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1ª UNIDADE 4 e 5 Estrutura Epidemiologicas Doenças Transmissiveis e Cadeia do rocesso Infeccioso OK

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Epidemiologia-2015
Ragner Borgia Junott
 UNIDADE I
4. Doenças transmissíveis: cadeia do processo infeccioso, epidemiologia, vigilância e resposta. 
	Mensagens-chave
● Novas doenças transmissíveis estão surgindo, enquanto outras reaparecendo em decorrência de mudanças sociais e ambientais.
● A atual carga de doenças transmissíveis faz delas uma ameaça contínua para a saúde pública em todos os países.
Uma doença transmissível (ou infecciosa) é aquela causada pela transmissão de um agente patogênico específico para um hospedeiro suscetível. Agentes infecciosos podem ser transmitidos para humanos:
• diretamente, de outros humanos ou animais infectados, ou
• indiretamente, através de vetores, partículas aéreas ou outros veículos.
A epidemiologia é uma maneira de aprender a fazer perguntas e a colher respostas que levam novas perguntas empregadas no estudo da saúde e doença das populações. Portanto podemos conceituar como “a ciência que estuda, na população, a ocorrência, a distribuição e os fatores determinantes dos eventos relacionados com a saúde”.
Doenças transmissíveis são doenças infecciosas (causadas por bioagentes patogênicos), cujo agente pode “passar” de um individuo para o outro ou de um animal para um individuo ou ainda de um individuo para um animal. 
O estudo dos fenômenos envolvidos no processo epidêmico pressupõe a compreensão dos conceitos de estrutura e caracteres epidemiológicos e do que venha a ser o comportamento de uma doença transmissível. Entende-se por estrutura epidemiológica de uma doença a forma de interação dos diferentes fatores relativos ao meio ambiente, hospedeiro e ao agente (seja ele químico, físico e biológico).
Faz-se necessário conceituar doença infecciosa, que pode ser entendida como uma doença, humana ou animal, clinicamente manifesta que resulta de uma infecção.
Por sua vez, infecção é a penetração, alojamento e, em geral, multiplicação de um agente etiológico animado no organismo de um hospedeiro, produzindo-lhe danos, com ou sem aparecimento de sintomas clinicamente reconhecíveis.
Em essência, a infecção é uma competição vital entre um agente etiológico animado (parasita sensu lato) e um hospedeiro; é, portanto, uma luta pela sobrevivência entre dois seres vivos que visam à manutenção de sua espécie (Forattini, 1976).
No passado, as doenças transmissíveis constituíam a principal causa de morte no mundo. Alguns efeitos da industrialização, tais como as melhorias da nutrição, moradia, saneamento, água potável e drenagem, bem como o desenvolvimento dos antibióticos, vacinas e o estabelecimento de sistemas de vigilância epidemiológica, permitiram o controle relativo dessas doenças. Isso, junto com a menor mortalidade infantil e a promoção da saúde, nos levou a um aumento da esperança de vida. Ao controle relativo das doenças transmissíveis, seguiu o aumento da morbidade e mortalidade por doenças não transmissíveis, na sua maioria crônicas. 
Nos países industrializados, isto ocasionou uma mudança importante no perfil de mortalidade nos últimos cem anos. Atualmente, as causas mais importantes de morte são as doenças cardiovasculares e neoplasias malignas, enquanto que as doenças transmissíveis, como a pneumonia ou influenza, são responsáveis por uma reduzida proporção de óbitos.
Os países não industrializados apresentam diferente evolução. Neles persistem as doenças transmissíveis e a desnutrição como causa de morbidade e mortalidade, observando-se simultaneamente um importante aumento da mortalidade por doenças não transmissíveis.
Essas mudanças de perfil tiveram efeitos sobre a forma de resposta dos serviços de saúde. O termo “epidemia” aplica-se agora a uma frequência pouco comum de qualquer dano à saúde ou doença, transmissível ou não. Foram desenvolvidos novos métodos para o estudo de doenças crônicas, pois as técnicas para o estudo e investigação de doenças transmissíveis, que costumam ter períodos de latência muito mais curtos, não são totalmente aplicáveis a doenças crônicas. Por exemplo, para pesquisar um surto de gastroenterite infecciosa, a fonte de infecção é procurada nos dias prévios à ocorrência da doença. No caso das doenças crônicas, a exposição costuma ocorrer 10 a 20 anos antes. Por outro lado, a magnitude dos efeitos da exposição no caso das crônicas costuma ser pequena e moderada. A caracterização epidemiológica das doenças permite conhecer sua natureza e comportamento e decidir o tipo de resposta necessária para o seu controle. A Figura abaixo representa, em um esquema simples, o espectro de classificação das doenças em transmissíveis ou não transmissíveis e agudas ou crônicas.
A figura mostra que as doenças transmissíveis costumam ser agudas e as não transmissíveis costumam ser crônicas. O nosso estudo está centralizado nas doenças agudas, particularmente nas transmissíveis, ainda que os princípios da epidemiologia sejam válidos para ambas. Na perspectiva ampla do modelo de determinantes da saúde, reconhece-se a natureza multicausal das doenças. Ao fazer referência ao nível individual, fica claro que as doenças transmissíveis têm um agente etiológico infeccioso ou biológico e as não transmissíveis um agente não biológico. 
Segundo Benenson (1992), define doença transmissível como aquela causada por um agente infeccioso ou suas toxinas e contraída através da transmissão desse agente ou seus produtos, do reservatório ao hospedeiro susceptível, diretamente de uma pessoa ou animal infectado ou, indiretamente, por meio de um hospedeiro intermediário, de natureza vegetal ou animal, de um vetor ou do meio ambiente inanimado. 
Um fato relevante em tempos recentes é o aparecimento de doenças transmissíveis novas e desconhecidas e o ressurgimento de outras que já estavam ou que se acreditava que estavam controladas. Essas doenças transmissíveis são chamadas emergentes e reemergentes. Muitos fatores ou interações de fatores podem contribuir para a emergência de uma doença transmissível. As novas doenças transmissíveis emergentes podem ocorrer por mudanças ou evolução dos organismos existentes; as doenças conhecidas podem propagar-se a novas áreas que estão experimentando mudanças ecológicas (por exemplo, desmatamento ou reflorestamento) que aumentam a exposição humana a insetos, animais ou fontes ambientais que albergam agentes infecciosos novos ou não usuais.
	
Doença emergente: é uma doença transmissível cuja incidência em humanos vem aumentado nos últimos 25 anos do Século XX ou que ameaça aumentar em um futuro próximo.
É importante diferenciar as doenças emergentes aparentes, cuja incidência aumenta como consequência de nossa habilidade para detectar o agente que a causa, das doenças emergentes reais, cuja incidência aumenta pela mudança na interação entre as populações e o ambiente. A progressiva substituição da técnica de microaglutinação para o diagnóstico de infecção por Leptospira por outras baseadas na relação em cadeia de polímerase (PCR) e o western-blot levou a uma emergência aparente da leptospirose.
As doenças transmissíveis podem reemergir devido ao desenvolvimento da resistência dos agentes infecciosos existentes aos antibióticos convencionais e aos de nova geração, como no caso da gonorréia, da malária e do pneumococo. Também podem reemergir por aumento da suscetibilidade do hospedeiro imunodeprimido e por fatores tais como a desnutrição ou a presença de outras doenças, como o câncer e a AIDS, que reduzem sua resistência a agentes infecciosos, como ao bacilo tuberculoso e à Leishmania. Outra causa pode ser a debilidade das medidas de saúde pública adotadas para infecções previamente controladas, como a malária, a coqueluche e a tuberculose.
	
Doença reemergente: é uma doença transmissível previamente conhecida que reaparece como problema de saúde pública após uma etapa de significativo declínio de sua incidência e aparente controle.
EXEMPLOS:
�
PÚRPURA DE SCHOLEIN-HENOCH
�
Denomina-se cadeia de transmissão de umadoença um conjunto de eventos (elos) encadeados de tal forma que, para existência de um elo é necessário que exista o elo anterior e assim permitir a propagação do biagente patogênico. Ao se romper um dos elos, cessará a transmissão.
A continuação de uma doença transmissível exige a seqüência de acontecimento. Esses eventos são chamados de elos da cadeia epidemiológica.
 
A construção do esquema da cadeia do processo infeccioso fundamenta-se na compreensão da infecção como resultante de uma particular interação dos diversos fatores do agente, meio e hospedeiro.
Mais especificamente, a infecção ocorreria quando o agente deixa o reservatório por diferentes vias de eliminação e, por meio de uma forma conveniente de transmissão, com maior ou menor participação do ambiente, introduz-se no novo hospedeiro suscetível pela via adequada de penetração.
4.1. Agente causador
São agentes etiológicos, cuja presença ou ausência pode iniciar ou perpetuar um processo mórbido (Schimid, 1956), seja ele químico (produtos tóxicos), físico (radiação) nutricionais ou biológicos (bactérias, fungos, helmintos, protozoários e vírus). A infecção causada por cada tipo de agente desencadeia reações especificas no organismo infectado. Os agentes etiológicos podem ser:
4.1.1. Agente Nutricional
 
�
Exemplos:
 �
�
4.1.2. Agente químicos
�
 INTOXICAÇÃO ULCERA GASTRICAS
4.1.3. Agentes físicos
�
 Radiação Ionizante (CÂNCER DE PELE)
4.1.4. Agente biológico ou parasítico
São organismos vivos capazes de causar uma infecção ou doença no ser humano e nos animais.
Protozoários Animais unicelulares que causam malária, leishmaniose, disenteria causada por ameba.
–�
 AMEBA PLASMÓDIUM
Metazoários
Parasitas animais multicelulares causadores de doenças, tais como: esquistossomose e ancilostomose. Geralmente tem estágio de desenvolvimento fora do homem e não são, assim, transmissível de homem para homem.
Ancilóstomo
�
BACTÉRIAS
 Organismo unicelulares que causam uma série de doenças, que incluem tuberculose, Hanseníase, Meningite. Muitas bactérias causadoras de doenças podem se multiplicar-se no homem e no ambiente. Algumas são transmissíveis de homem para homem, outras provém do meio. 
�
FUNGOS
(Levedura e bolor) Plantas unicelulares e multicelulares responsáveis por doenças tais como: Tinea capitis, Histoplasmose, Coccidioidomicose e Blastomicose.
�
VÍRUS
O menor dos organismos patogênico. Algumas doenças causadas por Vírus são Varíola, sarampo, influenza, entre outras.
�
 VHB HIV
RICKETTSIAS
Parasitas intracelulares que são intermediários em tamanho entre bactérias e vírus e possui características em comum com ambas. Assemelham-se porque necessitam de células vivas para seu crescimento e multiplicação. Ex. Tifo transmitido por Carrapato e Febre Q.
�
4.2. Reservatório de agente infeccioso
Ser humano ou animal, artrópode, planta, solo ou matéria inanimada em que um A.I. vive em condições de dependência primordial e se reproduz de modo a ser transmitido a um hospedeiro susceptível. (Benenson, 1992)
4.3. Modo de saída
É processo pelo qual o agente infeccioso oriundo de um individuo infectado, pessoa ou animal é colocado no meio ambiente. Essas vias de saída incluem os vários sistemas do corpo, como aparelho respiratório (mais comum), digestivo, genito urinário, tecido cutâneo e a saída mecânica como é o caso das picadas de insetos.
4.4. Modo de transmissão
Após a saída do organismo, do seu reservatório o agente só será perigoso caso encontre um meio de atingir um hospedeiro. A transmissão pode ser direta ou indireta (estudaremos um capitulo especifico de transmissão):
4.5. Modo de entrada
É processo pelo qual o agente infeccioso oriundo de um individuo infectado, pessoa ou animal tem acesso a um novo hospedeiro. Corresponde até certo limite às mesmas vias de saída.
 VIAS AÉREAS VIA ORAL TEGUMENTO
�
4.6. Hospedeiro suscetível
Podemos definir como indivíduo, pessoa ou animal, ou outra espécie viva, que em condições naturais, penetrada por bioagentes patogênicos, concede subsistência a estes, permitindo-lhes seu desenvolvimento ou multiplicação. 
São as seguintes às expressões mais comumente usadas na epidemiologia das doenças transmissíveis:
Individuo suscetível ou infectável ( é a pessoa ou animal sujeito a adquirir uma infecção;
Individuo resistente ( é aquele que, por via de algum mecanismo natural ou através de imunização artificial, tornou-se capaz de impedir o desenvolvimento, em seu organismo, de agente infeccioso;
A um dado momento, o conjunto de todos os indivíduos de uma espécie hospedeira suscetível à infecção (o hospedeiro suscetível, tomado como espécie) estará formado por:
Indivíduos não-infectados:
	não expostos;
	suscetíveis-expostos, ainda não infectados;
	expostos, porém resistentes.
Indivíduos infectados:
	doentes;
	portadores;
Indivíduo não-infectado ( é a pessoa ou animal pertencente a uma espécie suscetível que, na atualidade, não alberga um predeterminado agente infeccioso;
Indivíduo infectado ( é a pessoa ou animal que alberga um agente infeccioso e que apresenta manifestação da doença ou uma infecção inaparente;
Indivíduo infectante ( é a pessoa ou animal do qual o agente infeccioso possa ser adquirido em condições naturais;
Paciente enfermo ou caso de doença infecciosa ( é o indivíduo infectado, pessoa ou animal, que alberga um agente infeccioso e que apresenta manifestações da doença;
Suspeito ( é aquele cuja historia clínica e sintomatologia indicam estar acometido por alguma doença ou tê-la em incubação;
Portador ( é o indivíduo infectado, pessoa ou animal, que alberga um agente infeccioso especifico de uma doença, sem apresentar sintomas desta e constituindo fonte potencial de infecção. O estado de portador pode ocorrer a um indivíduo durante o curso de uma infecção inaparente (geralmente denominado portador são ou assintomático) ou durante o período de incubação, na fase de convalescência e pós-convalescência de infecções que se manifestam clinicamente (comumente chamados de portador em incubação e portador convalescente, respectivamente. Em qualquer dos casos, o estado de portador pode ser breve (portador temporário ou transitório) ou prolongado (portador crônico).
4.7. Susceptibilidade
�
4.8. Resistência
�
4.9. Atividade
1. Conceitue Epidemiologia.
____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
.2. O que se entende por estrutura epidemiológica de determinada doença?
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Como denominamos a seqüência de acontecimentos de determinada doença transmissível?
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________4. Conceitue hospedeiro suscetível.
_________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
ATIVIDADE
Identifique novas doenças transmissíveis que estão surgindo, enquanto outras reaparecendo em decorrência de mudanças sociais e ambientais.
Na sua concepção o que você entendeu por doença transmissível (ou infecciosa)?
Elencar exemplos de doenças transmissíveis e não transmissíveis:
	DT
	AGUDA
	CRÔNICA
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	NDT
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Elencar exemplos de doenças emergentes e reemergentes.
	EMERGENTES
	REEMERGENTES.
	
	
	
	
	
	
	
	
5. Bioagentes patogênicos e vias de transmissão de agente infecioso
5.1. Agentes Infecciosos
É um ser vivo, vírico, ricktsial, bacteriano, fungíco, protozoário ou helmíntico que através de uma das formas que assume no seu ciclo reprodutivo (adulto, larva, cisto, ovo, esporo etc.) pode ser introduzido em outro ser vivo, onde é capaz de se desenvolver ou de se multiplicar, e dependendo das predisposições intrínsecas do novo hospedeiro, pode aí gerar ou não um estado patológico, denominado doença infecciosa, que também é doença transmissível.
5.2. Período de Incubação
É o intervalo de tempo em que decorre entre a exposição a um agente infeccioso e o aparecimento de sinais e sintomas da doença. É extremamente variável, desde algumas horas (cólera) até meses ou anos (hanseníase, AIDS).
5.3. Período de transmissibilidade
Período durante o qual o agente infeccioso pode ser transferido, direta ou indiretamente, de uma pessoa infectada a outra.
5.4. Infectividade
É o nome que se dá à capacidade que tem certos organismos de penetrar e de se desenvolver ou multiplicar no novo hospedeiro, ocasionando infecção.
5.5. Patogenicidade
É a qualidade que tem o agente infeccioso de, uma vez instalado no organismo do homem e de outros animais, produzir sintomas em maior ou menor proporção dentre os hospedeiros infectados. Há agentes dotados de alta patogenicidade como é o caso do vírus do sarampo. Nesse caso, praticamente todos os infectados desenvolvem sintomas e sinais específicos. Numa outra situação oposta se encontra o vírus da poliomielite, dotado de baixa patogenicidade. Dentre os infectados, somente cerca de 1% desenvolve paralisia.
5.6. Virulência
É a capacidade de um bioagente produzir casos graves ou fatais. Alta virulência indica uma grande proporção de casos fatais ou graves. É o caso da raiva, por exemplo; todo caso é fatal. Já o vírus do sarampo, apesar da alta infectividade e da alta patogenicidade, é de baixa virulência.
Características de algumas doenças de acordo com o grau relativo de infectividade, patogenidade e virulência do bioagentes.
	DOENÇA
	FATORES DO BIOAGENTES
	
	Infectividade
	Patogenicidade
	Virulência
	Cólera
	alta
	alta
	alta
	Coqueluche
	alta
	baixa
	baixa
	Dengue Clássico
	alta
	alta
	baixa
	Difteria
	alta
	baixa
	alta
	Doença de Chagas Crônico
	baixa
	alta
	alta
	Febre Amarela
	alta
	alta
	alta
	Febre Tifóide
	alta
	baixa
	baixa
	Hanseníase
	alta
	baixa
	alta
	Hepatite A
	alta
	baixa
	baixa
	Hepatite B
	baixa
	alta
	baixa
	HIV
	alta
	alta
	alta
	Leishmaniose Tegumentar
	baixa
	alta
	baixa
	Leishmaniose Visceral
	baixa
	alta
	baixa
	Leptospirose
	baixa
	alta
	alta
	Meningite Meningocócica
	alta
	alta
	alta
	Micoses superficiais
	baixa
	baixa
	baixa
	Poliomielite
	alta
	baixa
	baixa
	Raiva Humana
	baixa
	alta
	alta
	Rubéola
	alta
	alta
	baixa
	Sarampo
	alta
	alta
	baixa
	Tétano
	baixa
	alta
	alta
	Tracoma
	baixa
	alta
	baixa
	Tuberculose Pulmonar
	alta
	baixa
	baixa
	Varíola
	alta
	alta
	alta
	Vírus da Influenza
	alta
	baixa
	alta
5.7. Vias de transmissão
São os meios pelos quais o agente infeccioso atinge um hospedeiro suscetível, ou seja, é o processo pelo qual o agente infeccioso, oriundo de um indivíduo infectado, (pessoa ou animal), com passagem ou não por intermediários vivos, ou por objeto, ou material inanimado, tem acesso ao meio interno de um novo hospedeiro.
5.7.1. Via de Transmissão direta imediata
Denomina-se transmissão direta imediata o mecanismo segundo o qual um substrato vital, eliminado por indivíduo infectado em relação íntima com suscetível, carrega consigo o bioagente patogênico, sem passagem pelo meio ambiente, até onde se desenvolve ou se multiplica estabelecendo a infecção.
Certos agentes infecciosos não suportam o meio interno e externo e em poucas horas morrem por não resistirem à dessecação e à variação de temperatura. São microrganismos que utilizam o homem como reservatório, fonte de infecção e hospedeiro. Para serem introduzidos no novo hospedeiro, exigem contato físico entre a fonte de infecção e o suscetível, havendo pouca ou nenhuma interferência de fatores do meio ambiente. De uma forma geral o mais comum é que esse tipo de transmissão ocorra por contato de superfícies cutâneas ou mucosas, como ocorre nas relações sexuais, em mordedura e no beijar.
5.7.2.Via de Transmissão direta mediata
Denomina-se transmissão direta mediata o contágio mediato segundo o qual um substrato vital, eliminado por indivíduo infectado, situado nas proximidades de um suscetível, carrega consigo o bioagente patogênico, com passagem reduzida pelo meio ambiente, até o meio interno do indivíduo suscetível, onde se desenvolve ou se multiplica, estabelecendo a infecção.
Em alguns dos processos transmissíveis que obedece a esse mecanismo de transmissão direta mediata, o substrato deve oferecer ao agente infeccioso, condições biológicas de sobrevivência. A veiculação do bioagente no contato mediata é:
Por meio das mãos ( se em um processo transmissível, as mãos de um hospedeiro atual (o infectado) forem usadas para levar os próprios substratos contaminados até um novo hospedeiro (o infectável) teremos um exemplo de transmissão direta mediata. Estafilococos, estreptococos, clamídias e picornavírus, agentes de conjuntivite podem ser veiculados diretamente pelas mãos do infectado ao infectável. 
Por meios de fômites ( a transmissão de agentes infecciosos por meios de fômites obedece, de uma forma geral, ao mecanismo de transmissão indireta. No entanto, em determinadas circunstâncias, fômites intermedeiam a transmissão direta mediata de bioagentes em casos bastante específicos. Seja por exemplo, a retirada fortuita de chupeta da boca de uma criança gripada e a sua introdução na boca de outra suscetível, no mesmo momento;
Por secreções oronasais ( a transmissão direta mediata por meio de secreções oronasais, poderá ocorrer quando um indivíduo infectado, ao falar, tossir ou espirrar, produzir aerosol primário na atmosfera, e um outro, indivíduo suscetível receber em sua mucosa as gotículas projetadas e inaladas pelas vias respiratórias superiores.
Por esse mecanismo o agente infeccioso é transportado em suspensão nas gotículas líquidas denominadas gotículas de flugge, que, por sua vez, suspensas na atmosfera, fazem o aerosol primário. O contágio em si resulta de envolvimento, na mesma atmosfera, sem necessariamente contato físico, entre a fonte de infecção e o novo hospedeiro suscetível. Estão enquadrados nesse processo os agentes etiológicos das doenças: varíola, sarampo, caxumba, gripe, rubéola, tuberculose, difteria, doença meningocócica...
5.7.3. Via de Transmissão indireta
Denomina-se transmissãoindireta o mecanismo segundo o qual bioagente patogênicos, montados ou não no substrato com o qual são eliminados, necessitam de um suporte mediatizador, veículo ou hospedeiro intermediário, para percorrerem toda ou parte da distância que separa o indivíduo infectado do suscetível, onde deverão desenvolver-se ou multiplicar-se estabelecendo a infecção.
A transmissão indireta poderá ser efetivada através dos seguintes intermediários:
Veículos ( são objetos ou materiais contaminados que sirvam de meio mecânico, auxiliando um agente infeccioso a ser transportado e introduzido em um hospedeiro suscetível. Os principais veículos de doenças transmissíveis são: alimentos, fômites, água, ar atmosférico e sangue para transfusão;
Vetor mecânico ( ocorre o transporte mecânico do agente infeccioso, por insetos que caminham ou voam por contaminação de suas patas ou, pela passagem de microrganismo através de seu trato intestinal, sem que verifique o desenvolvimento e a multiplicação dos agentes. Ex: moscas, baratas...;
Vetor biológico ( quando é necessário à multiplicação e o desenvolvimento cíclico com a combinação desse processo para que o bioagente possa transmitir a forma intermitente do agente infeccioso ao homem. A transmissão pode ser feita pela saliva durante a picada, pela regurgitação ou deposição na pele de agente capazes de penetrar, subseqüentemente através do ferimento causado pela picada, ou de uma irritação cutânea provocada pelo prurido, esfregamento e pelo ar através de gotículas evaporadas e poeiras;
Principais veículos de Doenças Transmissíveis
	ALGUMAS DOENÇAS CUJOS BIOAGENTES SÃO TRANSPORTADOS
	ALIMENTOS
	DOENÇAS
	BIOAGENTES
	
	
	Amebíase
	Entamoeba histolytica
	
	
	Ascaridíase
	Ascaris lumbricoides
	
	
	Brucelose
	B.abortus, B.suis, B melitensis
	
	
	Fasciolíase
	Fasciola hepática
	
	
	Febre Tifóide
	Samonella typhi
	
	
	Hidatidose
	Echinococcus granulosus
	
	
	Teníase
	Taenia solium, Taenia saginata
	
	
	Tricuríase 
	Trichuris (Trichocephalus) 
	
	
	Triquinelose
	Trichinella spiralis
	
	FÔMITES
	
	
	
	
	Candidíase
	Cândida albicans
	
	
	Estafilococias
	Staphulococcus aureus
	
	
	Infecção puerperal
	Streptococcus pyogenes
	
	
	Tinha do Couro Cabeludo
	Microsporum, Trichophyton
	
	
	Tinha das unhas
	Trichophyton, Epidermophyton
	
	
	Infecções Hospitalares
Objetos, poeira etc.
	Actinomyces
	
	
	
	Aspergilus
	
	
	
	Cândida
	
	
	
	Klebsiella
	
	
	
	Pseudomonas
	
	
	
	Staphylococcus
	
	ÁGUA UTILIZADA COMO BEBIDA
	
	
	
	
	Amebíase
	Entamoeba histolytica
	
	
	Cólera
	Vibrio cholerae
	
	
	Febre Tifóide
	Salmonella typhi
	
	
	Hepatite A
	Vírus da Hepatite A
	
	
	Poliomielite
	Poliovírus 1,2,3
	
	
	Salmoneloses
	Salmonella
	
	
	Shigeloses
	Shigella
	
	
	
	
	
	AR ATMOSFÉRICO
	Caxumba
	Paramyxovírus
	
	
	Coqueluche
	Bordetella pertussis
	
	
	Gripe
	Orthomyoviridae
	
	
	Resfriado comum
	Rhinovírus
	
	
	Rubéola
	Rubivírus
	
	
	Sarampo
	Morbillivírus
	
	
	Tuberculose
	Mycobacterium tuberculosis
	
	
	Varicela
	Herpesvírus varicelae
	
	
	
	
	
	SANGUE PARA TRANSFUSÃO
	AIDS
	HIV
	
	
	Sífilis
	Treponema pallidum
	
	
	Doença de Chagas
	Tripanosoma cruzi
	
	
	Hepatite B
	Vírus da hepatite B
Substratos de eliminação e agentes infecciosos veiculados por eles
	SUBSTRATO
	BIOAGENTE PATOGENICO
	DOENÇA
	Escarro
	Mycobacterium tuberculosis
	Tuberculose
	Esperma
	HIV
	AIDS
	Exsudato de lesões cutâneas
	Treponema pallidum
	Sífilis
	Exsudatos oculares
	Chlamydia trachomatis
	Tracoma
	Fezes
	Entamoeba histolytica
	Amebíase
	Fígado de ovinos
	Echinococcus granulosus
	Equinococose
	Leite de vaca
	Brucella abortus
	Brucelose
	Leite materno
	Mycobacterium leprae
	Hanseníase virchowiana
	Muco nasal
	Mycobacterium leprae
	Hanseníase
	Músculo de gado
	Taenia saginata
	Teníase
	Músculo de porco
	Taenia solium
	Teníase
	Pus
	Staphilococcus aureus
	Impetigo
	Sangue
	Vírus –HB
	Hepatite B
	Saliva
	Rhabdovirus
	Raiva
	Secreção oronasal
	Neisseria meningitidis
	Doença meningocócica
	Secreção vaginal
	Neisseria gonorrhoeae
	Gonorréia
	Secreção uretral
	Chlamydia (tipos D até K)
	Uretrite Clamidial
	Suor
	Salmonella typhi
	Febre Tifóide
	Urina
	Schistosoma haematobium
	Esquistossomose vesical
5.8. Atividade
1. Conceitue os bioagentes patogênicos.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Preencha as lacunas em branco de acordo com o texto acima.
O intervalo de tempo em que decorre entre a exposição a um agente infeccioso e o aparecimento de sinais e sintomas da doença, chama-se _______________. É extremamente variável, desde algumas horas, como no caso das __________________, e até meses ou anos, como, por exemplo, a _____________________________.
_____________________________ refere-se o período durante o qual o agente infeccioso pode ser transferido, direta ou indiretamente, de uma pessoa infectada à outra.
Capacidade que tem certos organismos de penetrar e de se desenvolver ou multiplicar no novo hospedeiro, ocasionando infecção, denomina-se de _______________________________.
_______________________________ é a qualidade que tem o agente infeccioso de, uma vez instalado no organismo do homem e de outros animais, produzir sintomas em maior ou menor proporção dentre os hospedeiros infectados. 
Há agentes dotados de alta ____________ como é o caso do ____________. Nesse caso, praticamente todos os infectados desenvolvem _________________________.
_______________ É a capacidade de um bioagentes produzir casos ___________ ou ____________.
São doenças de alta virulência _____________,______________ e ___________________.
São doenças de baixa patogenicidade ____________________, _______________ e ____________.
São doenças de alta infectividade ​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​​______________, ____________,______________,________, _________ e________________________.
3. O que são vias de transmissão?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Como se classificam as vias de transmissão?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________
5. Como ocorre a transmissão direta e imediata?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6. Cite exemplos de transmissão direta imediata.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7. Quais a veiculação dos bioagentes pelo contato mediato?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8. Conceituevia de transmissão indireta.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6.9Como pode ocorrer a transmissão indireta?
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
6.10. Cite cinco substratos relacionando ao bioagente e a doença.
________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
TEXTO 1
Relações Entre os Seres Vivos
Os seres vivos se dividem em plantas e animais. As plantas (vegetais) diferem dos animais, porque são capazes de viver usando material do solo e a energia do sol para produzirem todas as substâncias que necessitam. Não precisam se alimentar de outros seres vivos. São seres produtores e constituem a base de cadeias alimentares, que são seqüências formadas por diferentes espécies que se alimentam umas das outras. Por exemplo: um gafanhoto come plantas, é comido por rato, que será comido por um gato.
A reprodução e a dispersão das espécies dependem igualmente de relações mútuas e com o ambiente. Plantas precisam de insetos para a sua fecundação; pássaros, que se alimentam de frutas, espalham suas sementes; as fezes de herbíboros (animais que comem capim) servem de adubo ao pasto. Nenhum ser vivo é capaz de sobreviver e se reproduzir independentemente dos outros ou ignorando as condições do ambiente.
Nesse coexistir, os seres estabelecem vários tipos de relação. O tipo de relação que nos interessa sobremaneira é o parasitismo. Um parasita é um ser que vive de outro ser, causando-lhe prejuízo. O dano que ele causa pode ir desde efeitos dificilmente notados até a morte do hospedeiro, que é o ser vivo que sustenta o parasita.
A relação entre hospedeiro e parasita é o resultado de uma longa adaptação. O parasita, ao extrair o seu sustento do hospedeiro, não pode se esquecer das conseqüências desta exploração. Pelo menos o hospedeiro deve viver um tempo suficiente para que o parasita complete o seu ciclo reprodutivo. Um parasita que mata rapidamente seu hospedeiro corre o risco de morrer antes de se reproduzir.
Causar doenças graves também cria alguns problemas ao parasita (agente infeccioso), porque as lesões graves, em geral, provocam uma forte reação de defesa do hospedeiro, que pode levar à eliminação do organismo infectante. O parasita melhor sucedido é, então, aquele que consegue tudo o que necessita para sobreviver, causando um mínimo de injúria ao hospedeiro.
Outras formas de relacionamento entre seres vivos são o comensalismo, a simbiose e a predação. Na simbiose, o benefício é mútuo e há vantagens para os dois seres que se relacionam. As bactérias do tubo digestivo do homem são um exemplo deste tipo de associação, pois se alimentam de substâncias ingeridas pelo homem, facilitando o processo de digestão. O comensalismo é uma relação em que as vantagens são para um dos seres sem que o outro seja prejudicado. A predação se caracteriza quando um animal de maior porte se alimenta de outro. Exemplo: gatos e ratos, ou onças e pacas.
Como as doenças transmissíveis são causadas por seres vivos, elas são exemplos de relação entre estes seres. Assim como os homens se relacionam entre si de diversas maneiras, pacificamente ou não, harmonicamente ou não, relação de cooperação ou de exploração, os animais, para cumprirem as suas necessidades básicas de alimentação e reprodução, têm que se adaptar ao meio ambiente e conviver com outras espécies.
1. Os Agentes de Doenças Infecciosas como Parasitas
Doença transmissível ou infecciosa é aquela que pode ser transmitida, levada de uma pessoa ou de um animal a outra pessoa ou animal. Todas as doenças infecciosas são causadas, obrigatoriamente, por seres vivos, denominados agentes infecciosos. Estes organismos vivos pertencem a diversos grupos: bactérias, vírus, fungos, vermes, etc.
As bactérias, os vírus, os fungos e outros microorganismos estão em todas as partes: sobre a roupa, sobre a pele humana, no intestino, nas plantas, na água, no solo; não há um só lugar onde eles não estejam presentes. Felizmente, para o homem, a grande maioria desses microorganismos são inofensivos e, às vezes, muito úteis. Você sabe que a produção de cerveja, de coalhada, de pão, de sabão e de outros produtos utiliza a capacidade de fermentação própria a esses pequeninos seres. O homem faz uso dessas espécies não só para se manter vivo como para se proteger. Por exemplo, extrai dos fungos substâncias como, os antibióticos, que combatem as bactérias de algumas doenças infecciosas. Das milhares de espécies de bactérias, fungos e protozoários, somente algumas são patogênicas, isto é, provocam infecções sérias. Só algumas, portanto, são parasitas. Os parasitas prejudicam o homem por meio de diferentes mecanismos de ação. Podemos citar alguns:
ação tóxica: produzindo substâncias que prejudicam os tecidos do hospedeiro (bactérias do tétano e da difteria);
ação espoliativa: absorvendo elementos nutritivos e mesmo o sangue do hospedeiro (o ancilóstomo, por exemplo, que produz anemia no hospedeiro ao sugar o sangue da parede do intestino);
ação inflamatória local: irritando o local parasitado e lesando diretamente tecidos em que se alojam (amebas e lombrigas no intestino).
Em relação aos microorganismos, não há uma separação total entre os que são maléficos ao homem e os que lhe são inofensivos. Assim, muitas das bactérias que vivem normalmente no intestino humano, numa situação de comensalismo, podem provocar uma infecção bastante prejudicial se chegam a atingir as vias urinárias. Em outras circunstâncias, as amebas tipo coli, que são geralmente inofensivas vivendo no intestino do homem normal, podem se tornar as causadoras de doença em pessoas debilitadas e sem resistência.
Existem inúmeros microorganismos patogênicos, quer dizer, causadores de doenças que habitam normalmente a boca, a faringe e o tubo digestivo. Eles não chegam a prejudicar o organismo humano porque seu número é pequeno e também porque existem formas de defesa e de barreira que protegem o corpo contra sua agressão.
2. Os Agentes Infecciosos no Meio Ambiente
As doenças se transmitem pela passagem destes agentes infecciosos do corpo de uma pessoa para o de outra ou de um animal para pessoas ou para outro animal. Estes são os elementos básicos da cadeia de transmissão das doenças infecciosas: indivíduo doente, indivíduo são, agente infeccioso e ambiente. São eles determinados, influenciados e ativados por fatores geográficos, ecológicos e sociais. Como já foi visto anteriormente, os agentes infecciosos são expelidos para o meio ambiente através das diferentes portas de saída; pelas vias respiratórias, fecal, pele e assim por diante. Ao sair para o meio exterior, esses agentes passam a se localizar em diversos elementos: podem ficar suspensos no ar envoltos em pequenas gotas produzidas pela tosse e espirro; podem se misturar com a água e o solo; podem, ainda, permanecer nos objetos e utensílios utilizados no local de trabalho e na habitação. A existência no ar, água, solo e objetos de agentes infecciosos, que permanecem vivos e capazes de infectar outro hospedeiro, é denominada de contaminação, mais precisamente, contaminação biológica.
Portanto, contaminação é o conceito que se refere à presença de agentes infecciosos sobre elementos inanimados e sobre a superfície do corpo. Vejamos alguns exemplos:
os cistos de giárdia procedentes de uma latrina contaminam a água de um riacho;
os ovos de ancilóstomos de alguém que defeca sobre o chão contaminam osolo;
a tosse de um paciente com meningite contamina o ar de seu quarto.
As coisas contaminadas acabam por contaminar outras. Ou seja, a contaminação se difunde. A água de irrigação, contendo o agente de diarréia infecciosa, por exemplo, pode contaminar as verduras de uma horta; a mão contendo resíduos de fezes contamina os alimentos e os utensílios de trabalho e assim por diante. Na qualidade de parasitas, os organismos patogênicos têm no corpo humano o ambiente ideal para sua subsistência e multiplicação. Quando saem para o ambiente externo, geralmente vivem pouco tempo, mas o suficiente para provocar uma contaminação da água, solo, etc. e alcançar um novo hospedeiro. Existem, entretanto, formas de agentes infecciosos que resistem no ambiente: são os cistos de protozoários e os esporos de bactérias, semelhantes a uma “semente” em sua durabilidade e resistência.
As condições de umidade e temperatura afetam sensivelmente a sobrevivência das bactérias no ambiente. A bactéria do tifo resiste 30 dias em fezes, 70 dias em solo úmido e 15 dias em solo seco. O bacilo da disenteria resiste oito dias em fezes, 70 dias em solo úmido e 15 dias em solo seco. De um modo geral, a umidade do solo favorece a sobrevivência dos agentes patogênicos.
Os ovos de lombrigas e de ancilóstomos necessitam para seu desenvolvimento de uma temperatura mínima de 18ºC e adequada umidade do solo. Ao contrário, os ovos de oxíuros desenvolvem-se melhor em clima frio. Certos microorganismos não suportam a abundância de ar (oxigênio) em seu ambiente. É o caso das bactérias do tétano e da gangrena, cujos esporos se desenvolvem bem numa ferida onde haja tecidos mortos e pus. Estes germes têm seu desenvolvimento impedido pelo fluxo de sangue em tecidos normais e pela presença de oxigênio. No ambiente, encontram-se geralmente no esterco de gado e de outros animais, transmitindo-se por contaminação das feridas e do coto umbilical de recém-nascidos. Em resumo, são os seguintes os principais modos de contaminação:
do solo e das terras: pela eliminação direta das fezes no solo, pela irrigação com água procedente de fontes contaminadas;
da água: pelas fezes e urina eliminadas nas proximidades de poços, riachos, açudes, lagoas, etc... ou transportadas a partir das fossas e esgotos até esses locais pela chuva e declividade do terreno;
dos alimentos: durante a fase de produção pelo contato com o solo e a água já contaminados, durante o transporte e armazenamento (por condições inadequadas de refrigeração), durante a manipulação no comércio e em casa (mãos e utensílios sujos);
do ar: pela eliminação de pequenas gotas produzidas pela tosse e espirro dos pacientes, que permanecem flutuando no ar durante algum tempo. A contaminação é uma espécie de poluição. A poluição nada mais é do que o lançamento de elementos nocivos à vida humana no ar, na água e no solo. O lixo polui o solo; o gás dos automóveis polui o ar; os esgotos das fábricas e das residências poluem a água dos rios.
Extraído de Fundação Nacional de Saúde. Rompendo a cadeia de transmissão das doenças: Terceiro Texto. Área I. Projeto Larga Escala (Acordo INAMPS/MS/MEC/OPAS). FUNASA - julho/2001
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23. R. Bonita, R. Beaglehole e T. Kjellström. Epidemiologia Básica. 2ª edição. Santos Editora Com. Imp. Ltda. 2010. São Paulo.
 
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EXANTEMA SÚBITO
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TUBERCULOSE CUTANEA E PULMONAR
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2.6. Hospedeiro
Suscetível
2.5.Modo de entrada no novo hospedeiro
2.5. Modo de entrada no novo hospedeiro
2.1. Agente
Causador
2.4. Modo de transmissão no novo hospedeiro
2.2. Reservatório
2.3. Modo de 
Escape ou saída
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ESCORBUTO - A doença surge de modo insidioso, e a face adquire um aspecto terroso, tornando-se as gengivas dolorosas com um hálito desagradável desde o início. Com o tempo as gengivas ulceram e sangram, os dentes caem e o hálito torna-se fétido . 
ANEMIA
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Falta de defesa de um hospedeiro, em grau adequado contra o A.I.
(Schimid, 1956)
EX. SARAMPO
É o conjunto de mecanismo corporais que serve de defesa contra invasão ou multiplicão de a.i. ou contra os efeitos nocivos de seus produtos tóxicos. (benenson,1992)
Epidemiologia e influenza aviária
Aviários foramafetados pelo vírus H5NI, altamente patogênico, em 2003 na Ásia e surtos se espalharam para partes da Europa e África. Em 2005, entre 6 e 40 milhões de pássaros foram sacrificados em uma tentativamde conter a transmissão do vírus. As pessoas não são facilmente infectadas; a maioria dos 258 casos confirmados entre humanos em novembro de 2006 tinham uma história de contato direto e prolongado com galinhas contaminadas ou patos domésticos.14 Entretanto, essa baixa transmissibilidade tem de ser vista em um contexto de elevada letalidade: 50% dos casos confirmados morreram. O período de incubação em humanos é de 2 a 8 dias. O vírus causa febre elevada, levando a pneumonia que não responde a antibióticos. Teoricamente, o vírus tem o potencial de evoluir para uma forma que pode se espalhar facilmente entre as pessoas. A principal estratégia para lidar com uma pandemia potencial para seres humanos é conter os surtos em aves como também em humanos, prevenindo a transmissão do vírus H5NI para novos países e reduzindo as oportunidades de infecções em seres humanos.
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