caso seja detectado na observação pelo exame orofaríngeo); - Se o CE não for detectado, realizar laringoscopia indireta para guiar a retirada do CE de hipofaringe ou laringe utilizando-se pinças anguladas específicas tipo jacaré, saca-bocado, dente de rato. - É indicado cirurgia quando o CE não é passível de retirada por métodos conservadores ou quando existem lacerações teciduais, formação de abscesso, hemorragias ou injúrias de órgãos adjacentes. Associar antibioticoterapia, nessas situações, para minimizar chance de complicações graves. Complicações - Fatores de risco para complicações: tentativa de remoção por curiosos ou profissionais não habilitados, inexperiência do médico na remoção do CE, falta de infraestrutura e longa permanência do CE. - Obstrução total da via aérea por CE na laringe ou que progride até a traqueia (uma das principais causas de mortalidade em crianças entre 1-4 anos). - Complicações: abscesso retrofaríngeo, celulites craniofaciais, mediastinites, pneumopatias de aspiração e migração para órgão vizinho. Abordagem geral @SinapsesdaloreLorena Loureiro Corpo Estranho Otorrinolaringologia baterias, botões, metal, ossos, moedas, dentes, miçangas, etc Orofaringe Frequentemente precisam de endoscopia. - Podem requerer sedação. Necessidade de sedação - Visualização difícil - VAS comprometidas Recomendação. Evidência CE diretamente visível, preensável, em orelha ou nariz, pode ser conduzido sem especialista. CE remoção difícil, não-preensável, esféricos, no CAE com possível contato com a MT, deve requerer especialista. CE nariz, ouvido ou garganta, não diretamente visualizável, ou se as tentativas forem sem sucesso, deve requerer especialista. CE em orofaringe devem ser sempre referenciados ao especialista, a menos que estejam facilmente visíveis C C C C C3 !* kkk*"%L%0-lC+%CL3W!:Q:5K Introdução - Faringotonsilites (FT) são infecções autolimitadas que se desenvolvem nas tonsilas, faringe posterior, palato mole, órgãos linfoides, e representam uma das infecções mais frequentes de vias aéreas superiores, principalmente na população infantil. - As faringotonsilites clinicamente podem ser classificadas em inespecíficas (virais e bacterianas), quando não há especificidade entre o agente etiológico e o quadro clínico; e as específicas (sífilis, leishmaniose, tuberculose, mononucleose, difteria, angina de plaut– vicent ou fusoespiralar), quando há correlação entre a clínica e o agente etiológico. - São comumente de origem viral mas também podem ser causadas por bactérias, especialmente o estreptococo β-hemolítico do grupo A (EBHGA) que pode levar a sequelas supurativas e não supurativas. - Na maioria das vezes, as crianças e os adultos se recuperam rapidamente (3 a 4 dias) de uma infecção faringotonsilar, mas, ocasionalmente, podem desenvolver complicações. Principais funções das tonsilas 1) Secretar imunoglobulinas: atua como tecido imunocompetente local, secretando IgA, IgG, IgM, IgD e IgE, que impedirão a replicação bacteriana e viral no trato respiratório superior - representando a primeira linha de defesa contra doenças infecciosas na região. 2) Produzir cadeias J: responsáveis por completar a estrutura moleculares das imunoglobulinas A e que posteriormente migrarão para outras áreas do trato superior. Epidemiologia - Predominante em crianças e adolescentes em contato muito próximo, como nas escolas. - Transmissão: gotículas de saliva - Período de incubação: 1 a 4 dias Etiologias - Vírus: adenovírus, influenza, parainfluenza, Coxsackie, sincicial respiratório e Epstein-Barr. - Bactérias: EBHGA (20-30%), hemofilos (15%), moxarela (15%), estafilococo dourado (20%), pneumococo (1%). - Outros: fungos, refluxo gastro-faringeo, obstrutivas/tumorais (carcinoma, ou aumento do tamanho causando apneia do sono). Classificaçao Classificação clínica: - Aguda - Recorrente (critérios Paradise) - Crônicas (>3meses) - Crônica caseosa (formação de massinhas) Apresentação clinica: 1. Eritematosa e eritematopultáceas - Bacterianas. - Virais. 2. Vesiculosas - Herpes simples. - Herpangina (várias “aftas” no palato e faringe) 3. Ulcero–necrosante - Angina de Paut-vicent - Sífilis - Agranulocitose Faringotonsilites agudas inespecificas Faringotonsilites Virais - Correspondem a 75% dos casos em crianças menores de 2 anos e diminuem após a puberdade, - O principal vírus é o adenovírus (20%), mas rhinovírus, coronavírus, influenzae, parainfluenzae e vírus sincicial respiratório também podem estar envolvidos. - Pacientes apresentam febre, exsudato na faringe e tonsilas, mialgia, coriza e obstrução nasal. - Alguns vírus como o Herpes simplex e Epstein-Barr também podem se manifestar como faringotonsilite e/ou estomatite. - Geralmente têm evolução benigna. - Tratamento: cuidados com estado geral, hidratação, medicação analgésica e antitérmica. @SinapsesdaloreLorena Loureiro Faringotonsilites Anginas cervicais As anginas cervicais são classificadas em: - Faringites - Tonsilites (amigdalites) - Tonsilite lingual - Adenoidites Mononucleose Infecciosa - Pode ser causada por Epstein-Barr vírus (EBV), Citomegalovírus (CMV), toxoplasma, adenovírus ou vírus da hepatite. - O principal é o EBV vírus, da família Herpesviriadae, que pode causar tonsilite aguda, recorrente ou hipertrofia tonsilar. - Transmissão: troca de saliva por beijo ou contato próximo. - É caracterizada por um pródromo de mal-estar e fadiga, seguido de febre e dor de garganta. - Exame físico: L Tonsilas aumentadas, eritematosas, em muitos casos com exsudato branco-amarelado, edema de úvula e palato. Há adenopatia cervical envolvendo nódulos cervicais posteriores. - Entre a segunda e quarta semanas, cerca de 50% dos pacientes apresenta esplenomegalia, e 30% a 50%, hepatomegalia, rash, petéquias palatais e dor abdominal. A febre e a faringite costumam durar até duas semanas, enquanto adenopatia, hepatoesplenomegalia e mal-estar podem se prolongar por até seis semanas. - A infecção por EBV pode ser preditora de futuros episódios de tonsilites recorrentes e abscesso peritonsilar. - Diagnóstico: L Hemograma (atipia linfocitaria > 10%), pesquisa de anticorpos, aumento discreto das transaminases TGO e TGP, sorologia IgM e IgG IgM e IgG contra antígenos do capsídeo viral (Anti- VCA). IgM positivo após 10-20 dias tem alta sensibilidade e especificidade. - Tratamento: L Suporte, hidratação e analgésicos. L Repouso é importante pelo risco de ruptura esplênica. L Obs: evitar ampicilina e tratar infecções secundarias. Bacterianas inespecificas - A FT bacteriana inespecífica pode desencadear sintomatologia com duração de 3 a 6 dias no adulto, e 6 a 10 dias nas crianças. - Etiologia pelo Streptococus pyogenes do grupo A (GAS), pode levar a complicações supurativas ou não supurativas. O GAS é responsávelpor cerca de 20% das faringotonsilites agudas em crianças e adolescentes, começando a partir dos 2 ou 3 anos, com prevalência maior entre 5 e 15 anos. - Mycoplasma pneumoniae e Chlamydia pneumoniae podem ser causa de FT, afetando preferencialmente a população entre 9 e 19 anos, e costumam ser acompanhadas por outros sinais de infecção respiratória, especialmente tosse. - Bactérias como Staphylococcus aureus, Haemophilus spp, Moraxella catarrhalis são, por vezes, responsáveis por recaídas de infecções estreptocócicas. - Quadro clínico: L Dor de garganta, disfagia, febre, gânglios submandibulares aumentados de volume e dolorosos à palpação, achados mais frequentes, além de eventualmente, náuseas e vômitos, dor abdominal e cefaleia. - Exame físico: L Orofaringe hiperemiada, mucosa edemaciada, tonsilas palatinas com exsudato e criptas com pontos purulentos ou recobertos por secreções. A palpação cervical revela gânglios submandibulares aumentados e dolorosos. - Hemograma: L Nas infecções bacterianas haverá leucocitose, com desvio à esquerda e neutrofilia. Diagnostico de faringotonsilites estreptocócicas - Principais sinais clínicos: início súbito da dor de garganta, febre acima de 38,5ºC, cefaleia, nauseas, vômitos e dor abdominal, inflamação das tonsilas e faringe, exsudato faringotonsilar em placas, petequias no palato, adenite cervical anterior, historia de exposição à faringite estreptocócica e exantema escarlatiniforme. - Exame laboratorial: cultura (padrão ouro) ou detecção antigênica (teste rápido). - Os testes rápidos para identificação do GAS são: imunoensaio enzimático (ELISA), imunoensaios ópticos (OIA) e sondas (probes) de DNA. - Os testes sorológicos são úteis para saber se ocorreu uma infecção estreptocócica, mas não para o diagnóstico inicial da doença. - A elevação nos títulos de ASLO geralmente pode ser demonstrada uma semana após a infecção, com pico entre 3 e 6 semanas. O declínio subsequente ocorre entre 6 e 8 semanas, porém, em alguns casos, isto só ocorre depois de meses. Criterios Centor Modificado: - A soma dos pontos é usada para estimar a possiblidade de faringotonsilite estreptocócica por GAS e a conduta. @SinapsesdaloreLorena Loureiro Faringotonsilites Anginas cervicais Principais sinais e sintomas clínicos da faringotonsilite por GAS • Início súbito da dor de garganta • Idade: 5 a 15 anos • Febre acima de 38,5ºC • Cefaleia • Náuseas, vômitos e dor abdominal • Inflamação das tonsilas e faringe • Exsudato faringotonsilar em placas • Petéquias no palato • Adenite cervical anterior • História de exposição à faringite estreptocócica • Exantema escarlatiniforme Tratamento - Sintomático: analgésico, antitérmico, hidratação, alimentação adequada. - Penicilina G (antibiótico de escolha) pode ser administrada na dosagem de 600.000 UI para crianças com peso 20 kg. - Alternativa: Amoxicilina VO, 40mg/kg/dia, 3x ao dia durante 10 dia - Em recaídas (mesmo agente infeccioso que não foi totalmente debelado), Amoxicilina associada ao ácido clavulânico; cefalosporinas e macrolídeos ou clindamicina. Complicações: 1. Supurativas (abscessos periamigdaliano e parafaríngeo) a. Abscesso periamigdaliano/peritonsilar L O abscesso é quando há coleção purulenta entre a tonsila e o tecido do palato fibroso. L Ocorre abaulamento do pilar e do palato. L Paciente apresenta febre alta, dor intensa, disfagia a sólidos e líquidos, desidratação, trismo, queda do estado geral, abaulamento do pilar anterior (palato fibroso). b. Abscesso parafaríngeo L Paciente refere odinofagia, disfagia, queda do estado geral e sem muitas alterações à oroscopia. Frequentemente apresenta rigidez de nuca. L Pode, ainda, apresentar: recusa de ingesta oral, trismo (menos frequente que o peritonsilar), sialorréia, cefaleia, distúrbios da voz, letargia e rinorreia. L O exame a ser solicitado é a TC com contraste, pois é a única forma de dar o diagnóstico. L Opções de tratamento: clindamicina, ampicilina/sulbactam ou cefalosporina + metronidazol. 2. Não supurativas a. Escarlatina: as endotoxinas causam rash cutâneo finamente papular e eritematoso. b. Febre Reumática: 2-3 semanas após a faringite estreptocóccica. c. Glomerulonefrite: geralmente presente 1-2 semanas após infecção faríngea ou de pele. d. Síndrome do Choque Tóxico Estreptocócico: após infecção de qualquer sítio. PANDAS – Pedia!ic autoimmune neuropsychia!ic dis"d#s a$ociated with s!eptococcal infections - Doença autoimune pediátrica que ocorre como complicação da infecção estreptocócica. - Os fatores de risco são sexo: masculino e histórico familiar. - O tratamento das exacerbações é feito com antibiótico e tratamento neuropsiquiátrico. Quadro diferencial de bacteria e virus Faringotonsilite recorrente - A recorrência caracteriza-se por agente infeccioso diferente daquele que causou a infecção precedente, independente do intervalo entre os episódios; - Fatores predisponentes: L Uso abusivo e incorreto de antibióticos, alterações da microbiota locorregional, mudanças estruturais no epitélio das criptas, algumas infecções virais; alergias, refluxo faríngeo- laríngeo, anemia, redução da imunidade. Tratamento: - Broncho-vaxom por 3 meses (lisado bacteriano – fragmentos de bactéria que estimulam a imunidade do paciente), vacinas (pneumococo), antibioticoterapia por 10 dias, cirurgia; - Penicilina/Amoxicilina; - Nos casos refratários, utilizar antibióticos que tenham ação contra bactérias produtoras de betalactamases; - Tonsilectomia pode ser indicada quando o tratamento se mostrar ineficaz, de acordo com os critérios de Paradise. Criterios Centor Modificado: - A soma dos pontos é usada para estimar a possiblidade de faringotonsilite estreptocócica por GAS e a conduta. @SinapsesdaloreLorena Loureiro Faringotonsilites Anginas cervicais Sinais e sintomas de PANDAS • Transtorno obsessivo-compulsivo • Início pré-puberal • Aparecimento ou exacerbações abruptas • Associação com outras alterações neurológicas (p. ex., hiperatividade motora nas crises) • Associação temporal com infecção pelo GAS Criterios de Paradise - indicação de amigdalectomia em FT recorrente • Sete episódios agudos em um ano • Cinco episódios por ano, em dois anos consecutivos • Três episódios de infecção aguda, em três anos consecutivos PFAPA - Quadro clínico: febre periódica, estomatite, faringite e adenite cervical. - Início antes dos 5 anos e resolução na adolescência, mas pode persistir na vida adulta. - Os episódios febris ocorrem a cada 3 a 8 semanas, com duração de 3 a 6 dias. - Autolimitada e benigna. - Tratamento: L Prednisona (1-2 mg/kg) ou betametasona (0,1-0,2 mg/kg), com resposta rápida dos sintomas. L Colchicina pode ser usada como profilático entre as crises. L Considerar amigdalectomia em pacientes com pequenos intervalos entre as crises, que não respondem ou têm contraindicação ao corticoide. Tonsilite Crônica - Faringotonsilite crônica caseosa - Infecção persistente das tonsilas – Dor de garganta > 3 meses, associada a inflamação tonsilar; - Pode estar associada a halitose, presença de caseum nas criptas, eritema peritonsilar e adenopatia cervical persistente; - Repercussões sistêmicas: febre recorrente, odinofagia, dificuldade de deglutição, enfartamento ganglionar submandibular e cervical, halitose, respiração bucal, alterações gerais na disposição física, aprendizado, apetite, humor e até palidez cutânea; - Flora bacteriana mista: anaeróbios, GAS e outros estreptococos; - Tratamento: L Gargarejo, expressão para remoção, e encaminhamento para especialista para verificar interesse de cirurgia; L A cirurgia pode ser considerada nas tonsilites crônicas com manifestações locorregionais e/ou sistêmicas bem evidentes; - Complicações: abscesso periamigdaliano, parafaringeo,retrofaringeo, escarlatina, FR/STILL/wissler fanconi, angina de Ludwig, e glomerulonefrite. Abscesso peritonsilar - Complicação supurativa de tonsilites, quando o processo infeccioso atinge o espaço peritonsilar. - Complicações: ruptura espontânea e aspiração para a via aérea inferior, ou extensão ao espaço lateral da faringe (abscesso parafaríngeo). - Mais frequentes em adultos jovens ou adolescentes; - Quadro clínico: L Dor intensa unilateral, com irradiação para a orelha, sialorreia, dificuldade para deglutir, voz anasalada, trismo, febre, mal-estar e calafrios. Abaulamento unilateral, que desloca a tonsila em direção à linha média, com edema, hiperemia e exsudato purulento. - TC com contraste pode auxiliar na diferenciação entre celulite e abscesso peritonsilar. - A cultura costuma mostrar flora polimicrobiana (anaeróbios e aeróbios) com aumento de bactérias gram-negativas. L Anaeróbios: Prevotella, Porphyromonas, Fusobacterium e Peptostreptococcus spp. L Aeróbios: GAS, Staphylococcus aureus e H. influenzae; Tratamento: - Internação. - Punção com drenagem - Hidratação - Analgésicos e anti-inflamatórios. - Antibioticoterapia EV: Penicilina associada a metronidazol, Amoxicilina com Clavulanato, Clindamicina associada ou não a Ceftriaxone. - Tonsilectomia (na vigência do abscesso), a depender da história pregressa. Faringotonsilite especificas Difteria: - Doença infecciosa aguda grave causada pelo Corynebacterium diphteriae, bacilo gram + anaeróbio (porém é rara devido à cobertura vacinal). - Doença de notificação compulsória imediata diante da suspeita. - Comum em crianças de até 10 anos. - Transmissão por contato direto com doentes ou portadores, por meio de gotículas respiratórias (tosses, espirros); - Período de incubação varia de 1 a 6 dias. - Quadro clínico: L Dor de garganta pouco intensa, febre baixa, sinais de toxemia, prostração e palidez. Placas pseudomembranosas aderentes às tonsilas, pilares e úvula, além de linfadenopatia cervical e submandibular; placas, falsas membranas, obstrução de vias aéreas, febre moderada, hipotensão, palidez e toxemia; - Tratamento: L Administrar soro antidiftérico, antibiótico penicilina ou eritromicina. - O padrão ouro para o diagnóstico é a cultura do C. diphtheriae coletado das lesões; baterioscopia, cultura dos exsudados em meio de klebseffler. - O prognóstico depende da precocidade do diagnóstico e do início do tratamento (pior se > 3 dias). - Complicações: exotoxina, miocardite, sistema nervoso, arritmia, hipotensão, diplopia, paralisia do véu palatino. - Medidas de prevenção: vacinação antidiftérica para os contactantes e quimioprofilaxia para os contactantes com cultura positiva. Angina de Plaut-Vincent (Tonsilite ulcero necrotizante) - Associação do espirilo e fusobacterium, UNILATERAL, antecedente de manipulação dentária. - Quadro clínico: L Lesão ulceronecrótica unilateral, recoberta por exsudato pseudomembranoso, fétida, disfagia e odinofagia. L Febre pode não estar presente; - Diagnóstico: avaliação clínica, exame físico e confirmação com exame bacteriológico que evidencia a natureza fusoespiralar do agente. - Cultura de secreção obrigatória. - Tratamento: L Penicilina ou cefalosporina associado a metronidazol higine bucal com soluções antissépticas. L Tratar com clindamicina ou metronidazol, pois não há resposta com amoxicinila. - Diagnostico diferencial: lesão tumoral Criterios Centor Modificado: - A soma dos pontos é usada para estimar a possiblidade de faringotonsilite estreptocócica por GAS e a conduta. @SinapsesdaloreLorena Loureiro Faringotonsilites Anginas cervicais Angina Luética (Sífilis) - Doença infectocontagiosa sistêmica bacteriana causada pelo Treponema pallidum. - Considerar em pacientes com ulceração tonsilar UNILATERAL, pouco dolorosa, de aspecto tumoral e endurecida à palpação; - A boca é o local extragenital mais acometido (10% dos casos). - Diagnóstico laboratorial é feito por microscopia de campo escuro ou sorologia (VDRL, FTA-abs). - Tratamento: L Penicilina benzatina – 2.400.000 UI IM, em dose única nos casos de sífilis primária. L Penicilina ou cefalosporina associado a metronidazol, higiene bucal com soluçoes antissépticas. Faringite gonocócica: - Doença infectocontagiosa causada por Neisseria gonorrheae (diplococo gram-negativo) de transmissão sexual. - Acometimento primário se dá nas mucosas do trato urogenital, mas pode acometer reto, orofaringe e conjuntiva; - Maior incidência entre os 15-30 anos, com predomínio nos homens. - Período de incubação de 2 a 5 dias; - Manifestacao faríngea acomete 10-20% dos indivíduos que praticam sexo oral em portadores de uretrite gonocócica. - Pode ser assintomática, ou provocar odinofagia e mal-estar local; - Tratamento: Ceftriaxone IM ou Doxiciclina VO por 7 dias. Faringite herpética: - O vírus Herpes simplex (HSV) tipo 1 é o mais associado a manifestações orais. - A infecção primária geralmente aparece como gengivoestomatite, e 15-30% dos pacientes podem ter faringite herpética concomitante; - Transmissão por meio de saliva ou secreções, com período de incubação de 2 a 12 dias. - Sintomas: mal-estar, febre e dor de garganta. Vesícular sangrantes ao toque ou ulceras com exsudato acinzentado e linfadenopatia cervical. - A fase aguda dura 7 a 10 dias, com regressão espontânea dos sintomas e desenvolvimento de anticorpos. - O vírus fica latente e pode ser reativado (fadiga, estresse, trauma, febre e imunodeficiências). - Tratamento: L Sintomático com anti-inflamatórios não esteroidais e analgésicos. L Anti-retrovirais em pacientes com deficiências imunológicas. Herpangina - Causada pelo vírus Coxsackie tipos 2, 3, 4, 5, 6, 8 e 10 ou Enterovírus, por transmissão fecal-oral ou disseminação respiratória. - Acomete geralmente crianças entre 1 e 7 anos e se inicia com febre alta acompanhada de anorexia e dor de garganta, além de vômitos e diarreia, podendo durar de 2 a 4 dias. - Na orofaringe observam-se lesões hiperemiadas com vesículas ao centro, principalmente nos pilares de tonsilas, palato mole e úvula. Após o rompimento das vesículas formam-se úlceras rasas. - O tratamento é essencialmente sintomático. Leishmaniose - Infecção por protozoários do gênero Leishmania. A transmissão se dá por picada de inseto, geralmente Flebótomos. - A leishmaniose mucosa é causada geralmente pela Leishmania braziliensis e tem como alvo principal a mucosa nasal, além de faringe, cavidade oral e laringe. Há infiltração edematosa intensa, principalmente na úvula, pilares amigdalianos e parede posterior da faringe. - Observa-se tecido fibroso misturado a tecido de granulação com aspecto vegetante e pode ocorrer destruição tecidual, inclusive no anel linfático de Waldeyer. - O diagnóstico se baseia em biópsia. Como diferencial deve-se pensar em outras granulomatoses (p. ex., Hanseníase, Tuberculose e Paracoccidioidomicose). Após o tratamento pode-se observar a formação de cordões esbranquiçados cicatriciais com deformação das estruturas anatômicas do véu palatino e da parede posterior da faringe, inclusive com estenoses. - O tratamento indicado é o uso de Antimoniais pentavalentes (Glucantime®). Hipertrofia das Tonsilas Palatinas e Faríngea - O maior aumento de volume das tonsilas palatinas ocorre dos 4 aos 10 anos, e o das faríngeas, dos 3 aos 7. - A hiperplasia tonsilar exuberante e excessiva pode levar a distúrbios respiratórios, como respiração oral, distúrbios fonoarticulatórios, de mastigação e de deglutição, e anomalias do desenvolvimento craniofacial; - Relação entre respiração oral e distúrbio respiratório do sono; - A principal causa de apneia obstrutiva do sono é a hipertrofia tonsilar. - São sintomas comuns da apneia obstrutiva do sono: sonolência, voz hiponasal, irritabilidade, roncos noturnos, apneia, respiração oral, engasgos, sono sem descanso, terror noturno, enurese noturna. Diagnóstico: - Avaliar o tamanhoSupraglote (vestíbulo) - Ácima das pregas vocais Glote (ventrículo) - Ao nivel das pregas vocais Subglote - Abaixo das pregas vocais. Pregas vocais - São estruturas que se projetam bilateralmente para o interior da cavidade laringea. - Tem com função: produzir sons. - As pregas vocais (verdadeiras) consistem em: ▪ Ligamento vocal -> borda medial livre do cone elástico. ▪ Músculo vocal -> se origina das fibras mediais do músculo tireoaritenóideo. Pregas vestibulares - Pregas vocais falsas - Recobrem os ligamentos vestibulares que se encontram logo acima das pregas vocais verdadeiras, protegendo-as. - Se estendem entre as cartilagens tireóidea e aritenóideas. Laringite - É uma patologia muito comum que ocorre quando a mucosa da laringe e as cordas vocais se tornam inflamadas. - Perda temporaria parcial ou completa da voz do paciente. - Rouqidão. - Aguda ou crônica. - Origem infecciosa ou nao infecciosa. Pólipo laríngeo benigno - “nódulo dos cantores” - Causados pelo uso excessivo das cordas vocais verdadeiras. Anatomia cabeça e pescoço Lorena Loureiro @Sinapsesdalore Inervação - Feita pelo nervo vago (X) - Inervação sensitiva e motora da laringe Ramo laríngeo superior Ramo interno (sensitivo) - Base da língua - Supra glote - Face superior das pregas vocais Ramo externo (motor) - Músculo cricotireoideo - Músculo constritor inferior da faringe Ramo laríngeo recorrente (inferior) Inerva todos os músculos INTRÍNSECOS, exceto o cricotireoideo Musculatura Divisão da musculatura: - Musculatura supraioiteia - Musculatura infraioiteia - Musculatura intrínseca (som) - Musculatura extrínseca (suspendem a laringe) Músculos intrínsecos Músculo tireoaritenoideo - Corpo das pregas vocais - Adutor das pregas vocais - Inervado pelo nervo laríngeo recorrente Músculo interaritenoideo - Feixe transverso e oblíquo - Adução porção cartilaginosa da prega vocal - Inervado pelo laríngeo recorrente Músculo cricoaritenoideo lateral - Adutor das pregas vocais (porção membranosa) - Inervado pelo laríngeo recorrente Músculo cricoaritenoideo posterior - Abdutor das pregas vocais - Inervado pelo laríngeo recorrente Músculo cricotireoideo - Principal músculo tensor da prega vocal - Abdutor e adutor - Controle da frequência da voz (sons agudos) - Inervado pelo nervo laríngeo superior Músculo ariepiglotico Músculo tireoepiglotico Músculos extrínsecos Levantadores: - Músculo tireoioideo - Músculo estiloioideo - Músculo mioioideo - Músculo digástrico - Músculo estilofaringico - Músculo palatofaríngeo Depressores: - Músculo omoioideo - Músculo esternoioideo - Músculo esternotireoideo Anatomia cabeça e pescoço Lorena Loureiro @Sinapsesdalore Anatomia da glandula tireoide Anatomía - Glândula única - Situa-se anteriormente à traqueia, entre a cartilagem cricóidea e a incisura supraesternal, entre a 5ª vértebra cervical e a 1ª torácica. - Possui dois lobos conectados por um istmo, e quatro glândulas paratireoides na região posterior, produtoras do paratormônio. Funções da glândula tireoide - Crescimento e desenvolvimento - Aumento do ganho muscular - Redução do armazenamento de gordura - Produção hormonal - Aumento do metabolismo . Vascularização Arterial - Artérias tireóideas superiores · Ramos da carótida externa - Arterias tireóideas inferiores · Ramos do tronco tireocervical, colateral da artéria subclávia. - Artéria tireóidea ima · Proveniente do tronco braquicefálico ou do próprio arco aórtico. Drenagem venosa - Veia tiroideia superior - Veia tiroideia média - Veia tiroideia inferior Inervação - É inervada pelo nervo vago (X) - Derivam dos gânglios simpáticos cervicais superior, médio e inferior. Anatomia das glândulas salivares GLÂNDULAS PARÓTIDAS - São as maiores glândulas salivares; - Massas irregulares, lobuladas, amareladas e flexíveis; - Situadas no leito parotídeo, anteroinferiormente ao meato acústico externo; - Inseridas entre o ramo da mandíbula e o processo mastóide; - Revestidas pela cápsula parotídea, derivada da lâmina superficial da fáscia cervical; - A superfície superior se relaciona com a parte cartilaginosa do meato acústico externo e com a articulação temporomandibular. Inervação - Nervo auriculotemporal inerva a glândula; - Nervo auricular magno inerva a fáscia (cápsula) parotídea; A estimulação das fibras parassimpáticas do nervo auriculotemporal produz saliva fina e aquosa. Já as fibras simpáticas derivam do plexo nervoso carotídeo externo da artéria carótida externa, e sua atividade vasomotora reduz a secreção da glândula. Artéria carótida externa, veia retromandibular e nervo facial (NC VII) atravessam a glândula. Em sua superfície se encontram os ramos faciais do nervo auricular magno, os linfonodos parotídeos e a margem posterior do músculo platisma. A inflamação aguda da glândula da parótida (sialadenite aguda) pode causar dor cortante na região pré-auricular como resultado de um estiramento da cápsula e estimulação do nervo auricular. As causas de sialadenite aguda incluem obstrução do ducto parotídeo (cálculos, tampões de muco e estreitamento de ducto) e caxumba. GLÂNDULAS SUBMANDIBULARES - Situam-se ao longo do corpo da mandíbula, em sua metade posterior. - Os linfonodos submandibulares estão em contato com a glândula. - O ducto submandibular origina-se da parte da glândula situada entre os músculos milo-hióideo e hioglosso e abre-se em uma pequena papila sublingual ao lado da base do frênulo da língua. - Os óstios dos ductos submandibulares são visíveis, e pode-se ver o gotejamento da saliva. Anatomia cabeça e pescoço Lorena Loureiro @Sinapsesdalore Inervação - Gânglio submandibular (do nervo facial NC VII) e pelo nervo lingual. As glândulas submandibulares são supridas por fibras secretomotoras parassimpáticas pré- ganglionares que são conduzidas, pelo nervo corda do tímpano, do nervo facial para o nervo lingual, e fazem sinapse com neurónios pós-ganglionares no gânglio submandibular. As últimas fibras acompanham artérias para chegar à glândula, juntamente com fibras simpáticas pós-ganglionares vasoconstritoras do gânglio cervical superior. Vestíbulo - Lábios · Músculo orbicular oral · Inervado pelos nervos infraorbitário e mental. - Bochechas · Músculo bucinador · Inervado pelo ramo bucal da divisão mandibular do nervo trigêmeo. Cavidade oral - Delimitada pelos arcos alveolares da mandíbula. - Assoalho é ocupado pela língua. - Os músculos milo-hióideos constituem o assoalho muscular. - Teto é formado pelos palatos duro e mole e a úvula. - O istmo da garganta (abertura da boca na faringe), tem, lateralmente, os arcos palatoglossos (pilar anterior) e, inferiormente, o dorso da língua. GLÂNDULAS SUBLINGUAIS - São as menores e mais profundas das principais glândulas salivares. - Situadas no assoalho da boca, entre a mandíbula e o músculo genioglosso. As glândulas de cada lado se unem para formar massa em formato de ferradura ao redor do centro de tecido conectivo do frênulo da língua. Muitos pequenos ductos sublinguais abrem-se no assoalho da boca ao longo das pregas sublinguais. Inervação: - Gânglio submandibular; Os nervos das glândulas sublinguais acompanham os nervos da glândula submandibular. As fibras secretomotoras parassimpáticas pré- ganglionares são conduzidas pelos nervos facial, corda do tímpano e lingual e fazem sinapse no gânglio submandibular. Anatomia da cavidade oral - Tonsilas palatinas - Mucosa jugal - Freio lingual - Dorso da língua - Arcada dentária - Pilares amigdalianos - Amígdalas - Úvula Anatomia da Língua Extrínsecos • Músculo estiloglosso • Músculo hipoglosso • Músculo genioglosso • Músculo palatoglosso Intrínsecos • Músculo longitudinal superior • Músculo longitudinal inferior • Músculo vertical • Músculo transverso Os dois terços anteriores são inervados por: - Ramos sensitivos do nervo lingual (par craniano V/III – Nervo trigêmeo, ramo mandibular) e pelo ramo da corda do tímpano do par craniano VII – nervo facialdas tonsilas – radiografias laterais da nasofaringe, ou radiografia de cavum (para a tonsila faríngea); endoscopia nasal ou fibronasofaringoscopia é o método de escolha para a avaliação da nasofaringe (visualização direta da tonsila). - Oroscopia: identificação da hiperplasia de amígdalas e classificação de Brodsky (graus III e IV são obstrutivos); - Polissonografia é o padrão ouro para identificação e diagnóstico do grau de apneia obstrutiva do sono. Critérios para solicitação: crianças menores de 3 anos, crianças obesas, com comorbidades como síndrome de Down e doenças neuromusculares. Tratamento: - Adenoidectomia indicação absoluta L Síndrome da apneia obstrutiva do sono L Deformidade da face L Otites recorrentes, otite média secretora L Sinusites recorrente @SinapsesdaloreLorena Loureiro Faringotonsilites Anginas cervicais - Diferencial de hipertrofia da tonsila faríngea: angiofibroma nasofaringe, cisto de thornwaldt, linfoma, hemangioma, adenoma papilífero, HIV (fazer sorologia) Hipertrofia da tonsila palatina - Amigdalectomia se L Síndrome da apneia obstrutiva do sono L Deformidade da face L Tonsilites recorrente, (critério Paradise) L Tonsilite crônica indicação relativa diferencial: - Diagnostico diferencial: linfoma, carcinoma, tuberculose, abscesso, tumores parafaríngeos Classificação em graus da Hiperplasia amigdaliana Caso clinico 1 - Identificação: VCCT, 15 anos, natural e procedente de Manaus, sexo feminino - HPP: nega comorbidades ou uso regular de medicações e cirurgias. - Alergia medicamentosa: nega - Hábitos de vida: nega tabagismo ou etilismo. Prática atividade física 2x na semana - QP: dor para engolir - Paciente com grande dificuldade em articular as palavras, comparece em unidade de pronto atendimento referindo historia que há 15 dias atrás iniciou um quadro de dor de garganta, febre e mal estar, onde procurou um PS e foi prescrito Amoxicilina 500mg (8/8 hrs) e Ibuprofeno 500 mg (8/8h) durante 7 dias. Entretanto, não houve melhora dos sintomas ao final da medicação. Novamente procurou OS e foi receitado Levofloxacino durante 5 dias, mas os sintomas se intensificaram, evoluindo com trismo, dificuldade de deglutição e na fala, sialorreia e dor intensa. Está muito ansiosa e aflita. - Exame físico: PA: 100x60mmHg, Tax: 38,5oC, FC: 110 bpm, ansiosa. - ORL: presença de abaulamento do pilar amigdaliano anterior bilateralmente, não visualizada úvula. Qual hipótese diagnostica? - Faringotonsilite aguda bacteriana com complicação peritonsilar Bilateral - Comentário: A progressão da doença em 15 dias, sialorreia, trismo e febre sugerem o abscesso periamigdaliano. Obs: caso fosse necessário solicitar um exame de imagem – TC de pescoço partes moles com contraste. Qual seria o tratamento prescrito? - Internação - Antibiótico: Amoxicilina-clavulanato 1g 8/8h EV, Metronidazol 500 mg 8/8h EV L Outra opção: Ceftriaxone 1g 2x ao dia + clindamicina 600mg 3x ao dia - Drenagem - Analgesia e corticoide: Dexametasona 0,15mg/Kg O tratamento será ambulatorial ou hospitalar? - Hospitalar - internar o paciente A paciente tem indicação cirúrgica? - Sim, drenagem de abscesso; pode-se indicar amigdalectomia. Cité 3 diagnósticos diferenciais: - Abscesso bilateral, linfoma agudo e infecção viral. Cite prováveis complicações: - Trombose de veia jugular interna, mediastinite, insuficiência respiratória aguda e sepse. @SinapsesdaloreLorena Loureiro Faringotonsilites Anginas cervicais Anatomia - É uma glândula, localizada na região cervical anterior, - É dividida em três lobos, piramidal, direito e esquerdo, unidos por um istmo, recobertos por uma capsula. - Os lobos sao divididos em dois pólos, superior e inferior. - Grupos celulares: L Células foliculares (elemento funcional da glândula da tireoide), dentro dele tem o coloide que armazena a tireoglobulina, principal precursor da formação dos hormônios tireoidianos. L Células parafoliculares secretam a calcitocina. Introdução - A frequência de nódulos detectados por USG é maior em idosos, principalmente mulheres acima de 60 anos; - A importância clínica do nódulo de tireoide se resume em excluir a presença de um câncer. - 90% dos carcinomas da tireoide correspondem ao carcinoma diferenciado da tireoide, papilífero e folicular. - Nódulos maiores que 1 cm necessitam de punção aspirativa por agulha fina (PAAF) – maiores chances de serem malignos. - Nódulos menores com achados suspeitos à US, principalmente em pacientes com fatores de risco associados, precisam ser avaliados. Conceitos - Bócio: clinicamente é qualquer aumento do volume da tireoide, que histopatologicamente podem ser de origem neoplásica benigna, maligna ou coloide. * O bócio coloide, mais comum na nossa região. Fisiologia - Lembrar da fisiologia, do hipotálamo, que inibe T3 e T4 por feedback; o TRH que estimula a hipófise a liberar TSH e o TSH que estimula a tireoide a liberar os hormônios T3 e T4. Qualquer desregulação pode levar a transtornos tireoidianos. Diagnostico - Anamnese - Exame físico Exames de imagem 1. USG - Método de escolha - Serve para avaliar alterações de forma (com ou sem Doppler). - USG com Doppler: identificar a vascularização, quanto mais central, mais chances de malignidade. 2. Tomografia - Realizada na suspeita de câncer ou presença de metástase (para a realização do estadiamento). - Pode ajudar a verificar invasão de tecido. 3. Ressonância magnética - Raramente utilizada. 4. Cintilografia Iodo-131 - Quando tem alteração de função (pensar quando tem lesão nodular e o TSH suprimido). - Saber se é hipercaptante (quente) ou hipocaptante (frio). - Alterações na forma, função e histologia L Para avaliar forma: exame físico, USG (método de escolha), TC, RNM L Para avaliar função: T3, T4 livre, T4 total, TSH e Cintilografia lodo-131 Dosagens dos hormônios 1. T3, T4 Livre, T4 total, TSH. - Dosagem de TSH primeiro exame laboratorial a ser solicitado - Na presença da hiperfunção ou hipofunção, vamos precisar dos hormônios tireoidianos. Otorrinolaringologia Doencas da Glandula Tireoide @SinapsesdaloreLorena Loureiro Hipoecogenicidade Aumento da vascularização intranodular Limites imprecisos Margens irregulares Ausência de halo Presença de microcalcificações Formato mais alto que largo. Achados ultrassonográficos que sugerem malignidade: [ m [[[ [[[ [ n $%T%o-,.-1% p I$%T%qQ'"W0',&% Exame da histopatologia 1. Procedimentos e cirurgias para a obtenção do material a ser examinado L PAAF (citologia). L Biópsia a céu aberto. L Tireoidectomias parciais e total. 2. Técnicas para o diagnóstico histopatológico L Hematoxina-eosina. L Corantes específicos. L Imuno-histoquímica. ~> Temos a tireoidite de Hashimoto, que é uma lesão inflamatória; o hipertireoidismo Basedow-Graves; o bócio coloide; carcinoma papilífero, com alterações de invasão, e o adenoma, que é uma lesão benigna. -> Paciente com nódulo tireoidiano, para avaliar a chance de se tornar maligno, é preciso avaliar a presença de fatores de risco (risco para malignidade). Abordagem - Se a USG cervical mostra nódulo menor do que 1 cm e nao houver qualquer fator de suspeita, o paciente poderá ser seguido apenas clinicamente. Nódulos > 1 cm ou suspeitos à clinica e/ou USG devem ser puncionados. Indicação de PAAF - Deve ser realizada após confirmação de nódulo sólido pela US. - É recomendação de rotina para 1) nódulos maiores ou iguais a 1cm no seu maior diâmetro com características US altamente suspeitas; 2) nódulos maiores ou iguais a 1cm no seu maior diâmetro com aspectos US e suspeita intermediária; 3) nódulos maiores ou iguais a 1,5cm no seu maior diâmetro com baixa suspeição US. - O PAAF pode te dar uma origem de suspeita de malignidade ou benignidade. Se for um nódulo benigno pequeno, que não esteja comprimindo nenhuma estrutura adjacente, é só fazer acampamento, mas se houversuspeita de malignidade, é cirúrgico Bethesda para resultado de PAAF - O PAAF não é diagnóstico, classificamos pelo BETHESDA, que é uma classificação que vai de I – VI. - A classificação I é “não diagnóstica” (p.ex.: celularidade insuficiente, só veio sangue na amostra), você precisa repetir a USG e se esta for inadequada, fazemos acompanhamento rigoroso; se maligno, fazemos cirurgia. - A tipo III (provavelmente benigno) a maioria é indeterminado e deve ser realizado outra PAAF, e o tipo IV (provavelmente maligno) faz o controle cirúrgico. Otorrinolaringologia Doencas da Glandula Tireoide @SinapsesdaloreLorena Loureiro RISCO PARA MALIGNIDADE • %escimento rapido do nodulo. • Fixacao a es!uturas adjacentes. • Nodulo pe!eo. • P&alisia de 'ega vocal ipsilat#al ao nodulo. • Adenomegalia regional ipsilat#al. • Hist"ia de (radiacao local ou total. • Hist"ia famili& de canc# de t(eoide. • Hist"ia famili& de neoplasia endo)ina multipla.- Padrões Ultrassonograficos e risco estimado de malignidade para nódulos da tireoide Classificação quanto ao risco de malignidade: 1. Benignos (risco 70 a 90%), nódulo sólido hipoecoico com uma ou mais das seguintes características: margens irregulares (infiltrativas ou microlobulada), microcalcificações, altura maior que a largura, margens calcificadas com pequena área de extrusão, evidencia de extensão extratireoidiana. Se ≥ 1 cm ou linfonodos suspeitos → PAAF. Classificação de BETHESDA Doença Nodular Bócios coloides ou adenomatosos: - Estimulação desordenada da tireoide 1. Endêmico - 10% da população 2. Simples - Eutireoidismo 3. Multinodular 4. Multinodular tóxico 5. Bócio de grande volume Bócio de grande volume - Compressão traqueal - Podem ser 300 a 400 g, geralmente que vão para o tórax, às vezes desviando a traqueia, compressivas, e que precisam de cirurgias. - Incompetência da incisão infraioidea em colar de Kocher. ————————————————————————————————————— Questions ∙ O que modula o crescimento tireoidiano? L Variáveis genéticas, hormônios, alimentação • Há diferença entre a expressão nos diferentes pontos da glândula tireoide? L Vários pontos da glândula têm expressões diferentes (regiões mais ou menos carcinogênicas). • A heterogeneidade das apresentações do bócio pode ser explicada molecularmente? L Há pacientes com bócio pequeno e com bócio grande; bócios pequenos que nunca irão crescer; bócio de grande volume que pode ou não se tornar maligno, etc. Tumores malignos bem diferenciados - Originados nas células foliculares - Os tumores bem diferenciados são aqueles que ainda mantém uma arquitetura celular com alguns marcadores específicos. Carcinoma papilífero - É o mais comum - Sexo feminino - Idade: 30 a 40 anos - Excelente prognostico - Associado à radiação - Disseminação: L Linfática (local e mediastino) L Pulmões, esterno e base do crânio Otorrinolaringologia Doencas da Glandula Tireoide @SinapsesdaloreLorena Loureiro Até 30% das PAAFs são indeterminadas. Até 10% de falsos negativos CAT II. - Carcinoma folicular - 2ª forma mais comum. - Mulheres 3 : 1 homens. - Idade > 50 anos. - Locais deficientes em iodo. - Células oxifílicas e de Hürthle > 60 anos. - Disseminação: L Vascular: pulmão, ossos, fígado (33%); L Linfático: rara (maior agressividade). Carcinomas não diferenciados/ indiferenciados - Bem menos comuns. - Originados nas células parafoliculares - Carcinomas das células parafoliculares são geralmente associados a Neoplasia endocrina múltipla (NEM). Carcinoma medular da tireoide (CMT) - Esporádicos: 80% (5ª e 6ª décadas de vida/unilateral). - Familiares: 20% (entre 21 e 34 anos). * Alta penetrancia do gene PTEN * Mutações no gene RET são responsáveis pela forma hereditaria da neoplasia. - Bem mais agressivo que os bem diferenciados. - Taxa de sobrevida: 60 – 80% (idade, sexo, estágio). - Sobrevida em 10 anos: L 90% Doença confinada a glândula; L 70% Presença de linfonodos; e L 20% Metástases. - NEM 2A: melhor prognóstico. - Esporádico: pior prognóstico - Calcitonina estimulada: > 10.000 pg/cc (cura: 40%). - ↑ Somatostatina: bom prognóstico. - Marcador sorológico CEA: metástases. Neoplasia endócrina múltipla (NEM): - NEM 2A: paciente com carcinoma de células parafoliculares associado ao feocromocitoma e o hiperparatireoidismo. - NEM 2B: paciente com CMT associado ao feocromocitoma, neuromas mucosos e os hábitos marfanoides (alterações da síndrome de Marfan / alteração de colágeno). Carcinoma anaplásico - Extremamente agressivo - 5% dos carcinomas - Mulheres idosas - Ocorre por indiferenciação de tumor pre-existente - Sobrevida baixa - Disseminação: linfática e hematogenica - Metástases comuns Diagnóstico Diferencial - Lipoma - Cisto tireoglosso - Bolsa faringea Observação: - Retirada de cisto tireoglosso —> ter cuidado, pois pode haver tireoide abaixo da língua - Tireoidectomia parcial —> as vezes é necessário repor hormônio, mas em doses menores Otorrinolaringologia Doencas da Glandula Tireoide @SinapsesdaloreLorena Loureiro A tireoidectomia total é o procedimento cirúrgico de escolha no tratamento do câncer diferenciado de tireóide -para o paladar; - Ramos motores do nervo hipoglosso (par craniano XII), um dos nervos cranianos. O terço posterior é inervado por: - Ramos sensitivos do nervo glossofaríngeo (par craniano IX), para sensações e paladar. - Ramos motores do nervo hipoglosso (par craniano XII) O nervo hipoglosso (par craniano XII) fornece inervação motora para todos os músculos extrínsecos e intrínsecos da língua, exceto o músculo palatoglosso, que é inervado pelo nervo vago (par craniano X). Anatomia cabeça e pescoço Lorena Loureiro @Sinapsesdalore Anatomia das orelhas - Órgão vestibulococlear - Dividido em orelha externa, orelha média e orelha interna - Funções: audição e equilíbrio Orelha Externa Composto por: 1. Pavilhão auricular (orelha) 2. Meato acústico externo. Pavilhão auricular - A maior parte consiste em cartilagem elástica recoberta com pele. - É formado por: · Hélice · Escafa · Anti-hélice · Fossa triangular · Concha L depressão mais profunda · Trago · Incisura intertrágica · Antitrago · Lóbulo L destituído de cartilagem - Função: coletar e conduzir o estimulo sonoro para o meato acústico externo. - Vascularização: arteria auricular posterior e temporal superficial. - Inervação: nervos auricular magno e auriculotemporal. Meato acústico externo: - 1/3 cartilaginoso - 2/3 ósseos - Tem aproximadamente 25 mm - Função: proteger a membrana timpânica e conduz as ondas sonoras para a orelha média. Orelha media Composto por: 1. Membrana timpânica 2. Ossículos (martelo, bigorna e estribo) 3. Músculos tensor do tímpano e estapédio 4. Cavidade timpanica 5. Tuba auditiva Cavidade timpanica - É o espaço interno à membrana timpanica. Paredes da cavidade timpânica 1. Teto (tegmental): limite com com a fossa craniana media. 2. Assoalho (jugular): limite com a fossa jugular. 3. Parede medial (labiríntica): proeminência do VII. 4. Parede lateral (membranócea): membrana timpânica. 5. Parede anterior (carótida): limite com a arteria carótida interna. 6. Parede posterior (mastóidea): limite com a mastoide. Membrana timpânica - Porções: tensa e flácida - Funções: separar a orelha media da externa e transmitir vibrações sonoras para cadeia ossicular. - Umbigo do tímpano: projeção da extremidade do cabo do martelo no tímpano - Triângulo luminoso: se forma quando a luz é refletida na membrana timpanica (quadrante ântero-inferior) As partes externa e media estão relacionadas com a transferencia de som para a orelha interna, que contem o órgão do equilibrio e da audição. A membrana timpanica separa a orelha externa da orelha media. A tuba auditiva conecta a orelha media à parte nasal da faringe. Lesão à orelha externa - Hematoma auricular - Não tratado -> interrompe o suprimento sanguíneo. - Orelha “couve-flor” * Boxeadores Otite externa - Infecção bacteriana do meato acústico externo - Coceira e dor na orelha externa Perfuração da membrana timpanica - Pode resultar de uma Otite media - Causa de surde da orelha media - Rupturas menores: cicatrizam espontaneamente. - Rupturas grandes: reparo cirúrgico. Anatomia cabeça e pescoço Lorena Loureiro @Sinapsesdalore O!ículos da audição - Martelo: se fixa na membrana timpanica. - Bigorna: entre o martelo e o estribo. - Estribo: ocupa a janela do estribo Tuba auditiva - Conecta a cavidade timpânica com a parten nasal da faringe. - 1/3 ósseo - 2/3 cartilaginosos - Função: equilibrar as pressões entre a orelha média e a orelha externa * Viagens e pousos de avião podem gerar um comprometimento da função da tuba auditiva de equilibrar as pressões. - Irrigação: arteria faríngea ascendente, ramo da carótida externa e meningea média e do canal pterigóideo. Orelha interna - Contém o órgão vestibulococlear. L recepção do som e manutenção do equilibrio. Subdivisão - Labirinto anterior (cóclea) - Labirinto posterior (vestíbulo - sáculo e utrículo e canais semicirculares) - Labirinto ósseo (perilinfático - revestido pela perilinfa): · Cóclea · Vestíbulo · Canais semicirculares. - Labirinto membranoso (endolinfático - revestido pela endolinfa): · Ducto coclear · Ductos semicirculares · Vestíbulo membranoso Cóclea - Contém o ducto coclear + Canal espiral. - Ramos do nervo coclear (ramo coclear do VIII par craniano) Cóclea (internamente) - Rampa vestibular (superior) - Rampa timpânica (inferior) - Rampa média (dúctio coclear) Órgão de Corti (ducto coclear) - Membrana tectória - Membrana basilar - Células ciliadas O ramo coclear do VIII par inerva as células ciliadas Helicotrema: orifício de comunicação entre a rampa vestibular e rampa timpânica. Órgão de corti Constituição: - Esteriocilios - Células ciliadas externas e internas - Células de sustentação Diferença da célula ciliada interna x externa Inervação - Ouvido interno é inervado pelo nervo craniano VIII, que sai da ponte e entra no conduto auditivo interno -> chega no labirinto e se divide em: 1. Ramo anterior: inerva a cóclea 2. Ramo posterior: inerva os canais semicirculares e vestíbulo. - O nervo facial sai do angulo pontocerebelar e entra pelo conduto auditivo interno -> relação com a orelha media, canais semicirculares laterais, bigorna e parede posterior do conduto externo. Divide-se em: 1. Nervo estapédio: ativa o músculo estapédio e protege a orelha interna de trauma acústico. 2. Nervo corda do tímpano: inervação gustativa da língua. Células ciliadas externas 3-5 fileiras Esterocilios mais longos Recebem menos fibras do nervo coclear Células ciliadas internas Fileira única Esterocilios curto Recebem mais fibras do nervo coclear Orelha interna Anatomia cabeça e pescoço Lorena Loureiro @Sinapsesdalore Fisiologia da audição Orelha média 1. Contração dos músculos tensor do tímpano e estapédio 2. Tensor do tímpano - Quando som muito intenso, puxa o cabo do martelo para dentro da cavidade timpânica. 3. Estapédio - Puxa o estribo para fora da janela oval 4. Transformador de impedâncias -> permite que o som seja transmitido de um meio aéreo para um meio líquido endococlear . 5. Amplificação do som (mecanismo hidráulico da OM) - O som é conduzido pelo CAE, chega na MT, passa pela cadeia ossicular, chegando na janela oval - A pressão sonora que atinge a janela oval é muito maior, pois ela é pequena comparada a MT (pressão na platina do estribo) 6. Articulação entre os ossiculos Orelha interna. 1. Estímulo sonoro chega na membrana timpânica 2. Passa pela cadeia ossicular 3. Estribo passa a vibração para a rampa vestibularca - Movimentação da perilinfa 4. Abaulamento da janela redonda, com isso - Vibração da membrana basilar do órgão de Corti 5. Movimentação das células ciliadas externas - Abertura dos canais iônicos, ocorrendo uma despolarização das células ciliadas externas. 6. Movimentação das células ciliadas internas - Abertura dos canais ionicos e consequentemente despolarização das células ciliadas internas 7. Estímulo elétrico passa das células ciliadas internas para o nervo coclear. Resumindo ... A vibração das ondas sonoras serão conduzidas para o CAE, fazendo vibrar a membrana timpânica, sendo encaminhada a onda sonora pela cadeia ossicular, movimentando fluidos intracocleares e no órgão de corti vai haver a transdução elétrica, tranformando estímulos mecânicos em elétrico, que será transmitido pelo nervo coclear para o cerebro. @Sinapsesdalore Propedêutica Bucofaríngeo Oroscopia - Inspeção da cavidade oral - Língua e tonsilas - Palato duro e mole - Tórus e mucosa jugar. Avaliação da língua - Verificar a cor, as papilas, os frênulos linguais, a lateral da língua, palpar a língua.l - Freio lingual - Dorso da língua - Base da língua: rânula (cistos) - Freio: anquiloglossia (língua presa) Avaliação das gengivas - Observar áreas de hiperemia, sangramentos, tumorações ou ulcerações.Avaliação da arcada dentaria - Ao iniciar o exame físico, é necessário solicitar ao paciente que retire todas as próteses dentárias removíveis e verificar se a higienização esta adequada. - Mordida aberta ou cruzada - Estado de conservação dos dentes - Cáries - Abaulamentos ósseos Avaliação das tonsilas - Verificar tamanho e simetria - Presença de exsudato, ulcerações, tumores ou abaulamentos _ Observar a presença de caseum e o tamanho das criptas - Clinicamente, as tonsilas podem ser avaliadas usando as classificações de Brodsky e Mallampati. Pirâmide nasal - BASE: formada pela abertura piriforme. - VÉRTICE: pela ponta nasal. - MARGENS: correspondem aos sulcos formados pelos encontros dos processos frontais e alveolares da maxila com as faces laterais do nariz externo e as asas do nariz. Septo Nasal: ósseo e cartilagíneo 1. Lâmina perpendicular do etmoide 2. Vômer: osso achatado e fino 3. Cartilagem do septo nasal Classificação de Brodsky (grau de obstrução da tonsila) - Grau 0: tonsilas situadas na fossa tonsilar sem causar obstrução da via aérea e orofaringe. - Grau 1: tonsilas situadas levemente fora da fossa tonsilar, com saudação alérgica Palpação tátil - Detectar sinais flogisticos como calor local, dor à palpação, flutuações e mudanças na espessura, consistência e dureza da pele. - História de trauma nasal ou em face devem-se procurar traços de fratura, crepitações e dor. - Abaulamentos, avaliar à sua extensão, aderências aos planos profundos, presença de dor e flutuação, que sugerem lesões expansivas. Rinoscopia - Com auxílio do espéculo nasal, de tamanho adequado para cada paciente, promove-se a lateralização da asa do nariz. - A rinoscopia anterior deve primeiramente ser realizada com o paciente olhando de frente para o examinador. Assim é possível ver: · Inferior: o assoalho da cavidade nasal e verificar a presença de secreções ou lesões anormais. · Lateral: a cabeça da concha inferior, observar a coloração da sua mucosa, que pode variar desde o róseo (normais), passando pelo pálido- violáceo (atópicos), até a vermelha (processos infecciosos agudos). A hipertrofia e/ou degeneração polipoide da concha inferior. · Medial: a presença de deformidades, perfurações (traumas, doenças granulomatosas) e abaulamentos (abscessos) no septo. Pirâmide nasal - BASE: formada pela abertura piriforme. - VÉRTICE: pela ponta nasal. - MARGENS: correspondem aos sulcos formados pelos encontros dos processos frontais e alveolares da maxila com as faces laterais do nariz externo e as asas do nariz. Septo Nasal: ósseo e cartilagíneo 1. Lâmina perpendicular do etmoide 2. Vômer: osso achatado e fino 3. Cartilagem do septo nasal - Solicitar que o paciente recline a cabeça para trás, é possível examinar a porção alta das cavidades nasais. Pode-se ver: · Lateralmente: a cabeça do corneto médio e o meato médio. No nível do meato médio, escoam as secreções provenientes dos seios frontal, maxilar e etmoidal anterior. Hipertrofias e conchas bolhosas dos cornetos médios, assim como abaulamentos, edemas, secreções anormais, pólipos ou lesões expansivas nos meatos médios, são sugestivos de comprometimento secundário dos seios paranasais correspondentes. · Medialmente: o septo, observar presença ou ausencia de desvio. Endoscopia nasal - Consegue ver a porção posterior do nariz - Não visualiza os seios da face. Radiografía - Principalmente para fraturas - Ex: fratura de adenoide (trata com corticoide ou cirurgia) Tomografia computadorizada - Deve ser somente utilizada em casos de suspeita de complicações orbitárias e intracranianas das rinossinusites, casos crônicos, confirmação de diagnóstico (alterações de mucosa, tipo de secreção nos seios, variantes anatômicas, etc.) - Padrão ouro para rinossinusites - Só visualiza seios da face com tomografia - Menor que 5 anos não tem sinusite, tem etmoidite Propedeutica e exames otorrinolaringologicos @SinapsesdaloreLorena Loureiro O diagnostico de Sinusite aguda é CLÍNICO e não precisa de exames de imagem !" # $% &'()** $' +'',-.! ,/% 01-2-3!&! !10!24',1' @Sinapsesdalore Propedêutica do pescoço Palpação cervical - Palpação submentoniana temos os músculos milo-hióideo, digástrico, glândula salivar, linfonodos. Os linfonodos podem ser submentonianos (abaixo do queixo) ou submandibulares. - Palpar a tireóide, cartilagem tireóide (pomo de adão), embaixo tem uma depressão que é a cartilagem cricotireóidea. E próximo a fúrcula, tem-se o istmo da tireoide. - É possível palpar também o músculo esternocleidomastóideo. Sua palpação é importante porque ele será o ponto de referência para classificar os linfonodos cervicais. Abordagem posterior: · Paciente na frente do examinador com pescoço levemente estendido · Examinador colocara as duas mãos ao redor do pescoço do paciente · Pedir para o paciente deglutir, examinando a cartilagem tireoide Cla!ificação dos linfonodos cervicais - Na região submentoniana, temos: L Região I -> entre o osso hioide e o músculo milo-hióideo. L Região II -> da base do crânio à borda inferior do osso hioide, posteriormente à glândula submandibular, anteriormente ao músculo esternocleidomastóideo e acima do bulbo carotídeo. L Região III é a região média. L Região IV -> da margem inferior da cartilagem cricóide (istmo da tireoide) à clavícula, lateralmente às artérias carótidas L Região V é a região posterior ao esternocleidomastoideo, acima do trapézio. L Região VI é a região anterior, entre os esternocleidomastóideos, entre o osso hioide e a fúrcula. . Propedêutica da orelha Queixas principais: - Hipoacusia/perda auditiva associada a otorreia, otalgia e otorragia. - Tontura - Zumbido Exame físico Otoscopia (Usar o otoscópio) - Orelha externa, avaliar se há alterações como: L Anotia (sem pavilhão) L Microtia (pavilhão pequeno) L Poliotia (2 pavilhões) L Outros: edema, abaulamento, secreção, hiperemia. - Conduto auditivo externo, avaliar: L Coloração, edema, tumorações, secreções, cerume, sangue. - Membrana timpânica L Normal: arredondada, parece um cone, coloração cinza-translúcido ou perlácea, transparência. L Possível ver o triângulo luminoso de Politzer (anterior inferior) e o cabo do martelo L Alteração: hiperemiada,amarelada, opaca, placas esbranquiçadas, arroxeada, abaulada, retraída. L Importante ver se há perfuração ou não - Cavidade timpânica, visualizar: L Integridade dos ossículos e aspecto da mucosa L Depende se a MT está perfurada ou não Palpação - Pavilhão auricular - Região mastoidea - Procura de linfonodos, tumores, cistos.... Ausculta - Para avaliação de fístulas, aneurismas e má formações arteriovenosas Avaliação vocal - Rouquidão - Aspereza (fumante) - Soprosidade (efeito de bernowilly) - Tensão (força, dor) - Tempo de instalação (usa muito a voz? estresse vocal - pólipo, cisto...) - Abuso vocal - Fatores de risco para carcinoma (tabagismo, álcool, radiação, idade e HPV) Propedeutica e exames otorrinolaringologicos @SinapsesdaloreLorena Loureiro Ao identificar uma massa ou linfonodo, dizer a localização, o tamanho, o número, se é doloroso, móvel, sensível, aderido, consistente, duro ou mole !" # @Sinapsesdalore Testes com diapasão - Testes por via óssea - Testes por via aérea - Testes mistos Teste de Weber (via ó!ea) - Sensível para perdas auditivas condutivas - O diapasão deve ser colocado na linha média do crânio do paciente, na testa, na glabela e nos incisivos superiores ou inferiores. _ O paciente deve informar se escutou o som na linha média, orelha direita ou esquerda. L Normal: vibrar nas 2 orelhas L Perda auditiva unilateral: lateralização para um dos lados · Neurosensorial: orelha sadia (ex: nervo) · Condutiva: orelha afetada (ex: cera) Teste de Rinne (misto) - Útil para diferenciar perda condutiva e neurossensorial - O diapasão é colocado na apófise do mastoide do paciente ate o desaparecimento da percepção sonora, e depois na região anterior do trago, sem toca-lo. L Normal: via aérea melhor que via óssea (Rinne +) L Perda auditiva de percepção -> via aérea melhor que via óssea com percepção diminuída (rinne + patológico) L Perda auditiva de condução -> via óssea melhor que via aérea (rinne -) Avaliação do equilibrio - Teste de Roomberg - Teste de Fukuda/Utemberg - Dix Hallppike - Avaliação da marcha - Avaliação de coordenação (índex-nariz, índex- índex) - Teste de Barany Teste de Romberg - O paciente é colocado em posição ortostática, com os calcanhares unidos e pontas dos pés separados em 30°, cabeça reta, braços ao longo do corpo na posição anatômica, olhos fechados durante um minuto. - O exame é considerado alterado se houver queda. - Quando o teste traz dúvidas, podemos sensibilizá-lo através de algumas manobras: L Manobra de Jendrassik: mãos em oposição e cotovelos na horizontal. L Romberg- Barre: colocando-se em pé um diante do outro, em linha reta, diminuindo a base de sustentação. - Nas afecções centrais, a queda ocorre geralmente para frente ou para trás (Romberg clássico) enquanto nos distúrbios do sistema proprioceptivo, não há lado preferencial para a queda. - Nas cerebelopatias o paciente procura manter a base alargada (abasia), caindo ao aproximar os pés, mesmo de olhos abertos. - Classicamente quando há queda com lateralização para direita ou esquerda pede-se ao paciente para girar a cabeça primeiro para a direita e depois para a esquerda para observar se há alteração na direção da queda, dependendo da posição do labirinto posterior (Romberg Vestibular). Teste de Unterberger - Avalia o equilíbrio dinâmico. - O paciente executa 90 passos, sem deslocar-se com os olhos fechados, como se estivesse “andando sem sair do lugar”. - Estará alterado se o paciente realizar desvio do corpo maior que 45° para um dos lados ou deslocar-se por mais de um metro. Neste caso, o teste é positivo e, provavelmente tem uma lesão periférica. - Nas lesões vestibulares agudas unilaterais, o paciente desvia para o lado do labirinto hipoativo. - Indivíduos com lesões sérias do sistema vestibular podem ser incapazes de realizar o teste ou movimentar-se de maneira descostrolada. - Quando há comprometimento do SNC, o corpo costuma oscilar durante a marcha, eventualmente com queda. Propedeutica e exames otorrinolaringologicos @SinapsesdaloreLorena Loureiro !" # @Sinapsesdalore Teste de Fukuda - O teste é realizado sobre três círculos concêntricos desenhados no chão, cujos raios têm 0,5m de diferença entre si. Estes círculos são divididos em 12 partes iguais, por retas que cruzam o centro, formando um ângulo de 30°. - O paciente marcha, elevando os joelhos aproximadamente 45° sem deslocar-se, executando 60 passos (um por segundo) com os braços estendidos e os olhos fechados. - São considerados resultados patológicos se houver deslocamento maior do que 1m e/ou rotação superior a 30°. - Este teste é útil no acompanhamento de pacientes com patologias periféricas durante o tratamento, pois fornece sinais de compensação vestibula Manobra de Dix-Hallpike - Para nistagmos posicionais. - Paciente sentado sobre a maca, com a cabeça rodada 45º para o lado a ser avaliado; com a ajuda do examinador, o paciente assume rapidamente a posição de decúbito dorsal com hiperextensão cervical e cabeça pendente, mantendo a posição da cabeça rodada 45° para o lado. - O examinador observa os olhos do paciente à procura do nistagmo de posicionamento. Na presença de nistagmo, suspeitar de doença vestibular, provavelmente nos canais semicirculares lateral/anterior / posterior. A doença se chama vertigem postural paroxística benigna (VPPB) Avaliação da marcha - Avaliar o equilíbrio dinâmico. - Consiste em fazer o paciente andar para a frente e para trás com os olhos fechados. - Portadores de disfunção vestibular unilateral -> marcha em estrela. - Nos pacientes periféricos crônicos, os desvios são raros. - Quando existe doença central -> marcha atáxica ou espástica. Babinski-Weil: Pede-se ao paciente para andar para a frente (5 a 6 passos) e voltar de costas com os olhos fechados. Nos casos patológicos, ele desviará a marcha para o lado lesado. Teste de Barany - Avalia o equilíbrio estático. - Paciente de olhos fechados e sentada, ergue os braços para a frente. L Se os braços permanecem no mesmo local, o teste é negativo/ normal. L Se mover os braços em alguma direção, o teste é positivo/ alterado. L Em doenças periféricas, desviará o braço para o lado afetado. L Doença central, desviará o braço para o lado contrário a lesão. Teste do Reflexo Vestíbulo-Ocular (RVO) - O paciente permanece à frente do examinador com a cabeça rodada para a direita enquanto fixa o olhar em um ponto entre os olhos do examinador. O examinador move a cabeça do paciente rapidamente da direita para a esquerda, enquanto o movimento dos olhos do paciente é monitorado. - Quando o reflexo vestíbulo-ocular (RVO) está intacto, os olhos do paciente se mantêm fixos no alvo. Quando está comprometido, o reflexo ocular apresenta-se defasado em relação ao movimento da cabeça, obrigando o paciente a realizar movimento compensatório dos olhos, denominado sacada. - A positividade do teste sugere comprometimento vestibular ipsilateral ao lado testado. Assim, se o paciente apresenta sacada corretiva após o movimento da cabeça da direita para a esquerda, isso indica perda da função vestibular esquerda Testes de coordenação Prova de índex-nariz/ index-índex - Paciente realiza movimento de elevação e abaixamento dos braços, com os olhos fechados, usando os dedos do médico como referência. Se o paciente tocar o ponto de partida a prova é negativa. - Índex-nariz: de braços estendidos ao lado do corpo, com os olhos fechados, o paciente deverá realizar manobras tocando com a ponta de seu indicador a ponta de seu nariz. Propedeutica e exames otorrinolaringologicos @SinapsesdaloreLorena Loureiro !" # @Sinapsesdalore Tomografia Computadorizada das orelhas Indicações: - praticamente em todas as doenças, salvo casos agudos nas otites nao complicadas. Quando nao pedir: - otites agudas simples e otalgias inespecíficas. Propedeutica e exames otorrinolaringologicos@SinapsesdaloreLorena Loureiro ,! 5 Lorena Loureiro Doenças da orelha externa - Otite externa difusa aguda - Otite externa necrotizante ou maligna - Miringite granulosa ou otite externa granulosa - Otite externa bolhosa/hemorrágica - Otomicose - Otite externa aguda localizada ou furunculose - Celulite e erisipela - Pericondrite e condrite auricular - Dermatite de contato Fatores predisponentes - Ausência de cerume - Traumatismos - Supurações da OM - Substâncias cáusticas - Queimaduras - Corpos estranhos - Lavagens repetidas - Alterações de temperatura e umidade do ambiente Otite externa difusa aguda Conceito - Inflamação difusa do conduto auditivo externo (CAE) podendo atingir o pavilhão auricular e a membrana timpânica. - Conhecida como “orelha do nadador” Quadro clinico - Início agudo (menor que 3 semanas) - Associado a banhos de mar, piscina ou manipulação do CAE - Frequente no verão (clima quente e úmido) Sintomas principais - Dor - Prurido - Plenitude auricular - Perda auditiva - Otorrreia - Edema - Dor palpação do trago desproporcional ao quadro inflamatorio Estágios - Pré-inflamatório: é retirada a camada lipídica pelo trauma local - Inflamatório · Leve: hiperemia e edema + otorreia clara, dor no trago. · Moderado: dor e prurido e edema mais intensos, diminuição do lúmen do CAE e otorreia seropurulenta. · Grave: CAE obstruído com secreção cinza- esverdeada e descamação, pele edematosa, adenopatia, dor após mastigação/trago. - Inflamatório crônico: prurido mais prolongado, CAE com pele atrófica, sem cerume, seco e espessamento do canal (parece dermatite). Agentes etiológicos (bacterias) - Pseudomonas aeruginosa (gram -) (38%) - Staphylococcus epidermidis (9,1%) - Staphylococcus aureus (7,8%) Tratamento - Analgésicos: Paracetamol, dipirona, opióides e AINES - Antibiótico tópico local que cubra pseudomonas: Gentamicina - Antibiótico Oral (casos de acometimento do pavilhão auricular, abscessso) 1ª escolha: Ciprofloxacino - 3 gotas - 3x/dia - 8/8 hrs por 7 dias 2ª escolha (infecção mais grave ou associado a doença sistêmica): Amoxicilina + clavulonato - Corticoides tópicos: Dexametasona - Limpeza do CAE em consultório Prevenção - Remover cerume obstrutivo - Usar gotas auriculares ácidas - Usar protetores auriculares ao nadar - Evitar trauma ao CAE - Durante o tratamento: evitar banhos de imersão por 10 dias e proteger o CAE durante o banho. Otite Externa Necrotizante ou Maligna Conceito - Infecção potencialmente letal que começa no CAE e se estende até a base do crânio. - Mais comum em pacientes diabéticos, idosos e pacientes em estado de imunossupressã.o e pacientes HIV positivos. Agentes etiológicos - Bactérias: Pseudomonas aeruginosa (96-98%), Proteus mirabilis, S. Aureus, Klebisiella sp., S. epidermidis - Fungos: Cândida albicans e Aspergillus fumigatos. @Sinapsesdalore Doencas infecciosas da orelha @SinapsesdaloreLorena Loureiro Em caso de perfuração timpânica, não usar drogas que contenham álcool ou baixo pH devido ao risco de dor e otoxicidade. 6 $'7' 8%&'9!&! :9!7' Lorena Loureiro Quadro clinico Início: - Semelhante a otite externa difusa aguda Evolução (pode ser bilateral) - Otalgia lancinante (resistente a analgésicos) que irradia para região frontotemporal e parietal, com piora à noite - Otorreia fétida e purulenta - Hipoacusia condutiva leve - Sensibilidade e edema periauricular com tecido de granulação - Edema e hiperemia do CAE - Membrana timpânica geralmente intacta - Sem sinais sistêmicos (febre ou taquicardia) Biópsia - Importante para descartar carcinoma espinocelular Diagnóstico 1. Otalgia persistente (+ 1 mês) 2. Otorreia purulenta persistente associada a tecido de granulação por várias semanas 3. DM mellitus, idade avançada ou estados de imunossupressão 4. Envolvimento de pares cranianos - facial (7º), glossofaringeo (9º), vago (10º) e hipoglosso (12º). Complicações - Abscesso cerebral - Sinusite esfenoidal - Aneurisma micótico - Parotidite - Trombose de seio lateral e sigmoide Monitorização clinica - Hemograma - Velocidade eritrossedimentação (VHS) - Proteína C reativa (PCR) Exames de imagem - TC do osso temporal com contraste - RM (acometimento do SN) - Cintilografia Tratamento - Internação + ATB intravenoso - Controle da DM - Limpeza frequente do CAE Casos leves - Ciprofloxacino oral - Tratamento ambulatorial por ates 6 meses. Casos moderados - Ceftazidime (cefalosporina de 3o geração) - 4 a 6 semanas - 2g a cada 8/8hrs Otite externa difusa aguda Conceito - Inflamação difusa do conduto auditivo externo (CAE) podendo atingir o pavilhão auricular e a membrana timpânica. - Conhecida como “orelha do nadador” Quadro clinico - Início agudo (menor que 3 semanas) - Associado a banhos de mar, piscina ou manipulação do CAE - Frequente no verão (clima quente e úmido) Sintomas principais - Dor - Prurido - Plenitude auricular - Perda auditiva - Otorrreia - Edema - Dor palpação do trago desproporcional ao quadro inflamatorio Estágios - Pré-inflamatório: é retirada a camada lipídica pelo trauma local - Inflamatório · Leve: hiperemia e edema + otorreia clara, dor no trago. · Moderado: dor e prurido e edema mais intensos, diminuição do lúmen do CAE e otorreia seropurulenta. · Grave: CAE obstruído com secreção cinza- esverdeada e descamação, pele edematosa, adenopatia, dor após mastigação/trago. - Inflamatório crônico: prurido mais prolongado, CAE com pele atrófica, sem cerume, seco e espessamento do canal (parece dermatite). Prognóstico - 76% de sobrevida em 3 anos. - Recorrência entre 9% a 27% Otite Externa Granulosa ou Miringite granulosa Conceito - Desepitelização da MT com formação de tecido de granulação sem envolvimento da orelha média Etiologia - Secundária: otite externa ou cirurgias prévias - Inflamação refratária ao tratamento clínico. Quadro clinico - Otalgia leve - Sensação de plenitude aural - Drenagem de secreção purulenta fétida - Lesão ulcerada rasa em CAE ósseo - Tecido de granulação com MT integra Otoscopia - Área focal de desepitelização, granulação pólipos focal e formação de polipódio difusa sobre toda a MT - Pode ocorre perfuração timpânica, que normalmente se fecha sem envolvimento da orelha media. Diagnóstico Diferencial - Neoplasia - OEN É necessário realizar biópsia Tratamento - Remover tecido de granulação - Uso de antibióticos tópico ou sistêmico - Corticoides tópicos - Curativo local ou Gelfoam com gotas tópicas - Cauterização com nitrato de prata a 10% ou ácido ticloroacético a 70% Otite Externa Bolhosa ou Otite Externa Hemorrágica Quadro clinico - História de infecção de vias aéreas superiores - Melhora da dor após a drenagem - Otalgia intensa e súbita - Otorreia sanguinolenta ou serossanguinolenta - Hipoacusia - Perda auditiva condutiva Otoscopia - Bolhas hemorrágicas vermelho-azuladas cobrindo a pele do CAE ósseo e da MT @Sinapsesdalore Doencas infecciosas da orelha @SinapsesdaloreLorena Loureiro Associada a paralisia facial Alta Mortalidade 6 Lorena Loureiro Agente etiológico - Bactérias: Mycoplasma pneumoniae, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e Streptococcus B- hemolítico - Vírus: Influenza, parainfluenza, adenovírus e vírus sincicial respiratório Tratamento - Analgésicos, corticoides, antibióticos tópicos e sistêmicos (como a ampicilina, sulfa e eritromicina). - Paracentese das vesículas para descompressão e alívio da dor Otomicose Conceito - Infecção causada por fungos na pele do CAE Fatores de risco - Regiões tropicais, calor e umidade - Uso constante de gotas otológicas - Estenoses do CAE - Perda da camada protetora de cerume - Maior predisposição em DM mellitus e imunossuprimidos Agente etiológico - Aspergillus - Cândida - Actinomyces - Phycomycetes - Rhizopus - Penicillium Clínica - Prurido intenso - Plenitude auricular pelo acúmulo de secreções - Otorreia e otalgia Otoscopia - Conduto hiperemiado com pouco edema, e com presença de micélios fúngicos comdiversas colorações * Infecção por Cândida: massa esbranquiçada (semelhante a algodão) Tratamento - Remoção completa dos fungos e do macerado epitelial - Evitar entrada de água - Antifúngicos L Tópicos: Clotrimazol, Nistatina, Cetoconazol, Miconazol... L Sistêmicos: Cetoconazol, Itraconazol, Fluconazol e Terbinafina - Imunossupressão (anfotericina B) Otite Externa Aguda Localizada Conceito - Infecção dos pilos sebáceos no terço lateral do CAE, com foliculite, podendo evoluir para um abscesso ou furúnculo. Agentes etiológicos - Staphylococcus aureus Quadro clinico - Pequena pústula superficial até abscessos - Otalgia forte - Hipoacusia nos casos de oclusão do CAE - Secreção quando ocorre drenagem do abscesso Tratamento - Limpeza local - Analgésicos/AINE - ATB (antes da drenagem): Penicilina penicilinase-resistente, Cefalexina ou Clindamicina - Drenagem * Compressas quentes: podem drenar a lesão * Ponto de flutuação: incisado e drenado Celulite Auricular Conceito - Infecção da pele e do tecido subcutâneo que acomete a orelha externa e estruturas anexas - Pode ser por trauma ou extensão de uma otite externa Agente etiológico - Streptococcus ou Sthapylococcus Clínica - Dor - Edema - Hiperemia - Podendo haver febre e calafrios Tratamento - Analgésicos - ATB Penicilina V/B Clindamicina Cefalexina Erisipela Conceito - É uma celulite superficial causada pelo Streptococcus pyogenes, com envolvimento de vasos linfáticos. @Sinapsesdalore Doencas infecciosas da orelha @SinapsesdaloreLorena Loureiro 6 Lorena Loureiro Quadro clinico - Lesão endurecida, avermelhada, dolorosa, com bordas delimitadas e irregulares - Pode haver vesículas e/ou bolhas - Com envolvimento de vasos linfáticos - Geralmente acompanha febre, calafrios e cefaleia Tratamento - Analgésicos - ATB Penicilina V/B Clindamicina Cefalexina Pericondrite e condrite auricular Conceito - Processos inflamatórios do pericondrio e da cartilagem do pavilhão auricular, causados por extensão de processos infecciosos ou por trauma. Agente etiológico - Pseudomonas aeruginosa Quadro clinico - Hiperemia dolorosa - Endurecimento - Descamação da pele, com crostas e úlceras - Pode causar deformidade total e permanente da orelha (orelha em couve flor/do boxeador) Abscessos: devem ser drenados e mandados a cultura Tratamento - Antibióticos orais - Colocação de drenos - Cicatrização por segunda intensão Dermatite Conceito - São inflamações superficiais na pele Dermatite de contato: inflamação aguda ou crônica causado por uma ação irritante ou alérgica Dermatite atópica: inflamação crônica associada a asma e/ou rinite alérgica Dermatite seborreica: afeta glândulas sebáceas (caspas, muita descamação...) Quadro clinico - Prurido - Edema - Eritema - Exsudação - Crostas - Descamação Tratamento - Evitar agente estressor - Corticoide tópico - Anti-histamínicos Herpes Conceito - O vírus varicela-zóster pode acometer o aparelho auditivo, ocasionando no pavilhão auricular e canal erupções vesiculosas típicas, unilaterais, extremamente dolorosas. - A infecção herpética pode determinar um quadro mais amplo, não restrito ao canal, denominado SÍNDROME DE RAMPSAY-HUNT, quando além das vesículas desenvolve-se paralisia facial e surdez neurossensorial Otite Externa Eczematosa Conceito - Consiste em um processo alérgico, com reação de hiperssensibilidade da pele do MAE. - O quadro é em geral crônico, ou pelo menos recidivante. Fatores predisponentes - A alergia pode ser desencadeada por ingestão de alimentos, por medicamentos, e não raro por situações de conflito emocional ou stress. - A contaminação das lesões eczematosas da pele por agentes bacterianos é muito frequente, desencadeando quadro de OEDA. Quadro Clinico: - Prurido intenso de MAE - Descamação furfurácea da pele - Exudação de liquido seroso amarelado Tratamento: - Evitar fatores desencadeantes - Corticóides tópicos e antihistamínicos. Doenças da orelha media - Otite media aguda (OMA) - Otite média aguda recorrente - Otite média serosa ou de efusão - Otites médias crônicas - Complicações da otite média Otite Média Aguda Conceito - Surgimento rápido de sinais e sintomas de inflamação do mucoperiosteo da orelha média, de etiologia viral ou bacteriana @Sinapsesdalore Doencas infecciosas da orelha @SinapsesdaloreLorena Loureiro 6 Lorena Loureiro Epidemiologia - Predomínio em lactentes - Pico de incidencia: 6-12 meses Fatores de risco Fatores extrínsecos - Fator sazonal - Infecção das vias aéreas superiores (IVAS) - Baixo nível socioeconômico - Aglomerados (creches) Fatores intrínsecos - Genética - Idade - Hipertrofia de adenoides - Doença do refluxo gastro-esofágico - Fenda palatina Fatores alérgicos - Fumaça de cigarro - Hiperplasia das células calciformes com hipersecreçao da mucosa e diminuição do transporte mucociliar. Patogênese - A tuba auditiva da criança é mais e horizontalizada do que a do adulto, o que facilita a ocorrência de infecção para a orelha media. - Frequentemente é precedida em 3-4 dias por IVAS. Agente etiológico - Vírus: vírus sincicial respiratório (15%), influenza A e B (5%), adenovírus (5%). - Bactérias: S. pneumoniae (40%), H. influenzae (30%) e M. catarrhalis (10%) e S. pyogens (2-3%). Sinais e sintomas - Otalgia (+ frequente e específica) - Febre (presente ou não) - Outros: irritabilidade, diminuição do apetite, vômitos, diarreia e fadiga Otoscopia Diagnóstico - Principal: abaulamento da membrana timpânica (MT) associados a hiperemia - Mudanças de translucidez, forma, cor (vermelha sugere fase inicial e viral; esbranquiçada/amarelada sugere secreção purulenta de OMA bacteriana), vascularização e integridade. - Nível hidroaéreo sugere fase de resolução. Tratamento (maioria tem resolução espontânea) - Analgésicos - Antibiótico empírico: L Amoxacilina + clavulonato - 850 mg - 7 dias L Outros: Amoxacilina, Cefalosporina de 2o e 3o geração (ex: Ceftriaxona) - Drenagem Falha no tratamento: Ceftriaxona - IM - 50mg/kg/ dia por 3 dias Otite Média Aguda Recorrente Quadro clinico - Quando os episódios se tornam frequentes: - Presença de 3 ou mais episódios de OMA em um período de 6 meses ou - 4 ou mais episódios em um período de 12 meses * Os episódios devem ter intervalo de tempo, devendo haver melhora da OM entre os episodios, ficando livre de efusão Fatores de risco - 1º Episodio de OMA antes dos 6 meses - Frequentar creche - Tabagista passivo - Ausência ou curta duração do aleitamento materno - Outro filho com OMA. Tratamento: - Timpanotomia: para inserção de tubo de ventilação - Adenoidectomia Vacinação - Previne infecção pelos vírus e bactérias mais prevalentes da etiologia - Pneumococo, Influenza e H. influenza não tipavel Otite Média Serosa ou OM com efusão Conceito - Presença de fluido na orelha média, na ausência de sinais e sintomas de infecção otológica aguda. - Efusão da orelha média: reduz mobilidade da MT, formando barreira na condução sonora - Fluido: pode ser mucoide, seroso, sanguinolento, serossanguinolento, purulento ou combinação Classificação - Aguda: menos que 3 semanas - Subaguda: de 3 semanas a 3 meses - Crônica: maior que 3 meses @Sinapsesdalore Doencas infecciosas da orelha @SinapsesdaloreLorena Loureiro 6 Lorena Loureiro Epidemiologia - Mais frequente entre 6 meses a 4 anos, após OMA ou IVAS Sinais e sintomas - Falta de atenção - Alterações comportamentais - Dificuldade em acompanhar uma conversa em volume normal - Uso de aparelhos com som excessivamente elevado - Atraso na fala ou linguagem - Problemas de equilíbrio Otoscopia - Bolhas de secreção e nível hidroaéreo sugere fase de resolução do processo. - A MT pode estar menos transparente/opaca e a efusão pode atingir tons azulados (blue ear drum) ou viscosa (glue ear), Testes - Timpanometria confirma diagnóstico mostrando curva de Jerger tipo B - Miringotomia(padrão ouro) - Teste auditivo (atraso de linguagem ou deficiência auditiva significativa por mais de 3 meses) Tratamento - Pode ter resolução espontânea (3 a 6 meses) - ATB (poucos efetivos) L Ciprofloxacino - 3 gotas - 3x/dia - 8/8hrs - 7 dias - Corticoesteroides - Insuflação - Anti-histamínico - Descongestionante - Cirúrgico L Timpanectomia para inserção de tubo de ventilação (1o escolha) Otites Médias Crônicas Conceito - Condição inflamatória, infecciosa ou não, associada ou não a perfuração da membrana timpânica e otorréia - Duração maior que 3 meses - Inflamação e alterações teciduais irreversíveis Etiologia - OMA supurativa - OMA necrotizante - Disfunção tubária isolada - Trauma - Tumores - Doenças sistêmicas (granulomatose de Wegenee, histiocitose X) Classificação Não específica - Não coleosteatomatosas: perfuração central, perfuração marginal, retração timpânica * Perfuração bonitinha, retração = “tímpano sugado” - Colesteatomatosas: colesteatoma primário, secundário e congênito - Otite media crônica silenciosa (nao tem perfuração) Específica - TB, actinomicose, luética e outros.... Otite Média Crônica Não Colesteatomatosa Formas clinicas - Perfuração de membrana timpanica · Perfuração permanente (LILLIE TIPO I) · Mucosite tubotimpânica (LILLIE TIPO II) - Retração de membrana timpânica Tratamento - Clínico (“secar orelhas”) - Cirúrgico · Timpanoplastia · Tímpanomastoidectomia: exérese dos tecidos de granulação e pólipos · Arejamento aticoantral · Não obliterar a tuba auditiva @Sinapsesdalore Doencas infecciosas da orelha @SinapsesdaloreLorena Loureiro Diferença para a OMA: NÃO tem DOR! 6 Lorena Loureiro Otite Média Com Efusão Crônica Conceito - Quando a efusão permanece por mais de 3 meses, sem sinais inflamatórios agudos - Essa efusão pode provocar hipoacusia condutiva de leve a moderada, flutuante ou persistente - Pode ter repercussões na fala, linguagem e aprendizado Diagnóstico diferencial entre OMA x OME - OME: presença de líquido na orelha com ausência de dor e outros sintomas - OMA: Abaulamento, hiperemia da MT, febre e otalgia Formas - Forma silenciosa - Hipoacusia leve e não perceptível pelo paciente - Hipoacusia importante, acompanhada ou não de zumbido ou desequilíbrio Otoscopia - Secreção serosa: MT translúcida, que permite a visualização de um líquido na orelha média - Secreção mucoide: MT espessa, diminui translucidez e mobilidade e tem aumento da vascularização Otite Média Crônica Colesteatomatosa Definição - Crescimento de pele em cavidade timpânica ou mastóide - Pode ser adquirido primario ou secundario - Ou congênito Tratamento - Clínico - Cirúrgico L Pré-operatorio -> Diminuir a otorreia · Gotas otologicas · Limpeza local · Antibiótico sistêmico Otite Média Crônica Silenciosa Conceito - São alterações teciduais inflamatorios irreversíveis na fenda auditiva associadas a uma membrana timpanica integra. - Situa-se entre estágios ativos, com aumento da vascularização da mucosa e submucosa, infiltrados inflamatórios agudos, ulcerações e tecido de granulação imaturo; e cicatriciais nos quais predominam a fibrose e a neoformação óssea. Complicações das otites medias - Perfuração da MT L Qualquer quebra na integridade da membrana timpânica. L Podem ser: centrais ou marginais; benignas ou malignas —> Benigna: se restringe à doença tubotimpânica —> Maligno: patologia aticoantrais L Avaliação audiométrica completa é mandatória L Perda auditiva é do tipo condutiva L Tratamento: cirúrgico —> miringoplastia - Outros: Timpanoesclerose, atelectasia, erosão ossicular, perda auditiva condutiva ou neurossensorial Complicações extracranianas . - Abscesso Retroauricular é a forma mais frequente das complicações extracranianas das OM. Apresenta-se como um abaulamento retroauricular, febre, toxemia e dor intensa. - Fístula Labiríntica: É a complicação extracraniana mais frequentemente associada a colesteatoma. Complicações intracranianas - A complicação intracraniana mais frequente é a meningite, seguida de abscesso cerebral, tromboflebite do seio sigmoide, abscesso epidural, empiema subdural e hidrocefalia otogênica. - Com exceção da meningite, que geralmente é uma complicação de um quadro de otite média aguda, as complicações intracranianas são, normalmente, decorrentes de OMC colesteatomatosa ou não. - As vias de disseminação das complicações intracranianas podem ser: por contiguidade (disseminação hematogênica ou via tromboflebite) ou por continuidade (através da parede óssea por osteíte). - Sintomas predominantes nas complicações intracranianas são febre persistente, cefaleia e otorreia purulenta. @Sinapsesdalore Doencas infecciosas da orelha @SinapsesdaloreLorena Loureiro 6 Lorena Loureiro Caso 1 - Jovem mulher de 30 anos, comparece em consultório com queixa de otalgia leve direita e hipoacusia. Refere ter ido ao OS no 2º dia do quadro, onde fora prescrito ceruminolítico e ibuprofeno. Sem febre, sem comorbidades e sem alergias. Descreva a otoscopia - CAE com edema, hiperemia e presença de vesículas e bolhas. Qual o diagnostico? - Otite externa aguda herpetiforme Quais as etiologias mais comuns de!e quadro? - HERPES Você concorda com o tratamento prescrito? - Não, o certo seria iniciar um antiviral (aciclovir) Compareceu no 5º dia no consultorio de ORL com a piora do quadro e esse aspecto. Descreva a imagem - Pavilhão auricular com hiperemia, edema e otorreia (pericondrite). Qual o diagnostico? - Pericondrite Quais as etiologias mais comuns de!e quadro? - Pseudomonas aeruginosas Exames complementares? - Hemograma, cultura, Tratamento - Antibiótico oral devido à otorreia (amoxicilina + ácido clavulônico e gota otológica), antibiótico tópico (pomada – neomicina, ácido fusídico) Caso 2 - Mulher de 42 anos. Refere síndrome gripal com rinorreia persistente clara por 1 semana, seguida de início de hipoacusia e dor na orelha esquerda, intensa e lancinante. Sem comorbidades, sem uso de medicamentos, sem alergias. Descreva a imagem - Membrana timpânica abaulada com presença de secreção purulenta do lado direito (ambas as imagens são do lado direito) Qual o diagnostico? - Otite media aguda Quais as etiologias mais comuns de!e quadro? - Etiologias mais comuns: sazonalidade, gripes, IVAS, etc. - Agentes etiológicos mais comuns: Haemophilus influenzae, moraxella catharralis e streptococcus pneumoniae Exames complementares - Não precisa Qual tratamento prescrito? - Antibiótico oral (amoxicilina + acido clavulônico), analgésicos, lavagem nasal e spray com corticoide nasal A paciente não seguiu o tratamento de maneira adequada, retornou com alívio da dor, mas diz que agora tem secreção saindo da orelha. Recomendado seguir o tratamento prescrito, agora associado com gota otológica. O que você acha que aconteceu aqui? - A paciente não fez o tratamento e evoluiu com uma otite média aguda supurativa/purulenta. Por isso, foi associada a gota otológica Fez o tratamento e voltou 2 semanas depois para revisão do ouvido. A única queixa é que não escuta muito bem da orelha esquerda. @Sinapsesdalore Doencas infecciosas da orelha @SinapsesdaloreLorena Loureiro Casos clínicos 6 ; .02! Lorena Loureiro Descreva a imagem - Perfuração timpanica Qual o diagnostico? - Perfuração timpanica O que você pensa como tratamento e seguimento? - Cirurgia é a indicação de tratamento – timpanoplastia - Seguimento: avaliação audiológica completa Caso 3 Descreva esta otoscopia - Perfuração timpânica ampla com retração da membrana timpânica associada e presença de cadeia ossicular (martelo, bigorna e estribo). - Diagnóstico: otite média crônica. @Sinapsesdalore Doencas infecciosas da orelha @SinapsesdaloreLorena Loureiro Casos clínicos 6 Introdução - A avaliação audiológica básica é composta por audiometriatonal liminar, audiometria vocal e imitanciometria. - Para a realização do exame é fundamental a otoscopia: remoção prévia de qualquer obstáculo como cerume ou corpo estranho que possam interferir nos resultados Objetivo - Determinar a integridade do sistema auditivo, além de identificar tipo, grau e configuração da perda auditiva em cada orelha. Tipos de testes Subjetivos (necessitam de participação ativa do paciente para a realização) - Audiometria tonal - Audiometria vocal Objetivos (não necessitam da participação do paciente, pois é eletroacústico) - Imitanciometria (timpanometria e pesquisa dos reflexos estapedianos) - EOA - PEATE ou BERA Audiometria tonal - Teste padrão-ouro na determinação de grau, tipo e configuração das perdas auditivas. - Pesquisa do limiar auditivo - Auxiliar na localização da lesão (consegue ver se a perda é na orelha externa/média ou interna) - A audiometria determina, para cada frequência sonora audível, a menor intensidade detectável em via aérea e via óssea. - São testadas frequências que vão de 250 a 8.000 Hz, e as intensidades são medidas em decibéis (dB). - Os limiares auditivos tonais podem ser obtidos desde os seis meses de idade. - Para indivíduos expostos ao ruído ocupacional, deve-se respeitar repouso auditivo de pelo menos 14 horas antes do exame. Audiometria por via aérea - O fone é colocado no canal auditivo e o som percorre, na sequência, conduto auditivo, membrana timpânica, cadeia ossicular, cóclea, nervo auditivo. Audiometria por via óssea - O diapasão é colocado junto ao osso temporal, e a vibração sonora é transmitida diretamente à cóclea e, em seguida, ao nervo auditivo. Sem uso do complexo tímpano-ossicular. Audiograma e Simbologia · Audiometria tonal limiar ~> determina os limiares auditivos comparando os valores obtidos com os padrões de normalidade, usando como referência o tom puro · Audiômetro -> da pra selecionar a frequência, intensidade, via aérea, via óssea e setor de orelha (D e E) · Audiograma ~> é construído como uma grade, com as frequências em Hertz (Hz) e o nível de audição (NA) em decibel (dB) · Simbologia ~> específica para poder diferenciar: A) orelha direita da orelha esquerda B) condução aérea de condução óssea C) limiares mascarados de limiares não mascarados D) presença de reposta e ausência de resposta Resultado audiológico (tipo, grau, configuração e lateralidade da perda auditiva.) A) Quanto ao tipo da perda auditiva: - Espaço entre via óssea e via área: GAP - Exemplos de perda condutiva: otites médias, otosclerose (fixação do estribo na janela oval decorrente de foco otosclerótico) - Exemplos de perda neurossensorial: presbiacusia, PAIR, doença de Meniere. B) Quanto ao grau da perda auditiva: - 25 dB: não significativo - 26-40 dB: leve - 41-70 dB: moderado - 71-90 dB: severo - + de 91 dB: profundo C) Configaração D) Lateralidade - Bilateral - Unilateral - Simétricas - Assimétricas Audiometria Tonal Normal - Todos os limiares menores que 25 dB Audiologia basica Lorena Loureiro @Sinapsesdalore Grau: pegar 3 potências e dividir por 3 -> vai gerar o valor da perda auditiva ? @ A ---* ---* ' ---* BCD E FG(FG(H&4I)G) J FFK F F F 1L :9!0" $'7' Audiologia basica Lorena Loureiro @Sinapsesdalore ? @ Otosclerose - Doença hereditária que provoca um crescimento ósseo em torno do ouvido médio, impedindo- o de vibrar quando estimulado pelo som; - Causa fibrose ao redor da platina do estribo (borda antifenestra da platina do estribo), alterando a vibração da cadeia ossicular e provocando, então, uma perda auditiva condutiva; - Otoscopia normal; - É uma doença comum em mulheres de meia idade, afrodescendentes; Diagnóstico - É realizado com audiometria e TC para confirmar a esclerose; - Curva AR na timpanometria; Quadro clínico: - Perda auditiva essencialmente condutiva ou mista, afetando jovens, de caráter progressivo; - Pico máximo entre 30 e 45 anos; - Uni ou bilateral; - História familiar em cerca de 60% dos casos; - Tinnitus; - Sintomas vestibulares (curta duração e posicional); - Início precoce ( evolução rápida; - Início tardio -> evolução lenta. Tratamento - Clínico: bifosfonados - Cirúrgico: estapedotomia Perda auditiva induzida por ruído – PAIR - Perda auditiva induzida por ruido - São perdas auditivas neurossensoriais (cóclea) irreversíveis; - São bilaterais e simétricas; - Atingem preferencialmente as frequências altas (3, 4, 6 KHz) – fenômeno da gota acústica (Curva configuração V). Presbiacusia - Paciente idoso, acima de 60 anos - Perdas auditivas neurossensoriais - Perda nas frequências agudas - Curva com configuração descendente Doença de ménière - Perdas auditivas neurossensoriais - Geralmente apenas em uma orelha - Perda em frequências elevadas - Curva em configuração ascendente. Audiometria Vocal - É chamado também de Logoaudiometria - O examinador pronuncia palavras padronizadas em intensidades predeterminadas de acordo com a audiometria tonal e solicita ao paciente que as repita. - Função de confirmar o limiar audiométrico por via aérea e determinar a capacidade de discriminação da fala. - Composta por: limiar de reconhecimento de fala (LRF), limiar de detecção de voz (LDV) e o índice percentual de reconhecimento da fala (IPRF). Limiar de reconhecimento da fala (LRF ou SRT): - Valor mínimo de intensidade de bissílabos em que o indivíduo examinado consegue repetir com 50% de acertos. O valor normal é de até 20 dB; Limiar de detecção de fala (LDFouSDT): - Mede a menor intensidade com qual o paciente consegue detectar a presença de fala. - É realizado quando o paciente não consegue ou não quer repetir as palavras de SRT. Índice percentual de reconhecimento da fala (IPRF) ou índice percentual de discriminação: - É o percentual máximo de reconhecimento correto de monossílabos apresentados na intensidade de máximo conforto auditivo para o indivíduo examinado. - O valor normal deve ser entre 92 e 100% de acertos. - IPRF alterado: perda neurossensorial maior/ patologias retrococleares (nervo auditivo, tronco encefálico) Impedanciometria - A impedância acústica representa a oposição total que o sistema tímpano-ossicular oferece ao fluxo de energia sonora, e a admitância acústica expressa a facilitação com que a energia flui através do sistema. - Timpanometria - Pesquisa dos reflexos acústicos estapedianos Feito através do Imitanciometro Avalia a complacência da MT e do sistema timpano-ossicular Timpanometria - Mobilidade da membrana, funcionamento do ouvido médio - Verifica a variação da complacência decorrente da mudança de pressão no conduto auditivo externo Classificação de Jerger: - Tipo A: ouvidos normais ou disacusia neurossensorial - Tipo AS/AR: decréscimo da complascência – fixação ossicular; membrana espessada; timpanoesclerose. - Tipo AD: complascência muito aumentada – membrana timpânica flácida; interrupção cadeia ossicular. - Tipo B: curva achatada, complascência reduzida – efusão ouvido médio; perfuração na membrana; cerúmen. - Tipo C: membrana intacta, pressão negativa no ouvido médio - obstrução da trompa de Eustáquio. Audiologia basica Lorena Loureiro @Sinapsesdalore ? Reflexo Acústico Estapediano - Estímulo provocado pelo som intenso – contração reflexa do músculo estapédico. - Estímulo unilateral = contração bilateral; - Altera a rigidez da cadeia ossicular; - Produzida pelo estímulo entre 70 a 100 dB tom puro; - Reflexo que vai pelo VIII e volta pelo VII par de NC; - A presença de reflexos é esperada em todos os casos de audição normal e sem patologias da orelha média. Via aferente - Orelha no qual é dado o estímulo sonoro Via eferente - A orelha a qual a contração muscular é captada pela sonda do equipamento Via do reflexo ipsilateral - O som é dado na orelha, segue pela cóclea, segue pelo nervo coclear (ramo do vestibulococlear), segue para os núcleos cocleares, chega no plexo olivar superior e ao núcleo motor do facial (que inerva o músculo estapédio)