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MAPEAMENTO DE RISCOS EM UMA FARMÁCIA DE 
MANIPULAÇÃO 
 
BRENDO OTÁVIO PAIVA CASTRO - brendoopc@outlook.com 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV 
 
LETÍCIA FÁTIMA DE CASTRO - leticiafatimacastro@gmail.com 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV 
 
ISABELA BENFICA BENEDITO - isabelabenfica12@gmail.com 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA CAMPUS RIO PARANAÍBA - UFV CRP 
 
ISABELLA SILVA ALVES - Isabella.s.Alves@Outlook.com 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV 
 
SAMUEL BORGES BARBOSA - osamuelbarbosa@gmail.com 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA - UFV 
 
Área: 4 - ERGONOMIA E SEGURANÇA DO TRABALHO 
Sub-Área: 4.5 - ANÁLISE E PREVENÇÃO DE RISCOS DE ACIDENTES 
 
Resumo: A NEGLIGÊNCIA DE RISCOS DO AMBIENTE DE TRABALHO MUITAS 
VEZES ELEVA AS CHANCES DE OCORREREM ACIDENTES. NESTE CONTEXTO, 
SURGEM ALGUMAS FERRAMENTAS E NORMAS DE PREVENÇÃO E 
REGULAMENTAÇÃO VISANDO A SAÚDE E A INTEGRIDADE DOS 
TRABALHADORES, COMO É O CASO DA NORMA REGULAMENTADORA Nº 9. 
DEVIDO À GRANDE IMPORTÂNCIA DA PREVENÇÃO DE RISCOS, ESSE TRABALHO 
TEM COMO OBJETIVO A IDENTIFICAÇÃO DE RISCOS AMBIENTAIS EM UMA 
FARMÁCIA DE MANIPULAÇÃO SITUADA NO INTERIOR DO ESTADO DE MINAS 
GERAIS, A CRIAÇÃO DE UM MAPA DE RISCOS E PROPOSIÇÃO DE MEDIDAS 
CORRETIVAS E PREVENTIVAS. OS RESULTADOS APONTAM RISCOS BIOLÓGICOS, 
ERGONÔMICOS, FÍSICOS, MECÂNICOS E QUÍMICOS, DISTRIBUÍDOS EM 
DIFERENTES SETORES DA EMPRESA E QUE PODEM SER ELIMINADOS OU 
REDUZIDOS. A IMPORTÂNCIA DESTE TRABALHO VAI ALÉM DO ATENDIMENTO 
DE NORMAS, BUSCA PREVENIR, CONTROLAR E ELIMINAR RISCOS DE 
ACIDENTES OCUPACIONAIS, VALORIZANDO A VIDA DO TRABALHADOR. 
 
Palavras-chaves: MAPA DE RISCOS; NORMAS REGULAMENTADORAS; 
SEGURANÇA DO TRABALHO. 
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RISK MAPPING IN A MANIPULATION PHARMACY 
 
Abstract: NEGLECTING WORKPLACE HAZARDS OFTEN INCREASES THE 
CHANCES OF ACCIDENTS OCCURRING. IN THIS CONTEXT, THERE ARE SOME 
PREVENTION AND REGULATION TOOLS AND NORMS AIMED AT THE HEALTH 
AND INTEGRITY OF WORKERS, AS IS THE CASE OF REGULATORY NORM 9. DUUE 
TO THE GREAT IMPORTANCE OF RISK PREVENTION, THIS WORK HAS THE 
OBJECTIVE OF IDENTIFYING ENVIRONMENTAL RISKS IN A MANIPULATION 
PHARMACY LOCATED IN THE INTERIOR OF THE STATE OF MINAS GERAIS, 
CREATING A RISK MAP AND PROPOSING CORRECTIVE AND PREVENTIVE 
MEASURES. THE RESULTS POINT TO BIOLOGICAL, ERGONOMIC, PHYSICAL, 
MECHANICAL AND CHEMICAL RISKS, DISTRIBUTED IN DIFFERENT SECTORS OF 
THE COMPANY THAT CAN BE ELIMINATED OR REDUCED. THE IMPORTANCE OF 
THIS WORK GOES BEYOND COMPLIANCE WITH STANDARDS, SEEKS TO 
PREVENT, CONTROL AND ELIMINATE OCCUPATIONAL ACCIDENT RISKS, 
VALUING THE LIFE OF THE WORKER. 
 
Keyword: RISK MAP; REGULATORY NORMS; LABOR SAFETY. 
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1. Introdução 
As farmácias de manipulação são caracterizadas por prepararem medicamentos de 
acordo com a demanda do cliente, de forma personalizada, com base em receitas emitidas por 
profissionais autorizados (SEBRAE, 2014). Segundo Borges e Ribeiro (2007), esses 
estabelecimentos apresentam inúmeros riscos para seus funcionários, por envolverem em seu 
processo de produção atividades como inalação de pós e manipulação de substâncias 
químicas. No Brasil, o órgão responsável pela fiscalização do setor de farmácias de 
manipulação é a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). 
De acordo com Quelhas, Alves e Filhardo (2003 apud. BORGES; RIBEIRO, 2007), 
negligenciar os riscos do ambiente de trabalho eleva as chances de ocorrerem acidentes. Logo, 
ignorar esses riscos traz uma grande periculosidade ao local de trabalho. Analisar os riscos é 
extremamente importante para reconhecer inadequações no ambiente que possam levar à 
prejudicar de alguma forma a saúde dos trabalhadores (BORGES; RIBEIRO, 2007; BRASIL, 
1978). 
Nesse contexto de prevenção de riscos, a Norma Regulamentadora nº 9 define que 
deve ser realizado um diagnóstico sistemático da exposição dos trabalhadores a um 
determinado risco, visando implementar ou modificar medidas de controle. A Norma ainda 
ressalta que a elaboração e implementação do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
em empresas é de caráter obrigatório e busca prevenir a saúde e a integridade dos 
trabalhadores (BRASIL, 1978). 
Por meio dessa ótica, esse trabalho tem como objetivo identificar riscos ambientais em 
uma farmácia de manipulação situada na região do Alto Paranaíba, no estado de Minas 
Gerais, e criar um mapa de riscos e identificar medidas corretivas e preventivas para tal. A 
metodologia de trabalho foi abordada a partir de visitas à empresa, visando realizar entrevistas 
com os funcionários e observações sistemáticas no local. 
 
2. Acidentes de trabalho e mapa de riscos ambientais 
Como consequência dos avanços tecnológicos ocorridos nas últimas décadas, houve a 
evolução dos perigos associados ao ambiente de trabalho. Como resultado desse avanço, os 
métodos de análise de riscos tiveram que progredir para o acompanhar o advento de novas 
ameaças, com o intuito de reduzir ou eliminar acidentes (BORGES e RIBEIRO, 2007). De 
acordo com Nishide, Benatti e Alexandre (2004), acidente de trabalho pode ser definido como 
uma colisão inesperada e involuntária entre pessoa e objeto, que provoca danos corporais e/ou 
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materiais. Ainda segundo os mesmos autores, na prevenção desses acidentes, deve-se buscar, 
primeiramente, a eliminação do risco e posteriormente a prevenção do mesmo. 
O local de trabalho, de acordo com as características da atividade executada, pode 
comprometer a saúde do trabalhador, gerando lesões, doenças e morte, além de acarretar em 
prejuízo legal e patrimonial para a organização (MUNIZ, 2015). No intuito de reduzir esses 
danos, as avaliações de risco estabelecem uma série de procedimentos para calcular o 
potencial risco à saúde do trabalhador, ocasionado pela exposição a agentes ambientais 
(HÖKERBERG et al., 2006). A Norma Regulamentadora n° 9, Programa de Prevenção de 
Riscos Ambientais - PPRA, define riscos ambientais como “os agentes físicos, químicos e 
biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração 
ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador” 
(BRASIL, 1978). 
Além dos riscos ambientais, existem também os riscos ergonômicos e mecânicos. De 
acordo com Muniz (2015), cada um dos riscos citados anteriormente pode ser definido como: 
● Riscos Físicos: agentes capazes de alterar as características físicas do 
ambiente, que necessitam de um meio de transmissão para propagar sua nocividade e 
podem afetar trabalhadores sem ter contato direto com a fonte de risco. 
● Riscos Químicos: substâncias compostas ou produtos que podem ser 
absorvidas pelo organismo via respiratória, cutânea ou por digestão, causando danos à 
saúde física e mental dos trabalhadores; 
● Riscos Biológicos: microrganismos, geneticamente modificados ou 
não, aptos a causarem infecções, alergias ou toxicidades no trabalhador; 
● Riscos Ergonômicos: relacionado à execução de tarefas, à organização 
e às relações de trabalho; 
● Riscos Mecânicos: são bastante diversificados, podem estar presentes 
no ambiente físico de trabalho e nos equipamentos. 
O Mapa de Riscos é uma representação gráfica dos riscos no ambiente de trabalho, 
capazes de causar dano à saúde do trabalhador (MATTOS e FREITAS, 1994). A Portaria nº 
05, de 17 de agosto de 1992, do Ministério do Trabalho e Emprego, estabelece a 
obrigatoriedade da elaboração de Mapas de Riscos Ambientais em empresas cujo grau de 
risco e númerode empregados requer uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – 
CIPA (BRASIL, 1992). 
O Mapa deve ser fixado em locais visíveis para os trabalhadores, com o intuito de 
advertir e orientar aqueles que circulam no local. Ele é formado por círculos de tamanhos e 
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cores diferentes, mostrando os locais e os tipos de riscos presentes que podem gerar situações 
de perigo. Tal análise, sobre o ambiente de trabalho, gera a propagação de uma atitude mais 
cautelosa dos trabalhadores diante da exposição dos perigos identificados e expostos 
graficamente, contribuindo para a redução e controle de acidentes (MUNIZ, 2015). 
O Quadro 1 mostra a classificação dos riscos de acordo com sua natureza e a Figura 1 
identifica a simbologia usada no Mapa de Riscos. 
 
QUADRO 1 - Classificação dos Riscos 
Riscos Físicos 
Riscos 
Químicos 
Riscos 
Biológicos 
Riscos 
Ergonômicos 
Riscos 
Mecânicos 
Ruídos Poeiras Bactérias Esforço físico Piso irregular 
Vibrações Fumos Vírus Levantamento 
de peso 
Equipamentos 
sem proteção 
Radiações Névoas Fungos Transporte de 
peso 
Ferramentas 
impróprias 
Temperatura Neblinas Parasitas Jornada 
prolongada 
Probabilidade 
de incêndio 
Pressão Gases Postura 
Inadequada 
Iluminação 
insuficiente 
Umidade Vapores Repetitividade 
Fonte: Adaptado de Muniz (2015) 
 
 
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FIGURA 1 - Simbologia do Mapa de Riscos. Fonte: Adaptado de Muniz (2015) 
3. Metodologia 
O presente estudo foi realizado em uma farmácia de manipulação, situada na cidade de 
Rio Paranaíba, no estado de Minas Gerais. Atualmente, a farmácia realiza serviços de 
manipulação, vendas de medicação, perfumaria e cosméticos. Além disso, também possui três 
funcionários capacitados para fazer aplicações de medicamentos injetáveis e vacinas. A 
Figura 2 demonstra o passo a passo seguido para realização deste estudo, após um 
levantamento teórico sobre o assunto. 
 
FIGURA 2 - Etapas do Estudo. Fonte: Desenvolvido pelos autores (2018) 
 
Em um primeiro momento, foi realizada uma visita ao local de estudo para conhecer as 
principais atividades desempenhadas na farmácia e conhecer sobre o perfil dos funcionários 
que trabalham nela. Por meio de um roteiro de entrevista semiestruturado foram levantados, 
juntamente à farmacêutica responsável pela farmácia que tem conhecimento de todos os 
processos, os riscos aos quais os funcionários da farmácia estão expostos, onde esses riscos se 
encontram no ambiente físico da empresa, qual a intensidade de risco envolvido (pequena, 
média ou grande) e possíveis soluções de melhoria. 
Os dados coletados durante a entrevista foram registrados por meio de fotos e vídeos e 
analisados posteriormente pelos autores do estudo. Após o registro de todos os riscos 
presentes na farmácia de manipulação em questão, eles foram divididos de acordo com sua 
natureza (física, química, biológica, ergonômica e mecânica), grau de risco e local de 
exposição e dessa forma foi montado o Mapa de Risco da empresa. Posteriormente, foram 
levantadas possíveis soluções para a eliminação ou redução de cada um dos perigos 
identificados. 
 
 
 
 
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4. Resultados e Discussões 
4.1 Caracterização da farmácia de manipulação 
Farmácias possuem como atividade principal a fabricação de medicamentos para uso 
humano que, segundo a Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE, é tida 
como de grau de risco 3 (IBGE, 2018). A empresa em questão é de pequeno porte e composta 
por quatorze cômodos, os quais são bem dispostos em sua estrutura, para melhor atender as 
exigências e normas dos órgãos fiscalizadores deste setor. Também possui quatro empregados 
em seu quadro de funcionários, com idades de 23, 28, 33 e 49 anos. Todos estes empregados 
trabalham oito horas diárias, de segunda-feira a sexta-feira, e são responsáveis por executar 
todas as atividades da empresa. 
Por meio de entrevistas e observações, verificou-se que dois funcionários são 
responsáveis por atender as demandas de vendas no balcão, uma funcionária é responsável 
por auxiliar a farmacêutica em todas as suas tarefas, uma vez que, uma de suas funções é 
gerenciar os demais funcionários em conjunto com os proprietários da farmácia. A 
farmacêutica e sua auxiliar são responsáveis por faturar todos os produtos e medicamentos, 
pelo funcionamento do laboratório de manipulação, pela aplicação de medicamentos 
injetáveis e vacinas, e pelo cumprimento de todas as normas propostas a organização para que 
esta funcione corretamente. 
 
4.2 Principais riscos de acidentes no ambiente de trabalho 
Através de observações realizadas na estrutura da farmácia e entrevista previamente 
elaborada com a farmacêutica responsável, foi possível mapear alguns possíveis riscos, sendo 
estes classificados como: biológicos, ergonômicos, físicos, mecânicos e químicos, além dos 
locais onde cada risco ocorre. Desta forma, desenvolveu-se o mapa de risco como 
representado na Figura 3, onde os números representam o número de pessoas expostas a dado 
risco. 
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FIGURA 3 - Mapa de Riscos. Fonte: Desenvolvido pelos autores (2018) 
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Riscos biológicos 
Alguns funcionários realizam aplicações de medicamentos injetáveis e vacinas, e 
consequentemente possuem um maior contato com diversas pessoas e principalmente com 
seringas e agulhas infectadas, esta atividade ocorre na sala de injeção. Além disso, os 
funcionários que fazem atendimento no balcão ou sala de injeção também ficam expostos ao 
contato com os clientes, que na maioria das vezes vai à farmácia devido a algum problema de 
saúde. Por conseguinte, todos estes funcionários ficam diariamente expostos a diversos tipos 
de vírus, bactérias, fungos e parasitas, podendo contrair doenças infecto-contagiosas, 
infecções internas e externas, e infecções cutâneas ou sistêmicas. A aplicação de vacinas foi 
caracterizada como sendo de grande risco, enquanto o contato com clientes se caracteriza 
como risco médio. 
 
Riscos ergonômicos 
 Observou-se que a farmacêutica e sua auxiliar possuem muitos movimentos 
repetitivos ao exercerem suas funções dentro do laboratório de sólidos, uma vez que, os 
remédios são encapsulados manualmente. Além disso, a farmacêutica faz o uso do 
computador no escritório várias vezes ao dia, muitas delas em uma posição desconfortável. 
Também é importante ressaltar que os funcionários que trabalham no balcão ficam 
diariamente em pé. Logo, há muitas exigências de posturas e movimentos repetitivos, que 
podem causar cansaço, dores musculares, fraquezas, doenças nervosas, acidentes, problemas 
na coluna vertebral, tensão, ansiedade e fadiga. A atividade de encapsulamento foi 
caracterizada como sendo de grande risco, enquanto a postura no computador e os trabalhos 
na posição em pé foram classificados como de pequeno risco. 
 
Riscos físicos 
 O laboratório de manipulação é subdividido nas salas de controle de qualidade, sala de 
antibióticos, laboratório de sólidos e laboratório de líquidos e semi-sólidos, e cada sala é 
equipada com exaustores antigos e ar condicionados. No entanto, quando estes equipamentos 
são ligados, são identificados ruídos altos. Também é importante destacar,que o laboratório 
de manipulação deve funcionar apenas com estes equipamentos devidamente ligados, e que a 
farmacêutica e sua auxiliar ficam expostas a estes ruídos. Deste modo, é possível que os 
funcionários que frequentem o local, desenvolvam cansaço, irritação, dores de cabeça, 
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diminuição da capacidade auditiva e aumento da pressão arterial, sendo este risco 
caracterizado como médio. 
 
Riscos mecânicos 
Também foi observado que o laboratório de líquidos e semi-sólidos é um ambiente 
propício para ocorrer explosões, devido a quantidade de substâncias que são utilizadas para 
produzir os medicamentos. Torna-se importante destacar, que os funcionários responsáveis 
não utilizam máscaras e óculos como equipamentos de proteção individual. Além disso, o 
contato com alguns equipamentos para elaborar as soluções se torna perigoso, uma vez que, 
eles funcionam em alta velocidade e que os funcionários que o utilizam não fazem o uso de 
equipamentos de proteção individual para esta situação. Desta maneira, a farmacêutica e sua 
auxiliar estão expostas diariamente a acidentes graves, desgaste físico excessivo, incêndios, 
queimaduras e explosões. O risco de contato com máquinas foi classificado como grande, 
enquanto o risco de explosões é pequeno. 
 
Riscos químicos 
 Observou-se no laboratório de manipulação que existe um grande número de matérias 
primas armazenadas por todas as salas, e que os funcionários ficam expostos a estas 
substâncias diariamente. Além disso, existe a possibilidade de ocorrer a proliferação de gases 
e vapores vindos das reações químicas realizadas dentro do laboratório de líquidos e semi-
sólidos. Logo, é possível que os funcionários tenham dores de cabeças, náuseas, sonolência e 
diversos danos aos órgãos do corpo devido ao contato com inúmeros tipos de substâncias. O 
contato com matéria prima e gases foi classificado como sendo um risco médio. 
 
4.3 Sugestões de Melhoria 
 Com base nos riscos encontrados, algumas das soluções possíveis e propostas pela 
equipe são apresentadas na Quadro 2. 
 
 
 
 
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QUADRO 2 - Sugestões de melhoria dos riscos 
RISCOS IDENTIFICADOS FONTE GERADORA RECOMENDAÇÕES 
Movimento repetitivo Grande demanda para apenas uma 
funcionária, ausência de máquinas 
que realizam esta função. 
Pausas a cada uma hora de 
trabalho e revezamento de função 
com a farmacêutica. 
Postura no computador Falta de instrução sobre perigos da 
postura, cadeira inapropriada para 
longos períodos de uso. 
Instrução sobre a postura correta 
ao computador, uso de cadeiras 
ergonômicas e paradas para 
alongamento caso o tempo de uso 
seja alto. 
Ficar em pé longos períodos Grande demanda em certos períodos 
do ano, ausência de acentos de 
acesso rápido. 
Distribuir acentos ao longo do 
balcão para descanso enquanto 
não surgem clientes. 
Contato com matérias primas, 
gases, vapores e explosões 
químicas 
Sistema de exaustão ineficiente, 
contato com matéria prima sem 
proteção, autorização ou 
treinamento. 
A principal recomendação se dá 
pelo uso de luvas, máscaras, 
óculos e jaleco, além de manter o 
sistema de exaustão em bom 
funcionamento. 
Contato com máquinas perigosas Máquinas sem sistema de proteção, 
com parte mecânica a mostra, 
desatenção no uso. 
Cumprir com as exigências da 
NR12 e evitar que os funcionários 
tenham acesso à máquina se por 
algum motivo estiverem 
desatentos. 
Contaminação por material 
perfuro cortante ou contato direto 
com o infectado 
Descarte incorreto, uso indevido de 
seringas, espirros de pacientes, 
contato manual com fluido corporal. 
Descarte correto dos materiais 
contaminados e treinamento para 
manipulação adequada, uso de 
máscaras ao lidar com pessoas 
infectadas. 
Grande ruído dos exaustores Sistema de exaustão antigo Troca do sistema de exaustão 
existente e uso de equipamento de 
proteção auricular. 
Fonte: Desenvolvido pelos autores (2018). 
 
 
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5. Considerações Finais 
O presente estudo revela a necessidade do planejamento e elaboração do mapa de risco 
ambiental no âmbito farmacêutico, não só para atender o órgão responsável pela fiscalização 
do setor de farmácias de manipulação, a ANVISA, mas principalmente para prevenir, 
controlar e/ou eliminar os riscos de acidentes ocupacionais. A importância de iniciar este 
estudo pela entrevista com o trabalhador é a de incorporar a visão do mesmo sobre os riscos 
ambientais existentes em seu dia a dia dentro da farmácia. 
Torna-se relevante destacar que as soluções propostas são, em sua grande maioria, 
fáceis de serem postas em prática, dada a ligação delas com questões como organização do 
espaço de trabalho, localização adequada e conscientização dos funcionários. Além disso, 
após a implantação do mapa de riscos e acompanhamento dos seus resultados, sugere-se como 
proposta para futuros estudos a reavaliação da metodologia empregada. 
 
Referências 
BORGES, M. F.; RIBEIRO, N. K. A tipologia de solução de riscos aplicada numa farmácia de manipulação. 
XXVII Encontro Nacional de Engenharia de Produção: ENEGEP/ABEPRO, 2007. Disponível em: 
 Acesso em 09 de junho de 2018. 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 09 - Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA. 
Brasília, 1978. Disponível em: 
Acesso em 09 de junho de 2018. 
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. Portaria Nº 5, de 17 de agosto de 1992. Brasília, 1992. Disponível 
em: Acesso em 09 de junho de 
2018. 
HÖKERBERG, Y. H. M. et al. O processo de construção de mapas de risco em um hospital público. Ciência & 
Saúde Coletiva, v. 11, p. 503-513, 2006. 
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Classificação nacional de atividades 
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MATTOS, U. A. de O.; FREITAS, N. B. B. Mapa de risco no Brasil: as limitações da aplicabilidade de um 
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MUNIZ, M. L. Segurança e Saúde do Trabalho. Pernambuco, 2015. (Apostila). 
NISHIDE, V. M.; BENATTI, M. C. C.; ALEXANDRE, N. M. C. Ocorrência de acidente do trabalho em uma 
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SEBRAE. Como montar uma farmácia de manipulação. 2014. Disponível em: Acesso em 10 de junho de 2018. 
 
 
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https://cnae.ibge.gov.br/
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/como-montar-uma-farmacia-de-manipulacao,48287a51b9105410VgnVCM1000003b74010aRCRD
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/como-montar-uma-farmacia-de-manipulacao,48287a51b9105410VgnVCM1000003b74010aRCRD
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ideias/como-montar-uma-farmacia-de-manipulacao,48287a51b9105410VgnVCM1000003b74010aRCRD

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