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DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 1 Aula 02 Prezados, nesta aula, seguem exemplos comentados que abordam o que não se pode fazer numa discursiva e o que deve ser feito para que ela alcance êxito. Antes disso, peço desculpas pela demora, mas um problema sério de saúde em família acarretou a tomada de tempo, que nos concursos é ouro. Lamento bastante por isso. Mas, voltando à aula, naturalmente, à medida que notarmos as falhas nas discursivas e, se estas comprometerem essencialmente a estrutura do texto, vamos a mais exemplos para simplificar os conhecimentos textuais repassados. Primeiramente, vou começar abordando redações desenvolvidas para a FCC em concursos recentes. Depois, vou avançar para outras redações, pertinentes a outra banca – escolhi a Esaf, porque possui temas parecidos com os nossos e com estudo de caso, assunto que nos motiva demasiadamente. Mas, não se preocupem com a origem da banca tampouco com o conteúdo das redações. Nossa meta é entender, a despeito do assunto, como uma estrutura textual linear pode levar redações simples a excelentes pontos. Antes de seguir, esclareço que algumas redações estão digitadas, mas outras não. O motivo dessa variação formal é diverso: alguns ex-alunos gostam de se identificar, mas outros preferem o anonimato, embora tenham gentilmente cedido seus textos. Boa leitura a todos! DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 2 REDAÇÕES COMENTADAS Começaremos por duas redações da FCC – uma extraída do TRT 20 e outra do TRT 14. A do TRT 20, como veem, traz tema único. Mas, sempre é bom a gente grifar os pedidos para organizá-los no texto: Tema 01 TRT 20ª AJEM - Responda fundamentadamente no que consiste a penhora, no Direito Processual do Trabalho, bem como quais são os seus efeitos. O que está em negrito no tema foi feito por mim mesma, para que localizemos como foram feitos os procedimentos ao longo do texto a seguir. Vejam que são feitos dois pedidos iniciais: explicar “penhora” e citar “seus efeitos”. A impressão que temos é a de que talvez seriam suficientes dois parágrafos para abordar tudo: num seria dado o conceito de penhora e noutro abordaríamos os efeitos. Outras bancas aceitariam isso numa boa. Mas a FCC, não! Como avisei na aula, mesmo em exercícios discursivos, a FCC gosta de ver textos quase complementando suas trinta linhas, sendo assim, uma saída para se fazer uma boa resposta para o tema seria o seguinte: - conceituar penhora – talvez explorar um ou dois conceitos. - Lembrar-se de inserir esse conceito no âmbito do processo do trabalho. - Abordar os efeitos da penhora. Com esses procedimentos conseguiríamos, talvez, uns quatro parágrafos. Aí, nesse caso, para avançarmos para um quinto, a fim de deixar o texto bem completo, sem extravar para outros assuntos, poderíamos falar de alguma atualidade em torno do tema ou alguma controvérsia. Sempre vejo que a FCC atribui bons pontos para quem consegue sair da mesmice, e avanço para algum aspecto atual ou controverso, sobre o caso. Faz sentido, pois isso indica maturidade, significa que o escritor está em dia com o assunto. DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 3 Para mostrar como esse procedimento funciona bem, trouxe uma redação que conseguiu 95% dos pontos no TRT 20. A falha da redação ficou por conta do parágrafo inicial: muito pequeno. Ele ocupava duas linhas praticamente, o que a FCC não aceita mais. Assim, façam parágrafos com o mínimo de quatro linhas. É sempre mais seguro! Redação 01 Na seara trabalhista, a penhora é subsidiada pelo Código de Processo Civil (CPC), na forma do Art.759, sempre em obediência à ordem de arrolamento de bens, constante no Art. 655 do referido código. Nosso redator preferiu fazer uma introdução a tocar no conceito de “penhora”. Não ficou ruim, nem houve perda de objetividade, porque o redator optou por explicar como o termo será concebido no proc. do trabalho. Assim, se um executado ou devedor não pagar uma dívida reclamada, judicialmente, por um exequente, ele poderá ter seus bens arrolados e nomeados à penhora. O ato de penhora, conforme leciona o professor Renato Saraiva, sendo de natureza cautelar, executiva ou executiva com efeitos conservativos, é ato judicial por meio do qual se apreendem os bens do devedor para satisfazer o crédito do reclamante. Observem que, conforme explicamos antes e como apareceu em outras redações com boa nota, o redator, no intuito de ganhar linhas, aplicou um conceito próprio, naturalmente correto, e o replicou, baseando-se no procedimento de argumentação por autoridade. Ficou ótimo. Mas é preciso cautela para não fazer com que o texto soe repetitivo. Outra ideia interessante seria apresentar dois conceitos embasados em dois argumentos de autoridade. Acho essa a melhor saída. Segundo o Art. 655 do CPC, para que seja feita a penhora, os bens arrolados devem seguir uma ordem de preferência que visa garantir facilidades no cumprimento do resgate da dívida para o devedor. Essa ordem inicia-se com o dinheiro em si e avança para outros bens, tais como bens móveis, imóveis e títulos. Como o conceito de “penhora” foi apresentado, o redator estende o assunto, explicando os procedimentos de realização. Novamente, faz isso com base em argumento de autoridade, mas, dessa vez, reiterando aspectos da lei. DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 4 Assim, dinheiro é o primeiro item da penhora, já que o exequente pode fazer a recusa dos demais bens. Nos dias atuais, com o fito de dar celeridade para satisfazer o crédito, a justiça, em convênio com o Banco Central, desenvolveu a modalidade “on-line” de efetuação da penhora. Trata-se do avanço das ações proporcionado pelo advento da Lei 11.382/2005. Fato relevante para o direito do trabalho, pois faz aumentar a confiança nas ações garantidoras da justiça. Muito bom! Continuando a extensão texto, o assunto é amadurecido com a atualização de procedimento para a realização da penhora por meio das novas tecnologias. Sempre que puderem inserir algum aspecto pertinente a novas tecnologias ou à alteridade, isso será bom, pois ambos os assuntos são sempre apreciados pela FCC como meios argumentativos relevantes. Mas, vocês talvez se perguntem: será que essa extensão de assuntos não fere a propositura objetiva do texto? Respondo seguramente que não! Vejam que o tema não pede exatamente “conceito” de penhora, pede-se uma abordagem, o que naturalmente começa do conceito e pode muito bem atingir procedimentos ou natureza. Quanto aos efeitos advindos da penhora, no trato doutrinário, apontam- se dois: um material e outro processual. Os efeitos materiais consistem na retirada do direito de posse do devedor sobre o bem penhorado e consistem também no impedimento de atos de alienação do bem apreendido. Já os efeitos processuais, segundo R. Saraiva, são seguintes: há a garantia de juízo, ou seja, a certeza de que há bens sob o resguardo da conservação judicial até que seja feita a expropriação. Há também a individualização do bem para que seja alcançada a satisfação do credor e há a geração de preferência sobre bens para o credor que primeiramente obteve a penhora, se houverem mais credores. Por fim, nosso redator separou os dois parágrafos finais para falar dos “efeitos”da penhora. Ao contrário de várias redações que perderam nota, por dissertar sobre tais efeitos num único parágrafo, ao mesmo tempo enumerando-os e explicando-os um a um, o redator em tela preferiu apontar a consistência de dois efeitos e apresentar suas subdivisões em parágrafos separados. Isso facilita a leitura do examinador, pois torna o texto visualmente mais convidativo à leitura. Acrescenta-se, então, que, assim que começou a abordar os “efeitos”, o redator lembrou-se de inserir argumento de autoridade, retomando o ponto de vista do prof. Renato Saraiva. Tema 02 Vamos a outro tema da FCC. Dessa vez, o tema conterá aqueles aspectos ou tópicos que, ao contrário do anterior, até facilitam mais a organização dos parágrafos. DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 5 O que facilita, como já disse, é o fato de ser quase regra a manutenção de cada um dos tópicos num parágrafo pelo menos. Assim, é válido lembrar algumas regras de construção para este tipo temático: • Não inverter a ordem de resolução dos aspectos, por mais estranha que esteja a ordem oferecida pela banca. • Não misturar explicações de aspectos ou tópicos num mesmo parágrafo. Sempre os separe! • Comprovar, com alguma forma de argumento, TODOS os aspectos. A partir disso, vamos ao tema 2 e à redação 02 Tema 02 TRT 14ª R - Discorra sobre os Embargos de Terceiro no Processo Trabalhista mencionando: • conceito; • hipóteses de cabimento; • legitimidade para interposição; • procedimento. Redação 02 – aproveitamento 100% Resumidamente, embargos de terceiros podem ser conceituados como medida que uma terceira pessoa toma para intervir num processo judicial em curso. Essa medida, embasada na autorização do Código de Processo Civil (CPC), tem como fim mostrar que os efeitos de determinado processo influenciarão diretamente na posse desse terceiro que não tem relação com as partes envolvidas. A introdução foi ótima, porque ela já partiu do primeiro tópico e deu consistência à explicação logo no segundo período. DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 6 Entre as hipóteses de cabimento, listadas no CPC, estão duas de singular importância: a apreensão judicial de bens em caso de penhora e a defesa da posse em caso de partilha de bens. Em ambos os casos, quem não sendo parte no processo poderá requerer, por meio de embargos, que lhe sejam mantidos os bens ou que seja restituída qualquer perda. Reparem que logo na primeira linha, sem mudar palavras originais, o redator retoma o tópico e dá segmento à explicação, já amparada no argumento de autoridade (alusão ao CPC). Tal requerimento, conforme leciona a professora Sabrina Dourado, encontra legitimidade de ações no Livro IV do Código de Processo Civil, entre os artigos 1046 e 1054. Nesses artigos estão presentes, de modo detalhado, o conceito e as hipóteses de cabimento dos embargos de terceiros. Já o tópico 03 aparece na segunda linha (legitimidade), acrescido de explicações ricas em argumentos comprobatórios (profa. Sabrina Dourado e CPC). Hoje é interessante que vocês não “escondam” a palavra-chave no meio do parágrafo. Deixá-la até a segunda linha, tudo bem, pois ela ainda fica à vista do examinador. Também trabalhar com mais de uma prova para uma única explicação não é problema, pois vocês só estariam enriquecendo a consistência argumentativa. O procedimento para embargos ocorre primeiramente na propositura de uma petição que deve ser feita, conforme instrui o art.282 do CPC. O embargante, por meio do seu advogado, deve instruir sua petição com documentos comprobatórios do que é apresentado no embargo: a qualidade do embargante e a comprovação de sua posse. Novamente, há retomada do tópico, de modo bem objetivo, e há comprovação reiterada – CPC. Se repararem bem, o redator sai de um tópico e entra em outro, às vezes, sem se preocupar muito em fazer “links” textuais, ou seja, inserir pequenos elementos de coesão. DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 7 É fato que isso soa estranho, mas até hoje nenhuma banca que trabalhou com tópicos cortou pontos dos redatores pela confecção quase automática de parágrafos. Se as provas forem meramente documentais, é facultado ao embargante comprová-las em audiência preliminar, marcada pelo juiz. Nesta mesma audiência, de acordo com o caput do art. 1050 do CPC, o rol de testemunhas deverá também acompanhar a petição inicial. E, por fim, há o parágrafo final, em que o redator também, assim como o redator anterior, preferiu dividir o último tópico para não criar um parágrafo longo. Procedimento, reitero, saudável, convidativo à leitura, já que o texto não possui passagens extensas. Agora, para sairmos um pouco dos temas da área trabalhista, vamos um tema da Esaf e, com efeito, para uma redação desenvolvida a partir do referido tema. Como disse, não obstante o tipo de banca, o que quero que firmem é olhar sobre como a estrutura textual é construída. O conteúdo, por seu turno, é da competência de cada um de vocês. A diferença estará na forma como a linguagem, a composição do assunto serão pensadas pelo redator para que a mensagem se faça clara para o examinador. Vamos a eles, então! DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 8 Tema 03 Esaf/2010 Valor do conteúdo: 10 pontos – o candidato conseguiu o total de pontos Valor do uso do idioma: 10 pontos – o candidato perdeu 1,5, por dois erros de pontuação e um de regência. Não reparem, por gentileza, a fotografia do texto. Ela está meio tortinha, porque já nos veio assim mesmo. Mas falemos da redação 03. O tema dela possui um texto- base, que é meramente motivador, ou seja, não é texto para ser aproveitado pelo texto. O redator, nesse caso, deve se concentrar mais uma vez sobre o pedido dos tópicos. Redação 03 DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 9 Como vocês veem a resposta foi simples e bem objetiva. 1º - o candidato optou por fazer uma breve introdução, com fins de recuperar os termos “função administrativa” e “atos administrativos”. Esta não ficou ruim, porque ela retoma a essência do tema, antes de fazer o texto seguir efetivamente para os tópicos. 2º - na linha 06 aparece a palavra-chave “efeitos jurídicos”. Hoje é bom você ser quase xiita e “copiar” mesmo os tópicos: a produção dos efeitos jurídicos do Ato Administrativo consiste em... 3º - Notem que, para dar consistência argumentativa, ele menciona a “doutrina”. Vejam que nem há mais dados para isso. Naturalmente, se vocês os tiverem, melhor será, já que o concurso poderá apresentar redações com notas altas. No desespero, vai a “Lei”, a “Doutrina”, mesmo sem detalhamentos. Só não deixem de comprovar o assunto. DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 10 Na linha 12, o redator parte para a resposta do tópico B. 1º - a palavra-chave MOTIVO está bem às claras, logo nas primeiras linhas. 2º - Houve falha do examinador, que não viu que o candidato tratou CONCEITOS na forma singular Conceito (l.16). Mas o redator “salvará” tal situação, ao mencionar o plural nalinha 20. Mas houve risco de má interpretação ou falha de coesão neste caso. 3º - Novamente, para dar sustentação ao texto, ele cita a “doutrina”. Mas já explanei que neste concurso o melhor é fundamentar bem as explicações. DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 11 Já o tópico C está abordado claramente na linha 23. Dessa vez, o termo “Constituição Federal” é empregado como meio de consistência argumentativa. Bom, vou corrigir os “errinhos” gramaticais, só para somar mais elementos ao aprendizado: Na linha 09 – a primeira vírgula separa um termo complementar direto: o agente da passiva da ação apassivada “expedidos”. Na linha 17 – a vírgula depois de QUE separa a oração principal que exige a complementação direta de sua subordinada. Se a vírgula ficar ali, ele impende a continuidade do sentido frasal. Na linha 25 – faltou crase em “quanto à forma e à competência”. Aproveitando a deixa desses erros, vou apontar elementos que reiteradamente os alunos costumam cometer. Falhas comuns... 1º - verbo TRATAR-se: depois me perguntem o porquê, mas vamos combinar de NÃO USAR este verbo!? Usem consiste, significa, é etc. 2º - Se vocês vão enumerar elementos, por gentileza, usem um catafórico para anunciar a enumeração. Exemplo: ...os seguintes:.../...estes:... Não usem o sinal de dois pontos após verbo transitivo ou após conjunções. Tentem não fazer isso, POR FAVOR! 3º - Se empregarem a expressão POR EXEMPLO, façam o favor de deixá-la entre vírgulas. No máximo, entre uma vírgula e um sinal de dois pontos. Exemplo: são situações como, por exemplo, as seguintes... DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 12 4º - O caso DENTRE e ENTRE. Se vocês vão citar, enumerar, usem ENTRE. O termo quer dizer “entre iguais”. Se vocês vão “destacar”, diferenciar, use DENTRE. Vou usar um resumo “tosco”, mas providencial: se usarem o verbo DESTACAR, usem DENTRE. Nos demais casos, usem ENTRE. Viu? Estrutura bem simples! Vamos a mais uma análise?! COMO INTRODUZIR TEXTOS QUANDO O TEMA É ESTUDO DE CASO Agora, novamente vou resgatar um tema da Esaf, mas dentro do assunto Direito do Trabalho. Quero falar de “estudo de caso”, modalidade pouco praticada pela FCC. Mas, como corremos o risco real de nos depararmos com um tema assim, basearei minha análise neste empréstimo da Esaf. Trata-se de tema para Auditor-Fiscal do Trabalho. Novamente, centrem-se na forma como o texto foi construído. Prestem atenção ao aspecto linguagem! DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 13 Tema 04 AFT/2010 Vejam que o tema traz um caso fictício, seguido de tópicos a serem desenvolvidos em até 60 linhas, o que é praticamente a única diferença para o que vamos produzir. O conteúdo valia 30 pontos. A nota auferida foi 29 pontos Vamos à redação: DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 14 Observem que a redatora escolheu não sintetizar o caso logo no início. A escolha foi boa, vejam que, a priori, a Esaf não insere quaisquer marcações. A redatora opta por uma breve introdução que já tem a ver com o tópico a. Reparem as palavras-chave destacadas no texto. Como o tópico a pedia “serviços terceirizáveis”, a introdução já ensaia alguns. Nesse caso, é válido desenvolver uma introdução já presa aos termos do tópico inicial. Assim, o que vocês notarão em quaisquer dos textos que apresentarei é que as bancas não aceitarão introdução que não tenha compromisso estrito com o pedido geral do tema, se este houver, ou com o tópico 01. É certo que, em se tratando de estudo de caso, vocês poderão também fazer da introdução uma síntese do caso, o que considero um bom exercício. DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 15 Mas, cuidado, há textos-base, que já são meramente introdutórios. Não são casos fictícios para servirem de estudo, são meras introduções ou conceitos. Estes não deverão figurar no seu texto, porque são motivadores apenas. A gente acabou de ver um exemplo de tema assim, anterior a esse. Mas, vamos a mais um trecho da redação que estamos analisando para saber até que ponto resgatar o caso fictício ou não poderá influenciar a correção do examinador. Continuação – texto/tema 02 DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 16 Bom, o texto segue na página 02 desenvolvendo o tópico A. Agora, reparem o desenvolvimento do tópico seguinte. O tópico B traz os seguintes dizeres: triangulação do contrato de trabalho e salário equitativo. Na linha 24 começa a resposta da redatora. Vejam que ela aborda a TRIANGULAÇÃO, mas faz isso a partir de três elementos que a representam. Reparem ao lado: o examinador retira nota pertinente à capacidade de desenvolvimento, ou seja, ao conteúdo. Também não há referência explícita ao termo “salário equitativo”, embora haja menção a isso. Logicamente outros fatores interferem na nota: um deles seria dizer que “a CLT afirma...; diz...”. Quando inserimos prova, temos que deixar de lado o uso de verbos típicos da fala, pois isso traz caráter narrativo para a dissertação. Melhor mesmo é dizer “segundo a CLT”, “Consta na CLT que...” etc. Mas, voltando o caso mais importante, é preciso ver que a manutenção da palavra-chave é importantíssima, porque é ela que orienta o examinador, pouco hábil com relação ao assunto, a localizar com clareza a abordagem dos elementos temáticos. Agora, meus amigos, façamos um balanço do que vimos: 1º - lendo as redações, não sei se vocês compartilham da mesma impressão, elas são feitas de forma muito simples, com linguagem praticamente acessível a qualquer leitor. 2º - Os redatores, não importando o tipo de tema, optaram por fazer textos que seguem a própria previsão temática, ou seja, seguiram a ordem dos eventos apontados no texto. 3º - As redações são fundamentadas, praticamente, a todo momento, ou seja, fala-se de um tópico e o fundamenta em DISCURSIVA PARA O TST – discursiva II Profa. Júnia Andrade e Déborah Paiva Profa. Júnia Andrade www.pontodosconcursos.com.br 17 seguida. Assim, não há explicações meramente automatizadas pelo aprendizado, sem reflexão. 4º - algumas estruturas típicas da redação comum – introdução e conclusão – praticamente não são empregadas nessas redações. O que se extrai, por fim? Simplicidade, objetividade, fundamentação, frases curtas e organização de ideias. É isso que esperamos ver nos textos de vocês, logo que concluírem a primeira redação. Até a próxima! Profa. Júnia
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