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Área de Inovação e Tecnologia – Experimentação Física III – Laboratório I Andressa Casiraghi mat: 0236673 Estéfani Machado mat: 0236518 Juarez da Silva mat: 0212216 Natan Sanatiel mat: 0225989 Igor Penso 5 de dezembro de 2017 1. Objetivo – Realizar o experimento de eletrização a fim de compreender os processos de eletrização – Verificar se um corpo está ou não eletrizado – Analisar o funcionamento do gerador de Van de Graaf e entender na prática o que é um campo elétrico através de um processo de eletrização. 2. Introdução Teórica 2.1. Histórico O desenvolvimento das leis do eletromagnetismo e a sua unificação foi um dos grandes êxitos da física do século XIX. A sua utilização tem conduzido a uma grande gama de equipamentos úteis, como os motores elétricos, rádios e televisores, radares, fornos de microondas e telefones celulares. O desenvolvimento da teoria eletromagnética continuou no século XX com três progressos muito importantes. Em 1905, Albert Einstein mostrou que, para um observador em movimento, efeitos elétricos poderiam dar a impressão de efeitos magnéticos e, deste modo, observadores em movimento relativo poderiam discordar em designar suas medidas a causas elétricas ou magnéticas. Essa conclusão moldou a base para a teoria especial da relatividade, que enfim revolucionou os conceitos de espaço e tempo. O segundo desenvolvimento foi a introdução da teoria quântica do eletromagnetismo, chamada de eletrodinâmica quântica, que alcançou seus objetivos em torno de 1949 e permitiu que as propriedades do átomo fossem calculadas com inacreditável precisão, de 11 algarismos significativos. O terceiro desenvolvimento do século XX foi a unificação do eletromagnetismo com uma outra força, chamada de força “fraca”, que é responsável por um número de processos de decaimento radioativo e outras interações entre partículas. [1] 2.1. Carga elétrica Área de Inovação e Tecnologia – Experimentação De acordo com Freitas et. al [2] existem dois tipos de cargas elétricas na natureza, convencionalmente chamadas de cargas positivas e de cargas negativas. Os portadores de cargas elétricas são partículas elementares, em particular, aquelas que constituem os átomos: elétrons e prótons. Os átomos possuem um núcleo e uma eletrosfera, conforme mostra a Figura 1. O núcleo contém os prótons e os nêutrons, enquanto a eletrosfera contém os elétrons. Os prótons têm carga positiva, os elétrons têm carga negativa e os nêutrons não tem carga, ou seja, são neutros. Através dos conceitos de carga, chega-se então a lei da eletrização também conhecida como Lei de Dufay onde dita: “Corpos eletrizados com cargas de mesmo sinal repelem-se. Corpos eletrizados com cargas de sinais contrários atraem-se”. 2.3. Eletrização 2.3.1. Por Atrito Segundo Melo [3] pode-se entender porque um corpo se eletriza por atrito, da seguinte maneira: * Em um corpo neutro (não eletrizado), o número de prótons é igual ao número de elétrons, de modo que a carga elétrica (carga líquida) no corpo é nula; * Ao atritarmos dois corpos, há transferência de elétrons de um corpo para o outro (os prótons e nêutrons não se deslocam nesse processo, pois estão firmemente presos ao núcleo do átomo); * O corpo que perde elétrons apresenta excesso de prótons e, portanto, fica eletrizado positivamente; * O corpo que recebe elétrons apresenta excesso dessas partículas e, assim, fica eletrizado negativamente. Figura 1: Átomo. Fonte Fretitas et. al [2] Área de Inovação e Tecnologia – Experimentação 2.3.2. Por contato O processo de eletrização por contato é bem mais simples: criando o contato entre dois condutores em um sistema isolado suas cargas são somadas e distribuídas igualmente entre os ambos. A eficiência nessa forma de eletrização vai depender de os corpos serem condutores ou isolantes. Se um deles for isolante, a eletrização será local, isto é, vai restringir-se ao ponto de contato. Se os dois corpos forem condutores, durante o contato, que pode durar uma fração de segundo, o excesso ou a falta de elétrons distribuir-se-á pelos dois corpos, de acordo com a capacidade que cada um tem de armazenar cargas elétricas. [4] 2.4. Campo elétrico O campo elétrico é um campo vetorial, constituído por uma distribuição de vetores, um para cada ponto de uma região em torno do objeto eletricamente carregado, como por exemplo, um bastão de vidro. Desempenha papel de transmissor de interações entre as cargas elétricas. As linhas de campo elétrico se afastam das cargas positivas (onde começam) e se aproximam das cargas negativas (onde terminam). Em qualquer ponto do espaço, a orientação das linhas de campo elétrico são tangentes a força elétrica sobre a carga de prova positiva (Figura 2). O módulo do campo elétrico é diretamente proporcional a densidade de linhas de campo por unidade de área, medida em um plano perpendicular as linhas. Assim o campo elétrico possui valores elevados onde as linhas estão próximas e valores pequenos onde as linhas estão afastadas. [5] Figura 2: Linhas de campo. Fonte: BARRETO, Rafael. [5] Área de Inovação e Tecnologia – Experimentação 3. Descrição da Atividade Procedimento 1 Materiais: • Gerador de Van Graaf (Figura 1). Procedimento 1: Distribuição das cargas elétricas nos corpos Materiais: • Tiras de papel alumínio; • Fita adesiva. - Descrição do procedimento: Foram cortadas tiras de papel alumínio e fixadas com fita adesiva somente a ponta das tiras na superfície externa da esfera. Em seguida, o gerador eletrostático foi ligado e regulado para uma velocidade média de rotação do motor. Após o gerador ter sido ligado foram feitas algumas experiências. Procedimento 2 - Materiais: • torniquete. Primeiramente, colocou-se o torniquete ligado à esfera do gerador. Em seguida o mesmo foi ligado e regulado para a velocidade de rotação média. Por último foram observados os resultados que serão descritos na análise de resultados. Procedimento 3 Para a realização do terceiro experimento, utiliza se uma cuba de vidro com uma camada de 3 mm de óleo mineral, com o suficiente para cobrir os eletrodos, e espalhado sobre o óleo utiliza-se sementes de grama. Liga se o gerador eletrostático regulado para uma velocidade média de rotação. Após, realiza-se o experimento utilizando um eletrodo diferente como na figura 3. Área de Inovação e Tecnologia – Experimentação Figura 3: Gerador eletroestático. Fonte: Autores. Procedimento 4 Neste procedimento, eletriza-se uma caneta de plástico através do atrito dela com o cabelo (limpo e seco). Após, aproxima-se a caneta da bola de isopor no pêndulo (eletroscópio), observando o que ocorre com o mesmo, conforme figura 4. Figura 4: Eletrização. Fonte: Autores. Procedimento 5 É possível eletrizar a caneta atritando a mesma contra os cabelos (limpos e secos), ou contra um tecido ou papel. Para comprovar que a caneta foi eletrizada, a mesma foi aproximada de fragmentos de papel. Estes foram atraídospelo campo elétrico gerado pela caneta. Isso ocorre porque quando atritada a caneta com seu cabelo, houve uma transferência de elétrons entre os Área de Inovação e Tecnologia – Experimentação dois corpos, o que deixou a caneta carregada eletricamente. Ao aproximar essa caneta dos pedaços de papel, que são neutros, eles serão atraídos. Ao aproximar a caneta eletrizada de um filete fino de água saindo da torneira, a água é atraída pela caneta. A água possui moléculas positivas e negativas, como os opostos se atraem, a água é atraída pela caneta, devido esta possuir carga positiva que quando aproximados da carga negativa da água sofrerão uma força de atração. Os fragmentos de papel também podem ser repelidos pela caneta, pois pouco tempo depois a caneta volta a seu estado normal que é negativo e com isso se repele violentamente do papel, pois cargas iguais se repelem. Ao colocar um canudo junto de uma parede e soltar, ele cairá. Mas ao eletrizar o mesmo, atritando-o contra um pedaço de papel, e repetir o processo anterior, o canudo dessa vez ficara preso a parede. Laboratório 2: Corrente induzida por variação de fluxo magnético Inicialmente, foi conectado o galvanômetro à bobina nos bornes para usar 200 espiras. Identificamos o polo (N e S) na extremidade do imã. Movimentamos o imã introduzindo-o no interior da bobina e observamos que o galvanômetro varia. Quando o imã atravessa a bobina cria- se um fluxo magnético que tende ser contrário ao campo magnético do imã. Quando estabilizamos o imã no interior da bobina o ponteiro do galvanômetro se estabiliza em zero. Quando movimentamos o imã retirando-o de dentro da bobina observamos que o galvanômetro mede valores negativos. Não há corrente induzida quando imã está em repouso porque não existe variação do campo magnético e a corrente só aparece quando existe variação do campo. Quando repetimos os procedimentos com as bobinas de 400 e 600 espiras verificamos que o ponteiro do galvanômetro se altera porque quanto mais bobinas possuímos maior será a corrente induzida. Ou seja, quanto maior for a quantidade de espiras, maior será a corrente. 4. Análise dos Resultados 4.1. Distribuição das cargas elétricas nos corpos A partir da observação das fitas de papel alumínio que foram colocadas no gerador, foi possível concluir que o campo elétrico criado em torno da esfera tem direção de propagação radial. O gerador de Van de Graaff funciona através da movimentação de uma correia que é eletrizada por atrito na parte inferior do aparelho. Ao atingir a parte superior as cargas elétricas, Área de Inovação e Tecnologia – Experimentação que surgiram com o processo de eletrização, são transferidas para a superfície interna do metal, sendo então distribuídas para toda a superfície da esfera metálica, ficando carregada de cargas elétricas. Se durante o funcionamento do gerador aproximarmos o dedo ou um objeto de metal perceberemos leves descargas elétricas que ocorrem em razão da diferença de potencial (ddp). A figura 5 mostra como o campo elétrico se comporta no interior do Gerador de Van der Graaf. As cargas desenvolvidas na correia durante o contato destas com as polias, aderem a ela e são por elas transportadas, elas vão se acumulando na esfera até que a rigidez dielétrica do ar seja atingida. Figura 5: Interior do Gerador de Van der Graaf. Fonte: ebah, 2014. [6] A blindagem eletrostática ocorre quando o excesso de cargas em um condutor distribui-se uniformemente em sua superfície e o campo elétrico em seu interior fica nulo. Esse experimento ficou conhecido como a gaiola de Faraday. Com a gaiola, Faraday conseguiu provar que um corpo no interior de um condutor fica isolado e não recebe descargas elétricas em virtude da distribuição de cargas na superfície. O acendimento da lâmpada fluorescente ocorre pelo fato de o potencial elétrico gerado pela esfera carregada ter simetria radial, desta forma decai com o inverso da distância, no caso as duas extremidades da lâmpada estavam sujeitas a potenciais diferentes, criando-se então uma diferença de potencial e provocando seu acendimento. Este acendimento ocorre por conta de as cargas ao passarem por dentro da lâmpada, ionizam o gás lá existente, no caso a composição interna da lâmpada era à base de vapor de mercúrio. 4.2. Poder das Pontas Ao ligar o gerador de Van de Graaf, o torniquete assumiu o movimento no sentido anti- horário. Nas proximidades das pontas eletrizadas do torniquete, o ar se ionizou e os íons que possuem carga de mesmo sinal que as pontas foram repelidos por elas. Os íons positivos e as moléculas de ar neutras que se deslocam, ao se chocarem com as pontas, exercem forças sobre Área de Inovação e Tecnologia – Experimentação elas. Essas forças colocam o torniquete em movimento de rotação, no sentido contrário ao das pontas. 4.3. Linhas de Força em um Campo Elétrico As linhas de força são linhas contínuas que unem os pontos aos quais o campo elétrico é tangente. Ao ligar o gerador, utilizamos o eletrodo reto, pode-se perceber que as sementes tentem a ficar em linha reta, criando um campo elétrico de atração. Da mesma forma aconteceu a utilizar um eletrodo circular. As sementes tendiam ficar em linhas, como se formassem filas ao redor do eletrodo. As linhas possuem a mesma orientação do vetor do campo elétrico, onde o capo gerado era por cargas elétricas negativas, com um sentido de aproximação das sementes. 4.4. Eletroscópio No quarto procedimento, ao aproximar a caneta eletrizada por atrito da esfera de isopor, notou-se que a esfera é atraída pela caneta. É possível contatar que a esfera não estava inicialmente eletrizada e que a caneta quando eletrizada criou uma atração devido a polarização. Ao deixar a caneta encostar na bolinha, os dois ficam grudados até que as cargas de ambas se estabilizem e se desgrudem. 4.5. Processos de Eletrização Ao eletrizar a caneta pelo atrito e aproximá-la aos pedaços de papel picado, percebe-se que os papéis são atraídos pela caneta grudando na mesmos, e somente se soltam no momento em que as cargas se estabilizam. Pelo fato do papel estar neutro, cria-se a atração entre ambos, já que as cargas negativas do papel se aproximam da caneta e as cargas positivas se afastam, fenômeno conhecido como polarização (Figura 6). Área de Inovação e Tecnologia – Experimentação Figura 6: Eletrização (caneta e fragmentos de papel). Fonte: Autores. Ao aproximar a caneta eletrizada de um filete de água, verificou-se que o filete de água forma um arco, fenômeno de polarização, onde a caneta eletrizada atrai os polos da molécula da água, em função do filete estar neutro. Os fragmentos de papel e o filete de água poderiam ter sido repelidos pela aproximação da caneta caso houvesse eletrização entre ambos (Figura 7). Figura 7: Eletrização (caneta e filete de água). Fonte: Autores. Na terceira e última etapa, colocou-se o canudo encostado na parede e soltou-se o mesmo. Em função de ambos estarem neutros, o canudo caiu no chão. Ao eletrizar o canudo através do atrito do mesmo com o papel, houve uma atração entre o canudo e a parede, constatando novamente o fenômeno de polarização, onde as cargas positivas da parede viessem para a face de contato com o canudoeletrizado negativamente, enquanto as cargas negativas foram para a outra face, criando assim a atração que fez com que o canudo não caísse e ficasse fixo na parede (Figura 8). Área de Inovação e Tecnologia – Experimentação Figura 8: Eletrização (canudo e parede). Fonte: Autores. 5. Conclusão A aplicação dos procedimentos experimentais pode ser considerada como bem-sucedida, validando também os resultados dos experimentos, uma vez que demonstrou coerência em sua aplicação, baseada nos resultados idealizados e executados em laboratório. A validação obtida dos procedimentos propostos reforça a adequação do referencial teórico utilizado na confecção deste relatório, visto que é a base na qual se estruturou o trabalho. 6. Referências Bibliográficas [1] HALLIDAY, David; RESNICK, Robert; KRANE, Kenneth S. Física 3 (5ª Edição). Rio de Janeiro. Livros, 2004. Disponível em Acesso em 5 de dezembro de 2017. [2] FREITAS, José Abílio Lima et. al. Eletricidade. Colégio técnico industrial. UFSM. Santa Maria, 2011. Disponível em Acesso em 5 de dezembro de 2017. [3] MELLO, Ricardo Sutana. Eletricidade, eletroestática e eletrodinânica. Universidade Federal de Juiz de Fora. Juiz de Fora. Disponível em Acesso em 5 de dezembro de 2017. https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-216-1947-5/cfi/5!/4/4@0:0.00 https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-216-1947-5/cfi/5!/4/4@0:0.00 http://estudio01.proj.ufsm.br/cadernos_automacao/primeira_etapa/eletricidade_2012.pdf http://www.ufjf.br/cursinho/files/2012/05/Apostila-1°-semestre.190.214.pdf http://www.ufjf.br/cursinho/files/2012/05/Apostila-1°-semestre.190.214.pdf Área de Inovação e Tecnologia – Experimentação [4] BRITO, André. Eletroestática. IFSul, campus Pelotas Visconde da Graça. Disponível em Acesso em 5 de dezembro de 2017. [5] BARRETO, Rafael. Campos elétricos. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Capítulo 22. Curitiba. Disponível em: Acesso em 5 de dezembro de 2017. [6] O GERADOR DE VAN DE GRAAFF. Ebah, 2014. Disponível em http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfSWUAE/gerador-van-graaff Acesso em 8 de dezembro de 2017. https://docente.ifrn.edu.br/andrebrito/disciplinas/eletrostatica https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiq5Mb6jvvXAhXC7SYKHaoAAoAQFgg5MAM&url=http%3A%2F%2Fhpc.ct.utfpr.edu.br%2F~barreto%2Fdisciplinas%2Fmm_fis3_eletrostatica.html&usg=AOvVaw1u5q6odrUgrueg-PhmnUKp https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiq5Mb6jvvXAhXC7SYKHaoAAoAQFgg5MAM&url=http%3A%2F%2Fhpc.ct.utfpr.edu.br%2F~barreto%2Fdisciplinas%2Fmm_fis3_eletrostatica.html&usg=AOvVaw1u5q6odrUgrueg-PhmnUKp https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiq5Mb6jvvXAhXC7SYKHaoAAoAQFgg5MAM&url=http%3A%2F%2Fhpc.ct.utfpr.edu.br%2F~barreto%2Fdisciplinas%2Fmm_fis3_eletrostatica.html&usg=AOvVaw1u5q6odrUgrueg-PhmnUKp https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=4&cad=rja&uact=8&ved=0ahUKEwiq5Mb6jvvXAhXC7SYKHaoAAoAQFgg5MAM&url=http%3A%2F%2Fhpc.ct.utfpr.edu.br%2F~barreto%2Fdisciplinas%2Fmm_fis3_eletrostatica.html&usg=AOvVaw1u5q6odrUgrueg-PhmnUKp http://www.ebah.com.br/content/ABAAAfSWUAE/gerador-van-graaff