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QMC5230 – Química Orgânica Experimental I Data de realização do experimento: 06/11/2019 Preparação do Cloreto de t-Butila. Arthur Sesterheim Barth Adams, João Vitor Dambros arthursbadams@gmail.com, jv_dambros@hotmail.com Palavras Chave: Substituição nucleofílica; carbocátion, agente dessecante; destilação. Introdução (1,5 pt) Reações de substituição nucleofílicas são fundamentais para a compreensão da química orgânica no geral. No experimento abordado, o cloreto de t-butila é gerado através de uma substituição nucleofílica unimolecular (SN1). Uma SN1, diferentemente das SN2, é favorecida por um solvente prótico e um nucleófilo neutro (MCMURRY, 2010). Isso ocorre através da formação de um carbocátion, devido a dissociação espontânea do reagente, resultando em uma etapa lenta limitante da reação. Em seguida o carbocátion reage imediatamente com o nucleófilo, caracterizando a etapa rápida da reação (MCMURRY, 2010). A estabilidade do carbocátion depende do número de carbonos ligados ao carbono eletropositivo em questão como pode ser observado na imagem abaixo. Figura 1: Ordem de estabilidade dos carbocátions. (BRUCE, 2014). No caso do experimento realizado, ocorre a formação de um carbocátion terciário, através da protonação do álcool t-butílico caracterizando a etapa lenta limitante da reação. Esse carbocátion, embora o mais estável da série, ainda é um grupo muito instável, reagindo com o cloreto, que age como nucleófilo, essa etapa caracteriza a etapa rápida da reação. Objetivos (0,7 pt) Realizar a síntese do cloreto de t-Butila, por meio de uma reação de substituição nucleofílica unimolecular, utilizando o álcool t-butanol e do ácido clorídrico. Realizar a lavagem do produto primário, seguida de uma destilação fracionada, visando obter o rendimento líquido da reação. Discussão dos Resultados (5,0 pts) 1.Discussão do procedimento experimental. Iniciou-se o experimento com a coleta de 10mL de álcool t-butílico e 24 mL de ácido clorídrico. Em seguida, os dois componentes foram adicionados a um funil de separação. Com a reação ocorre rapidamente, toda sua integridade pode ser realizada no funil. Figura 1: disposição dos líquidos no funil de separação. Fonte: Autoral. Agitou-se então as duas substâncias brandamente por cerca de um minuto com a tampa aberta visando QMC5230 – Química Orgânica Experimental I QMC5230 – Química Orgânica Experimental I Data de realização do experimento: 06/11/2019 evitar a pressurização do funil nesse primeiro momento, onde ocorre uma grande liberação de gás. Passado esse primeiro minuto, a rolha é fechada e os reagentes são agitados por três minutos, buscando a mistura completa dos mesmos, aumentando a possível área de contato para a realização mais efetiva da reação. Em seguida, realizou-se a primeira extração, possível de realização devido a formação de duas fases distintas (SKOOG, 2008), onde percebeu-se que a fase constituída pelo ácido clorídrico permaneceu na porção inferior do funil, conclusão constatada devido a diferença de volume entre os reagentes. A função do ácido clorídrico nessa reação é inicialmente protonar o álcool, permitindo assim a formação de um carbocátion terciário, percebe-se que a etapa de protonação do álcool é desfavorecida no equilíbrio, e assim justifica-se a utilização do ácido clorídrico em excesso. Figura 2: Deslocamento dos equilíbrios na síntese do cloreto de t-butila. Fonte: Autoral. Após a primeira extração, separa-se a fase constituída pelo solução de ácido clorídrico e realiza-se uma nova lavagem da fase orgânica com água, seguida de uma lavagem com uma solução de 5% de bicarbonato de sódio. Essas duas lavagens visam extrair completamente o conteúdo de água e ácido restantes na fase orgânica, uma vez que o cloreto de t-butila é instável em água, se convertendo rapidamente por hidrólise de volta ao álcool (PAVIA, 2013a). Utiliza-se a solução de bicarbonato devido a sua propriedade de base fraca, sendo capaz de neutralizar qualquer resquício de ácido, sem reagir com o produto esperado. Como o cloreto de t-butila é extremamente instável em água, realiza-se uma secagem da fase orgânica com sulfato de sódio, um agente dessecante capaz de absorver qualquer traço de água ainda presente. Após os procedimentos listados previamente, uma fase orgânica teoricamente sem a presença de água é obtida, entretanto ainda podem haver resquícios do álcool que não reagiu na primeira etapa. Para sua separação, como se tratam de líquidos com pontos de ebulição relativamente próximos, utiliza-se o método de destilação fracionada. Esta permite a melhor separação de compostos com pontos de ebulição muito próximos, uma vez que utiliza uma coluna de fracionamento, composta de diversos pratos teóricos. Esses pratos permitem a recondensação do líquido mais volátil, promovendo assim o carregamento do vapor com essa substância, resultando em uma destilação mais eficiente, equivalente a inúmeras destilações simples (PAVIA, 2013a). Após a destilação, realizada com aquecimento brando devido ao baixo ponto de ebulição do cloreto de t-butila, o produto é extraído e pesado, possibilitando assim o cálculo do rendimento líquido. 2. Cálculo de rendimento e discussão do resultado. Para encontrar o rendimento líquido da reação, utiliza-se a proporção mássica existente na reação mostrada na figura 2. Com a proporção de 1 mol de t-butanol formando 1 mol de cloreto de t-butila, substitui os valores molares pelo peso molecular de cada composto (74,12 g/mol e 92,57 g/mol respectivamente). Utiliza-se a densidade t-butanol como 0,779 g/mL , e com a conversão, os 10 mL utilizados são equivalentes a 7,79 gde t-butanol (LIDE, 2005). Com uma equação de proporção, encontra-se que (92,57/74,12) = (X/7,79). O produto esperado da reação então (X) é de 9,72,9 g de cloreto de t-butila. O balão utilizado foi pesado e sua massa foi registrada como 51,395 g, após a extração do cloreto, uma nova pesagem do balão com o produto 2 25a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - SBQ QMC5230 – Química Orgânica Experimental I Data de realização do experimento: 06/11/2019 marcou 53,398. O produto obtido pesa portanto 2,003. Fazendo o cálculo do rendimento: obteve-se um rendimento de aproximadamente 20,5%, esse valor baixo deve-se principalmente ao aquecimento que foi realizado de forma brusca, facilitando a evaporação do produto devido à sua volatilidade, além disso, a quantidade de etapas de lavagem pode ter reduzido consideravelmente o rendimento. Por último, fez-se uma análise do índice de refração do produto, a fim de verificar qualitativamente a presença de cloretode t-butila. A análise obteve um índice de refração de 1,348, valor próximo do encontrado na literatura de 1,385. (LIDE, 2005) Conclusões (1,5 pt) Infere-se portanto que o cloreto de t-butila pode ser obtido por uma reação de substituição usando o álcool t-butílico como reagente, além disso, percebe-se a utilidade da análise do índice de refração para caracterização de líquidos voláteis, onde a análise do ponto de fusão e ebulição não é eficiente. Por outro lado, um estudo maior do experimento é necessário para determinar as causas do baixo rendimento obtido. Referências Bibliográficas (1,0 pt) BRUCE, P. Y. Organic Chemistry, 7ª ed. United States, CA, GEX Publishing Services, c.6, p.238. LIDE, D. R.;, ed., CRC Handbook of Chemistry and Physics, CRC Press, Boca Raton, FL, p.204, 2005. LIDE, D. R.;, ed., CRC Handbook of Chemistry and Physics, CRC Press, Boca Raton, FL, p.240, 2005. MCMURRY, J., Organic Chemistry, 8ª ed. United States: Cengage Learning, c. 11, p. 389, 2010. PAVIA, D. L. et al., A Microscale Approach to Organic Laboratory Techniques, 5ª ed., Estados Unidos: Brooks/Cole Cengage Learning, c.7, p.803, 2013. PAVIA, D. L. et al., A Microscale Approach to Organic Laboratory Techniques, 5ª ed., Estados Unidos: Brooks/Cole Cengage Learning, c.7, p.202, 2013. SKOOG, D. A.; WEST, D. M. ; HOLLER, F. J.; CROUCH, S.R.; Fundamentos de química analítica. 8ª ed. São Paulo: Learning , c. 30, p. 826 , 2008. 3 25a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química - SBQ
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