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Cardiopatias Congênitas em Neonatos

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NEONATOLOGIA 
CARDIOPATIAS CONGÊNITAS 
 
Rotinas Assistenciais da Maternidade-Escola 
da Universidade Federal do Rio de Janeiro 
 
 
 
 
 
 
Ocorrem em nove de cada mil nascidos vivos e aproximadamente 25% deles necessitarão de 
intervenção ainda no primeiro ano de vida. O período de apresentação e a evolução dos sintomas 
dependem da natureza e gravidade do defeito anatômico e das alterações na fisiologia cardiovascular 
secundárias aos efeitos da circulação transitória (fechamento do canal arterial e da diminuição da resistência 
vascular pulmonar). 
 
SINAIS CLÍNICOS IMPORTANTES: 
 Cianose – As cardiopatias congênitas que se apresentam com cianose geralmente são aquelas em que 
o fluxo pulmonar é dependente do canal arterial (ex.: atresia pulmonar). Hipoxemia que não responde a 
oxigenioterapia. 
 Baixo débito sistêmico – Cardiopatias com lesões obstrutivas do lado esquerdo com fluxo sistêmico 
dependente do canal arterial (ex.: atresia de aorta) causam baixo débito, manifestando-se com: 
taquipnéia, cansaço às mamadas, palidez cutânea, sudorese, taquicardia, diminuição da amplitude dos 
pulsos periféricos e hipotensão. 
 Taquipnéia – Cardiopatias com grande shunt esquerda-direita (ex.: comunicação interventricular 
grande) apresentam taquipnéia em repouso, que piora durante a mamada sem outros sinais de baixo 
débito. 
 Soprologia – recém-nascidos com sopro necessitam de ecocardiograma para o diagnóstico, mas não 
esquecer das muitas cardiopatias graves que cursam sem ele. 
 
A avaliação inicial do neonato com suspeita de doença cardíaca congênita deve seguir os seguintes 
passos: 
 Exame físico completo. 
 Aferição da pressão sanguínea nos quatro membros. 
 RX de tórax. 
 Eletrocardiograma. 
 Teste da hiperóxia. 
Com base nessa avaliação inicial, um neonato com suspeita de cardiopatia congênita tem que ser 
estabilizado, avaliado por um cardiologista pediátrico e, se necessário, encaminhado para um centro de 
tratamento específico – Figura 1. 
A estabilização realizada pelo intensivista neonatal consiste em: 
 Ressuscitação – neonato que apresenta baixo débito cardíaco ou choque tem que ter o suporte 
avançado da vida (via aérea estável com ventilação adequada, acesso vascular confiável). 
Administração de volume, suporte inotrópico e correção de acidose metabólica são essenciais para 
melhorar o débito cardíaco e a perfusão tecidual. 
 Prostaglandina E1 (PGE1) – utilizá-la quando um neonato for reprovado no teste da hiperóxia ou quando 
evoluir com insuficiência cardíaca aguda (choque por fluxo sanguíneo dependente do canal arterial). 
Logo a PGE1 é indicada para manter a permeabilidade do canal. 
 Agentes inotrópicos – As aminas simpaticomiméticas melhoram o desempenho miocárdico assim como 
a perfusão tecidual. 
 O diagnóstico definitivo se dá por ecocardiograma e/ou cateterismo cardíaco. 
 
AS CARDIOPATIAS CONGÊNITAS PODEM SER ASSIM AGRUPADAS : 
 Fluxo pulmonar dependente do canal arterial: 
o Obstrução ao fluxo pulmonar secundária à atresia da valva pulmonar ou estenose pulmonar grave. 
o Há shunt direito esquerdo intracardíaco, associado à redução do fluxo pulmonar, dependente da 
permeabilidade do canal arterial. 
o Manifestações clínicas: 
 Cianose acentuada que não responde ao oxigênio. 
 Sem sinal de baixo débito. 
 Sem desconforto respiratório. 
 RX com trama vascular diminuída. 
 
 Fluxo sistêmico dependente do canal arterial: 
o Obstrução ao fluxo sistêmico secundária à atresia ou estenose crítica da valva aórtica, ou à 
obstrução do arco aórtico. 
o São elas: 
 Síndrome da hipoplasia do coração esquerdo. 
 Estenose aórtica crítica. 
 Coarctação da aorta. 
 Interrupção do arco aórtico. 
o Ocorre obstrução ao fluxo sistêmico na via de saída do ventrículo esquerdo ou na região do arco 
aórtico, tornando-o dependente da permeabilidade do canal. 
o Manifestações clínicas: 
 Taquipnéia por congestão pulmonar. 
 Baixo débito sistêmico. 
 Cianose discreta. 
o O RX de tórax mostra área cardíaca aumentada e trama vascular pulmonar aumentada. 
 
 Circulação em paralelo: 
o Transposição dos grandes vasos, onde o retorno venoso sistêmico é orientado para a aorta e o 
pulmonar para a artéria pulmonar, caracterizando uma circulação em paralelo. 
o Manifestações clínicas: 
 cianose importante e de início precoce, 
 taquidispnéia progressiva. 
o RX com área cardíaca normal ou aumentada e trama vascular pulmonar aumentada. 
 
 Shunt misto: 
o São eles: 
 Conexão anômala das veias pulmonares, 
 Truncus e ventrículo único sem estenose pulmonar. 
o Ocorre shunt esquerda-direita e direita-esquerda. Manifestações clínicas: cianose discreta, 
taquidispnéia, insuficiência cardíaca. 
o RX com área cardíaca aumentada e trama vascular pulmonar aumentada. 
 
 
 Shunt esquerda-direita: 
o Comunicação interventricular, 
o Defeito do septo atrioventricular total e persistência do canal arterial. 
o Manifestações clínicas: 
 Taquidispnéia. 
 Insuficiência cardíaca. 
 Ausência de cianose e sopro. 
o RX com área cardíaca aumentada e trama vascular aumentada. 
 
DIAGNÓSTICO: 
 Sinais Clínicos: 
o Sopro 
o Taquipnéia 
o Cianose 
 RX tórax - área cardíaca e trama vascular; 
 Teste da hiperóxia – oferecer oxigênio a 100% para o RN e verificar a PO2 por gasometria arterial pré 
(membro superior direito) e pós ductal (membros inferiores). Teste positivo: PO2>250mmHg; PO2 
< 100mmHg – cardiopatia congênita grave e entre 100 e 250mmHg –provável cardiopatia congênita 
com shunt misto. Se houver diferença na PO2 pré e pós ductal maior que 20mmHg suspeitar de 
hipertensão pulmonar; 
 Ecocardiograma com doppler colorido; 
 Cateterismo cardíaco. 
 
TRATAMENTO: 
 Oxigenioterapia – requer atenção, pois algumas cardiopatias podem apresentar piora clínica com 
oferta exagerada de oxigênio. 
 Ventilação mecânica – utilizar quando a hipoxemia for muito acentuada, < ou = 60%. 
 Prostaglandina E1 – permite a estabilização do RN e ajuda a ganhar tempo para a confirmação 
diagnóstica e planejamento adequado do tratamento. Iniciar a PGE1 antes do diagnóstico em duas 
situações: I) cianose acentuada que não melhora com o oxigênio; e II) choque sem resposta ao 
tratamento habitual. Seu principal efeito colateral é a apnéia. Então, sempre que iniciada essa 
medicação, devemos estar preparados para uma possível intubação. 
 Cateterismo cardíaco – procedimento diagnóstico e terapêutico. Muito utilizado para realizar uma 
atriosseptostomia (ampliação da comunicação interatrial), muitas vezes necessária para a manutenção 
da vida de RNs que pouco ou não melhoram com a prostaglandina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Fluxograma do diagnóstico do RN com suspeita de cardiopatia congênita 
 
 
 
LEITURA SUGERIDA 
- AMARAL, F., et al. Quando suspeitar de cardiopatia congênita no recém-nascido. Medicina (Ribeirão 
Preto). v.35, n.2, p.192-197, 2002. 
- KEMPER, A.R., et al. Strategies for implementing screening for critical congenital heart disease. 
Pediatrics, v.128, n.5, p.1259-1267, 2011. 
- MAHLE, W.T., et al. Role of pulse oximetry in examining newborns for congenital heart disease: a scientific 
statement from the American Heart Association and American Academy of Pediatrics. Circulation, v.120, 
n.5, p:447-458, 2009. 
- WECHSLER, S. B.; WERNOVSKY, G. Distúrbios cardíacos. In: CLOHERTY, J. P.; EICHENWALD, E. C.; 
STARK, A. R. Manual de neonatologia. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p.349-394. 
- ZAHKA, K. G. The cardiovascular system. Part 4: principles of neonatal cardiovascular hemodynamics. In: 
MARTIN, R. J.; FANAROFF, A. A.; WALSH, M. C. Neonatal-perinatal medicine: diseases of thefetus and 
infant. 8th.ed, Philadelphia: Elsevier, 2006. p.1211-1215. 
 
Cianose acentuada: 
Teste da hiperóxia negativo 
Choque/baixo débito sistêmico sem 
resposta ao tratamento habitual 
RX Tórax : Trama Vascular 
Pulmonar Diminuída 
RX tórax: trama vascular 
pulmonar aumentada 
RX torax: trama vascular 
pulmonar aumentada 
Cardiopatia com fluxo 
pulmonar dependente do canal 
arterial (ex: atresia pulmonar) 
Cardiopatia com circulação em 
paralelo (ex: transposição dos 
grandes vasos) 
Cardiopatia com fluxo sistêmico 
dependente do canal arterial 
(ex: atresia aórtica) 
TRATAMENTO IMEDIATO

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