Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS - CCET Curso: Farmácia / Quim Industrial Disciplina: Química Orgânica II / Química Orgânica Experimental Docente: Renato Sonchini Gonçalves Aula 06 Preparação do cloreto de t-butila O experimento em questão tem por objetivo: Preparação do cloreto de t-butila por meio de uma reação de substituição nucleofílica Conceitos e habilidades abordados neste experimento – Síntese orgânica, purificação por separação líquido-líquido 1-Introdução A reação de substituição nucleofílica (SN) é uma das mais importantes e mais estudadas em química. A compreensão dos mecanismos envolvidos nas reações SN permitiu grandes avanços para o estabelecimento da química orgânica moderna. Basicamente, dois mecanismos descrevem as reações SN: a) SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA DE SEGUNDA ORDEM (SN2): Ocorre através de um mecanismo direto, onde o ataque do nucleófilo (Nu) acontece simultaneamente à saída do grupo abandonador (G), ou seja, a ligação Nu-carbono vai se formando, enquanto a ligação carbono-G vai se rompendo. É o mecanismo mais operante para substratos primários, como na preparação do brometo de n-butila 1 a partir do 1-butanol 2. Renato Sonchini // Química b) SUBSTITUIÇÃO NUCLEOFÍLICA DE PRIMEIRA ORDEM (SN1): Este mecanismo se desenvolve em duas etapas e envolve a participação de um carbocátion como intermediário reativo (3). Na primeira etapa (lenta), ocorre a ruptura da ligação carbono-G, gerando o carbocátion 3; na segunda etapa (rápida), a ligação Nu-carbono é formada, fornecendo o produto de substituição. Este é o mecanismo mais adequado para substratos que formam carbocátions estáveis, como na preparação do cloreto de t-butila 4 a partir do t-butanol 5. É importante salientar que os mecanismos apresentados acima descrevem apenas os dois extremos de uma reação de substituição nucleofílica. Geralmente as reações SN apresentam mecanismos intermediários, situando-se entre SN1 e SN2. Em outras palavras, na maioria das vezes a quebra e formação de ligações não são processos independentes. Neste experimento será realizada a preparação do cloreto de t-butila 4, através do tratamento do t-butanol 5 com ácido clorídrico. A reação é rápida e simples, e pode ser efetuada diretamente em um funil de separação. A reação se processa segundo o mecanismo SN1, conforme apresentado anteriormente. Pequenas quantidades de isobutileno podem se formar durante a reação, devido a reações de eliminação competitivas. 2- Objetivos - Estudar os principais conceitos de reações de substituição nucleofílica Identificar o produto obtido a partir da reação com nitrato de prata - Calcular o rendimento do produto obtido 2- Procedimento experimental 1- Misturar em um funil de separação 15 mL de álcool t-butílico e 30 mL de ácido clorídrico concentrado. Não tampar o funil. Cuidadosamente, agitar a mistura do funil de separação durante um minuto; tampar o funil e invertê-lo cuidadosamente. Durante a agitação do funil, abrir a torneira para liberar a pressão. Fechar a torneira, tampar o funil, agitar várias vezes e novamente liberar a pressão. Agitar o funil durante dois a três minutos, abrindo-o ocasionalmente (para escape). 2- Mantenha o funil em repouso até completa separação das fases. 3- Separe as duas fases, aquosa (inferior) e orgânica (superior). 4- A operação da etapa subsequente deve ser conduzida o mais rapidamente possível, pois o cloreto de t-butila é instável em água e em solução de bicarbonato de sódio. Lave a fase orgânica com 25 mL de água; separe as fases e descarte a fase aquosa. Em seguida, lave a fase orgânica com uma porção de 25 mL de bicarbonato de sódio a 5%. Agite o funil (sem tampa) até a completa mistura do conteúdo; tampe-o e inverta-o cuidadosamente. Deixe escapar a pressão. Agite abrindo cuidadosamente para liberar a pressão, eventualmente. Deixe separar as fases e retire a fase do bicarbonato. 5- Lave a fase orgânica com 25 mL de água e novamente retire a fase aquosa. 6- Transfira a fase orgânica para um erlenmeyer seco e adicione sulfato de cálcio anidro 7- Transfira a fase líquida (cloreto de t-butila) para um frasco seco e previamente pesado. 8- Pese o produto bruto e calcule o seu rendimento. 9- Agitar em um tubo de ensaio, 0,1 mL do halogeneto com 2 gotas de solução alcóolica de nitrato de prata e aquecer em banho-maria. O aparecimento do precipitado branco indica a presença do cloreto de t-butila.