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teoria da comunicação e funções da linguagem

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Observe a tirinha abaixo:
A tirinha em questão representa um diálogo entre Adão Iturrusgarai, o autor, e Aline, uma personagem criada por ele. Uma conversa como essa só pode acontecer no espaço da ficção, mas ajuda a compreeender que a linguagem, além de ocorrer em diversos contextos comunicativos, permite representar diferentes situações de interlocução.
O estudo dessas situações levou o linguista russo Roman Jakobson a criar um modelo explicativo para a comunicação verbal a que deu o nome de teoria da comunicação. Sua intenção era demonstrar que a comunicação humana se estrutura a partir de alguns elementos, atendendo a finalidades específicas.
Hoje, os estudos da linguagem, embora reconheçam a importância da teoria da comunicação para dar início à análise das situações de interlocução, consideram essa teoria insuficiente para dar conta da complexidade envolvida no uso da linguagem pelos interlocutores. Conheceremos, a seguir, os princípios da teoria da comunicação.
A base da teoria da comunicação está na identificação de seis elementos, presentes, segundo Jakobson, em todas as situações de interlocução. São eles:
Os participantes de um ato comunicativo: emissor (também chamado de locutor ou de remetente) e receptor (locutário ou destinatário)
O canal em que se dá a comunicação. O canal é o meio físico por onde circula a mensagem entre o emissor e o receptor (ondas sonoras, papel, bytes, etc.). É também a conexão psicológica que se estabelece entre emissor e receptor para que possam se comunicar.
A mensagem a ser transmitida. A mensagem é o conjunto de enunciados produzidos pela seleção e combinação de signos realizados por um determinado indivíduo.
O código em que a mensagem é transmitida. Trata-se pelo sistema que é utilizado pelos falantes. Assim, o código deve ser entendido como um conjunto de signos convencionais e das regras que determinam sua organização.
O contexto a que a mensagem se refere. O contexto é o conteúdo, o assunto da mensagem.
Nessa perspectiva, toda mensagem tem um objetivo predominante, que pode ser a transmissão de informação, o estabelecimento puro e simples de uma relação comunicativa, a expressão de emoções, e assim por diante.
Esquema do processo de comunicação
As funções da linguagem são o conjunto das finalidades comunicativas realizadas por meio dos enunciados da língua.
Enunciado é tudo aquilo que é dito ou escrito por meio de palavras, delimitadas por marcas formais: na fala, pela entonação; na escrita, pela pontuação. Está sempre associado ao contexto em que é produzido.
As funções da linguagem
Função referencial ou denotativa (ênfase no contexto)
Quando o objetivo da mensagem é a transmissão de informação sobre a realidade ou sobre um elemento a ser designado, diz-se que a função predominante no texto é a referencial ou denotativa.
Língua Portuguesa
Prof.: Carlos Cruz
Funções da linguagem
Exemplo:
A característica da oralidade radiofônica, então, seria aquela que propõe o diálogo com o ouvinte: a simplicidade, no sentido da escolha lexical; a concisão e coerência, que se traduzem em um texto curto, em linguagem coloquial e com organização direta; e o ritmo, marcado pelo locutor, que deve ser o mais natural (do diálogo). É esta organização que vai “reger” a veiculação da mensagem, seja ela interpretada ou de improviso, com objetivo de dar melodia à transmissão oral, dar emoção, personalidade ao relato de fato.
VELHO, A. P. M. A linguagem do rádio multimídia. Disponível em: www.bocc.ubi.pt. Acesso em: 27 fev. 2012
Função emotiva ou expressiva (ênfase no emissor)
Quando o objetivo da mensagem é a expressão das emoções, atitudes, estados de espírito, do emissor em relação ao que fala, diz-se que a função da linguagem predominante no texto é a emotiva.
Exemplo:
[...]
tomado pela costumeira pressa de repórter, eu tinha que fazer, a toque de caixa, imagens do museu para compor a minha matéria. [...]
Quando [...] chegamos ao primeiro corredor, o eixo da continuidade, tentei pedir algo a Bárbara, funcionária do museu que nos acompanhava. Não consegui falar. Tudo foi se desfazendo, todos os sentimentos e emoções, e também as racionalizações, reflexões ou desalentos mediados pelo intelecto. Tudo foi se desvanecendo dentro de mim — e um grande vazio, um vácuo que sugava a si próprio, se formou qual redemoinho em meu peito, até explodir num jorro de pranto, num colapso incontrolável.
Não tive condições de prosseguir com o cinegrafista Fernando Calixto. Procurei um lugar onde esgotar as lágrimas e tentava me explicar, repetindo, aos soluços: “Pela metade, não. Não vou conseguir fazer meia visita. Pela metade, não. Ou encaro todo o périplo ou vou embora”.
Não consegui nem uma coisa nem outra. Nem parei de chorar, nem me recompus; não me atrevi a percorrer todos os corredores, nem tampouco resisti a penetrar nos espaços desconcertantes do Museu Judaico de Berlim.
BIAL, Pedro. Quando o passado é um pesadelo. almanaque Fantástico, são Paulo: globo, n. 1, p. 61-62, nov. 2005.
Função conativa ou apelativa (ênfase no receptor)
Quando o objetivo da mensagem é persuadir o destinatário, influenciando seu comportamento, diz-se que a função predominante no texto é a conativa ou apelativa.
A função conativa pode ser identificada em textos nos quais se faz uso de expressões linguísticas com vocativos e formas verbais no imperativo, como as preces e os anúncios publicitários.
Exemplo:
Função fática (ênfase no canal)
Quando o objetivo da mensagem é simplesmente o de estabelecer ou manter a comunicação, ou seja, o contato entre o emissor e o receptor, diz-se que a função predominante é a fática.
As fórmulas de abertura de diálogos, quase sempre frases feitas, são exemplos típicos da função fática da linguagem. Neste caso, sua finalidade é marcar o início e/ou encerramento de um diálogo.
Função metalinguística
Quando o objetivo da mensagem é falar sobre a própria linguagem, diz-se que predomina no texto a função metalinguística.
Um exemplo evidente da função metalinguística são as definições de verbetes encontradas nos dicionários.
Pronome [...] palavra que representa um nome, um termo com a função de um nome, um adjetivo ou toda uma oração que a segue ou antecede [...]
Dicionário Houaiss
Função poética (ênfase na mensagem)
Quando o objetivo da mensagem é chamar a atenção para a própria mensagem, sugerindo que ela é o resultado de um trabalho de elaboração feito sobre sua forma, diz-se que a função predominante é a poética.
A função poética é marcada por uma maior liberdade no uso das palavras, exploradas mais pelo seu potencial em evocar imagens e produzir efeitos sonoros. Nesses casos, há um trabalho com os próprios signos, cujo objetivo é provocar algum efeito de sentido no receptor.
Das utopias
Se as coisas são inatingíveis... ora!
Não é motivo para não querê-las...
Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas!
QUINTANA, Mário. Nova antologia poética. 7. ed. São Paulo: Globo, 1988. p. 108.
O poema revela o trabalho com a linguagem próprio da função poética. Além das rimas (ora/fora, querê-las/estrelas), que destacam os sons das palavras, o poeta constrói uma imagem (caminhos iluminados pelas estrelas) para defender o direito ao sonho, por mais difícil que seja realiza-lo.
A função poética também pode se manifestar nos jogos de linguagem, na propaganda e mesmo nos textos em prosa.
Atividades
1. A última edição deste periódico apresenta mais uma vez um tema relacionado ao tratamento dado ao lixo caseiro, aquele que produzimos no dia a dia. A informação agora passa pelo problema do material jogado na estrada vicinal que liga o município de Rio Claro ao distrito de Ajapi. Infelizmente, no local em questão, a reportagem encontrou mais uma forma errada de destinação do lixo: material atirado ao lado da pista como se isso fosse o ideal. Muitos moradores, por exemplo, retiram o lixo de suas residências e, em vez de um destino correto, procuram dispensá-lo em outras regiões. Uma situação no mínimo incômoda.Se você sai de casa para jogar o lixo em outra localidade, por que não o fazer no local ideal? É muita falta de educação achar que aquilo que não é correto para sua região possa ser para outra. A reciclagem do lixo doméstico é um passo inteligente e de consciência. Olha o exemplo que passamos aos mais jovens! Quem aprende errado coloca em prática o errado. Um perigo!
Disponível em: http://jornaldacidade.uol.com.br. Acesso em: 10 ago. 2012 (adaptado).
Esse editorial faz uma leitura diferenciada de uma notícia veiculada no jornal. Tal diferença traz à tona uma das funções sociais desse gênero textual, que é
a) apresentar fatos que tenham sido noticiados pelo próprio veículo.
b) chamar a atenção do leitor para temas raramente abordados no jornal.
c) provocar a indignação dos cidadãos por força dos argumentos apresentados.
d) interpretar criticamente fatos noticiados e considerados relevantes para a opinião pública.
e) trabalhar uma informação previamente apresentada com base no ponto de vista do autor da notícia.
2. O exercício da crônica
Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa fia mais fino. Senta-se ele diante de sua máquina, olha através da janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares, possa injetar um sangue novo. Se nada houver, resta-lhe o recurso de olhar em torno e esperar que, através de um processo associativo, surja-lhe de repente a crônica, provinda dos fatos e feitos de sua vida emocionalmente despertados pela concentração. Ou então, em última instância, recorrer ao assunto da falta de assunto, já bastante gasto, mas do qual, no ato de escrever, pode surgir o inesperado.
MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas. São Paulo: Cia. das Letras, 1991.
Predomina nesse texto a função da linguagem que se constitui
a) nas diferenças entre o cronista e o ficcionista.
b) nos elementos que servem de inspiração ao cronista.
c) nos assuntos que podem ser tratados em uma crônica.
d) no papel da vida do cronista no processo de escrita da crônica.
e) nas dificuldades de se escrever uma crônica por meio de uma crônica.
3. 14 coisas que  você não deve  jogar na privada
Nem  no  ralo.  Elas  poluem rios, lagos e mares, o  que contamina o  ambiente  e os  animais. Também deixa  mais difícil obter a água  que  nós  mesmos usaremos. Alguns  produtos  podem  causar  entupimentos:
cotonete e fio dental;
medicamento e preservativo;
óleo de cozinha;
ponta de cigarro;
poeira de varrição de  casa;
fio de cabelo e pelo de  animais;
tinta  que  não seja à base de  água;
querosene, gasolina,  solvente, tíner.
Jogue  esses  produtos no  lixo comum.  Alguns deles, como  óleo de  cozinha, medicamento e  tinta, podem  ser levados  a  pontos de  coleta especiais, que  darão destinação  final adequada.
MORGADO, M.; EMASA. Manual de etiqueta. Planeta Sustentável, jul.-ago. 2013 (adaptado).
 O texto tem objetivo educativo. Nesse sentido, além do foco no interlocutor, que caracteriza a função conativa da linguagem, predomina também nele a função referencial, que busca
a) despertar no leitor sentimentos de amor pela natureza, induzindo-o a ter atitudes responsáveis que beneficiarão a sustentabilidade do  planeta.
b) informar o leitor sobre as consequências da destinação  inadequada do lixo, orientando-o sobre como fazer o correto descarte de alguns dejetos.
c) transmitir uma mensagem de caráter subjetivo, mostrando exemplos de atitudes sustentáveis do autor do texto em relação ao planeta.
d) estabelecer uma comunicação com o leitor, procurando certificar-se  de que  a  mensagem  sobre ações de sustentabilidade está sendo  compreendida.
e) explorar o  uso da linguagem, conceituando detalhadamente os termos usados  de  forma  a proporcionar  melhor  compreensão do  texto.
4. Embalagens usadas e resíduos devem ser descartados adequadamente
Todos os meses são recolhidas das rodovias brasileiras centenas de milhares de toneladas de lixo. Só nos 22,9 mil quilômetros das rodovias paulistas são 41,5 mil toneladas. O hábito de descartar embalagens, garrafas, papéis e bitucas de cigarro pelas rodovias persiste e tem aumentado nos últimos anos. O problema é que o lixo acumulado na rodovia, além de prejudicar o meio ambiente, pode impedir o escoamento da água, contribuir para as enchentes, provocar incêndios, atrapalhar o trânsito e até causar acidentes. Além dos perigos que o lixo representa para os motoristas, o material descartado poderia ser devolvido para a cadeia produtiva. Ou seja, o papel que está sobrando nas rodovias poderia ter melhor destino. Isso também vale para os plásticos inservíveis, que poderiam se transformar em sacos de lixo, baldes, cabides e até acessórios para os carros.
Disponível em: www.girodasestradas.com.br. Acesso em: 31 jul. 2012.
Os gêneros textuais correspondem a certos padrões de composição de texto, determinados pelo contexto em que são produzidos, pelo público a que eles se destinam. Pela leitura do texto apresentado, reconhece-se  que  sua  função é
a) apresentar dados estatísticos sobre a reciclagem no país.
b) alertar sobre os riscos da falta de sustentabilidade do mercado de recicláveis.
c) divulgar a quantidade de produtos reciclados retirados das rodovias brasileiras.
d) revelar os altos índices de acidentes nas rodovias brasileiras poluídas nos últimos anos.
e) conscientizar sobre a necessidade de preservação ambiental e de segurança nas rodovias.

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