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FAB – FACULDADE BARÃO DO RIO BRANCO FAC – FACULDADE DO ACRE PULSO ARTERIAL PULSO ARTERIAL Quando se palpa uma artéria, o pulso arterial é percebido como uma expansão da parede arterial síncrona com o batimento cardíaco. A expansão é devida à distensão súbita da parede arterial originada pela ejeção ventricular na aorta e sua transmissão aos vasos periféricos. Frequência O profissional deve conhecer a frequência cardíaca basal para comparação antes de verificar o pulso. A frequência cardíaca de um bebê ao nascer varia de 100 a 160 batimentos por minuto; aos 4 anos, a frequência cardíaca (FC) média varia de 80 a 120 batimentos por minuto; e durante a adolescência e a vida adulta, a frequência cardíaca média é de 60 a 100 batimentos por minuto. Dever ser verificado pelo profissional se o paciente está recebendo algum medicamento que possa afetar a frequência cardíaca ou as contrações cardíacas, caso em que o pulso deve ser verificado antes de se ministrar a medicação. Fatores que alteram a frequência normal do pulso: Exercício: de curta duração aumentam a frequência de pulsação e os de longa duração fortalecem o músculo cardíaco, resultando numa frequência abaixo do normal quando o paciente estiver em repouso; Febre, Calor: ambos os fatores aumentam a frequência de pulsação devido ao aumento do ritmo metabólico; Dor aguda, Ansiedade: aumentam a frequência de pulsação devido à estimulação simpática; Dor intensa não aliviada: diminui a frequência de pulsação devido à estimulação parassimpática; Drogas: várias drogas alteram a frequência de pulsação, os digitálicos diminuem e a atropina aumenta; Hemorragia: devido à estimulação do sistema nervoso, a perda de sangue aumenta a frequência de pulsação; Alterações Posturais: na posição deitada, a frequência de pulsação diminui, enquanto nas posições sentada ou em pé, ela aumenta. Uma frequência cardíaca abaixo de 60 batimentos por minuto é chamada de bradicardia e uma frequência cardíaca elevada de modo anormal, acima de 100 batimentos por minuto é chamada de taquicardia. Quando ocorrer uma dessas alterações, a pulsação apical deve ser verificada. Terminologia Normocardia: freqüência normal; Bradicardia: freqüência abaixo do normal; Taquicardia: freqüência acima do normal; Taquisfigmia: pulso fino e taquicárdico; Bradisfigmia: pulso fino e bradicárdico; Dicrótico: impressão de dois batimentos. Ritmo Os batimentos cardíacos sucessivos normalmente ocorrem a intervalos regulares. As anormalidades ameaçam a habilidade do coração em funcionar adequadamente, principalmente se ocorrer repetidas vezes. O profissional verifica uma arritmia ao perceber uma interrupção nas sucessivas ondas de pulsação. Em caso de falha o pulso radial é geralmente mais lento do que o apical, refletindo uma contração cardíaca ineficaz, que falha na transmissão de uma onda de pulsação para o sistema arterial. Intensidade É avaliada pela sensação captada em cada pulsação e está diretamente relacionada com o grau de enchimento da artéria na sístole e esvaziamento na diástole. Tensão ou dureza É avaliada pela compressão progressiva da artéria, sendo que se for pequena a pressão necessária para interromper as pulsações, caracteriza- se um pulso mole. No pulso duro a pressão exercida para desaparecimento do pulso é grande e pode indicar hipertensão arterial. Elasticidade Lisa, arredondada e elástica durante a palpação são características de uma artéria normal. Certas condições, entretanto, alteram a qualidade da parede arterial. Na arteriosclerose, a parede do vaso endurece e se torna semelhante à superfície de uma corda, e a artéria se torna tortuosa e torcida. A elasticidade ou a expansibilidade de uma artéria não altera a frequência cardíaca, seu ritmo ou intensidade, mas reflete as condições gerais do sistema vascular periférico. Uniformidade Os pulsos do sistema vascular periférico devem ser avaliados bilateralmente. Uma interrupção local de fluxo sanguíneo, tal como um coágulo, é uma condição que pode causar variações entre os locais de verificação dos pulsos. Na realidade, o pulso arterial é uma onda de pressão dependente da ejeção ventricular e, por isso, a análise do pulso arterial proporciona dados inestimáveis da ejeção ventricular esquerda, do mesmo modo que o pulso venoso expressa a dinâmica do enchimento ventricular direito. • Recomenda-se as seguintes táticas na semiotécnica da palpação do pulso arterial: 1) Efetuar um mínimo de compressão e com mais de uma polpa digital; 2) Executar movimentos de vai e vem ao longo da artéria que está sendo explorada. Obter informações sobre as características de dureza, consistência, forma e decurso. A artéria é normalmente retilínea, mole, de superfície lisa e uniforme e não dá a sensação de relevo na compressão e no movimento de lateralização; 3) Palpar, na ordem, as seguintes artérias: a) Radial: na goteira radial, usando duas a três polpas digitais e, o polegar apoiado, em garra, na extremidade radial do dorso do antebraço; b) Braquial: para dentro do corpo do bíceps, junto à prega do cotovelo, com a polpa digital do polegar; c) Subclávia: por detrás e abaixo da clavícula; d) Aorta: na fúrcula esternal; e) Carótida: na borda interna do músculo esternocleidomastóideo, com ligeira flexão lateral da cabeça. Para evitar as conseqüências desagradáveis da [síndrome do seio carotídeo] especialmente em idosos, não palpar as carótidas simultaneamente e limitar a palpação à metade inferior do pescoço do paciente; f) Temporal: junto ao osso temporal; g) Aorta abdominal: a partir do epigástrio até dois dedos abaixo da cicatriz umbilical; h) Femoral: na união do terço médio e terço interno da arcada crural; i) Poplítea: no centro da face posterior dos joelhos, colocados em ligeira flexão; j) Tibiais posteriores: por detrás do maléolo medial; k) Tibiais anteriores: na face anterior do tornozelo, entre os tendões do músculo tibial anterior; l) Pediosas: para dentro do tendão do tibial anterior, no pé. 4) Pesquisar as seguintes características propedêuticas: a) Estado da parede da artéria: depressível, endurecida, em "traquéia de passarinho", dilatada, aneurismática; b) Freqüência; c) Ritmo: o ritmo normal é caracterizado pelas amplitudes iguais com espaços ou intervalos também iguais. Na arritmia sinusal respiratória, observa-se aceleração dos batimentos no final da inspiração e redução dos mesmos na parte final da expiração. Quando a irregularidade ocorrer identificar se é completa ou intermitente; d) Composição: uma onda, duas ondas (bi-esferens); e) Amplitude: mediana, grande, pequena; f) Celeridade: lento, célere. Normalmente examina-se o pulso arterial primeiramente no punho, considerando-se cinco propriedades, além do estado da parede arterial: frequência, ritmo, tensão, amplitude e forma. LOCAIS As artérias em que com freqüência são verificados os pulsos: artéria radial (pulso), carótidas (pescoço), braquial(espaço anti- cubital), femurais (reg. Inguinal), pediosas (pés), temporal (face - têmporas), Poplítea (joelhos) e tibial posterior (tornozelos). Observações Evitar verificar o pulso em membros afetados de paciente com lesões neurológicas ou vasculares; Não verificar o pulso em membro com fístula arteriovenosa; Nunca usar o dedo polegar na verificação, pois pode confundir a sua pulsação com a do paciente; Nunca verificar o pulso com as mãos frias; Em caso de dúvida, repetir a contagem; Não fazer pressão forte sobre a artéria, pois isso pode impedir de sentir o batimento do pulso. REFERÊNCIA COUTO, R. C. , et all. Infecção hospitalar: epidemiologia e controle. Rio de Jameiro: Medsi, 1997. DEALEY, R. C. , et all. Cuidando de feridas: um guia para enfermeiras. Atheneu: São Paulo, 1996. FERNANDES, A. T. Infecção hospitalar e suas interfaces na área de saúde.São Paulo: Atheneu, 2002. HESS, C. T. Tratamento de feridas e úlceras. Reichmann & Affonso: Rio de Janeiro, 2002. KAWAMOTO, E. E. : FORTES, J. I. Fundamentos de enfermagem. 2 ed. Ver. E atual. São Apulo: EPU, 1997. NETTINE, Sandra M. Práticas de enfermagem. Rio de Janeiro. 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