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Contratualismo: Origem do Estado Civil

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Faculdade Estácio do Pará 
Curso: Administração 
Disciplina: Fundamentos das Ciências Sociais 
Aluna: Franciene da Silva Pereira 
Matrícula: 201308253401 
 
 
Resenha sobre Contratualismo 
 
O Contratualismo é uma corrente filosófica que parte da premissa que, nos 
primórdios da humanidade, o ser humano vivia em um Estado de Natureza, onde 
não havia Estado, Instituições ou Leis e onde a liberdade era plena, não existindo 
limites para a conduta humana. Acontece que, em um determinado momento da 
nossa história, os homens decidiram criar o chamado Estado Civil, onde existem 
Estado, Instituições e Leis e a liberdade de agir não é plena. Em suma, uma 
sociedade organizada. O mecanismo que possibilitou esta transição entre o Estado 
de Natureza e o Estado Civil é chamado de Contrato Social. 
Segundo Bobbio o contratualismo foi uma doutrina filosófica de grande ênfase 
no séc. XVIII que pregava o surgimento do Estado se deu a partir de um contrato no 
qual todos homens consentiram na sobreposição de um poder estatal pelo qual a 
ordem e a paz passaria a ser mantida e garantida.” (BOBBIO, 1998, p.112). 
Os principais jusnaturalistas modernos, Thomas Hobbes, John Locke e Jean 
Jacques Rousseau, também chamados de contratualistas, fazem parte de uma 
doutrina que reconhece o "direito natural" e a necessidade de um Estado natural por 
parte dos homens. Porém as ideias de Hobbes, Rousseau e Locke serviram para 
sustentar a ideia de um contrato social, no qual os indivíduos abriam mão de seus 
direitos naturais em troca da proteção de um soberano. O Iluminismo concebeu 
novas ideias de vida social e entendeu o conceito de nação como forma de 
organização política. A sociedade de então apresentava necessidades urgentes de 
um desenvolvimento científico que pudesse favorecer o desenvolvimento econômico 
assim como melhorar as condições de vida, ampliar a expectativa de sobrevivência 
humana a fim de estimular a produção e o consumo. 
 Neste sentido, as ciências sociais surgem visando a compreensão e a 
reformulação da sociedade formada a partir da instalação definitiva do capitalismo e 
da consolidação da ideologia burguesa. 
Na concepção de Hobbes (1588-1679) O homem usufrui de liberdade 
incondicional para preservar sua própria vida, sendo assim, pode fazer qualquer 
coisa que lhe convém para alcançar seus objetivos. No entanto, os homens sentem 
medo, pois, há um momento em que não suportam mais o estado natural, a partir 
deste momento reúnem-se para realizar um contrato social, o qual é capaz de 
manter a paz entre eles. Surgem então as sociedades organizadas, as quais devem 
render-se a uma autoridade absoluta que promoverá a paz entre os homens. O 
Estado deve ser soberano perante os homens, visto que eles são maus por 
natureza, dominados por paixões, desejos, egoísmo, ou seja, o homem é lobo de si 
mesmo, para que o Estado de natureza, composto por barbárie, não seja retomado. 
Para ele, o contrato é firmado pelo homem, apoiado pela sua razão, de forma que o 
mesmo abra mão da sua liberdade e de suas vontades para que as relações entre 
os homens sejam racionais. 
É defensor do estado monárquico. O soberano deve ser pleno e absoluto, 
ninguém pode julgá-lo. O contrato não é assinado pelo soberano, portanto, não tem 
obrigações e compromissos, apenas deve por fim a guerra de todos contra todos. 
Entende que a igualdade leva à guerra, a liberdade é um valor retórico – já que, ao 
assinar o contrato, os homens abrem mão de sua liberdade – e que a verdadeira 
liberdade é a luta pela vida. Hobbes nega a propriedade como um direito natural. 
Na concepção de Locke (1632-1704) O homem não é mau e sim livre, igual e 
racional por natureza. E essa razão é a regra comum na sociedade. O conhecimento 
do homem vem de suas experiências, ou seja, seu aprendizado tem como origem a 
percepção do mundo sensível, que, por sua vez, produzirá o mundo das ideias. O 
estado de natureza pode ocorrer em qualquer momento histórico, basta não haver 
uma autoridade geral estabelecida entre os homens. 
Locke acreditava que, na lei de natureza, todos possuem o poder de executar 
a lei, ou, a “doutrina da virtude natural”. O estado de natureza é diferente do estado 
de guerra. É defensor da burguesia. O contrato é firmado de forma que o direito 
natural da propriedade privada seja garantido e mantido, de forma que isso garanta 
a liberdade, vida e bens dos homens. O estado civil é importante porque possibilita 
aos homens viver sob as leis da razão. 
No contrato social o homem não abdica de suas propriedades, no entanto, 
renuncia seu direito de defesa e de fazer justiça com as próprias mãos. Cabe ao 
Estado realizar tais ações. No entanto, os homens podem quebrar o pacto caso suas 
propriedades sejam ameaçadas. 
Na concepção de Rousseau (1712-1778) O Homem é bom por natureza, 
contudo, a sociedade o corrompe. Em seu estado de natureza, o homem não 
obedece a lei convencional, porque não as possui, mas age de acordo com seus 
instintos. A propriedade privada é um eixo nuclear de seu pensamento. Ela é a 
origem de todos os males da sociedade. Sua ausência propiciaria uma vida sem 
conflitos, de modo que os homens viveriam em liberdade no seu estado natural, o 
que fortaleceria também a democracia. No estado civil o homem não é livre. O 
contrato, para ele, tem a função de garantir que o homem seja livre, não tendo que 
sofrer por leis que são impostas por outros acima dele. Por isso disse que “o homem 
nasce livre, mas por toda parte encontra-se aprisionado”. Logo, a vontade geral 
desempenha papel fundamental na relação entre o Estado e a sociedade, colocando 
o primeiro como submisso ao segundo. 
É defensor do povo. Somente quando a vontade geral é respeitada, a lei é 
justa e o homem é livre. Porém, não há como restaurar a liberdade natural, apenas 
aproximar-se dela. O pacto social deu fim a liberdade natural, fixou a propriedade 
trazendo a desigualdade em proveito de alguns poucos ambiciosos. Desta forma, o 
homem torna-se sujeito ao trabalho, à miséria e à servidão. 
Então concluímos que nas suas ideias, podemos perceber a defesa de uma 
classe em particular da sociedade, que é diferente para cada um dos três. Como já 
citamos nos parágrafos acima, enquanto Hobbes prioriza o Soberano em sua teoria 
absolutista, e Locke nos coloca a compreensão de que a burguesia, o comércio e 
suas propriedades devem ser mantidas para a manutenção de um Estado justo, 
Rousseau é o único que olhará para a sociedade como um todo, e apontará a 
necessidade de um respeito à Vontade Geral e bem estar de todos. Rico, pobre, 
poderoso ou não, o Homem é naturalmente bom, e isso é fortemente afirmado por 
Rousseau. Porém, percebemos que o pensamento que foi mais levado em conta e 
influenciou em diversos paradigmas da sociedade contemporânea, é justamente 
John Locke, aquele que defendeu a classe dominante e mantenedora do capitalismo 
e as diversas formas que o mesmo se apresentou de lá pra cá. 
 
 
REFERÊNCIAS 
Especial-filosofia-o-contratualismo. Disponível em: 
http://oficinaliteraria.blogspot.com.br. Acesso em 30 de set 2013 
thomas-hobbes-john-locke-e-jean-jacques-rousseau-algumas-consideracoes-sobre-
o-pensamento-contratualista. Disponivel em: http://mmgjpolitica.wordpress.com 
Acesso em 30 de set 2013

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