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METODOLOGIAS ATIVAS: APRENDIZAGEM BASEADA EM 
PROBLEMAS E PROJETOS NO ENSINO SUPERIOR. 
 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
Wilson Bezerra dos Santos 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Gabriel Nascimento de Carvalho 
Marcos Aurélio dos Santos Freitas 
As metodologias ativas vêm ganhando destaque no ensino superior, propondo um 
deslocamento do modelo tradicional de ensino centrado no professor para práticas educacionais 
centradas no estudante. Entre essas metodologias, a Aprendizagem Baseada em Problemas 
(PBL – Problem-Based Learning) e a Aprendizagem Baseada em Projetos (PjBL – Project-
Based Learning) se destacam por promoverem o engajamento ativo, a autonomia e o 
desenvolvimento de competências críticas, criativas e colaborativas nos discentes. A PBL se 
caracteriza pela utilização de problemas complexos e contextualizados como ponto de partida 
para a construção do conhecimento, estimulando a investigação, o pensamento crítico e a 
resolução de questões reais (Berbel, 2012; Araújo; Sastre, 2016). Já a PjBL enfatiza a 
realização de projetos que integram diversas áreas do saber, incentivando a aplicação prática 
dos conteúdos e a aprendizagem significativa, além de fortalecer habilidades socioemocionais e 
de gestão de tempo (Bender, 2014; Hernández; Ventura, 1998). O uso dessas metodologias no 
ensino superior exige planejamento pedagógico cuidadoso, seleção de problemas e projetos 
alinhados aos objetivos de aprendizagem, bem como acompanhamento e feedback contínuo 
(Bacich; Moran, 2018; Berbel, 2012). Estudos indicam que a implementação efetiva dessas 
abordagens potencializa a motivação dos alunos, amplia o protagonismo estudantil e fortalece 
competências interpessoais e colaborativas, fundamentais para o mercado de trabalho 
contemporâneo (Cabral et al., 2024; Anderson, 2021). A integração de tecnologias 
educacionais e ambientes híbridos contribui para diversificar estratégias de ensino e apoiar 
diferentes estilos de aprendizagem, promovendo inclusão e acessibilidade (Bacich; Tanzi Neto; 
Trevizani, 2015; Bergmann; Sams, 2016). Apesar dos benefícios, a adoção das metodologias 
ativas enfrenta desafios relacionados à formação docente, resistência à mudança e limitações 
estruturais das instituições. A literatura enfatiza que professores necessitam de capacitação 
contínua para atuar como mediadores do conhecimento, estimulando a reflexão, a colaboração 
e o pensamento crítico, ao mesmo tempo em que incorporam ferramentas tecnológicas de 
forma pedagógica (Blikstein, 2016; Evangelista; Ferreira, 2018). Conclui-se que a 
aprendizagem baseada em problemas e projetos constitui um caminho promissor para a 
inovação educacional, fortalecendo não apenas o domínio cognitivo, mas também habilidades 
socioemocionais, autonomia e responsabilidade dos estudantes frente à construção do próprio 
conhecimento. Essas metodologias estimulam o desenvolvimento de competências de 
colaboração, comunicação e pensamento crítico, essenciais para a atuação em contextos 
profissionais cada vez mais dinâmicos e interdisciplinares. A implementação efetiva dessas 
estratégias representa um avanço significativo na transformação das práticas pedagógicas, 
aproximando o ensino superior das demandas reais do mundo contemporâneo. 
Palavras-chave: Metodologias ativas; aprendizagem baseada em problemas; aprendizagem 
baseada em projetos; ensino superior; inovação pedagógica. 
 
 
 
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ACTIVE METHODOLOGIES: PROBLEM-BASED AND PROJECT-
BASED LEARNING IN HIGHER EDUCATION. 
 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
Wilson Bezerra dos Santos 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Gabriel Nascimento de Carvalho 
Marcos Aurélio dos Santos Freitas 
Active methodologies have gained prominence in higher education, proposing a shift from the 
traditional teacher-centered model to student-centered educational practices. Among these 
methodologies, Problem-Based Learning (PBL) and Project-Based Learning (PjBL) stand out 
for promoting active engagement, autonomy, and the development of critical, creative, and 
collaborative skills in students. PBL is characterized by the use of complex and contextualized 
problems as a starting point for knowledge construction, stimulating investigation, critical 
thinking, and the resolution of real-world issues (Berbel, 2012; Araújo; Sastre, 2016). PjBL, on 
the other hand, emphasizes carrying out projects that integrate multiple areas of knowledge, 
encouraging the practical application of content and meaningful learning, as well as 
strengthening socio-emotional skills and time management (Bender, 2014; Hernández; 
Ventura, 1998). The use of these methodologies in higher education requires careful 
pedagogical planning, the selection of problems and projects aligned with learning objectives, 
as well as continuous monitoring and feedback (Bacich; Moran, 2018; Berbel, 2012). Studies 
indicate that the effective implementation of these approaches enhances student motivation, 
expands student protagonism, and strengthens interpersonal and collaborative competencies, 
which are essential for the contemporary labor market (Cabral et al., 2024; Anderson, 2021). 
The integration of educational technologies and hybrid learning environments contributes to 
diversifying teaching strategies and supporting different learning styles, promoting inclusion 
and accessibility (Bacich; Tanzi Neto; Trevizani, 2015; Bergmann; Sams, 2016). Despite the 
benefits, the adoption of active methodologies faces challenges related to teacher training, 
resistance to change, and institutional structural limitations. The literature emphasizes that 
teachers need continuous training to act as knowledge mediators, stimulating reflection, 
collaboration, and critical thinking while incorporating technological tools pedagogically 
(Blikstein, 2016; Evangelista; Ferreira, 2018). In conclusion, problem-based and project-based 
learning constitutes a promising pathway for educational innovation, strengthening not only 
cognitive skills but also socio-emotional abilities, autonomy, and student responsibility in the 
construction of their own knowledge. These methodologies foster the development of 
collaboration, communication, and critical thinking competencies, essential for operating in 
increasingly dynamic and interdisciplinary professional contexts. The effective implementation 
of these strategies represents a significant advance in transforming pedagogical practices, 
bringing higher education closer to the real demands of the contemporary world. 
Keywords: Active methodologies; problem-based learning; project-based learning; higher 
education; pedagogical innovation. 
 
 
 
 
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METODOLOGÍAS ACTIVAS: APRENDIZAJE BASADO EN 
PROBLEMAS Y PROYECTOS EN LA EDUCACIÓN SUPERIOR. 
 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
Wilson Bezerra dos Santos 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Gabriel Nascimento de Carvalho 
Marcos Aurélio dos Santos Freitas 
Las metodologías activas han ganado protagonismo en la educación superior, proponiendo un 
cambio del modelo tradicional centrado en el docente hacia prácticas educativas centradas en el 
estudiante. Entre estas metodologías, el Aprendizaje Basado en Problemas (PBL) y el 
Aprendizaje Basado en Proyectos (PjBL) se destacan por promover la participación activa, la 
autonomía y el desarrollo de competencias críticas, creativas y colaborativas en los estudiantes. 
El PBL se caracteriza por la utilización de problemas complejos y contextualizados como punto 
de partida para la construcción del conocimiento, estimulando la investigación, el pensamiento 
crítico y la resolución de problemas reales (Berbel, 2012; Araújo; Sastre, 2016). Por su parte, el 
PjBL enfatiza la realización de proyectos que integran diversas áreas del conocimiento,sobre a própria prática e na disposição para 
aprender com a experiência. 
No âmbito do ensino superior, a PBL se apresenta como estratégia eficaz para conectar 
o conhecimento acadêmico às demandas do mundo profissional. Moran (2015) argumenta que 
o aprendizado híbrido e ativo, centrado em desafios, prepara os alunos para enfrentar contextos 
complexos e imprevisíveis. O ambiente universitário, ao adotar a PBL, passa a valorizar não 
 
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apenas o domínio teórico, mas também a capacidade de agir de forma ética, crítica e 
colaborativa diante das situações reais. 
A pedagogia de projetos, embora distinta da PBL, compartilha com ela a ênfase na 
prática reflexiva e na construção conjunta do conhecimento. Moreira, Lemos e Sacarmocin 
(1998) descrevem que o trabalho por projetos estimula o envolvimento afetivo e intelectual dos 
alunos, permitindo-lhes explorar seus interesses e desenvolver soluções concretas. A PBL 
incorpora essa mesma lógica de engajamento, mas orienta-se pela resolução sistemática de 
problemas, o que confere à aprendizagem maior profundidade conceitual e rigor investigativo. 
A aplicação prática da PBL requer uma mudança cultural nas instituições de ensino, 
que precisam reconfigurar seus currículos e métodos de avaliação. Moura e Barbosa (2006) 
afirmam que o planejamento pedagógico deve ser flexível e centrado no processo, e não apenas 
no resultado final. Essa flexibilidade permite que o estudante percorra diferentes caminhos até 
alcançar a solução, aprendendo com o percurso e não apenas com o produto. O foco desloca-se 
do conteúdo estático para a experiência significativa de aprendizagem. 
A aprendizagem mediada por problemas estimula o desenvolvimento de habilidades 
socioemocionais essenciais à vida acadêmica e profissional. Lovato, Yirula e Franzim (2017) 
defendem que o protagonismo nasce da capacidade de reconhecer-se como sujeito de ação, o 
que implica responsabilidade, empatia e comprometimento com o coletivo. Na PBL, esses 
valores são cultivados a partir da convivência em grupo e da necessidade de escutar, 
argumentar e negociar. Essa vivência fortalece a autonomia e o senso de pertencimento dos 
estudantes. 
O uso de dispositivos móveis e ambientes digitais pode contribuir para a efetividade 
da PBL quando alinhado a objetivos pedagógicos claros. Pereira (2023) reflete sobre o papel do 
celular como ferramenta educativa, destacando que seu uso consciente promove autonomia e 
reconfigura as relações de ensino e aprendizagem. Na perspectiva da PBL, o acesso a 
informações rápidas e diversificadas amplia as possibilidades de investigação e enriquece o 
processo de análise crítica. 
A PBL, ao promover a integração entre prática e teoria, fortalece o vínculo entre o 
conhecimento acadêmico e a realidade social. Munhoz (2015) observa que, ao resolver 
problemas contextualizados, os estudantes compreendem a utilidade do saber e desenvolvem 
senso de responsabilidade social. Essa aproximação com o mundo concreto confere sentido ao 
aprendizado e motiva o engajamento contínuo do aluno na busca por soluções sustentáveis e 
criativas. 
A Aprendizagem Baseada em Problemas consolida-se como um caminho promissor 
para a inovação educacional, pois estimula a autonomia intelectual, a cooperação e o 
 
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pensamento crítico. Perrenoud e Thurler (2009) destacam que o papel da escola é formar 
cidadãos competentes e reflexivos, capazes de agir em contextos diversos. A PBL concretiza 
esse ideal ao transformar a sala de aula em espaço de investigação, diálogo e produção de 
conhecimento, contribuindo para uma educação mais participativa e humanizadora. 
2.4. APRENDIZAGEM BASEADA EM PROJETOS (ABP) 
A Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) propõe uma reorganização profunda do 
processo educativo, estimulando o estudante a aprender por meio da realização de um projeto 
que resulta em um produto, serviço ou solução concreta. Essa metodologia articula teoria e 
prática, permitindo que o conhecimento seja construído a partir da experiência e da reflexão 
crítica. Ischkanian, Carvalho, Ferreira, Duque, Souza, Tavares e Souza (2023) defendem que a 
valorização dos alunos deve permear todo o trabalho pedagógico, e a ABP concretiza esse 
princípio ao transformar o estudante em agente ativo do próprio aprendizado. Nesse modelo, o 
professor atua como orientador, mediando o percurso investigativo e promovendo o 
desenvolvimento da autonomia intelectual. 
A base epistemológica da ABP encontra sustentação no construtivismo e no 
sociointeracionismo, teorias que compreendem o conhecimento como resultado de interações 
entre o sujeito e o meio. Ischkanian, Cabral, Braga, Lima, Duque, Tavares, Morais, Ronque e 
Zahal (2023) ressaltam que a aprendizagem significativa ocorre quando o aluno se envolve 
cognitivamente com o conteúdo, estabelecendo conexões entre o saber escolar e as vivências 
pessoais. A ABP valoriza o protagonismo discente ao incentivar o planejamento, a investigação 
e a execução de projetos coletivos, estimulando a responsabilidade e o pensamento crítico. 
No contexto contemporâneo, em que a informação circula em velocidade acelerada, a 
ABP se consolida como alternativa pedagógica capaz de desenvolver competências múltiplas. 
Kenski (2007) argumenta que as tecnologias digitais modificaram o ritmo da informação e 
impuseram à educação o desafio de formar sujeitos capazes de interpretar e aplicar o 
conhecimento em situações reais. A metodologia de projetos atende a essa demanda, pois 
coloca o estudante diante de problemas concretos que exigem pesquisa, criatividade e 
colaboração para serem solucionados. 
O caráter interdisciplinar da ABP é um de seus elementos estruturantes, permitindo a 
integração entre diferentes áreas do saber. Lívero (2021) observa que o lúdico e a gamificação 
podem potencializar esse processo, tornando o ambiente de aprendizagem mais dinâmico e 
envolvente. Ao unir disciplinas distintas em torno de um mesmo propósito, o projeto estimula a 
curiosidade, a investigação e o diálogo entre saberes, rompendo com a fragmentação tradicional 
do conhecimento escolar e universitário. 
 
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A metodologia de projetos favorece também o desenvolvimento de competências 
socioemocionais, como empatia, cooperação e senso de pertencimento. Ischkanian, Barbosa, 
Lopes, Duque, Drumond e Brito (2023) destacam que as intervenções pedagógicas baseadas em 
análise do comportamento, quando aplicadas com sensibilidade e propósito, fortalecem o 
vínculo entre educador e estudante, favorecendo o engajamento e o aprendizado significativo. 
A construção coletiva de um projeto requer escuta ativa, gestão de conflitos e tomada de 
decisão compartilhada, habilidades essenciais à vida em sociedade. 
A ABP se diferencia de métodos tradicionais porque desloca o foco do ensino para a 
aprendizagem. Lopes, Silva Filho e Alves (2019) apontam que as metodologias ativas, como a 
Aprendizagem Baseada em Projetos e em Problemas, promovem um ensino mais centrado na 
ação e na experiência do estudante. O aluno aprende fazendo, experimentando e refletindo 
sobre os resultados obtidos, enquanto o professor atua como facilitador do processo cognitivo e 
emocional. Essa relação dialógica cria um ambiente de investigação constante, em que o 
conhecimento é construído em movimento. 
O planejamento é uma etapa crucial para o sucesso da ABP, pois orienta a definição 
dos objetivos, das etapas e dos recursos necessários. Ischkanian et al. (2023) afirmam que o 
projeto deve ser relevante, contextualizado e desafiador, de modo a despertar o interesse e o 
engajamento dos participantes. Um projeto bem estruturado parte de uma questão norteadora e 
se desenvolve por meio de pesquisas, debates e produções coletivas, culminando em um 
resultado prático que demonstre a aprendizagem alcançada. 
A aplicação da ABP no ensino superior amplia a articulação entre teoria e prática 
profissional. Kenski (2007)considera que a integração entre tecnologia e educação é um dos 
pilares para a formação de sujeitos críticos e criativos. No contexto universitário, os projetos 
podem envolver parcerias com comunidades, empresas ou instituições públicas, aproximando o 
aprendizado acadêmico das demandas sociais e produtivas. Essa aproximação estimula a 
responsabilidade social e o compromisso ético dos futuros profissionais. 
A inclusão educacional também encontra na ABP um caminho fértil para a efetivação 
de práticas mais equitativas. Ischkanian et al. (2023) defendem que o trabalho por projetos 
oferece oportunidades de participação ativa a estudantes com diferentes estilos de 
aprendizagem e necessidades específicas. A flexibilidade da metodologia permite adaptar 
atividades e recursos, promovendo um ambiente em que cada sujeito possa contribuir de acordo 
com suas potencialidades, fortalecendo o sentido de pertencimento e de coletividade. 
A ABP favorece a avaliação formativa e processual, centrada no percurso do 
estudante, e não apenas no produto final. Lopes, Silva Filho e Alves (2019) explicam que a 
avaliação contínua, fundamentada em observações, autoavaliações e feedbacks, contribui para 
 
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o desenvolvimento da metacognição e da responsabilidade individual. Avaliar um projeto 
implica compreender as etapas de planejamento, execução e reflexão, valorizando o esforço, a 
criatividade e a capacidade de resolver problemas com autonomia. 
A integração entre tecnologia e ABP amplia as possibilidades pedagógicas, 
promovendo ambientes de aprendizagem inovadores e interativos. Kenski (2007) destaca que o 
uso crítico das ferramentas digitais deve ser orientado para o desenvolvimento da autonomia e 
da colaboração. Plataformas virtuais, softwares de design e ambientes de simulação podem ser 
incorporados aos projetos, estimulando o protagonismo digital e a competência comunicativa 
dos estudantes. 
A ludicidade, quando incorporada à ABP, atua como elemento motivador e formativo. 
Lívero (2021) demonstra que a gamificação, ao introduzir desafios, metas e recompensas, pode 
potencializar o engajamento e a persistência dos alunos nas etapas do projeto. A combinação 
entre ludicidade e intencionalidade pedagógica torna o processo de aprendizagem mais 
significativo, pois conecta emoção e razão na construção do conhecimento. 
O papel do professor na ABP é fundamental, pois ele atua como mentor e facilitador. 
Ischkanian, Carvalho e colegas (2023) ressaltam que a mediação docente deve estimular a 
reflexão crítica, o trabalho colaborativo e a busca autônoma por soluções. Essa atuação 
demanda formação contínua e sensibilidade para compreender as dinâmicas de grupo e as 
especificidades individuais, criando um ambiente acolhedor e intelectualmente provocador. 
A ABP contribui para o desenvolvimento da criatividade e da inovação, competências 
essenciais no século XXI. Kenski (2007) argumenta que a educação precisa acompanhar as 
transformações sociais e tecnológicas, formando sujeitos capazes de intervir de maneira 
consciente e responsável. Ao propor que o estudante crie algo concreto e socialmente relevante, 
a metodologia de projetos estimula a imaginação, a experimentação e o pensamento crítico, 
elementos indispensáveis para o protagonismo intelectual. 
A Aprendizagem Baseada em Projetos consolida-se, portanto, como uma abordagem 
transformadora que articula conhecimento, prática e emoção. Ischkanian et al. (2023) afirmam 
que a valorização dos alunos é princípio estruturante de toda prática pedagógica comprometida 
com a inclusão e a inovação. Ao integrar múltiplas dimensões do saber e promover a 
aprendizagem significativa, a ABP se revela como caminho promissor para o fortalecimento de 
uma educação crítica, criativa e humanizadora, capaz de preparar cidadãos para compreender e 
transformar a realidade em que vivem. Essa metodologia amplia a capacidade reflexiva dos 
estudantes, favorece o desenvolvimento da autonomia intelectual e estimula a colaboração entre 
pares, fortalecendo o protagonismo discente. O engajamento ativo em todas as etapas do 
processo contribui para a construção de competências complexas, como pensamento crítico, 
 
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resolução de problemas e empatia. A a Aprendizagem Baseada em Projetos reafirma seu papel 
essencial na formação de sujeitos conscientes, éticos e preparados para atuar de forma 
inovadora nos diversos contextos sociais e profissionais. 
2.5. O PROFESSOR ATUA COMO MEDIADOR, ORIENTADOR E FACILITADOR 
O papel do professor na contemporaneidade ultrapassa o limite da transmissão de 
conteúdos prontos e inquestionáveis. O docente assume uma função mediadora, orientadora e 
facilitadora do processo de aprendizagem, buscando promover a autonomia e o protagonismo 
dos estudantes. Figueiredo, Theodoro e De Faria (2023) afirmam que o educador precisa 
reconhecer as diferenças individuais e compreender o outro em sua singularidade, 
desenvolvendo práticas inclusivas que valorizem o potencial de cada aluno. Essa perspectiva 
amplia o sentido da docência, transformando a sala de aula em um espaço de diálogo, escuta e 
construção coletiva do saber. 
O educador mediador estimula o pensamento crítico e a reflexão, conduzindo o aluno 
à descoberta de novos caminhos para o conhecimento. Hernández e Ventura (1998) explicam 
que o ensino organizado em torno de projetos de trabalho permite que o conhecimento se 
apresente como um caleidoscópio, composto por múltiplas perspectivas e interpretações. O 
professor atua como articulador dessas dimensões, incentivando a pesquisa, a problematização 
e o exercício da curiosidade intelectual. O foco desloca-se da simples memorização para a 
compreensão profunda e contextualizada da realidade. 
A prática pedagógica mediadora exige sensibilidade para lidar com as diferenças e 
com os ritmos de aprendizagem. Ischkanian et al. (2023) argumentam que o reconhecimento da 
dignidade humana é o ponto de partida para uma educação que promova a liberdade, a justiça e 
a paz. O professor, ao assumir postura ética e empática, contribui para a formação de sujeitos 
conscientes de seus direitos e responsabilidades. Nesse sentido, o ato de ensinar torna-se 
também um ato de humanização, em que o diálogo e o respeito se constituem como 
fundamentos do processo educativo. 
O professor-facilitador cria condições para que o estudante se torne protagonista de 
seu próprio aprendizado. Figueiredo, Theodoro e De Faria (2023) observam que, ao 
compreender a diversidade presente no espaço escolar, o educador pode adaptar estratégias que 
favoreçam o engajamento de todos. A mediação envolve a capacidade de identificar 
potencialidades e desafios, articulando metodologias ativas que estimulem a participação e a 
colaboração. O docente deixa de ser a única fonte de saber e passa a ser um orientador no 
percurso investigativo. 
 
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O papel do professor como mediador está intimamente ligado à construção de uma 
educação mais inclusiva e democrática. Helder (2006) destaca que a análise crítica de 
documentos e práticas pedagógicas possibilita compreender as relações de poder e exclusão 
presentes na escola. O professor reflexivo é aquele que questiona as estruturas estabelecidas e 
busca reinventar suas práticas em favor de uma aprendizagem significativa. Essa postura requer 
constante atualização e comprometimento com a transformação social por meio da educação. 
A docência mediadora também se manifesta na capacidade de promover a interação 
entre os sujeitos e o conhecimento. Hernández e Ventura (1998) ressaltam que o currículo, 
quando organizado por meio de projetos, favorece a interdisciplinaridade e a participação ativa 
dos alunos na construção do saber. O professor, nesse contexto, atua como ponte entre 
diferentes áreas do conhecimento, estimulando o raciocínio lógico, a criatividade e a 
capacidade de resolver problemas. Cada experiência de aprendizagem se transformaem uma 
oportunidade de descoberta e reinvenção. 
A mediação pedagógica não se restringe ao espaço físico da sala de aula, pois se 
estende às interações virtuais e às práticas digitais. Ischkanian et al. (2023) enfatizam que a 
valorização da dignidade e dos direitos humanos também deve estar presente nas relações 
mediadas pela tecnologia. O professor, ao orientar o uso consciente das ferramentas digitais, 
contribui para o desenvolvimento de competências éticas e comunicativas. Assim, a mediação 
docente no contexto tecnológico amplia horizontes e fomenta o aprendizado colaborativo. 
O professor orientador tem como missão conduzir o estudante ao desenvolvimento do 
pensamento autônomo e reflexivo. Figueiredo, Theodoro e De Faria (2023) observam que 
reconhecer o outro e suas diferenças é essencial para uma prática pedagógica humanizada. Ao 
estimular o diálogo e a troca de experiências, o docente fortalece o vínculo entre teoria e 
prática, permitindo que o aluno compreenda o conhecimento como algo vivo e dinâmico. Essa 
relação de confiança e respeito é a base de uma aprendizagem que se sustenta na cooperação. 
A atuação docente como facilitador envolve a capacidade de criar ambientes que 
estimulem a aprendizagem ativa. Hernández e Ventura (1998) afirmam que o conhecimento é 
um mosaico de múltiplas interpretações, e cabe ao professor ajudar o estudante a identificar 
conexões entre elas. O trabalho pedagógico ganha sentido quando desperta a curiosidade e a 
vontade de aprender, favorecendo o desenvolvimento da autonomia intelectual. O docente, ao 
facilitar esse processo, torna-se um orientador de percursos e descobertas. 
A docência mediadora requer também a construção de uma postura investigativa e 
crítica. Helder (2006) argumenta que a análise documental é um instrumento importante para 
compreender os contextos históricos e culturais que influenciam as práticas educativas. O 
professor pesquisador observa, interpreta e transforma sua própria realidade, buscando 
 
33 
constantemente aprimorar o processo de ensino e aprendizagem. Essa atitude investigativa 
fortalece a prática pedagógica e a torna mais coerente com os desafios contemporâneos. 
A mediação docente está associada à promoção da inclusão e da equidade. Ischkanian 
et al. (2023) ressaltam que o respeito à diversidade é princípio fundamental de qualquer 
proposta educativa comprometida com os direitos humanos. O professor, ao reconhecer as 
diferenças como riquezas, contribui para o desenvolvimento de uma cultura escolar mais 
solidária e acolhedora. A prática pedagógica inclusiva é, portanto, uma forma de garantir que 
todos os estudantes tenham acesso às mesmas oportunidades de aprendizado. 
A figura do professor mediador transforma o ato de ensinar em uma experiência 
dialógica e participativa. Figueiredo, Theodoro e De Faria (2023) destacam que o olhar sensível 
e atento às singularidades permite ao educador construir práticas que contemplem as múltiplas 
formas de aprender. O ensino torna-se, assim, um processo de trocas contínuas, no qual o 
conhecimento emerge da interação entre sujeitos que pensam, sentem e agem em conjunto. 
O professor orientador não impõe respostas, mas ajuda os alunos a construí-las de 
forma crítica e fundamentada. Hernández e Ventura (1998) explicam que o aprendizado por 
projetos exige que o docente seja um mediador entre o conteúdo e a experiência, promovendo 
situações que despertem a investigação e o protagonismo. Essa abordagem estimula o estudante 
a desenvolver a capacidade de resolver problemas e tomar decisões fundamentadas, habilidades 
indispensáveis para a vida em sociedade. 
A atuação docente como facilitador requer escuta ativa e empatia, elementos que 
fortalecem o vínculo educativo. Helder (2006) argumenta que compreender o contexto dos 
alunos e suas experiências permite ao professor elaborar intervenções mais adequadas e 
eficazes. Essa sensibilidade pedagógica favorece a aprendizagem significativa e contribui para 
o desenvolvimento integral do estudante, unindo razão e emoção no processo educativo. 
O professor mediador, orientador e facilitador é, portanto, o agente central de uma 
educação que se reinventa continuamente. Ischkanian et al. (2023) afirmam que a valorização 
da dignidade humana e do diálogo é a base para qualquer prática educativa que vise à 
transformação social. Ao assumir uma postura ética, investigativa e acolhedora, o docente 
torna-se um guia no caminho da emancipação intelectual, ajudando os estudantes a 
compreenderem o mundo e a se reconhecerem como sujeitos capazes de transformá-lo. 
2.6. O ESTUDANTE ASSUME O PAPEL DE AGENTE ATIVO 
O estudante, no contexto das metodologias ativas, deixa de ser um receptor passivo de 
informações para se tornar o centro do processo educativo, assumindo a responsabilidade por 
investigar, refletir e construir o próprio conhecimento. Essa mudança de perspectiva redefine o 
 
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papel do aluno, que passa a ser protagonista de sua trajetória de aprendizagem. Berbel (2012) 
afirma que as metodologias ativas promovem a autonomia e a autorregulação, estimulando o 
desenvolvimento da consciência crítica e do engajamento intelectual. O aluno se torna sujeito 
de sua formação, participando ativamente das etapas de problematização, pesquisa e 
socialização do saber. 
A aprendizagem ativa fundamenta-se na ideia de que o conhecimento é construído por 
meio da interação entre sujeito e realidade. Araújo e Sastre (2016) ressaltam que, ao enfrentar 
situações-problema, o estudante mobiliza saberes prévios e busca novas informações para 
encontrar soluções viáveis. Esse movimento favorece a aprendizagem significativa, pois o 
conteúdo ganha sentido na medida em que se relaciona com experiências concretas. O 
estudante aprende a aprender, desenvolvendo competências investigativas e criativas. 
O papel ativo do estudante está relacionado à capacidade de agir com autonomia e 
responsabilidade. Anastasiou e Camargos (2003) explicam que o conceito de ―ensinagem‖ 
compreende o ensino e a aprendizagem como processos interdependentes, nos quais o aluno 
participa ativamente na construção de sentido. A centralidade do estudante implica a 
valorização de sua voz, de seus interesses e de seu contexto sociocultural. Ele deixa de ser mero 
espectador para tornar-se cocriador do processo educativo. 
A autonomia estudantil é um dos pilares das metodologias ativas. Bacich e Moran 
(2018) destacam que o desenvolvimento dessa autonomia requer ambientes de aprendizagem 
colaborativos, em que os alunos possam experimentar, errar, refletir e recomeçar. A 
aprendizagem não se restringe ao domínio cognitivo, mas abrange dimensões sociais, 
emocionais e éticas. O estudante é desafiado a tomar decisões, propor soluções e avaliar seus 
próprios avanços, o que fortalece a autorreflexão e o pensamento crítico. 
O engajamento dos alunos é potencializado quando o aprendizado está conectado ao 
mundo real. Bender (2015) observa que a Aprendizagem Baseada em Projetos estimula o 
protagonismo estudantil ao propor a elaboração de produtos concretos que respondam a 
desafios autênticos. O estudante se envolve em todas as etapas do processo, desde a 
investigação até a apresentação de resultados, exercitando a autonomia intelectual e o trabalho 
em equipe. Essa vivência torna o aprendizado mais dinâmico e significativo. 
A presença das tecnologias digitais amplia as possibilidades de participação ativa dos 
estudantes. Bacich, Tanzi Neto e Trevizani (2015) defendem que o ensino híbrido favorece a 
personalização do aprendizado, permitindo que o aluno avance em seu próprio ritmo. As 
ferramentas tecnológicas funcionam como mediadoras na busca por informações, na 
comunicação e na colaboração. O estudante torna-se produtor de conteúdo e não apenas 
consumidor, o que transforma a relação com o conhecimento. 
 
35 
A atitude investigativa é um traço marcante do estudanteativo. Berbel (2012) propõe o 
uso do Arco de Maguerez como metodologia de problematização que estimula o pensamento 
crítico e a análise da realidade. O aluno identifica um problema concreto, levanta hipóteses, 
busca explicações teóricas e propõe ações transformadoras. Essa prática valoriza a reflexão e o 
protagonismo, pois o aprendizado nasce da inquietação e da necessidade de compreender o 
mundo. 
O envolvimento do estudante no processo educativo requer um ambiente que valorize 
a cooperação e o diálogo. Araújo e Sastre (2016) observam que, ao trabalhar em grupo para 
resolver problemas complexos, o aluno desenvolve habilidades comunicativas, empáticas e 
colaborativas. O aprendizado coletivo permite o confronto de ideias, a construção 
compartilhada do saber e o reconhecimento da diversidade de perspectivas. O conhecimento 
torna-se um bem comum, produzido na interação. 
A capacidade de investigação e de resolução de problemas é fortalecida quando o 
estudante assume o controle sobre seu processo de aprendizagem. Bacich e Moran (2018) 
destacam que o protagonismo estudantil está ligado à autorregulação e ao pensamento crítico. 
O aluno que participa ativamente compreende o porquê de estudar determinado conteúdo e 
como aplicá-lo em diferentes contextos. Essa clareza de propósito contribui para uma 
aprendizagem mais profunda e duradoura. 
A aprendizagem ativa estimula a formação de sujeitos criativos e inovadores. 
Anderson (2021) enfatiza que o movimento maker — ―faça você mesmo‖ — representa uma 
nova revolução na educação, pois incentiva os estudantes a experimentar, prototipar e aprender 
com os erros. O aluno ativo é aquele que se envolve em atividades práticas, testando ideias e 
transformando conceitos em soluções tangíveis. Essa postura investigativa e inventiva é 
fundamental para enfrentar os desafios do século XXI. 
O protagonismo estudantil também se expressa na capacidade de questionar, 
argumentar e tomar decisões fundamentadas. Anastasiou e Camargos (2003) apontam que o 
processo de ensinagem deve estimular o estudante a formular hipóteses, planejar estratégias e 
avaliar resultados. A aprendizagem deixa de ser linear e passa a ser um processo dinâmico, em 
que o aluno assume o papel de pesquisador e construtor de conhecimento. Essa abordagem 
favorece o desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais. 
O estudante ativo compreende o erro como parte natural do processo de aprendizagem. 
Bender (2014) observa que a resolução de problemas em contextos reais exige flexibilidade e 
persistência, pois o caminho do conhecimento é repleto de incertezas. Essa compreensão 
contribui para a formação de uma mentalidade de crescimento, que valoriza o esforço, a 
 
36 
curiosidade e a superação. O aprendizado torna-se uma experiência contínua de aprimoramento 
e descoberta. 
A centralidade do aluno implica uma mudança de cultura educacional. Berbel (2012) 
argumenta que a promoção da autonomia requer que o professor atue como mediador, 
oferecendo desafios adequados e oportunidades para a reflexão. O estudante, ao assumir a 
liderança de seu processo, aprende a planejar, monitorar e avaliar sua trajetória. Essa 
independência intelectual o prepara para lidar com situações complexas dentro e fora da escola. 
A aprendizagem baseada em problemas e projetos reforça a importância da prática 
como meio de construção do saber. Araújo e Sastre (2016) afirmam que o envolvimento ativo 
do estudante em atividades práticas desperta o senso de pertencimento e o compromisso com o 
próprio aprendizado. Ao interagir com contextos reais, o aluno transforma o conhecimento 
teórico em ação significativa. Essa integração entre teoria e prática é essencial para o 
desenvolvimento de competências profissionais e cidadãs. 
O estudante agente ativo é aquele que compreende seu papel social e acadêmico, 
participando de forma crítica e transformadora na comunidade em que está inserido. Bacich e 
Moran (2018) enfatizam que a educação deve preparar indivíduos capazes de pensar, criar e 
agir com responsabilidade. A aprendizagem ativa, ao colocar o estudante no centro, desperta o 
desejo de aprender continuamente, consolidando uma postura ética, colaborativa e autônoma 
diante dos desafios do mundo contemporâneo. 
2.7. DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES: PENSAMENTO 
CRÍTICO E RESOLUÇÃO DE PROBLEMAS 
O desenvolvimento de competências e habilidades voltadas ao pensamento crítico e à 
resolução de problemas representa um dos pilares da educação contemporânea, sustentada por 
abordagens metodológicas que estimulam o protagonismo discente. A aprendizagem 
significativa ocorre quando o estudante é desafiado a refletir, argumentar e criar soluções para 
situações reais. Cabral et al. (2024) destacam que as metodologias ativas favorecem o 
raciocínio lógico, a autonomia intelectual e a capacidade de análise crítica, impulsionando o 
estudante a compreender o conhecimento como ferramenta de transformação social. A escola, 
portanto, torna-se um espaço dinâmico, no qual o aprender está intrinsecamente relacionado ao 
pensar e ao agir de maneira consciente. 
A formação de sujeitos críticos exige um ambiente que estimule a curiosidade e o 
questionamento. Cabral, Amorim e Souza et al. (2024) afirmam que estratégias como o uso de 
mapas mentais contribuem para o desenvolvimento da capacidade analítica, pois permitem a 
organização visual do pensamento e a construção de relações entre conceitos. Essa prática não 
apenas potencializa a memorização, mas também estimula o raciocínio estratégico, 
 
37 
fundamental para a solução de desafios complexos. O aluno é instigado a refletir sobre os 
conteúdos, compreendendo sua aplicação e relevância para o contexto em que vive. 
A promoção do pensamento crítico está ligada à capacidade de o indivíduo lidar com a 
complexidade das informações e transformá-las em conhecimento útil. Segundo Cabral et al. 
(2024), a aprendizagem colaborativa incentiva o diálogo e a troca de ideias, promovendo a 
escuta ativa e o respeito às diferentes perspectivas. Quando o estudante interage com os colegas 
em atividades investigativas, aprende a argumentar com fundamentos e a tomar decisões mais 
conscientes. O processo de aprender, nesse sentido, ultrapassa a simples transmissão de 
conteúdos e passa a envolver uma postura reflexiva e investigativa. 
A utilização de metodologias ativas estimula a resolução de problemas e o 
desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais. Cabral, Souza e Cabral et al. 
(2024) explicam que a gamificação é uma ferramenta pedagógica eficiente para despertar o 
interesse e a motivação dos alunos, favorecendo o engajamento em desafios que exigem análise 
e raciocínio. As atividades gamificadas transformam o ambiente escolar em um espaço de 
experimentação e descoberta, no qual o erro é percebido como oportunidade de aprendizado e 
crescimento intelectual. 
O pensamento crítico é fortalecido quando o estudante é incentivado a investigar, 
formular hipóteses e propor soluções inovadoras. Cabral, Ferreira e Alencar et al. (2024) 
observam que a aplicação de metodologias ativas no ensino de literatura estimula a 
interpretação e a análise simbólica, competências essenciais para a leitura crítica da realidade. 
A literatura, ao dialogar com o cotidiano, torna-se um instrumento de reflexão social e de 
exercício da empatia, desenvolvendo no aluno a habilidade de compreender múltiplas 
perspectivas e de construir argumentos fundamentados. 
As ciências também se beneficiam das metodologias que promovem o protagonismo 
estudantil. Cabral, Damasceno e Tenório et al. (2024) ressaltam que o uso de estratégias ativas 
no ensino científico estimula a curiosidade investigativa e a experimentação prática. O 
estudante aprende a formular problemas, planejar investigações e interpretar resultados, 
aproximando-se do método científico. Essa vivência fortaleceo pensamento lógico e o 
raciocínio dedutivo, essenciais para compreender e solucionar questões reais com base em 
evidências. 
A resolução de problemas é uma habilidade transversal, presente em todas as áreas do 
conhecimento. Cabral, Souza e Raimundo et al. (2024) apontam que o uso de metodologias 
ativas na educação geográfica permite ao estudante compreender as relações espaciais e 
ambientais de forma crítica. Ao analisar situações do cotidiano, o aluno desenvolve a 
 
38 
capacidade de correlacionar fenômenos e propor alternativas sustentáveis. O estudo do espaço 
geográfico, nesse contexto, torna-se um exercício de reflexão e responsabilidade cidadã. 
O estímulo ao pensamento crítico e à criatividade está associado à capacidade de o 
aluno construir conhecimento de forma autônoma. Cabral et al. (2024) defendem que o ensino 
colaborativo propicia um ambiente em que o diálogo e a interação favorecem a construção 
coletiva de saberes. O estudante aprende a ouvir, argumentar e revisar suas ideias, exercitando 
a empatia intelectual. Esse processo consolida competências comunicativas e reflexivas, 
fundamentais para o desenvolvimento de cidadãos conscientes e participativos. 
O raciocínio crítico é essencial para enfrentar os desafios de um mundo em constante 
transformação. Cabral e colaboradores (2024) destacam que o uso de estratégias como os 
mapas mentais e a gamificação potencializa a capacidade de síntese e de resolução criativa de 
problemas. Ao visualizar conexões entre conceitos, o estudante aprimora sua compreensão e 
fortalece a autonomia cognitiva. O aprendizado passa a ser um processo ativo, em que pensar, 
agir e criar se entrelaçam em uma dinâmica contínua de evolução intelectual. 
O aprendizado significativo está diretamente relacionado à capacidade de o aluno 
refletir sobre o que aprende e aplicar esse conhecimento em situações concretas. Cabral, 
Coelho e Silva et al. (2024) afirmam que a ludicidade, quando incorporada ao processo 
educativo, promove o desenvolvimento da imaginação e da criatividade. As atividades lúdicas 
despertam a curiosidade e favorecem a resolução de problemas de maneira prazerosa, 
transformando o aprendizado em uma experiência envolvente e produtiva. 
A construção do pensamento crítico implica o desenvolvimento de habilidades de 
análise, argumentação e julgamento ético. Cabral, Damasceno e Tenório et al. (2024) observam 
que a ciência em ação exige uma postura ativa e investigativa por parte do estudante, que 
aprende a pensar com base em dados e evidências. Esse tipo de abordagem estimula a 
autonomia intelectual e fortalece a competência de resolver problemas complexos com rigor e 
criatividade, preparando o aluno para os desafios acadêmicos e profissionais. 
O pensamento crítico é, ao mesmo tempo, uma atitude e uma competência. Cabral, 
Souza e Cabral et al. (2024) explicam que o uso de estratégias gamificadas, como missões e 
desafios, estimula a perseverança e o pensamento estratégico. O aluno aprende a planejar suas 
ações, analisar resultados e reformular estratégias, desenvolvendo a capacidade de tomar 
decisões fundamentadas. Essa autonomia reflexiva amplia as possibilidades de aprendizagem e 
contribui para o amadurecimento intelectual. 
O desenvolvimento de competências e habilidades cognitivas demanda um ensino que 
valorize a investigação e o trabalho colaborativo. Cabral et al. (2024) ressaltam que a 
aprendizagem colaborativa favorece a troca de saberes e a construção de soluções conjuntas 
 
39 
para problemas reais. Essa interação desperta o senso de pertencimento e de responsabilidade 
coletiva, fortalecendo o compromisso com o conhecimento e com o desenvolvimento 
sustentável da sociedade. 
O pensamento crítico é potencializado quando o aluno compreende que o 
conhecimento é dinâmico e mutável. Cabral, Coelho e Silva et al. (2024) afirmam que as 
metodologias ativas promovem um ambiente propício à reflexão e à criatividade, estimulando a 
experimentação e o questionamento. O estudante aprende a identificar problemas, formular 
hipóteses e validar ideias, consolidando uma postura investigativa diante dos desafios 
contemporâneos. 
O desenvolvimento de competências e habilidades como o pensamento crítico e a 
resolução de problemas requer um processo educativo que integre teoria, prática e reflexão. 
Cabral e seus colaboradores (2024) enfatizam que as metodologias ativas, quando bem 
aplicadas, transformam o espaço escolar em um ambiente de pesquisa e inovação. O aluno 
torna-se protagonista do próprio aprendizado, aprendendo a pensar de forma autônoma e a agir 
com responsabilidade social. A educação, cumpre seu papel essencial de formar cidadãos 
críticos, criativos e capazes de transformar a realidade em que vivem. 
2.8. DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES: TRABALHO 
EM EQUIPE E COMUNICAÇÃO 
O desenvolvimento de competências e habilidades voltadas ao trabalho em equipe e à 
comunicação representa uma dimensão essencial para a formação integral do indivíduo e para a 
consolidação de práticas educacionais inovadoras. O processo de aprendizagem se fortalece 
quando o estudante é incentivado a interagir, ouvir, dialogar e construir coletivamente o 
conhecimento. Ischkanian, Lima e Cabral et al. (2023) afirmam que a inteligência emocional é 
um elemento indispensável na educação contemporânea, pois permite ao aluno compreender a 
si mesmo e ao outro, promovendo relações mais empáticas e colaborativas. Essa competência 
relacional amplia a capacidade de resolver conflitos e fortalece o senso de pertencimento em 
contextos escolares e sociais. 
A comunicação eficaz é uma habilidade que sustenta o trabalho cooperativo e o 
desenvolvimento interpessoal. Ischkanian, Lima e Ferreira et al. (2023) destacam que a 
integração entre arte, inclusão e tecnologia estimula a expressão criativa e o diálogo entre 
diferentes linguagens, possibilitando a formação de sujeitos mais comunicativos e sensíveis. A 
arte, enquanto instrumento pedagógico, permite que os estudantes expressem emoções, ideias e 
percepções de maneira autêntica, construindo vínculos significativos e aprendendo a respeitar 
as múltiplas formas de expressão humana. 
 
40 
O trabalho em equipe promove o compartilhamento de saberes e a valorização da 
diversidade, aspectos fundamentais para a construção de uma sociedade democrática e 
participativa. Segundo Ischkanian, Ischkanian e Carvalho et al. (2023), a neuroplasticidade 
demonstra que o cérebro se adapta constantemente às experiências sociais e cognitivas, 
fortalecendo a aprendizagem colaborativa. Quando os alunos atuam em grupos, desenvolvem 
competências comunicativas e cognitivas simultaneamente, pois precisam articular ideias, 
negociar significados e tomar decisões conjuntas, exercitando empatia e raciocínio coletivo. 
A construção do conhecimento compartilhado exige diálogo, escuta ativa e 
cooperação. Ischkanian, Carvalho e Ferreira et al. (2023) observam que o ambiente educacional 
que valoriza o trabalho em grupo favorece o desenvolvimento da psicomotricidade, da 
afetividade e da comunicação. Essa integração entre corpo, emoção e mente potencializa a 
aprendizagem, uma vez que o estudante se torna capaz de compreender e respeitar o ritmo e as 
diferenças dos colegas. O aprendizado coletivo, portanto, vai além do conteúdo acadêmico, 
envolvendo o amadurecimento humano e social. 
A colaboração é um processo que amplia a percepção do outro e favorece o 
desenvolvimento da empatia. Ischkanian, Lima e Cabral et al. (2023) argumentam que a 
inteligência emocional é determinante para o equilíbrio das relações interpessoais e para a 
construção de ambientes cooperativos. Saber identificar e administrar as próprias emoções, 
bem como compreender as dos demais, é um exercício que fortalece a convivência e o espírito 
de equipe. A escola torna-se, assim, um espaço de aprendizagem emocional e social, onde o 
diálogoé ferramenta de crescimento. 
A comunicação assertiva surge como um pilar da convivência saudável e da eficiência 
no trabalho em grupo. Ischkanian, Lima e Ferreira et al. (2023) afirmam que a 
interdisciplinaridade, mediada por tecnologias e linguagens diversas, estimula a troca de ideias 
e a resolução de desafios de maneira criativa. O estudante aprende a argumentar com respeito e 
a adaptar sua linguagem conforme o contexto e o interlocutor, desenvolvendo uma postura 
comunicativa madura e consciente. 
Trabalhar em equipe requer habilidades que vão além do conhecimento técnico; exige 
sensibilidade, empatia e responsabilidade compartilhada. Ischkanian, Ischkanian e Souza et al. 
(2023) destacam que a neuroeducação revela como o aprendizado colaborativo ativa múltiplas 
áreas cerebrais, favorecendo a retenção do conhecimento. A convivência em grupo estimula a 
escuta, o pensamento coletivo e a cooperação, promovendo uma aprendizagem significativa 
baseada na interação social. 
A capacidade de cooperar é aprendida e fortalecida por meio da vivência escolar. 
Ischkanian, Carvalho e Ferreira et al. (2023) observam que a valorização do aluno em todos os 
 
41 
contextos pedagógicos contribui para a formação de sujeitos mais solidários e participativos. 
Quando o professor incentiva o diálogo e a coautoria de ideias, cria um ambiente onde todos se 
sentem valorizados, fortalecendo o compromisso com o grupo e o aprendizado compartilhado. 
O desenvolvimento da comunicação está intrinsecamente ligado à expressão de 
emoções e à capacidade de compreender o outro. Ischkanian, Lima e Cabral et al. (2023) 
ressaltam que a educação emocional é uma ferramenta poderosa para o trabalho coletivo, pois 
fortalece o equilíbrio entre razão e sentimento. Ao aprender a lidar com suas emoções e as dos 
colegas, o estudante se torna mais colaborativo e receptivo às diferenças, o que favorece a 
construção de relações saudáveis e produtivas. 
A interação entre os membros de uma equipe potencializa o desenvolvimento 
cognitivo e socioemocional. Ischkanian, Lima e Ferreira et al. (2023) afirmam que a 
interdisciplinaridade amplia a capacidade de comunicação entre áreas do saber, criando pontes 
entre o conhecimento científico e a prática social. Essa interação possibilita uma compreensão 
mais ampla da realidade e estimula a cooperação entre os alunos, que passam a perceber o valor 
da contribuição de cada membro do grupo. 
A construção de habilidades comunicativas e colaborativas também contribui para o 
fortalecimento da autonomia e da responsabilidade. Ischkanian, Ischkanian e Silva et al. (2023) 
explicam que a neuroplasticidade reforça a ideia de que a aprendizagem é um processo 
contínuo e adaptável, que se fortalece por meio da interação e da troca de experiências. O aluno 
aprende a refletir sobre suas ações, compreender as consequências de suas decisões e contribuir 
de forma ativa para o êxito coletivo. 
A convivência escolar é o espaço privilegiado para o exercício do diálogo e da 
empatia. Ischkanian, Carvalho e Souza et al. (2023) destacam que a valorização das diferenças 
individuais enriquece o processo de ensino, pois a diversidade de ideias e perspectivas amplia 
as possibilidades de aprendizagem. O trabalho em grupo torna-se, um espaço de 
experimentação, respeito e construção conjunta do conhecimento, onde todos aprendem com 
todos. 
O trabalho em equipe demanda também o desenvolvimento da escuta sensível e da 
comunicação não violenta. Ischkanian, Lima e Cabral et al. (2023) enfatizam que a educação 
emocional prepara os alunos para compreender a importância do diálogo construtivo na 
resolução de conflitos. Essa prática fortalece o sentimento de pertencimento e promove uma 
cultura escolar mais democrática, baseada na cooperação e no respeito mútuo. 
A comunicação, quando desenvolvida de maneira empática e consciente, transforma as 
relações humanas e educativas. Ischkanian, Lima e Ferreira et al. (2023) explicam que a 
integração entre arte, emoção e tecnologia favorece a expressão criativa e a sensibilidade 
 
42 
social. Essa abordagem amplia as possibilidades de interação entre alunos e professores, 
tornando o processo de ensino-aprendizagem mais afetivo e significativo. 
O desenvolvimento das competências de trabalho em equipe e comunicação é, 
portanto, um caminho essencial para a formação integral do sujeito e para o fortalecimento da 
convivência humana. Ischkanian e colaboradores (2023) evidenciam que a educação que 
integra emoção, colaboração e tecnologia é capaz de transformar o ambiente escolar em um 
espaço de convivência ética e de aprendizagem compartilhada. A formação de indivíduos 
comunicativos e cooperativos contribui para uma sociedade mais justa, empática e 
participativa, onde o saber é construído coletivamente. 
2.9. DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES: AUTONOMIA 
E RESPONSABILIDADE 
O desenvolvimento da autonomia e da responsabilidade é um dos pilares fundamentais 
para a formação de sujeitos críticos, conscientes e capazes de agir com discernimento diante 
das exigências do mundo contemporâneo. A educação comprometida com esses valores busca 
estimular o pensamento independente, o protagonismo e a capacidade de tomar decisões éticas 
e socialmente responsáveis. Francini (2023) aponta que o processo de ensino-aprendizagem 
deve incentivar o estudante a compreender-se como agente ativo da própria trajetória, 
reconhecendo suas potencialidades e limites. Essa postura favorece o amadurecimento pessoal 
e intelectual, fortalecendo o senso de autogestão e comprometimento com o próprio 
desenvolvimento. 
A autonomia não se limita à liberdade de escolha, mas envolve a capacidade de refletir 
sobre as próprias ações e de responder por elas com consciência e responsabilidade. Frazão 
Silva (2023) ressalta que o trabalho pedagógico voltado para a inclusão requer a promoção de 
experiências que despertem a autoconfiança e o senso de corresponsabilidade do aluno. A 
autonomia é construída gradativamente, mediante desafios cognitivos e afetivos que instigam o 
estudante a resolver problemas, tomar decisões e assumir os resultados de suas escolhas. 
O exercício da autonomia está diretamente relacionado à construção da 
responsabilidade. Francini (2023) observa que, quando o aluno participa ativamente das 
decisões que envolvem seu processo de aprendizagem, ele se torna mais engajado e 
comprometido. Essa relação equilibrada entre liberdade e responsabilidade desenvolve a 
maturidade e a capacidade de agir eticamente em diferentes contextos sociais. O estudante 
passa a compreender que seu aprendizado tem implicações coletivas e que o uso consciente de 
suas habilidades pode gerar impactos positivos no meio em que vive. 
O desenvolvimento da autonomia também está associado ao reconhecimento da 
diversidade e à valorização das diferenças individuais. Frazão Silva (2023) argumenta que o 
 
43 
ambiente inclusivo promove o respeito às singularidades e o fortalecimento do senso de 
empatia, elementos indispensáveis para o exercício da responsabilidade social. A autonomia, 
nesse contexto, não é compreendida como isolamento, mas como capacidade de conviver, 
respeitar e colaborar com o outro, reconhecendo a importância da interdependência nas 
relações humanas. 
O trabalho educativo que estimula a autonomia requer práticas pedagógicas reflexivas 
e contextualizadas. Francini (2023) destaca que o professor tem o papel de mediador e 
orientador, conduzindo o estudante à descoberta de caminhos próprios para a resolução de 
desafios. Essa mediação não retira a liberdade do aprendiz, mas amplia sua capacidade de 
analisar criticamente as situações e tomar decisões fundamentadas. O docente, ao promover um 
ambiente de confiança e diálogo, cria condições para que a autonomia floresça naturalmente. 
A responsabilidade, por sua vez, é o resultado do entendimento das consequências daspróprias ações. Frazão Silva (2023) afirma que o aprendizado ético e solidário é essencial para 
que o estudante compreenda que suas atitudes repercutem no coletivo. O desenvolvimento 
dessa consciência requer vivências educativas que integrem valores humanos, empatia e senso 
de justiça, estimulando o respeito às normas e a compreensão do bem comum. 
A construção da autonomia e da responsabilidade também depende da presença de um 
currículo flexível, que considere os interesses e as necessidades dos alunos. Francini (2023) 
enfatiza que o ensino que valoriza a personalização permite que o estudante exerça sua 
liberdade intelectual, escolhendo caminhos que despertem sua curiosidade e motivação. Essa 
liberdade direcionada estimula o pensamento crítico e o desejo contínuo de aprender, elementos 
centrais para a formação cidadã. 
A autonomia implica, ainda, o domínio de competências cognitivas e socioemocionais. 
Frazão Silva (2023) observa que o trabalho colaborativo entre professores e alunos, 
especialmente em ambientes inclusivos, favorece o desenvolvimento da empatia e do senso de 
cooperação. Quando o estudante reconhece o valor do diálogo e da partilha, compreende que 
ser autônomo também significa saber escutar, ponderar e respeitar diferentes pontos de vista. 
A responsabilidade ética está diretamente associada à tomada de decisões conscientes 
e informadas. Ischkanian, Lima e Barbosa et al. (2023) destacam que a era digital exige uma 
nova compreensão sobre responsabilidade, especialmente no que se refere à proteção de dados 
e ao uso ético das tecnologias. A autonomia, nesse cenário, deve ser acompanhada de uma 
postura crítica diante das informações e de um compromisso ético com a veracidade e a 
privacidade. 
A construção da autonomia intelectual é um processo dinâmico e contínuo. Francini 
(2023) sustenta que o estudante que desenvolve essa competência torna-se capaz de 
 
44 
autorregular sua aprendizagem e de planejar estratégias de estudo de acordo com suas 
necessidades. Essa autogestão promove o senso de propósito e o domínio emocional diante dos 
desafios acadêmicos e pessoais. A autonomia, portanto, é resultado de um processo que integra 
razão, emoção e ética. 
A responsabilidade também envolve o cumprimento de deveres e o respeito às normas 
que regem a convivência escolar e social. Frazão Silva (2023) reforça que a sala de recursos 
multifuncionais pode atuar como espaço privilegiado para o desenvolvimento dessas 
competências, pois oferece condições para o exercício da autoconfiança e da cooperação. O 
estudante aprende a respeitar o espaço do outro e a reconhecer sua importância na construção 
do coletivo. 
A autonomia se manifesta quando o aluno é capaz de fazer escolhas conscientes, 
orientadas por valores e por uma visão crítica da realidade. Francini (2023) destaca que o 
desenvolvimento dessa competência depende de oportunidades de experimentação e reflexão. 
O espaço educativo deve ser um ambiente que estimule a criatividade e o pensamento 
independente, fortalecendo o desejo de aprender e de contribuir com o mundo. 
O papel do educador, segundo Frazão Silva (2023), é promover situações de 
aprendizagem que desafiem o aluno a pensar e agir com responsabilidade. O professor deve 
instigar o questionamento e a análise crítica, incentivando o estudante a encontrar respostas 
próprias e a compreender as consequências de suas decisões. O desenvolvimento da autonomia 
não é imposto, mas construído por meio de práticas pedagógicas que valorizam a reflexão e o 
diálogo. 
A responsabilidade social surge como extensão natural da autonomia individual. 
Ischkanian, Lima e Amorim et al. (2023) indicam que compreender o impacto de suas ações no 
meio digital e social é parte essencial da formação cidadã contemporânea. O estudante deve ser 
preparado para exercer sua liberdade com discernimento, contribuindo para uma convivência 
ética e solidária, baseada no respeito à diversidade e à coletividade. 
O fortalecimento da autonomia e da responsabilidade requer um ambiente educacional 
que incentive a autorreflexão e o exercício da liberdade de pensamento. Francini (2023) 
observa que a prática pedagógica que promove a escuta ativa e o diálogo autêntico favorece o 
amadurecimento emocional e intelectual do estudante. Quando o indivíduo compreende que a 
aprendizagem não se limita à aquisição de conteúdos, mas à construção de um modo de ser no 
mundo, ele passa a reconhecer o valor de suas escolhas e o impacto de suas ações sobre os 
outros. Essa consciência amplia a noção de pertencimento e de compromisso com a 
coletividade, constituindo uma base sólida para a cidadania responsável e participativa. 
 
45 
A responsabilidade, entendida como parte integrante da autonomia, expressa-se na 
capacidade de o sujeito agir com ética, empatia e discernimento diante das complexidades da 
vida contemporânea. Frazão Silva (2023) enfatiza que a formação do indivíduo autônomo exige 
práticas que estimulem a solidariedade, a cooperação e o respeito à diversidade, pilares que 
sustentam uma convivência democrática. O estudante que desenvolve tais competências torna-
se apto a enfrentar os desafios da sociedade de forma crítica e construtiva, comprometido com a 
justiça social e o bem comum. A união entre autonomia e responsabilidade consolida um 
modelo de educação humanizadora, capaz de formar sujeitos conscientes, reflexivos e 
preparados para transformar a realidade por meio do conhecimento e da ação ética. 
2.10. DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES: 
CRIATIVIDADE E INOVAÇÃO 
O desenvolvimento da criatividade e da inovação configura-se como um elemento 
central na formação contemporânea, exigindo ambientes que incentivem a exploração de ideias 
e a experimentação de soluções originais. Castells e Espanha (1999) destacam que a sociedade 
da informação demanda sujeitos capazes de reinterpretar dados, transformar conhecimento em 
ação e criar novas possibilidades em contextos complexos. A capacidade criativa, portanto, não 
se restringe a talentos artísticos, mas abrange a competência de propor alternativas, questionar 
padrões estabelecidos e integrar múltiplas perspectivas para resolver problemas de maneira 
inovadora. 
No contexto educacional, promover a inovação requer metodologias que estimulem a 
autonomia do estudante, permitindo que ele experimente, erre e reconfigure suas estratégias de 
aprendizagem. Evangelista e Ferreira (2018) apontam que a docência universitária 
contemporânea deve incorporar práticas que integrem pensamento crítico, pesquisa e 
criatividade, favorecendo a construção de soluções inéditas. Quando os estudantes percebem a 
aprendizagem como um processo dinâmico e aberto, eles desenvolvem a habilidade de gerar 
ideias relevantes, analisar impactos e adaptar-se às mudanças constantes do ambiente 
acadêmico e profissional. 
A criatividade é amplificada quando há estímulo à colaboração entre pares, criando 
um espaço onde diferentes experiências e conhecimentos se entrelaçam. Dias e Endlich (2017) 
ressaltam que a pesquisa documental, ao ser realizada de maneira responsável e reflexiva, 
possibilita interpretações inovadoras e contribui para a produção de conhecimento original. 
Nesse sentido, o trabalho coletivo, articulado com reflexão individual, permite que soluções 
inesperadas emergam, promovendo um aprendizado mais profundo e transformador. 
O incentivo à experimentação, entendido como liberdade para explorar e testar 
hipóteses, é essencial para a consolidação de competências inovadoras. Castells e Espanha 
 
46 
(1999) enfatizam que a capacidade de lidar com a incerteza e de buscar soluções alternativas 
caracteriza os sujeitos preparados para atuar em uma economia e sociedade baseadas em 
informação e conhecimento. Esse tipo de abordagem fortalece a resiliência intelectual, uma vez 
que os estudantes aprendem a enxergar os erros como oportunidadesde aprendizado e 
aprimoramento contínuo. 
A integração de tecnologias e recursos digitais desempenha um papel significativo no 
estímulo à criatividade, oferecendo ferramentas que ampliam o alcance das ideias e permitem 
experiências de aprendizagem diversificadas. Evangelista e Ferreira (2018) sugerem que a 
incorporação de tecnologias educacionais não deve se limitar ao uso instrumental, mas servir 
como um meio para desenvolver pensamento crítico, síntese e inovação. Ao combinar 
ferramentas digitais com práticas pedagógicas inovadoras, o estudante é incentivado a 
experimentar, criar protótipos e desenvolver soluções originais para desafios complexos. 
A interdisciplinaridade constitui outro eixo fundamental para a inovação, permitindo 
que conhecimentos de diferentes áreas se conectem de forma criativa. Dias e Endlich (2017) 
destacam que o cruzamento de dados e a análise contextualizada favorecem descobertas e 
perspectivas inéditas, ampliando a capacidade de inovar. Ao trabalhar com conteúdos que 
dialogam entre si, o estudante é estimulado a construir soluções integradas e mais sofisticadas, 
tornando-se capaz de atuar em ambientes que exigem pensamento complexo e multifacetado. 
A criatividade não se manifesta apenas na proposição de novas ideias, mas também na 
habilidade de reformular processos existentes, tornando-os mais eficientes ou adaptáveis. 
Castells e Espanha (1999) salientam que a inovação contínua é característica essencial de 
sociedades avançadas, em que indivíduos e organizações precisam se reinventar 
constantemente. No âmbito educacional, isso implica encorajar os estudantes a revisar 
conceitos, questionar metodologias tradicionais e experimentar abordagens alternativas que 
resultem em melhorias significativas na aprendizagem. 
O ambiente de aprendizagem deve ser estruturado de modo a valorizar a diversidade 
de pensamentos e experiências, reconhecendo que múltiplas perspectivas enriquecem a 
capacidade criativa do grupo. Evangelista e Ferreira (2018) afirmam que a docência deve 
promover espaços inclusivos, onde a pluralidade de ideias seja incentivada e debatida de 
maneira construtiva. Quando diferentes vozes se encontram e dialogam, emergem soluções 
mais inovadoras, capazes de atender a demandas complexas e de ampliar a compreensão do 
mundo em múltiplas dimensões. 
O estímulo à curiosidade intelectual é um catalisador da criatividade, pois impulsiona 
o estudante a investigar, questionar e buscar respostas além do óbvio. Dias e Endlich (2017) 
evidenciam que o engajamento crítico com documentos, dados e informações promove insights 
 
47 
inovadores, permitindo a construção de conhecimento próprio. A curiosidade, aliada à 
disciplina investigativa, fortalece a capacidade de observar padrões, identificar lacunas e propor 
alternativas originais, transformando o aprendizado em um processo ativo e contínuo. 
A construção de competências inovadoras exige práticas de ensino que valorizem a 
experimentação, a reflexão e a adaptação constante. Castells e Espanha (1999) apontam que 
indivíduos capazes de reinventar procedimentos, integrar conhecimentos e criar novas soluções 
respondem de maneira mais eficiente às demandas sociais e profissionais. A inovação surge, 
portanto, da articulação entre liberdade de criação e rigor analítico, constituindo-se como uma 
habilidade estratégica para o desenvolvimento pessoal e coletivo. 
O desenvolvimento da criatividade também depende do reconhecimento do valor do 
erro como elemento educativo, permitindo que o estudante explore possibilidades sem medo de 
falhar. Evangelista e Ferreira (2018) destacam que a cultura de aprendizado que aceita a 
tentativa e a falha favorece a construção de soluções mais ousadas e criativas. Essa abordagem 
promove a coragem intelectual e a autonomia, incentivando o estudante a experimentar novas 
estratégias, refletir sobre resultados e ajustar condutas em busca de excelência e originalidade. 
A inovação educativa envolve não apenas a geração de ideias, mas a capacidade de 
implementá-las de maneira eficaz e contextualizada. Dias e Endlich (2017) ressaltam que a 
pesquisa aplicada, quando realizada de forma ética e responsável, transforma conceitos 
abstratos em soluções concretas, beneficiando indivíduos e comunidades. A criatividade, 
portanto, deve ser acompanhada de habilidades práticas que permitam materializar o 
pensamento inovador em ações transformadoras, ampliando o impacto da aprendizagem no 
mundo real. 
O fomento à criatividade pode ser potencializado por metodologias ativas que 
incentivem o protagonismo do estudante, a tomada de decisão e a solução de problemas 
complexos. Castells e Espanha (1999) sugerem que a sociedade atual demanda cidadãos 
capazes de construir conhecimento de forma autônoma e crítica, utilizando a informação como 
instrumento de transformação. Ao assumir papel central no processo de aprendizagem, o 
estudante desenvolve competências para inovar de maneira consciente, estratégica e 
colaborativa, articulando criatividade e pensamento crítico. 
O aprendizado inovador requer avaliação contínua e reflexiva, que vá além da 
mensuração de resultados imediatos e considere o desenvolvimento de competências 
complexas. Evangelista e Ferreira (2018) defendem que a avaliação deve reconhecer processos 
criativos, capacidade de adaptação e iniciativa, incentivando o aprimoramento constante. Dessa 
maneira, estudantes aprendem a valorizar não apenas o produto final, mas todo o percurso de 
 
48 
experimentação, análise e construção de soluções inovadoras, consolidando habilidades 
essenciais para a vida pessoal e profissional. 
A promoção da criatividade e inovação na educação é, portanto, um compromisso com 
a formação de sujeitos aptos a enfrentar desafios emergentes, propor soluções originais e 
transformar realidades. Dias e Endlich (2017) concluem que a articulação entre conhecimento, 
prática reflexiva e liberdade criativa constitui o núcleo da aprendizagem inovadora. Ao integrar 
pensamento crítico, habilidades técnicas e imaginação, os estudantes desenvolvem 
competências capazes de impactar positivamente a sociedade, contribuindo para o avanço do 
conhecimento e a construção de futuros mais sustentáveis e criativos. 
2.11. DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS E HABILIDADES: 
CAPACIDADE DE APRENDER CONTINUAMENTE 
O desenvolvimento da capacidade de aprender continuamente é um elemento essencial 
para a formação de indivíduos preparados para enfrentar os desafios de um mundo em 
constante transformação. Cabral et al. (2024) afirmam que metodologias ativas promovem a 
construção de ambientes inclusivos, nos quais o estudante se torna protagonista de seu próprio 
processo de aprendizagem. Essa competência não se limita à aquisição de informações, mas 
envolve a habilidade de refletir, questionar e integrar conhecimentos de maneira crítica, 
permitindo que o aprendizado se prolongue ao longo da vida. 
A aprendizagem contínua exige do indivíduo disposição para a autoavaliação e a 
adaptação frente a novas situações. Cabral et al. (2024) destacam que o engajamento em 
atividades que exploram diferentes culturas e línguas favorece o desenvolvimento de 
habilidades cognitivas e socioemocionais. Nesse contexto, aprender continuamente implica 
reconhecer lacunas no próprio conhecimento, buscar estratégias de atualização e experimentar 
diferentes abordagens para consolidar a compreensão e a aplicação prática das informações 
adquiridas. 
Metodologias ativas contribuem significativamente para a consolidação da 
aprendizagem permanente, pois incentivam a participação ativa do estudante e a resolução de 
problemas de maneira colaborativa. Carvalho (2020) evidencia que atividades culturais, como o 
teatro, podem servir como ferramentas pedagógicas que estimulam o pensamento crítico, a 
empatia e a criatividade. Ao envolver os estudantes em situações reais ou simuladas, essas 
práticaspromovem um aprendizado profundo, capaz de ser transferido para contextos diversos 
e de manter-se relevante ao longo do tempo. 
A capacidade de aprender continuamente está diretamente relacionada à habilidade de 
questionar pressupostos, analisar informações de diferentes fontes e reinterpretar conceitos à 
luz de novas evidências. Cabral et al. (2024) sugerem que o uso de metodologias ativas, 
 
49 
combinadas com tecnologias emergentes, amplia a autonomia do estudante e fortalece sua 
capacidade de tomar decisões fundamentadas. Essa abordagem incentiva a construção de 
conhecimento crítico e reflexivo, preparando o indivíduo para atuar em ambientes complexos e 
dinâmicos. 
O estímulo à curiosidade intelectual é um dos pilares para desenvolver a aprendizagem 
ao longo da vida. Cabral et al. (2024) apontam que a exploração de culturas e línguas diversas 
proporciona experiências que ampliam horizontes e incentivam a investigação constante. A 
busca por compreender fenômenos, analisar contextos e experimentar novas soluções permite 
que o estudante se torne um aprendiz resiliente, capaz de adaptar-se às mudanças e de adquirir 
competências que se renovam continuamente. 
O aprendizado contínuo também envolve a capacidade de articular conhecimentos 
teóricos com experiências práticas. Carvalho (2020) demonstra que a utilização de atividades 
culturais, como apresentações teatrais, permite a vivência concreta de conceitos abstratos, 
consolidando habilidades cognitivas e sociais. Essa integração fortalece a compreensão, 
promove a retenção de informações e desenvolve a capacidade de aplicar conhecimentos em 
situações inéditas, essenciais para a aprendizagem constante. 
A reflexão crítica constitui um componente indispensável para a aprendizagem 
permanente. Cabral et al. (2024) enfatizam que metodologias ativas incentivam o estudante a 
questionar suas próprias ideias, a confrontar perspectivas divergentes e a buscar soluções 
inovadoras. Esse processo desenvolve a capacidade de avaliar informações com discernimento, 
identificar padrões e tomar decisões conscientes, consolidando competências que permanecem 
ativas e adaptáveis ao longo da trajetória acadêmica e profissional. 
O aprendizado contínuo exige também habilidades de autogestão e planejamento. 
Cabral et al. (2024) destacam que ambientes educacionais que promovem autonomia estimulam 
o estudante a organizar seu tempo, estabelecer metas de aprendizado e monitorar seu progresso. 
Essas competências permitem que o indivíduo se torne responsável por sua evolução, 
desenvolvendo hábitos de estudo eficazes e construindo uma base sólida para a aquisição 
constante de novos conhecimentos. 
A diversidade de estratégias pedagógicas fortalece a capacidade de aprender 
continuamente, pois amplia os caminhos para a compreensão e a aplicação do conhecimento. 
Carvalho (2020) evidencia que práticas que combinam dramatização, debates e pesquisas 
incentivam a exploração de múltiplas perspectivas e promovem a capacidade de adaptação. Ao 
vivenciar diferentes métodos, o estudante aprende a ajustar sua abordagem de acordo com o 
contexto, fortalecendo a flexibilidade cognitiva e a competência de aprendizagem permanente. 
 
50 
O papel do professor é fundamental para estimular a aprendizagem contínua, pois atua 
como mediador e facilitador do processo educativo. Cabral et al. (2024) ressaltam que docentes 
que utilizam metodologias ativas promovem engajamento, motivação e reflexão crítica. Ao 
propor desafios, incentivar a investigação e valorizar a participação ativa, o professor contribui 
para o desenvolvimento de habilidades que tornam o estudante capaz de aprender de maneira 
autônoma e prolongada ao longo da vida. 
A tecnologia exerce papel estratégico na consolidação da aprendizagem contínua, 
oferecendo recursos que ampliam o acesso à informação e possibilitam experiências de estudo 
diversificadas. Cabral et al. (2024) afirmam que ferramentas digitais, quando integradas a 
metodologias ativas, estimulam o pensamento crítico, a colaboração e a criatividade. A 
combinação de tecnologia e prática pedagógica inovadora favorece a construção de 
conhecimento dinâmico, que se mantém relevante e adaptável frente às mudanças sociais e 
profissionais. 
A aprendizagem ao longo da vida também depende da capacidade de integração entre 
conhecimento formal e informal. Carvalho (2020) destaca que atividades extracurriculares, 
culturais e interativas complementam o ensino tradicional, proporcionando experiências 
significativas que enriquecem a formação do estudante. Ao valorizar tanto o aprendizado 
estruturado quanto a vivência prática, os indivíduos desenvolvem habilidades de reflexão, 
síntese e aplicação contínua do conhecimento. 
O desenvolvimento da capacidade de aprender continuamente está intimamente ligado 
à motivação intrínseca do estudante, que precisa perceber sentido e relevância no processo 
educativo. Cabral et al. (2024) afirmam que metodologias ativas fomentam engajamento ao 
conectar o aprendizado com experiências reais e contextos significativos. Quando o estudante 
percebe utilidade e propósito no que aprende, torna-se mais proativo na busca por 
conhecimento e mais resiliente diante de desafios e mudanças. 
A construção de competências para o aprendizado contínuo requer ambientes 
inclusivos, nos quais todos os estudantes tenham acesso a oportunidades de exploração, 
experimentação e reflexão. Cabral et al. (2024) destacam que a diversidade de experiências e a 
valorização das diferentes perspectivas contribuem para o desenvolvimento de habilidades 
adaptativas e criativas. A inclusão fortalece a capacidade de aprender continuamente, pois 
promove a troca de conhecimentos, o respeito às diferenças e a construção coletiva de soluções 
inovadoras. 
A aprendizagem contínua deve ser compreendida como um processo dinâmico e 
integrado, que articula reflexão, prática e inovação. Carvalho (2020) evidencia que experiências 
educativas que combinam metodologia ativa, cultura e prática aplicada geram competências 
 
51 
duradouras, capazes de sustentar o desenvolvimento pessoal e profissional ao longo da vida. Ao 
cultivar a curiosidade, a autonomia e a resiliência, os estudantes se tornam aptos a aprender 
continuamente, enfrentando mudanças, aproveitando oportunidades e contribuindo para a 
transformação social. 
2.12. INTEGRAÇÃO INTERDISCIPLINAR E CONTEXTUALIZAÇÃO 
A integração interdisciplinar e a contextualização do ensino representam estratégias 
centrais para a formação de estudantes capazes de compreender fenômenos complexos e 
interconectados. Bergmann e Sams (2016) destacam que a abordagem da sala de aula invertida 
favorece a articulação entre diferentes áreas do conhecimento, permitindo que o estudante 
compreenda conceitos teóricos a partir de sua aplicação prática. Ao conectar conteúdos, 
habilidades e experiências do cotidiano, a aprendizagem se torna mais significativa e próxima 
da realidade social, profissional e cultural dos alunos. 
A problematização e a construção de projetos integradores estimulam a reflexão crítica 
e a tomada de decisão fundamentada. Blikstein (2016) afirma que metodologias ativas, como o 
PBL, possibilitam que o estudante enfrente desafios que extrapolam os limites de uma 
disciplina isolada, incentivando a análise de múltiplas perspectivas. Ao trabalhar problemas 
multidisciplinares, o indivíduo desenvolve competências cognitivas complexas, além de 
fortalecer habilidades socioemocionais, como a colaboração, a comunicação e a 
responsabilidade compartilhada. 
O contexto social e cultural do estudante é essencial para tornar o aprendizado 
relevante. Cabral et al. (2024) argumentam que metodologias ativas aplicadas em ambientes 
inclusivos promovem experiências de ensino que valorizam a diversidade e fortalecem a 
compreensão das interações sociais. Quando os conteúdos são contextualizados, os estudantespercebem a utilidade prática do conhecimento, o que aumenta o engajamento e a motivação, 
permitindo que cada disciplina contribua para a construção de um saber integral. 
Explorar diferentes linguagens e culturas enriquece a integração interdisciplinar, 
promovendo aprendizagem crítica e sensível ao contexto. Cabral et al. (2024) evidenciam que 
experiências que combinam ensino de línguas e metodologias ativas favorecem a compreensão 
de fenômenos globais e locais, ao mesmo tempo que desenvolvem a capacidade de adaptação 
do estudante. Essa abordagem amplia a visão de mundo, estimulando o pensamento analítico, 
criativo e colaborativo em diversos cenários educativos e profissionais. 
O teatro e outras atividades culturais podem servir como ferramentas de integração 
curricular, permitindo que conceitos abstratos ganhem concretude por meio da vivência prática. 
Carvalho (2020) destaca que o uso de dramatização no ensino do Direito favorece a articulação 
 
52 
entre teoria e prática, além de desenvolver habilidades comunicativas e éticas nos estudantes. 
Tais práticas proporcionam uma compreensão mais profunda do conteúdo, ao envolver 
aspectos emocionais, sociais e cognitivos de maneira simultânea. 
A interdisciplinaridade também se reflete na capacidade de o estudante transferir 
conhecimento de uma área para outra, resolvendo problemas complexos com criatividade e 
eficácia. Bergmann e Sams (2016) observam que atividades integradas incentivam a 
aprendizagem ativa e a experimentação, estimulando a conexão entre saberes distintos. Ao 
compreender relações entre disciplinas, o estudante passa a reconhecer padrões e a propor 
soluções mais completas, fortalecendo sua autonomia intelectual. 
O contexto tecnológico influencia diretamente a integração de diferentes áreas do 
conhecimento. Castells e Espanha (1999) apontam que a era da informação exige indivíduos 
capazes de articular dados, comunicação e cultura digital em suas práticas cotidianas. A 
utilização de recursos digitais, aliada a metodologias ativas, possibilita que o estudante explore 
múltiplas perspectivas, organize informações complexas e desenvolva competências para a 
tomada de decisões em ambientes diversificados. 
A interdisciplinaridade facilita a construção de conhecimentos complexos que não 
podem ser compreendidos isoladamente. Blikstein (2016) enfatiza que enfrentar problemas 
multidisciplinares promove a capacidade de síntese, análise crítica e resolução criativa de 
desafios. Quando os estudantes percebem as interconexões entre áreas, eles desenvolvem 
habilidades de pensamento sistêmico, essenciais para atuar em sociedades que demandam 
compreensão integrada de fenômenos econômicos, sociais e ambientais. 
Metodologias ativas estimulam a contextualização ao permitir que o estudante conecte 
conteúdos à sua realidade local e global. Cabral et al. (2024) destacam que a aprendizagem 
baseada em projetos cria oportunidades para que o conhecimento seja aplicado em situações 
concretas, fortalecendo a percepção de relevância e propósito. Essa abordagem contribui para a 
construção de saberes duradouros, ao articular teoria, prática e experiência cultural de maneira 
integrada. 
O engajamento colaborativo é potencializado quando os estudantes trabalham em 
equipes que exploram diferentes perspectivas disciplinares. Blikstein (2016) ressalta que a 
resolução de problemas complexos em grupo desenvolve habilidades de comunicação, 
negociação e liderança. O aprendizado coletivo não apenas reforça o conhecimento individual, 
mas também promove a construção de soluções mais inovadoras e contextualizadas, integrando 
saberes e experiências diversas. 
O papel do docente se torna estratégico na promoção da integração interdisciplinar, 
pois ele organiza e media experiências de aprendizagem significativas. Bergmann e Sams 
 
53 
(2016) apontam que professores que planejam atividades contextualizadas e conectadas a 
múltiplas disciplinas potencializam o pensamento crítico e a autonomia do estudante. Ao 
orientar a articulação entre diferentes saberes, o educador fortalece a compreensão global e 
prepara o estudante para enfrentar desafios complexos. 
A cultura digital e a informação globalizada demandam práticas educativas que 
articulam diferentes áreas do conhecimento. Castells e Espanha (1999) destacam que 
indivíduos capazes de interpretar dados, informações e contextos culturais distintos estão 
melhor preparados para interagir em sociedades complexas. A integração interdisciplinar 
permite que os estudantes desenvolvam competências de análise, síntese e avaliação crítica, 
fundamentais para atuar em cenários dinâmicos e interconectados. 
A contextualização dos conteúdos reforça a aprendizagem significativa e a capacidade 
de transferir saberes para diferentes contextos. Cabral et al. (2024) afirmam que projetos 
baseados em situações reais promovem maior compreensão e retenção do conhecimento, ao 
estabelecer relações entre a vida cotidiana, o mundo do trabalho e a realidade social. Essa 
abordagem fortalece a motivação e permite que os estudantes vejam sentido naquilo que 
aprendem, consolidando habilidades cognitivas, sociais e emocionais. 
Atividades culturais e artísticas oferecem oportunidades de integrar conhecimento e 
vivência prática, estimulando a criatividade e a reflexão crítica. Carvalho (2020) evidencia que 
o uso do teatro no ensino proporciona aprendizado colaborativo, desenvolvimento ético e 
compreensão interdisciplinar. Ao articular diferentes áreas do saber, essas experiências 
ampliam a visão de mundo do estudante e promovem habilidades que transcendem as fronteiras 
disciplinares. 
A integração interdisciplinar e a contextualização devem ser entendidas como 
estratégias que fortalecem a aprendizagem significativa e preparam o estudante para a 
complexidade do mundo contemporâneo. Blikstein (2016) argumenta que enfrentar problemas 
que envolvem múltiplas disciplinas, aliados a contextos reais, promove competências 
cognitivas, socioemocionais e éticas. Ao conectar teoria, prática e experiência cultural, a 
educação se torna mais eficiente, inclusiva e capaz de formar indivíduos críticos, inovadores e 
socialmente conscientes. 
2.13. PLANEJAMENTO E ESTRUTURAÇÃO DAS ATIVIDADES 
O planejamento e a estruturação das atividades educacionais representam etapas 
fundamentais para assegurar que o processo de ensino-aprendizagem ocorra de maneira 
eficiente e significativa. Bergmann e Sams (2016) destacam que definir objetivos claros e 
estabelecer a sequência de ações é essencial para que os estudantes compreendam o propósito 
 
54 
das tarefas e a relevância do conhecimento aplicado. A clareza na definição do problema ou 
projeto garante que os desafios propostos sejam ao mesmo tempo instigantes, factíveis e 
alinhados aos interesses dos aprendizes, promovendo engajamento e motivação. 
A escolha de problemas relevantes e desafiadores deve ser guiada pelo potencial de 
aprendizagem e pela conexão com situações do cotidiano ou do mundo do trabalho. Blikstein 
(2016) aponta que problemas bem formulados favorecem a investigação crítica e a articulação 
entre teoria e prática, permitindo que o estudante desenvolva competências cognitivas 
complexas. Ao selecionar desafios viáveis, o docente contribui para que os alunos 
experimentem soluções criativas sem que se sintam sobrecarregados ou desmotivados. 
As etapas de desenvolvimento das atividades devem ser organizadas de maneira lógica 
e progressiva. Cabral et al. (2024) sugerem que a investigação inicial, seguida do planejamento 
detalhado e da execução controlada, fortalece a autonomia e a responsabilidade dos estudantes. 
Cada fase deve ser estruturada com objetivos específicos, de modo que a avaliação e a 
retroalimentação ocorram de forma contínua, permitindo ajustes e reflexões que potencializam 
a aprendizagem. 
A pesquisa documental e bibliográfica constitui umfomentando la aplicación práctica de los contenidos y un aprendizaje significativo, además de 
fortalecer habilidades socioemocionales y de gestión del tiempo (Bender, 2014; Hernández; 
Ventura, 1998). El uso de estas metodologías en la educación superior requiere una 
planificación pedagógica cuidadosa, la selección de problemas y proyectos alineados con los 
objetivos de aprendizaje, así como un seguimiento y retroalimentación continuos (Bacich; 
Moran, 2018; Berbel, 2012). Los estudios indican que la implementación efectiva de estos 
enfoques potencia la motivación de los estudiantes, amplía su protagonismo y fortalece 
competencias interpersonales y colaborativas, fundamentales para el mercado laboral 
contemporáneo (Cabral et al., 2024; Anderson, 2021). La integración de tecnologías educativas 
y entornos híbridos contribuye a diversificar las estrategias de enseñanza y apoyar diferentes 
estilos de aprendizaje, promoviendo inclusión y accesibilidad (Bacich; Tanzi Neto; Trevizani, 
2015; Bergmann; Sams, 2016). A pesar de los beneficios, la adopción de metodologías activas 
enfrenta desafíos relacionados con la formación docente, la resistencia al cambio y las 
limitaciones estructurales de las instituciones. La literatura enfatiza que los docentes necesitan 
capacitación continua para actuar como mediadores del conocimiento, estimulando la reflexión, 
la colaboración y el pensamiento crítico, al mismo tiempo que incorporan herramientas 
tecnológicas de manera pedagógica (Blikstein, 2016; Evangelista; Ferreira, 2018). En 
conclusión, el aprendizaje basado en problemas y proyectos constituye un camino prometedor 
para la innovación educativa, fortaleciendo no solo el dominio cognitivo, sino también las 
habilidades socioemocionales, la autonomía y la responsabilidad de los estudiantes frente a la 
construcción de su propio conocimiento. Estas metodologías fomentan el desarrollo de 
competencias de colaboración, comunicación y pensamiento crítico, esenciales para actuar en 
contextos profesionales cada vez más dinámicos e interdisciplinarios. La implementación 
efectiva de estas estrategias representa un avance significativo en la transformación de las 
prácticas pedagógicas, acercando la educación superior a las demandas reales del mundo 
contemporáneo. 
Palabras clave: Metodologías activas; aprendizaje basado en problemas; aprendizaje basado 
en proyectos; educación superior; innovación pedagógica. 
 
 
5 
METODOLOGIAS ATIVAS: APRENDIZAGEM BASEADA EM 
PROBLEMAS E PROJETOS NO ENSINO SUPERIOR. 
 
Simone Helen Drumond Ischkanian 
Gladys Nogueira Cabral 
Sandro Garabed Ischkanian 
Wilson Bezerra dos Santos 
Silvana Nascimento de Carvalho 
Gabriel Nascimento de Carvalho 
Marcos Aurélio dos Santos Freitas 
1. INTRODUÇÃO 
O ensino superior tem experimentado transformações significativas nas últimas 
décadas, impulsionadas pela crescente demanda por profissionais capazes de atuar em 
contextos complexos e dinâmicos. Segundo Araújo e Sastre (2016), as metodologias ativas 
surgem como alternativas capazes de deslocar o protagonismo do ensino tradicional centrado 
no professor para práticas que colocam o estudante no centro do processo de aprendizagem. 
Esse movimento evidencia a necessidade de repensar estruturas curriculares, estratégias 
didáticas e mecanismos de avaliação, de modo a atender às demandas contemporâneas de 
inovação educacional. 
Entre as metodologias ativas, a Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) destaca-
se por utilizar situações-problema reais como ponto de partida para o desenvolvimento do 
conhecimento. Berbel (2012) enfatiza que o PBL estimula a investigação, a análise crítica e a 
resolução de problemas complexos, promovendo a construção autônoma do saber e 
fortalecendo a capacidade de tomada de decisão dos estudantes. Essa abordagem exige dos 
docentes habilidades específicas de mediação, planejamento cuidadoso e acompanhamento 
contínuo, de modo a garantir que os objetivos de aprendizagem sejam efetivamente alcançados. 
De modo complementar, a Aprendizagem Baseada em Projetos (PjBL) foca na 
realização de projetos interdisciplinares que integram diferentes áreas do conhecimento, 
incentivando a aplicação prática de conceitos teóricos. Bender (2014) destaca que a PjBL 
contribui para o desenvolvimento de competências técnicas, socioemocionais e de gestão de 
tempo, além de fomentar a criatividade e a colaboração entre os alunos. Essa metodologia 
permite que os estudantes percebam a relevância do conteúdo aprendido, promovendo um 
aprendizado significativo e engajado. 
O engajamento estudantil constitui um elemento central na eficácia das metodologias 
ativas. Anderson (2021) aponta que ambientes de aprendizagem nos quais os alunos são 
protagonistas favorecem a motivação intrínseca e ampliam o interesse pelo conhecimento, 
resultando em maior retenção de conteúdos e desenvolvimento de habilidades de pensamento 
 
6 
crítico. Nesse contexto, os estudantes tornam-se agentes ativos na construção do saber, 
assumindo responsabilidades sobre seu próprio processo educativo. 
A integração de tecnologias digitais e ambientes híbridos tem potencializado a 
implementação de metodologias ativas no ensino superior. Bergmann e Sams (2016) ressaltam 
que ferramentas digitais permitem a diversificação de estratégias pedagógicas, promovem 
inclusão e acessibilidade, e favorecem diferentes estilos de aprendizagem. Recursos como 
plataformas de colaboração, simulações virtuais e recursos interativos ampliam o alcance das 
práticas ativas, possibilitando experiências mais dinâmicas e contextualizadas. 
Apesar dos benefícios evidentes, a adoção de metodologias ativas enfrenta desafios 
relacionados à formação docente. Blikstein (2016) destaca que os professores necessitam 
desenvolver competências específicas para atuar como mediadores do conhecimento, 
promovendo reflexão crítica, colaboração e aprendizagem autônoma. A ausência de 
capacitação adequada pode comprometer a eficácia das estratégias, reduzindo o potencial 
transformador dessas abordagens no ambiente acadêmico. 
A mudança de paradigma no ensino superior também envolve uma revisão dos 
modelos de avaliação. Berbel (2012) aponta que avaliações tradicionais centradas em provas e 
memorização não são compatíveis com metodologias ativas, sendo necessária a implementação 
de instrumentos que considerem a participação, o desenvolvimento de projetos e a resolução de 
problemas reais. Avaliações formativas, autoavaliação e feedback contínuo constituem 
ferramentas essenciais para monitorar o progresso do aprendizado de forma integrada. 
O desenvolvimento de competências socioemocionais é outro diferencial 
proporcionado pelas metodologias ativas. Cabral et al. (2024) enfatizam que projetos 
colaborativos e problemas contextualizados favorecem habilidades de comunicação, empatia, 
liderança e trabalho em equipe, competências cada vez mais demandadas pelo mercado de 
trabalho global. Tais habilidades são construídas de forma orgânica ao longo das atividades, 
refletindo a integração entre aprendizado cognitivo e social. 
A aprendizagem baseada em problemas e projetos contribui para a autonomia 
intelectual dos estudantes, permitindo que eles planejem, executem e avaliem suas próprias 
ações no processo educativo. Bacich e Moran (2018) argumentam que a autonomia é 
fortalecida quando o estudante enfrenta desafios reais, toma decisões estratégicas e aprende a 
lidar com incertezas, habilidades essenciais para o desenvolvimento pessoal e profissional. A 
construção ativa do conhecimento estimula a reflexão crítica e a capacidade de análise 
independente. 
As metodologias ativas promovem a interdisciplinaridade, integrando saberes de 
diferentes áreas do conhecimento. Bender (2015) destaca que projetos que envolvem múltiplas 
 
7 
disciplinas favorecem a contextualização do aprendizado e a aplicação prática do 
conhecimento,recurso essencial no planejamento 
de atividades acadêmicas. Dias e Endlich (2017) enfatizam que a coleta de informações de 
forma responsável e crítica permite que o estudante construa argumentos sólidos e desenvolva 
capacidade analítica. Incorporar fontes diversificadas assegura que o conhecimento produzido 
seja fundamentado e contextualizado, promovendo rigor metodológico e sensibilidade ética. 
A definição de recursos necessários deve considerar materiais, tecnologias e 
estratégias pedagógicas que facilitem a aprendizagem. Bergmann e Sams (2016) indicam que a 
disponibilidade de ferramentas adequadas, aliada à orientação docente, potencializa o 
engajamento e a compreensão do conteúdo. Recursos bem selecionados garantem que os 
estudantes possam explorar diferentes abordagens e desenvolver habilidades práticas em 
consonância com os objetivos educacionais. 
A avaliação desempenha papel central no planejamento, pois orienta o progresso do 
estudante e a efetividade das estratégias adotadas. Cabral et al. (2024) destacam que critérios 
claros e previamente estabelecidos permitem medir não apenas o desempenho final, mas 
também o desenvolvimento de competências ao longo do processo. A avaliação contínua 
incentiva a reflexão sobre erros e acertos, promovendo aprendizado autônomo e crítico. 
Atividades culturais e artísticas podem ser incorporadas como instrumentos 
metodológicos para dinamizar o ensino. Carvalho (2020) evidencia que o teatro, por exemplo, 
permite explorar conceitos abstratos de forma prática, engajando emocionalmente o estudante e 
 
55 
favorecendo a internalização do conhecimento. Tais estratégias contribuem para a construção 
de habilidades socioemocionais, ampliando a compreensão de contextos e situações complexas. 
A contextualização do conteúdo fortalece a aprendizagem significativa, conectando o 
conhecimento à realidade do estudante. Cabral et al. (2024) apontam que atividades que 
integram experiências culturais, sociais e linguísticas possibilitam reflexões mais profundas e 
críticas. A construção de projetos contextualizados favorece a percepção de relevância do 
aprendizado, tornando os desafios propostos mais motivadores e produtivos. 
O planejamento interdisciplinar permite que os estudantes percebam as relações entre 
diferentes áreas do conhecimento. Blikstein (2016) sugere que integrar conteúdos de diversas 
disciplinas potencializa a análise de problemas complexos e desenvolve a capacidade de pensar 
de forma sistêmica. Essa abordagem favorece a criatividade, a resolução de problemas e a 
capacidade de tomar decisões fundamentadas em múltiplas perspectivas. 
A definição clara de papéis e responsabilidades é essencial para a execução organizada 
das atividades. Evangelista e Ferreira (2018) destacam que a distribuição de tarefas e funções 
garante que os alunos assumam protagonismo e colaborem efetivamente no desenvolvimento 
dos projetos. A responsabilidade compartilhada contribui para o fortalecimento da autonomia, 
do senso de compromisso e da cooperação entre os participantes. 
A utilização de tecnologias digitais deve ser planejada para ampliar as possibilidades 
de aprendizagem. Castells e Espanha (1999) enfatizam que o uso estratégico de ferramentas 
digitais promove acesso a informações diversificadas e permite a construção colaborativa do 
conhecimento. Plataformas, softwares e recursos multimídia, quando integrados às atividades, 
potencializam a participação ativa, a pesquisa e a criação de soluções inovadoras. 
A atenção às necessidades inclusivas garante que todos os estudantes possam 
participar de forma plena. Francini (2023) e Frazão Silva (2023) indicam que a adaptação de 
estratégias, materiais e espaços educacionais favorece o aprendizado de alunos com diferentes 
habilidades, incluindo aqueles com dislexia ou espectro autista. Planejar para a inclusão amplia 
o impacto educativo, tornando o ambiente mais equitativo e respeitoso com a diversidade. 
A elaboração de um cronograma detalhado auxilia no cumprimento das etapas e na 
organização das atividades. Bergmann e Sams (2016) destacam que planejar prazos realistas e 
metas intermediárias permite monitorar o progresso e realizar ajustes necessários ao longo do 
processo. Um planejamento temporal estruturado evita sobrecarga, facilita o acompanhamento 
do desempenho e mantém a motivação dos estudantes elevada. 
A reflexão contínua sobre as práticas docentes e estudantis enriquece o processo de 
planejamento. Evangelista e Ferreira (2018) sugerem que a análise de resultados e feedbacks 
permite aprimorar estratégias, identificar dificuldades e promover melhorias. O ajuste constante 
 
56 
garante que as atividades permaneçam alinhadas aos objetivos educacionais, às necessidades 
dos alunos e às demandas do contexto contemporâneo. 
O planejamento cuidadoso e a estruturação coerente das atividades são essenciais para 
potencializar a aprendizagem significativa. Ischkanian et al. (2023) afirmam que a articulação 
entre definição de problemas, organização de etapas, seleção de recursos e critérios de 
avaliação resulta em experiências educativas mais completas e efetivas. Ao integrar teoria, 
prática, tecnologia e inclusão, o ensino se torna mais dinâmico, desafiador e capaz de preparar 
os estudantes para atuar de forma crítica, ética e inovadora. 
2.14. AVALIAÇÃO FORMATIVA E PROCESSUAL 
A avaliação formativa e processual constitui um componente essencial no 
desenvolvimento educacional, pois permite compreender o avanço do aprendizado em tempo 
real. Bergmann e Sams (2016) destacam que práticas avaliativas contínuas oferecem 
oportunidade de ajustes pedagógicos enquanto o processo acontece, evitando que o foco se 
restrinja apenas ao produto final. Assim, a avaliação assume caráter dinâmico, acompanhando 
cada etapa da aprendizagem e promovendo reflexões constantes por parte dos estudantes. 
Ao considerar a autoavaliação como ferramenta central, os alunos tornam-se agentes 
ativos de seu próprio processo de aprendizagem. Blikstein (2016) enfatiza que o engajamento 
do estudante aumenta quando ele pode identificar pontos fortes e áreas de aprimoramento de 
forma autônoma. Isso reforça a importância de instrumentos que estimulem a reflexão crítica, 
tornando a aprendizagem mais significativa e consciente. 
A avaliação por pares, por sua vez, contribui para a construção de um ambiente 
colaborativo e de suporte mútuo entre os alunos. Cabral et al. (2024a) argumentam que esse 
tipo de avaliação promove empatia e responsabilidade coletiva, além de desenvolver 
habilidades de comunicação e análise crítica. O feedback recebido de colegas fornece 
perspectivas diferentes, enriquecendo o entendimento do próprio desempenho e incentivando a 
melhoria contínua. 
O uso de feedbacks constantes se configura como estratégia que fortalece o progresso 
individual e coletivo. Carvalho (2020) observa que retornos frequentes, claros e objetivos 
permitem que erros sejam compreendidos e corrigidos antes de se consolidarem. A prática de 
fornecer comentários construtivos contribui para que o aprendizado seja orientado e 
direcionado, evitando frustrações e fortalecendo a confiança dos estudantes em suas 
capacidades. 
No contexto da aprendizagem inclusiva, a avaliação processual desempenha papel 
fundamental na adaptação de estratégias pedagógicas. Francini (2023) aponta que observar a 
 
57 
evolução de alunos com necessidades específicas requer flexibilidade e sensibilidade. O 
acompanhamento contínuo possibilita ajustes que respeitam diferenças cognitivas e sociais, 
garantindo que todos tenham oportunidades equitativas de desenvolvimento. 
A integração de metodologias ativas com práticas avaliativas contínuas potencializa o 
aprendizado. Cabral et al. (2024b) ressaltam que atividades que envolvem resolução de 
problemas, projetos interdisciplinares e experiências culturais oferecem múltiplos pontos de 
observaçãopara avaliação. Essa abordagem possibilita medir competências, criatividade, 
colaboração e autonomia de maneira mais completa e contextualizada. 
Competências socioemocionais também são impactadas por uma avaliação processual 
bem estruturada. Ischkanian et al. (2023a) explicam que a reflexão constante sobre o próprio 
desempenho e o dos colegas favorece o desenvolvimento de habilidades como empatia, 
resiliência e capacidade de trabalhar em grupo. A avaliação se torna, instrumento não apenas 
cognitivo, mas formativo para a vida pessoal e social do estudante. 
A tecnologia, quando aliada a práticas avaliativas, oferece recursos que ampliam o 
acompanhamento do aprendizado. Castells e Espanha (1999) indicam que plataformas digitais, 
softwares educacionais e sistemas de monitoramento permitem registrar dados em tempo real, 
facilitando intervenções pedagógicas mais precisas. Isso favorece decisões informadas sobre 
estratégias de ensino e reforça a personalização da aprendizagem. 
É relevante considerar que a avaliação formativa transcende a simples atribuição de 
notas, concentrando-se na evolução contínua. Frazão Silva (2023) enfatiza que medir o 
desenvolvimento de habilidades de forma progressiva garante que o aprendizado seja efetivo, 
sustentável e menos dependente de resultados pontuais. Esse tipo de avaliação estimula o 
engajamento, a reflexão crítica e a autonomia do estudante. 
A pesquisa documental também pode ser incorporada como instrumento avaliativo, 
contribuindo para a construção do conhecimento de maneira reflexiva. Dias e Endlich (2017) 
destacam que analisar registros, relatórios e produções textuais permite avaliar não apenas a 
aquisição de conteúdos, mas a capacidade de interpretação, síntese e argumentação dos 
estudantes. Esse olhar atento ao processo garante compreensão profunda e estruturada. 
Em disciplinas práticas, a observação direta e registros de desempenho tornam-se 
fundamentais. Evangelista e Ferreira (2018) sugerem que acompanhar tarefas, projetos ou 
simulações permite avaliar habilidades técnicas e comportamentais simultaneamente. A atenção 
ao modo como os alunos aplicam conceitos e interagem em situações concretas fornece 
elementos ricos para ajustes pedagógicos e desenvolvimento integral. 
A avaliação formativa também favorece a experimentação e a criatividade, essenciais 
em ambientes educacionais inovadores. Carvalho (2020) argumenta que encorajar tentativas, 
 
58 
mesmo que inicialmente incorretas, gera aprendizagem significativa e promove confiança. O 
reconhecimento do esforço e das estratégias utilizadas contribui para que o estudante se sinta 
valorizado e motivado a persistir. 
Quando incorporada ao planejamento didático, a avaliação processual fortalece a 
coerência entre objetivos, atividades e resultados esperados. Bergmann e Sams (2016) afirmam 
que a avaliação contínua permite alinhar ações pedagógicas com competências a serem 
desenvolvidas, garantindo que o processo educacional seja transparente, estruturado e eficaz. 
A articulação entre diferentes modalidades de avaliação amplia a compreensão do 
aprendizado. Cabral et al. (2024a) defendem que combinar autoavaliação, avaliação por pares, 
observações do professor e registros de desempenho oferece visão holística sobre o progresso 
dos estudantes. Essa pluralidade de abordagens promove equidade, reconhecimento das 
diferenças e identificação de necessidades individuais. 
A avaliação formativa e processual transforma-se em ferramenta estratégica de 
educação, capaz de fortalecer tanto o conteúdo quanto a aprendizagem socioemocional. 
Ischkanian et al. (2023b) destacam que quando professores estruturam atividades com 
acompanhamento contínuo e reflexivo, o resultado não é apenas a aquisição de conhecimento, 
mas a formação de cidadãos críticos, autônomos e participativos. A avaliação deixa de ser um 
momento isolado e passa a constituir o coração do processo educativo. 
2.15. DESAFIOS E POTENCIALIDADES NO ENSINO SUPERIOR 
O ensino superior enfrenta atualmente desafios significativos relacionados à 
implementação de metodologias ativas. Bergmann e Sams (2016) destacam que a sala de aula 
invertida requer uma reorganização profunda do papel do docente e do aluno, o que pode gerar 
resistência entre professores acostumados a modelos tradicionais. A transição demanda 
mudanças culturais na instituição, pois os estudantes também precisam se adaptar a uma 
postura mais participativa e autônoma. 
Outro obstáculo identificado refere-se à formação docente. Blikstein (2016) enfatiza 
que metodologias como PBL e aprendizagem ativa exigem competências específicas de 
planejamento, mediação e avaliação que nem todos os professores possuem inicialmente. Sem 
capacitação contínua, há risco de implementação superficial, comprometendo a eficácia das 
estratégias e a qualidade da aprendizagem. 
O tempo necessário para planejamento e execução de atividades é um fator crítico no 
contexto universitário. Carvalho (2020) ressalta que metodologias ativas, como projetos, 
dramatizações ou estudos de caso, demandam maior investimento temporal para preparação, 
 
59 
acompanhamento e avaliação, sobrecarregando docentes já pressionados por demandas 
administrativas e acadêmicas. 
A avaliação contínua também se apresenta como um desafio. Cabral et al. (2024a) 
afirmam que a avaliação formativa e processual requer instrumentos diversificados e feedbacks 
constantes, o que exige esforço adicional do professor para monitorar o desenvolvimento de 
cada aluno. Essa abordagem contrasta com avaliações tradicionais, baseadas em provas e 
trabalhos finais, exigindo mudança de mentalidade. 
Apesar das dificuldades, as metodologias ativas apresentam potencialidades 
significativas para a aprendizagem universitária. Bergmann e Sams (2016) destacam que ao 
inverter a lógica de aula, o engajamento dos alunos aumenta, favorecendo a construção de 
conhecimento de forma mais significativa e duradoura. Essa participação ativa contribui para 
maior motivação e interesse pelo conteúdo. 
A aproximação com o mercado de trabalho é outra vantagem relevante. Blikstein 
(2016) observa que atividades práticas e baseadas em problemas reais permitem que os 
estudantes desenvolvam habilidades aplicáveis ao contexto profissional, como solução de 
problemas, trabalho em equipe e tomada de decisão, promovendo competências alinhadas às 
demandas contemporâneas. 
A inovação curricular é fortalecida por metodologias ativas. Cabral et al. (2024b) 
indicam que a flexibilização do currículo e a incorporação de tecnologias educacionais 
possibilitam experiências de aprendizagem diversificadas, ampliando a compreensão dos 
conteúdos e favorecendo a interdisciplinaridade, característica essencial para a formação 
integral do estudante. 
O engajamento dos alunos não se limita à participação em sala de aula, mas envolve 
também a autoavaliação e a reflexão sobre o próprio aprendizado. Francini (2023) enfatiza que 
a inclusão dessas práticas fortalece a autonomia e a responsabilidade do estudante, tornando-o 
protagonista do processo educacional e estimulando a construção crítica de conhecimento. 
A diversidade de estratégias pedagógicas permite atender diferentes perfis de 
aprendizagem. Frazão Silva (2023) destaca que recursos como laboratórios multifuncionais, 
projetos interdisciplinares e atividades colaborativas favorecem a inclusão e o respeito às 
singularidades dos alunos, contribuindo para a equidade no ensino superior. 
A resistência à mudança, contudo, não se limita aos docentes. Evangélista e Ferreira 
(2018) afirmam que alguns estudantes encontram dificuldades na adaptação a metodologias 
ativas, especialmente aqueles acostumados a receber conteúdos de forma passiva. Superar essa 
barreira demanda orientação, acompanhamento próximo e incentivo à participação efetiva. 
 
60 
O desenvolvimento de competências socioemocionais é um benefícioparalelo das 
metodologias ativas. Ischkanian et al. (2023a) indicam que atividades colaborativas, resolução 
de problemas e debates promovem habilidades como empatia, resiliência e comunicação, 
fundamentais tanto para o ambiente acadêmico quanto para a vida profissional, fortalecendo a 
formação integral. 
A avaliação processual e reflexiva reforça a aprendizagem significativa. Dias e 
Endlich (2017) apontam que acompanhar continuamente o progresso do estudante permite 
ajustes pedagógicos em tempo real, aumentando a efetividade do ensino e possibilitando que 
falhas sejam rapidamente identificadas e trabalhadas de maneira construtiva. 
A inserção de atividades culturais também contribui para a ampliação do repertório 
acadêmico. Carvalho (2020) enfatiza que o teatro e outras práticas artísticas envolvem os 
alunos em processos criativos, estimulando habilidades de expressão, análise crítica e 
integração social, além de reforçar conceitos teóricos de forma prática. 
As metodologias ativas promovem, igualmente, a reflexão crítica sobre a informação e 
a tecnologia. Castells e Espanha (1999) destacam que o acesso a recursos digitais e a gestão de 
dados em projetos acadêmicos desenvolve capacidade de análise, síntese e avaliação de 
informações, competências essenciais na sociedade contemporânea da informação. 
A consolidação dessas metodologias depende de políticas institucionais que apoiem a 
formação docente, a flexibilização curricular e a valorização do processo de aprendizagem. 
Cabral et al. (2024a) concluem que enfrentar os desafios iniciais traz como resultado um ensino 
superior mais dinâmico, inclusivo e alinhado às demandas sociais e profissionais, garantindo 
uma experiência educativa transformadora. 
3. CONCLUSÃO 
A implementação de metodologias ativas, especialmente a aprendizagem baseada em 
problemas e projetos, demonstra um impacto transformador no ensino superior, ao colocar o 
estudante como protagonista do próprio aprendizado. Esse protagonismo fortalece a autonomia 
intelectual, estimulando a curiosidade e o pensamento crítico, elementos fundamentais para a 
formação de profissionais capacitados a lidar com desafios complexos em contextos 
acadêmicos e sociais. O ambiente de aprendizagem deixa de ser meramente expositivo e passa 
a ser um espaço de construção coletiva de conhecimento, favorecendo a interação, a 
colaboração e o engajamento contínuo. 
A aprendizagem baseada em problemas proporciona aos alunos oportunidades de 
enfrentar situações reais e contextualizadas, o que amplia a compreensão dos conteúdos de 
maneira significativa. Ao serem desafiados a resolver problemas complexos, os estudantes 
 
61 
desenvolvem habilidades cognitivas e socioemocionais simultaneamente, aprendendo a 
analisar, interpretar e propor soluções de forma estruturada. Esse processo contribui para a 
consolidação de conhecimentos duradouros, pois a reflexão crítica e a aplicação prática 
reforçam a assimilação de conceitos teóricos. 
Os projetos de aprendizagem permitem a integração de diferentes áreas do 
conhecimento, estimulando a interdisciplinaridade e a inovação curricular. Ao elaborar e 
executar projetos, os estudantes aprendem a planejar, organizar, pesquisar e executar tarefas de 
maneira autônoma, ao mesmo tempo em que aprimoram habilidades de comunicação e trabalho 
em equipe. Esse modelo favorece a aproximação com demandas do mercado de trabalho, 
preparando profissionais capazes de enfrentar problemas reais com criatividade, ética e visão 
estratégica. 
A participação ativa nos processos de aprendizagem fortalece a motivação e o 
engajamento, pois os alunos percebem que seu esforço resulta em produtos concretos e 
significativos. A vivência de experiências práticas e a resolução de problemas reais conferem 
sentido ao aprendizado, tornando-o mais relevante e conectando-o com objetivos pessoais e 
profissionais. Essa relação direta entre teoria e prática cria um ciclo virtuoso em que o interesse 
pelo conhecimento se amplia de maneira contínua e consistente. 
Apesar das vantagens, a adoção de metodologias ativas demanda planejamento 
cuidadoso e organização pedagógica. Os professores precisam desenvolver estratégias que 
equilibrem orientação e autonomia, estabelecendo metas claras e sistemas de acompanhamento 
adequados. A avaliação deve ser contínua e diversificada, considerando não apenas o resultado 
final, mas também o processo, o desenvolvimento de competências e a capacidade de reflexão 
crítica dos estudantes, garantindo que o aprendizado seja efetivo e profundo. 
O engajamento em problemas e projetos estimula a construção de competências 
transversais essenciais, como resolução de conflitos, liderança, colaboração e pensamento 
estratégico. Os alunos aprendem a lidar com a complexidade e a incerteza, características cada 
vez mais presentes nos contextos profissionais contemporâneos. Ao vivenciar essas 
experiências, os estudantes tornam-se capazes de transferir habilidades adquiridas em sala de 
aula para situações práticas, ampliando a relevância e a aplicabilidade da formação acadêmica. 
A interação constante entre estudantes e professores em ambientes de aprendizagem 
ativa contribui para o fortalecimento da relação pedagógica, baseada em confiança, diálogo e 
troca de saberes. Esse modelo incentiva a construção coletiva do conhecimento, promovendo 
uma cultura acadêmica mais colaborativa e inclusiva. A participação efetiva de todos os 
envolvidos no processo educacional favorece o desenvolvimento de competências sociais e 
emocionais, fundamentais para a formação integral do indivíduo. 
 
62 
A aprendizagem baseada em problemas e projetos também estimula a criatividade e a 
inovação, pois exige que os estudantes explorem alternativas, questionem suposições e 
desenvolvam soluções originais para desafios complexos. Esse processo fortalece a capacidade 
de adaptação e resiliência, preparando os alunos para ambientes profissionais dinâmicos e em 
constante transformação. A inovação curricular, portanto, não se limita à inclusão de novos 
conteúdos, mas se manifesta na forma como o conhecimento é construído, aplicado e 
compartilhado. 
Metodologias ativas como a aprendizagem baseada em problemas e projetos 
representam uma mudança de paradigma no ensino superior, ao promover experiências 
significativas, colaborativas e aplicáveis à realidade profissional. A integração de teoria e 
prática, o desenvolvimento de competências cognitivas e socioemocionais e a valorização da 
participação ativa dos estudantes tornam a aprendizagem mais completa e transformadora. Ao 
enfrentar desafios e explorar soluções criativas, os alunos constroem conhecimento de forma 
profunda, consolidando habilidades essenciais para a vida acadêmica, social e profissional. 
 
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70aproximando a teoria da realidade vivenciada pelos estudantes. Essa abordagem 
contribui para a formação de profissionais mais preparados para resolver problemas complexos 
em contextos diversos. 
O impacto das metodologias ativas também se reflete na motivação dos estudantes. 
Cabral et al. (2024) observam que a participação ativa em projetos e problemas reais aumenta o 
engajamento, desperta o interesse e promove a sensação de pertencimento ao processo 
educacional. Essa dinâmica fortalece o vínculo entre teoria e prática, tornando a aprendizagem 
mais significativa e duradoura. 
A inserção de tecnologias emergentes potencializa o alcance das metodologias ativas. 
Bacich, Tanzi Neto e Trevizani (2015) ressaltam que ambientes digitais, plataformas 
colaborativas e recursos multimídia oferecem oportunidades para a personalização do ensino, 
permitindo que cada estudante explore diferentes caminhos de aprendizagem e desenvolva 
competências de acordo com suas necessidades individuais. 
O papel do professor, nesse cenário, é transformado de transmissor de conhecimento 
para mediador e facilitador da aprendizagem. Blikstein (2016) enfatiza que essa função exige 
planejamento estratégico, capacidade de orientar discussões e promover experiências práticas 
que estimulem a reflexão crítica e a tomada de decisões fundamentadas. A atuação docente 
torna-se essencial para assegurar que os objetivos educacionais sejam alcançados. 
Apesar dos desafios estruturais e da necessidade de formação docente contínua, a 
implementação de metodologias ativas representa um avanço significativo na educação 
superior. Berbel (2012) observa que tais estratégias contribuem para a inovação pedagógica, 
aproximando o ensino das demandas reais do mundo contemporâneo e promovendo o 
desenvolvimento integral dos estudantes. 
A Aprendizagem Baseada em Problemas e Projetos constitui uma abordagem 
promissora, capaz de fortalecer não apenas competências cognitivas, mas também 
socioemocionais, colaborativas e de gestão. Cabral et al. (2024) destacam que a implementação 
eficaz dessas metodologias prepara os estudantes para enfrentar desafios complexos, 
desenvolvendo autonomia, responsabilidade e protagonismo no processo de construção do 
conhecimento, características essenciais para profissionais do século XXI. Além disso, 
Evangelista e Ferreira (2018) apontam que a docência universitária, quando aliada a estratégias 
ativas, amplia a capacidade dos docentes de estimular o pensamento crítico e a resolução 
criativa de problemas, elementos imprescindíveis em um contexto educacional dinâmico e 
tecnológico. 
 
8 
A centralidade do estudante na aprendizagem baseada em problemas promove a 
investigação, a reflexão e a análise crítica, configurando um ambiente educativo interativo e 
desafiador. Francini (2023) observa que, em contextos inclusivos, essa metodologia permite 
que alunos com diferentes necessidades de aprendizagem, como aqueles com dislexia, sejam 
engajados de forma significativa, promovendo equidade e inclusão sem comprometer a 
qualidade do aprendizado. Este enfoque evidencia que a aprendizagem não se restringe à 
aquisição de conteúdos, mas se estende à formação de competências essenciais para a vida 
pessoal e profissional. 
A ABPj, por sua vez, oferece aos estudantes oportunidades concretas de aplicar 
conhecimentos teóricos em situações reais ou simuladas, consolidando habilidades técnicas e 
comportamentais simultaneamente. Frazão Silva (2023) ressalta que ambientes estruturados e 
recursos adequados, como salas multifuncionais, ampliam o potencial de aprendizagem de 
alunos com espectro autista, demonstrando que a combinação de metodologia ativa e adaptação 
pedagógica é capaz de gerar resultados inclusivos e significativos. Neste contexto, os projetos 
deixam de ser exercícios abstratos para se transformarem em experiências concretas de 
construção de saberes. 
Um dos elementos centrais dessas abordagens é a colaboração. Trabalhar em grupos 
permite aos estudantes compartilhar diferentes perspectivas, negociar soluções e desenvolver 
competências socioemocionais, como empatia, comunicação eficaz e liderança. Cabral et al. 
(2024) enfatizam que ambientes de aprendizagem colaborativa promovem a coconstrução do 
conhecimento, incentivando o desenvolvimento de estratégias de aprendizagem autônomas e 
criativas. Ao mesmo tempo, a interação constante entre pares e docentes reforça a 
aprendizagem significativa e contextualizada. 
A flexibilidade metodológica é outro ponto crucial, pois a ABP e a ABPj permitem 
adaptação às necessidades específicas de diferentes cursos e perfis de estudantes. Evangelista e 
Ferreira (2018) destacam que professores que adotam estas metodologias precisam reorganizar 
o planejamento e assumir o papel de facilitadores, promovendo discussões, orientando 
pesquisas e mediando conflitos, o que fortalece tanto a prática docente quanto a experiência 
discente. Essa dinâmica transforma o espaço da sala de aula em um ambiente de aprendizagem 
ativo e engajante. 
A dimensão tecnológica também se integra de forma natural a essas metodologias. 
Ferramentas digitais e plataformas de ensino colaborativo permitem que estudantes registrem, 
compartilhem e avaliem informações em tempo real, potencializando a interação e o 
acompanhamento do progresso individual e coletivo. Francini (2023) destaca que tecnologias 
assistivas, quando incorporadas ao planejamento de atividades, favorecem a participação de 
 
9 
alunos com necessidades educativas especiais, ampliando a inclusão e a equidade no contexto 
universitário. 
A ABP e a ABPj promovem o pensamento crítico e a capacidade de resolução de 
problemas complexos, habilidades indispensáveis em ambientes profissionais contemporâneos. 
Frazão Silva (2023) argumenta que essas metodologias estimulam a autonomia do estudante, 
incentivando a tomada de decisões informadas, a reflexão sobre processos e resultados, e a 
capacidade de aprender com os próprios erros, consolidando a aprendizagem de forma 
duradoura e significativa. 
A interdisciplinaridade é favorecida, já que problemas e projetos frequentemente 
exigem a integração de diferentes saberes e perspectivas. Cabral et al. (2024) observam que 
essa abordagem contribui para a formação de profissionais capazes de compreender contextos 
amplos, articular conhecimentos de diversas áreas e propor soluções inovadoras, fortalecendo a 
capacidade analítica e criativa dos estudantes. O conhecimento deixa de ser fragmentado e 
passa a ser percebido como um todo integrado e aplicável. 
O engajamento estudantil é intensificado quando a aprendizagem está ligada a desafios 
reais ou situações contextualizadas, estimulando o protagonismo e a responsabilidade 
individual e coletiva. Evangelista e Ferreira (2018) ressaltam que a motivação intrínseca é 
ampliada quando os alunos percebem que seu trabalho possui relevância e impacto, 
consolidando a aprendizagem por meio da experiência prática e reflexiva. Esta percepção 
transforma o estudante em agente ativo de seu próprio aprendizado. 
A avaliação também se beneficia dessas metodologias, pois pode ser processual, 
formativa e diversificada, contemplando não apenas resultados finais, mas também a evolução 
das competências ao longo do projeto ou resolução do problema. Francini (2023) destaca que 
instrumentos avaliativos adaptados às necessidades de todos os estudantes permitem mensurar 
não apenas o domínio do conteúdo, mas também habilidades de planejamento, colaboração e 
resolução de conflitos, gerando um diagnóstico mais completo e eficaz do aprendizado. 
A relação entre teoria e prática é fortalecida, pois problemas e projetos exigem a 
aplicação de conceitos teóricos em contextos concretos. Frazão Silva (2023) argumenta que 
essa articulação favorece a consolidação do conhecimento e aumenta a capacidade do estudante 
de transferir habilidades aprendidas paranovas situações, promovendo uma aprendizagem que 
transcende os limites da sala de aula. Tal abordagem prepara os futuros profissionais para 
enfrentar a complexidade e a imprevisibilidade do mundo real. 
A promoção da autonomia e do protagonismo discente é uma característica central das 
metodologias ativas. Cabral et al. (2024) enfatizam que os estudantes passam a ser responsáveis 
pelo planejamento, execução e avaliação de atividades, assumindo papéis centrais no processo 
 
10 
educativo. Esse deslocamento de responsabilidade contribui para a formação de cidadãos 
críticos, autônomos e engajados, aptos a exercer liderança e a colaborar de forma ética e eficaz 
em diferentes contextos profissionais. 
A inclusão e a diversidade são ampliadas quando a ABP e a ABPj são aplicadas de 
maneira estratégica, considerando as particularidades de cada estudante. Francini (2023) e 
Frazão Silva (2023) ressaltam que a adaptação de atividades, a utilização de recursos 
multimodais e a flexibilização de estratégias permitem atender a diferentes estilos de 
aprendizagem e necessidades educativas especiais, tornando a experiência educacional mais 
equitativa e significativa para todos os envolvidos. 
O desenvolvimento de competências socioemocionais é intrínseco ao trabalho 
colaborativo e à resolução de problemas complexos. Cabral et al. (2024) apontam que 
habilidades como resiliência, empatia, autogestão e comunicação eficaz são desenvolvidas de 
forma natural, uma vez que os estudantes enfrentam desafios que exigem negociação, 
cooperação e reflexão constante sobre suas próprias atitudes e as de seus colegas. Essas 
competências são essenciais para a formação integral e para a inserção qualificada no mercado 
de trabalho. 
A Aprendizagem Baseada em Problemas e Projetos se revela como uma metodologia 
capaz de transformar o ensino superior, promovendo experiências educacionais significativas, 
inclusivas e contextualizadas. Evangelista e Ferreira (2018) destacam que a prática docente 
inovadora, aliada ao protagonismo estudantil, contribui para a construção de uma educação 
mais dinâmica e conectada às demandas sociais e profissionais contemporâneas, consolidando 
não apenas o conhecimento, mas também habilidades essenciais para o desenvolvimento 
humano e profissional. 
2. DESENVOLVIMENTO 
A educação superior contemporânea tem experimentado transformações profundas, 
direcionando o foco da aprendizagem para o estudante e suas experiências práticas. Cabral et 
al. (2024) ressaltam que metodologias ativas, como a Aprendizagem Baseada em Problemas 
(ABP) e a Aprendizagem Baseada em Projetos (ABProj), promovem o desenvolvimento de 
competências cognitivas e socioemocionais, preparando os alunos para enfrentar desafios 
complexos de forma autônoma e responsável. Nesse contexto, o professor assume um papel de 
facilitador, orientando e mediando o processo de construção do conhecimento. 
A ABP se caracteriza pela problematização de situações reais, incentivando os 
estudantes a formular hipóteses, analisar dados e propor soluções viáveis. Munhoz (2015) 
enfatiza que a utilização dessa metodologia fortalece a autonomia do aluno e a capacidade de 
 
11 
tomar decisões fundamentadas, consolidando o pensamento crítico. Assim, o ambiente de 
aprendizagem se torna dinâmico, desafiador e conectado à prática profissional. 
Por sua vez, a ABProj direciona os estudantes à construção de projetos que refletem 
demandas concretas de diferentes contextos. Moreira, Lemos e Sacarmocin (1998) destacam 
que esse tipo de abordagem promove colaboração intensa, gestão de tarefas e planejamento 
estratégico, habilidades essenciais para o mercado de trabalho contemporâneo. O processo 
envolve planejamento, execução, avaliação e apresentação, permitindo a articulação entre 
teoria e prática. 
O método do Arco de Maguerez oferece uma estrutura sistemática para a 
implementação da problematização, compreendendo etapas como observação da realidade, 
identificação do problema, teorias de referência, hipóteses de solução e aplicação à prática. 
Berbel (2012) observa que essa sequência possibilita uma aprendizagem contextualizada e 
significativa, fortalecendo a capacidade analítica e a reflexão crítica dos estudantes. 
 
Fonte: Berbel (2012). 
 
A integração de tecnologias educacionais potencializa a aprendizagem ativa, tornando-
a mais interativa e personalizada. Oliveira Viana, Barbosa da Silva e Xavier (2023) destacam 
que ferramentas digitais contribuem para a organização, pesquisa e comunicação entre os 
alunos, ampliando as possibilidades de construção coletiva do conhecimento. Essa mediação 
tecnológica também favorece a inclusão e a acessibilidade no ambiente educacional. 
As competências socioemocionais emergem como elementos centrais nesse cenário de 
inovação pedagógica. Ischkanian et al. (2023) argumentam que habilidades como empatia, 
autorregulação e resiliência são fortalecidas quando os alunos participam ativamente da 
resolução de problemas e do desenvolvimento de projetos. Tais competências são fundamentais 
para a atuação ética e colaborativa em contextos profissionais diversos. 
A neuroplasticidade também assume papel relevante na educação contemporânea, 
permitindo que a prática docente estimule múltiplas formas de aprendizagem e adaptação 
 
12 
cognitiva. Ischkanian et al. (2023) enfatizam que intervenções pedagógicas orientadas pela 
compreensão da neurociência possibilitam estratégias diferenciadas para atender às 
necessidades individuais de cada estudante. Isso reforça a importância de ambientes inclusivos 
e flexíveis. 
Tabela 1: Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e Aprendizagem Baseada em 
Projetos (ABProj). 
Etapa do 
Método 
Descrição ABP 
(Aprendizagem 
Baseada em 
Problemas) 
ABProj 
(Aprendizagem 
Baseada em 
Projetos) 
Exemplo 
Prático 
 
 
Teorização 
Fundamentação 
teórica que 
embasa a 
compreensão do 
problema ou 
projeto. 
Estudo de conceitos, 
teorias e pesquisas 
relacionadas ao 
tema do problema. 
Pesquisa 
bibliográfica e 
conceitual sobre 
o tema do 
projeto. 
Alunos de 
Enfermagem estudam 
protocolos de 
atendimento a 
pacientes com 
diabetes antes de 
analisar casos 
clínicos. 
 
Pontos-
Chave 
Identificação 
dos elementos 
essenciais que 
estruturam o 
problema ou 
projeto. 
Definir variáveis, 
fatores e restrições 
que influenciam o 
problema. 
Determinar 
objetivos, 
requisitos e 
entregáveis do 
projeto. 
Em Engenharia Civil, 
destacar a 
sustentabilidade, 
custo e segurança 
como fatores críticos 
de um projeto de 
ponte. 
 
Hipóteses de 
Solução 
Proposição de 
possíveis 
soluções ou 
caminhos para 
resolver o 
problema ou 
desenvolver o 
projeto. 
Gerar alternativas e 
discutir possíveis 
intervenções. 
Planejar 
abordagens 
criativas e 
inovadoras para 
o projeto. 
Em Administração, 
propor diferentes 
estratégias de 
marketing digital 
para uma empresa 
fictícia. 
 
Observação 
da 
Realidade 
(Problema) 
Análise do 
contexto real 
onde o 
problema ou 
projeto se 
manifesta. 
Levantamento de 
dados, entrevistas, 
pesquisas ou 
simulações. 
Avaliar 
restrições, 
oportunidades e 
contexto do 
ambiente real do 
projeto. 
Alunos de Psicologia 
entrevistam pacientes 
ou aplicam 
questionários para 
compreender 
dificuldades 
emocionais na 
universidade. 
 
Aplicação à 
Realidade 
(Prática) 
Implementação 
e teste das 
soluções ou 
execução do 
projeto em 
situações reais 
ou simuladas. 
Resolver o problema 
com base nas 
hipóteses geradas e 
avaliadas. 
Desenvolver 
protótipos, 
relatórios, 
apresentações ou 
ações concretas 
do projeto. 
Estudantes de 
Engenharia de 
Software criam um 
aplicativo funcional 
para gestão de tarefas 
com base nas 
soluções propostas. 
Fonte: ISCHKANIAN, Simone Helen Drumond; CABRAL, Gladys Nogueira; ISCHKANIAN, Sandro 
Garabed;SANTOS, Wilson Bezerra dos; CARVALHO, Silvana Nascimento de; CARVALHO, Gabriel 
Nascimento de; FREITAS, Marcos Aurélio dos Santos, 2025. 
 
13 
Em contextos de inclusão, o uso de salas de recursos multifuncionais e tecnologias 
assistivas tem se mostrado decisivo para o desenvolvimento pleno dos alunos. Frazão Silva 
(2023) aponta que essas estruturas favorecem a aprendizagem de estudantes com espectro 
autista, promovendo acessibilidade, autonomia e interação social. Paralelamente, Francini 
(2023) destaca a relevância de práticas adaptadas para alunos com dislexia, permitindo a 
valorização de suas potencialidades. 
O protagonismo do estudante se evidencia quando ele participa da construção coletiva 
do conhecimento, assumindo responsabilidade pelo seu próprio aprendizado. Kenski (2015) 
observa que, nesse contexto, a aprendizagem deixa de ser passiva e se torna um processo de 
descoberta contínua, onde erros e acertos são oportunidades para aprofundar a compreensão. A 
docência, portanto, se torna uma mediação estratégica e reflexiva. 
A interdisciplinaridade e a arte constituem ferramentas poderosas para o 
desenvolvimento integral dos alunos, pois estimulam criatividade, expressão e pensamento 
crítico. Ischkanian et al. (2023) destacam que a abordagem interdisciplinar, aliada às 
metodologias ativas, promove experiências de aprendizagem mais significativas, permitindo 
que os alunos conectem conteúdos de diferentes áreas de maneira prática e contextualizada. 
O planejamento e a gestão de projetos educacionais demandam habilidades de 
organização, negociação e avaliação contínua. Moura e Barbosa (2006) ressaltam que a 
execução bem-sucedida de projetos exige clareza de objetivos, divisão de tarefas e 
monitoramento de resultados, fortalecendo competências de liderança e trabalho em equipe. A 
experiência adquirida se estende para além da sala de aula, impactando a formação profissional. 
O ensino híbrido, que combina estratégias presenciais e digitais, oferece flexibilidade 
e personalização da aprendizagem. Moran (2015) argumenta que esse modelo possibilita o 
acesso a diferentes fontes de conhecimento, facilita a colaboração e promove engajamento 
ativo dos alunos, ao mesmo tempo em que respeita ritmos e estilos de aprendizagem 
individuais. Essa integração fortalece a autonomia e a responsabilidade estudantil. 
A análise do comportamento aplicada (ABA) contribui significativamente para 
intervenções pedagógicas em contextos inclusivos. Ischkanian et al. (2023) destacam que essa 
abordagem permite monitorar e reforçar comportamentos adaptativos, favorecendo a 
aprendizagem de alunos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e promovendo um 
ambiente educativo mais justo e equitativo. A prática baseada em evidências garante eficiência 
e resultados concretos. 
A tecnologia assistiva desempenha papel transformador na educação de alunos surdos 
ou com deficiência auditiva. Melo (2023) evidencia que o uso de recursos digitais específicos 
facilita comunicação, participação e acesso ao conhecimento, diminuindo barreiras e ampliando 
 
14 
oportunidades de aprendizagem. Isso reforça a necessidade de práticas pedagógicas inclusivas e 
adaptadas às diferentes demandas. 
O uso consciente de dispositivos móveis e tecnologias digitais deve ser acompanhado 
de reflexão crítica sobre seus impactos no processo de ensino-aprendizagem. Pereira (2023) 
argumenta que a mediação adequada do celular e outras ferramentas digitais pode potencializar 
a pesquisa, o registro e a comunicação, contribuindo para um aprendizado mais ativo e 
significativo. O equilíbrio entre autonomia tecnológica e orientação docente é essencial para o 
desenvolvimento integral do estudante. 
A Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) surge como uma alternativa inovadora 
ao modelo tradicional de ensino, colocando o estudante no centro do processo educativo. 
Segundo Araújo e Sastre (2016), "a ABP permite que os alunos desenvolvam competências 
cognitivas e sociais ao enfrentar problemas complexos em contextos simulados ou reais". Essa 
abordagem transforma o papel do professor de transmissor de conteúdo em mediador, 
orientando investigações e estimulando a construção coletiva do conhecimento. Ao apresentar 
desafios concretos, a ABP promove o engajamento ativo e a responsabilidade pelo aprendizado, 
estimulando habilidades como análise crítica e solução de problemas. 
No contexto da ABP, os estudantes são incentivados a formular hipóteses e a buscar 
informações por meio de pesquisa contínua, conectando teoria e prática de maneira 
significativa. Berbel (2012) destaca que "o arco de Maguerez é um recurso metodológico que 
organiza o processo de problematização em etapas, favorecendo a reflexão e aplicação prática". 
Essa estrutura garante que os alunos não apenas absorvam conceitos, mas também 
compreendam a relevância desses conhecimentos para situações concretas. O aprendizado se 
torna, assim, dinâmico e interdisciplinar, estimulando a curiosidade intelectual e o pensamento 
crítico. 
A colaboração é outro elemento central na ABP, uma vez que os estudantes trabalham 
em grupos para enfrentar desafios complexos. Bacich e Moran (2018) afirmam que "a interação 
entre pares amplia a construção de saberes, fortalecendo habilidades socioemocionais 
essenciais ao ambiente acadêmico e profissional". A troca constante de ideias e o debate sobre 
possíveis soluções permitem que os alunos aprendam uns com os outros, consolidando 
conhecimentos e desenvolvendo competências de comunicação e liderança. Esse ambiente 
colaborativo promove ainda a autonomia, pois cada estudante assume responsabilidade ativa 
dentro do grupo. 
A pesquisa investigativa constitui a base da ABP, sendo indispensável para a 
resolução de problemas. Anderson (2021) salienta que "a curiosidade científica e a capacidade 
de buscar informações relevantes são habilidades cada vez mais valorizadas no ensino superior 
 
15 
contemporâneo". Ao confrontar hipóteses com evidências, os alunos exercitam o pensamento 
crítico e a análise criteriosa de dados, habilidades fundamentais para a formação profissional. 
Esse processo contínuo de pesquisa e reflexão incentiva a aprendizagem profunda e a retenção 
significativa do conhecimento. 
A Aprendizagem Baseada em Projetos (ABProj) complementa a ABP, oferecendo 
experiências práticas e orientadas à ação. Bender (2015) afirma que "os projetos promovem o 
engajamento dos estudantes ao possibilitar a criação de soluções concretas para problemas 
reais". Nessa perspectiva, o foco não está apenas na resolução de problemas, mas na construção 
de produtos, protótipos ou apresentações que materializam o conhecimento adquirido. O 
planejamento cuidadoso e a execução estruturada tornam-se componentes essenciais para a 
aprendizagem efetiva, promovendo habilidades de organização, gestão de tempo e pensamento 
estratégico. 
No desenvolvimento de projetos, os alunos passam por etapas definidas que incluem 
planejamento, coleta de dados, pesquisa adicional e avaliação dos resultados. Bacich, Tanzi 
Neto e Trevizani (2015) indicam que "a execução de projetos permite integrar saberes de 
diferentes disciplinas, incentivando a interdisciplinaridade e a aplicação prática do 
conhecimento". Cada fase do projeto exige análise, tomada de decisão e reflexão contínua, 
fortalecendo a autonomia e a capacidade de resolver problemas de maneira criativa e 
estruturada. Além disso, a construção de protótipos e apresentações permite visualizar o 
impacto concreto das soluções propostas. 
O ABProj também valoriza a aprendizagem experiencial, permitindo que os estudantes 
testem teorias na prática e ajustem estratégias conforme necessário. Bender (2014) observa que 
"a aprendizagem prática proporciona desenvolvimento de competências cognitivas, técnicas e 
socioemocionais de forma integrada". Essa abordagem reforça a importância do aprendizado 
ativo,em que a experiência direta amplia a compreensão dos conceitos e fortalece a habilidade 
de aplicar conhecimentos em diferentes contextos. A participação em projetos estimula ainda a 
autogestão e a capacidade de planejar ações de forma eficiente. 
Tanto a ABP quanto a ABProj favorecem a conexão entre conhecimento acadêmico e 
situações reais, tornando o aprendizado mais significativo. Berbel (2012) destaca que "ao 
contextualizar o conteúdo, os alunos percebem a relevância das teorias e técnicas aprendidas, 
fortalecendo o vínculo entre estudo e prática profissional". Essa abordagem promove a 
internalização dos conceitos, já que os estudantes compreendem como aplicar o conhecimento 
em cenários concretos e dinâmicos, desenvolvendo competências essenciais para o mercado de 
trabalho. 
 
16 
A avaliação no contexto das metodologias ativas difere do modelo tradicional, 
priorizando processos e produtos. Bacich e Moran (2018) enfatizam que "avaliar habilidades de 
pensamento crítico, colaboração e autonomia é tão importante quanto avaliar o conhecimento 
teórico". Ferramentas como autoavaliação, feedback entre pares e análise de projetos permitem 
medir a aprendizagem de forma ampla, reconhecendo competências práticas e socioemocionais 
que nem sempre são captadas por provas convencionais. Esse modelo de avaliação fortalece a 
responsabilidade individual e coletiva pelo aprendizado. 
O papel do professor, nessas abordagens, transforma-se em facilitador e mentor, 
oferecendo suporte personalizado aos estudantes. Araújo e Sastre (2016) afirmam que "o 
docente atua como guia da aprendizagem, promovendo questionamentos que estimulam a 
reflexão crítica e a autonomia dos alunos". Essa postura permite que cada estudante explore 
suas próprias estratégias de aprendizado, incentivando a curiosidade intelectual e o 
protagonismo acadêmico. A mediação do docente é essencial para manter o equilíbrio entre 
orientação e liberdade, garantindo o sucesso do processo educativo. 
A tecnologia desempenha papel significativo no apoio a metodologias ativas, 
potencializando o acesso a informações e a organização de projetos. Kenski (2015) salienta que 
"ferramentas digitais e ambientes virtuais de aprendizagem facilitam a pesquisa, a comunicação 
e a construção colaborativa do conhecimento". Plataformas online, softwares de gerenciamento 
de projetos e recursos multimídia oferecem suporte ao trabalho em grupo, permitindo que os 
estudantes desenvolvam competências digitais essenciais para o século XXI. A integração 
tecnológica amplia as possibilidades de exploração e experimentação no contexto acadêmico. 
A interdisciplinaridade é outro aspecto favorecido por essas metodologias, permitindo 
que os estudantes integrem saberes de diferentes áreas em projetos e problemas complexos. 
Moura e Barbosa (2006) apontam que "a aprendizagem interdisciplinar estimula a criatividade, 
o pensamento crítico e a capacidade de tomada de decisão em contextos complexos". A ABProj 
e a ABP incentivam os alunos a pensar de forma sistêmica, compreendendo como diferentes 
conhecimentos se conectam e influenciam soluções práticas. Essa visão integrada é essencial 
para formar profissionais capazes de lidar com desafios multifacetados. 
O engajamento dos estudantes é intensificado quando percebem a aplicabilidade 
prática do conteúdo aprendido. Munhoz (2015) afirma que "quando os alunos percebem que 
sua aprendizagem impacta o mundo real, aumenta a motivação e a profundidade do 
aprendizado". Ao trabalhar em problemas e projetos concretos, os estudantes desenvolvem um 
senso de propósito e pertencimento, fortalecendo habilidades socioemocionais como 
resiliência, empatia e cooperação. Esse engajamento resulta em aprendizagem significativa e 
duradoura, que vai além da memorização de conteúdos. 
 
17 
Metodologias ativas também contribuem para o desenvolvimento da autonomia 
intelectual, permitindo que os estudantes construam trajetórias próprias de aprendizagem. 
Mazur (2015) observa que "a instrução peer instruction e métodos colaborativos favorecem a 
independência e a responsabilidade individual na construção do conhecimento". A ABP e a 
ABProj incentivam o protagonismo estudantil, promovendo a capacidade de planejar, 
pesquisar, decidir e refletir criticamente sobre o próprio aprendizado. Essa autonomia fortalece 
a preparação acadêmica e profissional, capacitando indivíduos para atuar de forma ética e 
competente. 
A integração de ABP e ABProj no ensino superior representa uma evolução 
pedagógica significativa, aproximando o aprendizado do mundo real e das necessidades 
contemporâneas. Bacich e Moran (2018) afirmam que "metodologias ativas transformam a 
experiência educacional, promovendo formação crítica, ética e interdisciplinar". A combinação 
dessas estratégias contribui para a formação de profissionais competentes, criativos e 
preparados para enfrentar desafios complexos, promovendo um ambiente acadêmico dinâmico 
e estimulante, onde conhecimento, prática e desenvolvimento pessoal caminham de mãos 
dadas. 
2.1. METODOLOGIA DA PESQUISA PARA DELINEAMENTO DO ARTIGO 
A presente pesquisa adota uma abordagem qualitativa de cunho bibliográfico e 
documental, centrada na análise interpretativa dos discursos científicos sobre metodologias 
ativas, com ênfase na Aprendizagem Baseada em Problemas (ABP) e na Aprendizagem 
Baseada em Projetos (ABProj) no ensino superior. Cresswell (2021) destaca que "a pesquisa 
qualitativa permite compreender significados, experiências e processos sociais complexos, 
privilegiando a interpretação crítica em detrimento da quantificação". O estudo busca analisar a 
produção científica existente, considerando a relevância de cada obra para a construção do 
referencial teórico e a compreensão das práticas pedagógicas contemporâneas. 
A escolha pelo delineamento qualitativo se justifica pela necessidade de interpretar a 
complexidade dos fenômenos educacionais, considerando os significados atribuídos às práticas 
pedagógicas pelos próprios autores e pesquisadores. Gil (2018) argumenta que "a pesquisa 
bibliográfica possibilita a sistematização de conhecimentos já produzidos, oferecendo uma base 
segura para a reflexão teórica e o desenvolvimento do estudo". A investigação visa aprofundar 
a compreensão das metodologias ativas no ensino superior, explorando suas concepções, 
aplicações e impactos no processo de aprendizagem. 
O estudo se caracteriza como bibliográfico, pois busca reunir, organizar e analisar 
sistematicamente artigos científicos, livros, dissertações e documentos eletrônicos disponíveis 
 
18 
em bases acadêmicas confiáveis. Richardson (1999) observa que "a pesquisa bibliográfica 
fornece ao pesquisador o panorama do estado da arte, permitindo identificar lacunas e 
tendências de investigação". A bibliografia consultada serve de sustentação teórica para a 
construção das análises e discussões, garantindo consistência metodológica e embasamento 
crítico. 
A pesquisa é documental, uma vez que utiliza materiais de acesso público e digital, 
como artigos, livros e periódicos encontrados em plataformas como CAPES, Scopus, Web of 
Science, SciELO, Academia Edu e Google Acadêmico. Helder (2006) ressalta que "a análise 
documental é um ato interpretativo, que exige do pesquisador atenção aos contextos de 
produção e à relevância dos dados coletados". A escolha desses documentos segue critérios de 
pertinência temática, atualidade e rigor acadêmico, assegurando que a análise seja sólida e 
confiável. 
A coleta de dados iniciou-se com o levantamento das palavras-chave mais recorrentes 
na literatura, como cultura maker, metodologias ativas, aprendizagem significativa e tecnologia 
educacional. Essa estratégia permitiu mapear um conjunto diversificado de publicações, 
possibilitando a seleção de textos representativos das diferentes perspectivas existentes sobre 
ABP e ABProj. Dias e Endlich(2017) afirmam que "a pesquisa documental deve ser conduzida 
de maneira criteriosa, respeitando a relevância e a confiabilidade das fontes consultadas". 
Posteriormente, realizou-se uma leitura exploratória de títulos, resumos e palavras-
chave para identificar os materiais mais aderentes aos objetivos da pesquisa. Vergara (2014) 
destaca que "essa etapa permite selecionar documentos com maior pertinência ao problema 
investigativo, garantindo foco e coerência analítica". A triagem inicial buscou equilibrar 
diversidade e relevância, assegurando que a análise considerasse múltiplos enfoques sobre 
metodologias ativas e suas aplicações práticas no ensino superior. 
Após a seleção dos materiais, os textos foram submetidos à leitura analítica, com 
atenção especial a conceitos, práticas pedagógicas, benefícios relatados e evidências empíricas 
apresentadas pelos autores. Sousa, Oliveira e Alves (2021) enfatizam que "a sistematização 
criteriosa das informações é essencial para evitar interpretações equivocadas e garantir 
consistência na análise". Durante essa etapa, buscou-se identificar elementos comuns, 
divergências e contribuições singulares que pudessem fundamentar a discussão teórica do 
artigo. 
A análise dos dados foi organizada por meio da categorização temática, permitindo 
cruzar informações de diferentes fontes e identificar padrões ou contrastes significativos. 
Lakatos e Marconi (2010) afirmam que "a categorização dos dados facilita a compreensão de 
tendências e relações entre conceitos, possibilitando uma análise mais estruturada e reflexiva". 
 
19 
Esse procedimento possibilitou evidenciar os aspectos pedagógicos, epistemológicos e 
estruturais relacionados às metodologias ativas no ensino superior. 
O cruzamento dos dados buscou confrontar teorias, práticas e relatos empíricos, 
favorecendo uma análise crítica e articulada. Gil (2008) observa que "comparar diferentes 
produções científicas permite identificar convergências e divergências, oferecendo subsídios 
para a construção de novos conhecimentos". Essa etapa da pesquisa assegura que a discussão 
não se limite à reprodução de ideias, mas contribua para a reflexão acadêmica sobre a eficácia e 
os desafios das metodologias estudadas. 
A análise também envolveu a verificação da coerência entre os objetivos da pesquisa e 
os dados coletados, assegurando rigor metodológico e validade interpretativa. Lakatos e 
Marconi (2017) destacam que "a consistência entre objetivo, método e análise é um critério 
fundamental para a credibilidade de pesquisas científicas". Nesse sentido, a interpretação dos 
dados buscou respeitar o contexto de produção de cada estudo, considerando as especificidades 
do ensino superior e das práticas pedagógicas contemporâneas. 
A pesquisa qualitativa adotada permite compreender não apenas os resultados 
empíricos, mas também os significados atribuídos pelos autores às metodologias ativas, 
ressaltando dimensões subjetivas e processuais do ensino. Cresswell (2021) afirma que 
"investigações qualitativas valorizam a interpretação e a compreensão de experiências 
complexas, oferecendo uma visão aprofundada dos fenômenos estudados". Essa abordagem 
possibilita analisar o impacto das metodologias no engajamento, autonomia e desenvolvimento 
acadêmico dos estudantes. 
O uso combinado de pesquisa bibliográfica e documental permite construir um 
referencial teórico robusto, que fundamenta a análise crítica das práticas pedagógicas no ensino 
superior. Severino (2016) observa que "a integração de diferentes fontes fortalece a 
fundamentação teórica, contribuindo para discussões consistentes e contextualizadas". A 
pesquisa, portanto, garante equilíbrio entre revisão teórica, análise crítica e evidências 
empíricas existentes na literatura. 
A sistematização das informações coletadas seguiu critérios de organização lógica e 
categorização temática, assegurando clareza na apresentação dos achados. Gil (2018) destaca 
que "uma estrutura analítica clara facilita a compreensão dos resultados e fortalece o rigor 
científico do estudo". Esse procedimento permite que os dados sejam articulados em narrativas 
coerentes, evidenciando contribuições, lacunas e tendências na aplicação de metodologias 
ativas. 
A metodologia adotada neste estudo busca garantir confiabilidade e validade ao 
processo investigativo, permitindo compreender a complexidade das práticas pedagógicas 
 
20 
contemporâneas. Quivy e Campenhoudt (2008) ressaltam que "uma abordagem cuidadosa e 
reflexiva na pesquisa social é essencial para produzir conhecimentos significativos e 
aplicáveis". A escolha de técnicas qualitativas, combinadas com a pesquisa bibliográfica e 
documental, proporciona uma visão abrangente, crítica e contextualizada das metodologias 
ativas no ensino superior. 
As metodologias ativas no ensino superior vêm sendo amplamente discutidas como 
alternativas inovadoras ao modelo tradicional de ensino centrado no professor. Anastasiou e 
Camargos (2003) refletem sobre os processos de ensinagem e ressaltam que o foco deve estar 
na construção do conhecimento por meio da participação efetiva do estudante. Essa concepção 
desloca o docente da posição de transmissor para a de mediador, criando condições para que o 
aluno se torne protagonista da própria aprendizagem, o que dialoga diretamente com a proposta 
da aprendizagem baseada em problemas e projetos. 
A partir dessa perspectiva de inovação, Anderson (2021) contribui ao discutir o 
movimento ―maker‖ e a chamada nova revolução industrial, enfatizando o fazer como princípio 
educativo. A lógica do ―faça você mesmo‖ inspira o uso de metodologias ativas que envolvem 
experimentação, erro e reconstrução, ampliando o espaço de aprendizagem para além da sala de 
aula e favorecendo o desenvolvimento de competências ligadas à criatividade e à resolução de 
problemas. 
Araújo e Sastre (2016) abordam a aprendizagem baseada em problemas como um 
processo que estimula a investigação e a colaboração entre pares, promovendo o 
desenvolvimento cognitivo e metacognitivo. Os autores reforçam que o ensino superior deve 
proporcionar experiências de aprendizagem que aproximem teoria e prática, possibilitando que 
os estudantes enfrentem situações complexas que exijam análise crítica e tomada de decisão. 
As ideias de Bacich e Moran (2018) fortalecem essa discussão ao proporem 
metodologias ativas como caminhos para uma educação inovadora. Eles defendem que o uso de 
tecnologias digitais e estratégias participativas contribui para uma aprendizagem mais 
significativa e contextualizada. O trabalho desses autores complementa a proposta da 
aprendizagem baseada em projetos, na medida em que enfatiza a personalização e o 
protagonismo discente. 
O ensino híbrido, como apresentado por Bacich, Tanzi Neto e Trevizani (2015), 
representa uma das vertentes mais promissoras da educação contemporânea, articulando 
atividades presenciais e virtuais de modo integrado. Essa combinação favorece o engajamento 
do aluno e a flexibilidade do processo de ensino-aprendizagem, ampliando as possibilidades de 
aplicação das metodologias ativas no contexto universitário. 
 
21 
Bender (2014, 2015) é um dos principais expoentes da aprendizagem baseada em 
projetos, destacando que essa abordagem desenvolve competências essenciais para o século 
XXI, como a colaboração, a comunicação e o pensamento crítico. Para o autor, o projeto é o fio 
condutor que conecta o conteúdo acadêmico à realidade prática, tornando o conhecimento 
relevante e aplicável. 
Berbel (2012) traz uma contribuição decisiva ao discutir a metodologia da 
problematização e o arco de Maguerez como instrumentos teórico-epistemológicos que 
promovem a reflexão e a autonomia. Ao tratar da promoção da autonomia discente, Berbel 
enfatiza que o aprender parte da problematização da realidade, o que se alinha perfeitamente à 
lógica da aprendizagem baseada em problemas.Bergmann e Sams (2016) introduzem o conceito de sala de aula invertida, uma 
estratégia que redistribui o tempo e o papel dos sujeitos no processo de aprendizagem. Ao 
transferir o conteúdo expositivo para momentos prévios e utilizar o espaço presencial para 
discussões, análises e projetos, os autores demonstram que a inversão da lógica tradicional 
favorece a aprendizagem ativa e o desenvolvimento de competências. 
Blikstein (2016) associa as metodologias ativas ao paradigma da aprendizagem 
criativa, destacando o papel da experimentação e da colaboração em ambientes mediados por 
tecnologias. Sua visão complementa a de Anderson, pois ambos veem o fazer como uma forma 
de construir conhecimento, em que o erro é compreendido como parte essencial do processo. 
Cabral e colaboradores (2024) apresentam uma série de estudos que ampliam o debate 
sobre as metodologias ativas em diferentes contextos educativos. As autoras exploram temas 
como aprendizagem colaborativa, gamificação, mapas mentais e ensino interdisciplinar, 
demonstrando que essas abordagens favorecem o engajamento e a aprendizagem significativa. 
O conjunto das obras organizadas por Cabral reforça o potencial transformador das 
metodologias ativas quando integradas às tecnologias emergentes e à ludicidade. 
Carvalho (2020) e Veloso (2020) demonstram, por meio de experiências práticas no 
ensino jurídico, que as metodologias ativas também podem ser aplicadas em áreas 
tradicionalmente teóricas. O uso de atividades culturais, simulações e dramatizações em sala de 
aula estimula a reflexão crítica e o desenvolvimento de habilidades comunicativas, essenciais 
para a formação de profissionais autônomos e socialmente responsáveis. 
Creswell (2021) e Gil (2008, 2018) sustentam a importância da pesquisa científica na 
educação, destacando que a construção do conhecimento requer sistematização e rigor 
metodológico. Essa perspectiva se conecta às metodologias ativas na medida em que ambas 
valorizam a investigação como princípio formativo, promovendo o desenvolvimento da 
autonomia intelectual do estudante. 
 
22 
Lakatos e Marconi (2010, 2017) reforçam que a pesquisa bibliográfica e documental 
constitui um pilar para a compreensão dos fenômenos educacionais. A partir dessa base, o 
pesquisador pode analisar criticamente as práticas e propor intervenções mais eficazes. Essa 
compreensão dialoga com o espírito investigativo que orienta a aprendizagem baseada em 
problemas, em que o aluno assume o papel de pesquisador. 
Moran (2015) e Kenski (2015) aprofundam a discussão sobre o papel das tecnologias 
na mediação pedagógica. Ambos destacam que a integração de recursos digitais deve estar a 
serviço da aprendizagem significativa e não da mera reprodução de informações. As 
tecnologias, quando associadas às metodologias ativas, ampliam o espaço e o tempo do 
aprender, promovendo uma educação mais conectada e colaborativa. 
Ischkanian, Cabral e seus colaboradores (2023, 2024) consolidam uma produção 
ampla sobre a interseção entre educação, tecnologia e inclusão. Os estudos desses autores 
evidenciam que as metodologias ativas favorecem a construção de ambientes educacionais 
mais democráticos, que respeitam as diferenças e promovem o desenvolvimento integral do 
sujeito. Ao integrarem gamificação, neurociência, arte e inclusão, esses trabalhos demonstram 
que a aprendizagem ativa transcende o aspecto metodológico e se torna um compromisso ético 
e social. 
Os estudos de Hernández e Ventura (1998) e Perrenoud e Thurlér (2009) situam a 
aprendizagem por projetos no contexto da construção de um currículo integrado e 
interdisciplinar. Para eles, o conhecimento deve ser compreendido como um caleidoscópio em 
constante movimento, no qual o estudante atua como sujeito criador. Essa visão sustenta a 
importância de repensar o ensino superior a partir de metodologias que articulem teoria, prática 
e reflexão crítica. 
 2.2. CONCEITO E FUNDAMENTOS TEÓRICOS DE (PBL) E (ABP) 
A Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) e a Aprendizagem Baseada em 
Projetos (ABPj) configuram-se como metodologias ativas que transformam profundamente o 
processo de ensino e aprendizagem no ensino superior. Ambas rompem com o paradigma 
tradicional centrado no professor e propõem uma nova lógica, na qual o aluno assume papel de 
protagonista em seu percurso formativo. Ribeiro (2008) define a PBL como uma estratégia que 
parte de situações-problema reais ou simuladas, levando o estudante à investigação, reflexão e 
construção autônoma do conhecimento. O professor atua como mediador, orientando o grupo e 
incentivando a busca por soluções de forma colaborativa. 
O ponto central da PBL está na problematização da realidade, entendida como o motor 
que impulsiona o aprendizado. Conforme argumenta Ribeiro (2008), a aprendizagem 
 
23 
significativa ocorre quando o sujeito é desafiado a compreender e solucionar um problema, 
integrando saberes prévios e novos conhecimentos. Esse movimento aproxima o estudante das 
demandas do mundo real, estimulando o desenvolvimento de competências cognitivas, 
metacognitivas e socioemocionais. A metodologia, portanto, não se limita à resolução técnica, 
mas envolve uma dimensão ética e crítica na forma de pensar e agir diante das situações. 
A Aprendizagem Baseada em Projetos, por sua vez, apresenta uma dinâmica orientada 
para a ação, em que os estudantes concebem, planejam e executam projetos que respondem a 
uma questão prática ou socialmente relevante. Toyohara et al. (2010) destacam que o foco do 
ABPj é o processo de construção do produto, não apenas o resultado final. Durante as etapas do 
projeto, os alunos são estimulados a pesquisar, analisar dados, tomar decisões e avaliar 
continuamente suas ações, consolidando o conhecimento de maneira integrada e significativa. 
Na aprendizagem baseada em projetos, a interdisciplinaridade desempenha papel 
crucial, pois possibilita a articulação entre diferentes áreas do saber. Santomé (1998) argumenta 
que o currículo deve ser compreendido como um conjunto de saberes interligados, e não como 
fragmentos isolados. Ao integrar conteúdos de forma contextualizada, o ABPj favorece uma 
compreensão global dos fenômenos, superando as fronteiras disciplinares e promovendo um 
aprendizado mais abrangente e conectado à realidade social. 
O conceito de aprendizagem como processo ativo é compartilhado tanto pela PBL 
quanto pela ABPj, pois ambas reconhecem o estudante como sujeito autônomo e crítico. Valls 
(1996) reforça que o aprender ocorre quando o aluno se engaja em procedimentos que exigem 
investigação, análise e síntese. A aprendizagem, portanto, é entendida como um processo 
contínuo de construção, em que o erro não é visto como falha, mas como oportunidade de 
crescimento e reelaboração do pensamento. 
A PBL, conforme analisada por Ribeiro (2008), propõe uma organização pedagógica 
em torno de problemas que exigem do estudante não apenas o domínio teórico, mas também 
habilidades de pesquisa e comunicação. Essa proposta rompe com a lógica da memorização e 
valoriza a reflexão crítica e a autonomia intelectual. A dinâmica colaborativa dos grupos 
favorece a troca de saberes e a negociação de significados, estimulando a escuta ativa e a 
argumentação fundamentada. 
No contexto da ABPj, Toyohara et al. (2010) evidenciam que o desenvolvimento de 
projetos estimula o protagonismo discente e a corresponsabilidade pelo aprendizado. O trabalho 
em equipe, a gestão de tempo e a resolução criativa de desafios se tornam componentes centrais 
da experiência formativa. O processo demanda planejamento detalhado, acompanhamento 
contínuo e reflexão sobre os resultados obtidos, o que contribui para o fortalecimento da 
autonomia e da capacidade de autoavaliação. 
 
24 
Os fundamentos teóricos dessas metodologias encontram respaldo em concepções 
construtivistas e sociointeracionistas do conhecimento. Segundo Santomé(1998), o 
aprendizado significativo ocorre na interação entre sujeito e meio, mediado pela linguagem e 
pelas práticas culturais. Assim, a PBL e a ABPj se sustentam na ideia de que o conhecimento é 
construído de maneira social e contextualizada, envolvendo a troca de experiências e o diálogo 
constante entre os participantes. 
No campo da inclusão e da diversidade, Silva e Francini (2023) discutem a 
importância de metodologias que contemplem diferentes estilos de aprendizagem e promovam 
a equidade. A aprendizagem baseada em problemas e projetos, ao valorizar o trabalho 
colaborativo e a flexibilidade das atividades, oferece condições para que estudantes com 
distintos perfis possam participar ativamente do processo educativo. Essa perspectiva amplia a 
dimensão humanizadora da educação e reforça o papel social da universidade. 
O uso de tecnologias digitais também potencializa a aplicação dessas metodologias, 
especialmente quando associadas às mídias sociais. Silva (2023) analisa o uso dos stories do 
Instagram como ferramenta pedagógica e argumenta que os recursos digitais podem ampliar a 
interação, favorecer a autoria e estimular o engajamento dos estudantes. Integradas à PBL e à 
ABPj, as tecnologias contribuem para uma aprendizagem mais dinâmica, conectada e 
significativa. 
Tavares et al. (2023) enfatizam a relevância das práticas colaborativas e do apoio 
pedagógico na promoção da aprendizagem significativa. Em ambientes de PBL e ABPj, o papel 
do professor é o de facilitador, criando situações em que o aluno possa investigar, propor 
hipóteses e testar soluções. Esse processo valoriza a autonomia intelectual e estimula o 
pensamento crítico, essenciais à formação de profissionais preparados para enfrentar a 
complexidade do mundo contemporâneo. 
No campo epistemológico, a PBL e a ABPj partem da concepção de que o 
conhecimento não é um produto acabado, mas um processo em constante reconstrução. Ribeiro 
(2008) argumenta que a aprendizagem acontece quando o sujeito é capaz de relacionar 
conceitos teóricos a situações reais, superando o ensino fragmentado e instrumental. Essa 
abordagem amplia a compreensão do saber como prática social e culturalmente situada, 
reafirmando o compromisso da educação superior com a formação integral. 
O trabalho em grupo é um dos pilares que sustentam a eficácia dessas metodologias. 
Toyohara et al. (2010) ressaltam que o desenvolvimento de projetos coletivos favorece o senso 
de pertencimento, a responsabilidade compartilhada e o exercício da empatia. Essas 
experiências fortalecem competências socioemocionais, como comunicação assertiva, 
colaboração e liderança, que são indispensáveis à inserção profissional e à convivência cidadã. 
 
25 
A integração entre PBL e ABPj possibilita a criação de ecossistemas de aprendizagem 
nos quais a teoria e a prática se complementam continuamente. Valls (1996) destaca que o 
processo de ensino deve estimular o pensamento reflexivo e a capacidade de intervir na 
realidade. Quando aplicadas de maneira articulada, as metodologias ativas potencializam a 
aprendizagem significativa e promovem a autonomia cognitiva e ética dos estudantes. 
A consolidação dessas metodologias no ensino superior requer compromisso 
institucional e formação docente contínua. Ribeiro (2008) adverte que a implementação da PBL 
e da ABPj demanda planejamento criterioso e acompanhamento pedagógico sistemático. O 
desafio consiste em criar ambientes de aprendizagem que valorizem a problematização, a 
cooperação e o protagonismo discente, contribuindo para uma educação mais humanizada, 
crítica e transformadora. 
2.3. APRENDIZAGEM BASEADA EM PROBLEMAS (PBL) 
A Aprendizagem Baseada em Problemas (PBL) propõe um modelo educacional que 
rompe com as práticas tradicionais e insere o aluno como protagonista no processo de 
construção do conhecimento. Nessa abordagem, a resolução de problemas complexos, reais ou 
simulados, é o ponto de partida para o desenvolvimento cognitivo, social e emocional dos 
estudantes. Munhoz (2015) explica que o problema é o eixo articulador da aprendizagem, 
servindo como catalisador para a reflexão, a pesquisa e a ação colaborativa. Essa estrutura 
metodológica busca despertar no discente a curiosidade e o senso crítico, aproximando a teoria 
da realidade prática. 
A natureza investigativa da PBL faz com que o estudante assuma um papel ativo e 
reflexivo diante das situações propostas. Segundo Mazur (2015), a aprendizagem torna-se mais 
efetiva quando o sujeito é desafiado a pensar, discutir e defender suas ideias em contextos de 
interação. O aluno não apenas absorve o conhecimento, mas o constrói de maneira dialógica, 
fundamentando suas hipóteses e reformulando-as diante de novas evidências. Esse processo 
transforma o ambiente acadêmico em um espaço de colaboração, onde o erro é visto como 
parte essencial da descoberta. 
A essência da metodologia está na integração entre diferentes saberes, promovendo a 
interdisciplinaridade e o pensamento sistêmico. Lovato, Yirula e Franzim (2017) argumentam 
que o protagonismo educacional nasce quando a comunidade escolar se torna espaço de ação e 
transformação, em que os sujeitos compartilham responsabilidades e constroem sentido 
coletivo. A PBL reflete esse princípio, pois convida os estudantes a reconhecerem a 
complexidade das situações reais e a trabalharem juntos na busca por soluções inovadoras e 
sustentáveis. 
 
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A abordagem baseada em problemas também exige do professor uma postura 
investigativa e mediadora. Munhoz (2015) enfatiza que o docente deve abandonar o papel de 
transmissor de informações para tornar-se orientador do processo de aprendizagem. Essa 
mudança implica planejamento cuidadoso, escuta atenta e flexibilidade pedagógica, de modo 
que o professor atue como facilitador da reflexão e do raciocínio autônomo. Essa mediação 
permite que os estudantes desenvolvam competências como pensamento crítico, tomada de 
decisão e resolução criativa de problemas. 
A estrutura da PBL segue uma lógica cíclica que envolve o reconhecimento do 
problema, a formulação de hipóteses, a pesquisa de informações e a síntese das soluções. Matos 
(2008) ressalta que aprender a estudar é um exercício de autonomia e de autorregulação, no 
qual o aluno precisa desenvolver estratégias para gerir seu próprio processo cognitivo. Na PBL, 
essa autonomia é central, pois o estudante aprende a aprender, tornando-se sujeito ativo na 
busca e organização do conhecimento. 
O contexto tecnológico contemporâneo amplia as possibilidades da PBL, integrando 
recursos digitais que favorecem a pesquisa e a comunicação. Oliveira Viana, Barbosa da Silva e 
Xavier (2023) observam que as ferramentas tecnológicas, quando bem utilizadas, potencializam 
o ensino, estimulando a colaboração e o engajamento dos participantes. No ambiente virtual, os 
estudantes podem explorar bases de dados, desenvolver projetos interdisciplinares e 
compartilhar descobertas, construindo conhecimento de forma coletiva e significativa. 
A inclusão é outro aspecto que ganha destaque na implementação da PBL. Melo 
(2023) aponta que o uso de tecnologias assistivas permite o acesso equitativo ao conhecimento 
e possibilita que alunos com deficiências participem ativamente das atividades. A metodologia, 
ao valorizar a interação e o diálogo, favorece a integração de todos os sujeitos no processo 
educativo. A diversidade, portanto, torna-se elemento constitutivo da aprendizagem, ampliando 
o horizonte ético e humano da prática pedagógica. 
O desenvolvimento das competências docentes é fundamental para que a PBL se 
consolide como prática transformadora. Perrenoud e Thurler (2009) defendem que o educador 
do século XXI deve ser capaz de criar situações didáticas desafiadoras, promover a autonomia 
e avaliar o progresso dos alunos de forma contextualizada. Essa concepção de ensino requer 
uma formação contínua, pautada na reflexão

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