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Aprendendo a Viver com TOC

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Aprendendo 
a viver com 
TOC 
 
TRANSTORNO 
OBSESSIVO 
COMPULSIVO 
 
Barbara L. Van Noppen, M. S. W., Michele T. Pato, M. D., 
Steven Rasmussen, M. D. 
 
Versão da 4a edição americana para o português por 
Ana Hounie 
Roseli Gedanke Shavitt Maria Claudia Bravo 
Daniela Rozados Sérgio A. Brotto, 
Yara Garzuzi Rosemar Prota 
 Eurípedes C. Miguel 
 
Departamento de Psiquiatria da FMUSP 
São Paulo, 1a edição, 2000. 
 
 
 2 
Nós não estamos sozinhos! 
 
Finalmente, depois de anos sem saber para onde se dirigir, alguém deu a isto um 
nome. Um membro da família foi diagnosticado portador de Transtorno Obsessivo 
Compulsivo (TOC) e você quer aprender tudo o que puder sobre esse transtorno. 
Preocupado com seu familiar com TOC, você, sem dúvida, perguntou-se ―O que 
posso fazer para ajudar?‖. Estranhamente, agir por instinto nem sempre é o 
melhor para o seu familiar. Desistir, reassegurar ou discutir nem sempre são 
formas construtivas de ajudar a diminuir os sintomas do TOC e podem não 
transmitir apoio para o portador. 
 
Sabendo que seu familiar tem um transtorno definido pode promover algum alívio: 
―pelo menos agora nós sabemos como chamar isso e podemos encontrar alguém 
que nos ajude!‖. Reconhecer que alguém da família tem TOC é o primeiro passo 
para entender como lidar com os sintomas. Leva tempo e esforço para realmente 
entender o TOC, para aceitar que alguém que se ama tem TOC e para aprender a 
lidar com o problema de maneira eficaz. Os sintomas do TOC não vão 
simplesmente embora, mas com o tratamento e o apoio da família a maioria dos 
pacientes experimentam alguma melhora. Você pode tornar-se hábil no manejo do 
TOC; as relações familiares podem melhorar e os sintomas podem diminuir. 
Entretanto, há estágios para alcançar esses objetivos e, lembre-se: leva tempo. 
 
Depois de anos de trabalho com famílias que têm um membro com TOC, nós 
encontramos alguns temas que se repetem: sentimentos de isolamento, 
frustração, vergonha, questionamentos do tipo ―Por que eles simplesmente não 
param?. Antes de tudo há um pedido de ajuda. ―O que devemos fazer?―. Os 
familiares geralmente se sentem perturbados, confusos, oprimidos e frustrados. 
Em um esforço para ajudar, você provavelmente tentou exigir que a pessoa com 
TOC interrompesse seu comportamento ―tolo‖, ou ajudou na realização dos rituais 
ou, ainda, para ―manter a paz‖, fê-los você mesmo. Qualquer dos extremos tem 
um efeito disruptivo no funcionamento familiar e pode levar a um aumento nos 
sintomas obsessivo-compulsivos. O conflito familiar é inevitável. Como suas 
tentativas de ―ajudar‖ a pessoa com TOC são rejeitadas ou ineficazes, você 
começa a se sentir desesperado e impotente. 
Você pode fazer diferença! 
 
Uma mulher de 40 anos com uma história de TOC de 20 anos e sua mãe de 60 
anos, começaram a participar de um grupo de psicoeducação familiar. Elas 
disseram que ―tinham um bom relacionamento e podiam falar de qualquer coisa, 
exceto de TOC‖. Na terceira sessão elas contaram ao grupo alegremente que 
―agora podiam falar abertamente do TOC‖. Quando os outros perguntaram o que 
havia feito a diferença, a mulher com TOC disse ‖pelo fato da minha mãe vir aos 
grupos, ter lido informações sobre TOC e escutado outros portadores de TOC 
falarem de sua experiência, eu sinto que ela está começando a entender o TOC e 
o que eu estou sofrendo‖. 
 3 
 
Nós temos observado que a educação e a compreensão emocional do que seja 
experimentar sintomas de TOC devem acompanhar os esforços familiares de 
intervenção. Como muitas pessoas com TOC são, por outro lado, muito 
funcionais, não é de se admirar que você tenda a considerar as compulsões como 
comportamentos que também estão sob controle da vontade. Esse é um engano 
comum. Aceitar que um membro familiar tem ―algo errado‖ que requer ajuda 
profissional pode ser um processo doloroso. Antes de ser capaz de ajudar, você 
precisa aprender sobre TOC. Você deve saber o que é o problema antes de tentar 
resolvê-lo! Educação é o primeiro passo. À medida que alguém aprende mais 
sobre TOC, ele começa a sentir mais esperança de que pode fazer coisas para 
ajudar a pessoa que tem TOC. O TOC envolve um distúrbio bioquímico com 
sintomas clínicos que vão além de traços de personalidade. À medida que seu 
conhecimento aumenta, você vai ser capaz de ver os comportamentos irracionais 
de uma perspectiva não pessoal. Suas relações familiares irão melhorar e a 
pessoa com TOC se sentirá mais apoiada. Relações familiares positivas e sentir-
se compreendido aumentam muito os benefícios terapêuticos dos tratamentos 
(medicação, terapia comportamental). 
 
Agora que nós sabemos como chamá-lo.... Como saber quando 
os sintomas obsessivo-compulsivos requerem atenção 
profissional? 
 
Quando você começar a aprender sobre TOC, você vai-se pegar pensando ―Isso 
parece comigo!‖ ou ―Eu faço isso!‖. Confundir traços de personalidade com 
sintomas é um engano comum porque à primeira vista eles parecem iguais. 
Entretanto, a razão dos comportamentos é muito diferente. Por exemplo, um pai 
que tinha dificuldade em entender por que seu filho não conseguia parar de se 
lavar e sair para o trabalho comentou que ele também tinha ―hábitos‖ de limpeza 
e, se ele podia parar, por que seu filho não podia? Isso enfureceu seu filho, 
deixando-o mais sintomático. Ele se sentiu chateado porque seu pai não entendeu 
a diferença entre um hábito e uma compulsão. 
 
A distinção entre traços e sintomas obsessivo-compulsivos é importante. Estudos 
mostram que a maioria das pessoas têm um ritual ou dois. A diferença reside no 
grau de ansiedade e na convicção de que a compulsão deve ser realizada. 
Pessoas com TOC sentem que não conseguem controlar sua ansiedade de outra 
forma que não fazendo rituais. Seus cérebros dizem a eles que seus medos vão 
diminuir se eles fizerem os rituais. É mais fácil não admitir ou não identificar esse 
comportamento como um sintoma e considerá-lo um defeito. Nós todos temos um 
ou dois rituais, mas esses comportamentos se transformam em sintomas se eles 
não são desejados e interferem com a nossa vida social e/ou ocupacional. 
Quando a pessoa não consegue controlar as compulsões é importante não culpá-
la. Por outro lado, as compulsões não devem tornar-se uma desculpa para 
incapacidade ocupacional. Algumas vezes, uma vez que o TOC é identificado, as 
 4 
pessoas esperam dos familiares que assumam suas responsabilidades para evitar 
certas situações. Isso raramente é benéfico para o portador de TOC. 
O que causa o TOC? Eu tenho culpa? 
 
Alguns familiares têm perguntado ―Se eu tenho traços obsessivo-compulsivos eu 
terei TOC?‖. Não há evidências científicas que sustentem essa associação. De 
fato, muitas pessoas têm traços obsessivo-compulsivos a vida inteira e nunca 
desenvolvem TOC. Fatores ambientais e genéticos parecem contribuir para o 
desenvolvimento de sintomas obsessivo-compulsivos (SOC). Estudos genéticos 
recentes, associados a pesquisas de anormalidades neuroquímicas em portadores 
de TOC, têm sugerido que o TOC ocorre em famílias. Assim, muitos membros de 
uma mesma família podem ser afetados com TOC e/ou transtornos relacionados, 
como a Síndrome de Tourette (ST). Diferentes membros de uma família podem ter 
uma variedade de sintomas, obsessões e compulsões, ansiedade generalizada, 
transtorno do pânico e tiques complexos motores e vocais (Síndrome de Tourette). 
Estudos genéticos encontraram maior taxa de concordância de TOC em gêmeos 
monozigóticos (idênticos)1 (cerca de 65%) do que em dizigóticos (cerca de 15%). 
Não foram feitos estudos de adotados até o momento ou estudos de gêmeos 
criados separados (estes estudos servem para definir até que ponto a doença é 
genética ou ambiental). Parece que pessoas com TOC têm uma vulnerabilidade 
genética que é desencadeada por estressores ou fatores ambientaisque resultam 
na expressão dos sintomas. 
 
Enquanto a maioria das anormalidades apontam para um neurotransmissor, a 
serotonina, outros neurotransmissores podem estar envolvidos. Pesquisas 
adicionais têm implicado regiões específicas do cérebro na causa dos SOC. Essas 
regiões cerebrais são geralmente ricas em receptores de serotonina e estão 
envolvidas no aprendizado processual e no comportamento de 
aproximação/esquiva. Correlatos do TOC nos animais também têm sido 
identificados. Um transtorno de excesso de cuidados instintivos de limpeza2, o 
distúrbio de lambedura de extremidades, pode afetar cães, gatos e até pássaros. 
Leva a uma perda de pêlos ou plumas pela lambedura excessiva, comportamento 
que se assemelha ao compulsivo. O dano causado à pele subjacente pode levar a 
infecção e perigo de vida ao animal em casos extremos. Felizmente, esses 
animais respondem às mesmas medicações que são usadas para tratar o TOC! 
Estas atuam na serotonina, como um dos principais mecanismos de ação. 
 
Enquanto muito da pesquisa científica têm-se focalizado em fatores biológicos, há 
muita literatura a respeito de modelos para o TOC baseados na teoria do 
aprendizado. O modelo mais conhecido deriva da teoria de Mowrer, dos dois 
estágios de aquisição e manutenção do medo e do comportamento de esquiva. No 
primeiro estágio, o da aquisição, objetos neutros (assento sanitário, tesouras), 
 
1
 As notas entre parênteses e em itálico são dos tradutores, para facilitar a compreensão. 
2
 Grooming é o comportamento de lamber as patas, as penas e os pêlos apresentados por alguns 
animais e que não apresenta termo adequado para tradução para o português. 
 5 
pensamentos (alguém vai machucar-se) ou imagens (o diabo) são associados a 
medo/ansiedade por acoplarem-se a estímulos aversivos que provocam 
desconforto. No segundo estágio, o de manutenção, a esquiva dos 
desencadeantes (situações, objetos) é reforçada porque a ansiedade é reduzida. 
Essa explicação é simplista e os interessados podem procurar as referências 
bibliográficas sugeridas ao final deste livreto para maiores informações. Estímulos 
internos (pensamentos, imagens, impulsos) podem provocar desconforto e 
desencadear as compulsões. Além disso, as compulsões nem sempre são 
evidentes. De fato, muitas pessoas com TOC descrevem compulsões mentais, 
como contar, relembrar uma conversação ou verificar a disposição dos móveis do 
quarto no pensamento. Assim, modelos cognitivos que apontam para um 
processamento cognitivo ―defeituoso‖ complementam os comportamentais ou de 
aprendizado na explicação do TOC. Embora os pensamentos que são 
problemáticos para as pessoas com TOC sejam comuns à maioria de nós, 
aqueles com TOC experimentam um desconforto exagerado, temem uma 
catástrofe e têm maior dificuldade em evitar esses pensamentos. Pesquisadores 
na área cognitiva estão examinando os fenômenos cognitivos (crenças, memória, 
processamento de informação, percepções) para distinguir entre processos 
obsessivo-compulsivos de pensamento e a maneira ―normal de pensar‖. 
É importante saber que a pessoa que tem TOC não tem culpa disso. Da mesma 
forma, como membro da família, você deve aprender que não ―causou‖ o TOC; ele 
não é causado pela ―criação‖ ou educação. Os pais com TOC temem que seus 
filhos ―aprendam‖ o TOC. Um pai com rituais de lavagem pode ter um filho com 
rituais de verificação. Embora a genética tenha um papel no TOC e as crianças 
tendam a imitar seus pais, elas não podem aprender a sentir a ansiedade que 
acompanha o TOC de seus pais. 
Talvez seja da natureza humana sentir-se responsável por fenômenos 
psicológicos que não têm uma explicação simples. Você pode perguntar-se ―Bom, 
se eu não causei , o que causou? ―. No momento, a melhor explicação é a 
seguinte: uma predisposição genética que provavelmente envolve o 
neurotransmissor serotonina pode tornar uma pessoa vulnerável a desenvolver 
TOC. Alguns valores, a ética e certas crenças podem ter uma contribuição, mas os 
pais não causam TOC. As famílias geralmente sentem-se culpadas pela maneira 
como educaram seus filhos ou responderam aos seus esposos. Culpar os 
familiares é improdutivo. Ao contrário, os familiares podem vir a aprender como se 
envolver eficazmente no tratamento do TOC e podem desempenhar um papel 
importante na melhora dos sintomas ao invés de perpetuá-los. Aprendendo 
comportamentos de apoio que o retirem das compulsões, como membro da 
família, você pode fazer a diferença no curso dos sintomas daquele ente querido e 
na sua vida. 
O TOC vai embora? 
 
A maioria das pessoas com TOC apresenta um vaivém dos sintomas. Você pode 
se desapontar se tiver a expectativa de que se os sintomas forem embora, isso 
será para sempre. Algumas pessoas podem ter um episódio único e permanecer 
 6 
livres de sintomas pelo resto da vida. Entretanto, é melhor estar preparado para 
que os sintomas voltem em períodos estressantes da vida ou durante períodos de 
mudanças e ajudar a pessoa com TOC a estar preparada também. O curso 
flutuante do TOC é influenciado por diversos eventos, mais freqüentemente o 
estresse. Eventos estressantes podem ser qualquer coisa, inclusive alegrias e 
ocasiões positivas. Pessoas com TOC geralmente comentam que não gostam de 
mudanças e têm dificuldade de mudar. Até o presente momento não existe ―cura‖ 
garantida para o TOC. Há formas efetivas de tratamento que podem permitir a 
pessoa a levar uma ―vida normal‖. Como membro da família, você pode aprender 
o que esperar e como responder a esses altos e baixos. 
 
Tratamento 
. 
Clínicos experientes concordam em que um tratamento multimodal que inclui 
medicação, terapia comportamental e educação e apoio familiar é o melhor. 
Muitas medicações que estão disponíveis no mercado têm efeito benéfico para os 
portadores de TOC. Essas medicações incluem: clomipramina (Anafranil), 
fluvoxamina (Luvox), sertralina (Tolrest, Zoloft), fluoxetina (Prozac, Eufor, Daforin, 
Verotina, Fluxene) e paroxetina (Aropax e Pondera). Essas medicações provocam 
mudanças no sistema que envolve a serotonina cerebral. Essa medicações são 
comercializadas como antidepressivos. Isso é uma vantagem, pois muitos 
pacientes com TOC também têm sintomas de depressão, como perda de 
interesse e energia, pouca concentração, dificuldade no sono, e até idéias de 
suicídio. Nem sempre fica claro se esses sintomas são secundários ao TOC, ou 
seja, se são uma resposta ao sofrimento pelo fato de viver com TOC ou uma 
doença separada (depressão primária). Felizmente, as medicações prescritas 
tratam tanto o TOC como os sintomas depressivos. 
 
É importante para as pessoas que têm TOC e os seus familiares que reconheçam 
que apenas a medicação raramente é eficaz em afastar os sintomas totalmente. 
Adicionar outras modalidades de tratamento ajudam a pessoa com TOC a 
controlá-los melhor. Até o momento, parece que a medicação apenas atua no 
controle e não na cura dos sintomas. Quando as medicações são efetivas, a 
maioria dos portadores diz que estas ajudam a rejeitar as preocupações e a 
resistir às compulsões mais facilmente. Assim, algum esforço por parte do 
portador é necessário para diminuir os sintomas e a medicação ajuda nesse 
processo. Quando a medicação é interrompida, entretanto, os sintomas tendem a 
retornar dentro de algumas semanas ou meses e novamente torna-se mais difícil 
resistir à necessidade de realizar as compulsões. Adicionando outras técnicas 
terapêuticas, particularmente a terapia comportamental, temos maiores chances 
de conseguir tratar os sintomas com menos medicação ou até sem medicação a 
longo prazo. 
 
A terapia comportamental é mais efetiva que a psicoterapia psicodinâmica 
tradicional no controle dos sintomas. Ao contrário da psicoterapia, que procura no 
passado a ―raiz’ do problema, a terapia comportamental utiliza umaabordagem 
 7 
prática do ―aqui e agora‖ para eliminar comportamentos indesejáveis. É 
recomendado inicialmente estabelecer uma hierarquia ou lista de situações 
evitadas/temidas, desencadeantes externos e pensamentos, imagens ou impulsos 
que provoquem desconforto. Cada item é então graduado numa escala de 0 a 100 
em termos de quantidade de desconforto que gera (isso é chamado unidade 
subjetiva de desconforto - USD). A principal técnica comportamental é chamada 
―exposição e prevenção de resposta‖. Para eliminar os sintomas, a pessoa com 
TOC deve se expor a essas situações que são temidas e evitadas. A exposição é 
melhor realizada de modo gradual, iniciando-se com os itens que provocam 
menos desconforto, de acordo com o escore na escala de USD. Em seguida, a 
pessoa é encorajada a resistir às compulsões que se sente impelida a realizar 
para evitar uma conseqüência temida ou o aumento da ansiedade. Essa parte é 
chamada ―prevenção de resposta‖. À medida que a exposição e a prevenção de 
resposta é realizada continuamente, a pessoa com TOC aprende ―que nada de 
ruim acontece‖ quando o ritual não é realizado. No início, a ansiedade cresce por 
conta do medo irracional de que aconteça alguma catástrofe. Com o tempo, a 
pessoa com TOC poderá dizer: ―eu me lavei apenas uma vez e ninguém se 
machucou‖. Para aqueles com sensação de ―incompletude‖ ou sensação de que 
não ficarão bem se não fizerem as compulsões, a exposição aos eventos 
desencadeantes e a resistência aos rituais, com o tempo, levam à diminuição da 
ansiedade da mesma forma. 
 
A exposição e a prevenção de resposta freqüentemente evocam um aumento 
inicial da ansiedade. Entretanto, com o tempo e a prática, ocorre a redução do 
desconforto e uma maior habilidade em resistir aos rituais. Não se desesperem; 
através da repetição e longos períodos de prática, a ansiedade diminui. Esse 
princípio é chamado habituação. A terapia comportamental exige um enorme 
montante de prática e paciência, assim como uma forte motivação para tolerar 
níveis crescentes de ansiedade. Uma boa analogia para a exposição e a 
prevenção de resposta é o exercício. Quando uma pessoa começa a correr, por 
exemplo, começa com passo lento e pequena distância. À medida que mais força 
e resistência são alcançadas, distâncias maiores podem ser percorridas a passos 
mais rápidos. Dores musculares são interpretadas como sinais de bom uso de 
áreas que estavam sendo mal condicionadas. Da mesma forma, quando uma 
pessoa começa a terapia comportamental, um aumento inicial de ansiedade é 
considerado como ―estou fazendo algo errado, pois isto deveria fazer sentir-me 
bem‖ em vez de ―esta ansiedade é um bom sinal de que estou-me confrontando 
com coisas que me estressam, então sinto mais ansiedade no início". Muito 
freqüentemente, as pessoas interrompem o tratamento comportamental por conta 
desse aumento inicial de ansiedade, sem considerar que o processo de 
habituação leva um certo tempo para ocorrer. Comparando o tempo que a pessoa 
com TOC sofreu com seus sintomas, a diminuição do desconforto e das 
compulsões ocorre relativamente rápido. Apesar disso, a maioria das pessoas fica 
impaciente e espera que suas preocupações vão embora mais rapidamente do 
que é realista esperar. Mesmo quando as compulsões param, as preocupações 
persistem, pois comportamentos mudam mais rapidamente que pensamentos e 
 8 
sentimentos. Entender tudo isto ajuda você, enquanto pessoa de apoio, a ser um 
melhor amparo. 
 
A intervenção da família é um importante complemento aos tratamentos 
farmacológico e comportamental. Uma forma de tratamento que tem sido efetiva é 
o grupo de apoio psicoeducacional multifamiliar. Este é um grupo formado por 
membros da família e pessoas com TOC com o propósito de aprender sobre TOC, 
o seu impacto nas famílias e estratégias para lidar com isso. Calvocoressi e suas 
colegas relataram que 88% dos familiares que eles entrevistaram participavam de 
alguma maneira na manutenção dos sintomas. Nesse estudo, a participação 
familiar nos sintomas estava significativamente correlacionada com a disfunção 
familiar e com atitudes negativas em relação à pessoa com TOC. Essas 
características podem servir para manter a gravidade dos SOC e grupos de 
famílias podem ajudar a lidar com essas dificuldades que podem afetar a 
recuperação do indivíduo com TOC. 
 
Grupos de Apoio Psicoeducacionais Multifamiliares são únicos no sentido de que 
oferecem a rara oportunidade aos envolvidos de se sentirem menos isolados. É 
um processo enriquecedor aprender sobre TOC, compartilhar experiências e 
discutir abordagens alternativas para a resolução de problemas. Você se sentirá 
aliviado em saber que outros lutam com os mesmos medos, preocupações, 
questionamentos e conflitos relacionados ao TOC. 
 
Esses grupos de suporte podem ser facilitados por profissionais ou fundados nos 
princípios dos grupos de auto-ajuda. Se você está pensando em iniciar um desses 
grupos por sua conta, é aconselhável que consulte profissionais para obter 
informações clínicas adequadas. Além disso, os familiares podem aprender por 
meio de fitas de vídeo e da literatura3. 
 
Outra abordagem multifamiliar que incorpora familiares/pessoas de apoio ao 
tratamento é o tratamento comportamental multifamiliar (TCM). O TCM que nós 
desenvolvemos é composto por 6-7 famílias e inclui a pessoa com TOC. Há dois 
encontros particulares com cada família antes de se iniciar o grupo. Cada sessão 
dura uma hora e meia e o propósito é angariar informações e descrever o TCM 
detalhadamente. A seguir, há doze sessões semanais multifamiliares de duas 
horas e seis sessões mensais de entrada de novos membros. Durante as doze 
sessões semanais são fornecidas psicoeducação sobre TOC e tratamento 
comportamental. O tratamento é modelado de acordo com a terapia 
comportamental individual e consiste na exposição in vivo e na prevenção de 
resposta, além de tarefas em casa e auto-monitoração. Além disso, as famílias 
observam os exercícios de exposição e prevenção de resposta, compartilhando 
experiências e estratégias de resolução de problemas com outras famílias, 
aprendendo a negociar acordos com o portador de TOC de maneira adequada. 
Esses acordos são chamados contratos comportamentais. 
 
3
 A ASTOC pode fornecer informações a esse respeito aqui no Brasil. Para maiores informações 
veja o apêndice no final deste livro. 
 9 
 
O objetivo primário dos contratos comportamentais é promover o trabalho conjunto 
da família na elaboração de planos específicos para o manejo dos SOC em 
termos comportamentais. Isso reduz o conflito e preserva a convivência. Ao 
melhorar a comunicação e o desenvolvimento de uma maior compreensão da 
perspectiva do outro, fica mais fácil para o indivíduo com TOC aceitar ajuda dos 
membros da sua família no controle dos sintomas. A experiência tem mostrado 
que a terapia familiar comportamental mais efetiva resulta dos contratos entre os 
indivíduos com TOC e seus familiares. Algumas famílias são capazes de fazer 
isso por conta própria, enquanto a maioria necessita de instrução profissional. A 
idéia por trás do contrato familiar é que objetivos realistas sejam estabelecidos 
pela pessoa com TOC juntamente com as pessoas que o apoiam. 
 
O processo em si é reassegurador e válido para o portador de TOC. A mensagem 
da família é: ―Nós reconhecemos que algo está errado e nós trabalharemos juntos 
para melhorá-lo!‖. Por exemplo, a pessoa com TOC pode escolher o objetivo de 
escolher lavar algumas roupas ―contaminadas‖. Então discutirá com os membros 
da família como eles poderão ajudar na tarefa. Isso pode significar: 1) acompanhar 
a pessoa com TOC enquanto realiza a tarefa, 2) concordar que a pessoa com 
TOC somente será reassegurada uma vez pelos familiares em relação ao fato das 
roupas não estarem contaminadas,3) prover algum tipo de recompensa após a 
tarefa ser concluída (jantar fora, elogiar) como reforço positivo. Um exemplo de 
como um contrato comportamental de família funciona pode ser ilustrado com o 
caso de um homem de 35 anos com compulsão de colecionismo. Ele guardava 
suas roupas da adolescência que não usava há mais de 20 anos. Devido ao seu 
guarda-roupas estar lotado, o seu quarto e outros quartos da casa estavam 
abarrotados e insuportáveis. Ele e sua esposa concordaram em que ele se 
desfaria de uma roupa diariamente por um mês. Como é muito difícil para 
colecionadores desfazer-se de coisas, limites devem ser estabelecidos. Se às oito 
da noite ele não tivesse dado uma roupa à esposa ela teria permissão para abrir 
seu armário e escolher três peças, das quais ele selecionaria uma. Se às 8:30 ele 
ainda não tivesse escolhido, ela então escolheria. Assim, a pessoa com TOC é 
firmemente encorajada pela família mas lhe é dada a responsabilidade de se 
confrontar com seus medos e compulsões de evitação. 
 
Uma palavra de cautela antes de empregar estas estratégias por sua conta: todos 
os objetivos e contingências devem ser claramente definidos, entendidos e aceitos 
por todos os membros envolvidos nas tarefas. Famílias que decidem reforçar ―as 
regras do TOC‖ sem discuti-las antes com o portador, descobrem que ―o tiro sai 
pela culatra‖. Implementar um programa para modificar comportamentos deve ser 
algo planejado e discutido passo a passo. Após participar dos grupos de educação 
familiar e grupos de apoio pela primeira vez, um marido deixou a mensagem de 
que se recusaria a participar dos rituais da esposa. Após 20 anos ajudando a 
esposa ―para manter a paz‖, o marido foi para casa e parou de ―ajudar‖ nas 
compulsões. Você pode imaginar a ira que despertou na esposa e o marido voltou 
ao velho estilo, sentindo-se confuso, com raiva, desinformado, e impotente mais 
uma vez. O marido levou para casa a mensagem correta, o problema foi a 
 10 
maneira de colocá-la em prática. Todos aqueles que se sentiram impelidos a 
fechar a chave de água para impedir compulsões de lavagem, ou a remover 
interruptores ou maçanetas para evitar verificações, poderão pensar agora que 
interromper a compulsão para por um fim no problema geralmente resulta em 
intenso conflito familiar que é freqüentemente tão doloroso quanto viver com os 
SOC. Assim, o ponto de maior importância é que antes dos familiares intervirem 
deve haver discussões, negociação e acordo entre a pessoa com TOC e a família 
para levar o plano adiante. Para a terapia comportamental familiar funcionar, esse 
processo é crucial. A exceção é quando ocorre uma situação de ameaça à vida ou 
perigosa.Neste momento, você poderá ser obrigado a agir apesar das “regras do 
TOC”. 
 
Em alguns casos, a terapia comportamental individual pode ser particularmente 
útil para aqueles que necessitam de atenção profissional mais intensiva do que a 
que pode ser dada em grupo. 
 
Quando a pessoa com TOC não o reconhece. 
 
Tenho recebido ligações e cartas descrevendo talvez a mais difícil das situações: 
quando familiares reconhecem os sintomas de TOC e a pessoa com TOC não 
aceita e se recusa a receber ajuda. O ideal nem sempre é a realidade. Alguns de 
vocês podem ter um membro da família que recusa absolutamente qualquer 
tratamento ou pode até negar que os sintomas existam. Essas são situações 
extremamente desafiantes, que evocam sentimentos de desespero. Algumas 
vezes você pode não ter escolha, a não ser continuar levando a sua vida adiante, 
enquanto lembra ao sofredor periodicamente que deseja ajudar, que reconhece 
seu sofrimento e que as pessoas ficam melhores do seu TOC. Em geral, pessoas 
com TOC não podem começar a terapia comportamental ou a medicação 
enquanto não desejem. Algumas vezes, quando o desconforto ou a incapacitação 
fica tão grande que prejudica o trabalho, os relacionamentos, o gozo da vida, a 
pessoa com TOC passará a aceitar o aconselhamento profissional. As famílias 
vêm relatando como chegaram ao ―fundo do poço‖ e como as coisas deterioraram 
antes que seu ente querido admitisse ter um problema. Esse é um processo 
doloroso e, como pessoa de apoio, você tem opções. Freqüentemente, admitir um 
problema não significa aceitar que se têm um problema. Para toda a família, 
aceitar é um processo que leva tempo. Como membro da família, seu objetivo é 
duplo - 1) obter apoio e se ajudar e 2) tentar ajudar a pessoa a aprender sobre o 
TOC e os tratamentos disponíveis. 
O primeiro passo é que um dos pais ou alguém da família reconheça o TOC. A 
seguir, é importante aprender o máximo possível a respeito do TOC. Além disso, 
participar de grupos de apoio disponíveis, tornar-se membro de associações como 
a OCD Foundation4 e receber material informativo. Conversar com outras famílias 
para compartilhar sentimentos de raiva, tristeza e isolamento é muito importante. 
Discutir como outras famílias manejam os sintomas e receber opiniões de como se 
 
4
 No Brasil, existe a ASTOC, Associação Brasileira de Portadores de Síndrome de Tourette, 
Tiques e Transtorno Obsessivo Compulsivo, com sede em São Paulo. 
 11 
deve lidar com o TOC fará com que você pense mais criticamente sobre suas 
respostas e oferecerá alternativas. Em geral você deveria: 
 
1. Trazer literatura, video-teipes e fitas cassete sobre TOC para sua casa. 
Oferecer a informação à pessoa ou deixá-la estrategicamente à mão para que 
possa ser lida/vista individualmente. 
2. Informar a pessoa que tem TOC que é para seu benefício que se envolverá o 
mínimo possível com os comportamentos que eles se sentem obrigados a 
realizar. Você está lá para ajudá-lo a resistir às compulsões, não para ajudar 
nelas ou fazê-las. Explicar que você está fazendo tudo para entender o 
sofrimento dele, mas que você está desistindo das demandas sem sentido que 
apenas pioram a situação. 
3. Explicar que, por meio do tratamento adequado, a maioria das pessoas 
percebe um decréscimo significativo dos sintomas. Existe ajuda e há outras 
pessoas com o mesmo problema. 
4. Sugerir à pessoa com TOC que freqüente grupos de apoio com ou sem você e 
que converse com um colega com TOC (através das Associações) ou que fale 
com um profissional em uma clínica especializada. 
 
Se a pessoa com TOC ainda se recusa a reconhecer que há algo errado, você 
pode tomar uma atitude definitiva. Essas ações incluem: 
 
1) Continue o seu apoio por conta própria e, se disponível, procure 
aconselhamento com um profissional especializado em TOC. 
2) Recuse-se a se envolver com o TOC - não dê reasseguramento, não verifique, 
não evite. 
 
Reduzir sua participação nos rituais pode fazer o indivíduo com TOC ficar mais 
hostil. Novamente, explique gentilmente que você se oferece a procurar ajuda 
profissional com ele mas que não pode continuar a viver sob as regras do TOC. 
Lembre-o de que se você fizer o que ele pede pode fazer com que, 
temporariamente, ele se sinta melhor, mas que isso não ajuda os sintomas a 
diminuírem. Esta é geralmente a pior parte para a família seguir...é difícil 
estabelecer limites com empatia. Além disso, se você continuar a ajudá-lo a sentir-
se confortável reduzindo sua ansiedade, como é que ele vai querer encarar a 
aparentemente intransponível tarefa de mudar? Se você reconhece ter sido até 
agora um cúmplice do TOC, gradualmente vá deixando de ser. Por outro lado, se 
você tem se recusado a participar de qualquer modo do TOC a não ser por gritar 
―deixe disso‖, você deve parar isso também e informar-se mais sobre o problema 
para poder dizer a mesma coisa mas de uma forma que seja de apoio e que 
mostre que compreende a luta por que ele está passando. De qualquer modo, o 
importante é ser consistente. Isso significa conversar com os outros membros da 
família para assegurar uma abordagem unificada,caso contrário, suas boas 
intenções poderão perder força. Por exemplo, em uma família, a mãe parou de 
lavar as roupas para seu filho de 28 anos mas o marido passou a fazê-lo no seu 
lugar porque eles não estabeleceram um plano antes sobre como lidar com os 
sintomas obsessivo-compulsivos. 
 12 
 
Em alguns casos muito graves, a pessoa com TOC pode, eventualmente, escolher 
sair de casa. Se a pessoa não for um menor, mora sozinho e não oferece perigo a 
si ou a outros, talvez haja pouco a se fazer para convencer a pessoa a procurar 
ajuda. Isso não significa que você deva parar sua terapia ou parar de tentar. 
Algumas vezes leva anos de perseverança. Mais uma vez, lembre que aceitar o 
TOC e beneficiar-se do tratamento é um processo. 
 
Guia para viver com TOC 
 
As reações das famílias às pessoas com TOC variam. Há cinco reações típicas: 1) 
famílias que ajudam nos rituais para manter a paz; 2) famílias que não participam, 
mas permitem as compulsões; 3) famílias que se recusam a tomar conhecimento 
ou permitem as compulsões na sua presença; 4) famílias que se dividem na sua 
reação- alguns membros ajudam e outros se recusam; 5) famílias cujos membros 
oscilam entre um extremo e outro, tentando encontrar a solução ―certa‖. Em 
qualquer caso, reações familiares extremadas ou inconsistentes geram mais 
sentimentos de frustração e desesperança na medida em que os SOC aumentam. 
A tendência natural de pôr os sinais de alerta do TOC de lado parece retardar a 
procura de ajuda profissional. À medida que mais se sabe sobre o TOC, mais se 
pode ser otimista em relação ao tratamento e à recuperação. 
 
Em um esforço para ajudar as famílias, a lista de diretrizes a seguir foi 
desenvolvida por familiares e pessoas com TOC que experimentaram dificuldade 
de lidar com a situação no início. 
 
Diretrizes Gerais 
 
1. Aprender a reconhecer os sinais que indicam que a pessoa está tendo 
problemas. 
2. Modificar as expectativas em períodos de estresse. 
3. Medir o progresso de acordo com o nível de funcionamento da pessoa. 
4. Não fazer comparações dia a dia. 
5. Reconhecer pequenas melhoras. 
6. Criar um ambiente acolhedor em casa. 
7. Manter a comunicação clara e simples. 
8. Aderir firmemente ao contrato comportamental. 
9. Estabelecer limites, mas ser sensível às mudanças de humor da pessoa. 
10. Manter a rotina da família ―normal‖. 
11. Usar o humor para lidar com a situação. 
12. Apoiar o regime medicamentoso. 
13. Separar tempo para outros membros da família é importante. 
14. Os membros familiares devem ser flexíveis. 
 
 
 o modelo de Diretrizes foi adaptado da obra Esquizofrenia e a Família de Carol Anderson, Ph.D.: Douglas 
Reiss, Ph.D.: Gerard Hogarty, MSW, The Guilford Press, NY, 1986. 
 13 
 
 
(1) Reconhecendo os sinais 
 
A primeira diretriz para a família ressalta que seus membros devem reconhecer os 
―sinais de alarme‖ do TOC. Algumas pessoas com TOC pensam coisas das quais 
você não tem conhecimento e que fazem parte do TOC, então você deve observar 
mudanças no comportamento. A lista dos doze sinais não é de modo algum 
exaustiva. Não considere alterações significativas como ―é só a personalidade 
dele‖. Lembre que as mudanças podem ser graduais, mas muito diferentes de 
como a pessoa se comportava no passado. Quando é solicitado listar os 
comportamentos percebidos como mudanças ou particularidades que começam a 
interferir no funcionamento social e/ou ocupacional, as famílias geralmente relatam 
perceber a existência de períodos inexplicáveis de tempo em que a pessoa fica 
sozinha (no banheiro, vestindo-se, fazendo tarefas), esquiva, irritabilidade e 
indecisão. Esses comportamentos podem facilmente ser confundidos com 
preguiça ou manipulação. É essencial que você aprenda a ver essas 
características como sinais do TOC e não traços de personalidade. Dessa forma, 
você pode juntar-se à pessoa com TOC na luta contra os sintomas em vez de ficar 
alienado. Pessoas com TOC geralmente referem que quanto mais criticados são , 
mais os sintomas pioram! 
 
 Os sinais que devem ser observados incluem: 
 
1. Longos períodos de tempo inexplicáveis. 
2. Fazer coisas repetidas vezes. 
3. Questionamentos constantes acerca da própria necessidade de 
reasseguramento. 
4. Tarefas simples levando mais tempo que o usual. 
5. Atrasos permanentes. 
6. Preocupação exagerada com detalhes e coisas menores. 
7. Reações emocionais extremas a coisas menores. 
8. Incapacidade de dormir adequadamente. 
9. Ficar acordado até tarde para terminar de fazer coisas. 
10. Mudança significativa nos hábitos alimentares. 
11. O dia a dia se transforma numa luta. 
12. Evitação. 
 
 
(2) Modificando Expectativas 
 
Consistentemente, as pessoas com TOC referem que mudanças de qualquer tipo 
(mesmo positivas) são experimentadas como estressantes. É durante essas fases 
que os sintomas afloram. Além de identificar os SOC, você pode ajudar a moderar 
o estresse modificando suas expectativas em fases de transição. Em vez de 
expressar um frustrante ―deixe disso!‖, uma frase como ―não é surpreendente que 
seus sintomas estejam piores, veja as mudanças por que está passando‖ funciona 
 14 
como apoio e cria uma aliança positiva. Além disso, o conflito familiar apenas 
alimenta a fogueira e promove a piora dos sintomas. Ajuda a ser flexível com o 
programa comportamental durante períodos estressantes. 
 
(3) As pessoas ficam melhores em velocidades diferentes. 
 
A gravidade dos SOC é um continuum. A gravidade é medida geralmente pelo 
grau de perturbação emocional e o grau de prejuízo funcional. Há uma grande 
variação na gravidade dos sintomas entre os indivíduos. Você deve medir o 
progresso de acordo com o nível de funcionamento da pessoa, não compará-lo 
com outras. Você deve encorajar a pessoa a se forçar ao máximo a funcionar o 
melhor possível. Entretanto, se a pressão para funcionar otimamente é maior do 
que a capacidade da pessoa, cria-se um estresse que leva a mais sintomas. 
Por exemplo, você deve ter observado diferenças entre indivíduos com SOC e 
pode ter comentado (ou pensado): ―Bom, se aquela pessoa consegue arcar com 
as responsabilidades familiares e trabalhar, por que você não pode?‖ Isso pode 
ser uma expectativa não razoável, dado o padrão e o curso da doença do 
indivíduo. Assim como há ampla variação entre a gravidade dos sintomas, há 
também variação em quão rapidamente os indivíduos respondem ao tratamento. 
Seja paciente. Uma melhora lenta e gradual pode ser preferível no final, se se 
conseguirem evitar recaídas. 
 
(3) Evitar comparações diárias. 
 
Freqüentemente, pessoas com TOC se sentem como se eles voltassem à estaca 
zero em períodos de crise. Você pode ter-se enganado em comparar o progresso 
do seu familiar com o seu funcionamento na época em que ele ainda não tinha 
desenvolvido o TOC. Devido ao curso flutuante do TOC, é importante observar 
todas as mudanças desde que o tratamento teve início. Comparações dia após dia 
não são adequadas pois não refletem a melhora. Ajude a pessoa a desenvolver 
―pontos de referência‖ internos para medir o progresso. Nos dias em que a pessoa 
―escorregar‖, você pode lembrá-lo de que ―amanhã é um outro dia para tentar‖ de 
modo que o aumento de rituais não seja encarado como um fracasso. Sentir-se 
como um fracasso é autodestrutivo: leva a sentimentos de culpa. Essas distorções 
criam um estresse que pode exacerbar sintomas e levar ao sentimento de ―perda 
do controle‖. Pode fazer diferença lembrar à pessoa o quanto já progrediu desde o 
pior episódio e desde que iniciou o tratamento. 
 
(5) Reconhecendo “Pequenos” Progressos. 
 
Pessoas com TOC costumam queixar-se de que os membros da família não 
entendem como custa realizar algo como fechar o chuveiro por cinco minutos ou 
resistir a pedir reasseguramento mais uma vez. Enquanto isso parece 
insignificante para os outrosmembros da família, para elas é um grande passo. 
Tomar conhecimento desses aparentemente ―pequenos‖ feitos é uma arma 
poderosa que encoraja a pessoas com TOC a continuar tentando. Isso permite à 
 15 
pessoa saber que o esforço para melhorar é reconhecido por você. Elogios 
verbais são um forte reforçador positivo. Não hesite em usá-los!! 
 
 
(6) Crie um Ambiente Acolhedor 
 
Quanto mais você evita críticas pessoais, melhor. É o TOC que ―dá nos nervos‖. 
Tente aprender o máximo que puder sobre o TOC. Seu parente necessita do seu 
encorajamento e aceitação como pessoa. Lembre que aceitação e apoio não 
significam ignorar o comportamento compulsivo. Faça o possível para não 
participar das compulsões. Sem hostilidade, explique que as compulsões são 
sintomas do TOC, com o qual você não vai cooperar, porque quer que a própria 
pessoa resista. Isso promove uma atitude de não julgamento que reflete aceitação 
da pessoa com TOC. 
 
(7) Mantenha a Comunicação Clara e Simples 
 
Evite explicações longas. Isto geralmente é mais fácil de ser dito do que feito, 
porque a maioria das pessoas com TOC constantemente pedem àqueles ao seu 
redor reasseguramento: ―Tem certeza de que eu fechei a porta?‖ Posso ficar certo 
de que limpei o suficiente? ―. Certamente você já percebeu que quanto mais tenta 
provar que não há necessidade de preocupação, mais refutações você recebe. 
Mesmo as explicações mais sofisticadas não funcionam. Sempre há aquele 
hesitante ―Mas e se...?‖. 
 
(8) Atenha-se ao Contrato Comportamental 
 
Nos seus esforços para ajudar a reduzir as compulsões, você pode facilmente ser 
considerado como ―mau ou aquele que rejeita‖, embora esteja tentando ser um 
―apoio‖. Pode parecer óbvio que estão todos trabalhando com o objetivo de reduzir 
os sintomas, mas as formas pelas quais as pessoas fazem isso varia. Primeiro, 
deve haver um acordo entre os diversos membros da família e a pessoa com TOC 
de que a não participação nos rituais (incluindo não responder a incessantes 
questionamentos) é para o seu benefício. O ideal é que todos concordem nesse 
ponto. Geralmente, participar de um grupo educacional e de apoio à família ou de 
terapia familiar especializados em TOC facilita a comunicação familiar. Como 
regra geral , respostas curtas e simples são as melhores. 
 
(9) Estabelecer Limites mas ser Sensível às Mudanças de Humor. 
 
Com o objetivo de trabalhar juntos para diminuir as compulsões, os familiares 
perceberão que eles devem ser firmes a respeito de: 1) acordos prévios em 
relação à participação nas compulsões, 2) quanto tempo será gasto discutindo o 
TOC, 3) quanto de reasseguramento será dado ou, 4) o quanto as compulsões 
interferem na vida das outras pessoas. É comumente relatado que o humor dita o 
grau em que as pessoas conseguem desviar-se das obsessões e resistir às 
compulsões. Da mesma forma, os familiares têm comentado que eles percebem 
 16 
quando a pessoa está ―tendo um dia ruim‖. Aqueles são os dias em que a família 
necessita ―dar um tempo‖, a não ser que haja uma situação potencial de ameaça à 
vida ou de agressão. Em ―dias bons‖, os membros da família deveriam encorajar a 
pessoa a resistir às compulsões o máximo possível. 
 
(10) Mantenha a Rotina “Normal” 
 
Geralmente as famílias perguntam como ―desfazer‖ todos os efeitos de meses ou 
anos de convivência com os SOC. Por exemplo, para ―manter a paz‖, um marido 
permitiu que o medo de contaminação da sua esposa proibisse seus cinco filhos 
de receber colegas em casa. Uma tentativa inicial de evitar o conflito por meio da 
desistência de enfrentar apenas piora o problema. As obsessões e compulsões 
devem ser contidas. É importante que crianças recebam amigos em casa e que 
qualquer membro da família possa usar qualquer cadeira, pia, etc. Através da 
negociação e do estabelecimento de limites, a vida familiar e a ―rotina‖ podem ser 
preservadas. Lembre que é no interesse da pessoa com TOC que ela deve tolerar 
a exposição aos seus medos e ser lembrada das necessidades dos outros. À 
medida que eles começam a recuperar funções, desejam ser capazes de maiores 
progressos. 
 
(11) Use o Humor 
 
A habilidade de distanciar-se de medos irracionais e rir é saudável, especialmente 
quando é feito em companhia. Isso pode ser de grande alívio. Novamente, ser 
sensível aos humores deve ser considerado antes de ―zombar‖ do TOC. Embora o 
humor venha sendo reconhecido pelas propriedades curativas durante anos, pode 
não ser bom brincar quando os sintomas estiverem agudos. 
 
(12) Apoie o Regime Medicamentoso 
 
Sempre se informe com o médico a respeito de dúvidas, efeitos colaterais e 
mudanças que você perceber. Não mine as instruções a respeito da medicação 
que os médicos ou os profissionais de saúde fornecerem. 
Todas as medicações têm efeitos colaterais que variam de gravidade. Algumas 
são muito incômodas (boca seca, constipação). Discuta-as com o médico e avalie 
os riscos e benefícios. 
Para pessoas que não podem pagar pela medicação, existe a possibilidade de 
conseguir algumas medicações no Sistema Único de Saúde (SUS). 
 
(13) Reservar Tempo é Importante 
 
Freqüentemente, os familiares têm uma tendência a sentir que devem proteger o 
seu parente com TOC estando junto a ele o tempo inteiro. Isso pode ser 
destrutivo, porque todos precisam de um tempo para si próprios. Dê a mensagem 
de que a pessoa pode ficar sozinha e cuidar de si própria. Além disso, o TOC não 
pode conduzir a vida de todo mundo; você tem outras responsabilidades além de 
ser ―babá‖. 
 17 
 
(14) Seja Flexível 
 
Acima de tudo, estas são apenas diretrizes! Sempre considere a gravidade dos 
SOC e o humor da pessoa, assim como o grau de estresse quando for tomar 
decisões a respeito da imposição de limites. Seja razoável e tente transmitir 
carinho e preocupação nas suas ações. 
 
Diretrizes para Educadores e Empregadores. 
 
As seções precedentes foram escritas para os familiares, mas muitas das 
sugestões são aplicáveis para educadores, conselheiros e empregadores. 
Entretanto, estes últimos estão numa situação particular de ajudar ou direcionar 
pacientes para o tratamento sem estarem envolvidos emocionalmente. Como as 
famílias, os educadores e conselheiros podem considerar os sintomas como 
falhas no caráter ou alterações do comportamento que podem ser facilmente 
evitados. Freqüentemente os sintomas não são reconhecidos ou são mal 
interpretados. Pessoas com TOC se preocupam com sua performance escolar 
e/ou no trabalho e se preocupam com que outros ―descubram‖ seu TOC. Suas 
preocupações criam ansiedade adicional, exacerbando os sintomas e criando 
maior incapacidade. Enquanto nem todos os educadores ou empregadores sejam 
receptivos a aprender sobre TOC, aqueles que o são podem ajudar as pessoas 
com TOC a manter o funcionamento e a auto-estima enquanto lutam contra seus 
sintomas. 
 
Um ambiente acadêmico ou de trabalho que seja acolhedor e trate a pessoa com 
dignidade é o ideal. Tente trabalhar com o indivíduo para permitir alguma 
flexibilidade, quando possível, para maximizar o sucesso. Isto não significa 
necessariamente reduzir padrões ou requerimentos. Por exemplo, um estudante 
universitário com TOC me pediu que falasse com uma de suas professoras por 
sentir que ela estava dando-lhe menores notas do que merecia porque ele incluía 
mais detalhes nos seus trabalhos do que o necessário, pedia-lhe que repetisse os 
exercícios ditados para certificar-se de que ouvira corretamente e pedia 
reasseguramento para certificar-se de que estava dizendo ―a coisa certa‖. Depois 
de obter consentimento por escrito eu contatei a professora, a qual estava 
reconhecendo alguns comportamentos de seus estudantes como obsessivos, e 
esta me confidenciou que um parente seu tinha TOC. Ela reconheceu que 
algumas das suas reações haviam sido bruscas e foram na tentativa de pôr um fim 
às aparentementeintermináveis questões. Conversando, discutimos alguns dos 
princípios da terapia comportamental e decidimos que a professora daria ao 
estudante reuniões semanais de quinze minutos para discutir suas questões e 
preocupações. Fora desse tempo, o estudante teria que resistir a perguntar. Se 
ele perguntasse, a professora o lembraria do acordo. O estudante convidou a 
professora para participar do nosso grupo de apoio mensal se estivesse 
interessada em aprender mais. Este é um bom exemplo de como o contrato 
comportamental foi utilizado fora de casa. Exemplos semelhantes no ambiente de 
 18 
trabalho, assim como no ambiente acadêmico, podem ser encontrados. 
Novamente, é importante ser flexível. Pessoas com TOC costumam ser 
escrupulosas, esforçadas e se preocupam em fazer as coisas bem feitas. Embora 
isso às vezes possa tornar-se um problema, empregadores complacentes podem 
utilizar isso como vantagem e manter um empregado confiável trabalhando até 
mesmo em períodos de exacerbação de sintomas. Os empregadores devem estar 
cientes que em 26 de Julho de 1992, o Título I do Ato Americanos com 
Incapacidade foi aprovado. Essa lei exige que os empregadores ―acomodem 
racionalmente‖ as pessoas com transtornos mentais, a não ser que as 
acomodações imponham ―esforço excessivo‖ do empregador. É proibida a 
discriminação no processo seletivo de empregos, nas contratações, promoções e 
demissões. (A OCD Foundation publicou um livreto para orientar como os 
empregadores podem acomodar razoavelmente pessoas com TOC).5 
 
Diretrizes Especiais para Crianças e Adolescentes 
 
―Quando meus pais me chamam de estúpido, as coisas pioram. Eu sei que não 
sou estúpido, mas não consigo evitar de fazer essas coisas estúpidas‖ 
 
Muitos adultos conseguem traçar o início do seu TOC na infância. Ao lembrar de 
sentimentos de vergonha, isolamento e medo, os adultos dizem desejar que 
alguém tivesse naquela época sentado com eles e conversado a respeito dos 
seus comportamentos estranhos em vez de criticá-los. As crianças estão atentas 
ao fato de fazerem coisas que seus colegas da mesma idade não fazem. De fato, 
eles são terrivelmente conscientes disso. Eles têm medo de contar aos pais (ou 
figuras de autoridade) sobre suas rotinas para vestir-se, escovar os dentes certo 
número de vezes, ―germes‖, cruzar os ―T‖ corretamente, acertar a bola até que um 
―bom‖ pensamento substitua um ―mau‖ pensamento. Crianças (como adolescentes 
e adultos) tentam esconder os comportamentos compulsivos por medo de que se 
alguém descobrisse ―Eles iam internar-me‖, ―Saberiam que estou louco‖, ―Levar-
me-iam embora‖. Desconhecendo que existe tratamento psiquiátrico, crianças 
assumem que há algo de muito errado com elas e que não pode ser corrigido. 
Assim como os adultos, elas pensam que são as únicas que vivem dessa forma. 
 
O primeiro passo é reconhecer o comportamento excessivo ritualizado. Fique 
atento, entretanto, que a maioria das crianças passa por uma fase do 
desenvolvimento que é calcada em rituais. Rituais para dormir e orações 
promovem uma sensação de conforto e segurança.; o mesmo ocorre com 
amuletos da sorte, organizar brinquedos, colecionar itens ―especiais‖. Quando os 
rituais e ―rotinas‖ começam a interferir no funcionamento social e escolar da 
criança - ficar em casa para terminar determinada tarefa, reduzir atividades 
costumeiras- um sinal de alerta deve acender. Além disso, se a interrupção dessa 
―rotina‖ cria muita ansiedade, frustração e hostilidade, provavelmente é hora de 
procurar aconselhamento psiquiátrico. 
 
5
 Veja o apêndice sobre a legislação brasileira no final do livreto. 
 
 19 
 
Um comentário de uma mulher com TOC que agora tem 34 anos aponta para a 
questão que é freqüentemente encarada quando se é uma criança com TOC. Ela 
lembra do grande sofrimento que tinha com as obsessões agressivas (medo de 
ferir alguém). A pior parte era manter seus medos para si, pois seus pais 
esperavam que ela ―deixasse disso‖ e ―colaborasse‖. Ela afirma fortemente, assim 
como outros fazem, que os pais deveriam abrir a porta para discussão. Fazer uma 
tentativa de conectar-se com a criança num nível emocional fornece a elas uma 
oportunidade de responder; é como estender uma mão. As crianças necessitam 
receber alguma estrutura para entender o que lhes está acontecendo. Algumas 
vezes elas não têm a habilidade de explicar a não ser que os adultos ofereçam 
algumas possibilidades. Uma criança pode dizer com alívio, ―Uau! Isso é 
exatamente o que acontece comigo...como você sabia? ― Este fenômeno não é 
exclusivo das crianças. Ocorre em qualquer idade quando uma pessoa se sente 
desesperadamente sozinha na sua experiência e encontra alguém que sente o 
mesmo ou a compreende. 
 
Algumas sugestões para os pais a respeito de como iniciar discussões com seus 
filhos que possam ter TOC incluem: ―Ei, você tem estado tão preocupado 
ultimamente, poderia nos contar o que está pensando? ―. ―Todas as pessoas têm 
preocupações e é bom que você nos possa falar das suas‖. ―Nós percebemos que 
você repete a mesma ação, você também percebe?‖. Você tem medo de que algo 
aconteça? Pode tentar fazer apenas uma vez? O que acontece então? Não 
parece correto?‖ 
 
Para ajudar a aumentar o entendimento da luta solitária de uma criança com TOC, 
o vídeo ―A Árvore que Tocava‖, baseado numa experiência pessoal, foi produzido 
pela OCD Foundation. Pode ajudar crianças com TOC a procurar ajuda e é um 
instrumento educativo para pais e educadores. 
 
―Meus pais não me entendem. Eu quero lidar com isto sozinho. Se eles não 
interromperem meus rituais fica tudo bem.‖ 
 
Dos adolescentes, ao contrário das crianças, espera-se maior responsabilidade e 
―maturidade’. De fato, o termo adolescente deriva do latim adolescere, que 
significa crescer. Ainda assim, persiste uma tremenda dependência dos pais para 
uma série de coisas. Para crianças pequenas não é estranho que os pais façam 
tarefas que deveriam ser feitas por elas, ou as ajudem a trocar de roupa, tomar 
banho, alimentar-se. Entretanto, à medida que vai-se crescendo, o prejuízo no 
funcionamento torna-se muito perturbador para os pais e o adolescente com TOC. 
A esperança de que a criança cresça e se livre dos comportamentos vai ficando 
menos provável. A interferência no funcionamento diário por conta dos SOC é 
menos tolerada. Em vez de discutir incansavelmente ameaçando punir, uma 
consulta psiquiátrica pode ser de maior benefício. 
 
Sabendo que a tarefa é afastar-se dos pais emocionalmente, o adolescente com 
TOC é pego numa situação difícil, necessita dos adultos mais que seus colegas e, 
 20 
ao mesmo tempo, ressente-se disso. Sentimentos de raiva e hostilidade podem 
ser mais freqüentes que o esperado. Preocupar-se excessivamente com o que os 
outros pensam e tentar manter seus sintomas em segredo pode interromper o 
processo do adolescente de desenvolver uma identidade positiva e de auto-
respeito. O estigma social em relação a doenças mentais pode adicionar-se à 
pressão que existe normalmente no adolescente para ―adaptar-se‖. 
 
A tendência dos adolescentes formarem grupos muito unidos é indispensável para 
o processo de diminuir o egocentrismo. Compartilhando idéias com os colegas, os 
adolescentes experimentam suas teorias e descobrem suas fraquezas. O grupo 
de colegas provê alguns dos confortos familiares adicionado de uma sensação de 
independência. Além disso, é uma época de ponderar sobre assuntos como 
vocação e sexualidade. Muitos desses processos do desenvolvimento normal são 
retardados ou interrompidos pelo TOC. Adolescentes com TOC freqüentemente se 
sentem extremamente isolados e inadequados. Eles perdem essa experiência de 
pertencer a um grupo e posterior individuação. É comum que eles sejam 
medrosos e se perguntem ‖Como serei capaz de trabalhar?‖ e se envergonhemde 
seus comportamentos: ―Quem casaria comigo? ―. 
 
Um conflito interno maior e um sentimento de alienação que são aumentados por 
lidar com os SOC são particularmente dolorosos para os adolescentes quando as 
tarefas ―normais‖ do desenvolvimento estão fazendo sua pressão. ―Mas mãe, 
todos os outros estão fazendo ...‖. Mas nem todos os colegas têm TOC. Pode ser 
legal ter um brinco na orelha mas não é legal ter as mãos esfoladas por lavagem 
ou ter que ir a um terapeuta! Adolescentes podem ter dificuldade em se engajar no 
tratamento. Entrar em um grupo de apoio com adolescentes pode ajudar. Do 
mesmo modo, os pais dos adolescentes com TOC podem esquecer que são os 
pais e devem estabelecer limites. As expectativas em relação a tarefas domésticas 
ou a participação em atividades em família não devem ser alteradas para 
acomodar o TOC. 
 
Antes que os sintomas saiam do controle, há alguns passos que a família pode 
dar para evitar uma situação desesperada: 1) Faça a sua tarefa e aprenda o mais 
que puder sobre TOC. Entre num grupo de apoio. Fale com outros pais e famílias. 
2) Sem julgar, encoraje o seu adolescente a falar sobre suas ―preocupações‖. 
Compartilhe suas informações com ele e tente levá-lo a um grupo de apoio com 
ou sem você. 3) Não altere sua rotina ou expectativas em relação à casa. Se sua 
filha colocava o lixo fora e parou por medo de contaminação, não continue dando 
simplesmente ―por que ela tem um problema‖. Não faça o dever de casa de seus 
filhos. Se eles geralmente lavam suas roupas, e param porque ―sentem que não 
podem‖, não faça por eles. Esteja lá para treiná-los, mas não assuma tarefas que 
eles deveriam estar fazendo. Lembre, esta é uma fase de desenvolvimento em 
que eles devem ganhar independência, não perder. Além disso, os irmãos se 
ressentem de ter tarefas extras que não deveriam estar fazendo. 4) A família 
estabelece os papéis e um senso comum de solução de problemas e é essencial 
em ajudar a estabelecer limites. A família deve estar atenta a questões próprias de 
adolescentes e como o TOC intensifica preocupações normais- especialmente 
 21 
estabelecer limites como por exemplo- quando insistir e quando desistir. Quando 
um dos pais diz uma coisa e o outro diz o oposto também cria problemas. É 
recomendável que os pais estejam de acordo com as regras e expectativas (que 
podem necessitar de revisão dependendo da gravidade do TOC). 5) A Terapia 
comportamental individual pode ajudar o adolescente com o processo de 
separação e controle de sintomas. 6) A medicação pode reduzir os sintomas a um 
grau manejável, assim toda a família pode lidar melhor com eles. 7) Grupos de 
apoio educacional multifamiliares podem fornecer apoio e direcionamento à 
pessoa com TOC e a todos da família. 8) Conhecer um ―colega‖ com TOC pode 
oferecer outro tipo de apoio. 
 
Uma vez que a recuperação dos sintomas do TOC começa, facilita a família 
analisar realisticamente suas expectativas. Se a pessoa ―perdeu‖ alguns anos da 
adolescência por conta do TOC, não viveu a experiência completa da 
adolescência. Pode levar um pouco de tempo para obter a habilitação para dirigir, 
um emprego, uma turma, uma amigo íntimo, decidir que carreira seguir. Isto pode 
ser desencorajador para a pessoa ao olhar a seu redor e ver seus colegas 
realizando todas as coisas que parecem tão distantes dele. Isso pode 
desencadear sentimentos de desesperança e menos valia. Se você reconhece 
isso ou o seu filho consegue falar sobre isso, cumprimente-o por estar superando 
o TOC. Lembre-o, com otimismo, das qualidades que adquiriram ao se ajudar e 
que ele conseguirá ―alcançar ―os outros. Com paciência e perseverança, você 
pode ajudá-lo a seguir em frente. Aconselhamento pode ser benéfico para a 
pessoa e /ou sua família. Novamente, não esqueça dos grupos de apoio! 
 
Se um adolescente se recusa a ver um profissional (com ou sem parentes), os 
pais não devem esquecer que eles podem insistir. Isso requer um compromisso 
sério da parte dos pais de realmente apoiar seus filhos com TOC a aprender tudo 
o que puderem sobre TOC e procurar ajuda profissional. Você necessitará estar 
preparado para impor conseqüências se sua vida familiar está deteriorando por 
conta de um TOC difícil de manejar. Se você chega a este ponto, é crucial ser 
firme, consistente e seguir em frente. As conseqüências de não procurar 
tratamento variam dependendo das situações individuais. Às vezes, os sintomas 
podem ser tão graves que o adolescente poderá ter que viver em outro local ou 
ser encaminhado a um hospital contra a sua vontade, caso os sintomas se tornem 
uma perigosa ameaça à sua vida ou à dos que vivem com ele. Isto deve ser 
determinado por um psiquiatra com experiência em TOC. 
 
Conclusão 
 
Como membros da família, pode ser que vocês nunca se livrem completamente 
dos sentimentos de isolamento e frustração que acompanham a luta diária de 
tentar lidar com os desafios apresentados pelo TOC. Compartilhar esses 
sentimentos com outros que vivem com TOC, oferecer apoio, aumentam muito o 
processo de cura. Aprender o máximo que puder e utilizar as diretrizes propostas 
pode responder a perguntas como ―Por que eles não param?―. Os membros de 
 22 
uma família podem fazer uma grande diferença através da educação e do contrato 
comportamental na ajuda do seu querido parente a superar o TOC. 
 
Pode ser útil para as famílias manter em mente que não é incomum para as 
pessoas com TOC beneficiarem-se de psicoterapias depois que o TOC foi tratado. 
Sintomas de depressão, conflitos de ajustamento conjugal, sentimentos de estar 
―fora do passo‖ em relação aos colegas são típicos e necessitam de atenção 
particular. Depois que os sintomas do TOC diminuem, a pessoa pode começar a 
perceber o quanto da vida perderam. Os membros da família freqüentemente 
ficam confusos com isto por presumirem que depois da melhora do TOC tudo mais 
ficaria bem também! Novamente, os sintomas e sentimentos mencionados acima 
são comuns e fazem parte do processo de recuperação. O processo de 
recuperação se dá com ajuda profissional, compreensão de familiares e amigos e 
com o tempo. 
 
Leitura Sugerida 
 
O menino que não conseguia parar de se lavar: Experiência e Tratamento do 
Transtorno Obsessivo Compulsivo. 
Judith Rapoport, MD 
Tradução José Ricardo Brandão Azevedo-Rio de Janeiro: Marques Saraiva, 1990. 
 
Transtornos Obsessivo-Compulsivos: Conselho aos Pacientes e Seus 
Familiares * 
Livreto editado pelo Conselho Internacional de TOC com a ajuda do Grupo 
Farmacêutico Internacional de Pfizer Inc. Outubro , 1997. 
 
Transtorno Obsessivo-Compulsivo * 
Traduzido do original em inglês ‖Obsessive-Compulsive Disorder‖ publicado pelo 
National Institute of Mental Health (NIMH) (Instituto Nacional de Saúde Mental). 
 
Pânico, fobias e obsessões – A experiência do projeto AMBAN 
Gentim, V., Lotufo-Neto, F., e Bernik, M.A. org. –São Paulo, Edusp: 1997. 
 
Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo: diagnóstico e tratamento 
Miguel, E.C. – Rio de Janeiro, Editora Guanabara Koogan: 1996. 
 
Livreto da ASTOC* 
 
* Disponíveis na ASTOC. 
 
 
 
 
 
 23 
Organizações Nacionais e Serviços Especializados 
 
ASTOC 
Associação dos Portadores de Transtorno Obsessivo-Compulsivo e 
Síndrome de Tourette 
Instituto de Psiquiatria 
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP. 
Rua Ovídeo Pires de Campos s/n 
São Paulo—SP—05403-010 
Fone (11) 2809198 
 
PRODOC 
Programa de Ensino, Pesquisa e Assistência do Distúrbio Obsessivo-
compulsivo 
Escola Paulista de Medicina 
Instituto de Psiquiatria 
R. Machado Bittencourt 222 
Vila Clementino - Metrô Santa Cruz 
São Paulo – SP - 04044-000 
Fone: 570-6784 
 
Ambulatório de TOC e quadros correlatos 
Disciplina de Psiquiatria 
Responsável: Dra. Albina Rodrigues Torres 
Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP 
Distrito de Rubião Jr. 
Botucatu(SP) CEP: 18.618-970 
 
Serviço de TOC 
tel (21) 221-4896 
R. Santa Luzia 206 
Santa Casa - Castelo 
Serviço de Psiquiatria 
Rio de Janeiro - RJ - 20020-200 
 
Ambulatório do Espectro Obsessivo compulsivo 
Responsável: Dra Kátia Petribú 
Hospital das Clínicas da UFPE 
Av. Prof. Moraes do Rego. Cidade Universitária 
Recife-PE fone: 4543692 
 24 
 
Apêndice 1 
 
A ASTOC (Associação Brasileira dos Portadores de Síndrome de Tourette, Tiques e 
Transtorno Obsessivo-Compulsivo) é uma organização voluntária, sem fins lucrativos, que foi 
constituída com base no modelo americano, em maio de 1996, em São Paulo, organizada pelo 
PROTOC (Projeto Transtorno do Espectro Obsessivo-Compulsivo). A Tourette Syndrome 
Association TSA-USA e a OCD foundation oferecem material e total apoio à ASTOC, que é 
formada por pessoas com Síndrome de Tourette, Tiques e Transtorno Obsessivo Compulsivo, seus 
familiares e também por pessoas interessadas em ajudar. É dedicada a identificar a causa, buscar 
a cura e controlar os efeitos das enfermidades, e para conseguir isso , a ASTOC desenvolve e 
distribui material educativo aos portadores e a profissionais de saúde; dirige grupos de apoio e 
outros serviços para ajudar os portadores e seus familiares, para que possam suportar os 
problemas decorrentes das enfermidades; e buscar melhores tratamentos. 
A ASTOC também pretende oferecer ajuda direta às famílias com Síndrome de Tourette 
(ST) e Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC) em situações de crise, com um serviço de 
informações e referência; organizar trabalhos e simpósios para pesquisadores, médicos e outros 
profissionais que trabalham no campo da ST e TOC; manter um cadastro atualizado dos 
portadores de ST e TOC; distribuir material didático sobre ST e TOC em conferências, para que os 
profissionais de saúde conheçam e estejam bem informados sobre o TOC e a ST; e organizar 
reuniões nacionais, prestando assistência, estimulando e apoiando novos grupos em todos os 
estados brasileiros. 
A proposta da ASTOC para os associados é de auxiliar a lidar com a enfermidade, através 
de reuniões com outros pacientes e familiares para discutir problemas comuns e oferecer apoio 
mútuo; ajudá-los na identificação precoce e no tratamento adequado da ST e do TOC; informá-los, 
através de boletins, dos mais recentes tratamentos, programas de pesquisa e descobertas 
científicas; apoiar programas dedicados aos pacientes. A ASTOC também visita e orienta 
educadores em escolas, publica panfletos, artigos em revistas e boletins para divulgação da 
enfermidade e orientação, e também tem um projeto piloto para tratamento e encaminhamento dos 
portadores do TOC e ST para a rede pública. 
Atualmente, a ASTOC busca arrecadar doações para formação de um fundo de pesquisa 
que atenda às necessidades dos pacientes, e trabalha para que haja uma ampla divulgação de 
seus trabalhos para os profissionais de saúde mental, médicos e psicólogos, e para os portadores. 
A diretoria da ASTOC é constituída por: Cristina de Luca-Presidente, Maura Carvalho-Vice-
Presidente, Cordelia Lanas e Maria Cecília Labate-Diretoras. 
Para maiores informações sobre a ASTOC, visite o site www.mtecnetsp.com.br/toc ou 
entre em contato pelo telefone (0X11)280-9198 e fax (0X11) 280-0842. 
 
Apêndice 2 
 
No Brasil, não há uma lei específica que proteja pessoas com transtornos psiquiátricos. Em linhas 
gerais pode-se dizer o seguinte: em relação a pessoas vinculadas ao regime jurídico dos 
servidores públicos federais, caso estas venham a sofrer incapacidade física ou mental, estarão 
sujeitas à readaptação, a qual, segundo o art. 24 da Lei 8.112/90 "é a investidura do servidor em 
cargo de atribuições e responsabilidades compatíveis com a limitação que tenha sofrido em sua 
capacidade física ou mental verificada em inspeção médica". 
Quanto àqueles cuja relação de trabalho está subordinada à C.L.T. -Consolidação das Leis do 
Trabalho – (empregados sem vínculo público), haverá concessão de auxílio-doença para o que 
contrair enfermidade que o impossibilite de exercer suas funções habituais por mais de 15 dias 
consecutivos (art. 59 da Lei 8.213/91). Enquanto gozar do auxílio doença, considerar-se-á o 
empregado em licença. O trabalhador que estiver em gozo de auxílio-doença, ou ainda quando 
esta for convertida em aposentadoria por invalidez, caso recupere a capacidade para exercer sua 
atividade habitual, terá ele direito a retornar ao emprego, mas é facultado ao empregador indenizá-
lo na forma da legislação trabalhista. Ou seja, ao contrário do que ocorre nos Estados Unidos, no 
 25 
Brasil, o empregador não é obrigado a aceitar o portador de transtorno psiquiátrico de volta ao 
trabalho. 
Já o trabalhador em gozo do auxílio-doença insusceptível de recuperação para sua atividade 
habitual, estará sujeito às mesmas regras acima explanadas, com a ressalva de que deverá se 
submeter à reabilitação profissional para o exercício de outra atividade, como estabelece o art. 62 
da Lei 8.213/91. Vale ressalvar que o artigo atinente à reabilitação (que fala dos modos de 
reabilitação, como utilização de próteses) (art. 89 da Lei 8213/910) faz menção apenas aos 
trabalhadores que sofreram limitações físicas, não incluindo nenhuma hipótese de reabilitação para 
os que sofreram incapacidade mental. Isso não significa que a lei não possa ser extrapolada para 
os portadores de transtorno psiquiátrico. Ou seja, em tese, o portador de transtorno psiquiátrico 
poderia ser recolocado em outra função desde que reabilitado. 
 
 
Sobre os Autores 
 
Barbara Livingston Van Noppen, M.S.W. é assistente social da Clínica de TOC 
do Hospital Butler. É Pesquisadora Associada do Departamento de Psiquiatria e 
Comportamento Humano, Divisão de Biologia e Medicina na Universidade de 
Brown, Nova Iorque. Ela é internacionalmente reconhecida pela sua experiência 
no tratamento de famílias com TOC. Em 1986 desenvolveu um programa de 
tratamento comportamental multifamiliar na clínica de TOC do hospital Butler. 
Além disso, publicou trabalhos sobre o funcionamento familiar no TOC e 
intervenção familiar. 
 
Michele Tortora Pato, M.D. é psiquiatra especializada no tratamento de TOC. É 
Professora Associada na Universidade Estadual de Nova Iorque em Buffalo. Ela é 
diretora do Serviço de Ambulatório e do Programa em TOC do Hospital Geral de 
Buffalo e Diretora do programa de residência do Departamento de Psiquiatria. 
Escreveu extensivamente sobre TOC e editou um livro ―Tratamento Atual do TOC, 
editado pela Associação Psiquiátrica Americana. Ela tem particular interesse no 
tratamento a longo prazo de pacientes com TOC. 
 
Steven Rasmussen, M.D. é psiquiatra e Diretor da Clínica de TOC no Hospital 
Butler. No decorrer de vários anos ele tem desenvolvido experiência no tratamento 
multimodal do TOC. Ele é Professor Assistente de Psiquiatria e Comportamento 
Humano na Universidade de Brown e publicou numerosos artigos sobre TOC. Ele, 
a Sra. Van Hoppen e Richard Marsland, R.N. conduzem um grupo mensal 
mutifamiliar de suporte no Hospital Butler. 
 
O Hospital Butler, fundado em 1847, é um hospital psiquiátrico particular em 
Providence, Rhode Island, Nova Iorque. É o maior hospital-escola psiquiátrico da 
Universidade de Brown. 
 
Agradecimentos 
 
Nós gostaríamos de agradecer especialmente a todos aqueles que tem TOC e 
suas famílias que tornaram este projeto possível pelo compartilhamento de seus 
sentimentos e experiências conosco. Nós apreciamos a relação de colaboração 
 26 
que desenvolvemos com a OCD Foundation (Milford, Conneticut), seu apoio 
financeiro e o encorajamento que nos deram para desenvolver tratamentos 
psicossociais alternativos para o TOC. 
 
Sobre os Tradutores 
 
Ana Gabriela Hounie é médica psiquiatra, aluna da pós-graduação do 
Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São 
Paulo.É colaboradora do Projeto Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo 
(PROTOC). 
 
Eurípedes Miguel é médico psiquiatra, Coordenador do PROTOC e Professor 
Assistente-Doutor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da 
Universidade de São Paulo. 
 
Roseli Gedanke Shavitt é médica psiquiatra, aluna da pós-graduação do 
Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da Universidade de São 
Paulo. É colaboradora do Projeto Transtornos do Espectro Obsessivo-Compulsivo 
(PROTOC). 
 
Sérgio A. Brotto é médico psiquiatra, colaborador do PROTOC. 
 
Maria Claudia Bravo é psicóloga, aluna da pós-graduação em psicologia na 
Universidade de São Paulo. É colaboradora do PROTOC. 
 
Daniela Rozados, Rosemar Prota e Yara Garzuzi são estudantes de psicologia 
e colaboram com o PROTOC. 
 
Agradecimentos 
 
Agradeço a Santiago Gabriel Hounie pelas informações referentes a como são 
tratados os portadores de transtornos psiquiátricos na Legislação Brasileira.

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