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Habilidades Cirurgicas com base nos slides Resumo das diretrizes para profilaxia antimicrobiana cirúrgica Este documento fornece diretrizes abrangentes para a profilaxia antimicrobiana em procedimentos cirúrgicos, com o objetivo principal de prevenir infecções do sítio cirúrgico (ISC). Ele abrange a classificação das cirurgias por risco de contaminação, os objetivos da profilaxia, o público-alvo, os protocolos de administração, a seleção de antibióticos, os esquemas de profilaxia para diversas cirurgias e as referências que fundamentam as diretrizes. 1. Introdução e Classificação Cirúrgica Objetivo da profilaxia antimicrobiana: Prevenir a contaminação e infecção de pacientes durante a cirurgia através da administração de antibióticos apropriados. Classificação cirúrgica por potencial de contaminação: Tipo de cirurgia Descrição Indicação de profilaxia Limpar Cirurgias eletivas em tecidos estéreis, sem infecção, inflamação ou falhas técnicas importantes; sem penetração nos tratos digestivo, respiratório ou urinário. A profilaxia é controversa; indicada se a antissepsia for difícil (ex.: couro cabeludo), em implantes de próteses, cirurgias de grande porte, cirurgias cardíacas ou transplantes. Potencialmente contaminado Cirurgias em tecidos colonizados com flora escassa ou cavidades que comunicam com o meio externo, pequenas falhas técnicas, sem infecção ou inflamação. A profilaxia é fortemente recomendada. Contaminado Cirurgias em tecidos com flora abundante, trauma recente (Notas Cirurgias de varizes de baixo risco Não indicado - - - Cirurgias de varizes de alto risco Cefazolina 2 g A cada 4 horas Não especificado O alto risco inclui hérnias grandes, idosos, diabéticos e obesos. Enxerto vascular com prótese Cefuroxima 1,5 g A cada 4 horas 48 horas 5.6 Cirurgia Otorrinolaringológica • Na maioria dos procedimentos, a profilaxia foi realizada com indução de cefazolina 2 g; as doses foram repetidas a cada 4 horas durante a cirurgia. • A sinusectomia utiliza cefoxitina 2 g a cada 2 horas durante a cirurgia. • As infecções requerem tratamento terapêutico com antibióticos, não profilaxia. 5.7 Cirurgia Pediátrica • A dosagem é baseada no peso (mg/kg), geralmente cefazolina ou cefoxitina. • Apendicectomia de grau I-II requer o uso de cefoxitina 80 mg/kg a cada 2 horas durante 24 horas. • Infecções mais graves requerem tratamento em vez de profilaxia. • Procedimentos como a piloromiotomia utilizam cefazolina em dose única. 5.8 Cirurgia Ginecológica e Obstétrica • Na maioria dos procedimentos, utiliza-se indução com 2 g de cefazolina, repetida a cada 4 horas durante a cirurgia, com dose única ou nenhuma profilaxia pós-operatória. • A paciente submetida a cesariana recebe uma dose única de cefazolina após o clampeamento. • O parto com fórceps utiliza indução com 2 g de cefazolina e repetição intraoperatória. 5.9 Cirurgia Torácica • Cefazolina 2 g para indução, repetida a cada 4 horas durante a cirurgia, doses pós-operatórias por até 24 horas. • Os procedimentos de diagnóstico geralmente não requerem profilaxia. 5.10 Neurocirurgia Procedimento Antibiótico Dose de indução Repetir intervalo Dose pós- operatória Duração Craniotomia sem prótese Cefazolina 2 g A cada 4 horas 1 g a cada 8 horas 24 horas Craniotomia com prótese Cefuroxima 1,5 g A cada 4 horas 750 mg a cada 6 horas 48 horas Acesso transesfenoidal Cefuroxima 1,5 g A cada 4 horas 750 mg a cada 6 horas 48 horas 5.11 Cirurgia Urológica • Cefazolina 2 g em dose única ou por curto período é comumente utilizada. • Ciprofloxacina utilizada para biópsia da próstata e nefrolitotomia (pré/pós). • A prostatectomia radical e a ureteroscopia com cateter duplo J requerem profilaxia prolongada por até 72 horas. 5.12 Cirurgia de Trauma • Cefoxitina ou cefazolina são comumente utilizadas. • Lesões penetrantes no abdômen e no tórax: Cefoxitina 2 g a cada 2 horas durante 24 horas. • Fraturas expostas: doses de tratamento com duração prolongada (até 14 dias para fraturas graves). • Tratamento de amplo espectro (clindamicina + gentamicina) para contaminação grave ou lesões esofágicas. 5.13 Transplante de Órgãos Órgão Antibiótico(s) Dose de indução Repetir intervalo Duração Rim Cefazolina 2 g Doses de 2 g a cada 4 horas 24 horas Coração Cefuroxima 1,5 g Doses de 750 mg a cada 4 horas 48 horas Coração (MRSA) Cefuroxima + Vancomicina 1,5 g + 25 mg/kg doses a cada 4 horas 48 horas Fígado (adulto) Ampicilina + Ceftriaxona 2 g Amp a cada 2 horas + Cef a cada 4/6 horas 48 horas 5.14 Procedimentos Endoscópicos • Recomenda-se profilaxia de CPRE (colangiopancreatografia retrógrada endoscópica) com ciprofloxacina ou cefoxitina, dependendo da idade e da condição clínica. • Gastrostomia endoscópica percutânea: dose única de cefazolina. • Pacientes cirróticos com hemorragia digestiva alta necessitam de profilaxia antibiótica mais prolongada (ex.: norfloxacina, ciprofloxacina). 5.15 Cirurgia Bariátrica • A dosagem de cefazolina ou cefoxitina deve ser ajustada com base no IMC (2 g para IMC entre 30 e 50, 3 g para IMC acima de 50). • Repetir as doses durante a cirurgia a cada 4 horas (2 g) ou 2 horas (3 g). • Duração total da profilaxia: 24 horas. • Pacientes alérgicos a beta-lactâmicos utilizam clindamicina e gentamicina com dosagem baseada no peso. 6. Considerações importantes • O momento da administração é crucial para garantir níveis adequados de antibiótico nos tecidos durante a exposição microbiana. • Ajustes de dosagem são necessários com base no peso do paciente e na complexidade do procedimento. • A profilaxia prolongada geralmente não é recomendada, a menos que haja fortes evidências clínicas que a sustentem. • Em casos de alergia a beta-lactâmicos, devem ser utilizadas alternativas. • É necessário praticar o uso racional de antimicrobianos para reduzir o desenvolvimento de resistência. • Existem protocolos específicos para a colonização por MRSA e patógenos resistentes. • A profilaxia pós-operatória é limitada , pois o risco de contaminação diminui significativamente após a cirurgia. Resumo Profissional sobre Drenos, Dispositivos de Nutrição e Excreção Não Cirúrgicos Este conteúdo aborda de forma detalhada os principais drenos e dispositivos não cirúrgicos utilizados para nutrição e excreção em pacientes hospitalizados, com foco especial em sondagem nasogástrica, nasoenteral e vesical . São apresentadas as restrições, contraindicações, técnicas, cuidados após o procedimento, complicações relacionadas e referências bibliográficas atualizadas. 1. Sondagem Nasogástrica (SNG) Página: • Terapêutica • Diagnóstica • Alimentação Indicações: Tipo Indicação Diagnóstico Hemorragia digestiva alta, intoxicações exógenas agudas, subsídio de distribuição Terapêutica Pós-operatório de cirurgia abdominal, oclusão/suboclusão intestinal, dilatação gástrica aguda, pancreatite Alimentação Pacientes comatosos, em ventilação mecânica, com distúrbios de deglutição, após cirurgia de obstrução da orofaringe/esôfago Contra-: Tipo Condição Absoluta Fratura da base do crânio Relativas Divertículo de Zenker, deformidades graves da coluna cervical, aneurisma de arco aórtico, esofagite por soda cáustica, neoplasias esofágicas infiltrativas, esofagocoloplastias ou sequelas de intervenções no Tipo Condição esôfago/cárdia, possibilidade de alimentação oral, obstrução intestinal Técnica: • Posicionar o paciente sentado ou a 45° com a cabeça fletida; se não for possível, decúbito lateral esquerdo com a cabeça virada para o lado para evitar broncoaspiração. • Medir a sonda: da parte inferior do processo xifóide, passando por trás da orelha até a ponta do nariz, acrescentando 10-15 cm. • Lubrificar o tubo com gel anestésico. • Solicitar movimentos de deglutição para alcançar a transição faringoesofágica. • Após a introdução, aspire com seringa de 20 ml para verificar a presença de suco gástrico. • A radiografia simples de abdome pode ser solicitada para confirmar posição e ausência de dobras. • Fixar uma sonda ao nariz com esparadrapo. Complicações: • Ulceração/necrose da asa nasal • Epistaxe (sangramento nasal) • Colocação traqueal e intubação pulmonar inadvertida • Náuseas e ondas • Esofagite por refluxo • Regurgitação com aspiração para árvore brônquica • Ulceração/necrose da parede proximal do esôfago • Pericondrito da cartilagem cricoide • Perfuração em carcinoma, úlcera ou divertículo esofágico • Passagem da sonda para o interior do crânio • Estenose esofágica • Distúrbios hídricos e eletrolíticos Retirada da Sonda: • Explicar o procedimento ao paciente. • Utilização de luvas de procedimento. • Paciente sentado. • Retirar a fixação da sonda. • Solicitar inspiração profunda, expiração lenta e apneia. • Tracionar uma sonda de forma delicada e rápida; não forçar. • Higienizar a boca com água e bochechos após a retirada. 2. Sondagem Nasoenteral (SNE) Página: • Alimentação do paciente com TGI íntegro, mas que não pode ser alimentada por via oral. Indicação: • Impossibilidade de alimentação oral com trato gastrointestinal preservado. Considerações Anatômicas:Estrutura Medida aproximada (cm) Nariz à transição faringoesofágica 10-12 Esôfago 23-25 Duodeno 25 Técnica: • Paciente sentado com cabeça fletida. • Medir a sonda da mesma forma que no SNG, porém acrescentar 20-25 cm para alcançar a segunda/terceira posição do duodeno. • Lubrificar com gel anestésico. • Solicitar deglutição para alcançar a transição faringoesofágica. • Após introdução, aspirar para verificar o suco gástrico. • Confirme a posição radiologicamente para evitar dobra ou posicionamento incorreto. 3. Sondagem Vesical Página: • Diagnóstica ou terapêutica. Tipos: Tipo de Sonda Características Sonda de alívio Ponta obtusa, usada para esvaziamento imediato da bexiga Sonda de demora (Foley) Balão inflável para fixação na bexiga Considerações Anatômicas: Sexo Comprimento da uretra (cm) masculino 20 feminina 4 Indicações: • Determinar débitos • Retenção urinária aguda ou crônica prejudicial à função renal • Bexiga neurogênico • Estudos urológicos do trato urinário inferior • Controle da incontinência urinária • Obtenção de urina para exame laboratorial (cultura, I, etc.) • Pós-operatório de cirurgias do trato urinário inferior Contra-: • Anormalidades anatômicas que impedem a passagem da sonda • Trauma com suspeita de lesão uretral (sangramento pelo meato, próstata alta ao toque retal, hematoma escrotal, perineal ou peniano) Técnica: • Uso de luvas estéreis e técnica asséptica. • Verifique o funcionamento do cateter de Foley (balão íntegro e volume correto). • Limpeza antisséptica da área. para Homem: • Limpar pênis com solução antisséptica. • Retrair prepúcio e limpar a glande. • Lubrificar cateter e uretra; injetar lidocaína gel no meato é indicado. • Posicione o pênis perpendicularmente ao corpo, com tração suave. • Introduza o cateter até a saída de urina, avance mais alguns centímetros. para Mulher: • Limpar vulva com antisséptico, especialmente lábios maiores e carne uretral. • Lubrifique o cateter distalmente. • Separar os lábios dos dedos e localizar o meato uretral. • Introduzir sonda até saída de urina e avançar alguns centímetros. Cuidados Pós-Procedimento: • Fixar sonda na face anteromedial da coxa, deixando folgada para evitar tração. • Informar ao paciente sobre o sucesso do procedimento. • Mantenha cuidados assépticos durante a manipulação. • Retire o cateter assim que possível para diminuir o risco de infecção. Retirada da Sonda Vesical: • Explicar procedimento. • Utilizar . • Desinsuflar balão com seringa de 20 ml. • Retirar sonda delicadamente. • Estimular diurese espontânea; se houver demora, uso de bolsa de água morna suprapúbica e estímulos auditivos (som de água corrente). Complicações: • Resistência à passagem do cateter • Desconforto • Infecção do trato urinário (ITU) • Hematúria • Disúria • Parafimose • Retenção urinária • Remoção traumática pelo paciente • Falso trajeto com balão inflado • Passagem inadvertida do cateter na vagina (contaminação do cateter, descarte necessário) Introdução A infecção em cirurgia representa um desafio significativo à segurança do paciente e à eficácia dos procedimentos cirúrgicos. O diagnóstico precoce e a prevenção são essenciais para minimizar complicações. A cirurgia de antibióticoprofilaxia é uma estratégia central para a prevenção de infecções do sítio cirúrgico (ISC). Classificação das Cirurgias Segundo o Potencial de Contaminação As cirurgias são periódicas em quatro categorias, conforme o risco de contaminação e a presença de flora microbiana: Categoria ” exemplos Cirurgia Limpas Tecidos estéreos, ausência de processo infeccioso ou inflamatório e falha técnica grosseira; sem penetração em tratos contaminados Artroplastia de quadril, cirurgia cardíaca, cirurgia vascular, ortopédica eletiva, hérnia inguinal Cirurgias Potencialmente Contaminadas Tecidos colonizados por flora pouco numerosa; penetração nos tratos digestivos, infecções ou umidade sem contaminação significativa Cirurgia do intestino delgado eletiva, cirurgias biliares sem interferência, feridas traumáticas até 10 horas, prostatectomia Cirurgias Contaminadas Tecidos com flora bacteriana difíceis de descontaminar; falhas técnicas grosseiras sem supuração local Cirurgia de cólon, desbridamento de queimaduras, cirurgias bucais, fraturas expostas, feridas traumáticas com mais de 10 horas Escórias Infectadas Presença de processo infeccioso ativo, tecido necrótico, corpos estranhos ou feridas sujas Cirurgias de reto e ânus com pus, cirurgia abdominal com pus, apendicite supurada Conclusão: A categorização auxilia na definição da profilaxia e no controle das infecções, permitindo estratégias específicas conforme o risco. Conceito de Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC) • São infecções relacionadas a procedimentos cirúrgicos, como ou sem implantes, ocorrendo até 30 dias após o procedimento ou até três meses se houver prótese. • Segundo a ANVISA , a vigilância e o controle abrangem diferentes tipos de procedimentos: Tipo de luto ” Cirurgia em paciente internado Procedimento com incisão e sutura, internação superior a 24 horas, excluindo desbridamento, drenagem e biópsias simples mil ambulatorial Procedimento cirúrgico com permanência inferior a 24 horas, com incisão e sutura, excluindo desbridamento, drenagem e biópsias simples endovascular Procedimento terapêutico via percutâneo com inserção de prótese (exceto stents) Cirurgia endoscópica com descoberta de cavidade Procedimento terapêutico endoscópico com manipulação de vísceras ou cavidades via mucosa (ex: NOTAS, cirurgias transvaginais, transnasais, urológicas) Critérios Definidores de Infecção Cirúrgica (ANVISA) Não especificado/Incerto detalhamento neste conteúdo sobre os critérios específicos, porém a ANVISA estabelece disposições para vigilância e diagnóstico do ISC, com base em sinais clínicos, microbiológicos e temporais relacionados à cirurgia. Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) • Composto por profissionais de saúde de nível superior (médicos, enfermagem, farmácia, microbiologia, administração). • Responsável por planejar, implementar, avaliar e manter o Programa de Controle de Infecção Hospitalar (PCIH). • Atua na prevenção e controle do ISC, sendo uma responsabilidade multidisciplinar, não exclusiva do movimento. • Os hospitais devem constituir Serviços de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) para viabilizar ações de prevenção e vigilância. Prevenção das Infecções do Sítio Cirúrgico (OMS) As medidas essenciais no pré-operatório incluem: • Preparação do paciente : tricotomia (remoção de pelos), controle rigoroso da glicemia, cessação do tabagismo, banho e asseio corporal. • Preparação antisséptica da pele na área cirúrgica. • Manutenção do campo operatório estéril . • Preparação das mãos e antebraços da equipe cirúrgica adequada. • Orientação e treinamento contínuo dos profissionais de saúde sobre prevenção de infecções. • Ambiente da sala cirúrgica : limpeza e desinfecção específicas das superfícies. • Esterilização instrumental cirúrgica . • Uso adequado de roupas e vestimentas cirúrgicas . • Técnicas de assepsia e técnicas cirúrgicas corretas durante o procedimento. • Cuidados pós-operatórios específicos para feridas operatórias. • Identificação e manejo de portadores nasais de Staphylococcus aureus . • Realização de coleta microbiológica para monitoramento. Antibioticoprofilaxia Cirúrgica s • O momento ideal para iniciar a antibióticoprofilaxia é até 60 minutos antes da incisão cirúrgica , garantindo pico plasmático do antimicrobiano no momento da exposição dos tecidos. • Repetição intraoperatória: quando cefazolinaé utilizada, nova dose é recomendada após 4 horas de cirurgia. • Duração da profilaxia: frequentemente dose única; alguns protocolos permitem até 24 horas. Critérios de Indicação A profilaxia é indicada quando: • Alto risco de infecção , como em cirurgias de cólon. • Baixo risco de infecção em cirurgias limpas , mas com uso de implantes (próteses), neurocirurgias ou cirurgias cardíacas. • Pacientes com alta suscetibilidade a infecções, apesar do baixo risco cirúrgico, incluindo: • Diabetes descompensado. • Desnutrição. • Obesidade mórbida. Melhorias na ça • A CCIH deve estabelecer estratégias para racionalização da profilaxia, incluindo: • Criação de protocolos e diretrizes. • Monitoramento do tipo de antimicrobiano e tempo de administração. • Gerenciamento e suspensão adequada de antimicrobianos. Escolha dos Antimicrobianos para Profilaxia Situação Antimicrobiano Principal Cobertura Microbiana cirurgias de pele Cefazolina Estafilococos coagulase- negativa, Staphylococcus aureus Cirurgias do trato digestivo Cefoxitina, Metronidazol, Bacilos gram-negativos entéricos, anaeróbios, Situação Antimicrobiano Principal Cobertura Microbiana baixo, esôfago, boca Ceftriaxona (amplo espectro) estreptococos, Haemophylus spp., Moraxella spp. Cirurgias com implante de próteses Cefazolina ou Cefuroxima Estafilococos e alguns gram- negativos Vias biliares Cefalosporinas com atividade contra anaeróbios e enterococos Gram-negativos, anaeróbios, enterococos Os critérios para escolha incluem: apresentação parenteral do antibiótico, baixa toxicidade, custo-benefício e espectro adequado para os patógenos mais comuns em ISC. Considerações Financeiras • O diagnóstico e prevenção de infecções em cirurgia são multifatoriais e exigem uma atuação integrada de equipes multidisciplinares. • A classificação das cirurgias por risco de contaminação orienta as medidas de profilaxia antimicrobiana e cuidados perioperatórios. • A antibióticoprofilaxia, quando bem indicada e administrada no momento correto, é uma ferramenta eficaz para reduzir a incidência de ISC. • Protocolos claros, monitoramento contínuo e educação dos profissionais são fundamentais para o sucesso no controle das infecções cirúrgicas. • O papel da CCIH é central na implementação dessas práticas, garantindo a segurança do paciente e a qualidade da assistência cirúrgica. Resumo Profissional sobre Tubos, Sondas e Drenos Cirúrgicos Este conteúdo aborda os principais aspectos relacionados a tubos, sondagens e drenos usados em procedimentos cirúrgicos , destacando suas características, frequência, classificações e complicações. As informações são organizadas por tipo de dispositivo, com ênfase em sua função e aplicação clínica. 1. Sondas Nasogástricas e Enterais Sonda Nasogástrica - Levine • Material: Plástico ou Borracha. • Características: Recursos descobertos laterais próximos à ponta e única luz. • Aplicação: Passada normalmente pelas narinas, com marcas circulares para controle da inserção. • Uso: Uma das sondas mais comuns para aspiração e administração. Objetivos da Sonda Nasogástrica • Extrair líquidos do estômago. • Avaliar o estado da cavidade gástrica. • Introduzir substâncias terapêuticas ou diagnósticas. Classificação das Sondas Nasogástricas Critério Tipos Quanto à técnica Cruenta (invasiva) e incruenta (não invasiva) Quanto à bula Diagnóstica e terapêutica Sonda Enteral - Dubbhoff • Características: Ponta pesada e flexível com fio guia metálico interno radiopaco. • Posicionamento: Direcionado para a porção transpilorica (jejuno e duodeno). • Uso: Alimentação e administração de medicamentos para pacientes incapacitados de se alimentar por longos períodos. Sonda Nasoenteral • Indicação exclusiva para alimentação e medicação. • Tempo médio para migração do estômago ao duodeno: 2 horas. • O paciente deve estar em decúbito lateral direito para facilitar o posicionamento. • Feita de poliuretano, silicone ou materiais similares. • Inserida no duodeno ou jejuno (pós-Treitz). Características Gerais das Sondas Nasogástricas/Orogástricas • Comprimento aproximado: 35 cm. • Diâmetros de variação entre 9 a 24 franceses (1 francês = 0,33 mm). 2. Sondas Específicas e Suas Indicações Sonda de Blackmore • Possui três luzes e dois balões (gástrico e esofágico). • Usada para o tratamento de sangramento de varizes esofágicas . • Permite insuflação de balões para controle de sangramento. Sonda Uretral/Vesical • Introduzida pela uretra até a bexiga para permitir a drenagem urinária. • Aplicações: • Drenagem da urina. • Coleta para exames diagnósticos. • Administração de medicamentos. 3. Sondagem Vesical: Indicações, Contraindicações e Complicações Aspecto Detalhes Indicações Retenção urinária; administração de medicamentos; coleta de amostra estéril; mensuração do volume residual; monitoramento do débito urinário. Contra Lesões na uretra e bexiga; fratura pélvica. Complicações Trauma de uretra e bexiga; estenose secundária a trauma; infecção. Sonda Foley • Materiais: látex, poliuretano ou silicone. • Calibres geralmente usados: Sexo Calibre (francês) Mulheres 14 - 16 Fr caro 16 - 20 Fr • Possui 2 ou 3 saídas e 1 balonete para fixação. • Sistema de coleta fechado, que reduz o risco de infecção. 4. Drenos Cirúrgicos e • O termo “dreno” deriva do inglês “drain”, que significa escoar ou esgoto. • Objetivo principal: Permitir a saída de fluidos ou ar do interior de feridas ou cavidades, prevenindo o acúmulo de líquidos e facilitando a cicatrização. • Auxiliam na remoção de coleções líquidas e na orientação de trajetórias fistulosas. Tipos de Drenos Tipo Características Aplicações/Observações Drenos de Tórax Sistema de drenagem contínua com aspiração; linha radiopaca; vários Posicionados em espaços intercostais: ar no 2º ou 3º espaço (hemiclavicular), líquido Tipo Características Aplicações/Observações orifícios laterais; imersos no selo d'água. no 6º ou 7º espaço (lateral- hemiaxilar). Drenos Laminare Achatados, maleáveis; feitos de borracha sintética, plástica ou siliconizada; condução direta por capilaridade. Exemplo: dreno de Penrose. Drenos Tubulares Tubo feito de polietileno, silicone ou látex; drenagem pelo lúmen; condução depende do número e tamanho dos orifícios laterais; drenagem por capilaridade, gravidade ou sucção. Uso mais comum em direção torácica. Outros Drenos Não especificado sem conteúdo. Não especificado. 5. Escala de French (Fr) para Medição de Calibre • Unidade utilizada para medir o calibre de sondas e tubos. • 1 Francês equivale a 0,33 mm de diâmetro externo. • Usada para padronizar o tamanho de sondas nasogástricas, uretrais e outras. Considerações Financeiras • Diferentes tipos de sondas e drenos são essenciais para diversas funções diagnósticas e terapêuticas em cirurgias e tratamentos clínicos. • A escolha adequada do tipo, material, calibre e técnica de inserção influencia diretamente o sucesso do procedimento e a minimização de complicações. • Cuidados específicos devem ser tomados em relação às contraindicações e complicações potenciais, especialmente em sondagem vesical e drenagem torácica. • A utilização de dispositivos com sistema fechado, como a sonda Foley, é importante para reduzir riscos infecciosos. • O conhecimento da anatomia e da fisiologia do paciente, aliado à técnica correta, é fundamental para o uso eficaz desses dispositivos. Resumo Profissional sobre Síntese Cirúrgica Conceito de Síntese Cirúrgica Síntese cirúrgica é o conjunto de métodos para aproximar as bordas de feridas traumáticas ou cirúrgicas, reconstituindo a continuidade do tecido lesionado, facilitandoa cicatrização e restaurando a função do tecido. Dentro da descrição, destaca-se a sutura , que emprega fios cirúrgicos para manter as bordas unidas, principalmente em tecidos moles. A ráfia é um termo semelhante à sutura, usado especialmente para fechamento de cavidades, como em laparorrafia (abdome), toracorrafia (tórax), cervicorrafia (pescoço) e colporrafia (vagina). Princípios Básicos da Síntese Cirúrgica • A sutura faz parte do tempo operatório e depende de condições adequadas antes (antissepsia, assepsia, diarreia, hemostasia) e depois (curativos, segurança, mobilização adequada) da cirurgia para um resultado esmagador. • Os tecidos devem ser reconstituídos o mais próximo possível da anatomia original para garantir a funcionalidade. • A proximidade das bordas deve ser sem tensão excessiva para evitar: • Aproximação frouxa: cicatrização prolongada, risco de extravasamento, fístulas e abscessos. • Aproximação com tensão elevada: isquemia, necrose, retardo de cicatrização, deiscência da sutura. • A reconstituição deve respeitar planos anatômicos, aproximando tecido com tecido correspondente (ex: músculo com músculo, fáscia com fáscia). • Deve-se evitar espaços mortos entre os planos para prevenir o acúmulo de secreções e infecções. exposição das Suturas Critério Às vezes, ele é um dos seus maiores talentos. Observações Tempo de chuva Temporária / Definitiva Temporária: pontos removíveis ou absorvíveis; Definitiva: pontos permanentes ou inacessíveis para remoção ‐ Coaptação / Sustentação Coaptação: aproxima bordas com mínima tensão; Sustentação: mantém bordas sob tensão (ex: aponeuroses) Técnica opera Pontos separados / Pontos contínuos Pontos separados permitem ajuste individual; contínuos são mais rápidos por anatoles Plano por plano / Subtotal / Total Aproximação segmentada conforme planos anatômicos Além dos fios, podem ser usados grampos metálicos, biodegradáveis ou adesivos cirúrgicos (fibrina, cianoacrilato). Tempo de Permanência dos Fios • Idealmente, o fio deve ser removido após o término da cicatrização, quando o tecido recuperar resistência suficiente. • Cicatrização típica: cerca de 3 semanas para maturação e força tênsil. • Fios podem ser: • Temporários : removíveis ou absorvíveis (degradados pelo organismo). • Definitivos : inabsorvíveis, permanecem no tecido ou inacessíveis para remoção. Tipos de Pontos • Pontos de coaptação: usados em tecidos onde a força de atração é baixa (pele, mucosas). • Pontos de sustentação: usados para suportar forças maiores, como em aponeuroses. Técnica de Sutura • Pontos separados (descontínuos): cada ponto é atado individualmente, permitindo controle de tensão e menor comprometimento se um ponto falhar. Consomem mais tempo e material. • Pontos contínuos: sequência de pontos unidos, mais rápidos, porém maior risco se um ponto falhar. Instrumental Cirúrgico para Sutura • Agulhas: retas ou curvas, atraumáticas ou com abertura para passagem do fio. • Agulhas atraumáticas possuem calibre próximo ao fio, minimizando traumas. • As agulhas retas são usadas manualmente, exceções de espaço maior. • Agulhas curvas são manipuladas com porta-agulhas, permitem movimentos circulares. • Porta-agulhas: tipos Hegar, Mayo, Mathieu. • Pinças de preensão: anatômicas e dente de rato para manipulação dos tecidos. Classificação dos Fios Cirúrgicos Critério Às vezes, ele é um dos seus maiores talentos. Exemplos / Características Degradação Absorvível / Inabsorvível Absorvíveis: degradados pelo organismo (hidrólise/proteólise); Inabsorvíveis: não degradados, removidos se necessário Origem Orgânicos / Minerais / Sintéticos Orgânicos: algodão, categute; Minerais: aço; Sintéticos: Vicryl®, Monocryl®, Prolene® Filamento Monofilamentar / Multifilamentar Monofilamentar: único filamento, menor risco de infecção; Multifilamentar: múltiplos filamentos, maior risco de colonização bacteriana Diâmetro (USP) 11-0 (mais fino) a 5 (mais grosso) Sistema padronizado para fiação dos fios Características dos Principais Fios Cirúrgicos Fio Tipo Origem Filamento Tempo de Absorção / Uso Observações Categute Absorvível Orgânico Monofilamentar Simples perde resistência em 1 semana; cromada em 3 semanas; absorção imprevisível Grande ocorrência tecidual, não indicada para cicatrização lenta Fio Tipo Origem Filamento Tempo de Absorção / Uso Observações Polidioxanona (PDS®) Absorvível Sintético Monofilamentar Absorção completa em 180 dias Pouca ocorrência tecidual, indicada para suturas de longa duração (ex: cardiovascular) Poliglecaprona 25 (Monocryl®) Absorvível Sintético Monofilamentar Absorção em até 120 dias, mantém força por 4 semanas Pouca ocorrência tecidual, boa maleabilidade e resistência Poligliconato (Maxon®) Absorvível Sintético Monofilamentar Absorção completa em 210 dias Alta resistência, baixa ocorrência tecidual, útil para suturas vasculares Poliglactina 910 (Vicryl®) Absorvível Sintético Multifilamentar Absorção em 70 dias, força tênsil por 30 dias Um dos mais usados, hidrólise moderada Ácido poliglicólico (Dexon®) Absorvível Sintético Multifilamentar Absorção até 120 dias Semelhante ao Vicryl®, maior índice de infecção em fechamento abdominal Fios Inabsorvíveis Orgânicos Multifilamentares Fio Características Seda Boa resistência, maleável, baixo custo, alta ocorrência tecidual e risco de infecção Algodão Semelhante à seda, multifilamentar, maior ocorrência local Linho Resistência e maleabilidade, porém maior risco de ocorrência e infecção Fios Inabsorvíveis Sintéticos Fio Origem Filamento Características principais Poliamida (Náilon) Sintético Monofilamentar/Multi Baixo custo, pouca ocorrência, alta memória (necessita vários nós), perde força lentamente Polipropileno (Prolene®) Sintético Monofilamentar Alta resistência, elasticidade, pouca evidência, força estável no tempo Aço Sintético Mono/Multi Pouca maleabilidade, risco de proteção e infecção, uso em esternotomias e tendões Poliéster (Dacron®, Mersilene®) Sintético Multifilamentar Alta resistência, ocorrência tecidual maior, variantes com recobrimentos não resultantes Técnicas práticas de Sutura • Os pontos simples (separados) são os mais usados, com distância recomendada entre pontos de 0,3 a 0,4 mm e distância lateral das bordas também de 0,3 a 0,4 mm. • Vantagens dos pontos simples: • Permitem tensão equilibrada em toda a linha. • Se um ponto falhar, o restante da sutura permanecerá eficaz. • Desvantagens: • Consomem mais tempo e material cirúrgico. O ponto em “X” foi especificado, porém detalhes não foram especificados no conteúdo. Concol e Insights Chave • A síntese cirúrgica é essencial para a recuperação funcional e anatômica dos tecidos lesionados. • O sucesso da sutura depende do respeito a princípios básicos como proposta sem tensão excessiva e respeito aos planos anatômicos. • A escolha do fio cirúrgico deve considerar o tempo de cicatrização, a resistência necessária e o potencial de ocorrência tecidual. • Fios absorvíveis são indicados para tecidos com cicatrização previsível e que não precisam ser removidos, enquanto fios inabsorvíveis são usados em locais que requerem resistência prolongada. • Técnicas de sutura e instrumentais adequadas são fundamentais para minimizar traumatismos e melhorar o resultado cirúrgico. • Pontos simples separados são preferidos em muitas situações para permitir melhor controle da tensão e menor impacto caso algum ponto falhe. Anestésicos (AL) Definição e Mecanismo de Ação: • Osanestésicos locais (AL) são fármacos que bloqueiam temporariamente a transmissão dos impulsos nervosos nas fibras nervosas, diminuindo ou eliminando a sensibilidade, incluindo o tato. • Utilizados para analgesia e anestesia de diversas formas: neuroeixo (raquianestesia e peridural), bloqueios de nervos periféricos, infiltração subcutânea/tecidual e anestesia tópica. • Atuam ligando-se reversivelmente aos canais de sódio dependentes de voltagem na membrana plasmática do nervo, tornando-os impermeáveis ao sódio, o que impede a geração e propagação do potencial de ação. • A recuperação da função nervosa ocorre pela difusão lenta do anestésico para a circulação sistêmica, seguida de biotransformação e excreção renal. Propriedades Físico-Químicas: • A estrutura química do AL inclui um anel benzênico (parte lipossolúvel) ligado a um grupo de amina (terciária ou quaternária) por uma cadeia intermediária (éster ou amida). • Classificação: AL do tipo éster e amida. • O equilíbrio entre as formas protonadas (ionizadas) e neutras (não ionizadas, lipossolúveis) depende do pKa do AL e do pH do meio. • Em ambientes ácidos (exemplo: abscessos), o aumento da forma ionizada reduz a absorção do AL, explicando a ineficiência dos AL nesses locais. Principais Anestésicos Locais Utilizados Anestésico Tipo Químico Rompido de Ação Duração Uso Clínico Dose Máxima Observações Lidocaína Aminoamida Ponto Curta Anestesia local, regional, neuroeixo, IV 5 mg/kg sem vasoconstritor 7 mg/kg com vasoconstritor 1,5 mg/kg IV Uso histórico em raquianestesia; risco de lesão nervosa e sintomas neurológicos transitórios. Anestésico Tipo Químico Rompido de Ação Duração Uso Clínico Dose Máxima Observações Bupivacaína Aminoamida 5-8 minutos 2 a 2,5 h Raquianestesia, peridural, regional 2 mg/kg sem vasoconstritor 3 mg/kg com vasoconstritor Alta cardiotoxicidade; proibido via IV; disponível em soluções isobáricas e hiperbáricas. Ropivacaína Aminoamida Não especificado Não especificado Peridural, anestesia regional periférica Não especificado Menor cardiotoxicidade que bupivacaína; contraindicada via IV. Toxicidade dos Anestésicos Locais Toxicidade no Sistema Nervoso Central (SNC): • Os AL cruzam rapidamente a barreira hematoencefálica, dependendo das características químicas. • A toxicidade pode ocorrer por injeção intravascular inadvertida ou por administração sistêmica excessiva. • Sintomas iniciais: tontura, vertigem, zumbido, alterações gustativas (gosto metálico). • A evolução pode incluir espasmos musculares e crises convulsivas. Toxicidade cardiovascular: • Mais grave e potencialmente fatal que a toxicidade neurológica. • Requer concentrações plasmáticas mais altas para ocorrer. • Relacionado à potência e lipossolubilidade do AL. • A bupivacaína é a mais associada a efeitos cardiotóxicos, especialmente em condições como gravidez, hipoxemia e acidose. • Sinais clínicos: hipotensão, bradicardia, distúrbios de condução cardíaca, alterações na repolarização ventricular e parada cardiorrespiratória. Tratamento de Intoxicação por Anestésicos Locais Medidas Preventivas: • Respeitar doses tóxicas máximas. • Considerar efeito cumulativo entre diferentes AL. • Evite injeção intravascular com técnicas seguras, incluindo uso de ultrassonografia e aspiração antes da injeção. Conduta diante da intoxicação: • Interromper imediatamente a infusão do AL. • Solicite ajuda médica especializada. • Suporte de via aérea e oxigênio a 100%. • Intubação orotraqueal se necessária. • Mantenha acesso venoso para administração de medicamentos. • Benzodiazepínicos para controle de convulsões. • Administração de emulsão lipídica 20% para intoxicação cardiovascular: • Dose inicial: bolus de 1,5 mL/kg. • Manutenção: infusão contínua de 0,25 mL/kg/min até recuperação da função cardíaca. Técnicas Cirúrgicas: Sutura Contínua Chuleio Simples (Sutura Contínua): • Vantagens: • Mais rápido que a sutura interrompida. • Menor custo, aproveita melhor o comprimento do fio cirúrgico. • Desvantagens: • É difícil manter a tensão diferenciada em cada ponto. • Risco aumentado de isquemia tecidual e deiscência se mal aplicada. • Se o nó inicial ou final falhar, toda a linha de sutura pode se desprender. Mc: • O deslocamento ancora o primeiro ponto em uma extremidade da incisão. • Aplicar os pontos em sequência até a outra extremidade, onde fixa a linha. Outras variações de pontos citados: • Ponto em “U” vertical (Donatti). • Ponto em “U” horizontal (colchoeiro). calças e alvos-Chave • Anestésicos locais interromperam a condução nervosa ao bloquear canais de sódio dependentes de voltagem, sendo reversíveis. • A classificação química entre ésteres e amidas é importante para suas propriedades farmacológicas. • O pH do ambiente influencia diretamente a eficácia do AL, reduzida em ambientes ácidos. • Lidocaína, bupivacaína e ropivacaína são os AL mais usados, cada um com restrições, doses e riscos específicos. • A toxicidade neurológica e cardiovascular são os principais riscos, sendo a bupivacaína a mais cardiotóxica. • A prevenção da intoxicação envolve técnicas seguras e respeito às doses máximas. • Tratamento de intoxicação inclui suporte clínico e uso de emulsão lipídica em casos graves. • A sutura contínua é eficiente e econômica, mas exige cuidado para evitar complicações. Introdução ao Manejo Perioperatório O manejo perioperatório envolve uma abordagem integral que se estende da consulta inicial até a recuperação final do paciente, buscando equilibrar os riscos inerentes à doença subjacente e aos procedimentos cirúrgicos. O sucesso cirúrgico depende fundamentalmente da compreensão da biologia da doença e da seleção criteriosa do paciente pelo cirurgião. Preparar Pré-Operatório Avaliação Clínica e História • História cirúrgica prévia, incluindo cirurgias anteriores, tromboembolismo venoso (TEV), trombose venosa profunda (TVP) e embolia pulmonar. • Uso atual de medicamentos e alergias conhecidas. • Hábitos como tabagismo e etilismo. • Exame físico completo com avaliação de todos os sistemas e sinais incorretos. Avaliação Sistêmica interessante Sistema Parâmetros volumétricos Cardiovascular Peso, altura, IMC, pressão arterial e pulso Respiratório Função pulmonar e capacidade ventilatória Digestório Funções hepáticas e digestivas Urinário renal e Neurológico Estado mental e função nervosa Exames Pré-Operatórios Individualizados • As investigações laboratoriais e de imagem devem ser personalizadas conforme o paciente e a cirurgia. • Não se recomenda uma bateria rotineira para todos os pacientes. Critérios para Seleção de Exames • Idade, comorbidades, fatores de risco cardíaco, medicamentos e saúde geral do paciente. • Complexidade da cirurgia e natureza da doença. • Crianças relatam exames laboratoriais para a maioria das cirurgias. Protocolo de Exames da Faixa Etária Etária Recomendados Até 45 anos Hemograma, TP, TTPA e INR 45-50 anos Hemograma + bioquímico completo, função renal, glicemia e ECG Alto risco cirúrgico Hemograma completo, exames bioquímicos e ECG Avaliação e Redução de Riscos • Classificação ASA (American Society of Anesthesiologists) estratifica o risco pré-operatório. • Os escores APACHE II e III indicam gravidade em UTI e mortalidade. • Programas multidisciplinares envolvem cirurgiões, clínicos, enfermeiros e protocolos integrados para prevenção de complicações. Avaliação Cardiológica • Recomendações da American College of Cardiology Foundation e American Heart Association para cirurgias não cardíacas. • Controle rigorosamente em pacientes com uso de AAS, anticoagulantes, valvulopatias e TVP.Cuidados Específicos Pré-Operatórios Complicações Pulmonares • Principais riscos: pneumonia pós-operatória e dependência ventilatória. • Fatores de risco: baixa saturação de O₂, infecção respiratória recente, idade avançada, anemia pré-operatória, cirurgias torácicas/abdominais superiores, duração da cirurgia > 2 horas e tabagismo (recomenda-se cessação 1 mês antes). Fisioterapia Respiratória • Indicado para obesos, pacientes com apneia do sono e pneumopatas. • Exercícios de proteção pré-operatórios são recomendados. Tromboembolismo Venoso (TEV) • Complicação grave, podendo levar a morte ou morbidade crônica. • Protocolos de profilaxia baseados no risco do paciente, incluindo: Nível de Risco Profilaxia Recomendada Muito Baixo Deambun precoce Baixo Profilaxia mecânica com dispositivo de atualização pneumática intermitente (CPI) Moderado MRPA ou heparina não fracionada em dose baixa ou IPC Alto CPI associada à MRPA ou heparina + administração prolongada (até 4 semanas para neoplasias abdominais/pélvicas) Diabetes e atividade • Diabetes está associado a: • 40% maior tempo de internacionalização • 35% maiores taxas de complicações • 25% maior incidência de infecções pós-operatórias • O risco de infecção do sítio cirúrgico (ISC) aumenta linearmente com hiperglicemia >140 mg/dL. Controle Glicêmico Perioperatório • Meta glicêmica: 120 a 180 mg/dL em pacientes criticamente enfermos. • Suspensão de medicamentos anti-hiperglicemiantes orais/injetáveis no pré-operatório. • O controle da glicemia pós-operatória é determinante para complicações. • Protocolo de insulina conforme o manual de cirurgia atual (referência: Current de Cirurgia). Infecção do Sítio Cirúrgico (ISC) • Principal causa de morbidade pós-operatória, passível de monitoramento e redução. • Uso de antimicrobianos profiláticos conforme tipo de cirurgia. Reposição Hídrica Guiada por Metas Abordagem Características Tradicional Reposição volumosa indiscriminada Real Restrição hídrica guiada por protocolos, reduz complicações cardíacas, renais, pulmonares e infecciosas Transfusão Pré-Operatória • Indicado em casos de hemorragia ativa ou anemia profunda. • Avaliação hemodinâmica e clínica necessária. • Protocolos institucionais devem ser seguidos. Nutrição Pré-Operatória • Estado nutricional impacta cicatrização e imunidade. • Hipoalbuminemia (evidências científicas. • clubes: • Redução de 30-50% no tempo de internação. • Diminuição significativa das complicações pós- operatórias. • Redução das infecções do sítio cirúrgico e dos óbitos. Concessão-Chave • O manejo pré-operatório individualizado é essencial para melhorar os resultados cirúrgicos, minimizando riscos e complicações. • Avaliação multidisciplinar e protocolos baseados em evidências melhoraram significativamente o cuidado perioperatório. • O controle rigoroso dos fatores de risco, como glicemia e tromboembolismo, é determinante para o sucesso cirúrgico. • O uso de protocolos como ERAS/ACERTO promove recuperação mais rápida e segura, redução de custos e morbidade. • Atenção contínua no pós-operatório, com monitoramento e manejo adequado de dor, funções obrigatórias e complicações, é fundamental para a recuperação integral do paciente. O Termo de Consentimento Informado (TCI) é um documento essencial no âmbito médico que formaliza a autorização do paciente ou de seu representante legal para a realização de procedimentos diagnósticos ou terapêuticos. Este termo assegura a autonomia do paciente , garantindo que ele tenha conhecimento suficiente para tomar uma decisão consciente sobre sua saúde, além de delimitar as responsabilidades do profissional de saúde. Defini e Nomenclatura • Consentimento Esclarecido: Documento que garante a solicitação do paciente após o esclarecimento adequado. • Sinônimos comuns: • Termo de Consentimento Pós-informado • Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) • Consentimento Informado (denominação internacional mais usada) Todas essas nomenclaturas referem-se a um mesmo instrumento legal, que protege tanto o paciente quanto o profissional. Fundamentos Jurídicos e Éticos • Baseado no Código de Ética Médica , que impõe deveres ao médico quanto à informação e respeito à autonomia do paciente. • O TCI materializa o respeito à dignidade humana e ao direito do paciente de escolher conscientemente seus cuidados médicos. • O documento deve seguir rigorosamente normas éticas e legais para ser válido. Características Essenciais do Termo • Linguagem acessível: Deve evitar termos técnicos complexos, utilizando linguagem clara e cotidiana. • Objetividade: Informações essenciais, evitando sobrecarregar o paciente com detalhes excessivos. • Direito de recusa: O paciente deve poder mudar de opinião livremente antes do procedimento. Estrutura do Termo de Consentimento Informado Elemento Descrição Identificação Completa Dados do paciente ou responsável legal, incluindo documentos oficiais Nome do te Descrição clara da proposta de cirurgia ou intervenção Descrição Técnica Simplificada Explicação em termos de lei sobre o procedimento Possíveis Insucessos Informações sobre resultados que não podem atender às expectativas Complicações Previstas Riscos pré e pós-operatórios Informações Anestésicas Tipo de anestesia e riscos associados Destino da Peça Operatória O que será feito com tecidos ou órgãos removidos Elemento Descrição Possibilidade de Mudança Explicação sobre possíveis alterações no procedimento durante a cirurgia Confirmação de Compreensão Declaração de que o paciente entendeu as informações Autorização Formal Local, dados e assinatura confirmando a assinatura Direito de Revocação Modelo que permite cancelamento do procedimento Testemunhas Assinaturas que validam o processo Exceções ao Consentimento Informado Existem situações específicas em que o termo pode ser dispensado ou modificado, sempre com prioridade para o bem-estar do paciente: • Emergências: Risco iminente de morte ou dano grave irreversível. • Perigo à Saúde Pública: Doenças transmissíveis que desativam ação imediata. • Informação Prejudicial: Quando revelar certos detalhes pode causar dano psicológico. • Recusa Explícita: Quando o paciente não deseja receber informações. Princípios Fundamentais da Prática • Conformidade ética: Seguir rigorosamente o Código de Ética Médica. • Sem garantias absolutas: O termo compromete o médico com os meios adequados, não com resultados. • Validade legal: O consentimento é válido quando baseado em informações claras sobre riscos e evolução do caso. Limites e Responsabilidades Médicas Passo Descrição Assinatura do Termo Paciente consente formalmente gama Realizado Execução técnica Resultado Adverso Complicação ou mau resultado Análise Legal Investigação de possível erro profissional • A assinatura do termo não exime o médico de responsabilidade por imperícia, negligência ou imprudência. • O termo documento o processo de informação, mas não substitui a excelência técnica do profissional. • A responsabilidade técnica e ética permanece integralmente com o médico. Fundamento do Ato Médico • O consentimento representa uma delegação de poderes para a execução de um ato médico. • A licitude do ato médico não depende apenas da vontade do paciente, mas da indiscutível necessidade terapêutica . • A indicação médica fundamentada é o pilar da prática profissional ética e legal. Situações em que o Termo é Obrigatório por Lei Situação Descrição Esterilização Cirúrgica Procedimentos definitivos de controle de fertilidade Transplantes de Órgãos Doadores e receptores de órgãos e tecidos Reprodução Assistida Fertilização in vitro e técnicas correlatas Medicamentos Específicos Uso de substâncias controladas (ex: talidomida) Situação Descrição cirurgias em Geral Todos os procedimentos cirúrgicos, eletivos ou emergenciais Nessas situações, o termo escrito é obrigatório, não sendo suficiente o consentimento verbal. Aplicação do Termo • O termo faz parte de um processo contínuo de comunicação entre médico e paciente, conhecido como escolha esclarecida . • Deve ser apresentado antes da internacionalização para garantir sua eficácia legal e ética. • É fundamental respeitar a autonomia do paciente, dando tempo para reflexão e questionamentos. • A ideia de que o termo pode “assustar o paciente” é um mito; a informação adequada gera confiança e fortalece a relação médico-paciente. Exemplos e Variações de Formulários • Formulários padronizados, como os utilizados pela Unimed Norte Paulista, demonstram a aplicação prática dos conceitos. • Há variações no layout e organização, mas todos devem conter os elementos estruturais essenciais exigidos pela legislação e ética. Pontos-Chave para trir • Instrumento de autonomia: Garante o direito do paciente de tomar decisões informadas. • Proteção bilateral: Protege tanto o paciente quanto o profissional quando utilizado. • Comunicação clara: O uso de linguagem simples e acessível é fundamental para a validade do documento. • Processo contínuo: O termo é parte de um diálogo permanente, não apenas uma formalidade burocrática. • A responsabilidade permanece: A assinatura do termo não exime o médico da responsabilidade técnica e ética. Conclusão O Termo de Consentimento Informado é peça fundamental no processo ético e legal da prática médica , representando a formalização do direito do paciente à informação e à decisão consciente sobre procedimentos médicos. Sua correta elaboração e aplicação garantem a proteção dos direitos do paciente e a transparência da relação médico-paciente, sem excluir a responsabilidade técnica e ética do profissional. O registro informado deve ser visto como um processo dinâmico e não apenas um documento a ser assinado, reforçando a importância da comunicação clara e da confiança mútua para a segurança e qualidade da assistência médica.