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SUSTENTABILIDADE SUMÁRIO 1 SUSTENTABILIDADE Histórico e evolução dos conceitos ....................................... 4 2 educação ambiental ................................................................................................ 10 3 abordagem sOcioambiental .................................................................................... 16 4 paramentros curriculares nacionais ........................................................................ 21 5 atividades interdisciplinares na educação ambiental .............................................. 28 6 globalização, meio Ambiente e sustentabilidade ..................................................... 36 7 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL .................................................................................... 42 8 AGENDA 21 ............................................................................................................ 52 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ............................................................................... 59 INTRODUÇÃO Prezado aluno, O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 1 SUSTENTABILIDADE HISTÓRICO E EVOLUÇÃO DOS CONCEITOS A palavra sustentabilidade ganhou grande destaque ao longo dos anos devido ao surgimento de grandes problemas ambientais no planeta terra ao nível nacional e internacional. Tais problemas nada mais são do que consequências das atitudes agressivas do homem para com a natureza, que tenta cada vez mais privar o meio ambiente de recursos para atender às suas necessidades, sem saber que esses recursos são finitos e necessários para a sobrevivência humana, que pode desencadear uma verdadeira crise ambiental (IANQUITO, 2018). Todo esse caos ambiental pode ser descrito da seguinte forma: A situação atual se encontra, social e ecologicamente, tão degradada que a continuidade da forma de habitar a Terra, de produzir, de distribuir e de consumir, desenvolvida nos últimos séculos, não nos oferece condições de salvar a nossa civilização e, talvez até, a própria espécie humana; daí que imperiosamente se impõe um novo começo, com novos conceitos, novas visões e novos sonhos, não excluídos os instrumentos científicos e técnicos indispensáveis; trata-se sem mais nem menos, de refundar o pacto social entre os humanos e o pacto natural com a natureza e a Mãe Terra. (BOFF, 2012, p. 15). Portanto, a sustentabilidade acaba por ser a solução para criar uma nova consciência em cada indivíduo e que haja uma melhoria gradual do meio ambiente (IANQUITO, 2018). Para entender melhor a sustentabilidade, pode-se dizer dito termo significa: [...] o conjunto dos processos e ações que se destinam a manter a vitalidade e a integridade da Mãe Terra, a preservação dos seus ecossistemas com todos os elementos físicos, químicos e ecológicos que possibilitam a existência e a reprodução da vida, o atendimento das necessidades do presente e das futuras gerações, e a continuidade, a expansão e a realização das potencialidades da civilização humana em suas várias expressões. (BOFF, 2012, p. 14). Nesse contexto, vale fazer algumas ressalvas sobre a diferença entre os conceitos de sustentabilidade e desenvolvimento sustentável e a evolução dos conceitos desses termos ao longo do tempo (IANQUITO, 2018). Sustentabilidade ambiental é a capacidade dos sistemas ambientais envolvidos no processo de desenvolvimento de assegurar o seu funcionamento, eficácia e eficiência de forma a mobilizar as potencialidades em que assenta este processo e a satisfazer as necessidades sociais e econômicas (CAVALCANTI, 2011). O seguinte conceito foi adotado para o desenvolvimento sustentável: O desenvolvimento que procura satisfazer as necessidades da geração atual, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de satisfazerem as suas próprias necessidades, significa possibilitar que as pessoas, agora e no futuro, atinjam um nível satisfatório de desenvolvimento social e econômico e de realização humana e cultural, fazendo, ao mesmo tempo, um uso razoável dos recursos da terra e preservando as espécies e os habitats naturais. (SCHRAMM; CORBETTA, 2015, p. 35). Diante da conceituação de sustentabilidade ambiental e desenvolvimento ambiental, pode-se concluir que possuem um caráter divergente. [...] desenvolvimento e sustentabilidade obedecem a lógicas diferentes e que se contrapõem. O desenvolvimento, como vimos, é linear, deve ser crescente, supondo a exploração da natureza, gerando profundas desigualdades – riquezas de um lado e pobreza do outro – e privilegia a acumulação individual. Portanto, é um termo que vem do campo da economia política industrialista/capitalista. A categoria sustentabilidade, ao contrário, provém do âmbito da biologia e da ecologia, cuja lógica é circular e includente. Representa a tendência dos ecossistemas ao equilíbrio dinâmico, à cooperação e à coevolução, e responde pelas interdependências de todos com todos, garantindo a inclusão de cada um, até dos mais fracos. Se esta compreensão for correta, então fica claro que sustentabilidade e desenvolvimento configuram uma contradição nos próprios termos. Eles têm lógicas que se autonegam: uma privilegia o indivíduo, a outra o coletivo; uma enfatiza a competição, a outra a cooperação; uma a evolução do mais apto, a outra a coevolução de todos juntos e inter-relacionados. (BOFF, 2012, p. 45). Em uma primeira visão, o desenvolvimento sustentável é o caminho para alcançar a sustentabilidade, ou seja, a sustentabilidade é o objetivo final de longo prazo (SARTORI; LATRÔNICO; CAMPOS, 2014). A evolução histórica do conceito de desenvolvimento sustentável começou com a preocupação com as questões ambientais através da publicação das obras Silent Spring (Carson, 1962); The population bomb (Ehlich, 1968) e a The Tragedy of the Commons (Hardin, 1968). Um dos marcos que desencadeou as primeiras discussões políticas sobre a intervenção humana no meio ambiente ocorreu em 1962, quando a bióloga marinha Rachel Carson publicou Silent Spring. Este livro tem como objetivo conscientizar o público sobre o abuso de pesticidas químicos usados nas plantações, que, segundo Rachel, estavam matando os pássaros e prejudicando o ecossistema local (OLIVEIRA; LEONETI; CEZARINO, 2019). O título alusão à falta de canto dos pássaros mortos por pesticidas na primavera. Para muitos, o livro marca o início da luta ambiental e da preocupação com a preservação dos ecossistemas terrestres, contrariando o ideal de desenvolvimento da época. A partir da década de 1960, começou a haver um desenvolvimento mais aprofundado na prática. Aos poucos, começou a ser observado que o crescimento econômico estava gerando problemas ecológicos e sociais alarmantes. Nos anos posteriores, várias reuniões entre países foram realizadas para discutir questões ambientais (OLIVEIRA; LEONETI; CEZARINO,étnicas, culturais e sociais, ajudando-os a conhecer-se, a afirmar a sua identidade pessoal, familiar e social, a realizar o seu potencial máximo, a orientar esforços para construir suas identidades e desenvolvimento holístico. 3ª) criar experiências e oportunidades de reforço que afirmem, expliquem e incentivem exemplos de atitudes e comportamentos que exemplifiquem os valores destacados pela educação ambiental para a vida, dá especial ênfase às expressões de solidariedade, participação e respeito por todas as formas de vida; expressão e crítica, quando as atitudes das crianças, adultos ao seu redor e da sociedade como um todo não respeitam valores universais, programas de educação e educação são considerados válidos e mostram rejeição ou mesmo indignação quando sugerem valores importantes. É importante sistematizar e interpretar os dados coletados a partir do uso de qualquer ferramenta escolhida. A avaliação sempre requer a análise das informações recebidas. Figura 2 – Diagrama para a avaliação dos projetos Fonte: Gruber; Pereira; Domenichelli, (2013). O processo de avaliação requer o estabelecimento de indicadores de desempenho. A função dos indicadores é medir e avaliar até que ponto os objetivos, resultados e produtos foram alcançados ou alcançados em um determinado momento e local. Para cada resultado/objetivo a ser alcançado, medido e avaliado, pode haver mais de um indicador. 6 GLOBALIZAÇÃO, MEIO AMBIENTE E SUSTENTABILIDADE A globalização é um tema muito amplo. Ainda mais quando o assunto é meio ambiente. Um eixo que norteia a exposição no sentido de me aproximar do que está acontecendo no Brasil agora, é o tipo de assunto que atravessa fronteiras, divide, isola. Bons ou ruins, os problemas atuais como a globalização e o meio ambiente têm o lado positivo de aproximar diferentes campos e dar a eles a tarefa de entender juntos o que está acontecendo no mundo hoje (SILVA, 2002). A questão ambiental tornou-se nos últimos anos um dos assuntos mais debatidos pela sociedade, tornando-se foco de intervenção e discussão dos Estados através de reuniões temáticas e órgãos supranacionais, com o papel da Organização das Nações Unidas (ONU) (TUNES, 2015). Esta perspectiva assume o significado da globalização como possibilidade de um mundo possível e menos desigual. É assim que podemos relacionar a ordem ambiental global com a possibilidade de criar um mundo diferente e possível por meio de vários acordos ambientais ao nível global. Globalização A globalização pode ser abordada de diversas formas, conceituada de diversas formas, pensada como um conceito multifacetado, uma palavra da moda que permeia os temas das mais diversas bases ideológicas nas últimas duas décadas. Sendo ela é um processo que se acentuou particularmente nas últimas décadas, impulsionado pelas inovações técnicas que surgiram diante dos nossos olhos e melhoraram rapidamente, onde basta um piscar de olhos para aumentar a velocidade de transmissão da informação com constante utilizam técnicas de atualização neste campo que atingem milhões de pessoas imediatamente, principalmente através da Internet, televisão, rádio, sistemas de satélite ou não, atingindo todo o planeta (CAVALCANTE; CAVALCANTE, 2009). Ela está longe de ser consensual, é, como veremos, um vasto e intenso campo de conflito entre grupos sociais, estados e interesses hegemônicos, por um lado, grupos sociais, por outro, estados e interesses subalternos, por outro: e mesmo dentro do campo hegemônico há divisões mais ou menos significativas (DIAS, 2015). Segundo Santos (2000) estima-se que a globalização beneficie apenas 1/3 da população mundial, deixando 2/3 de fora. Como podemos ver, não é a maioria que tem acesso às tecnologias de informação, nem todos podem viajar pelo mundo e conhecer outros continentes, em termos de renda é uma minoria que usufrui de todos os benefícios que advêm do capital mundial. Em relação ao período anterior, dois aspectos importantes do atual processo de globalização merecem destaque. A primeira diz respeito ao fato de que a economia global hoje é muito menos integrada do ponto de vista do mercado de trabalho. Por altura da Primeira Guerra Mundial, a mobilidade laboral internacional era tal que quase 1/3 da população europeia (60 milhões de pessoas) emigrou para a América, principalmente para os Estados Unidos. Muito importante para o crescimento econômico, acompanhado por um processo de dinamização do rendimento distribuição. A abertura da fronteira com os EUA abriu oportunidades de trabalho para milhões de trabalhadores pouco qualificados, especialmente agricultores, que, se tivessem permanecido na Europa, representavam uma massa de desempregados ou semi-empregados, desastroso para o poder de barganha da classe trabalhadora em sua luta para elevar os padrões de vida (ROMEIRO, 1999). O segundo aspecto diz respeito à natureza do atual processo de globalização. No período anterior, a crescente interdependência das economias nacionais era tratada principalmente pelo comércio internacional. Os fluxos de capitais devem permitir essencialmente investimentos na infraestrutura produtiva dos países exportadores de commodities. Por outro lado, o atual fenômeno da globalização representa uma nova etapa nas relações internacionais enquanto, a integração global também se realiza por meio da livre mobilidade de capitais, afetando todos os setores das economias integradas. A globalização atual implica a integração de dimensões transnacionais nas estratégias de atores econômicos individuais e suas respectivas redes baseadas na competitividade, resultando em uma única economia integrada composta por redes de empresas e suas relações financeiras (ROMEIRO, 1999). A globalização está trazendo essa nova configuração para a sociedade, transcendendo as fronteiras geográficas dos Estados e unindo suas economias, por assim dizer, pois os mercados financeiros estão interligados em uma rede global e o capital circula livre, implacável e rapidamente, sem preocupação com a economia cuidar da política de cada estado (SOUZA, 2008). A Globalização ocasiona a conversão espacial e temporal da economia mundial. No entanto, entre os processos não econômicos, a globalização está associada a questões relacionadas à terra, como a proteção ambiental, a expansão da democracia e, mais importante, a degradação ecológica do planeta Terra. “A globalização é, portanto, a transnacionalização do desenvolvimento econômico, social, político e cultural o que acontece no mundo” (CARVALHO; SOBRINHO; ZIBETTI, 2017). Globalização e meio ambiente Inicialmente, os humanos viviam em cavernas para se protegerem de animais de grande porte e estabeleceram um modo de vida chamado de caçadores-coletores. Os humanos eram em parte inferiores em comparação com outros animais, não tendo grandes habilidades como visão privilegiada, bom olfato, boa audição ou agilidade. Apropriadamente, assim desenvolveu a habilidade de construir ferramentas, modificar a natureza e assim garantir sua sobrevivência. Na fase agrícola da humanidade, existia uma certa relação de sustentabilidade na troca de fluxo de energia entre espécies vegetais e animais responsáveis pela sustentação da vida no planeta. Com o advento da revolução industrial e do modo de produção capitalista, multiplicou-se o poder do homem para modificar o meio ambiente (FANTIN; ANTUNES; MORELLI, 2003) Desde o século XVIII queimamos carvão e liberamos dióxido de carbono (CO2) na atmosfera através da máquina a vapor, agravando os problemas ambientais. Começando na Inglaterra, "a Revolução Industrial se espalhou rapidamente pelo mundo, mudando de forma dramática e permanente a maneira como vivemos, vemos, experimentamos e usamos os recursos do mundo" (AMARAL, 2017). Portanto, o domínio da natureza em prol dodesenvolvimento econômico causou uma grande destruição ambiental que ainda hoje afeta o planeta, provocando uma crise ambiental. As mudanças climáticas, cada vez mais sentidas, geram incertezas para as pessoas e alteram o cenário macroeconômico e geopolítico do mundo. Uma vez que são identificados como a principal ameaça à paz e segurança mundial, uma vez que a necessidade de controlar os recursos hídricos, alimentares e energéticos é a causa de conflitos armados entre povos e países (AMARAL, 2017). As preocupações com o meio ambiente global não têm sido suficientes para convencer os países detentores de tecnologia adequada à solução de vasta gama de problemas ecológicos da necessidade de facilitar sua transferência em condições mais favoráveis do que as de mercado. Na realidade, os interesses puramente econômicos, comerciais e de lucro estão, até hoje, para esses países – e não apenas para eles – acima de suas preocupações com o meio ambiente do Planeta (ALMINO, 1993). Mesmo no campo tecnológico, e complementando a ideia deste autor, há resistência ao abandono de certas tecnologias poluidoras, mesmo quando alternativas ecologicamente corretas estão disponíveis (PEREIRA, 2003). Os efeitos da globalização econômica sobre o meio ambiente derivam principalmente de seus efeitos sobre os sistemas de produção e sobre os hábitos de consumo da população. Alguns desses efeitos foram negativos e alguns foram positivos (SILVA, 2002). Consequências Ambientais A conscientização sobre a crise ambiental foi dramaticamente impactada após o fim da Segunda Guerra Mundial, quando os americanos detonaram bombas atômicas em Hiroshima e Nagasaki. Com o intuito de desenvolver estratégias de proteção à natureza, a sociedade organizou-se nos mais diversos grupos; dentre elas, destaca-se a União Internacional para a Conservação da Natureza (The World Conservation Union - IUCN), fundada em 1948, que consiste em uma organização não governamental reunindo diferentes estados e órgãos (AMARAL, 2017). A humanidade percebeu que "os recursos naturais são finitos e seu mau uso pode significar o fim de sua própria existência", dando origem a uma nova consciência ambiental que desafiou a ciência e a tecnologia. Guillermo Foladori (2001, pp. 103-104) classifica os problemas ambientais decorrentes do processo econômico de três formas: Os problemas ambientais, tal como se apresentam nos múltiplos informes e listas, podem ser reduzidos a: a) Depredação de recursos, como é o caso do solo, do qual se extraem riquezas minerais, agrícolas, ou no qual se constrói; ou o caso de outros seres vivos que se extinguem a ritmos mais elevados que os da sua própria reprodução natural; ou da depredação da água subterrânea por sobreutilização; b) Poluição por causa de detritos que não se reciclam naturalmente ao ritmo de sua geração, como é o caso dos resíduos radioativos, da poluição do ar, dos cursos d’água ou mares e oceanos, ou poluição visual das cidades etc.; por último, c) Superpopulação e pobreza. Neste último caso, trata-se da população que não está plenamente incorporada ao ciclo do capital. Quaisquer desses três aspectos são marginais ao processo econômico propriamente dito. Sustentabilidade A crise ambiental “veio questionar a racionalidade e os paradigmas teóricos que promovem e legitimam o crescimento econômico negando a natureza”, alertando para a necessidade de uma mudança na forma de desenvolvimento. Disso nasce o princípio da sustentabilidade, que como “critério normativo para a reconstrução da ordem econômica, como condição de sobrevivência da vida humana e suporte para o desenvolvimento sustentável, o questionamento das bases produtivas” (AMARAL, 2017). Em termos sociais, a sustentabilidade pode ser definida como a capacidade de garantir que as gerações futuras tenham oportunidades iguais de acesso aos recursos do planeta, ou (pelo menos) que as gerações futuras tenham direito a um ambiente modificado pelo homem mais danificado do que hoje. Outros argumentariam que a sustentabilidade se refere a modelos de desenvolvimento que são economicamente viáveis, ecologicamente corretos e socialmente justos (isto é, o desenvolvimento é justo para todos) (BOTKIN; KELLER, 2011). Quase um século depois, com o ressurgimento dos problemas ambientais e de qualidade de vida nas grandes cidades, principalmente nos países desenvolvidos, a preocupação com o crescimento econômico ambiental ganhou nova força e aumentaram as discussões que a estimulam cada vez mais (TUNES, 2015). Com a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento realizada no Rio de Janeiro em 1992, o meio ambiente ganhou um fórum político internacional no qual várias nações discutiram acordos cooperativos para implementar um modelo de desenvolvimento que internalizasse a sustentabilidade social e ambiental sob uma perspectiva mais sustentável Desenvolvimento. A Declaração do Rio de Janeiro sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento reafirma e amplia a Declaração de Estocolmo com 27 princípios que visam orientar a formulação de políticas ambientalmente amigáveis. E a Agenda 21, considerada o documento mais importante desta conferência, é um plano de ação que contém princípios, conceitos e recomendações para alcançar os objetivos do desenvolvimento sustentável. Na verdade, trata-se de um plano de intenções cuja concretização em depende da vontade política dos governantes e da mobilização da sociedade (PEREIRA, 2003). Em escala global, há também a atuação de um movimento ambientalista considerado transpolítico, cuja projeção nas relações internacionais ao longo dos últimos vinte anos revela a evolução de uma cultura vertiginosamente protetora dos direitos da natureza. Esse movimento é catalogado como multissetorial por reunir diversos segmentos sociais: • ONGs e grupos comunitários que lutam por mudanças na relação entre a sociedade e a natureza, a partir de redes locais (regionais, nacionais e internacionais), uma profissionalização dessas organizações, recebendo fundos de diferentes fontes e defendendo um novo estilo de vida mais participativa, administração pública; • Órgãos governamentais (federais, estaduais e municipais) preocupados com a proteção ambiental; • Ciência e pesquisa desenvolvendo trabalhos que incluam o meio ambiente para subsidiar a tomada de decisão; • Empresários que buscam novos produtos e práticas de gestão, proteção ambiental em linha condizente com a ideia de desenvolvimento sustentável; • Um mercado consumidor "verde" que demanda produtos feitos com tecnologias limpas e se preocupa com a sustentabilidade dos recursos naturais utilizados Como matéria-prima; • Redes organizacionais intersetoriais que estabelecem e certificam a sustentabilidade dos processos de produção e comércio, como selos verdes e ISO 14000; • Organizações e acordos internacionais que discutem padrões para o desenvolvimento sustentável. Dado o seu carácter global, a questão ambiental assumiu nos últimos anos uma nova posição no debate internacional. Instituições multilaterais e colaboradoras têm se destacado na divulgação da importância das variáveis ambientais no planejamento do desenvolvimento, particularmente em sua influência na economia ambiental global como no caso da ONU e na alocação de recursos para o meio na situação da BIRD (PEREIRA, 2003). 7 LEGISLAÇÃO AMBIENTAL Uma nação precisa de leis que regulem a vida das pessoas e realizem as ações aceitáveis ou inaceitáveis de uma instituição ou corporação, portanto os legisladores devem estar livres de intenções pessoais ou do propósito de um determinado grupo. A legislação prescreve em prol do bem comum e do país representado, sendo necessária a evolução da legislação de diferentes períodos históricos que contextualizem os cenários e experiências de cada momento (MOREIRA. et al., 2021).A legislação brasileira passou por longas e intermináveis discussões políticas para chegar ao que hoje chamamos de Estado de Direito para a proteção do meio ambiente. A busca por uma legislação ambiental parece ter sido uma "luta" implacável. Inúmeras ações em defesa da vida sustentável na Terra têm levado cientistas, pesquisadores, políticos, artistas e a sociedade civil a se voltarem para reflexões efetivas para garantir a proteção de uma das maiores biodiversidades do mundo (GARVÃO; BAIA, 2018). A legislação ambiental foi criada visando disciplinar o uso dos recursos naturais, os chamados "produtos naturais": da água, do solo, da floresta, do ar e dos animais. Fundava-se na crença de que os recursos naturais, antes considerados ilimitados, estavam se tornando mais escassos, levando à redução de sua quantidade ou à deterioração de sua qualidade. Como resultado, foram criados instrumentos legais para setores específicos, como recursos floresta e hídricos. Posteriormente, para a proteção do patrimônio histórico e artístico nacional, pesca, mineração, entre outros (BORGES; RESENDE; PEREIRA, 2009). Histórico da Legislação Ambiental no Brasil O modelo de exploração desenvolvido no Brasil, desde seu descobrimento até recentemente tem sido extremamente predatório. O primeiro passo da Coroa portuguesa após o desembarque em solo brasileiro foi explorar a vasta extensão de riquezas naturais ali encontradas que pareciam ilimitadas. Portanto, naquela época o país era uma colônia de Portugal e tinha o sistema judiciário como o sistema legal que regulava, julgava e executava todas as questões necessárias na época (MOREIRA et al., 2021). Em 1446, o primeiro código legal europeu foi concluído nas Ordens Afonsinas, que tinham como base legal o direito romano e o direito canônico. A legislação ambiental portuguesa era bastante avançada. Naquela época, o Brasil importou suas primeiras leis de proteção ambiental de Portugal, que, como outros países europeus, protegia seus recursos naturais de serem saqueados. Em 1605, foi promulgada a primeira lei ambiental no Brasil, cujo objetivo é a proteção e preservação das florestas brasileiras, com destaque para a criação do regimento Pau Brasil, cujo objetivo é a proteção das florestas nacionais. Em 1797, a criação da Carta Regia revelou a falta de proteção dos rios, nascentes e encostas, foram propriedade direta da Coroa portuguesa. Após dois anos, foi formado o Regimento de Corte de Madeira, cujo conteúdo estabeleceu regras rígidas para o corte de árvores, principalmente as mais nobres como cedro e mogno (GARVÃO; BAIA, 2018). Em 11 de junho de 1829, foram reafirmadas as proibições de extração e derrubada de florestas em terrenos baldios sem a permissão dos conselhos locais. Os juízes de paz foram responsáveis por fiscalizar as florestas e garantir que a derrubada da madeira de construção, as chamadas madeiras nobres, fosse proibida. A partir desse momento, passaram a ser chamados de "madeiras de lei" devido às normas que asseguravam o uso dessas madeiras (BORGES; RESENDE; PEREIRA, 2009). Assim, no século XX, várias leis foram aprovadas para tratar das questões ambientais no Brasil. Em 1911, a primeira reserva natural brasileira foi reconhecida por lei. Quatro anos depois, em 1916, foi aprovado o Código Civil, contendo informações sobre a natureza. No entanto, a maioria das portarias ainda carregava o lastro da marca patrimonial, pois as questões econômicas nesse contexto ainda podiam ser plenamente evidenciadas. Em 1934, são aprovados pelo Congresso Nacional o Código Florestal e o Código das águas. Enquanto o primeiro tratou da proteção ambiental como um todo, que pode ser vista como a semente da atual legislação ambiental brasileira, o segundo focou em aspectos relacionados à conservação da água em todo o território nacional (SILVA; BASSOTTO, 2020). Em 1981 foi promulgada a Lei nº 6.938, que tratava da questão ambiental em âmbito nacional e preocupava-se com a necessidade de reforma estrutural do país para implantação das já amplamente debatidas práticas ambientais. Suas disposições são ilustradas no art. 1º quem o determinou: Esta Lei, com fundamento no art. 8º, item XVII, alíneas c, h e i, da Constituição Federal, estabelece a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente, cria o Conselho Nacional do Meio Ambiente e institui o Cadastro Técnico Federal de Atividades e instrumentos de Defesa Ambiental (BRASIL, 1981). Em 1934, com a implantação do Estado Novo, foi instituída a primeira lei florestal, principal norma regulamentadora do uso das florestas. Em 1930, outros eventos de importância ecológica ocorreram. No ano de junho de 1937, foi instituído o Código de Águas e criado o primeiro parque nacional do Brasil, o Itatiaia. De 1938 a 1965, 14 parques nacionais com um total de 1,2 milhão de hectares de reserva florestal foram criados na região amazônica com 200.000 hectares (BORGES; RESENDE; PEREIRA, 2009). Exatamente com a promulgação da Constituição de 1988, o Brasil experimentou mudanças significativas no cenário ambiental, pois pela primeira vez um capítulo especial com conteúdo atual e moderno foi dedicado a este assunto, que reforçou o poder público e a sociedade no país em geral, de acordo com o artigo 225, o dever de defender e preservar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras e garantir-lhes o direito de fazer dele o melhor uso (GARVÃO; BAIA, 2018). Em 1991 foi promulgada a Lei nº 8.171 e o Brasil passou a ter uma Lei de Política Agrícola. Assim como a Constituição de 1988, ela também trouxe um capítulo especial sobre a proteção ambiental, estabelecendo exigências principalmente para os moradores do campo, que foram obrigados a recompor suas propriedades com uma reserva florestal obrigatória. No ano seguinte, o Ministério do Meio Ambiente foi criado com a Conferência Mundial do Meio Ambiente das Nações Unidas e a Eco 92 no Rio de Janeiro (GARVÃO; BAIA, 2018). Em 1999 foi reorganizado pelo Decreto nº 2.972/1999 e renomeado como Ministério do Meio Ambiente (MMA) (Brasil, 1999). Na área do direito primário, o princípio de alto nível de proteção ecológica conduz a um princípio fundamental de proteção, que encontra a tradução mais genérica no princípio do estado constitucional ambiental. Na legislação ambiental, cuja função é zelar pela conservação dos ecossistemas, deve haver sempre a preocupação com a adoção de medidas cautelares e preventivas (MOREIRA. et al., 2021). Em 2000, um dos passos mais importantes foi dado para Proteção, com a aprovação da Lei nº 9.985, que institui o Sistema Nacional Unidades de proteção, assegurando os mecanismos de defesa dos ecossistemas naturais e preservação dos recursos naturais neles contidos (GARVÃO; BAIA, 2018). A seguir a evolução da legislação ambiental, as principais leis que foram criadas a partir de 2000. Figura 1 – Evolução da trajetória da legislação ambiental a partir de 2000 Fonte: Moura (2016). Essas são principais legislações feitas pelo Brasil ao nível federal) sobre o uso do território, seus recursos naturais e a busca pela sustentabilidade, que se renovam diariamente. Para caracterizar melhor o período de aperfeiçoamento do Direito Ambiental no Brasil desde a edição da Constituição de 1988, as principais normas que tutelam o meio ambiente são: Lei de Crimes Ambientais (Lei n° 9.985/00); Tutela da Água no Brasil: Lei n° 9.433/97, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) e Lei n° 9.984/00, que cria a Agência Nacional das Águas (ANA). Leis de Crimes Ambientais – Lei n° 9.605/98 A Lei de Crimes Ambientais aprimorou a legislação que apresentava deficiências quanto às sanções para quem fazia uso indevido de recursos naturais. Os crimes contra o meio ambienteeram considerados infrações penais, portanto não eram crimes, compensavam o uso de recursos ambientais e causavam degradação ambiental porque as penalidades e multas resultantes eram insignificantes em comparação com os benefícios obtidos com a degradação (BORGES; RESENDE; PEREIRA, 2009). Na imposição e gradação da sanção, a autoridade competente terá em consideração: ▪ a gravidade dos factos, tendo em conta os motivos da infração e as suas consequências para a saúde pública e para o ambiente; ▪ os antecedentes do infrator em relação ao cumprimento das normas ambientais de interesse; ▪ a situação econômica do infrator em caso de regimento de multa. Seria, portanto, impossível descrevê-los em poucas linhas. Por outro lado, uma lei como esta, tão importante para a proteção do meio ambiente, merece destaque em seus pontos principais, principalmente no rol de infrações e penalidades impostas aos infratores, embora muitos críticos as considerem brandas demais (BARSANO; BARBOSA; IBRAHIN,2014). A Lei de Crimes Ambientais foi debatida entre a Câmara dos Deputados e o Senado Federal de 1991 a 1998, quando foi finalmente aprovada em fevereiro. Está dividida em 82 (oitenta e dois) artigos, dos quais 7 (sete) foram VETADOS e 36 (trinta e seis) tratam especificamente de crimes contra o meio ambiente (BORGES; RESENDE; PEREIRA, 2009). Sistema Nacional de Unidade de Conservação (SNUC) – Lei n°9.985/00 De acordo com a referida lei (art. 2º, I), entende-se por reserva natural “a área territorial e seus recursos ambientais, inclusive as águas territoriais, com características naturais relevantes que tenham sido legalmente estabelecidas pelo poder público para a finalidade de objetivos de conservação e limites definidos, em regime especial de gestão, a que se aplicam garantias de proteção” (BARSANO; BARBOSA; IBRAHIN,2014). São objetivos do Sistema Nacional de Conservação da Natureza, de acordo com o seu artigo 4º destacamos os seguintes objetivos: I - contribuir para a manutenção da diversidade biológica e dos recursos genéticos no território nacional e nas águas jurisdicionais; II - proteger as espécies ameaçadas de extinção no âmbito regional e nacional; III - contribuir para a preservação e a restauração da diversidade de ecossistemas naturais; IV - promover o desenvolvimento sustentável a partir dos recursos naturais; V - promover a utilização dos princípios e práticas de conservação da natureza no processo de desenvolvimento; VI - proteger paisagens naturais e pouco alteradas de notável beleza cênica (BRASIL, 2000). O Brasil tem uma área de aproximadamente 8.511.000 km², quase metade da América do Sul. As diferenças climáticas contribuem para as diferenças ecológicas e formam zonas biogeográficas distintas chamadas biomas. Os biomas brasileiros são: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pampa, Pantanal. A diversidade de biomas reflete a riqueza da flora e da fauna brasileira, que o define como o país com maior diversidade do planeta. Porém, é preciso proteger esses ambientes desde a ocupação do homem na Terra tem se acelerado cada vez mais, causando grandes perdas na biodiversidade e nas políticas de conservação no território brasileiro (BORGES; RESENDE; PEREIRA, 2009). Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) – Lei n° 9.433/97 A Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) é a concretização do interesse brasileiro em cumprir uma lei moderna que visa garantir a sustentabilidade dos recursos hídricos. Esta lei regulamenta o planejamento e gestão dos recursos hídricos e introduz diversos instrumentos de política para o setor. Esta lei criou o Conselho Nacional de Recursos Hídricos, presidido pelo Ministro do Ambiente (BORGES; RESENDE; PEREIRA, 2009). A frase "a água é um bem de domínio público" abrange todos os tipos de água. Sem especificar as águas consideradas, as águas superficiais, subterrâneas, correntes e limítrofes passaram a ser de domínio público. O PNRH define como principal objetivo "assegurar a disponibilidade da água necessária às presentes e futuras gerações, em padrões de qualidade adequados ao respectivo uso" (Art. 2º), fruto do desenvolvimento das reflexões sobre o uso racional de água. Criação da Agência Nacional das Águas (ANA) – Lei n° 9.984/00 Responsável pela implementação da política nacional de recursos hídricos é a ANA, uma autossuficiência vinculada ao Ministério do Ambiente em regime especial com autonomia administrativa e financeira. Sua principal competência é a gestão dos recursos hídricos do país, de acordo com o disposto na Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997 (BRASIL, 2009). Ao lançar as bases técnicas para a implementação da Lei das Águas, a ANA contribuirá, em primeiro lugar, para a solução de dois graves problemas do país (ANA, 2007): as secas persistentes e a poluição dos rios. A primeira, principalmente no Nordeste, cujo enfrentamento depende não apenas do aumento da oferta de água, mas também da gestão da demanda, incluindo a adoção de regras de racionamento; a segunda, quando as medidas necessárias devem ser acordadas na bacia hidrográfica, que inclui mais de um estado (BORGES; RESENDE; PEREIRA, 2009). Instituições de Proteção Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama) Um fato importante na aprovação da Lei 6.938 foi a criação do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA), que organizou a coordenação da ação governamental de forma hierárquica e unificada, reunindo todos os órgãos públicos nas esferas federal, estadual e municipal, inclusive o Distrito Federal. O objetivo do Sisnama é estabelecer um conjunto articulado e descentralizado de medidas de gestão ambiental que integre de maneira uniforme normas e práticas em todos os domínios públicos que antes eram contraditórias porque não havia uma política única que orientasse as diretrizes necessárias, que atendesse com sucesso à Política Nacional do Meio Ambiente Política (BARSANO; BARBOSA; IBRAHIN,2014). Incluído no Sisnama está também um importantíssimo instrumento voltado para a integração descentralizada da gestão ambiental entre os órgãos federais, essencial para o compartilhamento de todas essas políticas e objetivos: o Sistema Nacional de Informações Ambientais (Sinima), que será no próximo tópico abordado. Sistema Nacional de Informação sobre o Meio Ambiente (Sinima) O Sistema Nacional de Informações sobre o Meio Ambiente (Sínima) é a plataforma de integração e intercâmbio de dados do Sistema Nacional de Meio Ambiente (Sisnama) e tem por finalidade a gestão ambiental e operacional das informações de todos os domínios públicos, proporcionando seu cumprimento lógico e funcional (BARSANO, 2014). O Sinima é regulamentado pelo Portaria nº 160/2009 e seus objetivos estão descritos nos seguintes artigos da redação oficial: [...] Art. 16. O objetivo básico da Política de Informação do Ministério do Meio Ambiente é a criação e manutenção do SINIMA, entendendo-o, inclusive, com conceituação mais ampla do que o que deriva diretamente do texto legal, viabilizando o acesso público aos documentos, expedientes e processos administrativos que tratem de matéria ambiental e fornecer todas as informações ambientais que estejam sob sua guarda, ou que sejam produzidas pelas entidades sob sua área de influência, no âmbito do SISNAMA ou na iniciativa privada (BRASIL, 2009). Um dos objetivos importantes para a troca de informações é a disposição de todo o órgão regulador do desenvolvimento ambiental do país, sendo o órgão responsável o Conama, ao qual nos referiremos no subtítulo a seguir. Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) O Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) é um órgão consultivo e deliberativo do Sistema Nacional do Meio Ambiente (Sisnama). Foi instituída pela Lei 6.938/81, que dispõe sobre a política ambiental nacional, regulamentada pelo Decreto 99.274/90. É compostopelo Plenário, Cipam, Grupos Consultivos, Câmaras Técnicas e Grupos de Trabalho. Suas reuniões são sempre públicas e abertas a toda a sociedade (BARSANO; BARBOSA; IBRAHIN,2014). A competência do CONAMA está definida pelo art. 8º da Lei n. 6.938/81, formulado pela lei n. 7.804/89, referem-se as seguintes competências: I - estabelecer, mediante proposta do IBAMA, normas e critérios para o licenciamento de atividades efetiva ou potencialmente poluidoras, a ser concedido pelos Estados e supervisionado pelo IBAMA; VI - estabelecer, privativamente, normas e padrões nacionais de controle da poluição por veículos automotores, aeronaves e embarcações, mediante audiência dos Ministérios competentes; VII - estabelecer normas, critérios e padrões relativos ao controle e à manutenção da qualidade do meio ambiente com vistas ao uso racional dos recursos ambientais, principalmente os hídricos (BRASIL, 1989). Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) foi instituído pela Lei nº 7.735, de 1989. Ele tem autonomia federal, autonomia administrativo e financeira, Ministério do Meio Ambiente, com sede em Brasília e jurisdição em todo o território nacional. Para o cumprimento de sua missão, o Ibama poderá atuar em conjunto com os órgãos e entidades da administração pública federal, direta ou indireta, dos estados, do distrito federal e dos municípios integrantes do Sisnama, e com a sociedade civil organizada a fim de atingir seus objetivos de acordo com as diretrizes da Política Nacional do Meio Ambiente (BARSANO; BARBOSA; IBRAHIN,2014). A legislação ambiental no Brasil é considerada uma das melhores e mais rígidas, mas existem fatores que contribuem para a dificuldade de implementação da educação ambiental, entre eles: a dificuldade de encontrar informações sistematizadas, a existência de uma parte significativa de organizações ambientais em nível federal, estadual, municipal e não governamental e o baixo interesse da população em sua análise (TANNOUS; GARCIA, 2008). 8 AGENDA 21 Ao longo do século XX, a poluição do ar, solo e água e a extinção de várias espécies animais e vegetais atingiram uma situação crítica em diferentes partes do mundo. Esta situação pôs em causa o modelo de desenvolvimento econômico excessivamente poluente até então perseguido e evidenciou a necessidade de uma ação conjunta de todos os países para combater a poluição global. A questão ambiental cresceu em importância neste século e gradualmente assumiu um lugar central na agenda de países ao redor do mundo (SIQUEIRA, 2001). A explosão populacional, com o número de habitantes passando de um bilhão para seis bilhões, e o forte movimento migratório do campo para as cidades criaram uma série de demandas que não foram plenamente atendidas pelos centros urbanos, como emprego, habitação, saneamento, transporte, saúde e educação. O resultado desse movimento quase sempre foi o surgimento de uma população com recursos limitados, que viveu em condições precárias e a exercer uma enorme pressão sobre o meio ambiente ao redor das cidades. Esforços para problematizar a destruição sistemática do meio ambiente são marcantes em nosso tempo histórico e ganham cada dia mais visibilidade. As conclusões da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (UNCED), realizada no Rio de Janeiro em 1992, foram apresentadas na Agenda 21 global, documento definido como um programa de ação para conciliar desenvolvimento sustentável, proteção ambiental, Justiça Social e Eficiência Econômica (TEIXEIRA, 2008). A Agenda 21 Global foi vista como um documento de consenso em que a noção adotada de desenvolvimento sustentável tentou superar as divergências do debate sobre a relação entre crescimento econômico e conservação dos recursos naturais. Agenda 21 Na II Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio 92), realizada no Rio de Janeiro em 1992, o conceito de sustentabilidade foi adotado para definir uma agenda para 21, direitos sociais e humanos, considerando tanto a dimensão da sustentabilidade estendida, bem como a dimensão da sustentabilidade como um processo. A Agenda 21 propostas na Rio 92 é composta por 40 capítulos divididos em quatro seções, totalizando cerca de mil páginas. • Seção I: Dimensões Sociais e Econômicas– Capítulos 2 a 8. Analisa a cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento sustentável nos países em desenvolvimento, redução da pobreza, mudança de comportamento do consumidor, dinâmica populacional, saúde e moradia; • Seção II: Conservação e Gestão de Recursos de Desenvolvimento – Capítulos 9 a 22. Abrange os tópicos de proteção da atmosfera, planejamento e gestão da terra, combate ao desmatamento em áreas florestais, gestão de ecossistemas frágeis, combate à desertificação, promoção da agricultura sustentável e desenvolvimento rural espaço, conservação da diversidade biológica, biotecnologia, proteção dos oceanos, gestão dos recursos hídricos e gestão do uso de produtos químicos tóxicos e radioativos; • Seção III: Empoderamento dos principais grupos – Capítulos 23 a 32. Questões relacionadas a minorias étnicas, mulheres, crianças e jovens, povos indígenas, definindo regras de atuação para organizações não governamentais (ONGs), governo local, trabalhadores e comércio, sindicatos, regras para empresas e indústrias, comunidade científica e tecnológica e regras de atuação para agricultores; • Seção IV: Meios de Implementação - Capítulos 33 a 40. Esta seção trata dos mecanismos e recursos financeiros, apoio e promoção do acesso à transferência de tecnologia, ciência para o desenvolvimento sustentável, promoção da educação ambiental, mecanismos nacionais e "Cooperação" internacional. Capacitação em desenvolvimento sustentável, acordos institucionais internacionais, mecanismos e instrumentos jurídicos internacionais e construção de uma base informada para a tomada de decisões. Embora o principal objetivo da Agenda 21 seja “preparar o mundo para os desafios do próximo século”, tal missão seria na maioria responsabilidade dos governos. As outras organizações (cooperação internacional, organizações internacionais, regionais e sub-regionais, ONGs e outros grupos) desempenhariam um papel de apoio ao colaborar, complementar e contribuir com os governos em suas tarefas políticas (PIGA; MANSANO; MOSTAG, 2016). A Agenda 21 Global, que oficializa o conceito de desenvolvimento sustentável, é vista como um documento consensual capaz de fazer a ponte entre as discussões sobre crescimento econômico e sua relação com a conservação dos recursos naturais. O MMA criou o programa Agenda 21 que, além da implementação da Agenda 21 brasileira, prevê também a implementação da Agenda 21 local e a capacitação continuada sobre a Agenda 21 (TEIXEIRA, 2008). Agenda 21 Brasileira A Agenda 21 Brasileira foi lançada em julho de 2002 e segundo o MMA (2002) é mais do que um documento representativo de um processo de planejamento estratégico participativo. É composto por dois documentos: Ações Prioritárias, que definem os métodos preferenciais para a construção da sustentabilidade em nosso país, e Resultados da Consulta Nacional, que contém as discussões ocorridas. Concluída esta fase de preparação documental, iniciou-se o processo de implementação das propostas. A Agenda 21 Nacional é baseada nas posições do Brasil sobre desenvolvimento sustentável na conferência "Rio+10" em Johanesburgo (CARMO, 2004). Foram utilizados seis eixos como bases para discussão e elaboração deste Documento (MENDES, 2012): • gestão dos recursos naturais; • agricultura sustentável; • cidades sustentáveis; • infraestrutura e integração regional;• redução das desigualdades sociais; • ciência e tecnologia para o desenvolvimento sustentável. Para cada um desses temas foi elaborado um documento que serviu de base para a elaboração do documento síntese Agenda 21 – Fundamentos para o discurso, que contém as políticas e medidas que são objeto de debates governamentais, garantindo a continuidade no processo de elaboração da agenda (GOMES, 2000). O princípio norteador da Agenda 21 Brasileira é possibilitar a elaboração de um plano de ação e planejamento participativo que viabilize a formulação de novos parâmetros para o desenvolvimento urbano e ambiental dos municípios brasileiros (CARMO, 2004). A Agenda 21 Brasileira também reconhece que o papel do Estado na construção do processo de desenvolvimento sustentável no Brasil é essencial. O Estado deve servir como guardião dos interesses das gerações futuras, por meio de políticas públicas que utilizem mecanismos regulatórios ou de mercado, adequando a estrutura de incentivos para garantir o uso racional de nossos recursos e portanto, condições de vida satisfatórias para todos (MMA, 2012). Segundo documento elaborado pelo próprio MMA, os principais desafios para a implementação da Agenda 21 Nacional são o desenvolvimento de um método participativo em um país com as dimensões territoriais do Brasil, onde existem grandes desigualdades de conhecimento e informação devido à diversidade socioeconômica e cultural. A Agenda 21 do Brasil destaca que a redução das desigualdades sociais visa "...alcançar plenamente a sustentabilidade em todas as suas dimensões, pois a pobreza e a degradação ambiental são parte indissociável da agenda das questões ambientais". Para alcançar a sustentabilidade social, a educação apresenta-se como um importante instrumento no desenvolvimento das condições necessárias à integração do país numa economia globalizada. Agenda 21 Local A Agenda 21 Local é o objetivo final para garantir que as autoridades que trabalham com as populações que mais precisam ser contempladas com ações e programas tenham acesso real ao que é oferecido (ARANTES; STADLER; MAIOLI, 2012). De acordo com Ministério do Meio Ambiente (MMA) (2000), é um processo de desenvolvimento de políticas para alcançar a 'sustentabilidade', cuja implementação depende diretamente da formação de alianças entre autoridades locais e outros setores da sociedade. A implementação da Agenda 21 se dará por meio da construção da agenda21 local como um processo participativo multissetorial para a construção de um programa estratégico de ação voltado para temas prioritários de desenvolvimento local sustentável e que agregue os diferentes grupos da sociedade na promoção de diversos atividades em nível local, implicando mudanças no atual padrão de desenvolvimento e integrando as dimensões socioeconômica, político-institucional, cultural e ambiental da sustentabilidade (GOMES, 2000). A elaboração de uma Agenda 21 Local em forma de documento é considerada um indicador de qualidade urbana, na comparação entre cidades se é uma avaliação de qualidade, se essa agenda reflete propostas de elaboração de parâmetros de medição qualidade ambiental em consonância com o pressuposto de uma Política para melhorar esta qualidade. É utilizado o método do ciclo PDCA (Plan, Do Check, Action) ” para se estudar a concepção de uma Agenda 21 Local (CARMO, 2004). Figura 3 – PCDA para Agenda 21 Locais Fonte: Oliveira (2019). Desenvolvimento Sustentável No ano de 1983, a Em resposta às crescentes preocupações ambientais, a Assembleia Geral da ONU criou uma comissão para produzir um relatório sobre desenvolvimento e meio ambiente. Assim nasceu a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (CMMAD), também conhecida como Comissão Brundtland.1 A presidente da Comissão, Gro Brundtland, explicou no prefácio do relatório que a Comissão foi solicitada a produzir um Documento que, entre outras coisas, consistiria em uma “agenda global para a mudança” (DIAS, 2015). • Propor estratégias ambientais que possibilitem o desenvolvimento sustentável a partir de cerca do ano 2000; • Recomendar formas de cooperação ambiental entre países em desenvolvimento e entre países em diferentes estágios de desenvolvimento econômico e social que os levem a atingir objetivos comuns, levem em consideração a conexões entre pessoas, recursos, meio ambiente e desenvolvimento; • Encontrar formas e meios para que a comunidade internacional possa lidar de forma mais eficiente com as preocupações ambientais; • Contribuir para a definição de uma visão comum sobre as questões ambientais, metas de longo prazo e esforços necessários para enfrentar com sucesso as questões de proteção e melhoria ambiental, uma agenda de longo prazo a ser colocada em prática nas próximas décadas. O relatório tentou fornecer uma definição funcional de desenvolvimento sustentável que poderia levar a "mudanças no acesso a recursos e na distribuição de custos e benefícios" (DIAS, 2015). Deste novo paradigma trouxe o conceito de DS, expresso no relatório Nosso Futuro Comum. DS é definido como o “desenvolvimento sustentável é aquele que atende às necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade de as gerações futuras também atenderem às suas próprias necessidades” (OLIVEIRA, LEONETI; CEZARINO, 2019). O conceito de desenvolvimento sustentável foi estabelecido na Agenda 21, documento elaborado na conferência Rio 92 e incorporado a outras agendas globais de desenvolvimento e direitos humanos, mas o conceito ainda está em, segundo a maioria dos autores, como Carla Canepa (2007), José Eli da Veiga (2005) e Henri Ascelard (1999) (BARBOSA, 2008). O desenvolvimento sustentável deve ser uma consequência do desenvolvimento social, econômico e da preservação ambiental. Figura 1 – Desenho esquemático relacionando parâmetros para se alcançar o desenvolvimento sustentável. Fonte: Barbosa(2018). Dos objetivos propostos pelos ODS, bem como dos seus subjetivos, verifica-se que nem todos estão diretamente relacionados com a dimensão ambiental, embora se reconheça que são integrados e indivisíveis. Os seguintes a tabela mostram como os 17 objetivos equilibram as principais dimensões do desenvolvimento sustentável: social, econômica, ambiental e institucional. Figura 2 – ODS segundo as dimensões do desenvolvimento sustentável Fonte: Brito (2021). Algumas metas que o Brasil precisa alcançar até 2030 são classificadas como ambiciosas, como o ODS 01, que visa “Acabar com a pobreza em todas as suas formas, em todos os lugares”. Segundo dados do IPEA, é praticamente impossível reduzir a zero o número de pobres, independentemente da linha de pobreza, além disso, a erradicação da pobreza extrema é alcançada quando o percentual da população nessa condição é inferior a 3% (BRITO et al., 2021). REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ALEXANDRE, L. M. M. Estratégias para as práticas de educação ambiental. Universidade Federal de Sergipe- UFS, 2021. ALMINO, J. Naturezas mortas – A filosofia política do Ecologismo. Brasília: FUNAG, 1993. ALVES, S. C. Educação Ambiental E Interdisciplinaridade: da explicitação de conceitos nos PCNS e DCNEM a prática pedagógica no ensino médio. Tese (Mestrado em Ensino de Ciências e Matemática), Universidade Federal do Ceará Fortaleza, 2014. AMARAL, E. B. F. Os desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE. Universidade Tecnológica Federal do Paraná, v 2, 2013. AMARAL, M A. C. M. Globalização e Meio Ambiente. In: SALLES, D. et al. 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Observa-se, portanto, que a ideia ou a abordagem do desenvolvimento sustentável vem ganhando relevância em pouco tempo e assumindo um caráter de tendência nos debates sobre os caminhos do desenvolvimento. Já em 1980 houve um significativo impulso para o processo de crítica à teoria do desenvolvimento, que lançou as bases para a formulação conceitual da teoria do desenvolvimento sustentável, principalmente através dos eventos: Elaboração da Estratégia Mundial de Conservação (1980) pela IUCN , UNEP e WWF; Relatório da Comissão Bruntland (1987), associada à Comissão das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, que partiu de uma visão complexa das causas e problemas ambientais e socioeconômicos da sociedade global, e finalmente o relatório da CEPAL (1990 ) (CAVALCANTI, 2011). Esses eventos formularam teoricamente o conceito de desenvolvimento sustentável “aquele que atende as necessidades das gerações atuais sem comprometer a capacidade das gerações futuras de atenderem às suas necessidades e aspirações”, por meio de seus respectivos relatórios. Com base nessas considerações, discutiram as seguintes questões: (i) renunciar ao crescimento econômico exponencial ilimitado; (ii) reduzir o crescente índice de degradação ambiental; (iii) limitar a exportação maciça de recursos naturais, (iv) melhorar a qualidade de vida como requisito básico para o desenvolvimento, (v) alcançar o progresso somente por meio da ciência e da tecnologia; (vi) Declínio das altas taxas de consumo nos países desenvolvidos e das elites nos países pobres. Neste cenário surgi o Triple Botton Line (linha dos três pilares) criado por John Elkington, que ensina que o desenvolvimento sustentável deve ser economicamente viável, por exemplo, quando ocorrem as criações de empreendimentos, as interações dos processos com o ambiente para não causar danos irreversíveis, e socialmente justo para a sociedade em geral, garantindo assim e alcance de a sustentabilidade ocorrer (IANQUITO, 2018). Figura 1: As Três Esferas da Sustentabilidade Fonte: https://bit.ly/3inCGhn Para facilitar a compreensão do conceito de sustentabilidade, Sachs (1993) divide-o em cinco categorias: sustentabilidade ambiental, sustentabilidade econômica, sustentabilidade ecológica, sustentabilidade social e sustentabilidade política. Essa divisão é comparada à posição de Schumacher (CMMAD, 1991), que classifica apenas em termos de sustentabilidade ambiental, financeira e pessoal. No entanto, as duas visões diferem principalmente na definição do termo meio ambiente, já que Schumacher se refere ao uso racional dos recursos, enquanto Sachs se refere à capacidade dos ecossistemas de resistir à agressão humana. Este trabalho adota a definição de Sachs no texto da Agenda 21 brasileira, que define especificamente a sustentabilidade social e política e também se refere ao uso racional de recursos no foco da sustentabilidade econômica. Sustentabilidade ecológica: refere-se à base física do processo de crescimento e tende a manter os estoques de recursos naturais nas atividades produtivas. Sustentabilidade ambiental: refere-se à manutenção da resistência dos ecossistemas, significando a capacidade de ecossistemas de lidar e reconfigurar as agressões antrópicas. Sustentabilidade social: refere-se ao desenvolvimento e visa melhorar a qualidade de vida de habitantes. Em países com problemas de desigualdade e inclusão social, isso requer a adoção de políticas de distribuição e universalização de questões como saúde, educação, moradia e seguridade social. Sustentabilidade política: refere-se ao processo de formação da cidadania que garante a plena participação dos indivíduos no processo de desenvolvimento. Sustentabilidade econômica: refere-se à gestão eficiente dos recursos em geral e caracteriza-se pela regularidade do investimento público e privado. Isso requer avaliar a eficiência em termos de processos macrossociais. No processo que deu origem à Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92 no Brasil reuniu 178 nações para discutir questões relacionadas à proteção ambiental, qualidade de vida e consolidação de políticas e técnicas para o desenvolvimento sustentável, captadas em cinco Documentos: Convenção sobre Mudanças Climáticas, Convenção sobre Diversidade Biológica, Princípios para Manejo e Conservação Florestal, Declaração do Rio e Agenda 21 (DIAS, 2021). Em 1997 foi realizado o Rio+5 em Nova York, teve como objetivo analisar a implementação da Agenda 21. Discutido e negociado em Quioto no Japão, o Protocolo propõe um calendário pelo qual os países e membros teriam obrigação de reduzir a emissão de gases do efeito estufa. Em novembro de 2009, 187 países haviam aderido ao Protocolo (BACHA; SANTOS; SCHAUN, 2010). Em 2002 a Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável – Rio+10, realizado em Johanesburgo, teve como finalidade analisar se os objetivos da Rio-92 foram alcançados e reafirmar os princípios do desenvolvimento sustentável (OLIVEIRA; LEONETI; CEZARINO, 2019). O conceito atual de desenvolvimento sustentável, expresso na Cúpula Mundial de 2002, implica uma definição mais específica do atual objetivo de desenvolvimento (melhorar a qualidade de vida de todos os residentes), ao mesmo tempo que distingue o fator limitante desse desenvolvimento e pode prejudicar o futuro gerações (o uso de recursos naturais além da capacidade da terra). O desenvolvimento sustentável visa melhorar a qualidade de vida de todas as pessoas no mundo sem aumentar o uso de recursos naturais além da capacidade da Terra. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20, realizada no Rio de Janeiro (2012), teve como foco a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e a discussão da estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. Já em 2015, foi realizada em Paris a 21º Conferência das Partes (COP‐21) da Convenção‐Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e 11.ª Reunião das Partes no Protocolo de Quioto (MOP‐11), que indicou que os países devem trabalhar para que o aquecimento fique muito abaixo de 2 °C, buscando limitá‐ lo a 1,5 °C. O acordo deve ser revisto a cada 5 anos (OLIVEIRA; LEONETI; CEZARINO, 2019). Estas constatações, motivaram a procura de um novo paradigma capaz de contribuir para a superação dos problemas atuais e garantia da própria vida, através da proteção e preservação dos sistemas naturais que a tornam possível. Esse novo paradigma deu origem ao conceito de desenvolvimento sustentável (DS), expresso no relatório Nosso Futuro Comum (Our Common Future). O DS é definido como o desenvolvimento que atende às necessidades das gerações presentes sem comprometer a capacidade de as gerações futuras também atenderem às suas próprias necessidades (OLIVEIRA; LEONETI; CEZARINO, 2019). 2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL Dada a necessidade de enfrentamento da atual crise ambiental que assola o planeta, as discussões sobre questões ambientais e sociais entre municipal, estadual e nacional têm se tornado cada vez mais frequentes e imperativas, pois a proteção ambiental é uma preocupação global e a reversão da degradação é uma questão atual problema. Nessa perspectiva, a educação ambiental representa um processo educacional contínuo que visa harmonizar e equilibrar a relação do homem com o meio ambiente como um todo, por meio do desenvolvimento de conhecimentos, atitudes e responsabilidades para com o meio ambiente e mudanças de hábitos (ARRUDA, 2015).De acordo com a Lei n°. 9.795, de 27 de abril de 1999, o artigo primeiro traz: Entendem-se por educação ambiental os processos por meio dos quais o indivíduo e a coletividade constroem valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para a conservação do meio ambiente, bem de uso comum do povo, essencial à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade. (BRASIL, 1999). A educação ambiental visa, assim, sensibilizar os cidadãos e transformá-los numa filosofia de vida que conduza a comportamentos ecológicos e ao investimento nos recursos e processos ecológicos do ambiente. A educação ambiental deve necessariamente tornar-se ação, pois como prática político-educativa condicionada histórica e socialmente, a educação ambiental visa possibilitar o desenvolvimento e a seleção de estratégias de ação que contribuam para a construção do processo de cidadania e melhoria da qualidade de vida da população. Por meio da educação ambiental é possível estabelecer práticas e reflexões que reforcem valores voltados para a sustentabilidade, a justiça social e a preservação da vida. (LOUREIRO, 2005). A Educação Ambiental (EA), segundo a Lei n° 9.795 que institui a Política Nacional da Educação Ambiental – PNEA (BRASIL, 1999), “é um componente essencial e permanente da educação Nacional, devendo estar presente em todos os níveis e modalidades do processo educativo formal e não formal”. A EA pode fazer muito para inovar o processo educacional, aproximando os conteúdos da realidade local e engajando os alunos em ações concretas para transformar a realidade. E para que a EA realmente alcance esses objetivos, é necessário empregar métodos e recursos de ensino diversificados, além da formação de professores (REIS; SOUZA; DIAS, 2016). Segundo a referida Lei está como objetivos para Educação Ambiental: I - o desenvolvimento de uma compreensão integrada do meio ambiente em suas múltiplas e complexas relações, envolvendo aspectos ecológicos, psicológicos, legais, políticos, sociais, econômicos, científicos, culturais e éticos; II - a garantia de democratização das informações ambientais; III - o estímulo e o fortalecimento de uma consciência crítica sobre a problemática ambiental e social; IV - o incentivo à participação individual e coletiva, permanente e responsável, na preservação do equilíbrio do meio ambiente, entendendo-se a defesa da qualidade ambiental como um valor inseparável do exercício da cidadania; V - o estímulo à cooperação entre as diversas regiões do País, em níveis micro e macrorregionais, com vistas à construção de uma sociedade ambientalmente equilibrada, fundada nos princípios da liberdade, igualdade, solidariedade, democracia, justiça social, responsabilidade e sustentabilidade; VI - o fomento e o fortalecimento da integração com a ciência e a tecnologia; VII - o fortalecimento da cidadania, autodeterminação dos povos e solidariedade como fundamentos para o futuro da humanidade (BRASIL, 1999). A educação ambiental também está contemplada nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN (BRASIL, 1998) onde o meio ambiente aparece como um dos temas transversais. Este documento indica que a EA deve enfatizar aspectos sociais, econômicos, políticos e ambientais. Portanto, deve estar presente como tema transversal e interdisciplinar no conteúdo de todas as disciplinas, como almejam os educadores ambientais, possibilitando assim uma compreensão mais abrangente e aprimorada de questões socioecológicos (REIS; SOUZA; DIAS, 2016). Educação Ambiental Formal e Não- formal O acesso à educação é um direito de todos, garantido pela constituição federal no caso do Brasil, e parte da legislação nacional em praticamente todos os países. Conforme confirmado por Gadotti (2005), é um direito necessário que as pessoas gozem de outros direitos constitucionais e fundamentais ao longo da vida. “Negar o acesso a esse direito é negar o acesso aos direitos humanos fundamentais. [...] O direito à educação é, sobretudo, o direito de aprender. Não basta estar matriculado numa escola. É preciso conseguir aprender na escola” (GADOTTI, 2005, p. 1). A educação ambiental visa um processo de educação e formação contínua que contribua para a participação ativa do público e para o crescente bem-estar das comunidades humanas. Segundo a PNEA, a Educação Ambiental deve ser exercida em caráter formal e não-formal, sendo a educação formal “desenvolvida no âmbito dos currículos das instituições de ensino públicas e privadas da educação escolar – Art. 9” e a educação não-formal por intermédio de “ações e práticas educativas voltadas à sensibilização da coletividade sobre as questões ambientais e à sua organização e participação na defesa da qualidade do meio ambiente – Art.13”, de maneira que seja “um componente essencial e permanente da educação nacional” (BRASIL, 1999). As linhas de atuação da Educação Ambiental, tanto no ensino formal como no ensino não-formal, segundo a PNEA, devem ser desenvolvidas por meio da: I - capacitação de recursos humanos; II - desenvolvimento de estudos, pesquisas e experimentações; III - produção e divulgação de material educativo; e IV - acompanhamento e avaliação; de modo que essas linhas estejam inter-relacionadas (BRASIL, 1999). Sabemos, porém, que incorporar as questões ambientais nas diversas disciplinas abordadas em sala de aula não é uma tarefa tão fácil, principalmente quando não há formação de professores nas diversas áreas de ensino que muitas vezes não fazem não têm a facilidade de se envolver com questões e conteúdos ambientais (ARRUDA, 2015). Classificação Existem dois segmentos no contexto educacional: formal no nível escolar e não formal quando as práticas educativas são desenvolvidas em espaços extraescolares que geralmente envolvem a comunidade. • Educação Formal A educação formal é a modalidade mais conhecida, pois é o campo institucionalizado das práticas educativas, inclusive regulamentado por leis específicas, sendo a única modalidade obrigatória e legalmente legitimada (OLIVEIRA; DOMINGOS; COLASANTE, 2020). Por educação ambiental formal entende-se o que é integrado e desenvolvido continuamente na educação escolar no âmbito dos currículos escolares e está presente, a par da educação especial, na formação dos cidadãos desde o ensino básico ao ensino superior e juvenil e educação de jovens e adultos. Em 1999 foi aprovada a Política Nacional de Educação Ambiental – PNEA (Lei 9.795/99), regulamentada em 2002 e que determina a inclusão da educação em todos os níveis de educação e devendo estar presente nas atividades escolares, pois constitui um exercício de cidadania. No Brasil, as questões ambientais têm sido gradualmente incorporadas às salas de aula formais e informais. Exclusivamente para a educação formal, existem hoje no Brasil dois documentos norteadores que tratam do tema meio ambiente no currículo: as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental (DCNEA) e os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (GRANDISOLI; CURVELO; NEIMAN, 2021). No Brasil, os estados e municipais são obrigados a basear o planejamento curricular em políticas que se aplicam a todo o território, como: o PNE (Plano Nacional de Educação), a LDB (Lei de Diretrizes e Bases) e a BNCC (Base Nacional Comum Curricular) organizadas pelo MEC (Ministério da Educação). Embora os documentos tenham orientações gerais, cada escola os contextualiza de acordo com sua realidade. A educação ambiental formal deve utilizar mídias como jornais, vídeos, conferências, teatro, etc., que abordem o tema meio ambiente, para que as aulas se tornem muito mais interessantes e, principalmente, mais próximas da realidade e fora da escola (REIS; SEMÊDO; GOMES, 2012). Na educação formal, o professor é o responsável pelo desenvolvimento da aprendizagem, embora nem sempre seja uma tarefa fácil.Um dos principais problemas relacionados ao processo de ensino e aprendizagem em EA é o fato de que nem sempre os professores são capacitados para desenvolver esta aprendizagem, considerando que a EA tem que ser abordada de forma interdisciplinar e sistêmica. No entanto, a situação encontrada na prática foge às exigências dos Parâmetros Curriculares Nacionais, uma vez que a educação ambiental está organizada de forma fragmentada e não ocorreu a esperada formação do aluno como cidadão capaz de participar e intervir na sociedade (ARRUDA, 2015). Os principais problemas na educação formal incluem a falta de incentivo à pesquisa científica e prática, falta de integração e preparação do corpo docente, falta de abordagem de questões atuais como a água, entre outros. • Educação Não-Formal A educação ambiental não formal evoluiu ao longo do tempo, pois tem sido utilizada como uma forma de manifesto recomendando a necessidade de conservação a partir de um alerta para a escassez de recursos naturais (REIS; SEMÊDO; GOMES, 2012). O ENF pode ser dividido em duas categorias, quer sejam lugares institucionalizados ou não institucionalizados. Em relação à primeira categoria, institucionalizados, podemos defini-los como espaços que contam com uma equipe técnica responsável pelas atividades realizadas e na segunda categoria ou os não institucionalizados incluímos os naturais e os urbanos. Ambientes que não possuem estrutura institucional (OLIVEIRA. et al, 2021). A educação não-formal (ENF) não está organizada por faixas etárias ou níveis de conhecimento, mas o que será mais relevante serão as questões abordadas neste espaço, que têm um objetivo comum, poder atuar em aspectos subjetivos do grupo, como em relação à cultura, religião, identidade, cidadania, entre outros, priorizando o aprendizado e o conhecimento coletivo. O terceiro setor, “setor sem fins lucrativos” é o mais diretamente envolvido nessas práticas e tem surgido como um espaço alternativo para novas experiências políticas e sociais. Essa modalidade está diretamente relacionada à pedagogia social (ARRUDA, 2015). Organizações sem fins lucrativos, criadas e mantidas com ênfase na participação voluntária, num âmbito não governamental, dando continuidade às práticas tradicionais da caridade, da filantropia e do “mecenato e expandindo o seu sentido para outros domínios, graças, sobretudo, à incorporação do conceito de cidadania e de suas múltiplas manifestações na sociedade civil (FERNANDES, 2005). A literatura sobre o assunto oferece vários nomes comumente associados ao terceiro setor: organização não governamental (ONG), setor aliado, setor de caridade, setor autônomo, setor isento de impostos, setor socioeconômico, setor da sociedade civil, dentre outros. As propostas desta secção podem ser mais ou menos estruturadas conforme se trate de percursos ecológicos, workshops, hortas pedagógicas, cursos de formação e outros. De acordo com o conceito de educação permanente (ao longo da vida), a educação ambiental está integrada no processo educativo de cada cidadão e desenvolve-se em simultâneo com outras atividades ao longo da vida, pelo que a educação ambiental não formal desempenha um papel fundamental na construção da cidadania (TRISTÃO, 2011). Para implementar programas relacionados à educação ambiental não formal, é necessário priorizar alguns princípios básicos e tornar a prática mais efetiva. O autor propõe alguns modelos de programas de educação ambiental não formal, como os programas de escolas agrícolas ou escolas da natureza, desenvolvidos em instituições especiais, tanto por instituições de ensino formal como por outras instituições cujas práticas educativas são exclusivamente não-formal. São estabelecimentos situados em zonas de valor ecológico e que dispõem de serviços educativos próprios, cursos, workshops, material didático, salas para seminários, biblioteca e eventualmente instalações que permitem a permanência de grupos no local, etc. Há algumas recomendações para planejar e implementar um programa na educação não-formal, que inclui as seguintes etapas (LIMA, 2003): • Realização de diagnóstico O diagnóstico deve ser feito no início de qualquer programa para determinar as principais questões a serem abordadas e determinar as ações a serem tomadas. É importante identificar as questões ambientais específicas da área em que o projeto será implantado, entender as necessidades, valores e potencialidades do público interessado, enfim, identificar as características ambientais, sociais e econômicas relevantes. • Planejamento e Execução do Programa Educacional a ser realizado Para implementar um programa de educação ambiental não formal, as prioridades, atitudes e ações devem ser definidas considerando os seguintes critérios: • Definir o público-alvo e os objetivos a atingir; • Seleção de conteúdos e temas; • Adequação e estratégias linguísticas, tendo em conta os conhecimentos, experiência e vocabulário do público-alvo; • Desenvolver estratégias para alcançar os objetivos selecionados; Mas em um programa de educação ambiental informal, é fundamental entender os produtos/resultados esperados, a fim de alcançar mudanças reais de valores, atitudes e comportamentos que levem as pessoas a buscarem um melhor relacionamento com eles mesmos, o meio ambiente e os outros (LIMA, 2003). ▪ Conhecer as áreas de atuação do psicólogo. 3 ABORDAGEM SOCIOAMBIENTAL Desde a década de 1970, as autoridades mundiais tornaram-se conscientes das limitações e destrutividade que ameaçam a existência humana. Essa situação tem sido chamada de "sociedade de risco", embora os problemas sociais e ambientais em que a humanidade corre risco de extinção sejam decorrentes da produção de riqueza e pobreza, fruto da modernização dos processos econômicos (CALEGARE; JUNIOR, 2012). O tema socioambiental ganhou destaque no final do século XX, quando surgiram preocupações sobre modos de produção que não esgotassem os recursos necessários para sustentar o modo de produção capitalista no contexto da reestruturação produtiva. Duas linhas predominam entre os estudos. No entanto, aqueles que procuram denunciar a destruição ambiental, e aqueles que apontam a interferência humana nos efeitos dessa destruição, apesar de seu foco analítico, apontam o capitalismo como a causa primária de grandes mazelas socioambientais, insiste em preservar a racionalidade ideológica e o modo de vida que o desencadeia (MONTEIRO, 2017). Diegues (2001) define os problemas sociais e ambientais associados a este problema como envolvendo muitos fatores: o efeito do aquecimento global, o desmatamento, a perda da diversidade biológica e social, a poluição dos rios e mares, o aumento da desertificação, o esgotamento dos recursos naturais é um problema que afeta a todos. Os resultados dos processos na biosfera e nas comunidades que a habitam. A insegurança alimentar, também se manifesta no fato de que a agricultura depende da indústria e de grupos financeiros monopolísticos que detêm patentes de sementes, fertilizantes, pesticidas, herbicidas e fungicidas; biodiversidade, diversidade cultural e perda social da autonomia de decisão (LEANDRO, et al., 2015). O desenvolvimento desse cenário e suas possíveis soluções são sustentados por dois tipos de entendimento: 1) o homem moderno conectado de forma agressiva e conquistadora com a natureza, que tem causado profundos danos ao meio ambiente. Hoje não há apenas uma crise socioambiental, mas uma crise da modernidade, que pode ser superada com a ajuda de uma mudança fundamental de paradigmas científicos, do racionalismo moderno, do consumismo, das relações humano/natural, etc. 2) os processos de modernização trouxeram benefícios inegáveis para a humanidade, ao mesmo tempo em que causaram prejuízos na produção e no consumo. A tarefa da ciênciae da nova tecnologia é corrigir esses erros e contribuir para o desenvolvimento contínuo e o progresso da sociedade moderna (CALEGARE; JUNIOR, 2012). O problema se estende muito além do esgotamento dos sistemas físicos e naturais da Terra. A dimensão a que chamamos ecológica é um aspecto do problema e, ao mesmo tempo o resultado da clarificação de outras dimensões como a social, política, tecnológica, económica e ideológica/cultural. Todas essas dimensões se cruzam e mudam entre si, tornando muito complexa a chamada crise ambiental (ORSI, 2016). Todos esses fatores, juntamente com outros, como: paz, qualidade de vida e desenvolvimento, formam um problema global. Segundo os autores, a globalização dos problemas socioecológicos tem levado à elaboração de cenários denominados “crises ambientais”, posteriormente renomeados por alguns autores como “crises socioecológicas”. Nesse sentido, o ensino pautado na educação socioambiental teria os seguintes objetivos: • Construir novas formas de grupos sociais se relacionarem com o meio ambiente; • Discutir assuntos de interesse geral que afetem todas as sociedades; • Conscientizar sobre a distribuição injusta do acesso aos recursos naturais envolvendo os cidadãos em atividades comunitárias. Surgiu então uma nova forma de lidar com os problemas ambientais, que já não explicava apenas os problemas naturais, mas explorava os problemas sociais e ambientais. Brugger (1994), define as questões socioambientais como: Numa primeira aproximação, um sistema ecossocial (ou socioambiental) pode ser entendido como um ecossistema alterado pela presença de um sistema sociocultural. Difere de um ecossistema natural pelo fato de, para além da obediência a leis naturais, sujeitar-se também a leis ditadas pela expressão de necessidades e aspirações humanas. Por sua vez, um sistema sociocultural designa um conjunto de quatro componentes interdependentes e abertos ao meio ambiente. Estes elementos são denominados, respectivamente, subsistema biológico, econômico, político e cultural. (BUNGE, 1989, apud VIEIRA, 2002, p.51). Para Nascimento e Barbosa (2020), os problemas sociais e ambientais configuram-se como uma das novas expressões dos problemas sociais, cujos efeitos interferem seriamente na vida humana e exigem o desenvolvimento de estratégias de enfrentamento adequadas. Claro, é importante se posicionar sobre qual é o problema social e ambiental. "A introdução do conceito de 'parceria' no componente ambiental é justificada, pois destaca uma oportunidade política para avançar no entendimento de que o componente social não pode ser dissociado do componente ambiental nesta discussão." Sendo o meio ambiente baseado na relação do ser humano com os elementos naturais, podemos entender que o meio ambiente é o resultado da relação do ser humano com a natureza e da forma como o homem age em relação ao meio ambiente. Problemas Socioambientais Tratar os problemas ambientais como "problemas sociopolíticos além de suas dimensões biológica, química e física" desenvolve um viés ambientalista que favorece a formação cidadã. Portanto, a importância de se tratar das questões socioambientais no ambiente escolar é que ofereça ao aluno a oportunidade de desenvolver o discernimento, o pensamento crítico e a responsabilidade socioambiental ao analisar problemas relacionados à ciência e tecnologia (SANTANA, 2008). Surgiu então uma nova forma de lidar com os problemas ambientais, que já não explicava apenas os problemas naturais, mas explorava os problemas sociais e ambientais. Todos os setores da sociedade devem estar atentos a esses problemas. A escola, por outro lado, é uma instituição, mas não a única, que visa formar cidadãos capazes de tomar decisões em contextos sociais, com o compromisso educativo de aumentar a consciência dos contextos sociais e promover a participação dos alunos nas questões sociais (SANTANA, 2008). Os problemas sociais e ambientais, estão frequentemente associados à industrialização, urbanização, consumismo e aumento dos níveis de pobreza, mas não podem ser considerados como os únicos bodes expiatórios que explicam a dimensão destes problemas, a complexidade destes problemas está também relacionada com outros fatores. A forma como a economia funciona, assim como o processo de globalização, tem o Consenso de Washington como um de seus principais impulsionadores, pois, a Nova Ordem Mundial é impulsionada pela pobreza humana e pelo meio ambiente. O enfrentamento dos problemas ambientais e a opção por um desenvolvimento sustentável passam, portanto, necessariamente pela correção do quadro alarmante de desigualdade social e da falta de acesso da população pobre aos seus direitos sociais básicos, o que, diga-se de passagem, também é causa potencializadora da degradação ambiental. (FENSTERSEIFER, 2008). Além disso, deve-se ressaltar, que as questões sociais e ambientais não só afetam negativamente a sociedade, atentando contra a dignidade humana, a cidadania e os direitos como também representam uma situação social e econômica em detrimento do setor. Em relação ao setor produtivo, pode-se dizer que a pobreza primária é um obstáculo ao desenvolvimento econômico Portanto, o combate aos problemas sociais e ambientais faz parte do capitalismo atual, desafio que reúne países desenvolvidos e em desenvolvimento em diversos fóruns internacionais para buscar uma agenda comum que promova a efetivação e integração de um modelo de desenvolvimento mais sustentável. Mercados - Estado e sociedade, porque, como veremos em breve, nem o Estado nem o mercado sozinho têm sido eficazes na solução dos problemas que assolam a humanidade (WISNIEWSKI; BOLLMANN, 2012). Mas, aonde se deve tratar de questões socioambientais? Todos os setores da sociedade devem estar atentos a esses problemas. Já a escola é uma instituição, mas não a única, que visa formar cidadãos capazes de tomar decisões em contexto social, com o compromisso educativo de dar a conhecer o contexto social e promover a participação das pessoas alunos com problemas sociais (SANTANA, 2008). Os governos que enfrentam restrições de recursos devem limitar o escopo dos problemas que enfrentam. Alguns países em desenvolvimento classificaram suas prioridades relacionadas a questões ambientais e intervenções na preparação de planos nacionais de ação ambiental (NEAPs) na ordem de gestão de recursos hídricos, desmatamento e erosão do solo. Diferentes prioridades foram encontradas em níveis locais devido às condições específicas de cada região (MARGULIS, 1996). O processo de decidir quais problemas têm maior importância é, por fim, político. As comunidades afetadas pela degradação ambiental, os maiores poluidores, especialistas ambientais, ONGs e agências governamentais devem chegar a um consenso sobre as questões ambientais mais importantes. E esse consenso deve ser respaldado por análises técnicas e econômicas sólidas. A participação é uma característica fundamental do processo de priorização das questões ambientais, especialmente no nível local. Mesmo quando se tenta formular uma análise econômica rigorosa e quantificar os danos causados pelos problemas ambientais, todas as estimativas exigem um envolvimento próximo dos atores locais. Somente os indivíduos afetados podem conhecer o impacto de vários problemas em sua qualidade de vida, e suas preferências só podem ser aprendidas por meio do envolvimento direto (MARGULIS, 1996). No entanto, fica claro que a consideração das questões sociais e ambientais é importante para a sustentabilidade da economia, tanto do ponto de vista do setor privado quanto do setor público, e daí a importância de entender como é construído o Responsabilidade socioambiental no contexto da relação mercado, estado e sociedade (WISNIEWSKI; BOLLMANN, 2012). Educação Socioambiental A questãofundamental da educação ambiental é a relação entre educação e sociedade, considerando os diferentes tipos de relações que as pessoas têm em relação à natureza e à sociedade. Faça conexões e informações como uma possibilidade de se ver como parte de seu ambiente. Sob esse ponto de vista, entende-se que a própria educação socioambiental é uma proposta de uma nova consciência que propõe uma mudança de valores e atitudes perante diversos segmentos da sociedade, sendo este um dos maiores desafios, a educação cívica. Essa educação deve estar atenta às questões socioambientais e as organizações, como elementos representativos da sociedade, devem evoluir para uma nova visão de gestão que busque aliar ideias conservacionistas a benefícios econômicos por meio de políticas ambientais bem- sucedidas como resposta a uma economia globalizada. Isso pode não parecer fácil, pois educação socioambiental é todo processo cultural que visa formar indivíduos capazes de viver em equilíbrio com seu meio (SOUSA, 2008). Processos formais e informais já estão criando consciência e interferindo ativamente, se não resolvendo, na conscientização de muitas pessoas sobre o problema crescente da degradação ambiental e na busca de novos elementos de alfabetização. Essa ainda é a esperança de muitos que, acreditam que a sociedade está mais sensível e sensível aos problemas ambientais. Essa “luz no fim do túnel” vem principalmente das instituições de ensino, das empresas e da sociedade em geral, construindo a comunidade por meio de um processo educacional democrático e de longo prazo. A educação socioambiental é entendida como reflexão, mudança de atitudes e comportamentos, revisão de valores, reflexão de sistemas, levando a uma maior mobilização, divulgação, sensibilização e prática educativa. Mas responsabilidade socioambiental não é apenas um conceito, é uma atitude. Significa adotar, individual e coletivamente, práticas social e ambientalmente benéficas que melhorem a qualidade de vida das pessoas (SOUSA, 2008). A integração das questões socioambientais, na prática educacional por meio de programas escolares que visam integrar a escola à realidade, promover a cidadania crítica por meio da aprendizagem social e engajar-se em ações compartilhadas e colaborativas (escolas, sociais, governos) para desenvolver políticas públicas democráticas e sustentáveis) (SANTOS; BACCI; FERREIRA, 2019). 4 PARAMENTROS CURRICULARES NACIONAIS Educação Ambiental Os problemas ambientais, atingiram proporções tão alarmantes em todo o mundo nas últimas décadas que, por mais amplo que seja o debate sobre o assunto, as medidas necessárias para evitar consequências nefastas para o meio ambiente devem ser tomadas. Como podemos ver, a capacidade de manter a vida pode estar prejudicada, o que sugere a necessidade de ações educativas para auxiliar. Para uma comunidade arquitetônica treinada de forma sustentável. Nesse sentido, a educação ambiental (EA) apresenta-se como um meio capacitador e necessário de aprendizagem. Desenvolver junto da sociedade a consciência da finitude dos recursos na perspectiva do seu impacte significativo no ambiente, da sua conservação e conservação (SILVA; COSTA; SILVA, 2021). O campo da Educação Ambiental (EA) é hoje um tema quente nas escolas e tem sido amplamente caracterizado pelo progresso desde a década de 1970, as escolas têm a tarefa de transmitir esse conhecimento. Ao mesmo tempo em que se enfatiza a relevância e emergência da educação ambiental, os avanços no campo da educação precisam ser superados e aprimorados sem negá-los. Por um lado, destaca que a educação ambiental tem sido objeto de debate político em eventos nacionais e internacionais nas últimas décadas, o que tem contribuído significativamente para a elaboração de documentos, legislações e pesquisas. Existem convenções relevantes em favor do meio ambiente, do meio ambiente e da humanidade, que formam a base. Por outro lado, a educação ambiental nas unidades escolares ainda está longe de desenvolver um trabalho efetivo com resultados significativos (BRANCO; ROYER; BRANCO, 2018). O sistema educacional atual está reestruturando essa prática para ajudar os alunos a compreender a sociedade como um todo e assumir uma postura crítica e intelectual frente aos problemas sociais e ambientais que a sociedade enfrenta, buscando atualizações para desenvolver novos entendimentos. Nesse sentido, a interdisciplinaridade é utilizada de forma cada vez mais importante nas instituições de educação ambiental com vistas à sua preservação e conservação e, junto à sociedade, promove-se a conscientização da finitude dos recursos (SILVA; COSTA; SILVA, 2021). Com base nesse conceito, a educação ambiental (EA) interdisciplinar traz melhorias nas escolas, promove a conscientização de diferentes olhares sobre as pessoas e a natureza, introduz conceitos relacionados ao meio em que vivem e temas adequadamente utilizados aos assuntos. Interdisciplinaridade e transversalidade se alimentam mutuamente. Porque ambos quebram a ideia de disciplinas institucionalizadas, quebram barreiras disciplinares, possibilitam a transferência de conhecimento entre as disciplinas, abrem espaço para a contextualização do conhecimento e, assim, aumentam a eficácia da educação, processo e aprendizado. Ao longo dos anos, o conceito de educação ambiental recebeu diversas definições. Por autores e instituições de todo o mundo. Além de definir educação ambiental, foi criado um quadro que resume esse conceito. Segundo o autor, “o conceito de educação ambiental é indissociável do conceito de meio ambiente em cada época, por isso esses conceitos surgiram em paralelo” (ARAÚJO, 2022). Figura 1 – Educação Ambiental, Princípios e Práticas Fonte: Araújo (2022). Parâmetros Curriculares Nacionais– PCNs A Lei nº 9.394/96 – Lei de Diretrizes e Fundamentos da Educação Nacional – LDB, organiza a educação brasileira em dois níveis: Educação básica (educação infantil, ensino fundamental e médio) e a Educação Superior (SILVA; COSTA; SILVA, 2021). A educação básica tem por finalidade preparar os alunos, proporcionar-lhes a formação comum indispensável ao exercício da cidadania e proporcionar-lhes meios para o desenvolvimento do trabalho e dos estudos. Além disso, a LDB refere-se ao ensino médio como etapa final da educação básica (art. 35), a conclusão da escolaridade que visa o desenvolvimento do indivíduo e a garantia da formação comum para o exercício da cidadania. O MEC elaborou os Parâmetros Curriculares Nacionais– PCNs em 1997. Isso apresenta a EA como um tema transversal ao currículo) e deve ser abordado explicitamente por diferentes domínios do conhecimento. Em outras palavras, neste momento, a transversalidade emergiu como prática da política brasileira de EA, viabilizando temas socioecológicos nos cenários político e educacional, enquanto sua falta de posição nacional a tornava obrigatória, os componentes curriculares marginalizados, como exemplo (SILVA; GOMES; SERNA, 2022). Ele é composto por 10 apostilas (volumes) que fazem parte, mas não obrigatoriamente, dos documentos administrativos da estrutura curricular nacional. O PCN foi concebido como diretrizes e recomendações para apoiar os esforços educacionais. Naquela época, o conteúdo mínimo do ensino fundamental e médio foi estabelecido para garantir uma educação básica comum e respeitar os valores culturais e artísticos nacionais e regionais (BRANCO; ROYER; BRANCO, 2018). O PCN é dividido em disciplinas. Por exemplo, há conteúdos de português, matemática, ciências, história, geografia, artes, educação física e outros currículos obrigatórios, outros conteúdos como orientação sexual, pluralismo cultural, educação ambiental e saúde são apresentados como temas transversais, perpassando todas as áreas do conhecimento e seu papelna sociedade na formação do aluno para a cidadania. É importante ressaltar que a utilização de temas transversais pode ocorrer em qualquer lugar de uma escola, desde a definição de objetivos até orientações de ensino de conteúdo específicos (CONTE, 2016). Quanto aos objetivos dos PCN, eles: 1.) Enfatizam a coerência entre o ensino e a prática. 2.) Apoiar a produção coletiva de conhecimento. 3.) Incentivar a participação dos alunos na construção da cidadania. Esses objetivos devem ser alcançados por meio de práticas educativas construtivistas. Questões interdisciplinares, não são novos assuntos ou novas áreas do currículo escola. Estes são os tópicos que devem fluir para sua área de trabalho existente. É uma escola e deve ser abordada de forma interdisciplinar. Para alguns autores o trabalho interdisciplinar com transversalidade também limita a transversalidade e a estrutura de disciplinas curriculares (FILVOCK; TEIXEIRA, 2007). A perspectiva ambiental do PCNs, fornece as ferramentas para que os alunos entendam os problemas que afetam sua vida, sua comunidade, seu país e o planeta. Muitas questões políticas, econômicas e sociais são permeadas por elementos diretamente relacionados às questões ambientais. Nesse sentido, as situações de sala de aula devem ser organizadas de forma a proporcionar oportunidades para que os alunos usem seus conhecimentos sobre o ambiente para entender e responder à realidade (BRANCO; ROYER; BRANCO, 2018). O desenvolvimento de competências e habilidades pelos alunos, torna-se um processo contínuo que ocorre ao longo da vida escolar, os PCN descrevem três tipos de competências que os alunos devem adquirir durante a graduação que são: comunicação e expressão; explorar e compreender; contextualizar o conhecimento social ou historicamente. Nesse contexto, quando se trata de educação ambiental, a ênfase recai sobre as sugestões de integração dos conteúdos entre as disciplinas, que devem ser rigorosamente aplicadas pelos professores. Os PCNs ambientais se enquadram nos seguintes temas (ALVES, 2014): • Apresentação sobre a Problemática Ambiental; • A Crise Ambiental; • A Educação como elemento indispensável para a Transformação da Consciência Ambiental; • Alguns pontos polêmicos no debate ambiental; • Ensinar e Aprender em Educação Ambiental; • A Relação entre Escola e Comunidade; • Superar a fragmentação do saber no ensino e a necessidade de transversalidade e Objetivos Gerais para Educação Ambiental: competências e habilidades. Assim, o PCN destaca a questão ambiental como uma relação existente onde sua abordagem interdisciplinar consiste em integrar diferentes disciplinas para entender os problemas ambientais e problemas interligados, a fim de construir uma compreensão mais ampla dos problemas e possíveis soluções. Para atingir os objetivos acima, alguns conteúdos projetados para abordar uma ampla gama de questões que permitem avaliação e avaliação. Preste atenção às características regionais, devido a essas preocupações, o conteúdo é selecionado em partes. Os detalhes estão abaixo: • A natureza “cíclica” da Natureza; • Sociedade e meio ambiente; • Manejo e conservação ambiental. O primeiro bloco, que trata da natureza "cíclica" da natureza, é conteúdo que pode ampliar e aprofundar seu conhecimento sobre a dinâmica das interações na natureza. Essa lógica, dá coerência aos argumentos para defender e proteger o que as pessoas amam e valorizam. Este bloco, se concentra na compreensão da vida em escalas geológicas de tempo e espaço, compreensão da gravidade da extinção de espécies e mudanças irreversíveis nos ecossistemas, análise de mudanças em fluxos naturais em situações concretas, tentativas de conhecimento para avaliar mudanças locais no mundo real a partir da lista de dinâmicas de ecossistemas mais próximas. Conhecer outras interpretações da transformação do mundo natural. (ALVES, 2014). O segundo bloco, tem como tema "Sociedade e Meio Ambiente", enfatiza os aspectos mais amplos da relação da sociedade com a natureza, as diferentes formas de organização espacial, bem como o impacto ecológico da organização humana do espaço. Partindo das propriedades associadas à natureza e de como a natureza é alterada por diversas formas de organização sociocultural, este bloco passa de uma preocupação global pelas preocupações ecológicas aos alunos e alunos sobre a qualidade da natureza, estendendo-se aos direitos e responsabilidades da comunidade escolar, o ambiente em que vivem e o potencial de ação individual e coletiva. Para o bloco final sobre "Manejo e Conservação Ambiental" traz este o conteúdo que aponta para as possibilidades e consequências positivas e negativas da intervenção humana no meio ambiente. Este bloco tenta listar as avaliações dos alunos sobre gestão sustentável como uma exploração de novas relações de natureza social, criticar o uso de tecnologias incompatíveis com a sustentabilidade, demonstrando conhecimento dos problemas causados pelas queimadas no ecossistema brasileiro (ALVES, 2014). A temática ambiental do PCN, portanto, transmite a ideia de aprender conceitos sobre meio ambiente e da sociedade, as pessoas se tornam capazes de agir conscientemente em seu ambiente. Incorporação da dimensão ambiental nos currículos de ensino fundamental e médio. Segundo o PCN, esse programa de formação é capaz de formar os alunos por meio de uma fundamentação conceitual favorável ao desenvolvimento da educação ambiental, a partir da relação entre a biodiversidade presente na Terra e o meio ambiente. Os conteúdos da Biologia estão organizados em seis temas (1. interação entre os seres vivos; 2. qualidade de vida das populações humanas; 3. identidade dos seres vivos; 4. diversidade da vida; 5. transmissão da vida, ética e manipulação gênica; 6. origem e evolução da vida) (REIS; MARTINS; ROSA, 2017). Assim, os conteúdos de Biologia devem propiciar condições para que o educando compreenda a vida como manifestação de sistemas organizados e integrados, em constante interação com o ambiente físico-químico. O aluno precisa ser capaz de estabelecer relações que lhe permitam reconhecer que tais sistemas se perpetuam por meio da reprodução e se modificam no tempo em função do processo evolutivo, responsável pela enorme diversidade de organismos e das intrincadas relações estabelecidas pelos seres vivos entre si e com o ambiente (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2006 p. 20). A física é importante para desenvolver a capacidade de estudar as leis que regem o meio ambiente e como elas respondem às mudanças humanas na paisagem. Assim, os conceitos neste domínio científico são também importantes para o desenvolvimento das competências dos alunos de EA. O PCN de Física para uso na Educação Ambiental destacou "identificar regularidades, relacionar fenômenos que ocorrem em situações semelhantes e utilizar as leis que representam regularidades para analisar e prever situações cotidianas”. (REIS; MARTINS; ROSA, 2017). Os estudos de química, podem auxiliar em temas de educação ambiental relacionados à origem, evolução e leis do universo e do planeta Terra. Como exemplo da importância da química para a EE, podemos citar tópicos como o tempo de decomposição dos resíduos na natureza, bem como a mudança do estado físico das substâncias a que estão sujeitas, o uso dos conceitos de ciência para ajudar os alunos a compreender o tema e conscientizá-los, ajudando-os a entender a importância de contribuir com a coleta seletiva que vem sendo praticada em muitas cidades brasileiras. Os PCN das ciências humanas e suas tecnologias visam adquirir conhecimentos que capacitem os alunos a compreender os fatores cognitivos (sociais e culturais). Esta lista de conhecimento é responsável por fornecer cursos de formação para os cidadãos, que também é um objetivo comum da EA (REIS; MARTINS;ROSA, 2017). A geografia é uma ciência importante, pois ajuda a compreender a ação humana no espaço, ou seja, o meio ambiente, e aborda uma série de conceitos relacionados tanto à construção e atividade humana, da natureza quanto da paisagem. Este documento entende que a história tem um papel na formação de conceitos sobre os grupos sociais, culturas, gerações passadas e futuras abordadas em períodos históricos. Para desenvolver habilidades de EA, entender o comportamento humano no passado é importante porque pode (especificar) o comportamento social atual, especialmente em questões de proteção ambiental. Modelos econômicos e formas de apropriação natural no tempo/espaço. De acordo com o PCN do Ensino Médio, esta é a fase final da educação básica, a formação dos alunos, deve ter como finalidade principal o domínio, conhecimento básico, preparação científica e habilidade para usar coisas diferentes, promoção de tecnologia, pesquisa e desenvolvimento relacionados ao ramo de atividade, construindo habilidades fundamentais que posicionam os alunos como produtores do conhecimento e participação no mundo do trabalho que garantem o crescimento pessoal, e uma visão cientista (ALVES, 2014). No ensino médio, os PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais) “têm duas funções: difundir os princípios da reforma curricular e orientar os professores na exploração de novas abordagens e métodos." (SILVA; COSTA; SILVA, 2021). O ensino de EA especificamente no ensino médio está contemplado no Parâmetro Curricular a Educação ambiental. Desde 1996 como tema transversal o objetivo de colocar esse conteúdo no ensino o modelo é quebrar a ideia instantânea e minimizá-la. 5 ATIVIDADES INTERDISCIPLINARES NA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Interdisciplinaridade No Brasil, a interdisciplinaridade iniciou-se no final da década de 1960 e teve impacto nas reformas educacionais do país de 1968 a 1971, em especial durante a formulação da Lei de Diretrizes e Bases 5692/71. Lei nº. 5.692, de 11 de agosto de 1971, Lei de Diretrizes e Bases (LDB), dispõe sobre a direção e fundação do ensino fundamental e médio e dá outras providências. (ALEXANDRE, 2021). Com base nessas contribuições, foram enfatizadas as discussões sobre o tema e, em 1996, com a nova LDB nº 9.39/96 e Parâmetros do Currículo Nacional (PCN), o tema interdisciplinar foi fortalecido no cenário escolar brasileiro. Esse conceito tem sido aplicado nos debates educacionais brasileiros como resposta às novas necessidades educacionais, permitindo maior interação entre as disciplinas e promovendo uma melhor compreensão do conhecimento da disciplina por parte dos alunos. Contribuindo assim para o processo cognitivo de compreensão e transformação do conhecimento. Portanto, é necessário entender sua origem, desenvolvimento e significado de seu conceito ainda hoje (LIMA; ALVES, 2022). Em primeiro lugar, a interdisciplinaridade é descrita como um diálogo que ocorre entre as disciplinas, permitindo uma consciência permanente da necessidade de relações de fronteira, bem como o desenvolvimento de conhecimentos e habilidades necessárias para construir e encontrar fronteiras. Uma identidade para cada domínio de conhecimento. Luck (2003), coloca a interdisciplinaridade como: ‘Interdisciplinaridade é o processo que envolve a integração e engajamento de educadores num trabalho em conjunto, de interação das disciplinas do currículo escolar entre si com a realidade, de modo a superar a fragmentação do ensino, objetivando a formação integral dos alunos, a fim de que possam exercer criticamente a cidadania, mediante uma visão global de um mundo e serem capazes de enfrentar os problemas complexos, amplos e globais da realidade atua”. Para, Fazenda (2013): “Se definirmos interdisciplinaridade como junção de disciplina, cabe pensar currículo apenas na formatação de sua grade. Porém, se definirmos interdisciplinaridade como atitude de ousadia e busca frente ao conhecimento, cabe pensar aspectos que envolvem a cultura do lugar onde se formam professores. Assim, na medida em que ampliamos a análise do campo conceitual de interdisciplinaridade, surge a possibilidade de explicitação de seus espectros epistemológicos e praxeológico”. A interdisciplinaridade deve respeitar os domínios de cada área do conhecimento e distinguir os pontos que as unem e as separam. Isso é necessário para detectar áreas onde possíveis conexões podem ser estabelecidas (MIRANDA; MIRANDA; RAVAGLIA, 2010). Até aqui, a interdisciplinaridade pode ser compreendida sob três aspectos: • Um novo tipo de entendimento, que deve romper com o padrão de cognição científica racional e normativo da ciência moderna; isso requer atitudes diferentes; • A divisão sistemática das especializações segundo seus diferentes graus; • Intercâmbio de conhecimento científico moderno e conhecimento tradicional (CALEGARE; JUNIOR, 2012). Nesse contexto, as escolas enfrentam um grande desafio porque a direção curricular muitas vezes é centrada em um modelo hierárquico de disciplinas. Isso exige um repensar e, mais importante, uma reavaliação do aconselhamento educacional de uma perspectiva interdisciplinar. Conclusão de propostas educativas numa perspectiva interdisciplinar. No entanto, cabe ressaltar que no que diz respeito às atividades interdisciplinares, a proposta deve ser concretizada por meio de um projeto educacional interdisciplinar que deve contemplar ações conjuntas e dialógicas a serem desenvolvidas no cotidiano do núcleo. Os objetivos do projeto interdisciplinar são: • lançar luz sobre as discussões de diferentes áreas do conhecimento; • permitir o diálogo entre os professores para promover a ação conjunta; • imaginar a criação de novos valores morais; • permitir o desenvolvimento de uma prática integrada; • permitindo a participação do aluno; • propor ações que visem solucionar ou reduzir os problemas ambientais atuais. Atividades interdisciplinares conjugadas com práticas pedagógicas, onde a reconstrução dos conteúdos disciplinares é uma relação de estar no outro, onde se valoriza a descoberta das diferenças e a riqueza da diversidade. A base para a realização da transdisciplinaridade é o seguinte: • Movimento Dialético: praticar o diálogo com suas produções, visando obter novos indicadores, novos pressupostos a partir desse diálogo. • Recurso de Memória: caderno escrito e realizado em livros, artigos, resenhas, notas, cursos, palestras e memória que viveu e se renovou em diálogo com todas aquelas obras registradas. • Parceria: a empresa incentiva o diálogo com outras formas de informação que não estamos acostumados, e aqui a empresa tem a oportunidade de interpretar essas formas. • Sala de Aula Interdisciplinar: em uma sala de aula onde mora a interdisciplinaridade, vemos que os elementos que distinguem uma sala de aula interdisciplinar de uma sala de aula não interdisciplinar são a ordem e a disciplina disfarçadas de nova ordem e nova disciplina. A avaliação em sala de aula interdisciplinar envolve a violação de todas as regras convencionais utilizadas. • Respeito ao comportamento de cada pessoa: a interdisciplinaridade vem do encontro de indivíduos a mais do que disciplinas. • Projeto de vida: um projeto multidisciplinar requer a existência de projetos pessoais de vida, sendo que o processo de revelação de um projeto pessoal de vida é lento e requer muita espera. • A busca do todo: o conhecimento interdisciplinar busca o todo do conhecimento respeitando as especificidades dos departamentos; a seleção bibliográfica é sempre provisória, nunca final. Partindo deste pressuposto, a escola adquire um papel importante, uma vez que é um espaço onde se podem atingir os objetivos acima referidos. De fato, como já foi discutido em conferências anteriores, é necessário formar os professores porque todospodem participar do processo de educação ambiental, baseando na produção e construção de novas práticas educativas (ALEXANDRE, 2021). Enfoque Interdisciplinar em Educação Ambiental A educação ambiental tem sido definida desde a Conferência Intergovernamental de Tbilisi sobre Educação Ambiental (1977): "uma dimensão dada ao conteúdo educacional e à prática destinada a abordar uma questão ambiental específica”. A Conferência Intergovernamental de Tbilisi sobre Educação Ambiental propõe um dos princípios básicos da educação ambiental: uma abordagem multidisciplinar, utilizando conteúdos específicos para cada disciplina, a fim de alcançar uma abordagem abrangente e equilibrada (MIRANDA; MIRANDA; RAVAGLIA, 2010). A Lei Federal nº. 9.795, de 27 de abril de 1999, que dispõe sobre a Política Nacional de Educação Ambiental, trata da importância da interdisciplinaridade necessária para o desenvolvimento da educação ambiental no Brasil. Uma abordagem interdisciplinar das questões ambientais envolve a superação de diferenças usando contribuições de diferentes disciplinas (tanto de conteúdo quanto de método) para construir uma compreensão e interpretação dos problemas discutidos. Implica também o envolvimento dos cidadãos e a valorização dos seus conhecimentos. Na educação ambiental, tem-se defendido que a base para o desenvolvimento de qualquer prática é a sua natureza interdisciplinar. Essa afirmação de validade se baseia na análise de sua trajetória histórica, até mesmo como uma ferramenta poderosa para examinar as práticas educacionais mais tradicionais (COIMBRA, 2012). Sobre a contribuição interdisciplinar para a educação ambiental, Coimbra (2012) sugere: “A educação ambiental e a multidisciplinaridade podem e devem realmente formar/construir um motor pedagógico de transformação/libertação, onde atuem como integrador da criatividade nesse sentido”. Quando trabalhamos com a educação ambiental interdisciplinar nas escolas, ela permite o ensino entre professores e alunos para que o aprendizado possa ser significativamente enfatizado com tópicos que descrevem valores. Conhecimento, ética e estética e política na relação entre as pessoas, a sociedade e a natureza. Planejamento, execução e avaliação das atividades da educação ambiental É importante começar com um tópico que interessa aos alunos. Um evento atual e emocionante que desperta interesse ou ressentimento nas famílias e em toda a comunidade também desperta interesse em alunos. Permite o uso de várias formas de expressão, desde o desenho ou colagem tradicional à modelagem, dramatização, música, dança, etc. Não deixe de comemorar a conclusão de trabalhos em uma festa, comemoração, exposição ou feira, convidando professores, pais, amigos e funcionários para desfrutar de produtos (MELO, 2007). Trabalhe com questões ambientais sempre que possível e de forma lúdica, ativa e transformadora, abordando-as a partir de perspectivas naturais, culturais, científicas e éticas. Embora se suponha que o conteúdo desta disciplina e de outros tópicos transversais nesta área educacional relacionados ao meio ambiente sejam considerados como componentes centrais comuns de cada disciplina, eles podem ser avaliados sob as seguintes perspectivas: • conhecimento e procedimentos científicos, é importante para os educadores desenvolver a capacidade dos alunos de observar e compreender de forma abrangente a realidade, e transcender os métodos analíticos tradicionais. • atitudes e comportamento, professores e as escolas como um todo eles devem oferecer oportunidades aos alunos, procedimentos de ensino, tomada de decisão e comportamento, demonstrar a aquisição de valores relacionados à conservação e prática ambiental e garantir qualidade de vida para todos. O planejamento educacional vai além de traçar metas ou um caminho. Ele tem o privilégio de prescrever a educação dos súditos através dos conceitos educacionais que permeiam o trabalho do professor. Ao criar um plano, o professor abre sua compreensão do mundo, educação, pessoas e sociedade: como um ato político (AMARAL, 2013). Para Piletti (2007) tem quatro etapas no planejamento curricular: conhecer a realidade; desenvolver um plano; implementação do plano; e um plano de avaliação e melhoria. • Conhecimento da realidade - para planejar corretamente, é importante saber para quem o está planejando. É por isso que conhecer o aluno em seu ambiente é o primeiro passo do processo, é preciso conhecer os desejos, frustrações, necessidades e possibilidades dos alunos, ou seja, realizar um inquérito que busque informações para diagnosticar. • Elaboração do plano - feito o diagnóstico, aprendemos o que pode ser alcançado, como alcançar o que acreditamos ser possível e como avaliar os resultados. A elaboração do plano é realizada através das seguintes etapas: definir os objetivos; seleção e organização de conteúdo; seleção e organização de métodos de aprendizagem; seleção de recursos; escolha do procedimento de avaliação e estrutura do currículo. • Execução do plano - inclui o desenvolvimento planejado de recursos. • Avaliação e aperfeiçoamento do plano - então começamos a avaliar o plano para se transformar. Essa avaliação tem um significado diferente do sentido mais amplo de ensino-aprendizagem. Além de avaliar os resultados do ensino- aprendizagem, avaliamos a qualidade e eficácia de nossos planos e a eficácia do sistema escolar. O planejamento cuidadoso das atividades pode determinar a forma mais eficaz de implementar o projeto, prever os custos necessários e identificar situações pré- estabelecidas que requerem mudanças na estratégia para atingir os objetivos propostos. A caixa de detalhamento de atividades e produtos mostra as atividades e produtos envolvidos em programas de educação ambiental e sugere formas de detalhá-los. Esses exemplos ajudam a planejar e implementar o projeto. Figura 1 – Detalhamento de Atividades e Produtos Fonte: Gruber; Pereira; Domenichelli, (2013). Durante a avaliação, deve-se lembrar que pessoas diferentes pensam, veem, sentem e reagem de maneira diferente aos elementos da realidade a que estão expostas. As diferenças devem ser respeitadas e um professor atencioso pode ajudar os alunos a melhorar o desempenho em diversas áreas. Habilidades de observação, por exemplo, que pode ser melhorado de várias maneiras. É um requisito relevante para qualquer aquisição de conhecimento e experiência, especialmente para a compreensão dos problemas ambientais (MELO, 2007). “Avaliação é o processo orientado a determinar sistemática e objetivamente a pertinência, eficiência, eficácia e impacto de todas as atividades à luz de seus objetivos. Trata-se de um processo organizativo para melhorar as atividades ainda em marcha e ajudar a administração no planejamento, programação e futuras tomadas de decisões” (GRUBER; PEREIRA; DOMENICHELLI, 2013). Dessa forma, uma avaliação compatível com a educação ambiental deve contemplar um conjunto de procedimentos com três objetivos: 1ª)Visão geral dos resultados obtidos com a prática pedagógica adotada pelo professor (matérias, métodos e materiais utilizados, estratégias de acesso, mobilização, participação na escola e na comunidade, etc.) (motivação geral, alcance de metas, mudanças observadas nas pessoas e/ou ambientes, produtos adquiridos, alegria no desenvolvimento das atividades e obtenção de resultados, etc.), cujo objetivo principal é descobrir as fortalezas e os problemas e dificuldades que surgiram durante a continuação da experiência. 2ª) Observar atentamente cada aluno, procurando identificar o seu centro de interesse, com mais ou menos facilidade, para cada uma das formas específicas de expressão (oral, narrativa, poesia, música, dança, teatro, pintura, escultura, montagem, etc. A sua compreensão e experiência das suas origens