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<p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Sumário</p><p>CLIQUE NO CAPÍTULO PARA SER REDIRECIONADO</p><p>Origem da Psicologia – Influências filosóficas</p><p>Influências fisiológicas para Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos</p><p>Método Descritivo</p><p>Método Correlacional</p><p>Método Experimental</p><p>Estruturalismo</p><p>O Funcionalismo</p><p>O Associacionismo</p><p>Alguns Teóricos importantes desta época</p><p>Objeto de Estudo da Psicologia-Algumas áreas de pesquisa</p><p>e atuação</p><p>Psicologia Clínica</p><p>Psicologia Social</p><p>Psicologia Organizacional</p><p>Psicologia do Desenvolvimento Humano</p><p>Psicologia Escolar e Educacional</p><p>Psicobiologia</p><p>Referências</p><p>5</p><p>11</p><p>27</p><p>39</p><p>Objetivos Definição</p><p>Explicando Melhor Você Sabia?</p><p>Acesse Resumindo</p><p>Nota Importante</p><p>Saiba Mais Reflita</p><p>Atividades Testando</p><p>Para o início do</p><p>desenvolvimento de uma</p><p>nova competência;</p><p>Se houver necessidade</p><p>de se apresentar um novo</p><p>conceito;</p><p>Algo precisa ser melhor</p><p>explicado ou detalhado;</p><p>Curiosidades indagações</p><p>lúdicas sobre o tema em</p><p>estudo, se form necessarias;</p><p>Se for preciso acesar um</p><p>ou mais sites para fazer</p><p>dowload, assistir videos, ler</p><p>textos, ouvir podcast;</p><p>Quando for preciso se fazer</p><p>um resumo acumulativo</p><p>das últimas abordagens;</p><p>quando forem necessárias</p><p>observações ou</p><p>complementações para o</p><p>seu conhecimento;</p><p>As observações escritas</p><p>tiveram que ser priorizadas</p><p>para você;</p><p>Textos, referências</p><p>bibliográficas e links para</p><p>aprofundamento do seu</p><p>conhecimento;</p><p>Se houver a necessidade</p><p>de chamar a atenção</p><p>sobre algo a ser refletido ou</p><p>discutido sobre;</p><p>Quando alguma atividade</p><p>de autoaprendizagem for</p><p>aplicada;</p><p>Quando o desenvolvimento</p><p>de uma competência for</p><p>concluído e questões forem</p><p>explicadas.</p><p>@faculdadelibano_</p><p>1</p><p>Origem da</p><p>Psicologia-</p><p>-Influências</p><p>filosóficas</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Capítulo 1</p><p>Origem da Psicologia-</p><p>-Influências filosóficas</p><p>Objetivos</p><p>A ideia de compreender o homem por sua mente e ações se inicia com</p><p>Sócrates. Ele inovou o pensamento metafísico de tamanha maneira, que</p><p>a filosofia passou a ser divididos em filósofos pré e pós-socráticos! Mas</p><p>afinal o que ele disse de tão inovador?</p><p>A Psicologia é uma das ciências mais antigas, nasceu a partir da Filosofia e seus primeiros</p><p>registros foram escritos por Aristóteles (384-322 a.C.), estes datam de mais de 2000 anos</p><p>atrás. Aristóteles escreveu sobre sono, sonhos, sentidos e memória e criou conceitos</p><p>posteriormente usados como a catarse e a metafísica. É importante compararmos a</p><p>Filosofia de Sócrates, Platão e Aristóteles com a dos filósofos naturais, os pré-socráticos,</p><p>estes, observavam e tentavam compreender o mundo a partir dos fenômenos naturais,</p><p>deixando o ser numa posição determinista, ou seja, sua existência e ações é fruto do</p><p>espaço e tempo (BORGES, 2009).</p><p>Antes de Sócrates, os filósofos eram chamados de “filósofos naturais”, porque entendiam</p><p>o homem como parte da natureza, esta ditaria o caminho de seu conhecimento.</p><p>Este filósofo é tão inovador, porque passou a compreender o homem como um ser</p><p>independente, autor e responsável por suas ações.</p><p>Platão (428/7-347AC), um de seus discípulos, por sua vez, era determinista, compreendia</p><p>o homem como produto do mundo das ideias, e estas advindas da razão, ou seja, o</p><p>conhecimento se dá pela razão, e não pelos sentidos do corpo. Você se lembra do</p><p>mito da caverna de Platão? Ele utilizou esta metáfora para dizer que, aquelas sombras</p><p>refletidas nas paredes da caverna não refletem o mundo como ele realmente é, e por</p><p>isso, cada qual, deve se libertar das “aparências” e sair da caverna, ou seja, o homem é</p><p>dotado de capacidade cognitiva e por isso, é responsável por seu processo de busca</p><p>ao conhecimento.</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Origem da Psicologia–Influências filosóficas Capítulo 1</p><p>Os estudos de Platão são complexos e pertinentes, porém vemos tão fortemente quanto,</p><p>a influência das ideias de Aristóteles na formação da Filosofia Moderna e posteriormente,</p><p>a Psicologia.</p><p>Imagem do Mito da Caverna de Platão. A imagem retrata três fases: na primeira, os</p><p>homens observam as sombras de objetos na parede; na segunda fase, eles decidem</p><p>sair da caverna, passam pelo fogo e pelos objetos autores das sombras, os homens</p><p>veem e chegam à conclusão de que um não corresponde ao outro. E por fim na terceira</p><p>fase, os homens estão no mundo real, se libertaram das sombras.</p><p>FIGURA 1</p><p>Ilustração da “Alegoria da</p><p>Caverna” de Platão (428/7-347AC)</p><p>FONTE</p><p>Wikimedia</p><p>FIGURA 2</p><p>René Descartes</p><p>FONTE</p><p>Wikimedia</p><p>Aristóteles (384/3-322AC) influenciou a Filosofia do</p><p>século XVII, apresentando a ideia de mente e corpo</p><p>como entidades separadas, que interagem entre si</p><p>para provocar sensações. Este filósofo foi inovador,</p><p>porque além de suas contribuições filosóficas “é</p><p>considerado como o primeiro grande pesquisador</p><p>sistemático. Definiu o objeto de estudo de várias</p><p>ciências e foi o primeiro a oferecer uma teoria</p><p>sistemática sobre a Psicologia” (Gomes, 1996, p.4).</p><p>As tendências filosóficas desta época são</p><p>retomadas fortemente por Descartes (1596-1650) um</p><p>filósofo francês, que viveu em um cenário Europeu</p><p>marcado por conflitos e por uma forte influência</p><p>religiosa e do Estado, para comandar o raciocínio</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Origem da Psicologia–Influências filosóficas Capítulo 1</p><p>e desenvolvimento intelectual. Apesar de este filósofo acreditar na existência de Deus</p><p>como criador deste universo, Descartes tinha uma visão mais mecanicista e racional</p><p>do homem, foi bastante influenciado por matemáticos como Galileu Galilei (1564-1642)</p><p>e propôs uma observação baseada no mundo físico e em evidências científicas. A</p><p>investigação do comportamento humano passa a ser individual independente de raça,</p><p>sexo, classe social, um método também chamado de reducionista (Gomes, 1996; Schultz</p><p>& Schultz, 2009).</p><p>O cenário da época vivida por Descartes era literalmente mecanicista. A criação de</p><p>máquinas industriais, revolução no trabalho braçal e com isso, em todo o contexto social,</p><p>levou este pensador a deixar de lado o pensamento naturalista e enxergar o homem</p><p>também em suas “peças” menores, entrávamos na era da Filosofia Moderna (Schultz &</p><p>Schultz, 2009).</p><p>Descartes observou que o corpo humano produz movimentos involuntários, sabemos</p><p>hoje que são os chamados arco reflexo – movimentos involuntários sem processamento</p><p>cognitivo que assim acontecem para ter melhor resposta do corpo e protegê-lo de</p><p>estímulos nocivos, como uma queimadura na mão, por exemplo, (Carlson, 2002).</p><p>Saiba Mais</p><p>A catarse (atualmente em desuso) ficou conhecida com Sigmund Freud</p><p>(1856-1939) e Joseph Breuer. Eles aplicavam esta técnica em pacientes</p><p>para induzi-los a hipnose, estes liberariam emoções e sentimentos</p><p>repreendidos e aliviariam sintomas psicossomáticos. Aristóteles</p><p>chamava o teatro de fenômeno catártico, pois segundo ele, havia</p><p>ali uma capacidade de libertação, à medida que o indivíduo visse os</p><p>sentimentos representados, se libertariam deles.</p><p>Você Sabia?</p><p>Metafísica é o estudo do que não pode ser testado empiricamente, está</p><p>para além da física.</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Origem da Psicologia–Influências filosóficas Capítulo 1</p><p>Influências fisiológicas para Psicologia</p><p>A investigação reducionista, a retirada de Deus do centro do universo e colocação</p><p>homem como senhor de suas ações, levou a ciência a buscar respostas para doenças,</p><p>calamidades, e sobre o comportamento humano, no próprio homem. Graças a essa</p><p>mudança histórica, foi possível haver estudos sobre cognição, desenvolvimento e</p><p>consciência. A ciência psicológica passa então a receber também influências fisiológicas</p><p>que eram realizadas desde o século XIX com pesquisa experimental.</p><p>Marshall Hall (1790-1857) chegou à conclusão de que existem diversos tipos de</p><p>movimentos, originados pelo cérebro, sistema nervoso, ou muscular, isto porque os</p><p>animais decapitados ainda se mexiam, ele descobriu que os movimentos nem sempre</p><p>são modulados pelo cérebro.</p><p>Os estudos feitos por fisiologistas dessa época permitiram descobertas importantes</p><p>como a de Paul Broca (1824-1880), um cirurgião parisiense que ao atender um paciente</p><p>que compreendia a linguagem, porém não falava mais que a palavra “tam” buscou</p><p>investigar o que podia estar comprometido em seu cérebro, assim foi descoberta a</p><p>região cerebral chamada de área de Broca, tão estudada por fonoaudiólogos e</p><p>psicopedagogos por ser responsável pela fluência verbal, compreensão da fala e pela</p><p>leitura. O conhecimento a respeito do funcionamento das regiões cerebrais é importante,</p><p>pois no casa da afasia de Broca, uma pessoa pode compreender muito bem um texto</p><p>lido, mas não conseguirá lê-lo (GRIGGS, 2009).</p><p>Explicando Melhor</p><p>Essa visão mecânica e reducionista influenciou teorias extremamente</p><p>importantes e que hoje ainda são fortemente estudadas dentro da</p><p>Psicologia e de outras áreas de conhecimento, as quais serão de grande</p><p>aplicabilidade para o pedagogo compreender estímulos influenciadores</p><p>em sala de aula, estes podem contribuir ou prejudicar a aprendizagem e</p><p>o desenvolvimento dos trabalhos. Veremos a seguir, vamos juntos!</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Origem da Psicologia–Influências filosóficas Capítulo 1</p><p>FIGURA 3</p><p>Área de Broca e Área de Wernicke</p><p>FONTE</p><p>Wikimedia</p><p>@faculdadelibano_</p><p>2</p><p>Psicologia</p><p>científica, origem e</p><p>conceitos.</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Capítulo 2</p><p>Psicologia científica, origem</p><p>e conceitos.</p><p>Definição</p><p>A Psicologia é uma ciência que estuda o comportamento humano</p><p>e os processos mentais, para que assim seja possível predizer</p><p>comportamentos, interpretar ações, compreender a dinâmica de um</p><p>grupo, etc... A Associação americana de Psicologia (APA) lista mais de</p><p>50 divisões de atuação dentro da Psicologia, porém para a pesquisa</p><p>existem apenas quatro, que são as áreas biológica e cognitiva-</p><p>que estudam fatores internos, como o sistema fisiológico, uso de</p><p>medicamentos e pensamento, raciocínio, etc... Respectivamente. E nas</p><p>áreas comportamental e sociocultural- que estudam fatores externos,</p><p>como um melhor tipo de aulas, provas escolares, e comportamentos</p><p>que acontecem em grupo, como bullying e podem influenciar uns os</p><p>outros.</p><p>O método científico é uma maneira compartilhada entre todo o mundo para adquirirmos</p><p>conhecimento a respeito do mundo que nos rodeia. A Psicologia segue os pilares para</p><p>produção de conhecimento, que visam à formulação de uma hipótese; delinear um</p><p>estudo para que isso seja possível, e este estudo deve utilizar um dos três métodos de</p><p>se fazer pesquisa, que são o descritivo, correlacional e experimental, esses são métodos</p><p>padrão para que os dados observados sejam coletados corretamente, e com isso</p><p>chegar às conclusões do estudo para posteriormente serem publicadas (HOCKENBURY</p><p>& HOCKENBURY, 2001).</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos. Capítulo 2</p><p>Para começar, qual método você acredita ser o mais indicado para esse estudo? O</p><p>Descritivo, Correlacional ou Experimental? Vejamos um por um!</p><p>Método Descritivo</p><p>O método descritivo é dividido em três tipos: as técnicas observacionais, estudo de caso</p><p>e pesquisa de levantamento.</p><p>As técnicas observacionais apenas observam o comportamento, seja em seu ambiente</p><p>natural- como um biólogo que se esconde para observar pássaros, ou em laboratórios,</p><p>com situações problema criada para esse fim, porém, a observação naturalística é mais</p><p>indicada, pois sabe-se que as pessoas modificam seu comportamento em laboratórios,</p><p>mas nem sempre ela é possível, pois o pesquisador observador inserido em um local</p><p>também pode interferir na dinâmica do grupo (ao pesquisar a relação entre chefe e</p><p>subordinado por exemplo), e sua inserção no local se passando por outra pessoa que</p><p>não um pesquisador, fere os pressupostos éticos da pesquisa científica.</p><p>Importante</p><p>É importante pensarmos que qualquer pessoa pode produzir ciência,</p><p>qualquer ambiente pode ser propício para fornecimento de dados e</p><p>responder hipóteses, como no caso de um professor em sala de aula</p><p>que investiga uma maneira de despertar interesse nas crianças para</p><p>que façam o dever de casa. Então ele desenvolve um pensamento crítico</p><p>a respeito, que é uma maneira científica de enxergar aquela situação</p><p>problema, sempre optando pela neutralidade e fugindo de qualquer ideia</p><p>tendenciosa. Assim ele observa que algumas atitudes em sala motivam</p><p>as crianças, e a partir daí cria a seguinte hipótese de pesquisa: “colar</p><p>uma estrelinha dourada no caderno de um aluno tende a melhorar seu</p><p>desempenho escolar”. Assim, o professor precisa começar a investigar</p><p>sua hipótese para confirmar se ela é realmente eficaz, caso seja, ele terá</p><p>progresso em sala de aula. Vamos agora entender um pouco sobre a</p><p>metodologia de pesquisa para auxiliar o professor em seu projeto de</p><p>pesquisa.</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos. Capítulo 2</p><p>Há ainda a observação participante, nela, o observador realmente se torna membro do</p><p>grupo e compartilha com este o mesmo ofício, sem infringir a ética e ao sigilo.</p><p>Resumindo</p><p>A pesquisa científica é um padrão de coleta e publicação de dados, de</p><p>modo que qualquer pesquisador ou profissional da área possa utilizar</p><p>evidências e conceitos seguros para sanar dúvidas ou enriquecer seu</p><p>conhecimento a respeito de um mesmo assunto.</p><p>Você Sabia?</p><p>O estudo de caso é muito utilizado na prática clínica, ele permite</p><p>estudar um único participante com bastante profundidade e por um</p><p>maior período de tempo. Geralmente esse tipo de estudo relata alguma</p><p>intervenção clínica e mudanças no padrão de comportamento do</p><p>indivíduo são relatadas. Os dados coletados com esse tipo de estudo são</p><p>posteriormente compartilhados para serem utilizados por profissionais</p><p>que encontram casos semelhantes.</p><p>O último tipo de pesquisa descritiva é a pesquisa de levantamento, que é a entrevista</p><p>com os participantes. Esse tipo de pesquisa é muito utilizado por ser prática e acessível,</p><p>mas requer mais cuidado do pesquisador para não analisar os dados tendenciosamente</p><p>(HOCKENBURY & HOCKENBURY, 2001).</p><p>Método Correlacional</p><p>Outra pesquisa que o nosso professor do exemplo poderia fazer é a correlacional, nela</p><p>ele pegaria um número de alunos com maiores notas e faria uma correlação com o</p><p>número de estrelas douradas ganhas, para saber se há correlação entre essas duas</p><p>variáveis.</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos. Capítulo 2</p><p>Método Experimental</p><p>O último tipo de pesquisa é a experimental, na qual o pesquisador pode manipular as</p><p>variáveis para saber qual está influenciando para que haja o resultado, esse método</p><p>é bastante utilizado em laboratórios que testam medicamentos, um grupo recebe a</p><p>medicação e o outro o placebo, assim, fica mais fácil saber se a mediação funciona.</p><p>Esse método pode ser aplicado na escola, como por exemplo, dividindo as crianças em</p><p>quatro grupos sendo: grupo que recebeu estrelinha por fazer a tarefa, grupo que fez</p><p>a tarefa, mas não recebeu estrelinha, grupo que não fez a tarefa e recebeu a estrela</p><p>e grupo que não fez a tarefa e não recebeu a estrela. O professor poderia comparar</p><p>o resultado das provas ao final do semestre, ou dar uma prova após cada estrela</p><p>colada no caderno de um grupo. Ou poderia até mesmo inverter os grupos que iriam</p><p>ganhar a estrelinha (o nome para este método é delineamento cruzado), este método,</p><p>porém, exige que um protocolo experimental seja seguido, a fim de que o número de</p><p>participantes, tempo de pesquisa e comprometimento ético seja resguardado. As</p><p>Escolas Psicológicas: Estruturalismo, Funcionalismo, Associacionismo.</p><p>Estruturalismo</p><p>A maneira como explicar a mente e o comportamento humano ao longo da história</p><p>foi baseada na Filosofia, Biologia, Sociologia e Fisiologia. A Psicologia era um campo de</p><p>estudo dentro dessas áreas. Com estudos a respeito de estímulos sensoriais e respostas</p><p>corporais, como de Pavlov (1849-1936), técnicas de extirpação de partes do cérebro de</p><p>animais para examinar problemas, consequências comportamentais, ou dissecação</p><p>post mortem para avançar o entendimento</p><p>acerca do comportamento humano. Mas</p><p>como de fato a Psicologia surgiu como ciência e disciplina isolada? Vamos ver?</p><p>Explicando Melhor</p><p>O estudo correlacional mede a relação entre duas variáveis, de modo que</p><p>há existência de uma e pressupõe a existência de outra, o que se chama</p><p>correlação positiva. Quando a existência de uma variável pressupõe a</p><p>inexistência de outra, nomeia-se correlação negativa.</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos. Capítulo 2</p><p>Podemos dizer que a Psicologia como disciplina</p><p>surgiu de fato em 1874, na Alemanha no laboratório</p><p>de um fisiologista, filósofo e psicólogo chamado</p><p>Wilhelm Wundt (1832-1920). O laboratório inaugurado</p><p>por Wundt está localizado na Universidade de Leipzig,</p><p>local onde a Psicologia de fato se iniciou, sendo assim,</p><p>este é o laboratório mais antigo da área, e no qual</p><p>somente Wundt orientou mais de 160 pesquisas de</p><p>doutorado (Schultz & Schultz, 2009).</p><p>Wundt utilizou de pesquisa experimental em</p><p>laboratório para investigar processos psicológicos</p><p>básicos, como a consciência, sensações e</p><p>percepções. Ele queria entender como nossa mente</p><p>era capaz de produzir esses processos psicológicos,</p><p>por exemplo, como uma sensação de tato é sentida?</p><p>Há um padrão limiar, ou tempo de contato para que</p><p>a sensação seja causada? Este tinha por base a</p><p>FIGURA 4</p><p>Wilhelm Wundt</p><p>FONTE</p><p>Wikimedia</p><p>experimentação e a comprovação física e por isso seus estudos fazem parte de uma</p><p>área de pesquisa atual da Psicologia chamada de Psicofísica.</p><p>Explicando Melhor</p><p>A percepção é uma subárea da Psicologia na qual perpassam</p><p>fundamentos da Psicofísica. No estudo da percepção envolvem a</p><p>detecção de estímulos do ambiente por meio dos órgãos do sentido,</p><p>sabemos que temos neurônios receptores de sensações como dor</p><p>e tato, porém, os primeiros estudos nessa área queriam identificar</p><p>a intensidade psicológica das sensações resultantes de estímulos</p><p>externos. Então sabemos que os neurônios nociceptores detectam</p><p>o estímulo, e após isso eles devem ser diferenciados, por exemplo,</p><p>quente ou frio? Parece fácil, não é? Mas agora lhe convido a fazer uma</p><p>experiência, caro aluno – Afunde sua mão direita em uma água bem</p><p>gelada, porém suportável e após isso afunde essa mesma mão em</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos. Capítulo 2</p><p>uma água morna. Feito isso, afunde agora sua mão esquerda em uma</p><p>água natural e após isso em uma água morna. Acredito que a sua mão</p><p>direita sentiu a água mais quente se comparada à outra, não é? Pois</p><p>bem, assim entramos na terceira parte do estudo, o reconhecimento do</p><p>estímulo: sua modalidade e intensidade. Porém, esse tipo de estudo fica</p><p>muito sujeito a erros devido à subjetividade de cada participante, como</p><p>os experimentos eram introspectivos não poderia haver um consenso</p><p>público, o que resultou em muitas críticas ao método e mesmo com</p><p>toda sua importância e relevância para o avanço da pesquisa, foi uma</p><p>escola que caiu em desuso após a morte de seus fundadores.</p><p>Os estudos de Wundt se basearam em comprovar a estrutura da consciência e seus</p><p>reflexos no corpo humanos, esse método recebeu o nome de estruturalismo, nome dado</p><p>por um de seus mais ilustres alunos Edward Bradford Titchener (1867-1927), que após a</p><p>conclusão de seu doutorado foi convidado a trabalhar como professor na Universidade</p><p>Cornell nos Estados Unidos, expandindo a Psicologia Experimental para a América. Vale</p><p>lembrar que após o distanciamento físico entre professor e aluno, algumas de suas</p><p>ideias também se diferenciaram.</p><p>Definição</p><p>Estruturalismo – A mais antiga escola psicológica que visava descobrir</p><p>os processos conscientes e como eles se conectam com as condições</p><p>fisiológicas do corpo.</p><p>Esta primeira corrente psicológica morreu junto com seus fundadores, ainda que muito</p><p>importante para todo o surgimento da Psicologia experimental, não resistiu às críticas dos</p><p>alunos pesquisadores que sucederam a academia após a morte de seus precursores,</p><p>isto porque as variáveis ali estudadas não poderiam ser observadas, cabendo apenas</p><p>ao participante responder a respeito do que sentiu, ou seja, totalmente introspectivo.</p><p>Um tipo de experimento realizado naquela época na área da percepção consistia em</p><p>saber quanto tempo uma pessoa levaria para detectar um som de um sino tocando, o</p><p>participante anotava em um papel o momento em que ouvisse o sinal e o tempo era</p><p>medido posteriormente.</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos. Capítulo 2</p><p>Nota</p><p>Sempre que o termo “sensação” for mencionado, estamos nos referindo</p><p>aos órgãos dos sentidos e aos seus respectivos neurônios nociceptores</p><p>– tato, audição, paladar, olfato e visão.</p><p>O Funcionalismo</p><p>Por volta de 1870, um brilhante professor da universidade de Harvard chamado William</p><p>James (1842-1910), se interessava e estudava bastante os escritos de Wundt e a partir</p><p>deste “gancho” James escreveu suas obras que</p><p>descreviam a função do cérebro, hábito, memória,</p><p>sensação, percepção e emoção (Schultz & Schultz,</p><p>2009).</p><p>Para James a Psicologia tinha como intenção,</p><p>desvendar a noção biológica do cérebro sobre a</p><p>consciência, o que deveria ser analisado em seu</p><p>ambiente natural, de uma forma mais sistemática e</p><p>não fragmentada, como no estruturalismo. A proposta</p><p>que também era embasada na Biologia Darwinista</p><p>pretendia responder como o ser humano se adapta</p><p>ao seu meio ambiente. Esse método de estudo</p><p>foi denominado por funcionalismo, pois pretendia</p><p>entender o todo do organismo e sua adaptação ao</p><p>meio.</p><p>Definição</p><p>Funcionalismo – Criado por William James, estudava não somente</p><p>os processos e experiências mentais, mas o propósito deles no</p><p>comportamento.</p><p>FIGURA 5</p><p>William James (1842-1910)</p><p>FONTE</p><p>Wikimedia</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos. Capítulo 2</p><p>O funcionalismo não utilizava a Psicologia Experimental, e passava a observar o</p><p>funcionamento psicológico sistemático de populações de pessoas saudáveis ou</p><p>emocionalmente desequilibradas e até mesmo animais.</p><p>Também eram utilizadas crianças e seus ambientes escolares, e por isso essa escola</p><p>psicológica teve um grande impacto na educação normal e infantil, um dos alunos de</p><p>James, chamado John Dewey (1859- 1952), grande referência no campo da educação</p><p>moderna afirmava que as crianças devem aprender no nível para o qual estão</p><p>preparadas para o desenvolvimento (Schultz & Schultz, 2009).</p><p>Saiba Mais</p><p>As ideias de William James foram tão bem aceitas que este novo jeito</p><p>de se fazer Psicologia se expandiu rapidamente, isto porque ela não se</p><p>interessava apenas na introspecção e na função fragmentada de cada</p><p>região cerebral ou do corpo, e das sensações e sentimentos, mas no</p><p>entendimento global do organismo e da aplicação da Psicologia para</p><p>outros campos, como a educação, e ambientes de trabalho.</p><p>Importante</p><p>É imprescindível citar ainda dois ilustres discípulos de William James, que</p><p>são Stanley Hall (1844-1924), conhecido por ser o primeiro psicólogo a</p><p>receber o título de Ph.D. nos Estados Unidos, com seus estudos a respeito</p><p>da Psicologia do Desenvolvimento e da Adolescência. Além disso, esse</p><p>autor fundou a Associação Americana de Psicologia - APA, e o primeiro</p><p>jornal americano de Psicologia, os quais existem até hoje, sendo a APA a</p><p>maior instituição de Psicologia no mundo.</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos. Capítulo 2</p><p>Outra ilustre aluna de James foi Mary Whiton Calkins (1863 – 1930), que apesar de ter</p><p>completado todas as exigências para o recebimento de seu título de Ph.D. em Psicologia,</p><p>teve seu título negado pela Universidade de Harvard em 1890, isto porque ela era mulher</p><p>e esta instituição não era mista.</p><p>Calkins passou a lecionar Psicologia para uma universidade feminina, onde criou seu</p><p>laboratório de Psicologia, além disso, foi à primeira presidenta da APA.</p><p>FIGURA 6</p><p>Stanley Hall (1844-1924)</p><p>FONTE</p><p>Wikimedia</p><p>Nota</p><p>A primeira mulher do mundo a receber o título de Ph.D. em Psicologia</p><p>foi Margaret Floy</p><p>Washburn (1871- 1939), aluna de Titchener também nos</p><p>Estados Unidos, com seus estudos sobre comportamento animal e teoria</p><p>motora. Além disso, ela foi à segunda mulher a presidir a APA.</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos. Capítulo 2</p><p>Apesar de todo sucesso a escola funcionalista não ficou</p><p>livre de críticas, psicólogos experimentais como Wundt</p><p>acreditavam que a pesquisa fora dos padrões de controle</p><p>do laboratório seria inconstante e fora de consenso público,</p><p>significando um retorno a ciência pura, aquela baseada</p><p>em ideias (como Platão) e não em evidências científicas</p><p>comprovadas, como a filosofia moderna nos ensina, e por</p><p>isso não a reconheciam como Psicologia.</p><p>FIGURA 7</p><p>Margaret Floy Washburn</p><p>(1871- 1939)</p><p>FONTE</p><p>Wikimedia</p><p>Reflita</p><p>É importante refletirmos que essa época já é século XX. As mulheres</p><p>lutam para ter direito ao acesso, Freud, Skinner, Watson e outros teóricos</p><p>já existem. A Psicologia já está formada. Vamos entender agora como os</p><p>outros teóricos entram nessa história.</p><p>O Associacionismo</p><p>O associacionismo teve início no Reino Unido com David Hartley (1705-1757) não é uma</p><p>escola criada como critica as outras anteriores, mas sim uma corrente de pensamento</p><p>baseada em ideias filosóficas positivistas e empiristas, que assim como o estruturalismo</p><p>e funcionalismo, buscava entender os processos mentais. Com base em teorias</p><p>Newtonianas e empiristas essa teoria propunha que a mente seria produto de ações</p><p>vibratórias do sistema nervoso, as quais produziriam sensações e essas sensações</p><p>produziriam as ideias. Posteriormente a ideia de sensação-ideia foi substituída pela</p><p>expressão, estímulo-reação, ou seja, estímulo-resposta. Importantes filósofos e</p><p>psicólogos firmaram suas teorias com base nessas ideias, as quais são presentes e</p><p>utilizadas na Psicologia atual (Schultz & Schultz, 2009).</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos. Capítulo 2</p><p>Definição</p><p>Positivismo- Escola filosófica criada pelo francês Augusto Comte (1798-</p><p>1857). Para os filósofos positivistas a ciência deve ser construída por meio</p><p>de um protocolo sistemático de observações empíricas e de fenômenos</p><p>concretos passíveis de serem observados e confirmados por consenso</p><p>público.</p><p>As ideias apresentadas nessa corrente de pensamento foram bastante revolucionárias,</p><p>pois se aprofundaram na compreensão do funcionamento cognitivo. Um filósofo que</p><p>inspirou o associacionismo foi o inglês John Locke (1632-1704) que defendia a tese</p><p>Aristotélica que o homem nasce sem qualquer conhecimento prévio, ou seja, como uma</p><p>tábula-rasa. Para Locke o conhecimento é fruto da sensação (experiência sensorial) e</p><p>reflexão (cognitiva mental).</p><p>A sensação e a reflexão formam as ideias simples, que são elementares e não podem</p><p>ser reduzidas ou analisadas, a junção das ideias simples formam as ideias complexas</p><p>e estas sim podem ser estudadas. A conexão entre essas ideias simples para formar</p><p>as complexas recebeu o nome de associação, e este processo serve como base para</p><p>explicar o que atualmente os psicólogos, pedagogos e psicopedagogos chamam de</p><p>aprendizagem (Schultz & Schultz, 2009).</p><p>Explicando Melhor</p><p>Como já explicamos anteriormente, a sensação deve-se aos órgãos dos</p><p>sentidos, enquanto a percepção é a assimilação da sensação com a</p><p>subjetividade de cada indivíduo. A junção destas duas operações forma</p><p>a reflexão, ou seja, quando temos uma experiência sensorial, atribuímos</p><p>a ela uma ideia a respeito do que foi experienciado, isso é associação,</p><p>e essa percepção a respeito do que está sendo vivenciado, ou seja, o</p><p>entendimento interno das operações da razão é chamado de reflexão.</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos. Capítulo 2</p><p>O “espírito” intelectual desta época vinha da influência de filósofos materialistas como</p><p>Descartes, a ideia mentalista a respeito da reflexão afirmava que todo o conhecimento</p><p>é função de um fenômeno mental e dependente da pessoa que a vivência. Assim, o</p><p>associacionismo defendia que o homem não nasce com ideias inatas, o conhecimento</p><p>é fruto dos processos fisiológicos subjacentes que irão por sua vez formar os processos</p><p>psicológicos. A doutrina do mecanicismo foi utilizada para explicar a mente humana,</p><p>sendo essa passiva e automática, respondente a estímulos externos.</p><p>Alguns Teóricos importantes desta época</p><p>Um estudo dessa época e que contribui diretamente para a prática do pedagogo foram</p><p>os achados de Hermann Ebbinghaus (1850- 1909), aluno de Wundt, em 1885 publicou o</p><p>resultado de uma pesquisa a respeito de associação, aprendizagem e memória. Veja o</p><p>exemplo:</p><p>Leia as seguintes sílabas:</p><p>Ce zl e m sl mrvoso !</p><p>Tente lembrar-se de todas daqui a 30 minutos.</p><p>Agora tente novamente</p><p>Céu azul e um sol maravilhoso!</p><p>FIGURA 8</p><p>Ivan Pavlov (1849- 1936)</p><p>FONTE</p><p>Wikimedia</p><p>Viu só? Isto seria uma breve demonstração de como</p><p>a associação de ideias é importante para melhor</p><p>consolidar a memória. Provavelmente você imaginou</p><p>um céu, um sol e vieram várias imagens e percepções</p><p>em sua mente.</p><p>Outro Teórico que contribuiu (acidentalmente)</p><p>maciçamente para Psicologia Experimental foi Ivan</p><p>Pavlov (1849- 1936), um fisiologista russo que estava</p><p>realizando um estudo gastrointestinal com um cachorro,</p><p>e sempre que a comida estaria a ser entregue um sino</p><p>era tocado, Pavlov percebeu então que o cão salivava</p><p>já quando o sino tocava.</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos. Capítulo 2</p><p>Pavlov então fez a seguinte observação, a associação de um estímulo não condicionado</p><p>(comida) com a apresentação de um estímulo neutro (som de uma campainha) pode</p><p>provocar uma resposta condicionada (salivação), ou seja, aprendida. Veja o esquema</p><p>abaixo:</p><p>FIGURA 9</p><p>Esquema do condicionamento de Estímulos Pavloviano</p><p>FONTE</p><p>MagentaGreen | Wikimedia</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos. Capítulo 2</p><p>A descoberta de Pavlov foi chamada de reflexo condicionado, ou seja, quando nosso</p><p>corpo reage fisiologicamente a um estímulo condicionado. Essa teoria serviu como base</p><p>para as pesquisas de Watson e Skinner, dois importantes psicólogos comportamentais</p><p>cujas teorias são muito utilizadas na pesquisa psicológica e na clínica atual.</p><p>Influenciado por Pavlov, John Broadus Watson (1878- 1958) foi um Famoso professor</p><p>de Psicologia, era estadunidense e foi considerado o fundador da Psicologia</p><p>Comportamental. Essa escola será melhor estudada na Unidade IV. Portanto aqui iremos</p><p>nos ater apenas a importância dos achados de Watson para o assunto aqui tratado,</p><p>uma escola psicológica que não acreditava na existência da mente, e dizia que apenas</p><p>o comportamento era passível de estudo, pois era observável.</p><p>Para Watson o comportamento humano poderia ser modelado de acordo com</p><p>o ambiente, ele criou um famoso esquema que representava essa crença, S – R, do</p><p>inglês, stimulus- respost, que se tornou sua base para a definição de aprendizagem</p><p>para sua teoria. Os experimentos de Watson são famosos e muito comentados ainda</p><p>hoje, pois contribuíram imensamente para o conceito da relação entre modelagem</p><p>comportamental e meio, estes experimentos, porém foram considerados como</p><p>ofensivos para quem estava participando da pesquisa (Schultz & Schultz, 2009). A escola</p><p>Behaviorista e seus autores serão estudados posteriormente, agora convido você, caro</p><p>aluno a fazer uma breve reflexão utilizando apenas o que foi visto até este momento.</p><p>Porque o cachorro de Pavlov salivava ao tocar o sino? Imagino que você responderá</p><p>algo do tipo “É porque este animal sabia que a comida viria sempre que o sino tocava”.</p><p>Agora pense na prática da pedagogia, quanto ao comportamento dos alunos em</p><p>FIGURA 10</p><p>Animal experimental</p><p>utilizado por Pavlov</p><p>FONTE</p><p>Bogomolov.PL | Wikimedia</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Psicologia científica, origem e conceitos. Capítulo 2</p><p>relação ao meio (ambiente escolar, professor, amigos, escola em geral), como o meio</p><p>pode refletir no comportamento dos alunos? Caso você não consiga</p><p>responder a essa</p><p>questão, guarde como uma motivação para estudar todo o capítulo, e ao chegar à</p><p>unidade 4 tente refletir novamente.</p><p>Reflita</p><p>Ao estudar a história de alguma disciplina, temos a impressão que um</p><p>autor pegou o bastão de seu antecessor e seguiu adiante. Porém, o que</p><p>estamos vendo na história da Psicologia é uma relação de construção</p><p>dinâmica, e de poucos anos atrás. Aqui estamos no século XX, às mulheres</p><p>lutam para ter espaço na sociedade, associacionistas e estruturalistas</p><p>trabalham cada qual em seu laboratório. Freud e Skinner escrevem suas</p><p>teorias durante a mesma época, ou seja, divergências que resultam</p><p>em muito crescimento e avanço nas pesquisas, muita mudança na</p><p>sociedade em pouco tempo. A figura mostra um relato histórico de</p><p>1909, ano de aniversário da Clarck University em Massachusets, e na</p><p>qual Freud apresentou cinco conferências sobre psicanálise. Na plateia</p><p>estavam Stanley Hall, William James, dentre outros. Nota-se também</p><p>ainda a ausência de mulheres nos registros acadêmicos apesar da</p><p>participação delas nas aulas e na academia e no desenvolvimento das</p><p>pesquisas. Na linha da frente estão, Freud a esquerda, Stanley Hall no</p><p>centro e Carl Jung a direita.</p><p>FIGURA 11</p><p>Teóricos da Psicologia</p><p>reunidos</p><p>FONTE</p><p>Materialscientist |</p><p>Wikimedia</p><p>@faculdadelibano_</p><p>3</p><p>Objeto de Estudo</p><p>da Psicologia-</p><p>Algumas áreas</p><p>de pesquisa e</p><p>atuação</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Capítulo 3</p><p>Objeto de Estudo da</p><p>Psicologia- Algumas áreas</p><p>de pesquisa e atuação</p><p>Sem dúvida o objeto de estudo da Psicologia é o comportamento humano e os processos</p><p>mentais e cognitivos. Esta ciência surgiu como uma ramificação das ciências filosóficas</p><p>que buscavam compreender o universo e a existência humana e ao focar-se no homem</p><p>a ciência passou a investigar cada vez mais a sua estrutura anatômica, fisiológica e</p><p>neurofuncional.</p><p>Antes do período iluminista acreditava-se que o homem emitia comportamentos</p><p>emanados por forças sobrenaturais, a medida do aprimoramento do estudo neurológico</p><p>o cenário mudou, doenças neurológicas foram descobertas, a relação entre sensação e</p><p>cérebro também se aprimorou, e o estudo mais compreensível do comportamento pode</p><p>ser aplicado a esferas organizacionais, escolares, industriais, dentre outras inúmeras</p><p>vertentes. Vamos agora conhecer um pouco do objeto de estudo da psicologia e suas</p><p>aplicações, principalmente no que se aproxima a prática do pedagogo e do ambiente</p><p>educacional.</p><p>Preparados? Então, vamos prosseguir!</p><p>Psicologia Clínica</p><p>Sem dúvida a área mais conhecida dentro da Psicologia é a área clínica, que se dedica a</p><p>saúde mental, ou seja, a compreensão dos transtornos mentais e sofrimentos psíquicos</p><p>do ser humano.</p><p>Vale lembrar que os primeiros atendimentos individuais dentro da psicologia entram</p><p>destinados a compreensão de problemas de aprendizagem e memória, realizados por</p><p>Wundt e seus alunos, e daí partindo para análises comportamentais. Porém, a grande</p><p>explosão da psicologia e sua fama na área clínica para tratar doenças psicológicas</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Objeto de Estudo da Psicologia- Algumas áreas de pesquisa e atuação Capítulo 3</p><p>deve-se a Freud, que fundou a teoria psicanalítica levando essa teoria a quase todo o</p><p>mundo (a Psicanálise, e as principais teorias psicológicas serão melhor estudadas na</p><p>unidade 4).</p><p>Há ainda a metodologia comportamental que hoje é muito utilizada em clínica, essa</p><p>modalidade de terapia é bastante famosa por estudar a intervenção de comportamentos</p><p>traumáticos e estereotipados, como Transtorno Obsessivo Compulsivo- TOC, Transtorno</p><p>do Espectro Autista – TEA, fobias e as questões de sofrimento psíquico em geral.</p><p>Em resposta as duas teorias anteriores, Carl Rogers (1902-1987) deu início a Psicologia</p><p>Humanista, uma forma mais positiva e sistêmica de compreender as questões</p><p>humanas. Além desta, há também as teorias que visam o atendimento grupal e não</p><p>somente individual, como a Gestalt-terapia, por exemplo. Além das citadas existem</p><p>outras abordagens tão importantes quanto, na pesquisa em Psicologia Clínica busca-</p><p>FIGURA 12</p><p>Tipo de atendimento clínico</p><p>FONTE</p><p>Pixabay</p><p>Saiba Mais</p><p>Além da teoria psicanalítica existem várias outras abordagens</p><p>terapêuticas reconhecidas pela ciência, alguns teóricos são considerados</p><p>neofreudianos porque estudaram e se basearam na Psicanálise</p><p>Freudiana para desenvolver seu método de intervenção, como Carl</p><p>Jung e a teoria dos arquétipos e inconsciente coletivo; Erik Erikson; Karen</p><p>Horney; Alfred Adler, dentre outros.</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Objeto de Estudo da Psicologia- Algumas áreas de pesquisa e atuação Capítulo 3</p><p>se investigar o estudo dos transtornos mentais em relação a ambiente, a evolução</p><p>destes transtornos, novas modalidades de intervenção, dentre outros (Hockenburry &</p><p>Hockenburry, 2003).</p><p>Psicologia Social</p><p>A Psicologia Social aborda as relações entre os membros de um grupo social. Esse grupo</p><p>não precisa ser coeso, por exemplo, uma fila de pessoas em um banco se caracteriza</p><p>como um grupo.</p><p>As pessoas tendem a se comportar diferentemente quando estão em companhia,</p><p>sendo influenciadas por comportamentos de outros, desse modo a Psicologia Social é o</p><p>estudo de como os indivíduos pensam, sentem e comportam-se em situações sociais.</p><p>Engana-se quem acredita que as psicologias são totalmente limitadas a uma área de</p><p>conhecimento. Freud, em sua teoria psicanalítica, já abordava a importância do meio</p><p>social para o comportamento humano e descrevia a família como o primeiro grupo</p><p>social, que seria transformado pela vivência da criança em um segundo grupo, a</p><p>comunidade. Vygotsky também escreveu sobre a importância do grupo no surgimento</p><p>da linguagem, esta que seria influenciada pela cultura (Fadiman & Frager, 2002).</p><p>Porém essa modalidade surgiu nos períodos de guerra mundial, quando se tornou</p><p>imprescindível compreender as razões para alguns comportamentos de grupos. Kurt</p><p>Lewin (1890-1947) foi um teórico que trabalhou sobre essa seara que durante a Segunda</p><p>Guerra, pesquisando o comportamento, percepção de pessoas quando estão em grupo,</p><p>desenvolveu a chamada “pesquisa-ação”, um tipo de pesquisa descritiva e participante.</p><p>No Brasil a Psicologia Social é marcada por diferentes tendências, como a abordagem</p><p>mais empirista e experimental-cognitiva e uma psicologia mais ligada a sociologia, que</p><p>estuda conceitos de comunidade, exclusão e inclusão social, estigmas dentre outros.</p><p>São conceitos importantes para essa área a Cognição social e a Influência social.</p><p>A Cognição Social é o processo de formação de impressões a respeito de outras</p><p>pessoas, como interpretamos o significado do comportamento delas e como o nosso</p><p>comportamento é afetado por nossas atitudes, ou seja, é um estudo sobre como o ser</p><p>humano recebe, processa e armazena a informação advinda do mundo. O estudo das</p><p>emoções e da cognição faz parte do estudo da Cognição Social, e como diz Hamilton et</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Objeto de Estudo da Psicologia- Algumas áreas de pesquisa e atuação Capítulo 3</p><p>al. (1994) apud Garrido, Azevedo & Palma (2011).</p><p>O poder explicativo dos modelos cognitivos adoptados em cognição</p><p>social prende-se, principalmente, com a sua capacidade em</p><p>descrever de forma precisa os mecanismos gerais da aprendizagem e</p><p>do pensamento, subjacentes a uma variedade de áreas. Os primeiros</p><p>desenvolvimentos da cognição social ficaram assim marcados pela</p><p>investigação dos fundamentos cognitivos dos fenómenos sociais</p><p>através do modelo do processamento da informação, assumindo que</p><p>o indivíduo no contexto social é alguém que se encontra virtualmente</p><p>embrenhado nalguma forma de processamento de informação.</p><p>Isto aplica-se quer a pessoa esteja a formar uma impressão, a</p><p>dirigir uma reunião, a pensar na sua escola primária, a lidar com</p><p>uma doença ou a decidir que marca de desodorizante comprar. Em</p><p>qualquer uma destas circunstâncias a pessoa dá atenção e codifica</p><p>informação do contexto social, interpreta e elabora essa informação</p><p>através de processos avaliativos, inferenciais</p><p>e atribucionais e</p><p>representa esse conhecimento em memória para que mais tarde</p><p>possa ser recuperado e, subsequentemente utilizado, em processos</p><p>de pensamento e julgamento, e para guiar o comportamento (n.p.).</p><p>A Influência Social estuda como o nosso comportamento é afetado por situações e por</p><p>outras pessoas. Essas influências seriam, por exemplo, a importância atribuída a uma</p><p>figura de autoridade ou o fato de ajudarmos ou não um estranho. Ainda dentro deste</p><p>campo, há o estudo sobre o fenômeno da Dissonância Cognitiva, que ocorre quando o</p><p>indivíduo se esforça para manter a coerência (consonância) com suas crenças. Veja o</p><p>exemplo abaixo:</p><p>• Indivíduo fumante.</p><p>• Relação de Consonância Cognitiva- Sabe que é prejudicial, reconhece, e decide</p><p>parar de fumar.</p><p>• Relação de Dissonância Cognitiva indivíduo fuma e sabe que é prejudicial, tem um</p><p>discurso voltado para o não fumar, mas por fim, decide continuar fumando. Neste</p><p>caso, seu comportamento não reforça suas crenças, e ele pode tentar justificar esse</p><p>comportamento criando novas crenças para manter uma consonância, como por</p><p>exemplo, “Sim, eu fumo, mas eu me exercito bastante, portanto quem não se exercita</p><p>e se alimenta mal, está pior que eu!”</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Objeto de Estudo da Psicologia- Algumas áreas de pesquisa e atuação Capítulo 3</p><p>Estudos sobre o comportamento social são bastante investigados na psicologia social,</p><p>um deles, muito famoso, é o estudo da obediência, que foi desenvolvido por Stanley</p><p>Milgran (1933-1984), nos Estados unidos. Uma de suas investigações propunha entender</p><p>o comportamento excessivo de guardas que serviram ao exército nazista, cometendo</p><p>atrocidades sendo estas na maioria das vezes, fora de um combate, estando à vítima</p><p>indefesa e sem apresentar qualquer indício de ataque. Após o final da guerra, quando</p><p>estes guardas eram questionados a respeito de suas atrocidades, estes apenas</p><p>respondiam que estavam cumprindo ordens.</p><p>Psicologia Organizacional</p><p>A Psicologia Organizacional e do trabalho se iniciou ainda no século XIX com a Revolução</p><p>Industrial, pois com o avanço da tecnologia as máquinas revolucionaram o esquema</p><p>de trabalho, horários e rotatividade de funcionários, por isso também é chamada de</p><p>psicologia industrial. Ela tem como intuito aumentar a lucratividade e a produtividade,</p><p>utilizando conhecimentos da Psicometria (BASTOS & GALVAO-MARTINS, 2019).</p><p>A Psicologia Organizacional estuda o clima organizacional e qualidade de vida no</p><p>trabalho, a saúde e bem-estar do funcionário, ergonomia, poder e conflito, utilizando</p><p>dinâmicas de grupo, desenvolvimento de equipes e estudos sobre liderança. A pesquisa</p><p>nessa área é importante para manter uma relação saudável entre empresa, funcionários</p><p>e trabalho. Além de tentar compreender novas possibilidades de atuação, garantir a</p><p>inclusão social e interesses individuais de cada empresa.</p><p>Saiba Mais</p><p>O experimento de Milgram é considerado importantíssimo para a</p><p>pesquisa do comportamento de grupos, porém não pode ser repetido</p><p>por ser considerado exagerado para os padrões éticos da pesquisa,</p><p>causando perturbação aos seus participantes. Essa história se tornou</p><p>filme com título “Experimenter – die Stanley Milgram Story” dirigido por</p><p>Michael Almereyda em 2015.</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Objeto de Estudo da Psicologia- Algumas áreas de pesquisa e atuação Capítulo 3</p><p>Importante</p><p>Um importante teórico dessa área é Abraham Maslow (1905- 1970),</p><p>considerado o fundador da Psicologia Humanista, se baseou para tal</p><p>em conceitos do Behaviorismo, Psicanálise e Gestalt. Seus estudos são</p><p>significativos para lidar com organizações porque defende a ideia</p><p>de que a satisfação profissional e o crescimento do funcionário e da</p><p>empresa são apenas as consequências de um bom delineamento de</p><p>autossatisfação, o qual será trabalhado individualmente e no grupo</p><p>organizacional. Maslow representou isto em uma pirâmide, a chamada</p><p>pirâmide de Maslow.</p><p>FIGURA 13</p><p>Pirâmide de Maslow</p><p>FONTE</p><p>J. Finkelstein | Wikimedia</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Objeto de Estudo da Psicologia- Algumas áreas de pesquisa e atuação Capítulo 3</p><p>A observação de Maslow a respeito da hierarquia das necessidades, nos mostra que</p><p>o homem muda sua concepção a respeito do que lhe realmente importa, quando o</p><p>indivíduo enxerga o que é importante para o desenvolvimento de seu Self (termo utilizado</p><p>tanto por Maslow, quanto para os psicólogos da abordagem humanista para se referir</p><p>ao nosso Eu, nossa psique) ele se sente motivado intimamente, “com necessidades de</p><p>auto realização” FADIMAM & FRAGER (2002) (Maslow chamou isso de Metamotivação).</p><p>Para Maslow as pessoas metamotivadas tem tendência a auto atualização, pois sua</p><p>base da pirâmide está contemplada, segundo Maslow:</p><p>É inteiramente verdadeiro que o homem vive apenas de pão – quando</p><p>não há pão. Mas o que acontece com os desejos do homem quando</p><p>há muito pão e sua barriga está cronicamente cheia? Imediatamente</p><p>emergem outras (e superiores) necessidades e são essas, em vez</p><p>de apetites fisiológicos, que dominam seu organismo. E quando elas,</p><p>por sua vez, são satisfeitas, novamente novas (e ainda superiores)</p><p>necessidades emergem e assim por diante (1970, p. 38)</p><p>Um sujeito auto atualizado não é aquele livre de problemas, mas sim quem utiliza toda</p><p>sua capacidade, talentos e forças, para perceber com mais eficiência a realidade e</p><p>realizar fatos mais satisfatórios para si, no campo afetivo este indivíduo aceita melhor</p><p>a si e aos outros, cultiva a espontaneidade, simplicidade, naturalidade, se concentra no</p><p>problema, e não no Ego, dentre outros.</p><p>Auto atualização representa um compromisso a longo prazo com o</p><p>crescimento e o desenvolvimento máximo das capacidades, e não</p><p>Nota</p><p>De acordo com a pirâmide de necessidades, o indivíduo busca primeiro</p><p>o que é essencial para sua sobrevivência, e a medida que ele conquista</p><p>um nível, o outro passa a ser seu objetivo. A do topo da pirâmide torna</p><p>o indivíduo realizado, ou melhor dizendo, conforme a definição própria</p><p>deste autor, o indivíduo conquista a auto atualização, que seria a</p><p>oportunidade e capacidade de explorar os talentos, potencialidades,</p><p>etc...</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Objeto de Estudo da Psicologia- Algumas áreas de pesquisa e atuação Capítulo 3</p><p>um acomodamento no mínimo por causa de preguiça ou falta de</p><p>autoconfiança. O trabalho de auto atualização envolve a escolha</p><p>de problemas criativos e valiosos. Maslow escreve que indivíduos</p><p>auto atualizadores são atraídos por problemas mais desafiantes</p><p>e intrigantes, por questões que exigem os maiores e mais criativos</p><p>esforços. Estão dispostos a enfrentar a incerteza e a ambiguidade e</p><p>preferem o desafio a soluções fáceis (Fadiman e Frager, 2002, p. 267).</p><p>Maslow incluiu algumas pessoas em seu estudo que foram considerados por ele como</p><p>auto atualizados, dentre eles estão, Tomas Jefferson, Albert Einstein, Aldous Huxley,</p><p>Abraham Lincoln, dentre outros.</p><p>Psicologia do Desenvolvimento Humano</p><p>A Psicologia do Desenvolvimento é uma grande área de estudo, pois acompanha as</p><p>mudanças psicológicas ao longo da vida, abrange como as pessoas mudam fisicamente,</p><p>mental, e socialmente ao longo da vida em todas suas idades e estágios (primeira</p><p>infância, velhice, etc...). Os psicólogos do desenvolvimento investigam a influência de</p><p>fatores múltiplos no desenvolvimento, incluindo os biológicos, ambientais, sociais e</p><p>culturais.</p><p>Explicando Melhor</p><p>Essa ciência estuda a relação entre o genótipo (informações hereditárias</p><p>de um organismo contidas em seu código genético) e o fenótipo (genética</p><p>do organismo, somado a influência de fatores ambientais e da possível</p><p>interação entre os dois), assim características físicas e psicológicas,</p><p>doenças genéticas, são objetos de pesquisa. O desenvolvimento da</p><p>criança desde a formação da linguagem até a velhice, estando ou não</p><p>em condições genéticas típicas é de interesse desta área (HOCKENBURRY</p><p>& HOCKENBURRY, 2001).</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Objeto de Estudo da Psicologia- Algumas áreas de pesquisa e</p><p>atuação Capítulo 3</p><p>Jean William Fritz Piaget (1896-1980) é um dos teóricos importantes desta área de</p><p>pesquisa que se interessou pela formação da inteligência, a construção do conhecimento</p><p>infantil e seu desenvolvimento cognitivo. Ele dividiu a aprendizagem infantil em estágios</p><p>de desenvolvimento naturais e intrínseco, que se desenvolvem como etapas para</p><p>construção do conhecimento. Lev Semyonovich Vygotsky (1896-1934) também estudou</p><p>o desenvolvimento intelectual das crianças, este autor prioriza as interações sociais e</p><p>condições de vida do indivíduo para o desenvolvimento cognitivo.</p><p>Psicologia Escolar e Educacional</p><p>A Psicologia Escolar e Educacional investiga os processos de ensino-aprendizagem,</p><p>alguns teóricos a chamam de psicologia escolar porque o psicólogo atua dentro da</p><p>escola, sempre focado no aprendizado do aluno, mas ela também é chamada de</p><p>Psicologia Educacional porque para outros teóricos o aprender não acontece apenas no</p><p>ambiente escolar, englobando também a participação de outros ambientes educativos</p><p>e participações chave como a família, por exemplo, (CRP 08, 2007).</p><p>A atuação é tanto na aplicação profissional quanto na pesquisa, sempre dentro da</p><p>perspectiva emocional, cognitivo e social, a psicologia atua em parceria com outra área</p><p>do conhecimento humano, como antropologia, pedagogia, filosofia, fonoaudiologia, para</p><p>entender as causas do fracasso escolar, desmotivação e principalmente transtornos e</p><p>dificuldades de aprendizagem. A partir de uma visão sistêmica, age em duas frentes: a</p><p>preventiva e a que requer ajustes ou mudanças.</p><p>Importante</p><p>A Psicologia do Desenvolvimento ainda conta com diversos autores</p><p>dedicados unicamente a investigar o comportamento adolescente,</p><p>adulto e do idoso, visto que uma série de mudanças físicas, hormonais,</p><p>psicológicas ocorrem no corpo humano ao longo da vida, bem como</p><p>também, a mudança no comportamento dinâmico social, é notável que</p><p>em cada idade há um desenvolvimento moral diferente, e há também</p><p>uma diferente devolutiva social (HOCKENBURRY & HOCKENBURRY, 2001).</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Objeto de Estudo da Psicologia- Algumas áreas de pesquisa e atuação Capítulo 3</p><p>O psicólogo também realiza ações à prevenção, avaliação, diagnóstico, acompanhamento</p><p>e orientação psicológica aplicada dentro de um contexto institucional e não ao aluno</p><p>individualmente, porém para casos que requeiram, realizam-se encaminhamentos</p><p>clínicos.</p><p>Psicobiologia</p><p>É uma área do conhecimento que busca compreender o comportamento por meio</p><p>de suas bases biológicas, ou seja, utiliza- se estudos fisiológicos e genéticos, para</p><p>compreender a interação entre sistema nervoso e comportamento. Também conhecida</p><p>Definição</p><p>De acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico das Doenças Mentais</p><p>5ª edição - DSM V (APA, 2014) os Transtornos de Aprendizagem são</p><p>inabilidades específicas, nas áreas da leitura, escrita ou matemática,</p><p>estas são provocadas por disfunções ou sequelas cerebrais que</p><p>comprometem a região responsável pelo aprendizado, ou seja, as causas</p><p>são pontuais, podendo e necessitando de um diagnóstico, para que</p><p>com ele se pense na intervenção profissional, assim será desenhado um</p><p>método diferente de ensino e acompanhamento, e quando necessário</p><p>acompanhamento médico regular para intervenção medicamentosa.</p><p>Os transtornos de aprendizagem são frequentemente confundidos com</p><p>dificuldades de aprendizagem, isto porque a má produção escolar do</p><p>aluno é muito parecida, resultando em diagnósticos incorretos, as causas</p><p>da dificuldade de aprendizagem são extrínsecas, subjetivas e técnicas,</p><p>como a falta de oportunidade de aprender, principalmente nos primeiros</p><p>estágios de desenvolvimento, mudanças de escola que podem resultar</p><p>na descontinuidade do aprendizado, comprometimento na inteligência</p><p>global, pois nesse caso não se espera um desempenho acadêmico assim</p><p>como em outros casos, comprometimentos visuais ou auditivos não</p><p>corrigidos, além de questões emocionais que comprometem a saúde</p><p>mental da criança, como problemas em casa, bullying, má relação com</p><p>o professor, má alimentação, sono ruim, etc...</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Objeto de Estudo da Psicologia- Algumas áreas de pesquisa e atuação Capítulo 3</p><p>como Neurociência Comportamental, é uma área dentro do campo das Neurociências,</p><p>nela estão inseridos diversos tipos de profissionais, como o Neuropsicólogo,</p><p>Neuropsicopedagogo, Neuroaprendizagem, além das áreas que relacionam seus</p><p>problemas de pesquisa com as hipóteses neuronais, o Neuromarketing, por exemplo, é</p><p>uma área nova dentro deste campo (GRIGGS, 2009).</p><p>As Neurociências estão crescendo bastante, com avanço da tecnologia foram criados</p><p>equipamentos que permitem mapear o cérebro e verificar suas áreas ativas ou</p><p>comprometidas, facilitando o diagnóstico e prognóstico do paciente. O resultado de</p><p>um exame de imagem facilita muito para que os profissionais confirmem uma área</p><p>lesionada no cérebro. O Neuropsicólogo, por exemplo, trabalha na reabilitação desta</p><p>área dentro dos limites da plasticidade cerebral. Já o Neuropsicopedagogo poderá</p><p>realizar um trabalho de reabilitação cognitiva ou de aprendizagem para uma criança</p><p>mais rapidamente, pois, por meio de um exame de imagem pontual, o profissional</p><p>saberá se o dano está na região cerebral responsável pela memória, linguagem, ou</p><p>qualquer outra (GRIGGS, 2009).</p><p>Definição</p><p>Plasticidade cerebral é a capacidade do cérebro em de mudar ao longo</p><p>da vida, o SNC (Sistema Nervoso Central), modifica sua organização</p><p>estrutural e funcional em resposta às experiências (estímulos ambientais),</p><p>desse modo, a estimulação profissional possibilita a reativação de</p><p>algumas áreas inativas, isto acontece porque o estímulo externo faz com</p><p>que surjam novas conexões entre os chamados neurônios, onde estaria</p><p>“adormecido” (GRIGGS, 2009).</p><p>Saiba Mais</p><p>Quer se aprofundar na relação entre Psicologia e Pedagogia?</p><p>Recomendamos o acesso à seguinte fonte de consulta e aprofundamento:</p><p>Artigo: “Voltando o olhar para o professor: a Psicologia e pedagogia</p><p>caminhando juntas” (TULESKI et al).</p><p>Fundamentos</p><p>da Psicologia</p><p>Referências</p><p>AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION et al. DSM-5: Manual diagnóstico e estatístico de</p><p>transtornos mentais. Artmed Editora, 2014.</p><p>HOCKENBURY, D. H., & HOCKENBURY, S. E. Descobrindo a Psicologia. São Paulo: Manole, (2001).</p><p>BASTOS, A. V. B. & GALVAO-MARTINS, A. H. C. O que pode fazer o psicólogo organizacional.</p><p>Psicol. cienc. prof., Brasília , v. 10, n. 1, p. 10- 18, 1990 . Disponível em:http://www.scielo.br/</p><p>scielo.php?script=sci_ arttext&pid=S1414-98931990000100005&lng=en&nrm=iss. Acesso</p><p>em: 04 Mar. 2019.</p><p>BORGES, G. D. A influência platônica sobre a modernidade: semelhanças entre o</p><p>pensamento de Platão e o sistema de René Descartes. Polymatheia – Revista de Filosofia,</p><p>Fortaleza, vol. v, nº 8, 2009, p. 173-189. Disponível em: http://www.uece.br/polymatheia.</p><p>CARLSON, N R. Fisiologia do Comportamento. São Paulo, Manole, 7 ª edição. 2002.</p><p>Conselho Regional de Psicologia -8ª Região (CRP 08). Manual de psicologia escolar –</p><p>educacional. Ana Maria Cassins (org.) et al. Curitiba : Gráfica e Editora Unificado, 2007.</p><p>GRIGGS R. A. Psicologia - uma abordagem concisa. Porto Alegre: Artmed, 2009.</p><p>FADIMAN, J. & FRAGER, R. Teorias da Personalidade. São Paulo: Habra, (2002).</p><p>GARRIDO, Margarida Vaz; AZEVEDO, Catarina; PALMA, Tomás. Cognição social: Fundamentos,</p><p>formulações actuais e perspectivas futuras. Psicologia, Lisboa , v. 25, n. 1, p. 113-157, jun.</p><p>2011 . Disponível em <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0874-</p><p>20492011000100006&lng=pt&nrm=iso>. acessos em 15 abr. 2019.</p><p>GOMES, B. W. A Psicologia De Platão e de Aristóteles. Curso de Introdução a História da</p><p>Psicologia – UFMG/FAFICH/D Psi. Aula 3. 1996. Disponível em: http://www.fafich.ufmg.br/</p><p>cogvila/dischistoria/Gomes3.pdf.</p><p>Maslow, A. Motivation and Personality. New York: Harper and Row, 1970.</p><p>SCHULTZ, D. P & SCHULTZ, S. E. História da Psicologia Moderna.</p><p>São Paulo: Cengage Learning BR, (2009).</p>