Prévia do material em texto
Caderno de Práticas de Engenharia: Fı́sica Elétrica e Magnetismo PRÁTICA 1: GERADOR DE VAN DER GRAAFF 1. Introdução: O engenheiro e físico americano Robert J. Van de Graaff (1901 – 1967) construiu um gerador, em 1931, que foi o primeiro utilizado em pesquisa nuclear. O Gerador, que leva seu nome, tem a capacidade de produzir voltagens extremamente altas. O dispositivo em questão foi inventado para fornecer a alta energia necessária para os primeiros aceleradores de partículas. Existem, basicamente, dois tipos de geradores Van de Graaff, quanto a fonte de tensão: 1. Ultiliza uma fonte de energia de alta voltagem para depositar elétrons na correia móvel. 2. Ultiliza correias e cilindros que são colocadas em movimento para causar excitação dos elétrons por atrito. O PRINCÍPIO DO FUNCIONAMENTO DO GERADOR DE VAN DER GRAAF: O gerador básico com excitação por atrito funciona, pois o motor gira os roletes, que ficam eletrizados e atraem cargas opostas para a superfície externa da correia através das escovas. A correia transporta essas cargas entre a terra e a cúpula em um processo contínuo. A cúpula faz com que a carga elétrica, que se localiza no exterior dela, não gere campo elétrico sobre o rolete superior, uma vez que as cargas elétricas desse rolete são atraídas pelas cargas de sinais opostos da cúpula. Assim , as cargas continuam a ser extraídas da correia como se estivessem indo para terra, e tensões muito altas são facilmente alcançadas. O terminal pode atingir um potencial de vários milhões de Volts, no caso dos grandes geradores utilizados para experiências de física atômica, ou até centenas de milhares de Volts nos pequenos geradores utilizados para demonstrações nos laboratórios de ensino. Geradores profissionais utilizam sistemas eletrônicos, para depositar carga na correia, eliminando assim as instabilidades de desempenho causadas pela excitação por atrito e permitindo regulação precisa da tensão obtida. A operação dentro de câmaras de alta pressão contendo gases especiais permite maior densidade de carga na correia sem ionização, aumentando a corrente que carrega o terminal. Esse tipo de gerador é feito de: � um motor � dois cilindros (roletes compostos de materiais diferentes) � uma correia � duas montagens de escovas � um terminal de saída (geralmente uma cúpula de metal ou alumínio) � uma coluna de apoio (geralmente de acrílico ou PVC) Figura1: Ilustração do Gerador de Van der Graaff 2. Objetivos: Entender o funcionamento do gerador de Van de Graaff, relacionando aos conceitos de eletricidade estudados. 3. Materiais: � Kit completo do Gerador de van der Graaff; � Lâmpada fluorescente; � Papel picado. Figura 2: Kit do Gerador de Van der Graaff. 4. Procedimento Experimental: � Posicione a ventoinha e ligue o gerador e observe o fenômeno. � Posicione sobre a cúpula do gerador papel picado, ligue o gerador e observe o fenômeno. � Aproxime o bastão de teste gerador previamente ligado e observe o fenômeno. � Aproxime o cabelo, a mão do gerador previamente ligado e observe o fenômeno. � Faça uma corrente de pessoas com a primeira em contato com o gerador ligado e observe o fenômeno. � Aproxime uma lâmpada fluorescente queimada do gerador previamente ligado e observe o fenômeno. 5. Resultados e Discussões: Fazer uma pesquisa bibliográfica sobre o gerador, buscando explicar os fenômenos observados no laboratório. PRÁTICA 2: DETERMINAÇÃO DO POTENCIAL DO GERADOR DE VAN DER GRAAFF 1. Introdução: Robert Jemison Van de Graaff (1901-1967) foi um físico americano e construiu o gerador que leva seu nome. Um fato curioso e que Van de Graaff teve aulas de radiação com Marie Curie na Universidade de Sorbonne, em Paris, no período em que esteve lá, entre 1924 e 1925. Na época, a motivação para construir um gerador de altas voltagens era que físicos experimentais, como Ernest Rutherford, precisavam acelerar partículas a energias suficientemente altas para desintegrar o núcleo atômico. O primeiro gerador, que atingia ate 80.000V, foi feito em 1929 na Universidade de Princeton, onde lecionava. Em 1933, já no Massachusetts Institute of Technology, Van de Graaff construiu um gerador muito maior, que podia chegar ate 7 milhões de volts. O fato da carga elétrica se transferir integralmente de um corpo para outro, quando há contato interno, constitui o princípio básico de funcionamento do gerador de Van de Graaff. O aparelho é constituído por uma correia que passa por duas polias, uma delas acionada por um motor elétrico que faz a correia se movimentar. A segunda polia encontra-se no interior de uma esfera metálica oca, que está apoiada em duas colunas isolantes. Enquanto a correia se movimenta, ela recebe carga elétrica. Esta carga é transportada pela correia para o interior da esfera metálica. Uma ponta ligada a esta esfera recolhe a carga transportada pela correia. Em virtude do contato interno, esta carga se transfere integralmente para a superfície externa da esfera do gerador. Como as cargas são transportadas continuamente pela correia, elas vão se acumulando na esfera, até que a rigidez dielétrica do ar seja atingida. Nos geradores de Van de Graaff usados em trabalhos científicos, o diâmetro da esfera é de alguns metros e a altura do aparelho atinge às vezes 15 m. Nestas condições, é possível obter voltagens de até 10 milhões de volts. O ar é um isolante elétrico, mas quando uma camada de ar de 1,0 m de espessura estiver submetida a uma diferença de potencial de 3.106V nota-se que ele passa a conduzir. Este valor é chamado rigidez dielétrica do ar, ou seja, a rigidez dielétrica é o campo elétrico mínimo acima do qual o material passa a conduzir eletricidade. No gerador eletrostático que você fará o experimento facilmente se atinge este campo elétrico a ponto de a esfera soltar um raio. Como em um condutor o campo elétrico E pode ser obtido pela expressão: � = � �� (1) em que � é a densidade superficial de carga e �� = 8,85 × 10 ���/ �� e a permissividade elétrica do meio (vácuo, mas consideraremos como igual ao do ar, o erro é desprezível). Assim facilmente podemos calcular a carga máxima acumulada na esfera se determinar o seu raio e utilizar a expressão: ��á� = ��á�� (2) em que A é a área da superfície da cúpula (A = 4��� = ���). Neste caso o valor do campo elétrico corresponde à rigidez dielétrica do ar. Teoricamente o potencial elétrico V na superfície da esfera de raio R devido às cargas ali acumuladas é dado por: � = ���á� � (3) com k = 9,0x109Nm2/C2. Pode-se determinar o potencial experimental verificando a distância máxima d onde ocorre a descarga elétrica. Neste caso basta usar a expressão: Vexp = E d (4) Desta forma pode-se comparar este valor com o teórico. É importante notar que para o bom funcionamento do gerador as correias devem estar bem limpas e o ar deve estar com pouca umidade uma vez que a água dificulta a passagem de elétrons atrapalhando o brilhantismo do experimento. 2. Objetivos: � Compreender os fenômenos de eletrização. � Determinar o valor da carga máxima acumulada na esfera do gerador; � Determinar o potencial elétrico teórico máximo produzido na superfície da esfera; � Determinar o potencial elétrico experimental. 3. Materiais: � Gerador de Van der Graaff; � Bastão de teste;� Trena. 4. Procedimento Experimental: Obs. Em hipótese alguma alunos que usem marca-paço podem participar das atividades descritas a seguir sob o risco de sofrer sérios danos no aparelho. a) Determinação do Potencial Experimental. � Com a ajuda de uma trena meça o comprimento C do equador da esfera e determine o diâmetro da cúpula pela expressão: D = C/�. Valor do diâmetro: _____ cm. � Ligue o gerador e espere alguns minutos até ele carregar (digamos três minutos). � Com o bastão de teste aproxime-o lentamente da cúpula seguindo um caminho perpendicular à cúpula (apontando para o centro da esfera) � Quando houver a descarga elétrica pare o bastão e determine a distância d entre as superfícies esféricas do bastão e a cúpula. Repita este procedimento três vezes e determine o valor de d médio bem como a sua incerteza. � i � d (cm) � 1 � � 2 � � 3 � � Como Vexp= Emax d, determine o valor do potencial experimental. 5. Resultados e Discussões: � Determine a carga acumulada teórica máxima na superfície da cúpula do gerador. � Determine o potencial elétrico teórico no gerador. � Com o valor da distância d entre a esfera e o ponto onde houve a quebra da rigidez dielétrica do ar determine o potencial elétrico experimental (Vexp = Emax D) e compare com o teórico. � Que carga acumulada na superfície da esfera é capaz de produzir o potencial experimental obtido? Compare com a carga teórica. � Faça uma discussão da prática realizada, se foi bem sucedida, contribuiu ou não para o seu aprendizado.