Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Clostridioses Prof Ms João Estevão Sebben Tema 8 – doenças telúricas As clostridioses são toxinfecções ou intoxicações dos animais causadas por bactérias do gênero Clostridium. Os clostrídeos são bactérias anaeróbias, isto é, que se multiplicam na ausência do ar; podem desenvolver formas resistentes, os esporos, capazes de permanecer nas áreas contaminadas durante muitos anos. Estão presentes normalmente no solo e no tubo digestivo dos animais, mesmo sadios. Produzem substâncias tóxicas poderosas chamadas toxinas, responsáveis pelos sintomas e lesões observados nos animais doentes. Provocam a morte tanto de bovinos de corte quanto de leite, confinados ou mantidos no pasto, bezerros ou adultos. Segundo STERNE (1981), as clostridioses podem ser classificadas em 3 grupos: Gangrenas gasosas. Enterotoxemias. Doenças neurotrópicas. 1) As Gangrenas gasosas mais freqüentes são: Carbúnculo sintomático. Edema maligno. 2) Nas enterotoxemias, são incluídas as doenças causadas por clostrídeos que afetam principalmente o trato intestinal. Doença do Rim Polposo. Enterotoxemia Hemorrágica. Enterotoxemia dos Bovinos Adultos. Hepatite Necrótica Infecciosa. Hemoglobinúria Bacilar. 3) Nas doenças neurotrópicas, o órgão afetado primariamente é o sistema nervoso, sendo as mais freqüentes: Tétano. Botulismo. Botulismo - C. botulinum tiposC e D Edema maligno(Mortes súbitas) - C. Sordellii Enterotoxemia - C. perfringenstipos B, C e D Carbúnculo sintomático - C. chauvoei Gangrena gasosa(Edema maligno) - C. septicum, C. perfringens tipo A, C. sordellii, C. novyi tipo A1 Hemoglobinúria bacilar - C. haemolyticum Hepatite necrótica - C. novyi tipo B Tétano - C. tetani Introdução As clostridioses são enfermidades infecciosas de caráter agudo ou hiperagudo e responsável por alta letalidade; São causadas por bactérias do gênero Clostridium sp. que são anaeróbios, formadores de esporos e produtores de exotoxinas. Introdução As exotoxinas chegam até a circulação por meio de três vias: Ingestão da toxina pré-formada em alimentos e água (botulismo); Absorção intestinal de toxinas formadas nos intestinos (enterotoxemia); Absorção das toxinas produzidas na musculatura (carbúnculo sintomático e gangrena gasosa). As bactérias do gênero Clostridium causam três tipos de enfermidades nos animais domésticos: Mionecroses; Enfermidades do SNC e SNP; Enterotoxemias. Introdução São encontrados no tubo digestivo dos animais de produção, no solo e são resistentes ao calor, dessecação e desinfetantes. www. files.turbosquid.com www.paisagismobrasil.com.br Introdução Erradicação: virtualmente impossível (caráter ubíquo) Vacinas: extremamente eficazes www.biovet.com.br Tétano Doença infecciosa: altamente fatal Acomete todas as espécies de animais inclusive o homem Caracteriza-se: hiperestesia, tetania e convulsões www.saberweb.com.br Etiologia Clostridium tetani: bacilo gram-positivo, anaeróbico Formação de esporos Sobrevivência: solo (muitos anos) www2.cedarcrest.edu Esporos www. procorbis.com Etiologia Esporos resistentes Desinfecção: calor a 1000C (30 a 60 min.) Destruídos: aquecimento a 1150C / 20 min. Produção de neurotoxinas Etiologia Produção de neurotoxinas: tetanospasmina tetanolisina (hemolisina) Neurotoxinas: exotoxinas potentes interferem na transmissão neuromuscular Benjamin/Cummings® Epidemiologia Distribuição mundial Frequente: animais de produção sob regime intensivo www.patkas.net 18 Epidemiologia Suscetibilidade: variável entre as espécies domésticas Eqüinos (+ sensíveis) e bovinos (+ resistentes) www.thehorse.com www. upload.wikimedia.org Epidemiologia Guedes et al. (2007) Epidemiologia Agente: presente nas fezes e solo Via de entrada: ferimentos, partos distócicos, cirurgias, injeções, etc. www.novabethania.com Epidemiologia Esporos: penetram nos tecidos lesados e em condições tissulares favoráveis se multiplicam e produzem neurotoxinas www.marvistavet.com www.hospvetporto.pt Epidemiologia Cães: mortalidade 50% (Bandt et al., 2007) Ruminantes: mortalidade 80% Equinos: variações entre 50% a 100% de mortalidade Felinos: rara ocorrência 7200 vezes menos chances em relação aos equinos Costa et al. (2002) Epidemiologia Fonte: www.gazetamercantil.com.br SÃO PAULO, 3 de julho de 2001 - Cerca de 300 animais morreram, no últimos 20 dias com tétano nos municípios de São Gabriel, Rosário do Sul e Pedras Altas, no Rio Grande do Sul. Existe a suspeita de que tenham sido infectados por um vermífugo injetável, que poderia trazer o agente causador da doença. De acordo com o chefe de Serviço e Sanidade Animal, da Delegacia Federal do Ministério da Agricultura em Porto Alegre, técnicos do ministério já realizaram coletas oficiais tanto de animais doentes, quanto do vermífugo. "Existe essa suspeita, mas ainda é necessário aguardar o laudo do Laboratório Regional da Área Animal (Lara). O motivo da suspeita é porque todos os animais que utilizaram o produto apresentaram os mesmos sintomas", afirma o técnico. Os testes irão isolar o agente causador da doença e, caso confirmado, o produto será retirado do mercado em todo o Brasil. Além dos casos já confirmados nos três municípios, existe uma outra suspeita de contaminação na cidade de São Sepé. (Alexandre Inacio - Gazeta Mercantil) Patogenia Lesão Condições ambientais favoráveis Redução do oxigênio tissular Troncos nervosos periféricos Sinais Clínicos Período de incubação: uma a três semanas Ocasionalmente: meses Ovinos: sinais clínicos 3 a 10 dias após caudectomia www. crisa.vet.br www. arc.agric.za Sinais Clínicos Quadro clínico: semelhante em todas as espécies Rigidez muscular (membros) Tremores, hiperestesia, hiperexcitabilidade www. pipevet.com www.arc.agric.za Sinais Clínicos Prolapso da terceira pálpebra Cauda em “bandeira” Orelhas eretas www. chantillyexclusive.com Embrapa (CNPC) 28 Sinais Clínicos www. hcvet.com.pt www.vet.uga.edu 29 Sinais Clínicos Reações exacerbadas a estímulos Tetania dos masseteres (impede a mastigação e deglutição) Salivação Retenção urinária Constipação www.scielo.br/img/revistas/pvb/v27n7/a04fig1.gif Sinais Clínicos Postura de “cavalete” Convulsões Opistótono Asfixia: parada respiratória www. scielo.br/img/revistas/pvb/v25n1/23867f1.jpg www. mgar.com.br Tétano Cavalo (vídeo) www. youtube.com Diagnóstico Clínico: raramente confundido com outras doenças (exceto na fase inicial da doença) Embrapa (CNPC) Embrapa (CNPC) Diagnóstico Diagnóstico diferencial: envenenamentos, tetania hipocalcêmica (éguas), meningite , enterotoxemia, afecções do SNC. www. asmexcriadoresdeovinos.org Tratamento Equinos e ovinos: baixa resposta Bovinos: resposta moderada Princípios fundamentais Eliminação do agente Neutralização da toxina Relaxamento muscular www.g1.globo.com) Tratamento Eliminação do agente Administração parenteral: altas doses de penicilina Penicilina procaína + Penicilina Benzatina: partes iguais (40.000 UI/Kg) – via intramuscular Animais de produção: custo x benefício www.defarvete.com.br Tratamento Eliminação do agente Lesão de entrada: limpeza, desinfecção com água oxigenada (10 volumes) e aplicação local de penicilina www.bp.blogspot.com www.cepav.com.br Tratamento Neutralização da toxina (Antitoxina) Uso limitado: a partir de 10 horas pós-infecção Cavalos: 300.000 unidades / cada 12 horas (três aplicações) – via endovenosa e aplicação no local da lesão www.tiendaaperos.ar www.good-biotech.com Tratamento Relaxamento muscular Clorpromazina (0,4 mg/Kg - endovenoso / 1,0 mg/Kg- intramuscular) e Acetilpromazina(0,05 mg/Kg – endovenoso) duas vezes ao dia durante 10 dias Diazepan (0,5 mg/Kg – endovenoso: a cada 8 horas) www.p2d.com.br Tratamento Tratamento suporte Alimentação parenteral ou por sonda gástrica Fluidoterapia (ringer lactato) Animais devem permanecer quietos e mantidos em ambientes limpos, escuros www.jornale.com.br Controle Desinfecção correta de instrumentos cirúrgicos Antissepsia da pele (aplicação de medicamentos) Procedimentos cirúrgicos: locais higiênicos Profilaxia: aplicação de antitoxinas (1500 a 3000 UI-Equinos e 200 UI - cordeiros) antes de procedimentos www.tecnocientista.info Controle Imunização: Toxóide Pequenos Ruminantes Animais Jovens: 1a dose (3 meses); Primeira Vacinação: duas doses intervaladas (4-6 semanas) e revacinação anual Fêmeas gestantes: 50 dias antes do parto. www.coimma.com.br Controle Imunização: Toxóide Bovinos Vacinação: usualmente não é considerada Indicações: casos anteriores na propriedade www.expointer.rs.gov.br Controle Imunização: Toxóide Equinos Potros: 1a dose (6 meses) /Intervalo de 30 dias: 2a dose Revacinação anual www. softpicks.net Controle Imunização: Toxóide Caninos (opcional) 1ª dose: 75 a 90 dias de vida (associada a vacina de cinomose, parvovirose e coronavirose) 2ª dose: 105 a 120 dias 3ª dose: 135 a 150 dias de vida www.oglobo.globo.com Etiologia Clostridium chauvoei Bastonete, Gram positivo e formador de esporos Esporos resistentes: mudanças ambientais e desinfetantes Falso carbúnculo www.vet.uga.edu Etiologia Produção de toxinas Toxina alfa: necrotoxina (hemolisina) Toxina beta: desoxirribonuclease Toxina gama: hialuronidase Toxina delta: hemolisina www.4bp.blogspot.com Epidemiologia Microrganismos presentes no solo e trato digestivo Contaminação de solo e pastagens: fezes de animais ou carcaças em decomposição Via de entrada: mucosa digestiva www.minhobox.com.br Epidemiologia Graves perdas econômicas Mortalidade e Letalidade: elevada www.img1.photographers.com Epidemiologia Bovinos: doença acomete preferencialmente animais jovens (6 meses a 2 anos) Fator predisponente: traumas musculares como coices, chifradas e acidentes que levam a contusões www.atarde.com.br Epidemiologia Suínos: pouco frequente Ovinos e caprinos: associada a presença de lesão externa tosquia, umbigo, lesões vagina e vulva, pós vacinação www.mun-guarda.pt/fotos Embrapa Caprinos Patogenia Trauma Sinais Clínicos Bovinos Desenvolvimento rápido Morte: 12 a 36 horas após aparecimento dos sinais Alguns animais: morte sem apresentar sinais da doença www.vet.uga.edu Sinais Clínicos Bovinos: Grave claudicação Aumento de volume muscular Depressão, anorexia, estase ruminal Febre (410 C) e decúbito www.fundepec.org.br Sinais Clínicos Bovinos Estágios iniciais: aumento muscular quente e dolorido posteriormente frio e indolor (edema e creptação) Fonte: Lima et al. (2008) Sinais Clínicos Ovinos Febre alta Sangramento nasal Anorexia, depressão e morte rápida Fonte: Embrapa Caprinos Fonte: Ilha et al. (2001) Achados de Necropsia Animais: decúbito lateral e membros acometidos rigidamente esticados (rápido rigor mortis) Rápida coagulação sanguinea Incisão da musculatura: tecido inflamatório, escuro odor rançoso, necrose e hemorragia www. vetpath.wordpress.com Achados de Necropsia www. vetpath.wordpress.com Fonte: Raposo (2008) - UFPel Achados de Necropsia Alguns casos: apenas músculos do miocárdio e diafragma acometidos Presença abundante de líquidos nas cavidades corpóreas Achados de Necropsia www. vetpath.wordpress.com Necrose do miocárdio Ovinos: quadro semelhante Lesões musculares : + localizadas e profundas Edema e enfisema subcutâneo: pouco acentuado Achados de Necropsia www.agripoint.com.br www.petalia.com.au Achados histopatológicos: infiltrado inflamatório degeneração celular necrose, edema e hemorragia evidências do agente no tecido Achados de Necropsia www.vetpath.wordpress.com Sinais Clínicos Achados de Necropsia Impressão de tecidos em lâmina: observação do agente Diagnóstico www.vetpath.wordpress.com Exame microbiológico: sangue do tecido muscular, fragmentos de músculos e material puncionado da musculatura (Agar base acrescido de sangue ovino) Isolamento e identificação da bactéria Diagnóstico www. farm4.static.flickr.com Inoculação em cobaios Imunofluorescência Direta Impressões de órgãos em lâminas PCR Diagnóstico www.vetpath.wordpress.com Fonte: Grgory et al. (2006) Tratamento Antibioticoterapia: resultados questionáveis Custo x Benefício Penicilina Procaína (20.000UI/Kg) e Benzatina (10.000UI/Kg) durante 7 dias Ampicilina (associada a penicilina) 10mg/Kg – 2 aplicações a cada 12 horas durante 2 dias Tetraciclinas (substituindo a Penicilina) Tratamento www.vetpath.wordpress.com www. farm4.static.flickr.com Abertura e limpeza das lesões : H2O2 Tintura de iodo a 2%. FOTOS DA APRESENTAÇÃO CLOSTRIOSE EM PDF quebrar o arquivo Controle Controle www.arcozelodaserra.com Retirar animais do pasto atingido Antibioticoterapia profilática: Penicilina (6.000 UI/Kg) Ovelhas prenhes: vacinação 3 semanas antes do parto Insinerar carcaças e cadáveres Edema Maligno Fonte: Raposo (2008)- UFPel Sinonímia: Gangrena Gasosa Doença infecciosa - não contagiosa Caráter hiperagudo Todas as espécies e idades são acometidas Edema Maligno Fonte: Raposo (2008)- UFPel Infecção exógena: doença esporádica Fator predisponente: presença de lesões ou ferimentos Inflamação aguda local Toxemia 72 Etiologia www.cmpt.ca/images/gram_smears Clostridium septicum (principal) C. chauvoei, C. sordelli, C. novyi tipo A e C. perfringens tipo A: isolados ou em associação www. microbewiki.kenyon.edu 73 Etiologia www. pt.wikipedia.org Características microbiológicas e ecológicas: semelhantes aos demais clostrídios Produção de toxinas: semelhante ao C. chauvoei www.fazfacil.com.br 74 Epidemiologia Acomete inúmeras espécies animais: bovinos e ovinos com maior frequência Agente penetra em feridas cirúrgicas ou acidentais: castrações, tosquias, parto, vacinação, punção venosa, vacinação, além do cordão umbilical. www. saanendoah.com/gifs 75 Epidemiologia Alta letalidade Mortalidade: até 100% (surtos por agulhas contaminadas) Morbidade: variável www.dreamstime.com 76 Epidemiologia Pequenos ruminantes: surtos com elevada mortalidade na Bahia (Lima et al., 2006; Costa et al., 2007) Perdas econômicas: avaliação impossibilitada pela ausência de dados www.economiaglobal.files.wordpress.com 77 Patogenia Doença ocorre de forma esporádica Período de incubação: poucas horas até 3 dias Óbito: 24 a 48 h após aparecimento dos sinais clínicos www.sielo.com.br 78 Patogenia 79 Sinais Clínicos Aparecimento: 12-48 horas Lesão local inicial: inflamação discreta e consistência amolecida Febre alta (41 -420C) Depressão, tremor muscular Rigidez dos membros, claudicação www. rootsweb.ancestry.com 80 Sinais Clínicos Edema subcutâneo: cabeça, pescoço, região peitoral, abdominal e membros Toxemia Fonte: Embrapa Caprinos Fonte: Embrapa Caprinos Fonte: Embrapa Caprinos 81 Achados de Necropsia Local da lesão: miosite, hemorragia, edema e enfisema em alguns casos www. uwadmnweb.uwyo.edu www. uwadmnweb.uwyo.edu Lesões vacinais 82 Achados de Necropsia Edema: varia de aspecto líquido a gelatinoso, sanguinolento Odor fétido Fonte: Embrapa Caprinos Fonte: Embrapa Caprinos 83 Achados de Necropsia Comprometimentopulmonar: edema Acúmulo de líquidos sero-sanguinolento nas cavidades Fonte: Embrapa Caprinos Fonte: Embrapa Caprinos 84 Diagnóstico Clínico: histórico , lesões de vacina e presença de edemas Achados de necropsia: macroscópicos e microscópicos Exame microbiológico www.emdchemicals.com 85 Diagnóstico Técnicas diagnósticas Imunofluorescência Direta (prova padrão) - IFD Imunohistoquímica - IHQ Reação em cadeia da polimerase (PCR) www. mb.ilw.agrl.ethz.ch www.vet.uga.edu 86 Diagnóstico Técnicas diagnósticas Material: tecidos em parafina (IHQ e PCR) imprints de tecido (IFD) esfregaços de cultivo puro (IFD) www.pathus.com.br www.br.geocities.com 87 Tratamento Imediato: elevam as chances de sucesso Antibioticoterapia Penicilina – doses elevadas Tratamento sistêmico Tratamento local: lesões edematosas Antibiótico de amplo espectro www.portalua.pt 88 Tratamento Tratamento: Drenagem Limpeza e desinfecção da lesão: água oxigenada (oxigenação tecidual) www.espacioblog.com 89 Controle Medidas higiênicas: parto, castração, tosa e aplicação de vacinas Troca de agulhas: proporção de 1:4 animais Vacinação Esquema semelhante as demais clostridioses 90 Enterotoxemia São toxinfecções de origem intestinal causadas por qualquer espécie toxigênica do Clostridium perfringens; Acomete com mais frequência bovinos e pequenos ruminantes na forma de surtos epidêmicos; Toxinas causam lesões no SNC e intestinos; O C. perfringens é encontrado no tubo digestivo dos animais sadios. 91 Tipos de Cl. perfringens e suas toxinas Tipo a: produz toxina alfa- atividade hemolítica; Tipo b: produz toxina alfa, beta e épsilon- atividade letal, necrosante e vascular; Tipo C: produz toxinas alfa e beta- atividade letal e necrosante; Tipo D: produz toxina épsilon- atividade vascular; Tipo E: produz toxina alfa e iota- atividade letal Doenças produzidas por Cl. perfringens Disenteria dos cordeiros- Cl. perfringens tipo B e C Enterotoxemia dos caprinos- Cl. perfringens tipo C e B Enterite necrótica dos suínos- Cl. perfringens tipo C e B Enterotoxemia em potros- Cl. perfringens tipo C e B Doenças produzidas por Cl. Perfringens Enterotoxemia em bezerros- Cl. perfringens tipo B e C Enterotoxemia dos cordeiros(doença do rim polposo)- tipo D Enterotoxemia causada pelo Cl. perfringens Tipo A- doença hemolítica em cordeiros e bezerros Fatores de risco para a ocorrência das Enterotoxemias Mudança brusca da alimentação; Superalimentação; Idade (animais jovens pela imaturidade do trato digestivo, ingestão de colostro, rápida proliferação da bactéria nos intestinos na ausência da flora normal); Falta de higiene e desinfecção das baias de parição, bezerreiros e uso de aminoglicosídeos Esporos bacterianos presentes no solo e intestinos de animais sadios; Doenças de alta morbidade e letalidade chegando a 80% em algumas situações; Curso hiperagudo chegando a matar em poucas horas; Cadáver apresenta rápida putrefação Condições para multiplicação exacerbada do C. perfringens Mudança brusca na dieta com fornecimento de alimentos ricos em proteínas e carboidratos Indigestão Atonia do rúmen e intestino Desequilíbrio na flora rumenal Proliferação da flora proteolítica Metabolização do substrato protéico Elevadas doses de amoníaco (alcalose) Neutralização do pH do conteúdo intestinal Multiplicação do C. perfringens Produção de exotoxinas (α, β, ε e ι) Enterite necrótico-hemorrágica, disenteria, icterícia, hemoglobinúria e sintomatologia nervosa Patogenia Fases das enterotoxemias Pré-clostridial: estabelecem condições para multiplicação dos clostrídios; Toxinfecção entérica: proliferação do C. perfringens e lesão da mucosa entérica por ação das exotoxinas; Toxêmica: liberação de exotoxinas e difusão por via hemática intoxicação e lesão hemorrágica em diferentes órgãos culminando com a morte do animal. Clínica Aparecimento repentino, depressão, convulsão, incoordenação motora, quadro diarréico, desidratação, distenção abdominal, icterícia, hemoglobinúria, mucosas pálidas, taquipnéia efebre. Sintomatologia nervosa: opistótono Clínica Timpanismo e putrefação precoce Clínica Conjuntiva ocular ictérica Diagnóstico Clínico-epidemiológico: mortes repentinas associadas a mudança brusca da dieta relacionadas à disenteria no recém-nascido, síndrome toxêmica em jovens e adultos com presença de sinais nervosos e morte súbitas. Laboratorial: Esfregaços de mucosa intestinal corados com o método de Gram; Pesquisa da toxina no conteúdo intestinal; Achados anátomo-patológicos; Isolamento da bactéria em cultivos. Diagnóstico Intensa congestão do mesentério e cadeia ganglionar Diagnóstico Gânglio mesentérico aumentado e intensamente congesto e hemorrágico Diagnóstico Mucosa do abomaso congesta e hemorrágica Controle e Profilaxia Evitar mudança brusca de alimentação; Tratamento dos animais enfermos; Higiene adequada das instalações; Uso de vacinas polivalentes. As clostridioses podem ser classificadas em 3 grupos: Gangrenas gasosas. Enterotoxemias. Doenças neurotrópicas. As Gangrenas gasosas mais freqüentes são: Carbúnculo sintomático. Edema maligno. Nas enterotoxemias, são incluídas as doenças causadas por clostrídeos que afetam principalmente o trato intestinal e os órgãos abdominais: Doença do Rim Polposo. Enterotoxemia Hemorrágica. Enterotoxemia dos Bovinos Adultos. Hepatite Necrótica Infecciosa. Hemoglobinúria Bacilar. Nas doenças neurotrópicas, o órgão afetado primariamente é o sistema nervoso, sendo as mais frequentes: Tétano. Botulismo.
Compartilhar